Sunteți pe pagina 1din 3

Interesse Geral Outros Posts

Quando é “tudo” e quando é “todo”? –


Tatiana Ribeiro
4 DE ABRIL DE 2016
Tatiana Ribeiro –

Um dos desafios encontrados pelos professores de português para estrangeiros é explicar o


uso do “tudo” e do “todo”. Para um falante nativo de português esse é um conceito natural e
internalizado desde cedo, mas para um estrangeiro, entender quando usar um e quando usar
outro não é tão simples assim. A perplexidade aumenta se o aluno é falante ou já estudou
espanhol.

No espanhol tudo é todo, o tudo não existe. Muito filosófico? Mas provavelmente todo
mundo já entendeu: “tudo” não existe no espanhol. No português o “tudo” é pronome
indefinido, enquanto o “todo”, na maioria das vezes, é adjetivo. Em espanhol, o “todo” é a
única opção, usada nos dois casos.

Nas palavras de uma minha aluna, no português o “tudo segue sozinho” enquanto o “todo
pede sempre companhia”. É verdade; o “tudo” é sujeito da oração; o “todo”, quando é
adjetivo, é um coadjuvante do substantivo, que lhe dá qualidade, que o define, mas que não
possui função sozinho.

Tudo foi decifrado.

Todo o mistério foi decifrado.


Como o “todo” quer sempre companhia, ele, ao contrário do “tudo” que vive bem sozinho,
tem o seu feminino e o seu plural. “Todo” e “toda” formam uma família com “todos” e
“todas”. O “tudo” é um vizinho que mora na casa ao lado, com suas opções que o levaram a
viver só.

Todo esse esforço não basta às vezes para explicar as diferenças entre o “todo” e sua família
e o solteiro “tudo”. Muitas vezes o professor tem que se valer de sinônimos e assim
chegamos à premissa de que “todo” muitas vezes é sinônimo de “inteiro”, o que vale dizer
que numa oração, onde posso usar “todo” quase sempre também posso usar “inteiro”. E o
mesmo vale para cada membro da família.

Vamos aos exemplos:

Ontem estudei o dia todo = ontem estudei o dia inteiro.

Maria saiu a tarde toda = Maria saiu a tarde inteira.

Mas atenção; isso só vale quando o adjetivo “todo” e sua família vêm depois do
substantivo.

Se eles se encontram antes e no plural, a coisa muda de figura.

“Todos os dias eu vou a pé ao trabalho” não equivale a dizer “os dias inteiros eu vou a pé
ao trabalho”, mas que“cada dia do mês e do ano eu vou a pé ao trabalho”.

Tudo bem. Toda família tem suas exceções, suas particularidades.

Minha experiência em sala de aula me mostrou que já no início de um curso de português o


problema das diferenças entre “tudo” e “todo” se apresentam. Por mais que se queira
prorrogar a questão para um nível A2, já no A1 a curiosidade dos alunos nos obriga a
explicá-la e propor alguns exercícios.

Como a língua espanhola hoje é muito estudada, principalmente na Europa e nos Estados
Unidos, muitos alunos que chegam aos cursos de português como segunda língua ou língua
estrangeira já possuem uma competência linguística em espanhol que acaba, de certa forma,
influenciando a aprendizagem.

Para explicar a diferença entre “tudo” e “todo” em português, já cheguei ao estado


desesperado de pedir ajuda aos ingleses e norte-americanos. Quase vencida, joguei a última
carta:

Tudo = everything

Todo, toda, todos e todas = all /the whole

I found all the pictures. / Encontrei todas as fotos.

The whole group said “oh, now it seems easy!” / O grupo todo disse: “agora sim está mais
claro”!
(Quase) tudo vale a pena para tentar explicar um conceito gramatical. / (Almost)
everything is worthwhile to explain a concept in a grammar lesson.

Para que os alunos se habituem ao uso de “tudo” e “todo” confio no tempo e… nos
exercícios. Segue aqui uma sugestão de atividade, indicada para o nível A2.

Complete as frases a seguir com tudo, todo, toda, todos ou todas.

 Eu comi o bolo______________________, estava delicioso!


 Ontem nós estudamos a tarde____________________porque temos prova amanhã.
 Carlos contou os recibos, estava___________________em ordem.
 _____________as caixas estavam abertas, mas os objetos estavam______________ali
dentro.
 Ele vai de bicileta para o trabalho________________as manhãs.
 ________________o jardim está coberto de flores! Uma verdadeira maravilha!
 Qualquer dúvida, chamem, estamos aqui para esclarecer_______________.
 Já está______________________pronto para a festa de hoje à noite.
 A família________________saiu de férias, a casa está vazia.
 Você já leu o livro________________? Pode me emprestar?
 Pretendo ir à ______________________as cidades de praia que ainda não conheço.
 A cidade______________________está repleta de turistas!
 ________________as pousadas da cidade estão lotadas.
 Continua____________________igual como antes.
 Ela precisa saber___________________a verdade, você vai ter que lhe
contar________________.

Tatiana Ribeiro
Graduada em Letras e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ). Mestre em Educação pela Università degli Studi di Firenze, na Itália.
Tradutora e professora de português para estrangeiros em escolas de línguas na Toscana,
autora do livro “Criatividade e Expressão – exercícios de português para estrangeiros”
(Editora Disal), da peça teatral bilíngue – italiano e português “Francisca Chiquinha
Gonzaga” (Robin Edizioni,Turim, Itália), do conto “Meu amigo Caravaggio” (Amazon.com
em formato e-book) e de dois contos – “Adelaide” e “Giovanni e la Festa” – publicados na
coletânea “Io Racconto”, na Itália.

S-ar putea să vă placă și