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Moda e mercado: o brechó como modelo de negócios

Fashion and market: thrifit stores as business model

Autores: Giovanna Teixeira, Jaqueline Portugal, Juliana Lopes,


Mayara Franco, Mayara Lins, Milena Iorio, Samantha Lanini.1

Resumo:

A finalidade deste artigo é estudar o mercado de moda brasileiro e suas


relações com a sustentabilidade para em seguida analisar um brechó como
modelo de negócios. O objetivo principal é mostrar a importância da
sustentabilidade nos negócios da moda e o objetivo específico é analisar uma
peça de vestuário de forma técnica, além de um modelo de negócios sustentável,
integrando assim as disciplinas cursadas no 3ª semestre.

Palavras chave: Negócio, moda, sustentabilidade, consumo consciente,


brechó.

Abstract:
The purpose of this article is to study the Brazilian fashion market, and their
relations with sustainability, and then analyze a thrift store as a business model.
The main goal is to show the importance of sustainability in fashion business and
the second goal is to analyze a garment in a technique way, also a sustainable
business model, incorporating all the subjects of this semester.

Key words: Business, fashion, sustainability, conscious consumption, thrift


store.

1 gsussaio@gmail.com, jaqueportugal@gmail.com, juliana_lopes_dn@yahoo.com.br,


mayara.franco.costa@hotmail.com, may.lins@hotmail.com, milena.iorio@hotmail.com,
samantha_lanini@hotmail.com, alunos do 3º semestre do curso de bacharelado em negócios da
moda, Universidade Anhembi Morumbi.
Introdução:

O projeto que resultou nesse artigo consiste primeiramente em analisar o

mercado da moda, tendo como foco o brechó e a questão da sustentabilidade. Para

isso foi levantada uma pesquisa bibliográfica, tornando possível assim relacionar

conceitos de sustentabilidade com o modelo de negócios de um brechó.

Como subtema será estudado o brechó Minha Avó Tinha - que tem como

foco a venda e aluguel de peças antigas para uso comum, editoriais de moda ou

figurinos- analisando seu modelo de negócios e público alvo.

Finalizando esse estudo, é proposta uma imagem de moda usando uma

peça deste brechó, datada da década de 60, que também é analisada, assim como

seu período histórico.

1 Moda e Mercado: O Brechó como modelo de negócios

sustentável.

“Por um lado, a moda é compreendida como sistema histórico e


geográfico de produção e organização de indumentária originada
durante o século XIV [...] Por outro lado, a perspectiva que interessa ao
presente entende a moda como dispositivo da sociedade de consumo
de massa” (NOVIK, BLANCH, 2008, p. 245).

Segundo uma pesquisa realizada pelo IEMI (Instituto de Estudos e Marketing

Industrial) em 2014, no Brasil o mercado da Moda é o 4º maior produtor mundial

de vestuário – o que gera novos negócios, oportunidades de trabalho e muita

visibilidade. O mercado de moda brasileiro ainda se beneficia do design, da

qualidade, tecnologia e responsabilidade socioambiental.

O que norteia grande parte dos empresários do ramo da confecção é o

conceito de consumo em massa. Aumentando a quantidade produzida, reduz-se


os custos, logo a estratégia tem sido produzir e vender cada vez mais.

“Os produtos de moda talvez sejam aqueles de menor e mais frágil vida útil,

pois são geridos dentro da lógica da moda, um sistema que dignifica o presente e

a efemeridade” (LIPOVETSKY, 1989 apud BERLIM, 2012, p.43).

O ciclo de vida do produto, que compreende a sua introdução, crescimento,

desenvolvimento, maturidade e declínio (KOTLER, 2004), é definido na moda não

de forma mais arbitrária, mas sim de uma forma que faça com que uma roupa

comprada em um mês entre em obsolescência no decorrer dos meses seguintes,

para que a assim as pessoas comprem as roupas da nova coleção, estas que são

lançadas com um espaço de tempo entre elas cada vez menor.

Efemeridade é um dos vetores do sistema moda (MESQUITA, 2004),

queremos tudo ao mesmo tempo. No fast fashion2, tendências vêem e vão com

uma velocidade impressionante. “A moda contemporânea estimula a metamorfose

e a descoberta de imagens pessoais que podem se modificar na próxima estação,

no dia seguinte ou logo mais a noite” (MESQUITA, 2004, p. 42)

Um dos fundamentos da moda é a obsolescência segundo (LIPOVETSKY,

1989, p. 25). “Nesse sentido, é verdade que a moda, desde que está instalada no

ocidente, [...]é, em primeiro lugar, um dispositivo social caracterizado por uma

temporalidade particularmente breve, [...], podendo, por isso, afetar esferas muito

diversas da vida coletiva.”

Outro tema atual e que afeta a moda é a sustentabilidade é, segundo o

relatório de Brundtland3, “O desenvolvimento que satisfaz as necessidades ao

2
Fast fashion pode ser definido como o sistema de moda onde a coleção tem um ciclo de curto e são muito
massificadas.
3
O relatório de Brundtland é um documento disposto no livro Nosso Futuro Comum, publicado em 1987.
presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras e satisfazerem

suas próprias necessidades” (BRUNDTLAND, 1987, p.46). Se a sustentabilidade

está relacionada à reflexão sobre o desenvolvimento, devemos refletir também

sobre como nos vestimos, o que compramos e suas consequências ao meio

ambiente, sociedade e economia.

Contrária a esse corrente da massificação conhecido como fast fashion4,

existem os consumidores que sabem que ser sustentável não é uma opção, mas

uma necessidade (BERLIM, 2012), e que também buscam se individualizar.

Nesse contexto, os brechós se apresentam como opção diferenciada.

Segundo a definição de Callan (2007), brechó é uma loja onde é possível

encontrar roupas e acessórios de segunda mão a preços acessíveis, se

comparados aos do prêt-à-porter.

Em torno de 1968, o mercado dos brechós cresceu, segundo (BRAGA 2004,

apud ANTÔNIO, 2011) por uma "busca de características de outros momentos

históricos de moda, fez com que os brechós se tornassem verdadeiros focos e

referencia tanto de pesquisa para criação em série, como para o consumo

pessoal".

Segundo BERLIM (2012), os brechós não eram bem vistos pois eram

considerados “coisas de pobre”, e acreditava-se que as roupas lá comercializadas

possuíam “energia de outra pessoa”, crenças que eram mais fortes nas classes

mais baixas. Mas recentemente esses conceitos estão mudando. “A higienização

das roupas e outras peças vendidas em brechós, o design interior das lojas, o
atendimento e mesmo o clima vintage5 do espaço são fatos que chamam atenção

para essa mudança de percepção” (BERLIM, 2012, p. 138)

Em outra perspectiva, o brechó pode contribuir para que as peças

compradas ali tenham um valor emocional, agregado ao reforço à individualidade,

aspectos que fazem com que a peça tenha maior prazo de durabilidade e

consequentemente mais significado. BERLIM afirma: “Quanto mais significado

possui um objeto, maior o seu prazo de durabilidade, menor a sua obsolescência”.

(p. 53)

“As pessoas procuram os brechós por diversos motivos: por estarem


cansados de tantas novidades, do excesso de marcas e de tentar
acompanhar os diversos lançamentos e tendências do mundo da
moda; porque compreendem os brechós como uma maneira de se
gastar menos com roupas e acessórios, e também como uma forma
de buscar a qualidade de peças de marcas prestigiadas com preços
mais acessíveis; e , finalmente, porque existem pessoas para as quais
os produtos vintage são uma forma de diferenciação ou estilo”.
(BERLIM, 2012, p. 139)

Podemos considerar que o brechó atende a todas as classes sociais, atrai

todas as faixas etárias, com interesses que variam desde a procura por marcas

famosas, a economia na aquisição de produtos e a preocupação social e

ambiental com o consumo desenfreado do mundo moderno; o que leva o

consumidor a ver o brechó como uma opção de moda sustentável, e como a

moda vive se reinventando, o brechó acaba sendo o celeiro desse movimento.

5 Vintage é um estilo de vida e moda retrógrada, uma recuperação de estilos das décadas
de 1920, 1930, 1940, 1950 e 1960. (Tolkien, Tracy (2000). Vintage: the Art of Dressing up.
Pavilion).
2 O Brechó “Minha Avó Tinha” como exemplo de um modelo de

negócios sustentável.

O brechó Minha Avó Tinha é localizado na rua Doutor Franco da Rocha, uma

rua com bastante comércio e algumas residências, no bairro de Perdizes. O local

não teve um motivo especial para ser escolhido como ponto de venda, diz o dono

Frans Ambrósio.

Dentro do brechó os artigos são separados por categorias (roupas de festa,

casuais, étnicas, sociais etc) e épocas, também há a separação entre masculino

e feminino e peças para aluguel e venda.

Quando os produtos novos chegam, eles são higienizados no próprio brechó

por funcionárias, e é feita uma análise da peça pelos funcionários, datando a peça

e analisando suas características de estilo, para que eles possam repassar essas

informações na hora da venda. A grande maioria de seus itens são anteriores à

década de 90. Sendo que as peças a partir da década de 70 são as que estão em

maior quantidade.

O preço é dado por Franz Ambrósio de acordo com uma pesquisa de peças

semelhantes na alta costura e peças do varejo local, e também são considerados

os materiais, época e exclusividade, gerando então um valor percebido além do

preço de custo.

O público alvo é bem variado, porém destacam-se pessoas que procuram

peças e acessórios diferentes do que é proposto nas coleções atuais. Esse

público é fiel e costuma comprar mais de um produto a cada visita. Nota-se

também a tendência dos clientes de fazerem uma visita breve ao brechó.


A maioria dos itens estão disponíveis tanto pra aluguel quanto pra venda, no

entanto nota-se que aos fins de semanas costuma-se vender mais e durante a

semana o público alvo são os produtores de moda que buscam peças para alugar

e compor figurinos.

O brechó pode ser considerado sustentável por partir da premissa de que as

peças de roupas precisam ser duráveis, evitando assim uma maior geração de

lixo. Com a proposta do vintage eles também agregam valor às peças, fazendo

com que os processos de conservação só aumente a sua durabilidade das

mesmas.
3 Análise Técnica da peça

Anos 60 Peça

A população jovem começa a crescer e ter A peça escolhida tem como referência
mais destaque no mercado, existem opções esse estilo mais sério usado pelas
de estilo, desde o mais sério, usado pelas mulheres mais velhas, e que foi
mulheres mais velhas como Jacqueline consagrado nas peças da Chanel.
Kennedy e Coco Chanel, ao hippie e beatnik
usado pelos mais jovens. Como exemplo dessa massificação da
moda na época, o conjunto é feito por
As revistas de moda estão em ascensão e uma costureira e não possui etiqueta de
assim a moda da alta costura se torna mais alguma marca.
fácil de ser seguida pelas classes mais
baixas.

Modelagem Modelagem

Saia lápis, cintura alta, acima do joelho,


duas pencas na frente e duas atrás.
Casaco com a modelagem reta, não a
cinturado, manga 3/4, decote, penca no
busto.

Modelagem reta, visando a praticidade, e


sem muitos recortes para facilitar a produção
em série.
Tecidos Tecido
O tecido utilizado para confeccionar os Tecido exterior: acrílico e algodão, tecido
teilleurs (esse conjunto de saia e casaco, interno é poliéster. Tecidos que
consagrado pela Chanel) era o tweed, por ser acompanham a peça: botão encapado em
um tecido grosso e quente, e o Jersey, cetim. Aplicação: viés de cetim nas
também pela praticidade. extremidades do casaco

Máquina de costura Costura


Maquinário utilizado: máquina de costura
As costuras utilizadas na época eram feitas
reta, com bainha feita à mão.
com máquinas de costura reta, por causa do
início da fabricação em série no prêt-à-porter
e com acabamentos feitos à mão.

Fonte das imagens: Acervo dos autores,


http://revistatpm.uol.com.br/moda/chanel-liberta.html,
http://teusvestidos.wordpress.com/tag/historia-da-moda/,
http://roupasocial.net/2011/06/22/tailleur-um-classico/,
http://www.anosdourados.blog.br/2012/02/imagens-velharia-maquina-de-costura.html
4 Painel iconográfico

Fonte das imagens: acervo dos autores;


http://institutoriomoda.blogspot.com.br/
http://www.topmerken.org/duurzaamheid-en-merkwaarde/sustainability/
5 Ensaio fotográfico

A proposta do ensaio foi inserir a peça selecionada pelo grupo, original da

década de 1960, nos dias atuais, com base no público alvo do brechó “A Minha

Avó Tinha”: mulheres com idade entre 25 e 35 anos, que trabalham o dia todo,

cuidam dos filhos, da casa, e, ainda assim, conseguem tempo para si mesmas,

buscando adotar um estilo autentico e que buscam fugir de roupas tão sérias e

muitas vezes com cores contidas (como preto, cinza, branco, entre outras) usadas

em escritórios.

Na foto pode-se notar movimento ao ver que a essa mulher está

caminhando pela rua, e isso nos mostra a realidade de seu dia-a-dia.

A locação escolhida para o ensaio foi uma das travessas da Faria Lima,

ambiente onde se localiza grandes empresas e que seria o local de trabalho dessa

mulher, podendo ser uma grande executiva ou uma secretaria.


Na composição do look, há uma mistura de peças clássicas e outras mais

atuais. O clássico ficou representado pela bolsa e o sapato, peças que não fogem

do tradicional. Já o cinto metalizado, os óculos e a camisa rosa acrescentam

contemporaneidade.

O penteado usado pela modelo, vulgarmente conhecido como “rabo de

cavalo”, foi adotado por ser prático e elegante.

Considerações finais

Com a execução desse projeto foi possível relacionar o conceito de

sustentabilidade no seu aspecto econômico com o mercado de moda,

especialmente quando se pensa que a efemeridade é um dos motores desse

mercado. O brechó deve ser visto não apenas como um conceito, mas como

um modelo de negócios que possui grandes chances de prosperar.

O Brechó Minha Avó Tinha se mostrou uma rica fonte de pesquisa, sendo

possível analisar a sua estrutura, produtos, assim como seu público alvo. É

possível perceber claramente que esse brechó é gerido primeiramente com foco

no negócio, tanto na forma de precificar quanto na de escolher e organizar as

peças que estarão em seu catálogo e ainda assim a sustentabilidade está

presente, como é imperativo que esteja para que um negócio possa se manter

no mercado atual.

Na análise técnica da peças foi possível compreender como aspectos da

alta costura podem refletir na moda feita por um costureira local. Alguns estilos
se tornam fortes e ultrapassam barreiras geográficas e econômicas. Com o

ensaio fotográfico foi possível ainda ver que nem mesmo o tempo constitui uma

barreira para o uso de peças, e é por isso que algumas delas são chamadas de

atemporais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Pearson, 2003.

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Paulo: Editora Estação das Letras e Cores, 2012

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cores, 2008.

BRAGA, João. História da moda: uma narrativa. São Paulo: Anhembi Morumbi,

2004.

CALLAN, G. O. Enciclopédia da moda. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

FLETCHER, Kate; GROSE, Lynda. Moda e Sustentabilidade. Design para

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LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero : a moda e seu destino nas

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MESQUITA, Cristiane. Moda contemporânea, quatro ou cinco conexões

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PRECIOSA, Rosane. Produção Estética. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi,


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http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_16130/artigo_sobre_traando-o-

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-.Moda: um mercado que não para de crescer no Brasil. Disponível em:

<http://www.imil.org.br/divulgacao/podcast/moda-um-mercado-para-de-

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-. Núcleo operacional de Maringá participa de apresentação de pesquisa

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<http://www.peiexparana.com.br/site/noticias/385/n-cleo-operacional-de-

maring--participa-de-apresenta--o-de-pesquisa-realizada-pelo-iemi/4> Acesso

em: 26 de março de 2014

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