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OBRIGAÇÃO DE DAR
COISA CERTA
Coisa certa
1.
OBRIGAÇÃO DE DAR
COISA INCERTA (art. 243 a
246).
1. Coisa incerta
A coisa incerta é aquela que
ainda não é determinada,
especificada e individualizada
(coisa genérica). Por ora, ela
é determinada, mas pode (e
deve) se tornar determinada,
especificada e
individualizada. Não há como
comprar ou cumprir a
obrigação de dar algo, sem
ter algo determinado. Desta
forma a coisa incerta é algo
passível de determinação.
Exemplo: Contratos de
compra e venda de gêneros
alimentícios. Uma indústria de
papel compra “X” toneladas
de eucalipto. Ou seja, ainda
não há o eucalipto, pois ele
ainda será plantado etc., etc..
mas já há um gênero,
quantidade. É um objeto
determinável.
1.Gênero e quantidade
É necessário saber qual é a
quantidade e o gênero
Art. 243 “A coisa incerta será
indicada ao menos pelo
gênero e quantidade.”
1.Qualidade média
Quando não houver
determinação sobre a
qualidade, o código civil
determina que deva ser
entregue nem o pior nem o
melhor produto.
“Art. 244. “Nas coisas
determinadas pelo gênero e
pela quantidade, a escolha
pertence ao devedor, se o
contrário não resultar do título
da obrigação; mas não
poderá dar a coisa pior, nem
será obrigado a prestar a
melhor.”
1.Concentração:
É o ato de determinação;
individualização da coisa
incerta; o ato de escolha da
coisa incerta denomina-se
Concentração.
“Art. 245. Cientificando da
escolha o credor, vigorará o
disposto na Seção
antecedente.”
Se não estiver nada previsto
no Contrato jurídico, é o
devedor quem vai escolher o
objeto.
É possível colocar no contrato
que a escolha compete ao
credor/comprador.
(art. 244. “.....se o contrario
não resultar do título..” = se o
contrário não resultar do
contrato).
A partir do momento em que
há Concentração a Coisa
Incerta passa a ser Coisa
Certa. Passa a ser certo
quando o comprador/credor
estiver ciente.
Lei Dispositiva quando
possibilitam que as partes
pactuem de forma diferente
ao Código, assim, apesar de
o código determinar certa
regra, as partes terão livre
iniciativa para estabelecer
determinadas regras
contratuais.
Cogente quando não
possibilita que as partes
pactuem de forma diferente
ao Código, ou seja, as partes
não tem livre negociação,
elas devem seguir a
determinação da Lei.
3. Perda ou Deterioração da
coisa incerta “genus
nunquom petir”.
O devedor da coisa incerta se
compromete com o gênero.
“Art. 246. Antes da escolha,
não poderá o devedor alegar
perda ou deterioração da
coisa, ainda que por força
maior ou caso fortuito”
Exemplo: plantação de
eucaliptos. Houve um
incêndio e o vendedor perdeu
tudo. O que deve ser feito é:
plantar novamente. Pois
ainda é coisa incerta! A partir
do momento em que a coisa é
certa, há perdas e danos
etc...
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No que tange a obrigação de
dar, podemos perceber duas
alternativas possíveis, que
são: obrigação de dar coisa
certa e a obrigação de dar
coisa incerta. A coisa certa é
percebida pelo objeto
pretendido da obrigação,
objeto no qual a obrigação
recai.
A coisa certa pode ser
observada através da sua
individualização por gênero,
espécie, qualidade e
quantidade. O objeto
prestacional é considerado
intangível, pelo fato de não
caber ao devedor poder
cumprir a obrigação com uma
coisa diferente da prevista,
desta forma, o credor não é
obrigado a aceitar outro
objeto ainda que mais valioso
(art. 313, CC).
Por outro lado, a coisa incerta
poderá ser analisada apenas
por gênero e quantidade
(art. 243, CC). Por este
motivo, a coisa incerta, ao
contrário da certa, é
indeterminada, fungível e até
mesmo é considerada como
obrigação genérica.
No entanto, doutrinadores
como Álvaro Vilaça Azevedo
fazem críticas à legislação, no
que tange apenas a gênero e
quantidade. Segundo ele, a
terminologia gênero é
extremamente abrangente e
deveria ser complementado o
texto de lei com a expressão
espécie. Neste caso, cereal é
um gênero e feijão a espécie.
A crítica se faz tão importante
pela razão de o texto
normativo não ter a
capacidade de “determinar” o
objeto, resultando, desta
forma, na nulidade do
negócio, pela invalidade do
negócio, prevista no
art. 104, II do Código Civil.
Diante deste viés, se um
sujeito se obriga a entregar
livros a outro, não poderá
fazê-lo pelo simples fato de
não conter ao menos uma
quantidade de exemplares.
Ter-se-á o inadimplemento
quando o devedor não
cumprir com a obrigação, mas
o credor ainda pode querer
que o devedor cumpra,
mesmo depois do prazo
previamente estipulado, como
por exemplo, uma quantia no
valor de 10.000,00, que a
qualquer momento é bem
vinda para qualquer sujeito.
Vendo desta forma temos a
MORA, quando ainda há a
possibilidade do cumprimento
da obrigação imposta.
No entanto, nem sempre o
credor vai desejar a todo e
qualquer momento o
cumprimento da obrigação
civil, como é o caso de um
sujeito que para seu
casamento, entabula um
negócio, que resulta em uma
obrigação de entrega de 3.000
salgados. Passado o
casamento e descumprida a
obrigação, não há mais, por
parte do credor, que está
obrigação seja concretizada.
Desta maneira temos o
INADIMPLEMENTO
ABSOLUTO. Que por sua vez,
poderá ser dividido em total
ou parcial. Havendo a
obrigação ter sido cumprida
somente em uma parcela ou
até mesmo nenhuma dela
respectivamente.
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1. OBRIGAÇÃO DE DAR
A obrigação de dar é uma
obrigação positiva, que
consiste na prestação, na
entrega de uma coisa, ”seja
para lhe transferir a
propriedade, seja para lhe
ceder a posse, seja para
restituí-la”. (GOMES, 2007,
p.47)
1.2 Formas de prestação
das obrigações de dar:
1.2.1. Transcrição
É o modo de prestação de
bens imóveis.
“Art. 1.227, CC: Os direitos
reais sobre imóveis
constituídos, ou transmitidos
por atos entre vivos, só se
adquirem com o registro no
Cartório de Imóveis dos
referidos títulos (arts. 1.245 a
1.247), salvo os casos
expressamente neste Código.”
1.2.2 Tradição
Modo de entrega de bem
móveis.
“Art. 1226, CC: Os direitos
reais sobre coisas móveis,
quando constituídos ou
transmitidos, por atos entre
vivos, só se adquirem com a
tradição.”
1.3.. Obrigação de
restituir
A obrigação de restituir
envolve uma devolução, como
por exemplo, a devolução de
um imóvel quando acaba o
contrato de locação e o
locador precisa devolvê-lo ao
locatário.
A obrigação de restituir
envolve o locatário, o
mandatário, o comodatário e
o mutuário.
Ocorre o adimplemento da
obrigação quando o devedor
entrega a coisa específica, que
foi acordada com o credor.
1.4.1. Os acessórios e a
obrigação de dar coisa
certa
Os acessórios são os frutos,
produtos, benfeitorias ou
pertenças e sempre seguem o
bem principal, a não ser que
esteja disposto o contrário no
contrato ou dependa das
circunstâncias do caso.
“Art. 233, CC: A obrigação
de dar coisa certa abrange os
acessórios dela embora não
mencionados, salvo se o
contrário resultar do título ou
das circunstâncias do caso.”
Acréscimos ou
melhoramentos incidentes
sobre a coisa antes de sua
tradição.
A) Cômodos: São
melhoramentos, vantagens
produzidas pela coisa.
B) Frutos: É um bem
acessório que o bem principal
periodicamente produz.
“Art. 237, CC: parágrafo
único: Os frutos percebidos
são do devedor, cabendo ao
credor os pendentes.”
1.5. Perda ou deterioração
da coisa certa
A) Perda
Antes do cumprimento da
obrigação o objeto da
prestação pode se perder.
“Art. 235, CC: Deteriorada a
coisa, não sendo o devedor
culpado, poderá o credor
resolver a obrigação, ou
aceitar a coisa, abatido de seu
preço ou valor que perdeu.”
“Art. 236, CC:Sendo
culpado o devedor, poderá
o credor exigir o
equivalente, ou aceitar a
coisa no estado em que se
acha, com direito a
reclamar, em um ou outro
caso, indenização das
perdas e danos”.
1.6. Obrigação de dar
coisa incerta
A definição do objeto a ser
entregue é básica, referente
apenas ao gênero e
quantidade.
“Art. 243, CC: A coisa
incerta será indicada, ao
menos pelo gênero e pela
quantidade.”
A) Concentração
É a escolha do objeto. Ex:
pesagem.
B) Qualidade média
Se tratando de coisa incerta, o
devedor não é obrigado a dar
a melhor, mas também não
poderá dar a coisa pior. O
sensato é optar pela qualidade
média.
“Art. 244, CC: Nas coisas
determinadas pelo gênero e
pela quantidade, a escolha
pertence ao devedor, se o
contrário não resultar do
título da obrigação; mas não
poderá dar a coisa pior, nem
será obrigado a prestar a
melhor.”
1.7. Transformação da
obrigação de dar coisa
incerta em obrigação de
da coisa certa
A partir do momento em que
o devedor escolhe a coisa
incerta, ela se torna certa e
deve ser notificada ao credor.
“Art. 245, CC: Cientificado
da escolha o credor, vigorará o
disposto na Seção
antecedente.”
1.8. Perda ou deterioração de
coisa incerta.
“Art. 246, CC: Antes da
escolha, não poderá o devedor
alegar perda ou deterioração
da coisa, ainda que por força
maior ou caso fortuito.”
2. OBRIGAÇÃO DE
FAZER
É uma atividade, um serviço
que vincula o devedor ao
credor.
B) Fungíveis:
Essa obrigação pode ser
realizada pelo credor ou por
terceiro, pois não possui
caráter personalíssimo.
2.2. Inadimplemento da
obrigação de fazer
Ocorre quando a obrigação
não é cumprida e pode
ocorrer das seguintes
maneiras:
2.2.1 Impossibilidades de
realizar a prestação
A) Sem culpa do devedor:
Resolve-se a obrigação.
B) Com culpa do devedor:
Responderá com perdas e
danos.
“Art. 248, CC: Se a
prestação do fato tornar-se
impossível sem culpa do
devedor, resolverse-á a
obrigação; se por culpa dele
responderá por perdas e
danos.”
2.2.2 Inadimplemento
voluntário da obrigação
de fazer.
A obrigação não foi cumprida,
mas há a possibilidade de
cumpri-la.
A) Obrigação de fazer
infungível
“Art. 247, CC: Incorre na
obrigação de indenizar perdas
e danos o devedor que recusar
a prestação a ele só imposta,
ou só por ele exequível.”
C) Obrigação de fazer
fungível
Em caso de descumprimento
da obrigação de fazer
infungível, a obrigação poderá
ser cumprida por terceiro, e o
credor pode exigir que o
devedor arque com os gastos
ou perdas e danos.
“Art. 249, CC: Se o fato
puder ser executado por
terceiro, será livre o credor
mandá-lo executar à custa do
devedor, havendo recusa ou
mora deste, sem prejuízo da
indenização cabível.”
2.3. Manifesta urgência
A urgência se caracteriza
quando a mora ou a
inadimplência trouxer riscos
para o credor, que se vê
forçado pela premência de
tempo a realizar o serviço ou
solicitá-lo a outro
profissional, (NADER, 2010,
p.98).
“Art. 249, CC: parágrafo
único: Em caso de urgência,
pode o credor,
independentemente de
autorização judicial, executar
ou mandar executar o fato,
sendo depois ressarcido.”
3. OBRIGAÇÃO DE NÃO
FAZER
É uma prestação negativa, é o
vínculo jurídico entre o credor
e o devedor, pelo qual o
devedor se compromete a não
executar determinado ato, que
podia livremente praticar, se
não estivesse obrigado em
relação ao credor ou terceiro.
3.1. Inadimplemento da
obrigação de não fazer
Ocorre quando o devedor não
se abstem do que se obrigou a
não fazer.
3.2. Impossibilidade da
abstenção do fato sem
culpa do devedor
A obrigação se extingue.
“Art. 250, CC:Extingue-se a
obrigação de não fazer, desde
que, sem culpa do devedor, se
lhe torne impossível abster-se
do ato, que se obrigou a não
praticar.”
3.3. Inexecução culposa
do devedor
O credor pode exigir que o
devedor desfaça o ato, mais
perdas e danos.
“Art. 251, CC: Praticado pelo
devedor o ato, a cuja
abstenção se obrigara, o
credor pode exigir dele que o
desfaça, sob pena de se
desfazer a sua custas,
ressarcindo o culpado perdas
e danos”.
3.4. Urgência no
desfazimento
“Art. 249, CC, parágrafo
único: Ema caso de urgência,
pode o credor,
independentemente de
autorização judicial, executar
ou mandar executar o fato,
sendo depois ressarcido.”