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Disciplina: Bioquímica
Teresina – Piauí
2012
Introdução
As proteínas são substancias orgânicas de alto peso molecular formadas por um grande
número de aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas. “Elas ocorrem em todas as
células e em todas as partes destas” (NELSON, COX, 2002). São os constituintes básicos da
vida: tanto que seu nome deriva da palavra grega "proteios", que significa "em primeiro lugar".
Nos animais, as proteínas correspondem a cerca de 80% do peso dos músculos desidratados,
cerca de 70% da pele e 90% do sangue seco.
As células dos organismos vivos contém uma variedade de proteínas com funções diferentes.
“O mais notável é que as células podem produzir proteínas com propriedades e atividades
extraordinariamente diferentes, pela reunião dos mesmos 20 aminoácidos em muitas
combinações e sequencias diversas.” (NELSON, COX, 2002). As membranas que circundam
as células são proteínas, as reações metabólicas que se dão no interior das células são
catalisadas por enzimas que são proteínas. A reprodução das células e a transmissão das
características hereditárias dependem das proteínas. Certos hormônios são proteínas, e os
anticorpos que defendem o corpo são proteínas.
As proteínas apresentam uma diversidade incrível de funções, mas, todas têm em comum a
característica estrutural: são polímeros lineares de aminoácidos. Segundo Campbell (2000)
“para uma cadeia de 20 aminoácidos, há mais de 1 bilhão de sequencias possíveis”.
Cada aminoácido apresenta um grupo carboxila, um grupo amino primário e uma cadeia lateral
distinta ligado ao carbono alfa, sendo essa ultima a que determina o papel do aminoácido na
proteína.
De acordo com Campbell (2000) “proteínas biologicamente ativas são polímeros que consistem
de aminoácidos ligados por ligações peptídicas covalentes”. A complexidade da estrutura
proteica é analisada considerando os quatro níveis de organização, denominados: primário,
secundário, terciário e quaternário.
Quando as proteínas são hidrolisadas, elas são convertidas numa mistura de aminoácidos.
“Por hidrólise, as proteínas fornecem somente aminoácidos (proteínas simples) ou, além dos
aminoácidos, outros compostos orgânicos ou inorgânicos (proteínas conjugadas). A porção não
proteica é denominada grupo prostético” (MOTTA, 2009).
Hidrólise proteica, então, é a reação reversa da síntese proteica, isto é, a proteína ao hidrolisar-
se regenera os aminoácidos que lhe deram origem.
“A carga elétrica de uma proteína é o somatório das cargas apresentadas pelos aminoácidos
que a compõem. [...] As proteínas exibem valores de pI característicos que refletem a
proporção entre aminoácidos ácidos e básicos em sua composição.” (MARZZOCO, TORRES,
1999). A precipitação das proteínas com metais pesados se dá com cátions como Hg2+, Pb2+,
Cu2+, Fe2+, Cd2+e Zn2+ formam precipitados insolúveis de proteínas, denominados de
acordo com o elemento formador (exemplo: proteinato de mercúrio, proteinato de chumbo,
etc.).
A precipitação se torna mais intensa quando o pH está acima do ponto isoelétrico (pI). Isso
porque, acima do pI, a carga líquida sobre a proteína é negativa, favorecendo a interação com
os cátions provenientes do sal.
A molécula proteica é tão complexa que às vezes é difícil interpretar o seu comportamento
químico. “Os aminoácidos têm pelo menos dois grupos ionizáveis, que podem existir na forma
protonada e desprotonada, dependendo do pH do meio em que se encontram” (MARZZOCO,
TORRES, 1999).
Proteína, de forma geral, reflete as propriedades químicas dos seus aminoácidos. Muitas das
reações coloridas dependem da presença de um determinado aminoácido.
“Na análise de aminoácidos, avanços importantes foram obtidos quanto aos equipamentos e
reagentes.” (BERNARDI et al, 2003). O propósito desta aula pratica foi familiarizar a nós,
estudantes, com alguns dos experimentos usados.
Objetivos
Esta prática teve como objetivos caracterizar a presença de material biológico em proteínas
através de testes que reconheçam a presença de aminas primárias presentes em solução
(reação da ninhidrina); a presença de peptídeos com mais de três resíduos de aminoácidos
(reação do biureto);Verificar experimentalmente a precipitação de proteínas com metais
pesados e relacionar as observações práticas com a teoria de propriedades gerais, estrutura e
isolamento de proteínas.
Matérias e métodos
3.1: Materiais
Solução de Ovoalbumina
Solução de Biureto
Solução de Gelatina
Solução de Ninhidrina
Solução de HgCl2 5%
Água destilada
Tubos de ensaio
Pipetas
Becker
Tela de amianto
Tripé de ferro
Bico de Bunsen
3.2: Métodos
No primeiro tubo de ensaio foi colocado 2 ml da solução de ovoalbumina junto com o reagente
biureto. No segundo tubo, 2 ml da solução de gelatina e 2 ml de biureto. No terceiro tubo, 2 ml
de água destilada adicionando também 2 ml de biureto. Todos os tubos foram agitados e
anotou-se o resultado de cada para posterior discussão.
Foi colocado num tubo de ensaio uma pequena quantidade de cabelo, junto com 5 gotas de
solução de acetato de chumbo 10% e 2mL de solução de NaOH 50%. Posteriormente, a
solução foi levada a fervura durante 5 minutos.
Resultados
1. 1° tubo: houve reação entre a solução e o reagente. A solução ficou bem turva com formação
de precipitado.
2. 2º tubo: também ouve a reação, mas a solução ficou menos turva, com pouco precipitado.
Discussão
Esta reação é utilizada para verificar a presença de peptídeos com 3 ou mais resíduos de
aminoácidos. As proteínas ou peptídeos, quando tratados por uma solução diluída de sulfato
de cobre em meio alcalino (solução de biureto), apresentam uma coloração roxa, que é
característica. A solução de ovoalbumina, quando submetida à reação do biureto ficou roxa,
indicando a provável presença de peptídeos em solução. A solução de gelatina ficou azulada
porque a intensidade da cor é proporcional ao número de ligações peptídicas existentes. A
água destilada submetida ao mesmo procedimento apresentou coloração azul clara,
provavelmente devido à alcalinização do sulfato de cobre.
A adição de sais de metais pesados, tais como mercúrio e chumbo levam à formação de sais
denominados "quelatos" entre os aminoácidos ácidos e estes metais. A proteína precipita
porque estes sais são insolúveis em água e também porque, com a quebra das ligações
iônicas, os aminoácidos hidrofóbicos ficam mais expostos ao meio aquoso. A precipitação é
mais intensa quando o pH está acima do ponto isoelétrico (pI). Isso porque, acima do pI, a
carga líquida sobre a proteína é negativa, favorecendo a interação com os cátions provenientes
do sal.
Conclusão
Referencias Bibliográficas
BERNARDI, Carlos Roberto; LUIZ, Marilde Terezinha Bordignon; ZANOTTO, Dirceu Luiz e
GUIDONI, Antônio Lourenço. Preparo de hidrolisados proteicos para a análise de
aminoácidos. Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]. 2003, vol.23. ISSN 1678-457X.
CAMPBELL, Mary K. Bioquímica. Trad. Henrique B. Ferreira... [et al.]. 3 ed. Porto Alegre:
Artmed, 2000. 752 p. ISBN 978-85-7307-676-9.
NELSON, David L; COX, Michael M. Lehninger princípios de bioquímica. 3 ed. São Paulo:
Sarvier, 2002. ISBN: 85-7378-125-4.