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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS, ​campus ​Chapecó

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS - 7 fase - Noturno

CCR: Formação da Sociedade Brasileira


Prof. Ubi G. Vieira
Discentes: Aline Simões, Camila Grosseli, Samara Carla dos Santos, Wilsom Vecchi

1 RESUMO DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA


1.1 INTRODUÇÃO
Segundo Wlamyra Albuquerque e Walter Fraga Filho (2006, p. 204), até meados
do século XIX, estava em voga em Portugal e suas colônias o “estatuto da pureza de
sangue”, nele, o termo raça estava associado a religião e a descendência das pessoas. Com
o passar do tempo, religião e descendência foram deixando de ser o parâmetro para
explicar/justificar as diferenças raciais e a “ciência” passou a teorizar sobre o tema. Sobre
o assunto, os autores explicam que

As teorias raciais foram inventadas no século XIX na Europa e nos Estados


Unidos para explicar as origens e características de grupos humanos. Essas
teorias tiveram grande aceitação no Brasil entre 1870 e 1930. Elas tinham por
base argumentos biológicos, convincentes na época, que relacionavam as
características físicas dos indivíduos à capacidade intelectual. Logo essas
explicações foram ampliadas para povos inteiros. Desse modo, a humanidade
passou a ser classificada a partir de estágios civilizatórios: as nações européias
eram o modelo de sociedades mais adiantadas, e os povos africanos e indígenas
eram tidos como os mais atrasados e “bárbaros”. (ALBUQUERQUE; FRAGA
FILHO, 2006, p. 204).

No mesmo trabalho Albuquerque e Fraga Filho (2006, p.205) levantam que, no


Brasil teriam tido grande aceitação quatro argumentos: a diferença racial entre os homens;
a superioridade da raça branca; que havia relação entre raça, características físicas, valores
e comportamento; e que as raças estavam em constante evolução. Por outro lado, Renato
Ortiz em seu trabalho “Cultura brasileira e identidade nacional” (1994, p. 13-6), defende
que além do racismo estava em pauta no Brasil a problemática da identidade nacional.
Desta forma, parte dos intelectuais brasileiros ao incorporar as influências do darwinismo,
do positivismo e do evolucionismo de sua época (tendo em comum a evolução histórica
dos povos). Passaram a tentar explicar o atraso brasileiro frente a europa, e nesta tarefa se
defrontaram com a limitação de um modelo europeu para compreender as particularidades
nacionais. Para superar esse empecilho, os brasileiros vão encontrar argumentos baseados
em duas noções “o meio e a raça”. Com base nessas noções, Nina Rodrigues argumentou
que a absorção incompleta de elementos católicos pelos cultos afro-brasileiros “demonstra
[...] uma incapacidade de assimilação da população negra dos elementos vitais da
civilização européia.” (ORTIZ, 1994, p. 20, grifo nosso) De acordo com Ortiz (1994)
O sincretismo atestaria os diferentes graus de evolução moral e intelectual de
duas raças desiguais colocadas em contacto. Surge assim um problema teórico
fundamental e na para os “ cientistas” do período: como tratar a identidade
nacional diante da disparidade racial. Do equacionamento deste problema
decorre a necessidade de se sublinhar o elemento mestiço. (ORTIZ, 1994, p.20).

Neste sentido, o autor (1994) aponta que a mestiçagem no Brasil é real e simbólica,
o mestiço surge aqui como: um fator de equilíbrio; de aclimatação moral e étnica da
população europeia nos trópicos; da soma necessária dos brancos com contingentes raciais
considerados inferiores, para constituir-se em uma geografia que não é a europeia. Ou seja,
é real pois encontra materialidade nas relações raciais que aqui se desenrolam, e simbólica
por exprimir um rumo civilizatório para a nação brasileira (ORTIZ, 1994, p. 21).
Com base nesses fatores - como apontam Albuquerque e Fraga Filho (2006, p. 206)
- “o recém-instaurado governo republicano mandou divulgar no exterior que os
estrangeiros dispostos a trabalhar no Brasil eram bem-vindos, exceto os asiáticos e
africanos.” Além disso, “o ideal de embranquecimento continuou a fazer parte explícita
dos projetos do governo brasileiro até a década de 1930.” (2006, p. 208) Como salientam
os autores, os acontecimentos do período provocaram uma série de revoltas e
reivindicações por parte da população negra e pobre - como por exemplo: A Guerra de
Canudos; A Revolta da Vacina; e a Revolta da Chibata (2006, p. 208-220). Desta forma,
evidencia-se que “os negros estavam cientes das mudanças políticas e sociais que a
Abolição e a República deviam representar. Por isso, estavam dispostos a ir adiante na luta
por seus direitos e contra a discriminação racial.” (2006. p. 220).
Diante do que foi exposto, o presente trabalho visa relacionar a representação
visual da mulher negra no século XIX, com a temática da mestiçagem e do nacional. Para
isso, se faz uso dos levantamentos teóricos de Stuart Hall em sua obra “Cultura e
Representação” (2016). Em primeiro momento, foram selecionadas obras de interesse do
grupo e feita uma reflexão sobre cada uma elas. Em seguida, planeja-se fazer uma
abordagem analitica a partir dos conceitos de HALL (2016). Por fim, produziremos uma
adaptação de um poema (não publicado) de autoria da Aline Simões sobre a mestiçagem, a
ser performado em sala de aula.

1.2 A REPRESENTAÇÃO VISUAL DO NEGRO NO SÉCULO XIX

Imagens de negros povoaram as obras dos viajantes, assim como dos fotógrafos
do século XIX, sendo raras as representações em pinturas a óleo. Nas primeiras
décadas após a abolição, encontramos artistas que apresentaram mulheres negras
em seus quadros. É difícil, entretanto, ter-se uma visão mais clara de seu
significado, na ausência de um maior inventário sobre o tema. As obras que se
destacam pertencem a acervos públicos, tornando-se mais conhecidas; são elas:
Engenho de mandioca (1892) e Redenção de Cã (1895), de Modesto Brocos;
Mulata quitandeira, de Antonio Ferrigno (c. 1893-1903); Mãe Preta, de Lucílio
de Albuquerque (1912), e Tarefa pesada, de Gustavo Dall’Ara (1913). (HORA
DO POVO, 2018).

1.3 “A Redenção de Cam”, de Modesto Brocos, 1895:

Modesto Brocos. A Redenção de Cam. 1895. Óleo sobre tela. 199 x 166 cm. MNBA, Rio de Janeiro.

Faz referência à passagem bíblica de Cam, filho de Noé, castigado por ter olhado
seu pai nú e bêbado. O castigo divino foi aplicado à Canaã, amaldiçoado como o “servo
dos servos”. Cam é apontado na Bíblia como um suposto ascendente das raças africanas, o
que faz com que esta passagem seja utilizada pelos defensores da escravidão negra com o
argumento de que “isto está de acordo com a Palavra de Deus”, a partir disto a pintura de
Brocos (1895), produzida no pós abolição, traz a contraposição à essa “maldição divina”,
representando a “redenção”, esta por sua vez pode ser entendida também como a Teoria do
Branqueamento.
Entremeio a teoria do branqueamento e o pós abolição, fatos ocorridos neste
período, Renato Ortiz em sua obra ​Cultura Brasileira e Identidade Nacional​, parte da
análise dos escritos de autores como Sílvio Romero, Euclides da Cunha e Nina Rodrigues,
para nos apresentar o ​mito das três raças​, um mito cosmológico que traz a origem do
Estado Brasileiro, afirmando ser o Brasil um produto da mestiçagem branca, negra e índia,
e essa mestiçagem por sua vez, é o que culmina no “atraso” do Brasil.
Ortiz traz em contrapartida, os escritos de Manoel Bonfim, este por sua vez,
contrariando as ideias de Sílvio Romero, Euclides da Cunha e Nina Rodrigues, vê a
mestiçagem como “renovação”, uma forma de “reequilibrar os elementos negativos
herdados do colonizador” (p. 26), o autor também busca refutar a ideia de que a cultura
negra não possuía qualidade para evolução, denunciando que estas teorias eram racistas e
buscavam “legitimar uma situação de exploração em detrimento de nações
subdesenvolvidas”. (p. 26).

1.4 "O jantar no Brasil", de Jean Baptiste Debret, 1827_ releitura: "Privilégios
ameaçados", de Rodrigo Leão, 2015.

Fonte: Google Imagens

A imagem citada do autor Debret, foi produzida em 1827, representando os


costumes brasileiros no momento do jantar, daquela época. Nesse sentido, percebe-se os
donos da casa, brancos, prestigiando o jantar, enquanto os escravos negros os serviam. Os
negros mostram-se à postos para servir seus chefes a qualquer momento, enquanto eles não
possuem nem de perto todos aqueles privilégios.
Muito pelo contrário, a situação em que se encontravam era de extrema pobreza,
não tendo em muitas vezes nem o básico para sobrevivência, como a alimentação. Tal é
visto pelo olhar fixo do negro posto em pé ao lado do chefe, para a mesa farta de
alimentos. Não resta dúvidas que ocorria uma desigualdade social muito grande na época,
como o escravismo, e alguns traços de patriarcalismo também.
A partir de 1822 o Brasil já vivia o pós imperialismo, contudo os vestígios deste
período ainda permanecia forte por entre a população brasileira, a fome e a miséria eram os
principais. No período da colonização brasileira que foi extremamente caracterizada pelo
escravismo para a produção econômica da colônia, isto estendia-se até dentro das casas,
onde esta hierarquização também era presente.
Dessa forma, era considerado por natural pelos brancos, que o negro os servisse,
uma vez que não os consideravam como seres humanos. Na releitura, por mais que tenha
sido realizado tempo considerável depois, isso continua presente, tendo em vista que os
animais de estimação recebem maior consideração frente aos empregados.

1.5 Saartjie Baartman – “Vênus Hotentote”

​Fonte: Hall, 2016.

“Mulher africana levada para a Inglaterra em 1810 em um navio, por um agricultor da


região do Cabo – África do Sul. Durante cinco anos foi exibida entre Londres e Paris como
um animal selvagem, em uma jaula.” (HALL, 2016, p. 201).
O que chamava a atenção das pessoas em Saartjie era a sua “diferença” para com as
demais mulheres, trocando em miúdos era o tamanho de suas nádegas e de sua genitália,
sua sexualidade. Ela não se encaixava no padrão europeu de mulher, suas diferenças
passaram a ser tratadas como uma patologia, ela foi reduzida ao seu corpo, e conforme
afirma Hall (2016, p. 203) estando fora deste padrão, Saartjie passou a ser construída como
o “Outro”.

[...] a “Vênus Hotentote” foi submetida a uma forma extrema de reducionismo


[...]. As “partes” dela que foram preservadas [suas genitálias] funcionavam, de
forma essencializadora e reducionista, como “um resumo patológico do
indivíduo inteiro” (GILMAN apud HALL, 2016, p. 205).

Hall (2016, p. 202) nos relata alguns pontos importantes da vida de Saartjie: ela
fixou residência na Inglaterra, batizou-se conforme os costumes europeus em Manchester,
casou-se com um africano - ao contrário do ocorrido com muitas mulheres negras
traficadas no período - e teve dois filhos. Falava holandês e aprendeu a língua inglesa. Um
processo judicial foi aberto em Chancery, com o intuito de protegê-la da exploração que
sofreu durante boa parte de sua vida, neste ela declarou que “não estava sujeita a qualquer
restrição e que estava feliz vivendo na Inglaterra”. Tempo depois ela apareceu em Paris,
tempo depois contraiu varíola e faleceu em 1815.
Saartjie se transformou em “Vênus Hotentote”, foi “fetichizada”, transformada em
objeto, fato esse que continua a ocorrer com muitas mulheres nos dias de hoje, sejam elas
negras ou brancas, o todo de seus corpos são transformados em partes, e essas partes
divididas conforme seu grau de “importância”, o sujeito se torna uma coisa, deixa de ser
visto como pessoa e passa a ser visualizado a partir do reino da fantasia, do proibido, neste
caso a obsessão pelo corpo feminino.

1.6 Continuidade

Como mencionado, as formas do corpo da “Vênus Hotentote” foi muito enaltecida


em sua época. Todavia, não é apenas naquela época nem mesmo só na Inglaterra que se vê
a exaltação da sexualidade feminina. Isso concretiza-se ao ver as propagandas da
Globeleza, conforme imagem abaixo:
Fonte: Google Imagens

Procurou-se muito mulheres negras para desempenhar esse papel de divulgação da


grande festa brasileira, o Carnaval. Neste sentido, cabe uma reflexão: As mulheres negras
são reconhecidas como cidadãs de direitos em qualquer âmbito social? Por que elas não
aparecem com frequência em outros “cargos” importantes? Parece que elas possuem
apenas uma condição, quando o assunto é sexualidade, é nelas a quem se remete. O
exemplo mais claro de fetiche.

2 SÍNTESE DAS PRINCIPAIS CONCLUSÕES DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Pessoal vcs viram essas obras? A forma que o autor faz a análise pode nos ajudar no ultimo
capítulo
http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364939709_ARQUIVO_Onegronaarte
brasileiradaprimeirarepublica_2.pdf​ (alguem tinha indicado esse trabalho, abri agora só)
REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Wlamyra; FRAGA FILHO, Walter. ​Lutas sociais nas primeiras


décadas do século XX​. In: Uma história do negro no Brasil. Salvador: Centro de Estudos
Afro-Orientais; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006, p. 201-222. Disponível em:
<https://www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2014/04/uma-historia-do-negro-no-brasil.
pdf>. Acesso em 28 mar. 2019.

HALL, Stuart. ​Cultura e Representação. ​RJ: Editora PUC-Rio: Apicuri, 2016.

HORA DO POVO. Um ensaio: A mulher negra na pintura brasileira no início do século


XX. Disponível em:
<​https://horadopovo.org.br/um-ensaio-a-mulher-negra-na-pintura-brasileira-no-inicio-do-s
eculo-xx-1/​>. Acesso em 4 abr. 2019.

ORTIZ, Renato. ​Cultura Brasileira e Identidade Nacional.​ SP: Brasiliense, 1985.

Imagens:
1- "O jantar no Brasil", de Jean Baptiste Debret, 1827_ releitura: "Privilégios ameaçados",
de Rodrigo Leão, 2015.
2- “Vênus Hotentote”, Stuart Hall, 2016.
3- “A Redenção de Cam”, de Modesto Brocos, 1895
___________________________________________________________________
Como as teorias raciais influenciaram a arte da primeira república

http://www.periodicos.ufpb.br/index.php/ci/article/viewFile/14136/8750
ARTIGO QUE FALA SOBRE A SITUAÇÃO DO NEGRO, ABORDANDO OS
PRINCIPAIS AUTORES DE TEORIAS RACIAIS, COMO FREYRE E FERNANDES.

https://horadopovo.org.br/um-ensaio-a-mulher-negra-na-pintura-brasileira-no-inicio-do-sec
ulo-xx-1/

Wilsom: vou pesquisar o livro negros da terra para incrementar sobre a escravização dos
índios neste período

http://www.dezenovevinte.net/obras/negro_representacoes.htm

https://periferiadainformacao.wordpress.com/2015/12/01/a-estigmatizacao-da-mulher-negr
a-na-sociedade-escravocrata-analise-de-casa-grande-e-senzala-de-gilberto-freyre/

http://abpnrevista.org.br/revista/index.php/revistaabpn1/article/view/234

http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364939709_ARQUIVO_Onegronaarte
brasileiradaprimeirarepublica_2.pdf

https://www.geledes.org.br/o-movimento-da-mulher-negra-brasileira-historia-tendencia-e-
dilemas-contemporaneos/

http://historiaartebrasileira.blogspot.com/2009/05/o-debate-racial-no-brasil-do-seculo-xix.h
tml?m=1
RELATÓRIO I:

1: Identificação de um problema de pesquisa:


Como se desenvolveu no Brasil entre o final do século XIX e início do século XX, a
continuidade das teorias raciais e a representação da mulher negra, tendo como base a arte?

2: Identificação de temas vinculados ao problema:


Representação, miscigenação, raça, teorias raciais, estereotipagem, nacionalidade, arte,
fetichismo.

3: Pesquisa bibliográfica
HALL, Stuart. ​Cultura e Representação. ​RJ: Editora PUC-Rio: Apicuri, 2016.
Imagens:
ORTIZ, Renato. ​Cultura Brasileira e Identidade Nacional.​ SP: Brasiliense, 1985.
Imagens:
1- "O jantar no Brasil", de Jean Baptiste Debret, 1827 _ releitura: "Privilégios
ameaçados", de Rodrigo Leão, 2015
2- “Vênus Hotentote”
3- “A Redenção de Cam”, de Modesto Brocos, 1895

4: Definição de formas artísticas da apresentação da pesquisa:


Exposição de obras através de um “varal” que representem a imagem da mulher negra.
Grupo realizará uma performance de verso-em-trova, onde re-significará imagens racistas
no período da Primeira República.

5: Documentação, registro e relatório


Na aula do dia 29/03 formamos o grupo de trabalho e durante a semana que
antecedeu a aula de 05/04 fomos discutindo o tema, que acabou sendo delimitado na
representação do(a) negro(a) na arte (com foco na mulher), no recorte temporal da primeira
república. Levando em consideração nesta pesquisa a incorporação das teorias raciais em
voga na época.
Durante a aula do dia 05/04 tentamos delimitar as fontes e buscar materiais que nos
dessem base para pesquisa. Assim como utilizamos o tempo da aula para estruturar um
objetivo e caminho para trilhar na pesquisa. O grupo distribuiu tarefas a cada integrante, à
serem realizadas na semana em que seguirá, para ser socializado no próximo encontro.
6: Cronograma de atividades:
29/03/2019: Divisão dos grupos
05/04/2019: Elaboração em conjunto do projeto de pesquisa.
12/04/2019: Realização de pesquisas, bem como a socialização de levantamentos
realizados em casa;
19/04/2019: Estruturação do relatório em conjunto, socialização do item 4.
26/04/2019: Finalização do trabalho.
03/05/2019: Apresentação.

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