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Bancos das pontas: procure óculos e passe adiante. Veja como vemos as mesmas
coisas, mas enxergarmos diferentes por causa das lentes usadas. Com sexo é igual!
1. essa lente é “cosmovisão”, forma de enxergar tudo
2. antes de ir à Bíblia, quero gastar tempo nas cosmovisões sexuais
3. entendendo como as culturas viram e veem o sexo
4. ex: outdoor com modelo seminua pra nós é normal
a. mas há 80 anos, seria um crime
5. o que mudou? Cosmovisão
6. pois o que pensamos do sexo não é “natural” ou nosso
7. mas é cosmovisão do nosso tempo, que aprendemos
8. precisamos primeiro descobrir cosmovisão que nos foi ensinada
9. mini-aula de História, mas mais que isso: nos ajudará a pensar tudo!
Isso muda radicalmente nos anos 60 com Revolução Sexual. Houve grande inovações
na área da sexualidade, que mudaram radicalmente o que pensamos sobre sexo
(a) pílula anticoncepcional, (b) ideia de que sexo não precisa do casamento
(c) ter vários parceiros se torna normal
(d) mídia e propaganda de massa, criando cultura à parte da família e religião
INDIVIDUALISMO: “você é que define o que é certo e bom”. Não existe mais “certo
e errado” absolutos; “certo” é o que te faz bem e “errado” é o que te faz mal. Não há
mais um padrão exterior e anterior a nós. Cada um define a forma como prefere viver
Segue-se desse princípio, que o assentimento da vontade, ou o consentimento livre, é
o critério da moral sexual, e que tudo o que limita a liberdade na busca de realização
sexual passa a ser imoral
“Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a
nossa própria substância, já que viver é ser livre” (Beauvoir)
segundo o filósofo americano Alan Soble uma ética sexual secular caracteriza-se pela
autodeterminação, o prazer, e a regra da escolha autêntica: “Para um filósofo da
sexualidade liberal-secular o paradigma do ato sexual moralmente errado é o
estupro, no qual uma pessoa força a si mesma sobre outra e usa ameaçar para coagi-
la ao engajamento em uma atividade sexual. Em contraste, para o liberal, qualquer
coisa feita voluntariamente entre duas ou mais pessoas é geralmente moralmente
permissível”. (Soble, 2004).
Ora, no centro da visão moderna e hipermoderna (ou pós-moderna, para os que
preferem assim) de mundo está a afirmação da vontade do indivíduo sobre o mundo e a
ruptura de toda restrição ou limitação exterior. Errado, então, é não ter liberdade para
transar – e transar sem vontade
EXPRESSIVISMO:
AMOR PELA INOVAÇÃO: O que é melhor é o que é novo, foi criado agora, e tudo que
é mais antigo que nós é tachado de “conservador”
“NATURALIZAÇÃO” DO SEXO. O sexo não tem mais a ver com moral, certo,
errado, Deus, família ou casamento: o sexo é só um desejo, exatamente como a
fome e a sede, que precisa ser saciado. É uma mera questão de biologia e desejo
O SEXO É APENAS UM APETITE NATURAL. Muitos dos antigos gregos e romanos viam
o sexo como semelhante a qualquer outra atividade corporal,
como comer ou dormir. Quando você tiver vontade de fazer isso, você deve fazer isso
- só tome cuidado
exagerar, como com todos os apetites. Essa visão moderna do sexo foi chamada de
"realismo".
Os realistas afirmam ser neutros em relação ao sexo; eles veem isso como apenas
uma atividade humana entre muitos,
mas um que deve ser desmistificado. Sua mensagem, proeminente no sexo da escola
pública de hoje
educação, é que devemos entender o impulso biológico natural do sexo, perceber que
se nós
não são cuidadosas a atividade sexual pode ter conseqüências negativas, dominá-lo
como qualquer outra habilidade,
e ser responsável.
HIPER SEXUALIDADE:
A Bíblia afirma que nossa identidade é sermos “Imagem e Semelhança” de Deus
como homens ou mulheres, isso é, somos seres espirituais que habitam em um
mundo criado por Deus. Freud, entretanto, causa uma revolução no Ocidente ao
aplicar uma ideia do romantismo alemão e dizer que na verdade o ser humano é um
ser sexual acima de tudo. Não somos definidos por Deus, mas por nossas pulsões
sexuais que podem ser hétero ou homossexuais. A orientação da sua sexualidade é
quem você “realmente é” a partir daí
A partir de Freud (há outros, mas ele em especial) dissemina-se a ideia de que
“felicidade” consistiria na satisfação dos desejos libidinosos. A felicidade então é uma
busca pela qual a gente tenta buscar o máximo de prazer possível dentro das nossas
possibilidades. A partir daí, a busca por prazer sexual ganha legitimidade,
centralidade e condição indispensável pra saúde moral; esse é o caminho da
felicidade e a razão máxima da própria existência. Quem tentar te impedir de ter
acesso a esse prazer está, portanto, te oprimindo e te impedindo de buscar a
felicidade e a sua própria identidade, o seu “ser”, que teoricamente é definido e
achado no prazer sexual. Você tem que ser “totalmente livre” para expressar sua
sexualidade. Essa é a gênese do movimento hedonista (prazer trará felicidade) que
transformou tudo em produto a ser consumido, inclusive a própria sexualidade.
Esse hiperindividualismo, por sua vez, resultaria não só no esvaziamento dos valores
universais da vida comum, como também, e consequentemente, no desmantelamento e
descrédito das antigas formas de regulação social, na diminuição de sua importância,
enfraquecendo assim unidades como a família, o Estado-nação, os partidos políticos, os
sindicatos e todas outras instituições e organizações,
E o que essa extrema liberdade tem trazido para nós? Vamos ver alguns números?
Estupros:
Vício em pornografia:
Doenças venéreas:
Gravidez na adolescência:
Pedofilia e abuso sexual:
- criação da Associação de Pedófilos (Holanda)
Violência entre casais:
Divórcios e filhos criados longe dos pais:
Depressão:
Suicídios:
Prostituição:
Abortos:
Insatisfação sexual:
Menor interesse por sexo:
Sociedade diz que precisamos de ainda mais liberdade, que a causa desses problemas
não é o sexo, mas que ainda há valores religiosos dos quais precisamos nos libertar...
1. mas olhe pra esses números
2. nunca tivemos tanta liberdade sexual!
3. e sexo nunca pareceu tão nocivo, doentio, violento, desumano, mecânico...
4. e tudo isso é resultado dessa pretensa “liberdade”
5. pense em um peixe que vive totalmente livre na água
6. um dia percebe: não é totalmente livre! A água o oprime!
7. ele sai dela, mas logo começa a sufocar e morre
8. porque? Porque essa “liberdade total” na verdade o sufoca e mata
9. ele é verdadeiramente livre quando vive sob as restrições certas
10. com o sexo é a mesma coisa: a tal “liberdade total” nos matará
11. não acredite na ideia de que “não há nada perigoso no sexo,
tirando doenças e filhos”
12. o sexo é extremamente potente
a. se bem usado, fará um bem danado
b. se mal usado, destrói quem o usa
Para falar do modelo criacional de sexo, precisamos começar com QUEM CRIA.
1. Deus cria o sexo, e Ele é uma união de três Pessoas em um único ser. Essa é
a Trindade, uma união de três que se fazem um. Não são três deuses, mas apenas
um. Há unidade na diversidade. Há um mistério aqui. Por isso Ele fala em Gn 1:
"façamos o homem à nossa imagem e semelhança" ("homem" aqui é Humanidade,
não macho)
Porque isso é importante? Porque o sexo e a uniao sexual serão uma ilustração,
um reflexo do que é a Trindade. Assim como a Trindade são três que formam um, no
casamento os dois viram uma só carne. O casamento é uma ilustração de quem é
Deus. O sexo está envolvido nesse contexto, e por isso o sexo é profundamente
espiritual. Há algo de misterioso e único no sexo, quando homem e mulher se juntam
formando UM
A Trindade existe em eterna comunhão, harmonia, amor e serviço um ao outro.
Jesus fala disso em João: "faço o que o Pai me manda e me alegro nEle". Não há
conflito dos três, mas perfeita harmonia
cristãos não têm qualquer motivo para se sentir intimidados em uma sociedade que os acusa
de manter uma cosmovisão arcaica, pois embora os acusadores não percebam, o fato é que
eles também abraçam uma cosmovisão que é tão antiga quanto a queda, ou seja, a
cosmovisão pagã. Em segundo lugar, há que se atentar para o fato de que, quando a igreja
não distingue entre essas duas cosmovisões, ela facilmente se deixa seduzir por propostas,
atitudes e comportamentos que são contrários à verdade revelada nas Escrituras
O autor lembra que “idéias possuem conseqüências – especialmetne as idéias sobre
Deus” (p. 55). O fato é que as opções religiosas de uma sociedade se refletirão na
perspectiva da mesma sobre váriados assuntos, inclusive a sexualidade – A VISÃO SOBRE
DEUS É A COISA MAIS IMPORTANTE A FALAR ANTES DE FALAR DO MODELO DE
SEXUALIDADE CRIACIONAL. “AMOR” NÃO É DEUS; DEUS É AMOR, MAS ELE DEFINE
CLARAMENTE O QUE É AMOR: SACRIFICAR-SE PARA TRAZER VIDA AO OUTRO, E
NÃO ALGO ROMÂNTICO E ETC. NOSSAS IDEIAS SOBRE DEUS SE TORNAM A BASE DE
TUDO O QUE PENSAMOS!
Na segunda parte do seu livro, Peter Jones descreve as principais características de
uma cosmovisão cristã sobre o sexo
1. Essa perspectiva começa com o reconhecimento da distinção existente entre o Criador e a
criatura. Dessa forma, a perspectiva bíblica sobre o sexo leva em consideração a santidade e
a singularidade de Deus (p. 108-111). Segundo Jones, “não há apenas um círculo envolvendo
a realidade como os monistas reivindicam. A Bíblia insiste que os cristãos estabeleçam dois
círculos”: um que descreve a realidade do Criador divino e o outro que descreve a realidade
da ordem criada (p. 115). Nesse sentido, o dualismo é parte fundamental da cosmovisão
cristã. A perspectiva de que Deus é o criador, santo e pessoal, determina a visão que os
cristãos têm sobre o mundo como um todo e sobre a sexualidade em particular
2. A partir da compreensão da diferença existente entre o Criador e o mundo criado, a Bíblia
enfatiza a diferença existente entre o homem e a mulher e descreve a união dos dois como
um complemento necessário e prazeroso. O homem e a mulher se complementam em cada
aspecto; igualmente valiosos, mas essencialmente diferentes; e tudo isto é considerado bom
aos olhos do Criador (p. 119). Por essa razão, a Bíblia nunca descreve o sexo como uma
mera válvula mecânica para satisfazer o apetite da carne nem como um impulso animal de
autogratificação, mas como um fator de exercício da comunhão e da intimidade existente em
um relacionamento saudável. “Sexo, de acordo com a Bíblia, é uma bela criação da mente do
Criador, coberta com suas perfeições morais” (p. 121). Diferenças e intimidade são essenciais
na perspectiva bíblica do ato sexual. O casamento e a intimidade sexual foram primeiramente
estabelecidos na humanidade por ordem do Criador para serem desfrutados através de uma
comunhão exclusiva do casal.
A cosmovisão cristã sobre a sexualidade é edificada sobre o ensino bíblico acerca da mesma
e, no contexto bíblico, a intimidade sexual é algo a ser desejado e celebrado, pois é obra do
bondoso Criador. Contrária a outras cosmovisões, a perspectiva cristã não trata as pessoas
como objetos para satisfação própria, mas como seres criados à imagem de Deus. O prazer
sexual não é analizado como um fator meramente genital, mas como um produto da
intimidade dos cônjuges. Dessa forma, até o prazer solitário é reprovado pela perspectiva
divina para o sexo: comunhão conjugal. Dentre os resultados da prática desses princípios, o
casal contará com o fortalecimento da união e a comunhão com o Senhor. Todavia, a
presença do pecado e seus efeitos no mundo certamente causam distorções na perspectiva
humana sobre a vida ao redor, inclusive a perspectiva sexual. Esta é uma das razões pelas
quais mesmo os cristãos continuam batalhando contra a idolatria de seus próprios desejos –
CARACTERÍSTICAS DO MODELO CRIACIONAL
Quando a gente entende o que Deus diz sobre a Criação e como ele chama tudo de
"bom" (parte seca/águas; animais daqui/dali; homem/mulher). Hoje nós olhamos
para a Criação e dizemos: "lindo, bom, maravilhoso. Deus é incrivel!", mas olhamos
para o modelo criacional de sexo e relacionamento e pensamos: "eu tenho uma ideia
melhor, do meu jeito é melhor". Você acredita que tudo que Deus criou é bom?
Então, pela lógica, o modelo criacional do sexo dEle também é! Você não pode, pela
lógica, achar o mundo criado incrível mas não o modelo sexual de Deus, porque tudo
isso Ele chamou igualmente de "bom"
Ao recusarmos o modelo de Deus, passamos a acreditar mais na nossa própria
cultura, e não em Deus e no que Ele criou. Deus não abrirá mão desse plano porque
não gostamos dele ou sentimos outra coisa. Ele está nos chamando a reconhecer o
bom plano dEle e aprendermos a amar o que Ele criou, ainda que inicialmente você
desconfie se realmente será tão bom assim. Se você quer fazer sexo com sua
namorada, acredite: será ainda melhor dentro do casamento. Essa é a promessa e o
veredito de Deus
Agostinho argumentava que o desejo sexual - a luxúria - tinha levado Adão a aceitar
a proposta de Eva de provar do fruto proibido da Árvore da Sabedoria.
Assim, pela primeira vez, o desejo sexual foi associado com a origem dos pecados.
Sua maneira de pensar talvez tenha sido responsável pelo grande legado de confusão
e ansiedade diante do sexo na igreja ocidental.
A aliança declarada por Santo Agostinho entre sexo e pecado deixou muitos cristãos
com uma sensação de vergonha diante do desejo sexual e o ato de saciá-lo – PONTE
EVANGELÍSTICA: O PRIMEIRO PECADO NÃO FOI O SEXO, MAS A
INDEPENDÊNCIA, O DESEJO POR AUTONOMIA. E ATÉ HOJE, TODO PECADO,
INCLUSIVE SEXUAL, TEM POR BASE ESSE DESEJO POR AUTONOMIA: VIVER
DE UMA FORMA DITA LIVRE, QUE SEGUE SOMENTE A PRÓPRIA VONTADE, E
NÃO A DE DEUS. DAÍ EM DIANTE, FALAR DE JESUS, QUE SE SUBMETEU
COMPLETAMENTE PARA NOS DAR VIDA
Se você usa o sexo de outra forma, você destrói a capacidade do sexo de unir
duas pessoas.
Veja, o que está acontecendo em Gn 1é um casamento: Deus cria a mulher em
secreto e apresentam os dois. Como no casamento, é o pai trazendo a filha ao
encontro do noivo. E aí eles se unem, mas não apenas fisicamente/sexualmente! Gn
1 não é uma mera ficada, porque o cara tava cheio de desejo. Se estabelece uma
aliança aqui, e por isso esse texto falar de "deixar pai e mãe" (que eles não tinham),
porque é a inauguração da ideia de "casamento", a formação de uma nova família
entre um homem e uma mulher. Não é o sexo o centro da questão, mas a união total
dos dois, e o sexo faz parte disso, é o "tornar-se uma só carne". Gn 1 não é sobre
sexo, mas sobre UNIÃO DE DUAS PESSOAS EM TODOS OS ASPECTOS
Se você é um cristão ou não e tenta viver fora desse modelo, sempre será uma
versão aquém do que Deus estabeleceu. Sempre haverá dores, angústias e limitações
em QUALQUER versão de sexo fora desse modelo criacional
a. sexo fora do casamento: tristeza e senso de ser usado, porque não há
entrega completa, mas só do corpo, mas não da alma, dos sentimentos, dos planos,
das vontades...
b. homossexualidade: é a união dos diferentes que forma a completude (seco e
água, luz e escuridão, homem e mulher). Se só houvesse água, seria ruim; se só
hovuesse luz, seria ruim. Da mesma forma, cremos que homem e mulher formam a
plenitude do que Deus tem para o sexo e casamento. Não é uma questão de
patriarcado, conservadorismo, política e poder, mas de Criação. A igreja sequer
existia e já havia um modelo criacional de sexualidade. Não é possível tentar fundir
homossexualidade e fé cristã, porque a fé cristã crê que Jesus vem resgatar tudo que
Deus criou mas foi perdido na Queda, inclusive o modelo criacional de sexo. A fé
cristã é incompatível com a homossexualidade. A fé cristã não é violenta, opressora
ou odeia homossexuais, mas são modelos incompatíves, porque Deus tem um outro
plano, assim como fazer sexo com namorada, fazer sexo com outra pessoa que não
seu cônjuge. Devemos amar e acolher toda e qualquer pessoa que estiver em nosso
meio, mas precisamos afirmar: Deus nos fez para vivermos outra forma de
sexualidade
Reconheço que muitas pessoas foram machucadas, feridas e frustradas por
pessoas do outro sexo e simplesmente decidiram direcionar seus afetos a alguém do
mesmo sexo, porque o sexo oposto lhe parece violento, mau ou frustrante: homens
decepcionados por mulheres, mulhere feridas por homens. Eu entendo as dores que
você passou, mas Cristo cura feridas, leva sobre ele a nossa maldição, a culpa do
sexo oposto e permite reconciliação entre gêneros, a fim de que homem e mulher se
encontrem novamente como Humanidade – MODELO CRIACIONAL
A expressão "que o auxilie" corresponde à palavra ezer, na língua hebraica. Podemos
encontrá-la no salmo 121: "Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me
vem o socorro [ezer]? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra".4
Aparece também no salmo 89, no qual as palavras do Senhor estão registradas: "Cobri
de forças [ezer] um guerreiro".5
No salmo 121, ezer refere-se à ajuda que vem de Deus. No salmo 89, significa "força".
Para dar maior profundidade à expressão, observe o que Adão diz a respeito da
mulher: "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne!". 6 "Ossos" é um modo de
se referir à força, e "carne" é um modo de se referir à fraqueza. Em síntese, ele está dizendo:
"Onde sou fraco, ela é forte, e onde ela é fraca, eu sou forte".
Eva é uma força correspondente para Adão.
Eles combinam.
Completam um ao outro.
Dão cobertura um ao outro.
Estão melhores juntos que separados.
A passagem continua: "Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à
sua mulher".7
Esse "deixará" abrange a vida dele como um todo. A vida dela como um todo.
Não há como se envolverem apenas pela metade. Eles têm de permanecer
comprometidos ao longo de todo o caminho. De dar tudo para isso. O local de
residência dele, seus laços imediatos com os pais e a família passam agora a segundo
plano, em relação ao compromisso assumido com ela.
Uma nova família se formou.
ECHAD
Pense em quantos casamentos sofrem porque um ou ambos os envolvidos
mantêm laços e relações com sua família de origem que interferem no vínculo
matrimonial de ambos. A lealdade primeira deles é agora de um com o outro, não
com suas famílias. Evidente que isso não implica romper contato com os pais ou não
querer mais saber deles. Mas é preciso haver consciência de quão profunda é essa
nova união.8
Portanto, o homem deixa os pais, une-se à mulher, "e eles se tornarão uma só
carne".9
Ora, essa "uma só carne" parece ter relação com fazer sexo. Lógico que tem.
Há, porém, muito mais envolvido aqui. Nessa história, até fazer sexo tem que ver
com algo mais.
Na percepção judaica, as palavras são extremamente significativas. Enquanto
um dicionário inglês tem algo entre 100 e 200 mil verbetes, a língua hebraica conta
com cerca de 7 mil palavras.10
Portanto, no hebraico, as palavras têm muito chão para cobrir. Uma única
palavra pode expressar algo de tremenda
profundidade e importância. Onde se diz que homem e mulher se tornarão "uma só
carne", o termo equivalente a "uma" em hebraico é echad.
Echad é a unidade composta de várias partes ou membros."
Ou seja, homem e mulher são duas pessoas, dois seres distintos, independentes. No
entanto, quando se juntam, são "um". A palavra é significativa porque ocorre numa das
passagens mais conhecidas das Escrituras para a história judaica. Trata-se da oração contida
no livro de Deuteronômio que começa assim: "Ouça, ó Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o
único Senhor". 12
carne echad".
Para a Bíblia, a afirmação de que existe um só Deus é fundamental. Não
muitos: um. E o sexo entre o homem e a mulher tem algo com esse Deus.
(j1 A palavra echad na verdade é bastante complexa, implicando uma
unidade com porções múltiplas. Falamos de um time que joga "como se
formasse um só corpo", um grupo de pessoas que discute alguma coisa como
se tivesse "uma só mente". "Uma nação", que pode ser constituída de milhares
ou mesmo milhões de pessoas.
12
Deuteronômio 6.4.^
Com quem é esse Deus.
Com como ele é.
Adão e Eva são um como Deus é um A mesma palavra.
Esse casamento entre homem e mulher — o fato de eles fazerem sexo — diz respeito a
algo muito maior que o relacionamento em si. Aponta para alguém que está além dos dois —
Deus.
A questão do casamento não é o casamento.
Ele é uma imagem.
Uma manifestação.
Uma vitrine pela qual você enxerga outra coisa.
O casamento tem uma missão.
O mundo não é echad. Ele não é um. Está despedaçado, partido, quebrado, e os cacos
se espalham por todo o chão.
Todos nós temos amigos provenientes de lares desfeitos .
Um casal "se separa".
Um cônjuge é "despedaçado" pela infidelidade de quem ama.
O casamento de alguém desmorona, e agora só resta "recolher os pedaços".
Quando nossa confiança é traída e quem nos deve dar apoio
não o faz, é natural que isso tenha consequências no conceito
que temos de Deus. Fica difícil acreditar que ele é bom quando
nossos relacionamentos mais significativos deixam de ser tão bons assim.
0 casamento foi planejado para se opor a tudo isso. Não para acrescentar outro
item quebrado ao mundo, mas para se somar à "unidade" do mundo. Esse homem e
essa mulher que se entregaram um ao outro devem dar ao mundo um vislumbre de
esperança, uma demonstração de como é Deus, um pouco de echad sobre a terra.
Comparecer a um casamento talvez nos emocione por querermos que o novo
casal seja bem-sucedido. Por intuição, sabemos que o "sucesso" dele está ligado de
alguma maneira ao nosso. O fato de os parceiros fazerem amor torna o mundo um
lugar melhor onde viver, um lugar com mais amor para todos. Talvez por isso sempre
nos chame a atenção os grandes casamentos. O amor entre os dois nos inspira
quando cresce.
A vida deles juntos dá vida a nós.
O casamento nos lembra que está tudo ligado.
Todos estamos ligados.
Assim, se está escrito que Adão e Eva eram uma carne, a "carne echad" deles é
na verdade a celebração de 1 milhão de outras coisas. Coisas que devem ser
celebradas. Deus. A vida.
A criatividade. O potencial. A sociedade compartilhada no zelo pelo mundo.
Força para a fraqueza, fraqueza para a força.
Uma nova família. A criação contínua do mundo.
Por fim, depois de tudo, da partida e da união, dos ossos e da carne, a
passagem termina com este versículo: "O homem e sua mulher viviam nus, e não
sentiam vergonha".14
Vergonha nenhuma, nem constrangimento.
Nenhuma necessidade de apresentar justificativas pelo que são.
Nada de se cobrir ou fingir.
Nada de máscaras ou segredos.
Total aceitação um do outro.
á
0 que queremos, não?
Alguém que nos veja exatamente como somos e ainda nos ame.
Como é terrível permitir às pessoas verem quem somos de fato. Vislumbrar trevas em
nosso coração, nossos maus hábitos, tudo que fizemos no passado de que nos arrependemos.
Nossas propensões, nossas deficiências, aquilo em que não somos bons.
Estar nu é aterrador.
Como seria estar com alguém que o ama do jeito que você é, sem tirar nem pôr?
Se você me vê como de fato sou, o eu que ninguém jamais viu, que eu não ousaria
mostrar a mais ninguém no mundo, as porções de mim que não tenho certeza de querer que
alguém veja um dia; se concedo esse vislumbre do âmago do meu ser, da minha alma, você
ainda me amará como ama agora?
Eis a pergunta a fazer um para o outro e para Deus.
Aceitação incondicional, absoluta.
De um amante, de Deus — é o que almejamos.
Por isso, o casamento é sempre sobre algo maior que ele próprio. São duas pessoas
que se dão um abraço incondicional de amor, mostrando uma para a outra, em carne e osso,
como Deus é. Estão ambos nus e não sentem vergonha alguma.
*• T '
Há uma progressão aqui. Essa passagem mostra um padrão relacionado com o modo
em que somos levados a nos conectar a outra pessoa. Ele foi implantado no tecido da criação.
Existe um modo de se unirem as almas.
É possível, porém, estragar essa progressão. Precisamos compreender que fomos
criados por Deus para viver como seres inteiros. íntegros. Únicos. Não fragmentados ou
despedaçados, mas um.
No livro de Salmos, está escrito: "Diz o tolo em seu coração: 'Deus não existe'". Outro
salmo diz: "O meu espírito pergunta [...]". Outro ainda: "O meu coração e o meu corpo
cantam [...]".15 O coração fala, o espírito pergunta, a carne canta. Corpo, alma, cérebro,
coração, pensamentos e sentimentos, estão todos fundidos num ser que chamamos "pessoa".
A passagem de Gênesis a respeito de Adão e Eva mostra pessoas inteiras se unindo.
Ele inteiro sendo entregue a ela inteira.
Desejar só o corpo dela irá parti-la em duas. Significa que .. ela é boa para ele apenas
em parte. Por isso, depois de dormir com ele, ela quer saber que rumo está seguindo o
relacionamento. Ela deseja ser integrada. Anseia por isso.
Quer ter certeza de que ele estará lá de manhã, e na manhã seguinte, e na outra. Quer
ter certeza de que, além do sexo, ele a ama, a deseja — inteira.
A parte do "viviam nus, e não sentiam vergonha" vem por último na história de Adão e
Eva. Representa uma celebração de todos os modos pelos quais eles se uniram. Todos os
sentidos em que a alma de cada um deles se misturou com a do outro.
É fácil tirar a roupa e fazer sexo. As pessoas repetem esse gesto o tempo todo. Mas
abrir a alma para alguém, deixá-lo entrar em seu espírito
e pensamentos
e esperanças e sonhos... isso é estar nu.
Por isso, quando as pessoas acabam de se conhecer e já dormem juntas, elas
estão aumentando significativamente as chances de o relacionamento não sobreviver.
Adiantar o passo da progressão sempre custa alguma coisa.
Se não existe nenhuma missão comum, nenhuma tarefa compartilhada,
nenhum senso de osso dos ossos e carne da carne, nenhum vínculo que tenha levado
anos para se desenvolver, muitos acabam passando de relacionamento em
relacionamento, fazendo sexo sem jamais ficar nu de verdade.
Muita coisa rápido demais quase nunca persiste.
Cântico dos Cânticos diz: "Não despertem nem provoquem o amor enquanto ele
não o quiser".16
- CASAMENTO MANIFESTA TRINDADE; UNIÃO DE MUITOS EM UM
- EXCELENTE! USAR!
- A TRAGÉDIA DE SEPARAR CASAMENTO E SEXO
Mas o Eros também tem seus limites, porque apaixonar-se é fácil, mas permanecer
amando é difícil. E aí aprenderemos outra coisa sobre a visão cristã do sexo e
relacionamentos: o amor não é um mero sentimento intenso que se tem por outra
pessoa (ainda que exista sentimento), mas uma decisão, uma promessa, uma ação
de sustentar/cuidar/proteger/servir o outro. O verdadeiro amor faz promessas e
votos, e não apenas sente o tesão e a paixão.
A paixão quer se entregar ao outro, quer se dar, se tornar vulnerável, quer ficar
nu diante do outro (literal e figurativamente) ser abraçado e acolhido pelo outro. E
novamente digo: a visão bíblica não é mais restritiva, mas superior, porque a Bíblia
não nega o “entregar-se” ao outro em corpo e alma, mas diz que isso não deve
acontecer por um momento apenas, e sim enquanto os dois existirem, e não apenas
o corpo, mas toda a vida, não como um objeto físico a ser desfrutado, mas como uma
pessoa a ser servida. A fé cristã não é contra as declarações amorosas de “eu serei
seu, todo seu”, mas considera a integralidade da vida (em profundidade e duração).
O Eros, sozinho, diz: “serei todo seu”, e após se dar/receber o outro sexualmente,
tende a se dissipar e procurar outra pessoa para se entregar novamente, e o que dirá
para ela: “serei todo seu”. O Eros é iludido, pois quando a paixão é forte, acreditamos
que o nós e o outro seremos para sempre “um”. Mas o Eros não consegue sustentar o
dia a dia, a rotina, as dificuldades
É aí que Ágape surge, como o amor-promessa, o amor-serviço que sustentará a
relação quando Eros não existir. É uma garantia ao outro de que eu não fugirei, não
irei embora quando ele errar, quando ele falhar, quando ele não for bom o suficiente.
O Ágape é o que torna possível as “promessas impossíveis” de Eros, porque Eros
sozinho não pode realizar o que a paixão intensa e louca diz e promete. O Eros deseja
ser completado (eu quero me completar), mas o Ágape deseja completar o outro. O
movimento não é egoísta (“quero pra mim, quero ter, quero gozar”), mas altruísta,
para o outro. O Ágape transborda para encher o outro. O Ágape é uma ilustração de
Cristo amando a Igreja e se entregando por ela
A promessa do amor cristão, portanto, não é “eu serei sempre apaixonado por
você”, mas “eu estarei sempre com você, ao seu lado, para te servir e ajudar”. O
Ágape erótico não é como o Ágape “puro” (misericórdia para com os pobres, por
exemplo), mas torna-se erótico, conjugal, toma as cores de uma relação física. Há
um “eros agápico” ou “ágape erótico”. Sem o Ágape o Eros se esvazia rapidamente
ou torna-se tão grande que vira demoníaco
O pecado sexual, portanto, é a separação de Eros e Vênus (sexo corporal sem
pessoalidade) ou de Eros e Ágape (traição, por exemplo).
Nossa sociedade é baseada em Eros e adora a Eros, mas sem Ágape, ele está
se tornando Vênus. Nós exigimos total liberdade sexual e celebramos a absoluta
liberdade que experimentamos, mas sozinho, o Eros está começando a se tornar
terrível. Pornografia, hiperssexualidade, aborto (“o corpo é meu”, como se fosse uma
mera ferramenta, ao invés de ser ver como um ser corporificado)
Uma aplicação disso: homens e mulheres rebolando o tempo todo, tirando fotos
e fazendo vídeos e milhares e milhares de repetições disso. E o que você tem com
essa pessoa? Nada. Você só tem acesso a uma imagem do corpo. Você não tem
acesso à pessoa, mas a apenas o corpo dela. Ficamos excitados com isso, mas não há
nada de verdadeiramente erótico aqui; há apenas excitação física, animal, mas sem
qualquer traço de comunhão, união. O sexo, pensado para ser a união de dois em
um, tornou-se a separação de pessoas em muitas partes, vendidas e expostas como
produto, comercialização do que deveria ser união de amor
Sexo efecundidade
Uma das razões explícitas pelas quais Deus instituiu o casamento consiste na
perpetuação da raça humana com descendentes que amem e temam a Deus (Ml
2.15). A procriação é a razão principal (mas não única) de Deus ter instituído o sexo.
Deus o criou para consistir em uma experiência deleitosa e
mesmo extática tão grande a fim de incentivar e recompensar o ato e o processo de
trazer filhos ao mundo. Deus se deleita nos seres humanos, criados à sua imagem, e
deseja mais deles para compartilhar sua comunhão trinitária e para que eles exerçam
o domínio benevolente sobre sua criação. Quando Deus amaldiçoou o pecado da
mulher, ao tornar o parto uma experiência dolorosa (Gn 3.16), ele ensinou uma lição
memorável: o pecado, ao mesmo tempo que produz a vida, mata 0 que se pretende
ser bom e deleitoso. Todavia, mesmo na maldição do pecado, 0 plano de Deus de
povoar a criação com sua imagem não poder ser ameaçado, e a alegria do recém-
nascido sobrepuja a dor do parto (Jo 16.21). A Bíblia identifica a fecundidade (física,
material, emocional) repetidas vezes como uma das bênçãos divinas (Gn 17.6; Lv
26.9; Is 32.15; Jr 23.3; Cl 1.10), e os filhos são uma das maiores bênçãos (SI 127;
128).
Deus quer que sua imagem se perpetue, e ele tornou fazê- -lo deleitoso e
gratificante. Ter filhos é parte crucial da cosmo- visão sexual cristã. "Por isso, deixa o
homem pai e mãe e se une à sua mulher tornando-se os dois uma só carne. Ora, um
e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam”, escreveu
Moisés (Gn 2.24,25). Só depois do pecado Adão e Eva experimentaram vergonha pela
nudez (Gn 3.7-11). Eles tentaram se esconder de Deus e um do outro. A nudez do
casamento no Éden exibia e realçava a intimidade de um homem e de uma mulher
que se amavam 0 suficiente para não temer compartilhar seus segredos mais
profundos. Eles não tinham nada a esconder. Mesmo após a Queda, a única relação
de um homem e de uma mulher em que Deus permite a nudez é 0 casamento (Lv
18.5-20). O pecado interrompeu a intimidade da raça humana, mas ela foi restaurada
no casamento.
O marido piedoso aprende ao longo do tempo quão mítico e destrutivo é 0 macho
inquieto e individualista mantido como norma no mundo moderno. Ele aprende que
não é bom para 0 homem estar só — na verdade, trata-se de algo ruim. Ele é apenas
meio-homem. A mulher, pela própria natureza, fornece ao marido a complementação
espiritual, emocional e psicológica — ele recebe da esposa algo que só pode receber
dela, e o mais vital é a intimidade humana com seu conforto e segurança — algo que
nenhum homem deve viver sem coagir o sexo, o o poder emocional da mulher de
trocar o sexo por oulra coisa que ela deseje. Os homens usam as mulheres como
objetos e as mulheres usam o sexo como objeto.
A cosmovisão sexual anticristã elimina a intimidade do sexo e a substitui pelo
poder: 0 poder físico do macho para Deus não destinou todos os homens ao
casamento, mas os celibatários precisam de uma graça divina especial para
compensar a falta de intimida- de no casamento (Mt 19.12; 1C0 7.7).),
Quase desde o princípio, os seres humanos pecadores fazem comércio do sexo
sob a forma de prostituição (por exemplo): os homens desejam o prazer, e as
mulheres, o dinheiro: sem intimidade, as duas coisas pervertem a cosmovisão sexual
cristã. O homem pecador pode perverter tudo que o Deus bom faz. O problema é que
Deus não criou a humanidade com a capacidade de obter sexo sem ter intimidade.
Paulo adverte: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu,
porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz?
Absolutamente, não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um
só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne” (iCo 6.15,16).
O sexo cria a intimidade de uma só carne; não importam quão casuais e
mercenárias sejam as intenções de quem o pratica como recreação. Essas relações
carregam essa intimidade e sua subsequente quebra relacional onde quer que
ocorram. Isso é igualmente um alerta notável contra o sexo pré-marital, e a noção
comum (errônea) de que o sexo casual não surte efeitos duradouros, com a
possibilidade de que alguém possa mais tarde se estabelecer e casar sem implicações
persistentes dos encontros sexuais anteriores. Existe muita atividade sexual sem a
pretensão de intimidade, mas nunca há sexo sem intimidade real — para o bem ou
para 0 mal. A cosmovisão sexual anticristã promete 0 prazer sem as bênçãos e os
fardos da intimidade, mas essa promessa se opõe à ontologia humana, que, como
desígnio de Deus para o homem, sempre se vinga.
Embora a prostituição tenha sido isolada na historia da sociedade como uma
concessão embaraçosa, embora realista, ao pecado humano, a mercantilizaçüo mais
ampla do sexo — tipificada pela prostituição — tornou-se um fato cultural desde a
Revolução Sexual. Como observei antes, a reputação de jovens lobos sexuais viris
nos campi à procura de presas femininas que se encaixem em suas aspirações gerais
de sucesso e boa vida têm encontrado paralelo, nos últimos tempos, em garotas
colegiais ambiciosas:
Agora entende-se bem que o namoro tradicional na faculdade passou do
telefone fixo e foi substituído pelo “ficar” — termo ambíguo que pode significar
qualquer coisa desde fazer sexo oral ao intercurso propriamente dito — sem o en-
volvimento emocional de uma relação.
Até recentemente, quem estudava o surgimento da “cultura do ficar” presumia
sua condução pelos homens — as mulheres participavam com relutância, pois se
interessavam mais pelo romance que por encontros sexuais casuais. Todavia, há a
percepção crescente de que as jovens também estão à busca disso.
As limitações apresentadas acima não são ainda uma prova de que a ética sexual
Cristã seria a melhor ou a correta. Meu ponto é simplesmente questionar o tipo de
atmosfera moral que, alega-se, podemos respirar sem preocupações. A verdade é
que se trata de um ar tóxico. E a toxidade vem da concepção moderna de liberdade,
que o filósofo Cristão Herman Dooyeweerd descreveu como o “ideal de personalidade
livre”, gerado no Renascimento, maturado no Iluminismo, e mostrando agora seus
traços de senilidade.
Toda a concepção moderna e, particularmente, liberal, de liberdade como “arbítrio”,
como posse ilimitada ou quase ilimitada de si, e como ausência de restrição externa é
muito problemática. Reconheço o seu apelo, em tempos de tiranias como o que
vivemos – particularmente do Estado e de grandes Corporações – mas trata-se de
uma “cisterna rota”, para usar a linguagem Bíblica – LIBERDADE NÃO É AUSÊNCIA
DE RESTRIÇÕES, NÃO É SER ABSOLUTAMENTE DONO DE SI MESMO. ATÉ
PORQUE, NO FINAL, SOMOS SERVOS DE ALGO, GOSTEMOS DE PERCEBER
ISSO OU NÃO. SE FORMOS SERVOS DAS PAIXÕES SEXUAIS, NOS
DESTRUIREMOS. SE FORMOS SERVOS DO SENHOR, VIVEREMOS E FAREMOS
VIVER
No âmago, está errada a concepção de o valor do homem nasça de sua liberdade, e
que essa liberdade inclua não apenas a força, mas o direito da autocontradição, como no caso
da vítima do “canibal de Roterburg”. Porque não somos livres para fazer o que quisermos
com a nossa vida? Porque ela não nos pertence. O homem e a terra se pertencem
mutuamente; o homem e os homens se pertencem mutuamente; e cada um de nós pertence
a Deus. A liberdade consiste no uso do poder do arbítrio para compreender e responder a
esse fato, da nossa pertença a Deus. A liberdade usada para a contradição de si leva à
escravidão; a liberdade usada para afirmação de si por meio da gratidão e da imitação
daquele que concedeu a liberdade é a única ação que pode preservar a liberdade. Se minha
liberdade é totalmente dependente da pertença a Deus, a propriedade privada é real, mas
também totalmente dependente de Deus e, por isso, relativa. E isso aplica a todo e qualquer
ato da liberdade humana: eles se fundam na presença e na graça divina, e não podem jamais
contradizê-la.– NÃO NOS TORNAMOS HOMENS E MULHERES AO SERMOS TOTALMENTE
LIVRES PARA FAZER O QUE QUISERMOS; ANTES, SOMOS HOMENS E MULHERES AO
REFLETIRMOS A IMAGEM DE DEUS
Na verdade há, sim, o “uso” correto do corpo; compreendendo-se que a propriedade
e a liberdade são relativas mas reais, o próprio corpo e o corpo do próximo devem ser
“usados” para fins que alegram e dignificam a pessoa livre e o Deus que se manifesta
nela. Assim o consentimento meu e do outro está sujeito a outra consideração: o que
um ser humano deve ser no sentido pleno? Como uma pessoa livre, no sentido
profundo e integral, se relacionará com outra pessoa livre no mesmo sentido? – SE
NOSSOS CORPOS PERTENCEM A DEUS, NÃO DEFINO COMO VIVEREI
Diferente da visão pós-moderna, a Bíblia oferece uma cosmovisão do sexo que tem
sim certas restrições, mas não para tirar a liberdade, e sim para mantê-la e cultivá-la
Talvez eu possa usar uma ideia principal, mostrando que todas as cosmovisões sobre
sexo são, no final das contas, redutoras do que é o ser humano. Todas têm uma
visão menor do ser humano que não respeita/valoriza algum aspecto dele. Só a fé
cristã o mostra como inteiro, absolutamente íntegro e digno em si mesmo e para
estar em relação com outros. Há plena liberdade na fé cristã, mas ela é usada para
serviço do outro. Dois livres que livremente decidem se servir em amor – TODAS
COSMOVISÕES VEEM SEXO DE FORMA DIMINUÍDA
MATERIAL EXTRA
DA COSMOVISAO
CRIACIONAL
A VISÃO CRISTÃ
A atitude cristã em relação ao sexo é popularmente considerada a visão platonista,
mas a maioria
definitivamente não é. Difere radicalmente de cada uma dessas três visões
proeminentes.
Ao contrário da visão platonista, a Bíblia ensina que o sexo é muito bom (Gênesis
1:31). Deus
não criaria e ordenaria que algo fosse feito no casamento (1 Co 7: 3-5)
não é bom. O cântico de Salomão está repleto de júbilo descalço no prazer sexual. De
fato,
a Bíblia pode ser muito desconfortável para o pudico.
Ao contrário da visão realista de “sexo-como-apetite”, a Bíblia ensina que os desejos
sexuais são
quebrado e geralmente idólatra. Por si só, os apetites sexuais não são um guia
seguro, e
somos instruídos a fugir das nossas concupiscências (1 Coríntios 6:18). Nosso apetite
sexual não opera o
mesmo que nossos outros apetites. Para ilustrar esse ponto, C. S. Lewis nos pede
para imaginar um planeta
onde as pessoas pagam para ver alguém comer uma costeleta de carneiro, onde as
pessoas olham a revista
fotos de comida. Se aterrissássemos em tal planeta, pensaríamos que o apetite
desses
as pessoas estavam seriamente perturbadas. (1) No entanto, é assim que as pessoas
modernas abordam o sexo.
Ao contrário da visão romântica, a Bíblia ensina que amor e sexo não são primários
para
felicidade individual. O que a Bíblia diz sobre sexo e casamento “tem um
singularmente estranho
som para aqueles de nós criados em noções românticas de casamento e sexo. Nós
somos atingidos por
o realismo absoluto das recomendações paulinas em 1 Coríntios 7. . . mas [acima de
tudo por]
a legitimação da singeleza da igreja primitiva como uma forma de vida [que]
simbolizava a
necessidade da igreja crescer através do testemunho e conversão ”(2).
A Bíblia vê o sexo não primariamente como auto-realização, mas como uma maneira
de conhecer a Cristo e construir
seu reino. Essa visão enfraquece tanto a idolatria da sociedade tradicional de sexo por
socialização quanto a idolatria da sociedade secular de sexo por realização pessoal.
SEXO É UM SACRAMENTO
A ética sexual cristã faz pouco sentido a menos que primeiro entendamos a elevada
visão de
sexualidade na fé cristã. O sexo é sagrado por três razões.
Sexo procria: a política do sexo
O sexo é sagrado porque, com Deus, co-cria uma nova alma. Sexo propaga a raça
humana
(Gn 1:28) Sua finalidade não é meramente para a construção de um nome de família.
O propósito de
o sexo é criar famílias de discípulos, estabelecer novas comunidades do reino. E,
ironicamente, a principal maneira de aprendermos isso é através da atitude notável
da Bíblia em relação a
singeleza.
O cristianismo, ao contrário da maioria das religiões ou culturas tradicionais, mantém
a singelação como um viável
modo de vida. Tanto Jesus como o apóstolo Paulo eram solteiros. Jesus falou sobre
aqueles que
permaneceu solteira, a fim de melhor servir o reino de Deus (Mt 19:12). Paul diz
a unicidade é muitas vezes melhor para ministrar como sinal do reino vindouro (1
Coríntios 7: 29-35).
Uma das poucas diferenças claras entre o cristianismo e o judaísmo é o primeiro
entretenimento da ideia de unicidade como modo de vida paradigmático para seus
seguidores. . . .
A unicidade era legítima, não porque o sexo fosse considerado particularmente
questionável
atividade, mas porque a missão da igreja era tal que “entre os tempos” a
a igreja requeria aqueles que eram capazes de prestar serviço completo ao Reino. . . .
E nós
É preciso lembrar que o “sacrifício” feito pelo single não é o de “desistir do sexo”, mas
o sacrifício muito mais significativo de desistir de herdeiros. Não pode haver ato mais
radical
do que isso, como é a expressão institucional mais clara de que o futuro não é
garantido por
a família, mas pela igreja. (3)
Portanto, devemos escolher entre casamento e solteirismo não com base no fato de
quer a felicidade pessoal e status de uma família, mas com base em qual estado nos
faz
mais útil no reino de Deus.
Tanto a unicidade como o casamento são instituições simbólicas necessárias para a
constituição do
a vida da igreja como a instituição histórica que testemunha o reino de Deus. Nem
pode ser
válido sem o outro. Se a solidão é um símbolo da confiança da igreja no poder de
Deus
para efetuar vidas para o crescimento da igreja, casamento e procriação é o símbolo
da
o entendimento da igreja de que a luta será longa e árdua. Para os cristãos não
coloque sua esperança em seus filhos, mas sim seus filhos são um sinal de sua
esperança. . . naquela
Deus não abandonou este mundo. (4)
Veja, então, quão diferente é a proibição cristã do sexo extraconjugal do tradicional
1? Nas culturas tradicionais, o sexo pré-matrimonial era um tabu, mas o mesmo
a família e a propagação de seu status econômico e social eram ídolos. O cristão
proibição de sexo antes do casamento é claramente diferente em sua inspiração,
porque a solidão é agora
considerada uma alternativa viável. (5) Nas sociedades tradicionais, o sexo antes do
casamento era proibido
porque minou a família. No cristianismo, minou o reino. Por quê? Primeiro,
o sexo fora de um pacto de casamento mina a qualidade de caráter da fidelidade, que
constrói comunidade.
A questão não é apenas se a forma de atividade sexual X ou Y está certa ou errada,
como se
a atividade pode ser separada de todo um modo de vida. Pelo contrário, essas
questões são apenas
maneiras abreviadas de perguntar que tipo de pessoas deveríamos ser capazes de
apoiar o
missão da igreja. . . . A castidade, esquecemos, não é um estado, mas uma forma da
virtude de
fidelidade que é necessária para um papel na comunidade. Como tal, é tão crucial
para o
vida de casado como é para a vida de solteiro. (6)
Segundo, nos abstenhamos do sexo extraconjugal para testemunhar como Deus
trabalha no evangelho.
Deus chama seu povo para um relacionamento exclusivo, um pacto de casamento e
para dar-lhe
qualquer coisa menos em troca é infidelidade. “Pela nossa fidelidade uns aos outros,
dentro de um
comunidade que exige, finalmente, lealdade a Deus, experimentamos e
testemunhamos os primeiros frutos
da nova criação. Nosso compromisso com as relações exclusivas testemunha a
promessa de Deus ao seu
pessoas, Israel e a igreja que, através de seu compromisso exclusivo com eles. . .
pessoas
será trazido para o seu reino. ”(7) Assim, embora seja comum ouvir as pessoas
dizerem:“ O sexo é
um assunto privado e nenhum negócio, exceto o meu, ”não é verdade. Como usamos
o sexo
significativa comunidade e ramificações políticas.
Discipulado Cristão
Em forte contraste com a filosofia individualista, a teologia cristã ensina que as boas
ações são aquelas que são orientadas para Deus, e não para o eu. O bem maior que
pode ser encontrado não é expressar plenamente os próprios desejos ou alcançar os
próprios objetivos, mas alinhar a vontade pessoal com a de Deus. Para um cristão, a
submissão à lei de Deus requer autonegação. O individualismo expressivo diz: “siga
seu coração”, enquanto Jesus diz: “siga-me”. Esse imperativo exige que o crente
renuncie até mesmo aos seus desejos mais profundos e pessoais. Jesus ensinou:
“Quem quiser ser meu discípulo deve negar a si mesmo e tomar sua cruz diariamente
e seguir-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a sua
vida por mim a salvará ”(Lucas 9: 23-24).
O discipulado envolve, portanto, assumir uma nova identidade. O apologista cristão
CS Lewis escreveu: “Quanto mais temos o que agora chamamos de 'nós mesmos'
fora do caminho e deixamos que Ele nos entregue, mais verdadeiramente nos
tornamos nós mesmos” .2 Ele continua,
Nosso verdadeiro eu está esperando por nós nEle. Quanto mais eu resisto a Ele e
tento viver sozinho, mais me torno dominado pela minha própria hereditariedade e
educação e desejos naturais. (…) É quando me volto para Cristo, quando me entrego
à Sua personalidade, que começo a ter uma personalidade própria. 3 – UAU, CARA!
LEWIS É O BICHO MESMO!
Nesse sentido, a submissão total à vontade divina não é uma traição do verdadeiro eu,
como seria no quadro do individualismo expressivo, mas uma realização do verdadeiro
eu. Para um cristão, os desejos naturais da pessoa humana são restrições à identidade
espiritual de alguém. Os individualistas, por outro lado, vêem esses desejos naturais como
representando a verdadeira identidade de uma pessoa. Essa diferença está frequentemente
no centro do desacordo sobre a orientação ou atração pelo mesmo sexo. A maioria das
tradições cristãs ensinam que negar a si mesmo a expressão desses desejos profundos é
doloroso, mas em última análise, santificador. “A renúncia de si mesmo é pensada para ser e,
de fato, está próxima do núcleo da ética cristã”, Lewis ensinou. 4
Ambas as filosofias exigem que o indivíduo desafie as expectativas sociais quando
essas expectativas são inconsistentes com o propósito mais elevado do indivíduo. A diferença
é que o individualista vê seu propósito como resultante de seus desejos, inclinações e sonhos,
enquanto o propósito do discípulo vem de um relacionamento com o Divino externo. Para os
crentes religiosos, os ensinamentos sexuais tradicionais não constituem uma afronta à
identidade de ninguém, mas sim um convite para se encontrar em Deus. Enquanto
individualistas expressivos veriam esses ensinamentos como sufocantesOs cristãos
freqüentemente vêem esses ensinamentos - e as tradições sociais e morais que são
informadas por eles - como apoio de seus deveres de se alinharem com a vontade de Deus
CONCLUSÃO
- para visão moderna, todos problemas sexuais e seus derivados se resolvem com
mais LIBERDADE e menos restrições. Visão cristã: mais liberdade virá com as
restrições certas! (como peixe que não vê água como restrição, mas como seu
habitat. Isso não é “construído socialmente ou imposto”, mas natural)
- gastar menos tempo na visão tradicional e mais na visão hipermoderna
Uma das tarefas centrais da fé cristã hoje é recuperar o Eros, mostrando como
ele está em oposição ao pornográfico, a Vênus/venal, à mera corporalidade, à
objetificação do corpo. Paixão sem Ágape torna-se animalidade; a única forma de
verdadeiramente recuperar o erótico não é focar no próprio Eros, mas enchê-lo,
revitalizá-lo e sustenta-lo com Ágape – TALVEZ USAR UMA IDEIA MAIS SIMPLES
PRA ILUSTRAR ANTIGUIDADE E MODERNIDADE: ANTIGUIDADE ERA SÓ
PROMESSA (SACRIFÍCIO PELO OUTRO, ENTREGA, PROMESSA, CONTRATO,
COMUNIDADE, INCONDICIONALIDADE) ENQUANTO MODERNIDADE É SÓ
EROS (PAIXÃO, INTENSIDADE, INDIVIDUALIDADE, EFEMERIDADE). CADA
UM DESSES AMORES, SOZINHOS, PRODUZ DISTORÇÕES, ERROS E
SOFRIMENTOS. ENQUANTO A FÉ CRISTÃ FALA DE UMA PAIXÃO QUE É
SUSTENTADA POR UMA PROMESSA /// A IDEIA DO EROS É “PREENCHER O
VAZIO” NO OUTRO. MAS O OUTRO TAMBÉM É VAZIO, DE CERTA FORMA. A
IDEIA DE QUE SEREI CHEIO AO TER O OUTRO É UMA ILUSÃO FORA DO
CASAMENTO. ISSO FAZ SENTIDO EM RELAÇÃO À CARÊNCIA
Quero dizer, o perigo é que assumimos que a Revolução Sexual sempre será triunfante,
progredindo para cima e para frente. Assumir isso é supor que a Revolução Sexual será capaz
de cumprir suas promessas. Não pode.
É por isso que eu digo que a igreja deve se preparar para os refugiados da Revolução Sexual.
Devemos entender porque a cultura ao nosso redor é exuberante. Eles acreditam que isso os
fará felizes, que sua alienação foi resultado da marginalização cultural ou da repressão
puritana. Mas o principal problema que todos nós temos é interno. Há uma consciência que
nos fala de uma palavra que queremos esconder: "Onde você está e para onde vai?"
Se nos calarmos sobre o que o evangelho diz sobre a imoralidade sexual, não apenas
perderemos nossa missão, mas também perderemos o respeito daqueles que estamos
buscando alcançar. Eles podem ler textos. Toda a ginástica dos revisionistas não faz nada
para silenciar o que as pessoas honestas lêem nas nossas Escrituras. Quando eles nos ouvem
limpando nossas gargantas com constrangimento ou explicando coisas fora de moda no
momento, eles ouvem de nós que temos mais medo deles do que estamos confiantes em
nosso evangelho. Como então eles podem confiar em nós com palavras de vida que podem
dominar o túmulo, quando eles vêem que não estamos nem mesmo dispostos a ir contra o
espírito da era?
A Revolução Sexual não pode cumprir suas promessas. Muitas pessoas ficarão desapontadas,
e mesmo antes de poderem admitir isso a outros ou a si mesmas, elas perguntarão: “Isto é
tudo que existe?” Precisamos de igrejas que possam manter a luz acesa para os antigos
caminhos, que pode manter as águas do batismo prontas. Precisamos ser as pessoas que
podem lembrar ao mundo ferido do que viemos a ouvir e crer: “Vinde a mim, todos os que
estão cansados e sobrecarregados, e eu vos darei descanso” (Mt. 11:28). ). Essa é uma boa
notícia para os refugiados, como nós – EXCELENTE TEXTO!
EFEITOS DA
REVOLUÇÃO
SEXUAL
Mulheres
Ironicamente, as consequências mais prejudiciais recaíram sobre as mulheres e as
crianças. Digo "ironicamente”, pois os defensores mais ferozes da Revolução Sexual,
os progressistas sociais, professam cuidar dos indivíduos mais fracos e vulneráveis da
sociedade. Todavia, como no caso do aborto, a defesa da Revolução Sexual desmente
sua preocupação. As mulheres desejam um homem comprometido e amoroso para si
mesmas e seus filhos. A Revolução Sexual transformou o homem em um playboy
irresponsável e despreocupado.
As mulheres querem homens que participem dos deveres domésticos, mas a
Revolução Sexual não lhes dá nenhum incentivo para ficar em casa — exceto para
jogar videogames, talvez.
As mulheres querem romance, mas a Revolução Sexual convida a pornografia
que transforma as mulheres em objeto e transforma indivíduos de seu gênero em
uma foto digital gnóstica, inatingível e retocada — que nenhuma mulher real no
mundo pode viver à altura.
Além disso, a pornografia tem causado mais estragos que a objetificação. Ela
ocasionou a completa degradação das mulheres. Kate Dailey, ao comentar o livro
“Pomland”: How Porn Has Hijacked Our Sexualiiy [“Pornolândia”: como a pornografia
sequestrou nossa sexualidade], de Gail Dines, escreveu na revista Newsweek:
A maior parte da pornografia agora se baseia na humilhação das mulheres
(encorajando as meninas a fazer brincadeiras sem limites) ou em sua degradação (o
trabalho de Max Har- deore, um pornógrafo já preso por obscenidade), e “as
mulheres do mundo pornó parecem gostar de fazer sexo com homens que não
expressam nada além de desprezo <• ódio e, muitas vezes, quanto maiores os
insultos maiores são os orgasmos envolvidos. Trata-se de um mundo sem compli-
cações em que as mulheres não precisam de salário igual, cuidados de saúde,
creches, planos de aposentadoria... K um mundo cheio de mulheres unidimensionais
que nada rnais são que coleções de orifícios” (xxiv). Esse mundo agora, Di- nes diz,
está em toda parte: mais estupros e agressões sexuais, mais sentimentos de
inadequação e vergonha, e menos intimidade e igualdade entre homens e mulheres.''
No fim, separou-se o sexo da intimidade e ele foi reduzido à técnica; nessa visão
narcisista, idosos e deficientes físicos são indignos do sexo. As mulheres são as
primeiras grandes vítimas da Revolução Sexual.10
Crianças
As crianças não se saíram melhor sob o regime da Revolução Sexual. Ilegitimidade
(mas quem usa essa palavra hoje em dia?) e divórcio causam grandes danos às
crianças, deixando- -as muitas vezes sem o pai e dividindo seu tempo entre o pai e a
mãe desesperados. Além disso, a pedolilia e sua gradual normatização colocam em
risco crianças vulneráveis." Sem mencionar a consequência mais desast rosa: o
assassinato de milhões de crianças por meio do aborto legalizado, o fruto
terrivelmente amargo da Revolução Sexual. Lembre-se de que aborto, para a
Revolução Sexual, é o ‘“plano b’ permanente” para a contracepção. 12 É impossível
imaginar o assassinato em massa produzido pelo aborto sem a Revolução Sexual.
Então, à medida que as crianças crescem e entram no ensino médio e no
superior, a tragédia não diminui. Encontra- mo-nos em meio à cultura do “ficar” entre
os jovens, e isso significa “um tipo de ato sexual ou outro, em qualquer tempo, entre
pessoas que se conhecem ou não, com o entendimento e a condição de esse ato não
envolver nenhum compromis- so’V*]Sexo sem compromisso é o título de um filme
estrelado
deploram a hierarquia masculina. Todavia, caso haja uma hierarquia masculina no
inundo contemporâneo, a Revolução Sexual ajudou a produzi-la. Os homens dispõem
da liberdade do sexo recreacional sem se comprometer com uma esposa e filhos, e
podem se valer da pornografia sem nenhum estigma social. Os homens obtêm toda a
diversão e nenhuma culpa: que as mulheres e as crianças sofram as consequências.
Essa é a mensagem da Revolução Sexual, mesmo que não pretendida.
Todavia, os homens também sofrem algumas consequências. A irresponsabilidade
gerada pela Revolução Sexual deixou uma geração de jovens efeminados, incapazes
de manter o emprego por mais de um ano, que não cultivam o amor de uma mulher,
não passam tempo cuidando dos filhos e mais conhecedores de jogos digitais que do
caráter moral. Eles sofrem de consequências biológicas também, e não só de doenças
sexualmente transmitidas. A neuropsiquiatria mostra que exposição extensa à
pornografia dispõe o cérebro à insatisfação sexual: “A visualização repetitiva de
pornografia redefine os caminhos neurais, criando a necessidade de um tipo e nível
de estímulo insaciável na vida real", escreveu Holly Finn no Wall Street Journal. “O
usuário se excita e se condena.”"’
A pornografia não é uma diversão inofensiva; de Deus não se zomba — nem
mesmo com uma revolução tão bem-sucedida como a Revolução SexualA
E Nietzsche matou sua moralidade — pelo menos tentou. Ele contra-atacou com
a moralidade do “super-ho- mem”: o homem cria a própria moralidade. A moralidade
não é dada por Deus; é inventada pelo homem. 20 Cinquenta anos antes da Revolução
Sexual, as elites ocidentais entenderam o significado da mensagem de Nietzsche. A
ética sexual revisada da modernidade considerava a ética sexual cristã “bur-
guesa”JOs apóstolos de Cambridge — um pequeno grupo de intelectuais ateus do
começo do século 20 —, por exemplo, consideravam sua missão repudiar a
moralidade tradicional.'1 Contudo, só na Revolução Sexual, a cultura ocidental desistiu
por completo da ética sexual cristã.
sarnento, sem laços formais com um único casal e seu cuidado amoroso. A ética sexual
cristã principia com esta lei: toda a atividade sexual legítima ocorre no casamento.
Terceiro, o intercurso sexual não é pecaminoso nem uma concessão ao pecado;
ele é uma dádiva prazerosa da parte de Deus. O escritor aos Hebreus (13.4) declara:
“Digno de honra entre todos seja 0 matrimônio, bem como 0 leito [intercurso sexual]
sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros”. O livro de Cântico dos
Cânticos é uma canção de amor terna, por vezes erótica, entre um homem e uma
mulher enquanto se preparam para 0 casamento. Não há vestígio de autoconsciência
moral sobre 0 intercurso sexual marital. É verdade que os pais da igreja muitas vezes
mantiveram uma visão diminuída do sexo e do corpo humano, mas isso se devia à
influência do ideário greco-romano. Eles não adotaram essa convicção da Bíblia, que
descreve 0 intercurso marital como algo belo, deleitoso e santo.
Quarto, certas formas específicas de intercurso sexual são especialmente
repelentes. Elas incluem a homossexualidade (Lv 18.23; 20.13), bestialidade (Lv
20.15,16) e incesto (Lvi8.6ss.).
A homossexualidade é repugnante por envolver o intercurso com criaturas muito
parecidas. A bestialidade é repelente pois envolve intercurso com criaturas muito
diferentes. O incesto é ofensivo pois, como a homossexualidade, envolve intercurso
com criaturas por demais parecidas.7 A penalidade pública e o reconhecimento legal
da homossexualidade — de modo específico, o casamento entre pessoas do mesmo
sexo, a questào social premente do nosso tempo. Ela nào é premente porque os
cristàos a têm pressionado. É premente pois os homossexuais forçam o tema a fim de
torná-lo parte da rotina social.5 O CPMS é o último passo na agenda da rotinizaçào
radical.
O próprio conceito do CPMS verifica o sucesso surpreendente e rápido da
agenda homossexual, que tem sido tornar a homossexualidade parte da rotinizaçào
da cultura moderna.
Por “rotinizaçào” quero dizer a aceitaçào da homossexualidade como algo não
mais estranho que os fenômenos sociais humanos raros, como ser ruivo ou canhoto.
Não diríamos que ruivos ou canhotos não devem se casar, diríamos? Isso é
rotinização. O próximo item de sua agenda, a rotinizaçào cultural, é marginalizar e
oprimir qualquer um que se oponha ou, com o tempo, se recuse a apoiar a
homossexualidade.!
Outros dois fatos assustadores se destacam. Primeiro, Paulo não diz que Deus
julgará a homossexualidade; ele declara que a própria homossexualidade consiste no
juízo divino sobre a cultura rebelde e idólatra (v. 24-28). Deus entregou os antigos
pagãos à homossexualidade por terem eles lhe voltado as costas, adorando e
servindo a ídolos." As consequências da homossexualidade no corpo e na vida
humana constituem 0 juízo temporário de Deus (v. 27b). O juízo eterno vem depois.
Segundo, pode-se inferir que, para Paulo, a homossexualidade é 0 pecado
cultural supremo.12 Em Romanos 12, Paulo ensina que por causa da idolatria dos
gentios, Deus “os entregou” à homossexualidade. Não importa quão contrário à
intuição se pareça esse juízo para nossas (in)sensibilidades modernas, isso
demonstra que Deus considera a homossexualidade um ato autodestrutivo (Rm 1.26-
28) — a punição apropriada para a apostasia.
Não devemos nos enganar pensando que todos os pecados são igualmente
repugnantes para Deus e dignos de igual juízo temporal por declarações como
“qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de
todos” (Tg 2.10). Por exemplo: Marcos 3.29 refere-se à blasfêmia contra o Espírito
Santo como “pecado eterno” sem possibilidade de perdào. Obviamente, esse
pecado é ma is pesado que outros. De maneira análoga, a homossexualidade
como pecado social é a culminacào da cultura apóstata. Quando se detecta a
disseminada prática homossexual, testernuriha-se o juízo divino sobre uma cultura.
John M. Frame captura essa distinção: “A criação é o que Deus faz; cultura é o
que nós fazemos”' A palavra cultura, estritamente definida, designa os produtos da
interatividade humana com a natureza que refletem o objetivo autoconsciente do
benefício humano: educação, ciências, entretenimento, tecnologia, arquitetura, artes
— mesmo produtos simples como refeições, brinquedos e cuidados pessoais. A
categoria “cultura” apresenta uma divisão nítida da natureza. Sabemos que Deus
criou a natureza: ela é obra de suas mãos. Deus não criou a cultura — não em
sentido direto.}
A cultura é bem diferente da criação; seu traço distintivo é o uso humano da
criação para o benefício do homem. Cultura resulta quando o homem emprega de
modo intencional a criação para obter benefícios propositais. Um tomate não é um
aspecto da cultura; uma pizza sim. O oxigênio não é exemplo de cultura; a máscara
de oxigênio o é. O rei Davi não é definido como cultura; a famosa escultura Rei Davi
de Michelangelo (c. *504) é cultura. A criação somada à ação benéfica do homem
equivale à cultura pela mào de Deus. A sexualidade Ininiana é um ex<*ni|,| ()
extraído da criação, não da cultura. Nesse sentido o sexualidade é ontológica. Por
ontologia designo o “ser”. O homem foi criado como um ser sexual. O sexo não é,
portanto, um desenvolvimento de sua engenhosidade, intelecto ou diligência (ou
evolução biológica); não é uma construção cultural ou social. O sexo (macho ou
fêmea) está inscrito no próprio ser da humanidade. O homem não pode substituir o
seu sexo, como também não pode alterar sua mente ou consciência. Sem dúvida, os
seres humanos podem manipular, diminuir e elevar seu sexo, mente e consciência,
bem como muitas outras realidades derivadas da criação. Afinal, o que é o pecado,
senão a perversão da boa criação de Deus? Operações de mudança de sexo podem
manipular os traços físicos da sexualidade humana criada por Deus. Mas nunca
podem alterar a ontologia: “Ainda que a expulses com um forcado, a natureza voltará
a aparecer” (Horácio).K Da mesma forma que o homem pode obliterar, mas nunca
apagar sua consciência (Rm 2.15), ele pode modificar seu sexo no corpo, mas nunca
em sentido ontológico.
Os modernistas, em guerra com a cosmovisão sexual cristã, não raro veem 0
sexo como um aspecto da cultura, não da criação. O sexo é uma realidade
engenhada; é possível criar sexos como se criam videogames ou tortas de pecã. O
termo “gênero” é empregado para denotar uma espécie de sexualidade que cada um
de nós cria e muda quase à vontade. Somos artistas sexuais, provando “a
maleabilidade ilimitada da
Em segundo lugar, a partir do primeiro ponto: o homem e a mulher foram
criados à imagem de Deus, e a razão explícita para Deus criar a mulher reside no fato
de não ser bom para o homem (macho) ficar sozinho (Gn 2.18). O que a respeito de
não estar sozinho reflete a imagem de Deus? Essa resposta é fácil. Deus é uma
Trindade. Deus é um e três. Ele é três pessoas. “Como Deus não está sozinho”,
escreve Michael Heeves, “então o homem, em sua imagem, não deveria estar só.
Portanto, eles [os cristãos] confessam a criação e <> qSj_ co, a feminilidade, os
relacionamentos e o casamento, tudo como intrinsecamente bom, reflexos criados
pelo Deus que não está só”." Deus criou a mulher não só para a procriação (vital,
com certeza), mas para o companheirismo: Deus não nos fez para sermos sós, como
ele não está sozinho. É possível que Deus tenha criado Adão primeiro para que ele
pudesse sofrer as dores da solidão e apreciar o papel vital da mulher na sua vida
(mesmo Deus não é companhia suficiente para o homem na criação). O marido e a
mulher partilham não só o mundo exterior, mas também o mundo interior. Eles se
edificam, encorajam e reforçam em tempos de grande dificuldade (algo inevitável em
todo casamento). Participam de triunfos supremos e grandes derrotas um do outro.
Portanto, o culto ao individualismo atual combate a cos- movisão sexual cristã.
Esse culto preza a autonomia radical. O indivíduo e seus anseios, desejos, apetites,
sonhos, objetivos, prazeres e aspirações são considerados o ápice da “boa vida”.
Temos listas de reprodução personalizadas em nossos dispositivos musicais digitais;
encontramos uma pilha de anúncios no navegador da internet adaptados a nossos
hábitos anteriores de compra e preferências na rede. Vemos gradualmente todas as
nossas decisões à luz de nosso benefício e não do benefício de (ou consequência
para) outras pessoas.
A sociedade é pressionada cada vez mais a confiar em recursos não comunitários
para a felicidade (em outras palavras, à parte de amizades saudáveis com outras
pessoas), o pós-modernismo, perpetuando o ideal romântico, enfatiza o individuo
como o artista de si mesmo.'* Criamos (e recriamos) a nós mesmos, talvez muitas
vezes durante nosso tempo de vida: este ano o playboy rico, ano que vem o acético
ligado à nova era, no ano seguinte o crente religioso. Este mês participaremos do
cristianismo e no próximo do budismo, na década seguinte seremos metrossexuais, e
talvez tarde na vida, sábios contemplativos. O que é importante é que nenhum fator
exterior impeça o que queremos ser ou nos tornar. Somos criadores de nós mesmos.
Temos o direito à autocriação.
Em relação ao sexo, isso significa que não temos nenhum objetivo além da
gratificação e satisfação sexual. A multiplicidade de “parceiros” e a diversidade de
experiências são os caminhos mais lógicos para alcançar esse objetivo, e esse é o
programa empregado por muitos modernistas individualistas. A cosmovisão sexual
cristã demanda a vida íntima compartilhada por um homem e uma mulher durante
toda a sua existência e é a antítese da cosmovisão sexual individualista e anticristã.
NÃO SEI ONDE
USAR, MAS É BOM!
PALESTRA
“Por volta dos anos 80 a esquerda tinha mudado sua política, tornando-se
majoritariamente identitária, levando os jovens para dentro de si mesmos, ao invés
de leva-los para fora, rumo ao mundo mais amplo. Isso os despreparou para pensar
sobre o bem comum e retrocedeu a consciência política progressista” – autor citado –
IMPORTANTE CITAR ESSA IDEIA DE “EMPURRADO PARA DENTRO DE SI
MESMOS”. O QUE SINTO? O QUE DESEJO? O QUE PENSO? INDIVIDUALISMO
QUE NOS TORNA INCAPAZES DE ASSUMIR RESPONSABILIDADES.
IMPORTANTE TAMBÉM PARA A SÍNDROME DE PETER PAN
b. Mapa moral. É a forma como você configura seus bens morais: alguns estão mais
longes do hiperbem, outros estão mais próximos. Quando algum bem “impede” o
avanço do hiperbem, vemos isso como uma “libertação”;
c. Identidade como narrativa. Como “hiperbens” dão sentido à vida, passamos a ver
nossa identidade como uma narrativa. Como os “hiperbens” se movem/são movidos,
explicamos quem nós somos a partir de um passado, presente e futuro. O mapa
moral está sempre em mudança, por isso há uma narrativa envolvida, onde
explicamos quem somos através de uma história. O self não é mais dado, inato e
rígido, mas uma narrativa que vai variando ao longo do tempo
5. O HOMO RESPONDENS
Para responder bem a esse novo tempo, os cristãos precisam retornar ao
ponto-chave: a ruptura com a realidade feita pelo
“homem psicológico” de que não há objetividade e
fins comuns. Devemos lembrar que não há um self
oculto que independe de relações significativas e
moralmente organizadas. A voz da exterioridade,
da objetividade e da metafísica precisa SER
OUVIDA pelo “homem psicológico” para que ele
tome consciência de que existe algo maior que ele
mesmo
Sem uma linguagem compartilhada por
muitas pessoas, essas pessoas não terão
categorias para pensar a si mesmo de outra forma.
A comunidade cristã precisa dar uma nova
linguagem possível sobre o “eu” e sobre o “nós”
(ex: liturgias) para que as pessoas não tenham que carregar o peso de definir
totalmente a si mesmas
Precisamos ensinar que há uma estrutura objetiva de bens que nos capacitem a
repensar sobre nós mesmos da forma correta. É o ordo amoris: ame a Deus, ame ao
próximo. É só quando essa estrutura é apresentada que podemos deixar de ser
“introvertidos” (buscar significado em nós mesmos) e nos tornarmos “extrovertidos”
(achamos o significado na realidade). A conversão precisa ser um “ser arrancado de si
mesmo”
Santo Agostinho diz que “virtude” é amar
corretamente (no grau certo) o que deve ser
amado, na ordem apropriada. A virtude existe
mesmo quando não estamos confortáveis
emocionalmente com amar as coisas certas (Deus
e o próximo). Amar os bens objetivos mais do que
nosso próprio conforto afetivo é a essência do
“homo respondens”. Fora dessa estrutura mental
onde reconheço uma ordem moral objetiva e
externa, me tornarei um Narciso, por achar que só
o que meu “eu” valida e legitima é moral
https://www.catholiceducation.org/en/marriage-and-family/sexuality/christian-anthropology-
versus-the-sexual-revolution.html
Terceiro, garantiu infalivelmente que sua sociedade morreria, se auto-destruiria. Nenhuma
sociedade na história sobreviveu sem casamentos estáveis e famílias estáveis. É o único
fundamento absolutamente indispensável de tudo o mais, pois é a primeira e mais íntima maneira
pela qual os indivíduos formam comunidades e emergem do egoísmo. Mas essas três coisas são
exatamente o que o divórcio faz. Mais do que isso, é uma forma de suicídio, o suicídio da nova
pessoa, a carne dois-em-um criada pelo casamento
Obviamente, a mente por trás da Revolução Sexual não está excessivamente ligada à
consistência lógica, e há pouca esperança de mudar a mente que defende essa revolução por
argumentos lógicos, por mais infalíveis que possam ser. Você precisa de mais do que a lógica
para desembaralhar os cérebros de um adicto. O argumento não encontrará solo no cérebro para
crescer porque os cérebros já estão embaralhados. Você realmente acha que os viciados em sexo
podem pensar com mais clareza do que os viciados em drogas? Se alguma coisa, é o oposto. Os
viciados em drogas geralmente não defendem seu vício com elaboradas racionalizações e novas
filosofias de relativismo moral; viciados em sexo quase sempre fazem. E apenas cerca de 5-10%
dos americanos são viciados em drogas, provavelmente cerca de duas vezes mais do que isso, se
incluirmos o álcool. Mas a grande maioria é viciada em sexo. De acordo com uma pesquisa
recente, Mais de 50% dos homens que freqüentam a Igreja todos os domingos são viciados em
pornografia. Isso não é 50% dos homens, ou até mesmo 50% do homem cristão, mas 50% da
pequena elite da cultura que está na igreja todos os domingos. É uma epidemia literal.
Então, o que precisamos para derrotar essa revolução, que provocou uma imensa
destruição e morte final, para as famílias e, eventualmente, para a sociedade? Razão, lógica,
argumento, ciência, fatos, bom senso, compromisso, retorno à tradição, nada disso é forte o
suficiente. O que é forte o suficiente? Apenas uma coisa. Nada menos do que Jesus Cristo fará.
Por quê? Porque o coração do erro da Revolução Sexual é a identificação do amor com o
sexo. Cristo desfaz essa confusão fundamental, mostrando-nos não apenas nos dizendo, mas nos
mostrando o que é o amor
Os Beatles estão certos: tudo que você precisa é amor. Mas não o tipo de amor que eles
significam. Por que é verdade que tudo que você precisa é amor? Porque Deus é amor e tudo o
que você precisa é de Deus. Se você tem Deus e mais dez milhões de outras coisas, e se eu tenho
somente Deus, você não tem mais nada além do que eu. O amor e a falta de amor transformam
tudo o mais. Todos nós preferimos estar apaixonados em Detroit do que divorciados no Havaí.
Significa, claro, exatamente o oposto. Nossos amores humanos são formas de desejo,
sentimento, eros, necessidade. Essas necessidades amadas são coisas muito boas. Os homens
precisam de mulheres e mulheres precisam de homens, física e espiritualmente e socialmente e
emocionalmente e biologicamente. E as crianças precisam de adultos e os adultos precisam de
crianças. E os professores precisam de alunos e os alunos precisam de professores. Mas o amor
que Cristo traz é o amor que Deus é, e Deus não precisa de nada. Deus é puro presente.
Agora vamos conectar esse novo amor, esse amor que é a própria natureza de Deus, com
o sexo. A Revolução Sexual a desconectou; precisamos nos reconectar. Como? Primeiro de tudo
em nosso pensamento e depois em nossa atuação. Sem os pensamentos certos, não faremos os
atos certos. Sem um roteiro, não encontraremos o caminho certo.
Já vimos como é radical a Revolução Sexual. É uma mudança radical no comportamento, é
claro, mas ainda mais radicalmente, é uma mudança radical no pensamento. E a mudança mais
radical no pensamento não é uma adição, mas uma subtração. O resultado mais radical de toda a
imensa quantidade de educação sexual que tivemos nos últimos 50 anos não foi um novo
conhecimento, mas uma nova ignorância: a ignorância da coisa mais essencial sobre o sexo, o
significado essencial e a finalidade do sexo. , a essência do sexo. Sexo cria bebês. Eles não são
acidentes! Gravidez não é uma doença. Eles são o que o sexo faz se você deixar fazer as
coisas. Sexo faz novas pessoas imortais. O sexo é incrivelmente, magicamente,
sobrenaturalmente criativo porque imagina o Criador. Faz parte da imagem de Deus. Que'macho
e fêmea os criou. "
Nós, modernos, achamos que o sexo é para nós; não é; é para nossos filhos. Nós,
modernos, achamos que somos tão iluminados porque não somos mais legalistas, somos
personalistas, somos pessoas, não leis, regras ou mandamentos. Pensamos nas pessoas que
fazem sexo e queremos que essas pessoas se divirtam e sejam felizes. O que é bom, mas
estamos tão fixados no fato de que as pessoas fazem sexo que ignoramos o fato de que o sexo
faz as pessoas.
É exatamente o oposto do que Freud achava que era. Freud argumentou que a religião é
apenas um substituto pobre para o sexo. Cristo mostra que o sexo é um substituto pobre da
religião, da religião real, isto é, uma espécie de religião de que Freud nada sabia. Freud pensava
que o amor era um substituto para a luxúria. Cristo sabia que a luxúria era um substituto do
amor. Se Freud estivesse certo, o resultado seria que quanto mais sexo você tem, menos religião
você quer, de modo que pessoas felizes e casadas que tenham muito sexo feliz se tornariam
ateus. Isso não acontece. As previsões não são verificadas. Os dados falsificam a teoria. Pessoas
sexualmente ativas não se tornam ateus. Até na faculdade. A cultura de ligação universitária
transformou as faculdades em casas de prostituta gratuitas, o sonho impossível de um homem
excêntrico. Mas mesmo esses homens, e certamente suas prostitutas livres, não são ateus felizes.
Eles não são ateus nem felizes. Satisfazer sua fome sexual não satisfaz mais sua fome espiritual
do que a de Santo Agostinho. Parece que Deus não é um pobre substituto do sexo, mas o sexo é
um substituto pobre para Deus – EXCELENTE FRASE INICIAL!
Mas vamos ser honestos, entre todos os substitutos de Deus, o sexo é muito bom. E isso é
porque é um tipo de ícone de Deus. Eros é uma imagem de ágape. E o amor entre os sexos é
uma imagem ou ícone do amor entre as pessoas da Trindade. Só coisas muito boas podem se
tornar vícios e idolatrias. Ninguém fica viciado em clipes de papel ou adora lama. Você não pode
fazer uma religião em máquinas de lavar roupa. Mas você pode fazer um fora do sexo.
O sexo está próximo da religião porque o fim último, o centro e o ponto de toda religião
verdadeira é um casamento espiritual com Deus. É para isso que somos projetados, essa é a
única coisa que nos manterá em êxtase sem limites para sempre. É o que a Bíblia diz. O último
evento da história da humanidade, no final do Apocalipse, é o casamento entre o Cordeiro e Sua
noiva, Cristo e Sua Igreja, Deus e homem. Esse é o fim, o objetivo, o propósito, o valor mais alto,
o bem maior, o significado, a consumação e a perfeição da vida humana.
Por que sexo é tão emocionante? Porque é uma das poucas coisas na vida que é assim. É
literalmente um êxtase, a palavra significa "pé fora de si mesmo", auto-esquecimento,
autotranscendência, a superação daquela solidão interior oculta que cada um de nós traz ao
mundo com aquela pequena e maravilhosa palavra "eu". O "eu" está inquieto até se tornar um
"nós". E, finalmente, isso é porque Deus é um "nós" – EXCELENTES DOIS PARÁGRAFOS
FINAIS! EXCELENTES DEMAIS!
Não é a excitação física que é a maior excitação sexual, é a excitação pessoal de saber que
essa outra pessoa aceitou você em seu santuário interno, corpo e alma. É a intimidade, a
unicidade, o nós, quando sabemos que aquele que amamos nos ama, quando as duas correntes
de amar e ser amado se encontram como dois raios de luz, transformando-se em um ou dois rios
de mistura de lava vulcânica. Os dois realmente se tornam um, e paradoxalmente, naquele
momento em que estão mais totalmente perdidos um no outro, cada um descobre o mais
profundo segredo de sua própria individualidade. Em que outro momento os amantes atingem o
auge de sua realização individual, se não no momento em que estão mais completamente
perdidos um no outro? Por que isso acontece? Porque é isso que Deus é: e é por isso que é a lei
suprema da vida: o grão de trigo cai no chão e morre, que é a única maneira de viver. Você perde
sua vida e essa é a única maneira de encontrá-lo. Você dá, e essa é a única maneira de receber.
Você se esquece, e essa é a única maneira de se encontrar. É uma espécie de distração mística.
Você se torna o outro, sem deixar de ser você mesmo.
Há outras experiências de pico na vida que podem lhe dar um pouco dessa emoção, que
são semelhantes ao sexo, mas geralmente são muito mais fracas e raros. Ótima música, por
exemplo, ou surfar uma ótima onda. Mas Deus criou o sexo para ser o # 1 caminho. É por isso
que Ele não projetou bebês para virem ouvindo Beethoven ou pendurando dez no tubo.
Em suma, pelo desígnio de Deus em nos criar, nós estamos programados para o casamento
espiritual, para nos tornarmos um com Deus; É por isso que estamos tão empolgados em nos
tornar um com o outro, como as imagens de Deus. Como somos imagens de Deus, a união sexual
é uma imagem de união com Deus. É um aperitivo do Céu, uma imagem fraca da Visão Beatífica.
São Tomás de Aquino diz: "Nenhum homem pode viver sem alegria" (isto é, sem êxtase, que é
muito mais do que felicidade, porque a felicidade pode estar sob seu controle e portanto
entediante, mas a alegria é sempre um presente e uma surpresa). Tomás de Aquino continua:
"Nenhum homem pode viver sem alegria; é por isso que aqueles que são privados de verdadeiras
alegrias espirituais passam necessariamente para os prazeres carnais". A origem da Revolução
Sexual é religiosa. A Revolução não poderia ter acontecido sem a perda da verdadeira religião, a
perda da alegria espiritual, a perda da paixão religiosa, o amor apaixonado por Deus. A Revolução
não poderia ter acontecido sem isso, e também sem a pílula, é claro, o que nos permite ter
relações sexuais sem consequências e responsabilidades ao longo da vida. Nós desistimos das
duas maiores e mais profundas alegrias, o amor eterno de Deus e o amor eterno pelo cônjuge,
família e filhos, as duas alegrias que advêm da mais total doação, a radical aventura de não
conter nada; e nós demos estas duas grandes coisas dramáticas para o que? Para os prazeres
menores, temporários e menores, que são tão pequenos porque têm que reter alguma coisa,
retêm o total de doação, que inclui fertilidade e família e futuro e compromisso. Estas são
aventuras malucas. Que aventura louca as crianças são! Ter ataques é menos louco do que ter
filhos. E nós estamos entediados e, portanto, infelizes porque estamos programados para o tudo
ou nada, selvagem, romance total e tudo o que encontramos são alguns chutes legais e
controlados. a radical aventura de não conter nada; e nós demos estas duas grandes coisas
dramáticas para o que? Para os prazeres menores, temporários e menores, que são tão pequenos
porque têm que reter alguma coisa, retêm o total de doação, que inclui fertilidade e família e
futuro e compromisso. Estas são aventuras malucas. Que aventura louca as crianças são! Ter
ataques é menos louco do que ter filhos. E nós estamos entediados e, portanto, infelizes porque
estamos programados para o tudo ou nada, selvagem, romance total e tudo o que encontramos
são alguns chutes legais e controlados. a radical aventura de não conter nada; e nós demos estas
duas grandes coisas dramáticas para o que? Para os prazeres menores, temporários e menores,
que são tão pequenos porque têm que reter alguma coisa, retêm o total de doação, que inclui
fertilidade e família e futuro e compromisso. Estas são aventuras malucas. Que aventura louca as
crianças são! Ter ataques é menos louco do que ter filhos. E nós estamos entediados e, portanto,
infelizes porque estamos programados para o tudo ou nada, selvagem, romance total e tudo o
que encontramos são alguns chutes legais e controlados. retenha a doação total que inclui
fertilidade e família e futuro e compromisso. Estas são aventuras malucas. Que aventura louca as
crianças são! Ter ataques é menos louco do que ter filhos. E nós estamos entediados e, portanto,
infelizes porque estamos programados para o tudo ou nada, selvagem, romance total e tudo o
que encontramos são alguns chutes legais e controlados. retenha a doação total que inclui
fertilidade e família e futuro e compromisso. Estas são aventuras malucas. Que aventura louca as
crianças são! Ter ataques é menos louco do que ter filhos. E nós estamos entediados e, portanto,
infelizes porque estamos programados para o tudo ou nada, selvagem, romance total e tudo o
que encontramos são alguns chutes legais e controlados.
Então nós mentimos. Nós fingimos que estamos felizes. Nossa liturgia social mais básica é
"Como vai você?" E a resposta tem que ser "Bem", mesmo que seu cachorro tenha acabado de
morrer, sua sogra está vindo morar com você para sempre, seus filhos pensam que você é um
idiota, e sua esposa está coletando números de telefone de advogados de divórcio. Estamos todos
bem.
Se estamos todos bem, como é que a taxa de suicídio de adolescentes aumentou 5000 por
cento entre 1950 e 1990? O que poderia ser um índice mais indiscutível de crescente infelicidade
do que isso?
E como Jesus Cristo responde isso? O que Cristo tem a ver com a Revolução Sexual e suas
causas e conseqüências? Tudo. Porque somente Cristo nos dá intimidade com Deus, e é isso que a
Revolução Sexual está procurando, mas não sabe disso. Como disse Chesterton, quando o
adúltero bate à porta do bordel, ele está realmente procurando por uma catedral.
Portanto, somente Cristo é a resposta para a Revolução Sexual. Porque ninguém nos dá
intimidade com Deus
O que eu disse vai impressionar alguns de vocês como bizarros. Como ouso trazer essas
duas coisas juntas, Cristo e sexo? Eu devoreuni-los, porque eles são as duas coisas mais
apaixonadas em nossas vidas, e porque ambos são revelações do mesmo Deus, o Deus do amor.
O que eu lhe dei é o ponto essencial da Teologia do Corpo de João Paulo II. Essa é a
resposta da Igreja à Revolução Sexual. A Igreja sempre responde a novas heresias com novas
definições, novos insights, novas reformulações das verdades eternas. Quão importante é essa
resposta? Tão importante quanto a Revolução Sexual. A importância de São Jorge depende da
importância do dragão. A importância do Dr. Von Helsing depende da importância de Drácula.
Isso é escandaloso porque nem Maomé nem Joseph Smith são a resposta para a Revolução
Sexual. Cristo é. Ele não ensina apenas o quadro geral, como o papa faz; Ele é a grande
figura. Ele não apenas nos ensina a Palavra de Deus sobre sexo, ele é a Palavra de Deus sobre
sexo. Ele não meramente ensina o matrimônio espiritual, ELE É o matrimônio espiritual. Ele é
todo o significado e fim e ponto e consumação do sexo e de toda a nossa vida, neste mundo e no
próximo. Ele é a Mente de Deus, Ele é o inventor do sexo, o ícone e o mediador do êxtase
Celestial, o casamento místico, do qual é o ícone. Conhecê-lo é conhecer o significado de todas as
coisas. Fora Dele, nós não conhecemos Deus, ou a nós mesmos, ou o significado da vida, ou o
significado da morte, ou o significado do sexo.
Há mais que dizer sobre uma antropologia cristã e sobre uma filosofia cristã do sexo. Muito
mais coisas do que isso são necessárias. Mas nada menos – CARA, BAITA TEXTO! LER MELHOR
COM TEMPO!
O RETORNO DO PAGANISMO
“A short introduction to paganism” (Oxford) – procurar esse livro
“Pagão” é uma versão mais universal do que “gentios” significava para os
judeus: alguém que está “fora” de um sistema/cultura/visão de mundo/devoção a
Deus (porque Deus é o ponto de convergência entre o povo). Pagão é um conceito de
origem e uso cristão, e não geral
Origem etimológica de “pagão” é “aquele que não é militante (da causa cristã)”.
Com o tempo há uma evolução do conceito, que passou a significar “pessoas de certo
lugar que preservam seus costumes locais influenciados pelas religiões/ídolos natais”.
Os cristãos, ao contrário, não viviam segundo as religiões naturais/humanas, mas
segundo a Revelação Divina (que vem de cima para baixo, e não de outras nações).
Nesse sentido, Renascença e multiculturalismo atual são expressões de paganismo
Características centrais de um pensamento pagão que o identificam claramente
como um não-cristão
1. Ausência de um Deus Criador Todo-Poderoso que controle a História e a presença da
idolatria. Tudo que há de não cristão hoje é fruto do paganismo idólatra. Ídolos são
aquelas coisas que nos nutrem com segurança e algum senso de salvação (razão,
filosofia, sexo, prazer, dinheiro, autorrealização e etc). O ídolo imanente substitui o
Criador Transcendente, e então o relativo (coisa criada) toma o lugar do Absoluto
(Criador de tudo). Um ídolo é a absolutização daquilo que é relativo (os “ismos” da
filosofia, por exemplo), e aí está o problema: nessa relação com o ídolo, o ser
humano se assemelha ao seu ídolo, e porque o ídolo é relativo/menor que a Imagem
de Deus, ele rebaixa o ser humano a apenas uma parte do que ele realmente é,
desumanizando-o. Um exemplo: os gregos filósofos que idolatravam a filosofia/razão
tendia a ver escravos como “não-humanos” e artistas como pouco importantes (pois
não acessariam a realidade, como o filósofo, mas fariam imagens de imagens que é a
realidade). Toda expressão de paganismo nega a realidade total do Criador e se foca
em apenas um aspecto/ídolo criado (corpo, p. ex). A idolatria equivale à distorção da
Imagem de Deus em nós
Se usamos o sexo e o corpo como ídolo, o funk carioca é o ápice, o hinário da nossa
religião, porque há uma redução da realidade a Vênus. Mas a idolatria “achata” o ser
humano, o diminui a uma certa realidade. Se o Mercado é nosso ídolo (“o Mercado
está instável”, como se fosse uma divindade), somos limitados ao aspecto econômico,
produtivo, e nos tornamos menos humanos. A Estética pode ser outro ídolo,
rejeitando o que é feio/gordo/pobre, e nós literalmente manipulamos imagens
digitalmente para que elas fiquem perfeitas
A visão do corpo como algo separado do “eu” que pode ser usado de qualquer forma
é um dualismo; o ascetismo é outro tipo de dualismo (espírito é puro, corpo é
impuro)
2. Ausência de uma base sólida para a dignidade humana e a sacralidade do corpo . A
vida humana valia muito pouco no contexto pagão anterior ao surgimento da fé
cristã. Rodney Stark (historiador e sociólogo) fala de como filhas eram descartadas
entre os romanos (não eram importantes para aquela estrutura familiar. Há registros
históricos mostrando isso) que jogavam os bebês nas periferias da cidade, onde os
cristãos moravam. Ali os cristãos passaram a adotar essas crianças consideradas
“sobras”. No contexto romano, mulheres casavam em média com 14 anos (era
proibido casar com meninas de 12 anos); entre os cristãos, só quando estavam um
pouco mais velhas, geralmente após os 18 anos, quando já estavam maduras o
suficiente para uma relação. A fé cristã reconhecia a importância de proteger a
infância dos abusos sexuais, porque a prática pagã feria a dignidade humana
Hoje há traços fortes de retorno à mentalidade pagã. Por exemplo: a defesa dos
animais. Defender os animais é bom, mas grande parte dos idealizadores desse
movimento considera que o ser humano não é mais digno ou importante que as
outras espécies, e por isso deveríamos tratar cachorros, gatos e etc na mesma base
de dignidade de crianças, homens e mulheres. Há uma descaracterização do ser
humano como Imagem de Deus, e agora somos vistos como mero animais. Isso esvai
o valor e a dignidade humana
O paganismo tinha grande dificuldade de responsabilizar cada indivíduo pelos seus
atos. Mas como a visão humana da fé cristã é muito mais elevada, ela vê cada pessoa
como totalmente capaz e totalmente responsável pelos seus próprios atos
3. Uma incapacidade de resistência à dominação/pressão política externas à cultura
local do paganismo. Todas as religiões pagãs eram assimiladas pelo contexto
institucional/político que a rodeava. Afinal, um ídolo finito é incapaz de se levantar
como resistência a tão grande poder; o paganismo não tinha força para evitar a
adoração a outros deuses. Mas os judeus e cristãos, por exemplo, sempre
conseguiram se manter unidos e coesos mesmo em períodos assim. O que os
diferenciava não era que adoravam um deus diferente, mas que eles adoravam
exclusivamente a Deus e se recusavam a reconhecer qualquer outro ídolo. De forma
muito interessante, essa “força moral/intelectual/filosófica/religiosa” atraía
perseguição estatal, mas também extrema admiração em uma sociedade que
valorizava a força. Por isso, os cristãos eram vistos como fortes, apesar de fracos
externamente. Hoje, ao contrário, se recusar a se dobrar a outra filosofia/deus é visto
como uma fraqueza, uma intolerância, porque nossa sociedade não valoriza mais a
força e a tradição, mas a inovação, o multiculturalismo, o pluralismo. Hoje a Igreja
tem sucumbido diante da força cultural dos ídolos da nossa sociedade, e por isso
nossa força moral (inclusive na sexualidade é fraca)
http://thestudentoutreach.org/2015/10/30/sex-talks-worldviews-part-
1/#.XKO2G5hKjIU - Sex Talks: Worldviews (Part 1)
No mundo hipersexual de hoje, ter apenas uma "conversa de sexo" com seus filhos não é suficiente.
Então, vamos escrever uma série de posts com o título “Sex Talks”, que nos ajudará a abordar nossos
filhos em suas várias idades e fases de crescimento. Esta peça é uma introdução sobre a visão por trás
de conversar com nossos filhos sobre sexo e sexualidade.
Você se lembra do anúncio de serviço público com Smokey the Bear dizendo: "Só você pode evitar
incêndios florestais"? Se Smokey, o Urso estava certo ou não, se você é pai de uma criança com
menos de sete ou oito anos, só você deve apresentar a seu filho a primeira experiência de educação
sexual. Tragicamente, outras crianças e pornógrafos já estão batendo pais cristãos para o soco.
Tudo o que o seu filho da primeira infância leva para ser exposto ao mundo da sexualidade caída é
sentar-se ao lado de outro kindergartener que tenha um irmão de dezesseis anos. Muitas crianças do
ensino fundamental foram para casa e pesquisaram no Google uma nova palavra que aprenderam com
um amigo, e bam! Eles veem filmes pornográficos hardcore. Nosso mundo, juntamente com a Internet,
já está ensinando nossos filhos sobre sexo e sexualidade.
Nos sentimos inadequados?
Quando pensamos em conversar com nossos filhos sobre sexo e sexualidade, é normal nos sentirmos
inadequados. Nós realmente somos! E, de certa forma, esse é um ótimo lugar para começar. Mas
também podemos nos sentir inadequados por causa da força do mundo impulsionando sua própria
agenda sobre nossos filhos, o cansaço da parentalidade em geral e o pecado de nosso próprio passado.
Então, vamos aproveitar este momento para dar uma breve olhada no poder de Deus em Jesus para
nós como pais.
Ele é o médico do quebrado. A missão de Jesus é confundir pessoas como você e eu, e Ele oferece
perdão, graça e transformação para nós como pais de todas as coisas que fizemos no passado.
Mas ele também é o mais calmo dos mares. Os pais já se sentiram como se estivessem no Mar da
Galiléia e a tempestade está se formando ao seu redor? Queremos que Jesus acorde de dormir no
barco! O que queremos ver hoje é que estamos seguros com Jesus antes que ele acalme as
tempestades e depois que Ele as acalme. Nós estamos seguros, porque Jesus está no nosso barco. Ele
é o mestre dos mares, incluindo o mundo louco dos pais.
Finalmente, ele é o rei do mundo. Ao olharmos o mundo ao nosso redor, podemos nos lembrar das
palavras de Jesus para Seus apóstolos: “Eu lhes disse estas coisas, para que em mim você tenha paz.
Neste mundo você terá problemas. Mas tenha coração! Eu venci o mundo ”(João 16:33). Antes de
conversar com nossos filhos, é bom para nós, como pais, trazer nossos próprios corações de volta a
Ele em fé, pedindo força e uma lembrança de quem Ele é e do que Ele fez.
Também é bom lembrar que Deus ama seus filhos mais do que você. Além disso, Ele é todo-poderoso,
sábio e trabalha todas as coisas para o bem de nossos filhos. Por causa de seu trabalho, Deus quer que
você ensine a seus filhos a verdade sobre sexo e sexualidade desde os primeiros anos até que eles
saiam de casa. Somos cooperadores com Deus para redimir e amar bem nossos filhos.
Estar “em Cristo” significa participar de sua vida. Isso nos salva e nos dá a Sua justiça, uma nova
identidade, um novo destino e um relacionamento íntimo com Deus. Além de participar da vida de
Cristo, também participamos do trabalho de Cristo. Parenting cai sob a categoria de participar da obra
de Cristo de reconciliar os pecadores com Deus. Praticamente, isso significa que lidamos com muita
pecaminosidade e queda em nossos filhos. Nossos filhos saem do ventre já corrompidos pelo pecado.
E, no entanto, sabemos claramente que precisamos proteger e preparar nossos filhos para lidar com a
corrupção sexual em nosso mundo. Mas também precisamos modelar a cosmovisão sexual cristã e
ensiná-la quando crescerem. Deuteronômio 6: 5-7 instrui pais crentes:
Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma e de todas as tuas forças. E
estas palavras que eu te ordeno hoje estarão em seu coração. Você deve ensiná-los diligentemente a
seus filhos e falar deles quando estiver sentado em sua casa e quando você andar pelo caminho,
quando se deitar e quando se levantar.
É nosso privilégio unir-se a Cristo em Sua obra! O amor resultante que temos por nosso Deus por
causa de Seu poderoso trabalho em nós e através de nós em Jesus pode ser uma ferramenta
maravilhosa para usar quando começarmos essas conversas.
A partir daqui, nós lhe daremos pontos de discussão para que você saiba melhor o que dizer sobre as
visões de mundo sexual que seus filhos enfrentam. Examinaremos tanto as grandes idéias da
cosmovisão sexual cristã quanto a cosmovisão sexual secular, de modo que possamos apontar as
diferenças para nossos filhos de maneiras apropriadas à idade, à medida que elas crescem. À medida
que avançamos, tenha a certeza de que o seu amoroso Deus é para você e com você neste grande
privilégio e desafio assustador de conversar com seus filhos sobre questões sexuais.
Uma visão de mundo, em poucas palavras, é como uma pessoa se vê a si mesma, a outros, a Deus e
ao ponto de vida. Em nossa cultura, a cosmovisão sexual cristã está colidindo com a cosmovisão
sexual secular.
Quem é o padrão?
A cultura hoje está ensinando que sexo e sexualidade significam o que você quer que eles signifiquem.
Por quê? Porque boa expressão sexual é definida pelo indivíduo. Não há significado ou valor intrínseco
no próprio ato sexual. Exceto atos sexuais não consensuais, a cultura ensina que somos os
responsáveis pelo significado quando se trata de expressão sexual.
O que uma pessoa ou grupo chama de “pecado sexual” é meramente uma interpretação humana
relativista. O significado ou significado do sexo é uma construção social. O sexo pode estar em um
compromisso vitalício ou em uma noite.
O que é o amor?
Para a mentalidade secular, a atração sexual de um indivíduo também define amor e intimidade. O
amor é essencialmente um sentimento emocional que domina o indivíduo, embora possa mudar
rapidamente. Eu posso amar quem eu quiser, da maneira que eu quiser. O amor assume uma natureza
egocêntrica porque é definido pelo indivíduo e não por um padrão objetivo – o amor tem que ser
“leve”: deixo ir e me vou a hora que eu quiser, a hora que eu sentir vontade, a hora em que
achar algo melhor
O que é “bom”?
A ideia do individualismo sexual - meu corpo, minhas atrações, minha orientação e minha
definição de amor por mim - é a nova moralidade sexual secular. O que é moralmente errado
é quando as pessoas tentam colocar limites à liberdade sexual. Contanto que você não esteja
prejudicando outra pessoa e esteja com um adulto que a consinta, não haverá mais tabus
sexuais.
Quem é o padrão?
Não estamos sozinhos no cosmos, armados apenas com a autoconsciência humana, polegares opostos
e internet de alta velocidade. A boa notícia é que Deus existe e revelou toda a verdade sobre sexo e
sexualidade de que precisamos nas Escrituras. As Escrituras nos ensinam que Deus criou a sexualidade
e dá significado e moralidade a ela. Por causa de Deus, duas pessoas fazendo sexo significam algo.
Não é um evento moral e relacionalmente neutro. Poderia ser um transbordamento de amor no
casamento, uma saída para a luxúria egoísta no sexo pré-marital, ou poderia ser traição por meio do
adultério, dependendo da situação.
O que é o amor?
Ao contrário da compreensão secular do amor como uma expressão subjetiva dos sentimentos de um
indivíduo, os cristãos acreditam que Deus define o amor. Ele define como sacrifício total e
compromisso de acordo com os seus padrões de bem ou mal e certo ou errado (1 João 4: 10-11). Por
causa da natureza sacrificial de Cristo, a compreensão cristã do amor desafia os discípulos a imitarem
a Cristo de maneira desinteressada, abnegada, paciente e redentora. A natureza promíscua da cultura
de conexão não pode imitar isso. O amor é tudo menos subjetivo.
O que é “bom”?
A perspectiva cristã reconhece que o Criador define o contexto para o sexo no amor de aliança do
casamento entre um homem e uma mulher. Em vez dos caprichos de consentimento e paixão, o amor
verdadeiro imita o amor fiel de Deus e é cultivado quando os cônjuges permanecem no contexto do
compromisso vitalício, não da mentalidade esporádica de nossa cultura. Ele também define como
podemos expressar nossa sexualidade em geral. Deve ser de acordo com o Seu desígnio e amor e
serviço aos outros.
Em termos do debate sobre o casamento, uma das razões pelas quais um casamento só é bom entre
um homem e uma mulher é que, de alguma maneira misteriosa, as diferenças essenciais entre um
homem e uma mulher refletem a diversidade e a unidade da Trindade Perfeita. A diferença sexual
entre homens e mulheres no casamento bíblico permite que um homem e uma mulher que carregam a
imagem de Deus separadamente para unir a imagem de Deus em unidade. Macho e fêmea se unem
para compartilhar amor, unidade e criatividade de uma maneira que retrata o amor, a unidade e o
poder criativo do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Assim, a monogamia homossexual ainda é
insuficiente.
Da mesma forma, a diferença sexual masculina / feminina é importante na imagem de João da Noiva
de Cristo em Apocalipse 18 e 19 com o casamento do Cordeiro. As diferenças essenciais entre homens
e mulheres e o pacto do casamento, em particular, espelham Cristo e Sua Igreja.
O contexto do casamento é também o único contexto seguro para a intimidade sexual. Como marido e
mulher tornam-se “uma só carne”, eles também se comprometem um com o outro no contexto do
casamento a permanecerem um com o outro. Na cultura da conexão, quando duas pessoas se tornam
“uma só carne”, essa união pode ser dilacerada com um simples telefonema. O convênio do casamento
de um casal, modelando a fidelidade da aliança de Deus a Seu povo em Cristo, na verdade se torna um
lugar seguro para receber amor e aprender do amor de Deus por nós. O limite da aliança do
casamento dá a segurança relacional para cada cônjuge ser livre para compartilhar seu verdadeiro eu,
encontrar a verdadeira aceitação e desfrutar da verdadeira intimidade. Porque é modelado na graça
interminável de Deus para o Seu povo, a união da aliança dá a segurança relacional que precisamos. A
cultura de conexão pode incluir muito sexo, mas não pode fornecer um contexto para a graça
redentora, pois os casais ficam cara a cara com o pecado um do outro.
A mensagem hoje é que o sexo “ótimo” é uma das maiores experiências da vida. Relacionamentos não
são necessariamente sobre a construção de uma vida juntos ao longo do tempo. Muitas vezes, é sobre
a rapidez com que podemos fazer sexo! Essa visão é oposta ao amor da aliança em um casamento
piedoso porque ensina que as pessoas existem para você e para as suas necessidades.
Como uma nota lateral, uma vez que o sexo é um dos principais pontos da vida, o sex appeal e a
imagem corporal tornaram-se cruciais. De acordo com nossa cultura, esses são os ingressos para
muito sexo. Isso promove uma cultura que obceca sobre a superficialidade da imagem corporal,
levando a enormes quantidades de culpa e vergonha. O corpo perfeito ilude a maioria de nós!
Uma vida na qual o sexo é rei acaba levando a uma profunda insatisfação com a vida normal e
transforma pessoas em objetos. A glória do sexo fica muito aquém da glória pela qual fomos criados.
Como lidamos com sexo e sexualidade também é um teste de fé e crescimento espiritual. A forma
como expressamos nossa sexualidade revela quem ou o que dependemos e confiamos. A sexualidade
começa no coração e revela a condição de nossos corações. A sexualidade cristã não é simplesmente
evitar a imoralidade sexual. Pessoas de várias religiões evitam a imoralidade sexual por toda a vida!
Usar nossa sexualidade em maneiras que honram a Deus é seguir a Jesus. O que significa que as
questões fundamentais sobre sexo e sexualidade não são: “Como posso ter tanto sexo quanto posso?
Com quem posso ter? E como posso ser fiel a mim mesmo? ”A questão fundamental sobre sexo e
sexualidade é:“ Como posso glorificar a Deus através da minha sexualidade? ”
Em nossa cultura, minha sexualidade é o aspecto mais importante da minha identidade. É por isso que
a ideia de orientação sexual é tão crucial em nossos debates culturais hoje. É também por isso que
quando os cristãos dizem que o comportamento sexual de alguém é pecado, a cultura nos rotula de
fanáticos e inimigos. Sem perceber, a cultura reduziu a identidade simplesmente à sexualidade. Mas os
cristãos acreditam que nossa identidade é determinada por algo muito mais profundo e maior.
A má notícia é que, como o resto da humanidade, os cristãos realmente lutam contra o pecado sexual
e o quebrantamento. As boas novas do evangelho são que temos um Salvador.
Por causa da grandeza, poder e amor de Cristo nosso Salvador, Ele nos une a si mesmo pela graça
através da fé. E tão certo quanto nossa justificação está em Sua obra na cruz, nossa santificação e
glorificação são tão seguras quanto sua ressurreição. Portanto, por causa de nossa união com Cristo,
nosso passado e atual pecado sexual, insensatez e rebeldia não nos definem.
Existem apenas duas identidades verdadeiras neste mundo: ou estamos em Cristo ou não. Nossa
sexualidade nunca é a linha de fundo. Paulo deixa isso claro em 1 Coríntios 6: 9-10, onde ele lista
alguns pecados que dominam a vida, incluindo a sexualidade errada das pessoas (e isso deu errado
para todos nós!). Mas então ele faz uma declaração sobre os pecadores sexuais que estão agora em
Cristo escrevendo no versículo 11:
E esses foram alguns de vocês. Mas você foi lavado, você foi santificado, você foi justificado em nome
do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus.
A identidade definitiva para alguém que veio a Jesus é que eles foram lavados pelo sangue de Cristo,
separados por Seu Espírito e corrigidos por Deus através da morte de Cristo. Sexo e sexualidade nunca
são a linha de fundo com Deus.
Todos esses pontos de discussão sustentam todas as conversas que você tem com seus filhos. Quer
você esteja conversando com uma criança ou adolescente, você está sempre falando sobre como Deus
tem algo a dizer sobre a sexualidade, como o Seu desígnio é bom, como o funcionamento fora do Seu
desígnio é prejudicial, como até a nossa sexualidade é sobre adoração e como nós não somos definidos
pela nossa sexualidade caída.
Nos posts a seguir, vamos fazer a pergunta: como devo falar com meus filhos nas várias fases da vida
à medida que crescem? Também detalharemos como comunicar esses pontos de conversa de maneira
que seus filhos possam entender.
“sexo não é mais nada. Sexo não significa nada. Sexo é só prazer (ou “um prazer”)” (um
efeito da “pornificação” da cultura, filmes, vídeos, anúncios, músicas
“Sexo é um número”, “sexo é sobre se empoderar”
“Eu não preciso conhecer a menina. Eu só preciso saber o nome dela, de onde ela é, e então
ir direto aos negócios”
“Sexo não é um compromisso e nem uma necessidade. É só sexo”
“O amor não é real, mas é uma coisa inventada”; “a nossa geração desistiu do amor,
absolutamente. O cinismo tomou conta das relações, muito porque nossa visão de amor é
focada em Eros/paixão, e Eros sozinho é frustrante, pois abandona assim que termina seu
desejo
“As pessoas descartam todas as emoções que acompanham o sexo, porque simplesmente
não significa mais nada [...] Essa é a diferença da revolução sexual dos anos 60 pra agora:
nos anos 60, ainda que fosse sexo barato, ainda tinha a ver com emoção e amor. Mas agora
não tem mais a ver com se importar ou se relacionar, só tem a ver com se sentir bem. Isso
tira todo o significado especial do sexo, do tipo “me apaixonei por essa pessoa, então vou
fazer sexo com ela e isso é especial” – a ideia do mercado entrou no sexo e tirou dele
toda possibilidade de emoção real
“Sexo casual, em teoria, deveria ser uma experiência muito excitante, algo único, cheio de
desejo e prazer, quase como um encontro de filmes de Hollywood. Mas na prática, esses
encontros são quase inexistentes quando você fala de universitários” – o sexo casual, como
todo excesso, logo traz tédio. E o que começar a fazer quando o sexo – um prazer
tão grande e tão intenso – já não é suficiente pra saciar?