Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
MATERIAL DIDÁTICO
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 3
UNIDADE 1 - AS ORIGENS DA SOCIOLOGIA ......................................................................................... 5
UNIDADE 2 - A SOCIOLOGIA NO BRASIL..............................................................................................19
UNIDADE 3 - ALGUNS TEMAS DE SOCIOLOGIA..................................................................................40
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................46
INTRODUÇÃO
Augusto Comte
A sociologia nasce com a doutrina positivista de Augusto Comte (1798 –
1857). A doutrina positivista propõe uma série de elementos fundamentais, dos
quais, três serão analisados a seguir. São eles: a lei dos três estágios, a doutrina da
ciência, e, por fim, a sociologia como física social.
ordem social. Este foi o objetivo de toda a filosofia política e de toda filosofia ética
criadas até então: Aristóteles, Santo Tomás de Aquino, Maquiavel, Hobbes,
Rousseau e tantos outros criaram sistemas políticos que buscavam seus
fundamentos em pura metafísica e, por isso, suas predições não tinham qualquer
valor científico, o que vale dizer, não poderiam efetivamente provocar as mudanças
que anunciavam. O objetivo é, então, conhecer por meio da observação dos fatos e
do uso da razão, a mecânica das sociedades e planejar de tal modo a prevenir
futuras crises. “É na previsibilidade racional do desenvolvimento futuro da
convivência social que se pode resumir o espírito fundamental da política positiva”.
(REALE, 1990, p. 301).
Émile Durkheim
Émile Durkheim (1855 – 1917) funda o que ficou conhecido como “sociologia
científica”, porque pretende torná-la uma ciência autônoma e, diferentemente, de
seus antecessores, procura se afastar das bases metafísicas da sociologia e
transformá-la definitivamente em uma ciência. A sociologia não deve ser uma
filosofia da história que tenha por objetivo determinar as leis gerais que promovem a
marcha da humanidade. Ela também não deve pretender ser metafísica tendo por
objeto definir a natureza da sociedade. Essas críticas são dirigidas a diversos
pensadores que teriam, ora mais, ora menos, elaborado teorias que não atendiam
às especificações de uma ciência. O sistema comteano caracterizava-se por ser
extremamente autoritário, uma vez que queria entregar o poder político a técnicos;
Max Weber
Max Weber (1864 – 1920) dentre suas inúmeras obras escreveu a que mais
influenciaria, sem dúvida nenhuma, o século XX: A ética protestante e o espírito do
capitalismo de 1904 - 1905. Além de estudos específicos da sociologia Weber
também refletiu sobre as ciências humanas em Estudos críticos sobre a lógica da
sociologia (1906).
infinita o sociólogo define quais fenômenos deseja estudar a parir de seu próprio
interesse, mas o interesse não está no fenômeno em si, como vimos.
Outro aspecto da teoria de Weber é a teoria do tipo ideal. Seu objetivo é dar o
máximo de cientificidade possível à sociologia e, para obter isto, precisa de recursos
teóricos adequados. Segundo as palavras de Weber:
Conforme Reale, para Weber, o calvinismo pode ser sintetizado, sob o ponto
de vista acima apresentado, em quatro características fundamentais:
e) No calvinismo não há nada que possamos fazer para garantir, por nós mesmos,
nossa salvação, ao contrário da ética católica na qual, fazer boas obras é uma
forma de conquistar maiores chances de salvação eterna. Cabe somente a Deus
decidir quem será salvo e que não o será e nós não podemos ter a pretensão de
pretendermos influenciar as decisões divinas com nossas obras. Além disso,
Deus já sabe quem será e quem não será salvo; este é o problema da
predestinação. Porém, há um outro aspecto que Weber observa ser um dos
fundamentos do capitalismo: alguns sinais exteriores evidenciam quem são os
escolhidos, os electi. O sucesso material na vida mudana, na profissão, o lucro
são vistos como prova da escolha divina. Como vimos isto não significa que o
calvinista usará este sucesso para o deleite, ao contrário, há uma certa angústia
que o leva a trabalhar cada vez mais, pois não tem como saber se será ou não
salvo.
O modo de produção é a forma pela qual uma sociedade produz seus bens,
seus serviços bem como o modo pelo qual os utiliza e distribui entre seus membros.
Para Marx, o “motor da história” é o modo de produção, pois é ele quem determina
os outros campos da sociedade. Portanto, modo de produção é a relação direta
entre as forças produtivas e as relações sociais de produção.
portanto, tanto na sociedade geral, quanto nas sociedades particulares deve haver a
revolução burguesa, isto é, o momento no qual a burguesia deixa de ser dominada
pela nobreza e assume o poder instaurando a democracia.
de análise dos fenômenos sociais e uma segunda fase, já no início do século XX,
caracterizada por análises mais complexas baseadas em princípios histórico-
pragmáticos e histórico-geográficos. Esta segunda fase, mais do que a primeira,
fornece elementos mais concretos para o ulterior desenvolvimento da sociologia
como ciência no Brasil.
O Brasil era um vasto campo tanto para os estudos sociológicos quanto para
os antropológicos. Alguns exemplos deste campo de estudos são: as inúmeras
culturas das nações indígenas em território nacional; contatos, conflitos e
acomodações de povos e culturas diversas vivendo sob um mesmo espaço;
decorrente do item anterior o problema das relações étnicas o contraste entre as
sociedades urbanizadas – e cujo processo de urbanização se acelerava cada vez
mais – e culturas populares remanescentes, especialmente das sociedades rurais.
Além disso, outros fenômenos também passam a ser objeto de estudo e pesquisas
sociológicas no Brasil, tais como: a migração; a estratificação e mobilidade sociais.
Este quadro de sociedade dual era considerado uma realidade não somente
do Brasil, mas também de toda a América Latina. Então, caracterizava-se a
sociedade rural como uma sociedade arcaica, na qual as relações entre os
indivíduos eram marcadas pela familiaridade e pela pessoalidade e manifestada em
instituições como o compadrio, a dominação paternalista, o clientelismo, formas de
trabalho arcaicas. Neste tipo de sociedade, as possibilidades de mudança da
posição social do indivíduo são mínimas, pois a estratificação social é rígida.
Florestan Fernandes
Os estudiosos do pensamento de Florestan Fernandes costumam dividir sua
obra em quatro etapas:
a) Etapa de formação
No entanto, sua obra não tem como único pano de fundo a sociologia
aplicada, pois há uma questão que permeia sua reflexão neste período: teria a
burguesia brasileira condições de fazer uma revolução burguesa igual a do modelo
francês, isto é, racional-democrática-popular?
Esta terceira etapa denota uma ruptura com a forma de produção intelectual
até então. Em Sociedade de classe e subdesenvolvimento, de 1969, Florestan
Fernandes interpreta o subdesenvolvimento econômico do Brasil como um
Por isso, podemos dizer que a burguesia brasileira torna-se uma classe
dominante autocrática na medida em que pratica uma democracia limitada aos
membros da própria classe e, por outro lado, mantém o monopólio da acumulação
de capital.
No entanto, seu trabalho teórico não se esgotou com a ação política e neste
período escreveu várias obras, dentre elas: O processo constituinte, de 1988; O PT
Neste mesmo ano, funda junto com outros intelectuais, como Paul Singer e
José Gianotti, entre outros, o CEBRAP – Centro Brasileiro de Análise e
Planejamento.
Em 1994 foi eleito presidente da República, sendo reeleito em 1998. Sob seu
governo o Brasil conheceu a estabilidade econômica. Liedke Filho assinala três
teses que o sociólogo – e o político – orientaram sua ação ao longo de seus oito
anos de mandato:
OCTÁVIO IANNI
Octávio Ianni (1926 – 2004) é, sem dúvida uma das referências da chamada
“escola paulista de Sociologia”, além de ser inegavelmente, um dos grandes pilares
da sociologia no Brasil, pois, em seus cinquenta anos de carreira, somou à figura do
acadêmico, pesquisador e docente a do intelectual atento às questões de seu
tempo.
Tendo sido aposentado compulsoriamente, por efeito do AI-5, fez parte ainda
do corpo docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, da equipe de
pesquisadores do CEBRAP, além de ter sido professor visitante e conferencista
convidado em diversas universidades norte-americanas, latino-americanas e
européias. Retomou a docência definitivamente na Universidade Estadual de
Campinas, onde trabalhou até seus últimos dias no ano de 2004.
sua obra um conjunto de três grandes temas revisitados durante todo o decorrer de
sua produção intelectual.
“Nos anos 70 amplia o seu escopo e interpretação para dois temas que
também foram constantes na sua sociologia política, a natureza do Estado e
a América latina, desenvolvidos em A formação Estado populista na
América Latina, de 1975. Já não lhe bastava explicar o Brasil; para captar a
dinâmica do capitalismo, era necessário cotejar as nuanças do Estado na
região.” (2005,p.1)
Desta segunda fase, ainda segundo Lima, faz parte também o Ciclo da
Revolução Burguesa; no qual retoma os temas da industrialização, do populismo,
somados agora outras problemáticas como a das formas burguesas nos países
periféricos, os militares e as possibilidades da revolução socialista na América
Latina.
Em sua terceira fase, tem por foco as relações que nascem e se transformam
a partir da compreensão das sociedades não mais pela perspectiva de uma relação
entre centro e periferia, mas a partir de uma relação norteada pela globalização, pelo
sistema-mundo e pelo crescente domínio do imperialismo – econômico e militar –
MAURÍCIO TRAGTENBERG
Maurício Tragtemberg (1929 – 1998), sociólogo e intelectual ligado ao meio
acadêmico paulista, destacando-se, seu pensamento e sua obra em função de sua
constante preocupação com as questões ligadas às classes trabalhadoras.
Vindo para São Paulo, ainda na infância, teve contato, na adolescência com o
PCB, do qual foi expulso em virtude de sua crítica ao pensamento stalinista e sua
aproximação com o pensamento trotskista. Frequentava assiduamente a Biblioteca
Mário de Andrade, tornando-se amigo de jornalistas e intelectuais, tendo resolvido,
por sugestão de Antonio Cândido, candidatar-se ao vestibular das Ciências Sociais
Todos os direitos reservados ao Instituto Prominas de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Instituto Prominas.
38
Conforme Oliveira:
Comunidade
A concepção do termo comunidade em sociologia ganhou uma acepção
diferente do que é utilizado em outras ciências humanas. Desta forma, é necessário
precisar quais são suas principais características.
Sociedade
Ao contrário das comunidades que são fundadas em laços afetivos, as
sociedades caracterizam-se pela impessoalidade, pois as relações humanas são
baseadas em convenções. Por exemplo, os grandes centros industriais-urbanos são
regidos por leis e regulamentos racionalmente elaborados a fim de tornar possível o
convívio de um grande número de pessoas em um espaço geograficamente limitado.
Cidadania
As relações de solidariedade que harmonizam a vida nas comunidades, como
vimos, desaparecem nas sociedades societárias. Dessa forma, o individualismo de
interesses e valores põe em risco a própria coexistência dos membros. As leis,
regras e normas sociais devem regular as relações e os direitos, mas não são
suficientes, pois o processo de vigilância e punição de infratores não pode ser a
única forma de promover a convivência social.
Cultura
O tema da cultura torna-se objeto de estudo tanto da Antropologia,
especialmente o ramo conhecido como Antropologia Cultural, quanto da Sociologia.
Em primeiro lugar, é importante diferenciar os termos que procuram definir a cultura:
As Instituições Sociais
Trata-se da organização de um grupo social, dentro da sociedade, que se
torna estável em virtude de regras e procedimentos padronizados, cujo objetivo é
manter a coesão interna do grupo.
REFERÊNCIAS