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ESCOLA TÉCNICA DA SAÚDE DE CONSELHEIRO LAFAIETE

TÉCNICO EM MINERAÇÃO

NOME DO ALUNO

GEOLOGIA
Dobras e falhas

CONSELHEIRO LAFAIETE
2019
NOME DO ALUNO

GEOLOGIA
Dobras e falhas

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à


Escola Técnica da Saúde de Conselheiro
Lafaiete – ESTEC, Curso Técnico em
Mineração.

Orientador: Prof. Rafael Luis Santos Carvalho.

CONSELHEIRO LAFAIETE
2019
NOME DO ALUNO

GEOLOGIA: Dobras e falhas

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao Curso Técnico em Mineração da Escola


Tecnica da Saúde – ESTEC.

APROVAÇÃO

Professor e Coodrdenador Rafael Luis Santos Carvalho

Aprovado em ___/___/_____
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Ciclo das rochas.....................................................................................................................12

Figura 2: Teoria da deriva continental..................................................................................................14

Figura 3: Placas tectônicas no mundo...................................................................................................14

Figura 4: Limites entre placas...............................................................................................................15

Figura 5: a) Flambagem b) Cisalhamento.............................................................................................17

Figura 6: Elementos de uma dobra.......................................................................................................18

Figura 7: Dobra antiforma e sinforma...................................................................................................19

Figura 8: Dobras anticlinal e siclinal......................................................................................................19

Figura 9: a) Dobra horizontal; b) Dobra vertical e c) Dobra inclinada...................................................20

Figura 10: Dobras em relação a simetria..............................................................................................20

Figura 11: Dobra normal.......................................................................................................................21

Figura 12: Dobra recumbente...............................................................................................................21

Figura 13: a) Dobra normal; b) Dobra recumbente e c) Dobra inversa.................................................22

Figura 14: Elementos de falha..............................................................................................................23

Figura 15: Movimento relativo dos principais tipos de falhas...............................................................24

Figura 16:Diagrama da Falha de Salvador.............................................................................................25

Figura 17: Vista do elevador Lacerda....................................................................................................25


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................6

2 DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................................7

2.1 Geologia.................................................................................................................................7

2.2 Conhecimento geológico no Brasil..........................................................................................8

2.3 Geologia estrutural...............................................................................................................11

2.4 Rochas..................................................................................................................................11

2.5 Tectônica de placas...............................................................................................................13

2.6 Deformações das rochas.......................................................................................................16

2.7 Dobras..................................................................................................................................17

2.7.1 Elementos geométricos de uma dobra.........................................................................18

2.7.2 Classificação das dobras................................................................................................18

2.8 Falhas....................................................................................................................................22

2.8.1 Elementos de uma falha...............................................................................................23

2.8.2 Principais tipos de falha................................................................................................24

2.8.3 Reconhecimento de uma falha.....................................................................................26

3 CONCLUSÕES................................................................................................................................27

4 REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO......................................................................................................28
6

1 INTRODUÇÃO

O conhecimento geológico tem grande importância dentro da sociedade, visto que


processos e estruturas geológicas possuem implicações diretas e indiretas na história de
ocupação territorial e nas atividades econômicas de grande relevância de uma região.

O presente trabalho faz uma revisão teórica a respeito da definição de geologia e da


evolução do conhecimento geológico no Brasil (Machado, 2009), dos conceitos básicos
relacionas a geologia estrutural, tratando mais especificamente de dobras e falhas.

A geologia estuda as rochas do topo das montanhas, da costa, dos fundos oceânicos, das
profundezas da crosta e do centro da Terra, investiga terremotos e vulcões caracteriza a
dinâmica externa como água subterrânea, rios, lagos e geleiras, decifra o movimento da
Crosta (Placas Tectônicas), localiza ouro, diamantes, carvão e petróleo e estuda a vida
pretérita (fósseis). Assim a geologia, portanto tem um papel decisivo na qualidade de
ocupação e aproveitamento dos recursos naturais desde o solo onde se planta e constrói até os
recursos energéticos e matérias primas industriais.

A geologia foi essencial também no passado para determinar a idade da Terra, que se
calculou ter cerca de 4,6 bilhões de anos, e a desenvolver a teoria denominada tectônica de
placas, segundo a qual a litosfera terrestre, que é rígida e formada pela crosta e o manto
superior, dispõe-se fragmentada em várias placas tectônicas, as quais se deslocam sobre
a astenosfera.

Os maiores problemas em escala global estão diretamente associados ao ambiente


geológico. São eles: a falta de água ou de acesso a fontes de água potável; perdas econômicas
e humanas geradas por riscos geológicos; conflitos pelo controle dos recursos geológicos.
Assim muitos geólogos argumentam que o conhecimento geocientífico é essencial para a
resolução de muitos desafios ambientais enfrentados pela nossa sociedade atualmente.
7

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Geologia

A palavra geologia vem do grego (geo-, "a terra" e logos, "palavra", "razão"). Segundo
consta no dicionário Cambridge, “geologia é o estudo das rochas e processos físicos da Terra
que auxiliam na compreensão de sua origem e história.” A Geologia é a ciência do Planeta
Terra. É o conhecimento que se tem dos materiais dos quais o planeta é constituído, dos
processos físicos e químicos que ocorrem em sua superfície e em profundidade, da sua
história evolutiva e suas interações com as formas devida.

Geologia é uma ciência natural que utiliza a Matemática, Física e Química e todas as
suas ferramentas, para investigar o meio natural do planeta. A geologia é dívida em duas
granes áreas:

 Geologia Geral ou Dinâmica: é o estudo da composição, da estrutura e dos


fenômenos genéticos formadores da crosta terrestre, como do interior da Terra.

 Geologia Histórica: estuda e procura datar cronologicamente a evolução geral,


as modificações estruturais, geográficas e biológicas ocorridas na história da
Terra.

Mas por ser uma ciência muito mais ampla, a geologia é subdividida em áreas como
Geologia de Engenharia, Geologia estrutural, Geofísica, Geoquímica, Sedimentologia,
Estratigrafia, Petrologias Ígnea, Sedimentar e Metamórfica, Cartografia, Geologia Médica,
Pesquisa Mineral, Geomorfologia, Hidrogeologia, Geologia Econômica, Geologia Ambiental,
Paleontologia, Geologia Social, dentre outras.

As características das instalações urbanas como localização, estruturação e


funcionamento estão sob influência direta de fatores ambientais como geomorfologia e relevo.
Em países em desenvolvimento, onde se observa uma ocupação irregular do solo devido
gestão ineficiente dos terrenos urbanos pode resultar em danos ao solo, água e paisagens,
além da ocupação em áreas de risco que gera perigo para a população. (Oliveira, 2010).
8

2.2 Conhecimento geológico no Brasil

Hasui et al. (2012) definiu seis fases para a evolução do conhecimento geológico no
Brasil.

1. Fase dos aventureiros (século XV a XVIII

O primeiro interesse na geologia do Brasil foi na época da colonização portuguesa com


objetivo de exploração dos recursos naturais (mercantilismo). A exploração visava apenas
somente o abastecimento da metrópole.

Nessa fase os relatos são desprovidos de observações geológicas significativas e de


pessoal técnico com conhecimento em geologia. Mas são comunicadas as primeiras
ocorrências de esmeralda, alguns metais e pedras preciosas. Tem-se o início da garimpagem
de ouro ao redor de Vila Rica (atual Ouro Preto) e Mariana, além do litoral sudeste do Brasil,
e a garimpagem de diamante na região do Arraial do Tijuco (atual Diamantina).

2. Fase Pioneira (1790-1810)

Com a decadência da mineração no Brasil pela exploração rudimentar e predatório, essa


fase marca o nascimento e chegada da geologia moderna ao Brasil. E a formação de
profissionais como José Vieira Couto, Manuel Ferreira de Câmara Bittencourt e Sá e José
Bonifácio de Andrada e Silva em Portugal, que contribuíram com estudos de caráter científico
de algumas regiões do Brasil.

3. Fase das grandes expedições naturalistas estrangeiras (1810-1875)

Fase marcada pela chegada de estudiosos estrangeiros (naturalistas) para desenvolver


estudos do meio natural no Brasil Colônia, incluindo a observação e descrição de ocorrências
minerais, minas e aspectos geológicos. Dentre os naturalistas, vale destacar Barão Wilhem L.
von Eschwege, Peter W. Lund, Auguste de Saint-Hilaire, Mawe, Spix e Martius (Hasui et al.,
2012).
9

A viagem do casal Agassiz ao Brasil em 1865 e o livro publicado por Charles Frederich Hartt
– Geology and Physical Geography of Brazil, também são um marco nessa fase (Sanjad,
2004).

4. Fase das Comissões Geológicas (1875-1907)

Com a intenção de caracterizar os terrenos favoráveis a cafeicultura, nessa fase iniciou-se


pesquisas realizadas por geólogos baseadas nas observações de viajantes e naturalistas,
coordenadas por diferentes instituições. Foram criadas a Comissão Geológica do Império
(1875), Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo (1886), Comissão de
Estudos das Minas e Carvão do Brasil (1892), Comissão de Exploração do Planalto Central
(1894).

Foi criado também a Real Academia Militar (1792) depois Escola Politécnica (1874) e
Escola de Minas (1876), atual Escola de Minas de Ouro Preto.

5. Fase da consolidação das pesquisas (1907-2000)

Em 1907, Orville Adelbert Derby organiza o setor mineral brasileiro com a criação do
Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, transformado no atual Departamento Nacional
de Produção Mineral em 1934.

Nos anos subsequentes são criados: Companhia Petróleos do Brasil (1931), Conselho
Nacional do Petróleo (1938), Companhia Vale do Rio Doce (1942), Sociedade Brasileira de
Geologia (1946), Petrobrás (1953), Ministério de Minas e Energia (1960) e autarquias
vinculadas (Aneel, ANP e DNPM), Comissão Nacional de Energia Nuclear (1962),
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (1969) e Projeto RADAM (1970-1985). Nas
últimas décadas do século XX são criados diversos serviços geológicos em nível estadual,
voltados principalmente à Pesquisa Mineral. A partir de 1990 há o uso crescente de
geotecnologias de apoio, como geofísica, geocronologia e geoquímica.

6. Fase das pesquisas consolidadas (2000 – atual)

A realização do 31º Congresso Internacional de Geologia no Brasil no Rio de Janeiro,


2000, marca um grande aumento da produção científica e técnica e com o reconhecimento da
10

sua importância pela comunidade internacional. Com a utilização do Sistema de Informações


Georrefenciadas (SIG) foi disponibilizado mapas básicos, criação de redes de pesquisa e
reconhecimento de laboratórios nas áreas de geocronologia e geoquímica isotópica como
vanguarda mundial.

A geologia de engenharia, geologia ambiental e geotécnica começam a se envolver em


estudos e atividades de prevenção e remediação de catástrofes “naturais” como enchentes,
deslizamentos, comumente potencializadas pela ação antrópica. Cresce o esforço para a
preservação do patrimônio geológico, que inclui o inventário e, frequentemente, a preservação
de geossítios (sítios geológicos com importância científica, educacional, histórica, dentre
outras). Há a implantação dos primeiros Geoparques, que consistem de um modelo de
administração territorial que se estabelece uma área bem definida, visa o desenvolvimento
autossustentável e a fixação da população local, por meio de atividades educacionais,
turísticas, comerciais e industriais (que podem incluir a mineração).

Em 2015 o rompimento da barragem da Samarco em Mariana, marcou negativamente a


industrial mineral evidenciando fatores hidráulicos e geotécnicos como causa essencial do
desastre, mostrando que técnicas de disposição de rejeito antes consideras seguras precisavam
ser revisadas.

Em 2016, Gill publica um artigo onde ele divide as geociências em 11 áreas e as relaciona
aos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ONU, 2015b).

Em 2018, surgi o conceito de indústria 4.0, considerada a Quarta Revolução Industrial, e


engloba tecnologias para automação, análise de dados, redução de custos, controle e
customização operacional, dentre outras, mostra um novo caminho que deve ser seguido por
todas as áreas, mudando a visão direcionando os estudos, inclusive da geologia, para o futuro
tecnológico.
11

2.3 Geologia estrutural

Estrutural deriva da palavra em Latin Struere que significa construir. A geologia


estrutural é o estudo da estrutura da Terra. Estuda os processos deformacionais da litosfera e
as estruturas decorrentes dessas deformações. Investiga, de maneira detalhada, as formas
geométricas que se desenvolvem em decorrência do dinamismo de nosso planeta. A geologia
estrutural observa o corpo deformado para inferir a sua forma original e o que aconteceu. Esse
estudo pode ser desde escala microscópica com a observação das deformações dos cristais
formadores das rochas até a escala macroscópica de proporção continental.

A geologia estrutural é uma das disciplinas com maior importância na geologia,


devido seu vasto campo de aplicações, como na geotécnia, risco ambiental, geologia
econômica, evolução crustal, geotectônica, geodinâmica etc. Na geotécnica e risco ambiental,
por exemplo, é o conhecimento das estruturas geológicas que vai determinar o quanto de peso
o terreno vai suportar, quer seja para construção de edifícios, pontes, portos, barragens ou
construções em áreas de encostas ou taludes.

Na geologia estrutural procura-se responder três perguntas básicas sobre um corpo:


Qual é o tipo de estrutura investigada? Período geológico em que ele se desenvolveu? E em
quais condições ele se formou?

Os estudos que envolvem a geologia estrutural são três: análise geométrica, analise
cinemática e analise dinâmica. A análise geométrica estuda tamanho, forma e orientação das
estruturas e envolve observações de campo, analises de deformações no laboratório, estudo de
perfis geofísicos, interpretação de imagens aéreas, modelos digitais de relevo. A análise
cinemática é o estudo os movimentos que geram as diferentes geometrias rochosas, utiliza-se
de base matemática para o tratamento das informações para gerar o mapeamento da
deformação. E a análise dinâmica que estuda as forças que causam o movimento.

2.4 Rochas

As rochas que compões a crosta terrestre são formadas por um conjunto de minerais.
Podem ser divididas em três grandes grupos que estão em constante transformação, passando
12

de um tipo a outro, em decorrência das dinâmicas interna e externa da Terra. O chamado ciclo
das rochas ilustra as diversas possibilidades de transformação de um tipo de rocha em outro.

Figura 1: Ciclo das rochas

As rochas ígneas, também conhecidas como rochas magmáticas, são formadas pela
solidificação (cristalização) de um magma, que é um liquido com alta temperatura, em torno
de 700 a 1200°C, proveniente do interior da terra. Podem conter jazidas de vários metais (ex:
ouro, prata, cobre, estanho) e trazem a superfície do planeta importantes informações sobre as
regiões profundas da crosta e do manto. Exemplos de rochas ígneas são o arenito e granito.

As rochas sedimentares são formações naturais resultado da compactação de sedimentos


de outras rochas ou da precipitação de minerais salinos dissolvidos de ambientes aquáticos.
Os provenientes das rochas erodidas são transportados pela água e pelo vento para outras
áreas, geralmente o fundo dos oceanos, onde são depositados. Há lentamente um acúmulo em
razão da sobreposição de várias camadas de sedimentos no fundo dos oceanos, aumentando o
peso e a pressão sobre as camadas inferiores, dando origem a um processo chamado
de diagênese ou litificação. Nesse processo, os sedimentos unem-se e consolidam-se, dando
origem às rochas sedimentares.
13

Como quase sempre essas rochas formam-se no fundo dos oceanos, onde a pressão é
maior, elas só são encontradas em áreas continentais em função do movimento das placas
tectônicas, que desloca lentamente os continentes com o passar das eras geológicas. Tal
ocorrência também pode manifestar-se nas áreas de rios. Exemplos são calcário e dolomita.

As rochas metamórficas formaram-se a partir das transformações sofridas pelas rochas


magmáticas e sedimentares quando submetidas ao calor e à pressão do interior da Terra.

O metamorfismo acontece naturalmente por causa do movimento intenso e constante do


núcleo terrestre, provocando o movimento periódico da crosta. O movimento da crosta, por
sua vez, dá início a um rearranjo nas rochas localizadas na parte superior, sendo, que quando
as rochas magmáticas e as sedimentares são empurradas a níveis inferiores, ocorre o processo
de formação da rocha metamórfica. Exemplos são mármore e gnaisse.

2.5 Tectônica de placas

A teoria da deriva continental foi proposta pelo geofísico e meteorologista alemão


Alfred Lothar Wegener. Incialmente, o mundo era um só existindo apenas um continente
denominado, Pangeia. Com o passar dos milênios, as placas tectônicas foram se
movimentando, o que proporcionou a fragmentação do gigante continente. Então, dois novos
supercontinentes surgiram: a Laurásia e a Gondwana. Pela teoria da tectônica de placa, as
movimentações da crosta continuaram, graças a ação das células de convecção possibilitando
a formação dos atuais continentes. A litosfera está fragmentada em cerca de doze placas
tectônica principais e outras menores.
14

Figura 2: Teoria da deriva continental

Figura 3: Placas tectônicas no mundo

A movimentação das placas tectônicas é constante e ocorre há milhões de anos, mais


imperceptível aos olhos humanos e contribui para a formação de importantes estruturas
15

geológicas. Estima-se que o Himalaia, por exemplo, cresça cerca de 4mm de altura por ano
devido ao movimento tectônico.

O movimento relativo entre as placas tectônicas pode ser de três tipos: movimento
divergente, movimento convergente e movimento transformante.

No movimento convergente, ou limite convergente entre placas, as placas colidem


entre sí, ocorrendo processos de encurtamento crustal e reciclagem. A dimensão da placa
diminui tanto por dobramento e formação de montanhas como por retorno ao magma. A
Cordilheira dos Andes, na América do Sul, se encontra em uma região da crosta terrestre que
apresenta colisão entre placas tectônicas.

O movimento divergente, ou limite divergente, as placas se afastam mutuamente e um


nova litosfera (oceânica) é formada, aumentando lateralmente a dimensão da placa.

O movimento transformante, ou limites conservativos, as placas interagem por


deslizamento lateral horizontal, sem haver construção de litosfera. A Falha de Santo André, na
Califórnia, nos Estados Unidos ocorre pelo movimento transcorrente. A Placa do Pacífico,
onde está a cidade de Los Angeles, se desloca para o norte, enquanto a Placa Norte-
Americana, onde está situada a cidade de São Francisco, se movimenta para sul.

Figura 4: Limites entre placas

2.6 Deformações das rochas

O movimento entre as placas tectônicas resulta em deformações. Considera-se que um


corpo sofreu deformação quando foi submetido a um esforço gerado por uma força. Qualquer
16

variação da forma e/ou de volume quando sujeita à ação de pressões, tensões, variações de
temperatura, etc, podem gerar deformações. A estabilidade e a deformabilidade de maciços
dependem em grande parte da presença de planos de fraqueza.

As rochas podem sofrer deformações primarias e secundárias. As deformações


primarias são as estruturas formadas junto com a formação da rocha, e em geral acontece em
rochas magmáticas e sedimentares. Já as deformações secundárias acontecem após a
formação das rochas, em geral em rochas metamórficas e dependem da temperatura e pressão
em que o maciço se encontra.

As deformações também podem rúpteis ou dúcteis. As deformações são rúpteis


quando ocorrem quebras e descontinuidades, ou seja, o corpo se rompe quando sofre a
deformação. Falhas e fraturas são exemplos de deformação com ruptura. As deformações são
dúcteis quando ocorre deformação sem perda de continuidade, ou seja, o corpo não se rompe,
característico de dobras.

O corpo pode apresentar também dois tipos de comportamento em relação a


deformação. O comportamento plástico ocorre quando um corpo submetido a algum tipo de
esforço retorna a sua forma e posição inicial quando o esforço é retirado, ou seja, é reversível.
Verifica ‐se quando a força aplicada sobre a rocha não ultrapassou o seu limite de e
elasticidade. A deformação quando tem comportamento elástico é permanente, ou seja, o
corpo não retorna a sua forma original quando cessado o esforço.

Para o estudo das estruturas geológicas é preciso considerar a profundidade da crosta


terrestre onde ela foi formada. Na superfície ocorrem deformações essencialmente rúpteis e
em profundidade dúcteis, devido a possibilidade de a rocha sofrer fusão parcial.

As rochas podem sofrer deformações diferentes que dependem da temperatura,


pressão, profundidade, natureza da rocha, velocidade de deformação, dentre outros.

Dobras e Falhas são estruturas geológicas causadas por deformação tectônica. A


seguir serão caracterizada cada uma dessas estruturas, com suas principais características e
exemplos.

2.7 Dobras
17

Dobra é uma das feições mais aparentes em regiões de tensões compressivas. Uma
dobra é uma deformação em que se verifica o encurvamento de superfícies originalmente
planas. Resultam da atuação de tensões de compressão em rochas com comportamento dúctil.
São associadas à formação de cadeias de montanhas, caracterizadas por ondulações, convexas
ou côncavas, de varias dimensões, e podem se quantificadas por parâmetros como amplitude e
comprimento de onda.

A observação de dobras é mais evidente em zonas formação atuais ou antigas, mas


podem ocorrer em regiões intraplacas. Para interpretação geométrica da dobra é necessário a
orientação espacial que se faz, principalmente pela tomada de atitude espacial de seus flancos
e eixo.

As dobras podem ser classificadas quanto a sua origem. As dobras atectônicas são
movimentos localizados (deslizamentos, acomodações, escorregamentos, etc) sob influência
da gravidade e na superfície terrestre. São locais e inexpressivas. As dobras tectônicas
quando resultam de movimentos da crosta terrestre, e que dão origem as cadeias de
montanhas. Dois mecanismos básicos dão origem as dobras tectônicas: flambagem e
cisalhamento. Enquanto as dobras formadas por mecanismo de cisalhamento são
acompanhadas de mudanças na espessura e comprimento da camada, a flambagem promove o
encurtamento das camadas perpendicularmente à superfície axial das dobras, preservando,
porém, a espessura e o comprimento das mesmas.

Figura 5: a) Flambagem b) Cisalhamento

O estudo das dobras é importante para pesquisa mineral, prospecção mineral,


exploração e lavra de jazidas, pesquisa de petróleo e obras de engenharia como túneis,
estradas e barragens.
18

2.7.1 Elementos geométricos de uma dobra

Uma dobra é caracterizada geometricamente por diversos elementos. A imagem a


seguir mostra os elementos de uma dobra.

Figura 6: Elementos de uma dobra

 Plano ou superfície axial: é o plano ou superfície que divide uma dobra em duas partes
similares, que pode, ou não, ser simétricas. Podem ser vertical, inclinado ou
horizontal;

 Eixo axial ou linha de charneira: é a linha que une todos os pontos de curvatura
máxima da superfície dobrada. O ângulo que esta linha forma com a horizontal é o
mergulho ou inclinação da dobra;

 Flancos ou limbos: são os dois lados da dobra;

 Crista: é a linha resultante da ligação dos pontos mais elevados de uma dobra,
podendo ou não coincidir com o eixo da mesma;

 Plano da crista: é o plano que, numa dobra, passa por todas as cristas.

2.7.2 Classificação das dobras

A classificação das dobras a seguir segue a proposta no livro Decifrando a Terra.


19

3 Com base no sentido de fechamento

a) Antiforma: convexidade voltada para cima.

b) Sinforma: convexidade voltada para baixo.

Figura 7: Dobra antiforma e sinforma

4 Com relação a idade das rochas

a) Anticlinais: quando as rochas mais antigas se encontram no núcleo da antiforme.

b) Sinclinais: quando as rochas mais recentes se localizam no núcleo da sinforme.

Figura 8: Dobras anticlinal e siclinal

5 Com base na linha de charneira

a) Horizontal: quando o caimento do eixo está entre 0 a 10°.

b) Vertical: quando o caimento do eixo está entre 80 a 90°.

c) Inclinada: quando o caimento do eixo está entre 10 a 80°.


20

Figura 9: a) Dobra horizontal; b) Dobra vertical e c) Dobra inclinada

6 Com base na superfície axial em relação a simetria.

a) Simétrica: os flancos são iguais entre si.

b) Assimétrica: um flanco é diferente do outro.

Figura 10: Dobras em relação a simetria

7 Com base na superfície axial em relação a posição no espaço.

a) Normal: o eixo está entre 0 e 10° e o plano axial entre 80 e 90°.


21

Figura 11: Dobra normal

b) Recumbente: é um tipo de dobra que tem seu plano axial horizontalizado. Quando
ocorrem planos axiais horizontais ou orientados em baixo ângulo os estratos em um
dos flancos estão invertidos.
22

Figura 12: Dobra recumbente

c) Inversa: plano axial inclinado onde os flancos mergulham para mesmo quadrante.

Figura 13: a) Dobra normal; b) Dobra recumbente e c) Dobra inversa

7.1 Falhas

Os principais sistemas de falhas estão associados à interação entre as placas tectônicas .


Em geologia, as falhas são descontinuidades na crosta superior formadas pela fratura das
rochas. As falhas podem ser causadas por tensões compressivas, distensivas ou cisalhantes e
são características comuns dos cinturões montanhosos. As zonas de falha é uma região onde
há muitas falhas em paralelo e normalmente se localizam em zonas de deformação rúptil.

A condição principal para existência de uma falha é que tenha ocorrido deslocamento
ao longo da superfície. Os deslocamentos, das falhas podem variar de poucos centímetros até
dezenas de quilômetros. A atitude ou posição de uma falha é dada pela medida de sua direção
e mergulho.

As falhas podem ser rasas ou profundas. Falhas rasas estão ligadas a dinâmica externa
do planeta afetando a crosta terrestre. Falhas profundas podem passar da camada da litosfera,
denominadas falhas transformantes como a Falha de San Andreas, na Califórnia EUA.
23

A manifestação das falhas geológicas costuma ocorrer em localidades próximas ao


encontro entre duas placas tectônicas distintas, mas também pode se manifestar em zonas
continentais internas. É o caso, por exemplo, da falha de Samambaia, a maior do Brasil, com
uma extensão de 38 km por 4 km de largura, recobrindo os territórios de vários municípios do
interior do Rio Grande do Norte, provocando eventuais abalos sísmicos na região.

7.1.1 Elementos de uma falha

A Figura 7 apresenta os elementos de uma falha.

Figura 14: Elementos de falha

 Plano de falha: é a superfície ao longo do qual se deu o deslocamento.

 Zona ou espelho de falha: é uma faixa que acompanha o plano de falha, representada
por um fraturamento ou esmigalhamento + intenso das rochas.

 Linha de falha: é a linha formada pela interseção do plano de falha com a topografia,

 Rejeito: é a medida do deslizamento linear resultante do movimento que ocasionou a


falha.
24

 Capa ou teto: é o bloco que fica acima do plano de falha.

 Lapa ou muro: é o bloco que fica abaixo do plano de falha.

 Escarpa da falha: é a parte da falha exposta na topografia.

7.1.2 Principais tipos de falha

Os principais tipos de falhas são: falha normal(ou de gravidade), falha reversa( ou de


empurrão) e falha transcorrente.

Figura 15: Movimento relativo dos principais tipos de falhas

 Falhas normais ou de gravidade

O teto desce em relação ao muro, ocasionando alívio de pressão na horizontal e o bloco


cai por gravidade, sendo o principal movimento vertical. Estão associadas a tectônica
extensional, e ocorrem geralmente em cadeias meso-oceânicas, as margens continentais e
onde a litosfera está estirada ou afinada. São as principais componentes estruturais de muitas
25

das bacias riftes (depressão ou vale linear extenso cercado por falhamento) onde possuem
maior significado para a exploração de hidrocarbonetos.

No Brasil o desnível entre a Cidade Alta e a Cidade baixa de Salvador originou-se de uma
falha geológica normal, chamada de Falha de Salvador. Essa falha é parte das falhas da borda
leste da Bacia do Recôncavo Baiano, com cerca de 150km de extensão. A Falha de Salvador
tem um rejeito de aproximadamente de 6000 metros. O Elevador Lacerda, inaugurado entre
1873-1874, é o meio mais famoso de Salvador para o deslocamento entre as cidades alta e
baixo.

Figura 16:Diagrama da Falha de Salvador


26

Figura 17: Vista do elevador Lacerda

 Falhas reversa ou de empurrão

Teto sobe realmente em relação ao muro, havendo compressão horizontal. Forma-se em


geral em zonas de colisão de placas tectônicas. Em função do teto deslocar-se, em movimento
relativo para cima do muro, a maior parte das falhas mostra rochas mais velhas sobre as mais
novas.

 Falha rejeito direcional ou falhas transcorrentes

Movimento dominante na horizontal, através de compressão e alívio de tensões. Forma-se


em regime de deformação de cisalhamento. Falhas transformantes são observadas, salvo raras
exceções, em crosta oceânica, e as falhas transcorrentes são típicas de crosta continental.

As falhas transcorrentes podem ocorre também a partir de eventos sísmicos, onde a


deformação é instantânea, mas há vários episódios cíclicos, e a deformação pode ser
incremental, ampliando a escala da morfoestrutura correspondente à falha (ou zona de falha).

Presença de escarpas (área de transição entre diferentes províncias fisiogeográficas) é uma


expressão muito comum em falhas transcorrentes e é frequente o encaixe de rios nesses locais.
Mesmo as falhas mais antigas propiciam a existência de uma zona de fraqueza reológica,
passível de haver erosão local.

A falha transcorrente mais conhecida é a de San Andreas, na costa oeste do Estados


Unidos da América. A falha de San Andreas atravessa a Califórnia de norte a sul com 1,3 mil
quilômetros e delimita a parte norte-americana da placa do Pacífico, é uma das mais estudadas
no mundo, uma vez que está quase inteiramente na superfície da terra.
27

7.1.3 Reconhecimento de uma falha

As falhas podem produzir escarpas na topografia. Entretanto, vale lembrar que nem toda
escarpa se originou por falhamento. Há também escarpas produzidas por erosão diferencial.
Escarpas de falhamento são raras no local onde se deu a falha, pois em breve a erosão vai agir
recuando o escarpamento, formando então escarpas ao longo de linhas de falhas paralelas à
direção de falhamento, mas não coincidentes nestas. Com o tempo, a erosão destrói toda a
evidência de falha e está só pode então ser reconhecida por meios indiretos: falta ou repetição
de camadas, contato brusco de dois tipos litológicos, fontes ou nascentes alinhadas
(acompanhando a direção de falhamento). É muito útil também a observação de espelhos de
falhas, brechas e milonitos. Em fotografias aéreas, a mudança brusca da cor do terreno, o
desvio do curso de um rio, linha de vegetação, etc. são indícios de falhas. As falhas podem ser
também observadas através de amostras de sondagens, por meio de sua correlação.
28

8 CONCLUSÕES
29

9 REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO

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30

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http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/togot_Unid01GeologiaAplicada-2006-2.pdf. Acesso
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