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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº. : 0001592-88.2016.8.05.0039


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : MARCOS DE JESUS OLIVEIRA

Recorrido(s) : VIA VAREJO S A

Origem : 2ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - CAMAÇARI


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO EMENTA
RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO INDENIZATÓRIA.
CONSUMIDOR. SEGURO . VENDA CASADA QUANDO DA CELEBRAÇÃO
DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA. FALHA NO DEVER DE
INFORMAÇÃO. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 6º , III E 39 , I E IV , DO CDC
.RESTITUIÇÃO EM DOBRO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO NO
CASO CONCRETO. PRÁTICA ABUSIVA INSUFICIENTE, DE PER SI, PARA
ENSEJAR VIOLAÇÃO A DIREITOS DA PERSONALIDADE. SENTENÇA
REFORMADA.

1. . A Recorrente insurge-se contra sentença que julgou improcedente o


pedido formulado na exordial, por entender o magistrado sentenciante que :
“Diante do exposto, analisando detidamente as provas, não restam dúvidas de que não andou
bem a parte Autora ao formar o lastro probatório das suas alegações. Ademais, não restou
comprovada a ofensa a qualquer dos direitos da personalidade do Acionante. Não houve
qualquer conduta abusiva do Demandado.Entretanto, entendo que a parte Acionante possui
o direito de cancelar os serviços de seguro legalmente contratados, já que demonstra não
possuir interesse na continuidade dos mesmos..”.

2. . A autora recorrente busca a reforma da sentença, aduzindo, em síntese,


que houve a prática de venda casada, que quando da celebração do contrato
de compra e venda fora compelida a contratar o seguro MEU LAR
SEGURO/PLANO BÁSICO no valor de R$ 99,00 (noventa e nove reais e
noventa e nove centavos), e seguro multi assistência casas Bahia, no valor de
R$ 198,00 ( cento e noventa e oito reais).
3. Em que pese a alegação da empresa demandada, a mesma
não traz aos autos o instrumento contratual com a assinatura da parte autora, o
que seria imprescindível para a comprovação de sua prévia ciência acerca da
cobrança ora impugnada, e nem houve a demonstração de ter havido o
cumprimento do dever de informação específica que incumbe a todo
fornecedor de produtos e serviços no mercado de consumo, de molde a tornar
legítima a contratação do seguro.

4. No caso em tela, a parte autora alega que, ao contratar


empréstimo junto ao réu, fora induzida a assinar o instrumento sem contudo
que fosse devidamente esclarecida acerca da contratação do seguro , o que
constituiria prática de venda casada, vedada pelo sistema do CDC.

5. Com efeito, restaram violados por parte do réu o disposto nos


arts. 6º ,III e39, I e IV do CDC , que assim dispõem: “ Art. 6º São direitos básicos
do consumidor: III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e
serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade,
tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; Art. 39. É vedado
ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: I - condicionar o
fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem
como, sem justa causa, a limites quantitativos; IV - prevalecer-se da fraqueza ou
ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou
condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços.”
6. Por certo que, por se tratar de contrato com repercussão no âmbito
patrimonial do consumidor, e não tendo sido ele devidamente esclarecido
acerca da possibilidade de vir a contratá-lo, tal prática viola os princípios da
boa fé objetiva, bem como se observa a falha no dever de informação, imposto
a todo fornecedor de produtos e serviços, sendo mister, portanto, a declaração
de nulidade da avença anexa, bem como a restituição em dobro do
montante que fora indevidamente pago pela parte autora, desde que
devidamente comprovados os pagamentos indevidos nos autos.
7. Presentes, portanto, os requisitos caracterizadores da
responsabilidade objetiva. O art. 14 do CDC, dispondo sobre a
responsabilização do fornecedor pelo fato do produto ou serviço, preleciona
que: “Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência
de culpa pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos
à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição e riscos.”
8. No concernente ao pleito indenizatório pelos supostos danos morais
sofridos, tenho que não há nos autos provas acerca da lesão a direitos
subjetivos, mas tão somente violação no dever de informação, bem como falha
na prestação dos serviços., que ensejou a contratação de produto diverso do
pretendido pela parte autora, o que, de per si, se revela insuficiente para
embasar um édito condenatório. Em que pese a conduta censurável da
empresa demandada, tenho que não restara comprovados nos autos os
elementos ensejadores do dano moral. Não foram comprovadas nos autos
maiores repercussões negativas do fato ora narrado, sendo necessário, para
que a violação ao direito atinge o patrimônio moral da vítima, que haja uma
grau maior de ofensa à sua esfera íntima , o que em definitivo não ocorrera na
hipótese vertente.

9.ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO


INTERPOSTO E DOU-LHE PROVIMENTO, para reformar a sentença e
julgar parcialmente procedente o pedido, condenando a ré na restituição
em dobro dos valores comprovadamente pagos nos autos a título de
seguro , mantendo no mais a sentença objurgada pelos seus próprios
fundamentos. Sem custas processuais e honorários advocatícios, pelo êxito
da parte no recurso.

Salvador, Sala das Sessões,03 de Novembro de 2016.


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Presidente e Relatora
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA
2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº. : 0001592-88.2016.8.05.0039


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : MARCOS DE JESUS OLIVEIRA

Recorrido(s) : VIA VAREJO S A

Origem : 2ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - CAMAÇARI


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos
Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado
da Bahia, MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE –Presidente e Relatora ,
ISABELA SANTOS LAGO e ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em
proferir a seguinte decisão: RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE
PROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento. Sem custas
processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da parte no recurso.

Salvador, Sala das Sessões, 03 de Novembro de 2016.


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Presidente e Relatora

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