Sunteți pe pagina 1din 76

2013 – Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil

“Sucesso absoluto

Historicamente causadores de inúmeras vítimas, os acidentes de trânsito vêm


ocorrendo com frequência cada vez menor, no Brasil. Essa redução se deve,
principalmente, à implantação da Lei Seca ao longo de todo o território nacional,
diminuindo a quantidade de motoristas que dirigem após terem ingerido bebida
alcoólica . A maior fiscalização, aliada à imposição de rígidos limites e à
conscientização da população, permitiu que tal alteração fosse possível .

As estatísticas explicitam a queda brusca na ocorrência de óbitos decorrentes de


acidentes de trânsito depois da entrada da Lei Seca em vigor. A proibição absoluta
do consumo de álcool antes de se dirigir e a existência de diversos pontos de
fiscalização espalhados pelo país tornaram menores as tentativas de burlar o
sistema. Dessa forma, em vez de fugirem dos bafômetros e dos policiais, os
motoristas deixam de beber e, com isso, mantêm-se aptos a dirigir sem que
transgridam a lei.

Outro aspecto de suma relevância para essa mudança foi a definição de limites
extremamente baixos para o nível de álcool no sangue, próximos de zero. Isso fez
com que acaba e a crença de que um copo não causa qualquer diferença nos
reflexos e nas reações do indivíduo e que, portanto, não haveria problema em
consumir doses pequenas. A capacidade de julgamento de cada pessoa, outrora
usada como teste, passou a não mais sê-lo e, logo, todos têm que respeitar os
mesmos índices independentemente do que consideram certo para si.

Entretanto, nenhuma melhoria seria possível sem a realização de um amplo


programa de conscientização. A veiculação de diversas propagandas do governo
que alertavam sobre os perigos da direção sob qualquer estado de embriaguez foi
importantíssima na percepção individual das mudanças necessárias. Isso fez com
que cada pessoa passa e a saber os riscos que infligia a si e a todos à sua volta
quando bebia e dirigia, amenizando a obrigatoriedade de haver um controle severo
das forças policiais.

É inegável a eficiência da Lei Seca em todas as suas propostas, formando uma


geração mais consciente e protegendo os cidadãos brasileiros. Para torná-la ainda
mais eficaz, uma ação válida seria o incremento da frota de transportes coletivos
em todo o país, especialmente à noite, para que cada um consuma o que deseja e
volte para casa em segurança. Além disso, durante um breve período, a
fiscalização poderia ser fortalecida, buscando convencer motoristas que ainda
tentam burlar o Estado. O panorama atual já é extremamente animador e as
projeções, ainda melhores, porém apenas com a ação conjunta de povo e governo
será alcançada a perfeição.” Paulo Henrique Matta

2014 – Publicidade infantil em questão no Brasil

“Desde o início da expansão da rede dos meios de comunicação no Brasil , em


especial o rádio e a televisão, a mídia publicitária tem veiculado propagandas
destinadas ao público infantil , mesmo que os produtos ou serviços anunciados não
sejam destinados a este. Na década de 1970, por exemplo, era transmitida no
rádio a propaganda de um banco utilizando personagens folclóricos, chamando a
atenção das crianças que, assim, persuadiam os pais a consumir.

É sabido que, no período da infância, o ser humano ainda não desenvolveu


claramente seu senso crítico, e assim é facilmente influenciado por personagens
de desenhos animados, filmes, gibis, ou simplesmente pela combinação de sons e
cores de que a publicidade dispõe. Os adolescentes também são alvo, numa fase
em que o consumo pode ser sinônimo de autoafirmação. Ciente deste fato, a mídia
cria os mais diversos produtos fazendo uso desses atributos, como brindes em
lanches, produtos de higiene com imagens de personagens e até mesmo utilizando
atores e modelos mirins nos comerciais.

Muitos pais têm então se queixado do comportamento consumista de seus filhos,


apelando para organizações de defesa dos direitos da criança e do adolescente .
Em abril de 2014, foi aprovada uma resolução que julga abusiva essa publicidade
infantil , gerando conflitos entre as empresas, organizações publicitárias e os
defensores dos direitos deste público-alvo. Entretanto, tal resolução configura um
importante passo dado pelo Brasil com relação ao marketing infantil . Alguns
países cujo índice de escolaridade é maior que o brasileiro já possuem legislação
que limita os conteúdos e horários de exibição dos comerciais destinados às
crianças. Outros, como a Noruega, proíbem completamente qualquer publicidade
infantil.

A legislação brasileira necessita, portanto, continuar a romper com as barreiras


impostas pela indústria publicitária, a fim de garantir que o público supracitado não
seja alvo de interesses comerciais por sua inocência e fácil persuasão. No âmbito
educacional , as escolas devem auxiliar na formação de cidadãos com
discernimento e capacidade crítica. Desta forma, é importante que sejam
ensinados e discutidos nas salas de aula os conceitos de cidadania, consumismo,
publicidade e etc., adequando-os a cada faixa etária.” Gabriela Costa

2015 – A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

“Permeada pela desigualdade de gênero, a história brasileira deixa clara a posição


inferior imposta a todas as mulheres. Essas, mesmo após a conquista do acesso
ao voto, ensino e trabalho – negado por séculos – permanecem vítimas da
violência, uma realidade que ceifa vidas e as priva do direito a terem sua
integridade física e moral protegida.

O machismo e a misoginia são promovidos pela própria sociedade. Meninas são


ensinadas a aceitar a submissão ao posicionamento masculino, ainda que estejam
inclusas agressões e violência , do abuso psicológico ao sexual. Os meninos, por
sua vez, têm seu caráter construído à medida que absorvem valores patriarcais e
abusivos, os quais serão repetidos em suas condutas ulteriores.

Um dos conceitos filosóficos de Francis Bacon, que declara o comportamento


humano como contagioso, se aplica perfeitamente à situação. A violência de
gênero, conforme permanece a ser reproduzida, torna-se enraizada e frequente.
Concomitantemente, a voz das mulheres é silenciada e suas manifestações são
reprimidas, o que favorece o mantimento das atitudes misóginas.

O ensino veta todo e qualquer tipo de instrução a respeito do feminismo e da


igualdade de gênero e contribui com a perpetuação da ignorância e do
consequente preconceito. Ademais, os veículos de comunicação pouco abordam a
temática, enquanto o Estado colabora com a Lei Maria da Penha, nem sempre
eficaz, e com unidades da Delegacia da Mulher, em número insuficiente.

Entende-se, diante do exposto, a real necessidade de ações governamentais que


garantam que a lei puna todos os tipos de violência , além da instalação de
delegacias específicas em áreas necessitadas. Cabe à sociedade, em parceria
com a mídia e com as escolas, instruções sobre igualdade de gênero e campanhas
de oposição à violência contra as mulheres. Essas, por m, devem permanecer
unidas, através do feminismo, em busca da garantia de seus direitos básicos e seu
bem-estar social.” Julia Pereira

10 Modelos de Redação Enem Nota 1000


Confira o texto nota máxima de Lucas Felpi, no Enem 2018

No livro 1984 de George Orwell, é retratado um futuro distópico em que um


Estado totalitário controla e manipula toda forma de registro histórico e
contemporâneo, a fim de moldar a opinião pública a favor dos governantes.
Nesse sentido, a narrativa foca na trajetória de Winston, um funcionário do
contraditório Ministério da Verdade que diariamente analisa e altera notícias e
conteúdos midiáticos para favorecer a imagem do Partido e formar a população
através de tal ótica.

Fora da ficção, é fato que a realidade apresentada por Orwell pode ser
relacionada ao mundo cibernético do século XXI: gradativamente, os algoritmos e
sistemas de inteligência artificial corroboram para a restrição de informações
disponíveis e para a influência comportamental do público, preso em uma grande
bolha sociocultural.

Em primeiro lugar, é importante destacar que, em função das novas tecnologias,


internautas são cada vez mais expostos à uma gama limitada de dados e
conteúdos na internet, consequência do desenvolvimento de mecanismos
filtradores de informações a partir do uso diário individual.

De acordo com o filósofo Zygmund Bauman, vive-se atualmente um período de


liberdade ilusória, já que o mundo globalizado não só possibilitou novas formas
de interação com o conhecimento, mas também abriu portas para a manipulação
e alienação semelhantes vistas em “1984”. Assim, os usuários são
inconscientemente analisados pelos sistemas e lhes é apresentado apenas o mais
atrativo para o consumo pessoal.

Por conseguinte, presencia-se um forte poder de influência desses algoritmos no


comportamento da coletividade cibernética: ao observar somente o que lhe
interessa e o que foi escolhido para ele, o indivíduo tende a continuar consumindo
as mesmas coisas e fechar os olhos para a diversidade de opções disponíveis.

Em um episódio da série televisiva Black Mirror, por exemplo, um aplicativo


pareava pessoas para relacionamentos com base em estatísticas e restringia as
possibilidades para apenas as que a máquina indicava – tornando o usuário
passivo na escolha. Paralelamente, esse é o objetivo da indústria cultural para os
pensadores da Escola de Frankfurt: produzir conteúdos a partir do padrão de
gosto do público, para direcioná-lo, torná-lo homogêneo e, logo, facilmente
atingível.

Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual.
Para a conscientização da população brasileira a respeito do problema, urge que
o Ministério de Educação e Cultura (MEC) crie, por meio de verbas
governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o
funcionamento dos algoritmos inteligentes nessas ferramentas e advirtam os
internautas do perigo da alienação, sugerindo ao interlocutor criar o hábito de
buscar informações de fontes variadas e manter em mente o filtro a que ele é
submetido.

Somente assim, será possível combater a passividade de muitos dos que utilizam
a internet no país e, ademais, estourar a bolha que, da mesma forma que o
Ministério da Verdade construiu em Winston de “1984”, as novas tecnologias
estão construindo nos cidadãos do século XXI.

Texto de Redação
Redação Enem nota mil – Enem 2018 – Thais Saeger
É fato que a tecnologia revolucionou a vida em sociedade nas mais variadas
esferas, a exemplo da saúde, dos transportes e das relações sociais. No que
concerne ao uso da internet, a rede potencializou o fenômeno da massificação do
consumo, pois permitiu, por meio da construção de um banco de dados, oferecer
produtos de acordo com os interesses dos usuários.

Tal personalização se observa, também, na divulgação de informações que, dessa


forma, se tornam, muitas vezes, tendenciosas. Nesse sentido, é necessário analisar
tal quadro, intrinsecamente ligado a aspectos educacionais e econômicos.

É importante ressaltar, em primeiro plano, de que forma o controle de dados na


internet permite a manipulação do comportamento dos usuários. Isso ocorre, em
grande parte, devido ao baixo senso crítico da população, fruto de uma educação
tecnicista, na qual não há estímulo ao questionamento.

Sob esse âmbito, a internet usufrui dessa vulnerabilidade e, por intermédio de


uma análise dos sites mais visitados por determinado indivíduo, consegue rastrear
seus gostos e propor notícias ligadas aos seus interesses, limitando, assim, o modo
de pensar dos cidadãos. Em meio a isso, uma analogia com a educação
libertadora proposta por Paulo Freire mostra-se possível, uma vez que o
pedagogo defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e, dessa forma,
libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado – neste caso, a
manipulação.

Cabe mencionar, em segundo plano, quais os interesses atendidos por tal controle
de dados. Essa questão ocorre devido ao capitalismo, modelo econômico vigente
desde o fim da Guerra Fria, em 1991, o qual estimula o consumo em massa.
Nesse âmbito, a tecnologia, aliada aos interesses do capital, também propõe aos
usuários da rede produtos que eles acreditam ser personalizados.
Partindo desse pressuposto, esse cenário corrobora o termo “ilusão da
contemporaneidade” defendido pelo filósofo Sartre, já que os cidadãos acreditam
estar escolhendo uma mercadoria diferenciada mas, na verdade, trata-se de uma
manipulação que visa ampliar o consumo.

Infere-se, portanto, que o controle do comportamento dos usuários possui íntima


relação com aspectos educacionais e econômicos.

Desse modo, é imperiosa uma ação do MEC, que deve, por meio da oferta de
debates e seminários nas escolas, orientar os alunos a buscarem informações de
fontes confiáveis como artigos científicos ou por intermédio da checagem de
dados, com o fito de estimular o senso crítico dos estudantes e, dessa forma, evitar
que sejam manipulados.

Visando ao mesmo objetivo, o MEC pode, ainda, oferecer uma disciplina de


educação tecnológica nas escolas, através de sua inclusão na Base Comum
Curricular, causando um importante impacto na construção da consciência
coletiva. Assim, observar-se-ia uma população mais crítica e menos iludida.

Redação Enem Nota 1000 – Exame de 2017 – Marcus Vinícius


No Brasil, o início do processo de educação de surdos remonta ao Segundo
Reinado. No entanto, esse ato não se configurou como inclusivo, já que se
caracterizou pelo estabelecimento de um “apartheid” educacional, ou seja, uma
escola exclusiva para tal público, segregando-o dos que seriam considerados
“normais” pela população.

Assim, notam-se desafios ligados à formação educacional das pessoas com


dificuldade auditiva, seja por estereotipação da sociedade civil, seja por
passividade governamental. Portanto, haja vista que a educação é fundamental
para o desenvolvimento econômico do referido público e, logo, da nação, ela deve
ser efetivada aos surdos pelos agentes adequados, a partir da resolução dos
entraves vinculados a ela.

Sob esse viés, pode-se apontar como um empecilho à implementação desse


direito, reconhecido por mecanismos legais, a discriminação enraizada em parte
da sociedade, inclusive dos próprios responsáveis por essas pessoas com limitação.
Isso por ser explicado segundo o sociólogo Talcott Parsons, o qual diz que a
família é uma máquina que produz personalidades humanas, o que legitima a
ideia de que o preconceito por parte de muitos pais dificulta o acesso à educação
pelos surdos.
Tal estereótipo está associado a uma possível invalidez da pessoa com deficiência
e é procrastinado, infelizmente, desde o Período Clássico grego, em que
deficientes eram deixados para morrer por serem tratados como insignificantes, o
que dificulta, ainda hoje, seu pleno desenvolvimento e sua autonomia.

Além do mais, ressalte-se que o Poder Público incrementou o acesso do público


abordado ao sistema educacional brasileiro ao tornar a Libras uma língua
secundária oficial e ao incluí-la, no mínimo, à grade curricular pública. Contudo,
devido à falta de fiscalização e de políticas públicas ostensivas por parte de
algumas gestões, isso não é bem efetivado.

Afinal, dados estatísticos mostram que o número de brasileiros com deficiência


auditiva vem diminuindo tanto em escolas inclusivas – ou bilíngues -, como em
exclusivas, a exemplo daquela criada no Segundo Reinado. Essa situação abjeta
está relacionada à inexistência ou à incipiência de professores que dominem a
Libras e à carência de aulas proficientes, inclusivas e proativas, o que deveria ser
atenuado por meio de uma maior gerência do Estado nesse âmbito escolar.

Diante do exposto, cabe às instituições de ensino com proatividade o papel de


deliberar acerca dessa limitação em palestras elucidativas por meio de exemplos
em obras literárias, dados estatísticos e depoimentos de pessoas envolvidas com o
tema, para que a sociedade civil, em especial os pais de surdos, não seja
complacente com a cultura de estereótipos e preconceitos difundidos socialmente.

Outrossim, o próprio público deficiente deve alertar a outra parte da população


sobre seus direitos e suas possibilidades no Estado civil a partir da realização de
dias de conscientização na urbe e da divulgação de textos proativos em páginas
virtuais, como “Quebrando o Tabu”.

Por fim, ativistas políticos devem realizar mutirões no Ministério ou na Secretaria


de Educação, pressionando os demiurgos indiferentes à problemática abordada,
com o fito de incentivá-los a profissionalizarem adequadamente os professores –
para que todos saibam, no mínimo, o básico de Libras – e a efetivarem o estudo
da Língua Brasileira de Sinais, por meio da disponibilização de verbas e da
criação de políticas públicas convenientes, contrariando a teórica inclusão da
primeira escola de surdos brasileira.

Isabella Barros Castelo Branco (Enem 2o17, Piauí)

Na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o realista Machado de Assis expõe,


por meio da repulsa do personagem principal em relação à deficiência física (ela
era “coxa), a maneira como a sociedade brasileira trata os deficientes.
Atualmente, mesmo após avanços nos direitos desses cidadãos, a situação de
exclusão e preconceito permanece e se reflete na precária condição da educação
ofertada aos surdos no País, a qual é responsável pela dificuldade de inserção
social desse grupo, especialmente no ramo laboral.

Convém ressaltar, a princípio, que a má formação socioeducacional do brasileiro


é um fator determinante para a permanência da precariedade da educação para
deficientes auditivos no País, uma vez que os governantes respondem aos anseios
sociais e grande parte da população não exige uma educação inclusiva por não
necessitar dela.

Isso, consoante ao pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do campo


da visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que
a cerca, ocorre porque a educação básica é deficitária e pouco prepara cidadãos
no que tange aos respeito às diferenças.

Tal fato se reflete nos ínfimos investimentos governamentais em capacitação


profissional e em melhor estrutura física, medidas que tornariam o ambiente
escolar mais inclusivo para os surdos.

Em consequência disso, os deficientes auditivos encontram inúmeras dificuldades


em variados âmbitos de suas vidas. Um exemplo disso é a difícil inserção dos
surdos no mercado de trabalho, devido à precária educação recebida por eles e ao
preconceito intrínseco à sociedade brasileira.

Essa conjuntura, de acordo com as ideias do contratrualista Johm Locke,


configura-se uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua
função de garantir que tais cidadãos gozem de direitos imprescindíveis (como
direito à educação de qualidade) para a manutenção da igualdade entre os
membros da sociedade, o que expõe os surdos a uma condição de ainda maior
exclusão e desrespeito.

Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que a Escola promova a formação
de cidadãos que respeitem às diferenças e valorizem a inclusão, por intermédio de
palestras, debates e trabalhos em grupo, que envolvam a família, a respeito desse
tema, visando a ampliar o contato entre a comunidade escolar e as várias formas
de deficiência.

Além disso, é imprescindível que o Poder Público destine maiores investimentos à


capacitação de profissionais da educação especializados no ensino inclusivo e às
melhorias estruturais nas escolas, com o objetivo de oferecer aos surdos uma
formação mais eficaz.
Ademais, cabe também ao Estado incentivar a contratação de deficientes por
empresas privadas, por meio de subsídios e Parcerias Público-Privadas,
objetivando a ampliar a participação desse grupo social no mercado de trabalho.
Dessa forma, será possível reverter um passado de preconceito e exclusão,
narrado por Machado de Assis e ofertar condições de educação mais justas a esses
cidadãos.

 Marcela Sousa Araújo – Redação Enem nota 1000 em 2016, Bahia

No meio do caminho tinha uma pedra

No limiar do século XXI, a intolerância religiosa é um dos principais problemas


que o Brasil foi convidado a administrar, combater e resolver. Por um lado, o país
é laico e defende a liberdade ao culto e à crença religiosa. Por outros, as minorias
que se distanciam do convencional se afundam em abismos cada vez mais
profundos, cavados diariamente por opressores
intolerantes. O Brasil é um país de
diversas faces, etnias e crenças e defende em sua Constituição Federal o direito
irrestrito à liberdade religiosa. Nesse cenário, tomando como base a legislação e
acreditando na laicidade do Estado, as manifestações religiosas e a dissseminação
de ideologias fora do padrão não são bem aceitas por fundamentalistas. Assim, o
que deveria caracterizar os diversos “Brasis” dentro da mesma nação é motivo de
preocupação. Paradoxalmente ao Estado
laico, muitos ainda confundem liberdade de expressão com crimes inafiançáveis.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa da USP, a cada mês são registrados pelo
menos 10 denúncias de intolerância religiosa e destas 15% envolvem violência
física, sendo as principais vítimas fieis afro-brasileiros. Partindo dessa verdade, o
então direito assegurado pela Constituição e reafirmado pela Secretaria dos
Direitos Humanos é amputado e o abismo entre oprimidos e opressores torna-se,
portanto, maior.

Parafraseando o sociólogo Zygmun Bauman, enquanto houver quem alimente a


intolerância religiosa, haverá quem defenda a discriminação. Tomando como
norte a máxima do autor, para combater a intolerância religiosa no Brasil são
necessárias alternativas concretas que tenham como protagonistas a tríade
Estado, escola e mídia.

O Estado, por seu caráter socializante e abarcativo deverá promover políticas


públicas que visem garantir uma maior autonomia religiosa e através dos 3
poderes deverá garantir, efetivamente, a liberdade de culto e proteção; a escola,
formadora de caráter, deverá incluir matérias como religião em todos os anos da
vida escolar; a mídia, quarto poder, deverá veicular campanhas de diversidade
religiosa e respeito às diferenças. Somente assim, tirando as pedras do meio do
caminho, construir-se-á um Brasil mais tolerante.

 Isadora Peter Furtado (Enem 2015, Rio Grande do Sul)

A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira é um


problema muito presente. Isso deve ser enfrentado, uma vez que, diariamente,
mulheres são vítimas desta questão. Neste sentido, dois aspectos fazem-se
relevantes: o legado histórico-cultural e o desrespeito às leis. Segundo a História,
a mulher sempre foi vista como inferior e submissa ao homem. Comprova-se isso
pelo fato de elas poderem exercer direitos, ingressarem no mercado de trabalho e
escolherem suas próprias roupas muito tempo depois do gênero oposto.

Esse cenário, juntamente aos inúmeros casos de violência contra as mulheres


corroboram a ideia de que elas são vítimas de um histórico-cultural. Nesse
ínterim, a cultura machista prevaleceu ao longo dos anos a ponto de enraizar-se
na sociedade contemporânea, mesmo que de forma implícita, à primeira vista.

Conforme previsto pela Constituição Brasileira, todos são iguais perante à lei,
independente de cor, raça ou gênero, sendo a isonomia salarial, aquela que prevê
mesmo salário para mesma função, também garantidas por lei. No entanto, o que
se observa em diversas partes do país, é a gritante diferença entre os salários de
homens e mulheres, principalmente se estas forem negras. Esse fato causa
extrema decepção e constrangimento a elas, as quais sentem-se inseguras e sem
ter a quem recorrer. Desse modo, medidas fazem-se necessárias para corrigir a
problemática.

Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado proteger as mulheres da


violência, tanto física quanto moral, criando campanhas de combate à violência,
além de impor leis mais rígidas e punições mais severas para aqueles que não as
cumprem. Some-se a isso investimentos em educação, valorizando e capacitando
os professores, no intuito de formar cidadãos comprometidos em garantir o bem-
estar da sociedade como um todo.

 Mariana Moura Goes (Enem 2015, Ceará)

A mulher vem, ao longo dos séculos XX e XXI, adquirindo valiosas conquistas,


como o direito de votar e ser votada. Entretanto, a violência contra este gênero
parece não findar, mesmo com a existência de dispositivos legais que protegem a
mulher. A diminuição dos índices deste tipo de violência ocorrerá no momento em
que os dispositivos legais citados passarem a ser realmente eficazes e o machismo
for efetivamente combatido, desafios esses que precisam ser encarados tanto pelo
Estado quanto pela sociedade civil.
A Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, por exemplo, são dispositivos legais
que protegem a mulher. Entretanto, estes costumam ser ineficazes, visto que a
população não possui esclarecimentos sobre eles. Dessa forma, muitas mulheres
são violentadas diariamente e não denunciam por não terem conhecimento sobre
as ditas leis e os agressores, por sua vez, persistem provocando violências físicas,
psicológicas, morais, etc., por, às vezes, não saberem que podem ser seriamente
punidos por suas ações.

Somado a isso, o machismo existente na sociedade brasileira contribui


decisivamente para essa persistência. Na sociedade de caráter patriarcal em que
vivemos é passado, ao longo das gerações, valores que propagam a ideia de que a
mulher deve ser submissa ao homem. Essa ideia é reforçada pela mídia ao
apresentar, por exemplo, a mulher com enorme necessidade de casar, e, quando
consegue, ela deve ser grata ao homem, submetendo-se, dessa forma, às suas
vontades. Com isso, muitos homens crescem com essa mentalidade, submetendo
assim, suas esposas aos mais diversos tipos de violência.

Visto isso, faz-se necessária a reversão de tal contexto. Para isso, é preciso que o
Poder Público promova palestras em locais públicos nas cidades brasileiras a fim
de esclarecer a população sobre os dispositivos legais existentes que protegem a
mulher, aumentando, desse modo, o número de denúncias. Aliado a isso, é preciso
que as escolas, junto com a equipe de psicólogos, promovam campanhas,
palestras, peças teatrais, etc. , que desestimulem o machismo entre crianças e
adolescentes para que, a longo prazo, o machismo na sociedade brasileira seja
findado. Somado a isso, a população pode pressionar a mídia através das redes
sociais, por exemplo, para que ela passe a propagar a equidade entre gêneros e
pare de disseminar o machismo na sociedade.

 Amanda Carvalho Maia Castro (Enem 2o15)

A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos


nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de
mortes por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da
física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra
a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa
problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas.

O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal.


Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo
biológico em relação às mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de
Beavouir “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande
parte, prega que o sexo feminino tem a função social de se submeter ao
masculino, independentemente de seu convívio social, capaz de construir um ser
como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos violentos contra as mulheres
são naturalizados, pois estavam dentro da construção social advinda da ditadura
do patriarcado. Consequentemente, a punição para este tipo de agressão é
dificultada pelos traços culturais existentes, e, assim, a liberdade para o ato é
aumentada.

Além disso, já o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque


a ideologia da superioridade do gênero masculino em detrimento do feminino
reflete no cotidiano dos brasileiros. Nesse viés, as mulheres são objetificadas e
vistas apenas como fonte de prazer para o homem, e são ensinadas desde cedo a
se submeterem aos mesmos e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma
cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo de se expressar por estar sob
a constante ameaça de sofrer violência física ou psicológica de seu progenitor ou
companheiro. Por conseguinte, o número de casos de violência contra a mulher
reportados às autoridades é baixíssimo, inclusive os de reincidência.

Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras


dificultam a erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa
erradicação seja possível, é necessário que as mídias deixem de utilizar sua
capacidade de propagação de informação para promover a objetificação da
mulher e passe a usá-la para difundir campanhas governamentais para a
denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ademais, é preciso que o Poder
Legislativo crie um projeto de lei para aumentar a punição de agressores, para
que seja possível diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o fim da violência
contra a mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil.

 Cecília Maria Lima Leite (Enem 2015)

Violação à dignidade feminina

Historicamente, o papel feminino nas sociedades ocidentais foi subjugado aos


interesses masculinos e tal paradigma só começou a ser contestado em meados
do século XX, tendo a francesa Simone de Beauvoir como expoente. Conquanto
tenham sido obtidos avanços no que se refere aos direitos civis, a violência contra
a mulher é uma problemática persistente no Brasil, uma vez que ela se dá- na
maioria das vezes- no ambiente doméstico. Essa situação dificulta as denúncias
contra os agressores, pois muitas mulheres temem expor questões que acreditam
ser de ordem particular.
Com efeito, ao longo das últimas décadas, a participação feminina ganhou
destaque nas representações políticas e no mercado de trabalho. As relações na
vida privada, contudo, ainda obedecem a uma lógica sexista em algumas
famílias. Nesse contexto, a agressão parte de um pai, irmão, marido ou filho;
condição de parentesco essa que desencoraja a vítima a prestar queixas, visto que
há um vínculo institucional e afetivo que ela teme romper.

Outrossim, é válido salientar que a violência de gênero está presente em todas as


camadas sociais, camuflada em pequenos hábitos cotidianos. Ela se revela não
apenas na brutalidade dos assassinatos, mas também nos atos de misoginia e
ridicularização da figura feminina em ditos populares, piadas ou músicas. Essa é a
opressão simbólica da qual trata o sociólogo Pierre Bordieu: a violação aos
Direitos Humanos não consiste somente no embate físico, o desrespeito está –
sobretudo- na perpetuação de preconceitos que atentam contra a dignidade da
pessoa humana ou de um grupo social.

Destarte, é fato que o Brasil encontra-se alguns passos à frente de outros países o
combate à violência contra a mulher, por ter promulgado a Lei Maria da Penha.
Entretanto, é necessário que o Governo reforce o atendimento às vítimas, criando
mais delegacias especializadas, em turnos de 24 horas, para o registro de queixas.
Por outro lado, uma iniciativa plausível a ser tomada pelo Congresso Nacional é a
tipificação do feminicídio como crime de ódio e hediondo, no intuito de endurecer
as penas para os condenados e assim coibir mais violações. É fundamental que o
Poder Público e a sociedade – por meio de denúncias – combatam praticas
machistas e a execrável prática do feminicídio.

 Tainá Rocha Josino (Enem 2015, Ceará)

Apesar de destacar enquanto potência econômica mundial, o Brasil ainda


vivencia problemas sociais arcaicos, como a persistência da violência contra a
mulher. Diante da gravidade desta questão urge a mobilização conjunta do
Estado e da sociedade para seu efetivo combate.

A violência contra a mulher no Brasil está atrelada, entre outros fatores, ao


processo histórico do país. A herança do patriarcalismo colonial ainda é sensível
em nossa cultura, sendo evidenciada, inclusive, em discursos de várias pessoas
públicas, como candidatos à presidência ou à liderança de comissão de Direitos
Humanos. Mesmo que extremamente retrógrado, o machismo segue sustentando
o consciente coletivo de suposta superioridade masculina, e, lamentavelmente,
proporcionando a inúmeras mulheres cotidianos humilhantes, com afronta a seus
direitos humanos mais básicos.

É justo reconhecer, no entanto, as iniciativas públicas e privadas que têm como


objetivo a debelação dessa triste realidade. Por exemplo, a lei Maria da Penha, em
vigor desde 2006, já um marco democrático para o Brasil, pois contribui
exemplarmente para a proteção da dignidade e soberania da mulher, em uma
tentativa legítima de reverter o cenário violento contra esse gênero. Juizados e
varas especializadas neste âmbito foram criados, denúncias de opressões foram
estimuladas, entre outras ações admiráveis, contudo, isso não tem sido suficiente
para anular o número de vítimas.

Dentre os agentes e impossibilidades do fim desse tipo de agressão, destaca-se a


infraestrutura inadequada para este tipo de investigação de possíveis abusos,
apreensão de agressores e sua devida prisão. A falha acarreta constante
impunidade e altos índices de reincidência de agressões, que podem se agravar e
se tornar fatais. Também há carência de profissionais preparados para acolher a
vítima e dar-lhe apoio psicológico.

Além disso, o desconhecimento ou até descrédito da população quanto ao


amparo jurídico dado às vítimas de violência resulta na escassez de denúncias
frente ao real número de agressões.

Portanto, para que haja o fim deste cenário violento contra a mulher, é
imprescindível esforço coletivo. O Estado deve otimizar a infraestrutura destinada
a essa seara, ampliando o número de delegacias da mulher, por exemplo, além de
se unir a instituições profissionalizantes, com o fito de capacitar cada vez mais
profissionais que lidem de forma mais positiva possível com a proteção dos
direitos femininos. A população, previamente orientada por campanhas públicas e
por eventos culturais, contribuirá denunciando agressões. A educação é ponto
nevrálgico deste processo, de forma que as escolas precisam promover debates e
seminários acerca do tema, a fim de consolidar valores morais e éticos nesta
geração e nas futuras.

Através dessas e outras medidas de promoção da cidadania a sociedade brasileira


se tornará cada vez mais sensata e consciente de sua responsabilidade no
combate à violência (covarde, desproporcional e insustentável) contra a mulher.

 Carlos Eduardo Lopes Marciano (Enem 2014, Rio de Janeiro)

O verdadeiro preço de um brinquedo

É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de


personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de
produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No
entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças
estariam preparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas
veiculam?
Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. No
entanto, tais artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da História. A
imprensa, no século XVIII, disseminou as ideias iluministas e foi uma das causas
da queda do absolutismo. Mas não é preciso ir tão longe: no Brasil
redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais são capazes de
definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto provocado por um
anúncio ou uma retórica bem estruturada.

O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil.


Comerciais para essa faixa etária seguem um certo padrão: enfeitados por
músicas temáticas, as cenas mostram crianças, em grupo, utilizando o produto
em questão.Tal manobra de “marketing” acaba transmitindo a mensagem de que
a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao fato dela possuir ou
não os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um
ciclo interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento
infantil.

Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fim de


limitar, como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para
esse público, visando à proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso,
é preciso focar na conscientização dessa faixa etária em escolas, com professores
que abordem esse assunto de forma compreensível e responsável. Só assim
construiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus produtos
sem obter vantagem abusiva da ingenuidade infantil.

João Pedro Maciel Schlaepfer (Enem 2014, Rio de Janeiro


Quem Sabe o que é Melhor Para Ela?

Desde o final de 1991, com a extinção da antiga União Soviética, o capitalismo


predomina como sistema econômico. Diante disso, os variados ramos industriais
pesquisam e desenvolvem novas formas e produtos que atinjam os mais variados
nichos de mercado. Esse alcance, contudo, preocupa as famílias e o Estado
quando se analisa a publicidade voltada às crianças em contraponto à
capacidade de absorção crítica das propagandas por parte desse público-alvo.

Por ser na infância que se apreende maior quantidade de informações, a


eficiência da divulgação de um bem é maior. O interesse infantil a determinados
produtos é aumentado pela afirmação do desejo em meios de comunicação,
sobretudo ao se articular ao anúncio algum personagem conhecido. Assim, a
ânsia consumista dos mais jovens é expandida.

Além disso, o nível de criticidade em relação à propaganda é extremamente


baixo. Isso se deve ao fato de estarem em fase de composição da personalidade,
que é pautada nas experiências vividas e, geralmente, espelhada em um grupo de
adultos-exemplo. Dessa forma, o jovem fica suscetível a aceitar como positivo
quase tudo o que lhe é oferecido, sem necessariamente avaliar se é algo
realmente imprescindível.

Com base nisso, o governo federal pode determinar um limite, desassociando


personagens e figuras conhecidas aos comerciais, sejam televisivos, radiofônicos,
por meios impressos ou quaisquer outras possibilidades. A família, por outro lado,
tem o dever de acompanhar e instruir os mais novos em como administrar seus
desejos, viabilizando alguns e proibindo outros.

Nesse sentido, torna-se evidente, portanto, a importância do acessoria parental e


organização do Estado frente a essa questão. Não se pode atuar com descaso,
tampouco ser extremista. A criança sabe o que é melhor para ela? Talvez saiba,
talvez não. Até que se descubra (com sua criticidade amadurecida), cabe às
entidades superiores auxiliá-la nesse trajeto.

 José Querino de Macêdo Neto (Enem 2014, Alagoas)

Se o conceito censitário de publicidade entende o uso de recursos estilísticos da


linguagem, a exemplo da metáfora e das frases de efeito, como atrativo na
vendagem de produtos, a manipulação de instrumentos a serviço da propaganda
infantil produz efeitos que dão margem mais visível ao consumo desnecessário.
Com base nisso, estabelecem-se propostas de debate social acerca do limite de
conteúdos designados a comerciais televisivos que se dirigem a tal público.

Faz-se preciso, no entanto, que se ressaltem as intenções das grandes empresas


de comércio: o lucro é, sobretudo, ditador das regras morais e decisivo na escolha
das técnicas publicitárias. Para Marx, por exemplo, o capital influencia, através do
acúmulo de riquezas, os padrões que decidem a integração de um indivíduo no
meio em que ele se insere — nesse caso, possuir determinados produtos é chave
de aceitação social, principalmente entre crianças de cuja inocência se aproveita
ao inferir importâncias na aquisição.

Em contraposição a esses avanços econômicos e aos interesses dos grandes


setores nacionais de mercado infanto-juvenil, os órgãos de ativismo em proteção
à criança utilizam-se do Estatuto da Criança e do Adolescente para defender os
direitos legítimos da não-ludibriação, detidos por indivíduos em processo de
formação ética. Não obstante, a regulamentação da propaganda tende a
equilibrar os ganhos das empresas com o crescente índice de consumo
desenfreado.

Cabe, portanto, ao governo, à família e aos demais segmentos sociais estimular o


senso crítico a partir do debate em escolas e creches, de forma a instruir que as
necessidades individuais devem se sobrepor às vontades que se possuem, a fim de
coibir o abuso comercial e o superconsumo.

Juan Costa da Costa (Enem 2014, Pará)

Muito se discute acerca dos limites que devem ser impostos à publicidade e
propaganda no Brasil – sobretudo em relação ao público infantil. Com o advento
do meio técnico-científico informacional, as crianças são inseridas de maneira
cada vez mais precoce ao consumismo imposto por uma economia capitalista
globalizada – a qual preconiza flexibilidade de produção, adequando-se às mais
diversas demandas. Faz-se necessário, portanto, uma preparação específica
voltada para esse jovem público, a fim de tornar tal transição saudável e gerar
futuros consumidores conscientes.

Um aspecto a ser considerado remete à evolução tecnológica vivenciada nas


últimas décadas. Os carrinhos e bonecas deram lugar aos “smartphones”,
videogames e outros aparatos que revolucionaram a infância das atuais gerações.
Logo, tornou-se essencial a produção de um marketing voltado especialmente
para esse consumidor mirim – objetivando cativá-lo por meio de músicas,
personagens e outras estratégias persuasivas. Tal fator é corroborado com a
criação de programas e até mesmo canais voltados para crianças (como Disney,
Cartoon Network e Discovery Kids), expandindo o conceito de Indústria Cultural
(defendido por filósofos como Theodor Adorno) – o qual aborda o uso dos meios
de comunicação de massa com fins propagandísticos.

Somado a isso, o impasse entre organizações protetoras dos direitos das crianças
e os grandes núcleos empresariais fomenta ainda mais essa pertinente discussão.
No Brasil, vigoram os acordos isolados com o Poder Público – sem a existência de
leis específicas. Recentemente, a Conanda (Comissão Nacional de Direitos da
Criança e do Adolescente) emitiu resolução condenando a publicidade
direcionada ao público infantil, provocando o repúdio de empresários e
propagandistas – que não reconhecem autoridade dessa instituição para atuar
sobre o mercado. Diante desses posicionamentos antagônicos, o debate persiste.

Com o intuito de melhor adequar os “consumidores do futuro” a essa realidade, e


não apenas almejar o lucro, é preciso prepará-los para absorver as muitas
informações. Isso pode ser obtido por meio de campanhas promovidas pelo Poder
Público nas escolas (com atividades lúdicas e conscientizadoras) e na mídia (TV,
rádio, jornais impressos, internet), bem como a criação de uma legislação
específica sobre marketing infantil no Brasil – fiscalizando empresas (prevenindo
possíveis abusos) – além de orientação aos pais para que melhor lidem com o
impulso de consumo dos filhos (tornando as crianças conscientes de suas reais
necessidades). Dessa forma, os consumidores da próxima geração estarão prontos
para cumprirem suas responsabilidades quanto cidadãos brasileiros (preocupados
também com o próximo) e será promovido o desenvolvimento da nação.

Maria Eduarda de Aquino Correa Ilha (Enem 2014, Rio de Janeiro)

Consumidores do futuro

De acordo com o movimento romântico literário do século XIX, a criança era um


ser puro. As tendências do Romantismo influenciavam a temática poética
brasileira através da idealização da infância. Indo de encontro a essa visão, a
sociedade contemporânea, cada vez mais, erradica a pureza dos infantes através
da influência cultural consumista presente no cotidiano. Nesse contexto, é
preciso admitir que a alegação de uma sociedade conscientizada se tornou uma
maneira hipócrita de esconder os descaso em relação aos efeitos da publicidade
infantil no país.

Em primeiro plano, deve-se notar que o contexto brasileiro contemporâneo é


baseado na lógica capitalista de busca por lucros e de incentivo ao consumo.
Esse comportamento ganancioso da iniciativa privada é incentivado pelos meios
de comunicação, que buscam influenciar as crianças de maneira apelativa no
seu dia-a-dia. Além disso, a ausência de leis nacionais acerca dos anúncios
infantis acaba por proporcionar um âmbito descontrolado e propício para o
consumo. Desse modo, a má atuação do governo em relação à publicidade
infantil resulta em um domínio das influências consumistas sobre a geração de
infantes no Brasil.

Por trás dessa lógica existe algo mais grave: a postura passiva dos principais
formadores de consciência da população. O contexto brasileiro se caracteriza
pela falta de preocupação moral nas instituições de ensino, que focam sua
atuação no conteúdo escolar em vez de preparar a geração infantil com um
método conscientizador e engajado. Ademais, a família brasileira pouco se
preocupa em controlar o fluxo de informações consumistas disponíveis na
televisão e internet. Nesse sentido, o despreparo das crianças em relação ao
consumo consciente e às suas responsabilidades as tornam alvos fáceis para as
aquisições necessárias impostas pelos anúncios publicitários.

Torna-se evidente, portanto, que a questão da publicidade infantil exige


medidas concretas, e não um belo discurso. É imperioso, nesse sentido, uma
postura ativa do governo em relação à regulamentação da propaganda infantil,
através da criação de leis de combate aos comerciais apelativos para as crianças.
Além disso, o Estado deve estimular campanhas de alerta para o consumo
moderado. Porém, uma transformação completa deve passar pelo sistema
educacional, que em conjunto com o âmbito familiar pode realizar campanhas
de conscientização por meio de aulas sobre ética e moral. Quem sabe, dessa
forma, a sociedade possa tornar a geração infantil uma consumidora consciente
do futuro, sem perder a pureza proposta pelo Movimento Romântico.

Redação: Thais Saeger

É fato que a tecnologia revolucionou a vida em sociedade nas mais


variadas esferas, a exemplo da saúde, dos transportes e das relações
sociais. No que concerne ao uso da internet, a rede potencializou o
fenômeno da massificação do consumo, pois permitiu, por meio da
construção de um banco de dados, oferecer produtos de acordo com
os interesses dos usuários. Tal personalização se observa, também,
na divulgação de informações que, dessa forma, se tornam, muitas
vezes, tendenciosas. Nesse sentido, é necessário analisar tal quadro,
intrinsecamente ligado a aspectos educacionais e econômicos.

É importante ressaltar, em primeiro plano, de que forma o controle de


dados na internet permite a manipulação do comportamento dos
usuários. Isso ocorre, em grande parte, devido ao baixo senso crítico
da população, fruto de uma educação tecnicista, na qual não há
estímulo ao questionamento. Sob esse âmbito, a internet se aproveita
de tal vulnerabilidade e, por intermédio da uma análise dos sites mais
visitados por determinado indivíduo, modela o modo de pensar dos
cidadãos. Nessa perspectiva, uma analogia com a educação
libertadora de Paulo Freire mostra-se possível, uma vez que o
pedagogo defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e, dessa
forma, libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado -
neste caso, a manipulação.

Cabe mencionar, em segundo plano, quais os interesses atendidos


por tal controle de dados. Essa questão ocorre devido ao capitalismo,
modelo econômico vigente desde o fim da Guerra Fria, em 1991, o
qual estimula o consumo em massa. Nesse âmbito, a tecnologia,
aliada aos interesses do capital, também propõe aos usuários da rede
produtos que eles acreditam ser personalizados. Partindo desse
pressuposto, essa situação corrobora o termo "ilusão da
contemporaneidade" defendido pelo filósofo Sartre, já que os cidadãos
acreditam estar escolhendo um produto diferenciado mas, na verdade,
trata-se de uma manipulação que tem a finalidade de ampliar o
consumo.
Infere-se, portanto, que o controle do comportamento dos usuários
possui íntima relação com aspectos educacionais e econômicos.
Dessa maneira, é imperiosa uma ação do MEC, que deve, por meio
da oferta de debates e seminários nas escolas, ensinar os alunos a
buscarem informações de fontes confiáveis como artigos científicos e
pela checagem de dados, com o fito de estimular o senso crítico e
evitar que os estudantes sejam manipulados. Visando ao mesmo
objetivo, o MEC pode oferecer a disciplina de educação tecnológica
por meio de sua inclusão na Base Comum Curricular, causando um
importante impacto na construção da consciência coletiva. Assim,
observar-se-ia uma população mais crítica e menos iludida.

Redação: Isabel Petrenko

No filme “O jogo da imitação”, o personagem Alan Turing consegue


prejudicar o avanço da Alemanha nazista, posto que decifrou os
algoritmos correspondentes ao projeto de guerra de Hitler. Diante
disso, pode-se observar, desde a segunda metade do século XX, a
relevância do conhecimento tecnológico para atingir certos objetivos.
Contudo, diferentemente de tal contexto, atualmente, utiliza-se a
tecnologia, muitas vezes, não para o bem coletivo, como representado
pelo filme, mas para vantagem privada, mediante a manipulação de
dados de usuários da internet. Destarte, é fundamental analisar as
razões que fazem dessa problemática uma realidade no mundo
contemporâneo.

Em primeiro lugar, cabe abordar a dificuldade de regulação dos sites


quanto ao acesso aos dados de quem está inserido no ambiente
virtual. De acordo com Sartre, o homem deve zelar pelo bem coletivo
em detrimento do individual, uma vez que ele está articulado a uma
comunidade. No entanto, a tecnologia, atualmente, rompe com tal
lógica altruísta, pois prioriza-se o lucro gerado pela manipulação do
indivíduo. Isso ocorre porque muitas empresas detêm habilidades
técnicas para traçar perfis individuais, direcionando, por conseguinte,
o consumo, além de influenciar escolhas e gostos de cada um. Logo,
verifica-se também uma ruptura com a filosofia kantiana de que a
pessoa deve ser um fim em si mesma e não um meio de conseguir
alcançar interesses particulares.

Ademais, outro fator a salientar é a falta de informação do público no


que tange à internet. Diante do advento da Era Tecnológica, a priori
com a Terceira Revolução Industrial e, posteriormente, com a Quarta,
nota-se uma educação incompleta e que não prepara o indivíduo para
um mundo imerso em computadores e inteligência artificial. Nessa
perspectiva, apesar de, desde a infância, estar em contato com tablets
e celulares, a criança cresce sem saber discernir corretamente quais
informações podem ser publicadas ou se seu dispositivo está
realmente seguro.

Torna-se evidente, portanto, a necessidade de repensar a


manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na
internet. Assim, cabe ao Executivo combater o domínio de elementos
pessoais dos consumidores, por meio do investimento na área de
tecnologia de informações do Ministério de Ciência e Tecnologia, que
deverá aprimorar seu sistema de identificação de uso impróprio de tais
dados. Desse modo, poderá ser alcançado o objetivo de proteger os
brasileiros inseridos na esfera cibernética. Outrossim, compete ao
Ministério da Educação promover a inclusão de disciplinas como Ética
e Tecnologia , mediante a alteração na Lei de Bases e Diretrizes da
Educação, que impulsionará uma maior difusão da percepção crítica
acerca do mundo virtual e de como utilizá-lo, a fim de mitigar a
manipulação da conduta dos consumidores. Dessa forma, além de
formar cidadãos mais capazes de reconhecer tal adversidade, será
possível construir uma sociedade mais bem intencionada e
preocupada com o bem coletivo.

Modelos de Redação Enem Nota 1000

1 – Candidato Lucas Felpi – Enem 2018

Tema: “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados


na internet”

No livro 1984 de George Orwell, é retratado um futuro distópico em que um


Estado totalitário controla e manipula toda forma de registro histórico e
contemporâneo, a fim de moldar a opinião pública a favor dos governantes.
Nesse sentido, a narrativa foca na trajetória de Winston, um funcionário do
contraditório Ministério da Verdade que diariamente analisa e altera notícias e
conteúdos midiáticos para favorecer a imagem do Partido e formar a população
através de tal ótica.
Fora da ficção, é fato que a realidade apresentada por Orwell pode ser
relacionada ao mundo cibernético do século XXI: gradativamente, os algoritmos e
sistemas de inteligência artificial corroboram para a restrição de informações
disponíveis e para a influência comportamental do público, preso em uma grande
bolha sociocultural.

Em primeiro lugar, é importante destacar que, em função das novas tecnologias,


internautas são cada vez mais expostos à uma gama limitada de dados e
conteúdos na internet, consequência do desenvolvimento de mecanismos
filtradores de informações a partir do uso diário individual.

De acordo com o filósofo Zygmund Bauman, vive-se atualmente um período de


liberdade ilusória, já que o mundo globalizado não só possibilitou novas formas
de interação com o conhecimento, mas também abriu portas para a manipulação
e alienação semelhantes vistas em “1984”. Assim, os usuários são
inconscientemente analisados pelos sistemas e lhes é apresentado apenas o mais
atrativo para o consumo pessoal.

Por conseguinte, presencia-se um forte poder de influência desses algoritmos no


comportamento da coletividade cibernética: ao observar somente o que lhe
interessa e o que foi escolhido para ele, o indivíduo tende a continuar consumindo
as mesmas coisas e fechar os olhos para a diversidade de opções disponíveis.

Em um episódio da série televisiva Black Mirror, por exemplo, um aplicativo


pareava pessoas para relacionamentos com base em estatísticas e restringia as
possibilidades para apenas as que a máquina indicava – tornando o usuário
passivo na escolha. Paralelamente, esse é o objetivo da indústria cultural para os
pensadores da Escola de Frankfurt: produzir conteúdos a partir do padrão de
gosto do público, para direcioná-lo, torná-lo homogêneo e, logo, facilmente
atingível.

Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual.
Para a conscientização da população brasileira a respeito do problema, urge que
o Ministério de Educação e Cultura (MEC) crie, por meio de verbas
governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o
funcionamento dos algoritmos inteligentes nessas ferramentas e advirtam os
internautas do perigo da alienação, sugerindo ao interlocutor criar o hábito de
buscar informações de fontes variadas e manter em mente o filtro a que ele é
submetido.

Somente assim, será possível combater a passividade de muitos dos que utilizam
a internet no país e, ademais, estourar a bolha que, da mesma forma que o
Ministério da Verdade construiu em Winston de “1984”, as novas tecnologias
estão construindo nos cidadãos do século XXI.
Fonte: Blog do Enem

2 – Candidata Maria Juliana Bezerra da Costa – Enem 2017

Tema: “Desafios para Formação Educacional de Surdos”

Em razão de seu caráter excessivamente militarizado, a sociedade que constituía


a cidade de Esparta, na Grécia Antiga, mostrou-se extremamente intolerante com
deficiências corpóreas ao longo da história, tornando constante inclusive o
assassinato de bebês que as apresentassem, por exemplo.

Passados mais de dois mil anos desta prática tenebrosa, ainda é deploravelmente
perceptível, sobretudo em países subdesenvolvidos como o Brasil, a existência de
atos preconceituosos perpetrados contra essa parcela da sociedade, que são o
motivo primordial para que se perpetue como difícil a escolarização plena de
deficientes auditivos.

Esse panorama nefasto suscita ações mais efetivas tanto do Poder Público quanto
de instituições formadoras de opinião, com o escopo de mitigar os diversos
empecilhos postos frente à educação desta parcela social.

É indubitável, de fato, que muitos avanços já foram conquistados no que tange à


efetivação dos direitos constitucionais garantidos aos surdos brasileiros.

Pode- se mencionar, por exemplo, a classificação da Libras – Língua Brasileira de


Sinais como segundo idioma oficial da nação em 2002, a existência de escolas
especiais para surdos no território no Brasil e as iniciativas privadas que incluem
esses cidadãos como partícipes de eventos – como no caso da plataforma do
Youtube Educação, cujas aulas sempre apresentam um profissional que traduz a
fala de um professor para a língua de sinais.

Apenas medidas flagrantemente pontuais como essas, contudo, são incapazes de


tornar a educação de surdos efetiva e acessível a todos que necessitam dela, visto
que não só a maioria dos centros educacionais está mal distribuída no país, mas
também a disponibilidades de professores específicos ainda é escassa, além de a
linguagem de sinais ainda ser desconhecida por grande parte dos brasileiros.

No que tange à sociedade civil, nota-se a existência de comportamentos e de


ideologias altamente preconceituosos contra os surdos brasileiros.

A título de ilustração, é comum que pais de estudantes ditos “normais” dificultem


o ingresso de alunos portadores de deficiência auditiva em classes não específicas
a eles, alegando que tal parcela tornará o “ritmo” da aula mais lento; que colegas
de sala difundam piadas e atitudes maldosas e que empresas os considerem
inaptos à comunicação com outros funcionários.
Essas atitudes deploravelmente constantes no Brasil ratificam a máxima atribuída
ao filósofo Voltaire: “Os preconceitos são a razão dos imbecis”.

Urge, pois, a fim de tornar atitudes intolerantes restritas à história de Esparta, que
o Estado construa mais escolas para deficientes auditivos em municípios mais
afastados de grandes centros e promova cursos de Libras a professores da rede
pública – por meio da ampliação de verbas destinadas ao Ministério da Educação
e da realização de palestras com especialistas na educação de surdos –, em prol
de tornar a formação educacional deles mais fácil e mais inclusiva.

Outrossim, é mister que instituições formadoras de opinião – como escolas,


universidades e famílias socialmente engajadas – promovam debates amplos e
constantes acerca da importância de garantir o respeito e a igualdade de
oportunidades a essa parcela social, a partir de diálogo nos lares, de seminários e
de feiras culturais em ambientes educacionais.

Assim, reduzir-se-ão os empecilhos existentes hoje em relação à educação de


surdos na Nação, e formar-se-ão cidadãos mais aptos a compreender a
necessidade de respeito a eles, afinal, segundo o filósofo Immanuel Kant: “O
homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”.

Fonte: Colégio Ari de Sá e Blog do Enem

3 – Candidata Ana Beatriz Vasconcelos Coelho – Enem 2017

Tema: “Desafios para Formação Educacional de Surdos”

No atual contexto social brasileiro, a inclusão de surdos nas instituições de ensino


é um verdadeiro desafio que, muitas vezes, não é realizado de forma efetiva,
gerando implicações negativas para toda a população. Essa situação fomenta
uma atuação mais empenhada por parte do Poder Público e da sociedade em
geral no sentido de evidenciar causas e de buscar soluções conjuntas para mudar
a referida realidade.

Acerca dessa discussão, é válido ressaltar que, apesar da criação do Estatuto da


Pessoa com deficiência, no ano de 2016, o qual garante um sistema inclusivo em
todos os níveis de ensino para os indivíduos portadores de deficiência, o país
ainda carece de escolas preparadas para acolher esses estudantes.

A referida precariedade tem como uma de suas causas a falta de preocupação das
autoridades públicas em formar professores capacitados a oferecer aulas em
libras, pois, apesar dessa forma de comunicação já ser reconhecida como a
segunda língua oficial do país, ela ainda é pouco difundida.
Com isso, é possível inferir que, ao negligenciar o aprimoramento da formação
educacional de surdos, o Estado não está agindo de acordo com o pensamento do
economista Arthur Leuris, o qual afirma que, gastos com educação são
investimentos com retorno garantido.

Ademais, outra grande dificuldade ao oferecer uma educação de qualidade para


os surdos é o preconceito que eles podem sofrer. Segundo dados publicados no
jornal Estadão, cerca de 77% dos deficientes já foram vítimas de alguma forma de
agressão, como o preconceito.

Tal circunstância pode ser extremamente prejudicial para esses alunos, já que, o
sentimento de inferioridade causado pode ser determinante para que haja a
evasão escolar.

Portanto, cabe ao Estado voltar mais recursos para a criação de cursos que
ofereçam aulas de libras para professores que desejam atuar no ensino de alunos
surdos, isso pode ser alcançado por meio de uma administração de gastos mais
responsável, visando a capacitação de mais profissionais aptos para exercer essa
profissão.

Além disso, é dever da comunidade escolar realizar campanhas educativas sobre


o respeito que todos devem ter pelos portadores de necessidades especiais, tais
ações devem ser feitas por meio de “banners” e palestras com profissionais
especializados no assunto, com o fito de diminuir a evasão escolar desses
indivíduos e os casos de preconceito que eles sofrem.

Fonte: Plataforma SAS e Blog do Enem

4 – Candidata Ester Godinho Sousa – Enem 2017

Tema: “Desafios para Formação Educacional de Surdos”

A plenitude do processo educacional das populações é uma questão essencial


para o desenvolvimento psicossocial nas nações, visto que práticas basilares,
como a manutenção de vínculos empregatícios e o exercício da cidadania, são
bastante facilitados.

No Brasil, entretanto, esse setor vem sendo prejudicado por problemas estruturais
e sociais históricos, a exemplo da insuficiência de projetos voltados à educação
inclusiva, que são evidenciados nos prejuízos durante a formação intelectual da
expressiva parcela populacional de surdos, como a dificuldade de ingresso no
mercado de trabalho, fatos que contrariam os preceitos dos Direitos Humanos e
reduzem o desempenho socioeconômico da nação.
Diante disso, os desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil
representam uma questão de urgente resolução.

Decerto, um dos principais desafios referentes à problemática é a inserção efetiva


dos deficientes auditivos no sistema de educação fundamental devido,
principalmente, à insuficiência de práticas inclusivas, como cursos sistemáticos de
capacitação dos docentes para a utilização da Língua Brasileira de Sinais, aliada à
ocorrência expressiva de casos de violência e de discriminação, como o “bullying”,
que difundem a sensação de vulnerabilidade social e prejudicam a permanência
desses alunos no ambiente escolar.

Tendo em vista esses aspectos, mudanças jurídicas, como a implementação da lei


que obriga as instituições de ensino a matricularem alunos portadores de
deficiência sem a cobrança de pagamentos adicionais, vêm auxiliando no
combate à discriminação dos surdos e no acesso regular a todas as etapas de
ensino.

Entretanto, a fiscalização insuficiente da aplicabilidade dessa medida ainda limita


o registro de melhorias mais efetivas.

Além do desafio supracitado, a difusão histórica de estereótipos inferiorizantes


relacionados aos surdos prejudica o ingresso efetivo de muitos jovens com
formações educacionais exemplares no mercado de trabalho, mesmo diante do
progresso representado pela efetivação da Lei de Cotas, que determina a
ocupação de um número significativo de cargos nas empresas por portadores de
deficiência; fato que reduz a população economicamente ativa do país e dificulta
a garantia de outros direitos fundamentais dos surdos, como o acesso a atividades
de lazer, que dependem diretamente da conquista de independência financeira,
por exemplo, desestimulando, assim, a continuidade das atividades educacionais
por esses indivíduos.

Logo, é necessário que ONGs em defesa da causa enviem petições para o governo
cobrando maiores investimentos em práticas inclusivas no setor educacional,
como o oferecimento de cursos gratuitos de capacitação dos docentes para a
democratização do ensino e a integração efetiva dos surdos, aliados à
intensificação da fiscalização da aplicação das leis relacionadas já existentes, por
meio de campanhas que estimulem as denúncias populacionais sobre escolas que
rejeitam o ingresso de alunos surdos, por exemplo, para que a identificação e o
combate de situações discriminantes e violentas sejam facilitadas, estimulando,
assim, a valorização desses indivíduos e o desempenho adequado de suas
capacidades psíquicas nesse nível educacional.

Ademais, profissionais conscientes, como médicos, podem ministrar palestras,


para serem divulgadas no meio virtual, que esclareçam sobre o fato das
capacidades psicológicas não serem afetadas por problemas auditivos, para que
estereótipos preconceituosos sejam “descontruídos”, facilitando, assim, o
desempenho psicossocial desses indivíduos surdos e o progresso da nação.

5 – Candidato Marcus Vinícius M. de Oliveira – Enem 2017

Tema: “Desafios para Formação Educacional de Surdos”

No Brasil, o início do processo de educação de surdos remonta ao Segundo


Reinado. No entanto, esse ato não se configurou como inclusivo, já que se
caracterizou pelo estabelecimento de um “apartheid” educacional, ou seja, uma
escola exclusiva para tal público, segregando-o dos que seriam considerados
“normais” pela população.

Assim, notam-se desafios ligados à formação educacional das pessoas com


dificuldade auditiva, seja por estereotipação da sociedade civil, seja por
passividade governamental.

Portanto, haja vista que a educação é fundamental para o desenvolvimento


socioeconômico do referido público e, logo, da nação, ela deve ser efetivada aos
surdos pelos agentes adequados, a partir da resolução dos entraves vinculados a
ela.

Sob esse viés, pode-se apontar como um empecilho à implementação desse


direito, reconhecido por mecanismos legais, a discriminação enraizada em parte
da sociedade, inclusive dos próprios responsáveis por essas pessoas com limitação.

Isso pode ser explicado segundo o sociólogo Talcot Parsons, o qual diz que a
família é uma máquina que produz personalidades humanas, o que legitima a
ideia de que o preconceito por parte de muitos pais dificulta o acesso à educação
pelos surdos.

Tal estereótipo está associado a uma possível invalidez da pessoa com deficiência
e é procrastinado, infelizmente, desde o Período Clássico grego, em que
deficientes eram deixados para morrer por serem tratados como insignificantes, o
que dificulta, ainda hoje, seu pleno desenvolvimento e sua autonomia.

Além do mais, ressalte-se que o Poder Público incrementou o acesso do público


abordado ao sistema educacional brasileiro ao tornar a Libras uma língua
secundária oficial e ao incluí-la, no mínimo, à grade curricular pública. Contudo,
devido à falta de fiscalização e de políticas públicas ostensivas por parte de
algumas gestões, isso não é bem efetivado.

Afinal, dados estatísticos mostram que o número de brasileiros com deficiência


auditiva vem diminuindo tanto em escolas inclusivas – ou bilíngues – como em
exclusivas, a exemplo daquela criada no Segundo Reinado. Essa situação abjeta
está relacionada à inexistência ou à incipiência de professores que dominem a
Libras e à carência de aulas proficientes, inclusivas e proativas, o que deveria ser
atenuado por meio de uma maior gerência do Estado nesse âmbito escolar.

Diante do exposto, cabe às instituições de ensino com proatividade o papel de


deliberar acerca dessa limitação em palestras elucidativas por meio de exemplos
em obras literárias, dados estatísticos e depoimentos de pessoas envolvidas com o
tema, para que a sociedade civil, em especial os pais de surdos, não seja
complacente com a cultura de estereótipos e preconceitos difundida socialmente.

Outrossim, o próprio público deficiente deve alertar a outra parte da população


sobre seus direitos e suas possibilidades no Estado civil a partir da realização de
dias de conscientização na urbe e da divulgação de textos proativos em páginas
virtuais, como “Quebrando Tabu”.

Por fim, ativistas políticos devem realizar mutirões no Ministério ou na Secretaria


de Educação, pressionando os demiurgos indiferentes à problemática abordada,
com o fito de incentivá-los a profissionalizarem adequadamente os professores –
para que todos saibam, no mínimo, o básico em Libras – e a efetivarem o estudo
da Língua Brasileira de Sinais, por meio da disponibilização de verbas e da
criação de políticas públicas convenientes, contrariando a teórica inclusão da
primeira escola de surdos brasileira.

6 – Candidato João Vitor Vasconcelos Ponte – Enem 2016

Tema: “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”

O Brasil foi formado pela união de diversas bases étnicas e culturais e,


consequentemente, estão presentes em seu território várias religiões. Entretanto,
nem essa diversidade nem a liberdade religiosa garantida pela Constituição
Cidadã faz com que o país seja respeitoso com as diferentes crenças.

Fazendo uma analogia com a filosofia kantiana, a intolerância existente pode ser
vista como o resultado de fatores inatos ao indivíduo com o que foi incorporado a
partir das experiências vividas. Em primeiro lugar, é notória a dificuldade que há
no homem em aceitar o diferente, principalmente ao se tratar de algo tão pessoal
como a religião.

Prova disso é a presença da não aceitação das crenças alheias em diferentes


regiões e momentos históricos, como no Império Romano antigo, com as
perseguições aos cristãos, na Europa Medieval, com as Cruzadas e no atual
Oriente Médio, com os conflitos envolvendo o Estado Islâmico.
Também pode-se comprovar a existência da intolerância religiosa pela frase
popular “religião não se discute”, que propõe ignorar a temática para evitar os
conflitos evidentes ao se tratar do assunto.

Desse modo, nota-se que a intolerância não se restringe a um grupo específico e


é, de certa forma, natural ao ser humano, o que, porém, não significa que não
pode o deve ser combatida. Além da intolerância inata ao homem, há fatores
externos que intensificam o problema.

No cenário brasileiro, o processo colonizador e seus legados, que perduram até


hoje, são os principais agravantes desse preconceito. Desde a chegada dos
europeus no país, as religiões diferentes da oficial são discriminadas.

Logo no início da colonização, o processo de catequização dos nativos foi


incentivado, o que demonstra o desrespeito com as religiões indígenas, e, décadas
depois, com o início do tráfico negreiro, houve também perseguição às religiões
afrobrasileiras e a construção de uma imagem negativa acerca delas.

Toda essa mentalidade perpetuou-se no ideário coletivo brasileiro e, apesar dos


avanços legais, faz com que essas religiões sejam as mais afetadas pela
intolerância atualmente.

É necessário, pois, que se reverta a mentalidade retrógrada e preconceituosa


predominante no Brasil. Para tal, o Estado deve veicular campanhas de
conscientização, na TV e na internet, que informem a população sobre a
diversidade religiosa do país e a necessidade de respeitá-las. Essas campanhas
também podem, para facilitar a detecção e o combate ao problema, divulgar
contatos para denúncia de casos de intolerância religiosa.

Concomitantemente, é fundamental o papel da escola de pregar a tolerância já


que, segundo Immanuel Kant, “o homem é aquilo que a educação faz dele”.
Portanto, a escola deve promover palestras sobre as diferenças crenças do país,
ministradas por especialistas na área ou por membros dessas religiões, a fim de
quebrar estereótipos preconceituosos e tornar os jovens mais tolerantes.

7 – Candidata Giovanna Tami Soares Takahashi – Enem 2016

Tema: “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”

Segundo a atual Constituição Federal, o Brasil é um país de Estado laico, ou seja,


a sociedade possui o direito de exercer qualquer religião, crença ou culto.
Entretanto, essa liberdade religiosa encontra-se afetada, uma vez que é notório o
crescimento da taxa de violência com relação à falta de tolerância às diferentes
crenças.
Assim, diversas medidas precisam ser tomadas para tentar combater esse
problema, incitando uma maior atenção do Poder Público, juntamente com os
setores socialmente engajados, e das instituições formadoras de opinião.

Nesse contexto, vale ressaltar que a intolerância religiosa é um problema


existente no Brasil desde séculos passados. Com a chegada das caravelas
portuguesas, as quais trouxeram os padres jesuítas, os índios perderam a sua
liberdade de crença e foram obrigados, de maneira violenta, a se converter ao
catolicismo, religião a qual era predominante na Europa.

Além disso, os africanos escravizados que aqui se encontravam também foram


impedidos de praticar seus cultos religiosos, sendo punidos de forma desumana
caso desrespeitassem essa imposição.

Atualmente, constata-se que grande parcela da população brasileira herdou essa


forma de pensar e de agir, tratando pessoas que acreditam em outras religiões de
maneira desrespeitosa e, muitas vezes, violenta, levando instituições públicas e
privadas à busca de soluções para reverter isso.

Sob esse viés, ressalta-se que algumas ações já foram realizadas, como a criação
da lei de proteção ao sentimento religioso e à prática de diferentes cultos.

Entretanto, as medidas tomadas até então não são suficientes para inibir essa
problemática, uma vez que a fraca punição aos criminosos e a falta de
conscientização da sociedade são alguns dos principais motivos que ocasionam a
persistência de atos violentos em decorrência da intolerância religiosa.

Outrossim, a falta de comunicação dos pais e das escolas com os jovens sobre
esse assunto é um agravante do problema, aumentando as possibilidades destes
agirem de maneira desrespeitosa.

Diante disso, para combater a intolerância religiosa, cabe ao Governo intensificar


esforços, criando leis específicas e aumentando o tempo de punição para quem
comete qualquer tipo de violência devido à religião.

Ademais, é necessária a criação de campanhas midiáticas governamentais de


conscientização, com o apoio da imprensa socialmente engajada, e a divulgação
destas através dos diversos meios de comunicação e das redes sociais, que
mostrem a importância do respeito à liberdade de escolha e às diferentes crenças,
uma vez que o Brasil é um país com inúmeros grupos e povos, cada um com seus
costumes.

Além disso, a participação das instituições formadoras de opinião é de grande


importância para a educação dos jovens com relação ao respeito às diferentes
religiões, com as escolas realizando palestras e seminários sobre o assunto e as
famílias intensificando os diálogos em casa.

Comentário oficial do Inep/MEC sobre a redação da candidata Giovanna

Em relação aos princípios da estruturação do texto dissertativo-argumentativo,


percebe-se que a participante apresenta tese, desenvolvimento de justificativas
que comprovem essa tese e conclusão. Ou seja, a participante apresenta
excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo.

Além disso, o tema é abordado de forma completa: já no primeiro parágrafo,


trata-se tanto da intolerância religiosa quanto dos caminhos para combatê-la,
os quais serão desenvolvidos ao longo do texto.

Observa-se no texto a presença de repertório sociocultural no 2º parágrafo, em


que a participante faz referência ao contexto histórico de conversão ao
catolicismo dos índios e dos africanos escravizados no Brasil. Percebe-se, ao
longo da redação, a presença de projeto de texto estratégico, que se configura
na organização e no desenvolvimento do texto.

A participante apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema


proposto, de forma consistente e organizada para defender seu ponto de vista
de que a liberdade religiosa está afetada e são necessárias medidas do poder
público e das instituições formadoras de opinião.

8 – Candidata Júlia Curi Augusto Pereira – Enem 2015

Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

Permeada pela desigualdade de gênero, a história brasileira deixa clara a posição


inferior imposta a todas as mulheres. Essas, mesmo após a conquista do acesso ao
voto, ensino e trabalho – negado por séculos – permanecem vítimas da violência,
uma realidade que ceifa vidas e as priva do direito a terem sua integridade física
e moral protegida.

O machismo e a misoginia são promovidos pela própria sociedade. Meninas são


ensinadas a aceitar a submissão ao posicionamento masculino, ainda que
estejam inclusas agressões e violência, do abuso psicológico ao sexual .

Os meninos, por sua vez, têm seu caráter construído à medida que absorvem
valores patriarcais e abusivos, os quais serão refletidos em suas condutas
ulteriores.
Um dos conceitos filosóficos de Francis Bacon , que declara o comportamento
humano como contagioso, se aplica perfeitamente à situação. A violência de
gênero, conforme permanece a ser reproduzida, torna-se enraizada e frequente.

Concomitantemente, a voz das mulheres é silenciada e suas manifestações são


reprimidas, o que favorece o mantimento das atitudes misóginas. O ensino veta
todo e qualquer tipo de instrução a respeito do feminismo e da igualdade de
gênero e contribui com a perpetuação da ignorância e do consequente
preconceito.

Ademais, os veículos de comunicação pouco abordam a temática, enquanto o


Estado colabora com a Lei Maria da Penha, nem sempre eficaz, e com unidades
da Delegacia da Mulher, em número insuficiente.

Entende-se, diante do exposto, a real necessidade de ações governamentais que


garantam que a lei puna todos os tipos de violência, além da instalação de
delegacias específicas em áreas necessitadas.

Cabe à sociedade, em parceria com a mídia e com as escolas, instruções sobre


igualdade de gênero e campanhas de oposição à violência contra as mulheres.
Essas, por fim, devem permanecer unidas, através do feminismo, em busca da
garantia de seus direitos básicos e seu bem-estar social.

Fonte: Manual do Participante da Redação do Enem – INEP/MEC

Comentário oficial do Inep/MEC sobre a redação da candidata Júlia

O tema proposto no enunciado da prova é bem desenvolvido pela participante,


por meio de argumentação consistente, fundamentada em repertório
sociocultural produtivo, uma vez que cita Francis Bacon, extrapola as ideias
apresentadas nos textos motivadores e focaliza a natureza machista e patriarcal
da sociedade brasileira.

Apresenta também excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo, com


introdução, desenvolvimento e conclusão. O tema se desenvolve de modo
fluente e articulado ao ponto de vista defendido, configurando autoria. Em
defesa de seu ponto de vista, a texto apresenta informações relacionadas ao
papel da educação e dos veículos de comunicação na construção da
desigualdade entre os gêneros e do preconceito contra a mulher.

Ao elaborar sua excelente proposta de intervenção, que respeita os direitos


humanos, a participante considera que são necessárias ações governamentais,
como a multiplicação de delegacias especiais de atendimento à mulher, e ações
da sociedade, dos meios midiáticos e do sistema educacional em campanhas de
oposição à violência contra as mulheres.

A proposta de intervenção relaciona-se ao tema e resulta da discussão


desenvolvida no texto, além de ser abrangente, bem elaborada e bem
detalhada.

9 – Candidata Alícia Cristine Salomé Rozza – Enem 2015

Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

Na revolução de 1930, paulistas insatisfeitos com a falta do poder político que


detinham na República do café com leite usaram a falta de uma constituição para
se rebelar contra o governo Vargas. O presidente, cedendo às pressões, garantiu
na nova Constituição um direito nunca antes conquistado pela mulher: o direito
ao voto.

A inclusão da mulher na sociedade como cidadã, porém, não foi o suficiente para
deter o pensamento machista que acompanhou o Brasil por tantos séculos – fato
evidenciado nos índices atuais altíssimos de violência contra a mulher.

De acordo com o Mapa da Violência de 2012, entre 1980 e 2010 houve um


aumento de 230% na quantidade de mulheres vítimas de assassinato no país;
além disso, 7 de cada 10 mulheres que telefonaram para o Ligue 180 afirmaram
ter sido violentadas pelos companheiros.

Em países como o Afeganistão, a mulher que trai o marido é enterrada até que
somente a cabeça fique à mostra e, então, é apedrejada; apesar de reagirmos com
horror perante tal atrocidade, um país que triplica a quantidade de mulheres
mortas em 30 anos deve ser tratado com igual despeito quando se trata do
assunto.

Apesar de acharmos que a mentalidade do povo melhora com o passar do tempo,


a mentalidade brasileira mostra crescente atraso quanto à igualdade de direitos
entre os gêneros, e tal mentalidade leva a fatalidades que deveriam ser raras em
pleno século XXI.

Uma pesquisa feita pela Rede Globo mostrou que, entre homens e mulheres
entrevistados, mais da metade afirmou que mulheres que vestem roupas curtas
merecem ser abusadas sexualmente. A violência contra a mulher começa
exatamente com as regras implícitas que a sociedade impõe: se a mulher não
seguir tal regra, merece ser violentada.

Portanto, apesar de todos os direitos conquistados constitucionalmente pelo sexo


feminino, normas culturais que passam entre gerações fazem o pensamento
conservador e machista se perpetuar e ser a justificativa para as atrocidades
físicas e psicológicas cometidas contra a mulher.

Muitas vezes presa a um relacionamento de muito tempo, a mulher aceita a


condição à qual é submetida e se nega a procurar algum tipo de ajuda.

A mudança deve acontecer de três formas: primeiramente, a mulher não pode


deixar-se levar pelo pensamento machista da sociedade e deve entender que não
há justificativa para a agressão; pessoas que têm conhecimento de mulheres que
aceitam a violência, por sua vez, devem telefonar para o Ligue 180 com ou sem o
consentimento da vítima; e, por fim, a geração atual deve preocupar-se em deixar
de transmitir culturalmente a ideia de que o gênero feminino é inferior. Para que
as gerações seguintes vivam em um país igualitário, a mudança começa agora.

Comentário oficial do Inep/MEC sobre a redação da candidata Alícia

Apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo, com


introdução, desenvolvimento e conclusão. A redação organiza-se em quatro
parágrafos bem construídos e bem articulados entre si.

Em seu texto, o tema é desenvolvido de modo consistente e autoral em defesa


de seu ponto de vista, por meio do acesso a outras áreas do conhecimento,
com progressão fluente e articulada ao ponto de vista defendido.

O ponto de vista defendido é o de que é necessário combater efetivamente o


pensamento machista e conservador “que acompanhou o Brasil por tantos
séculos” e que promove a perpetuação da violência contra a mulher.

10 – Candidato Lucas Domingos Ribeiro – Enem 2015

Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

“A história da humanidade é a história da luta…” das mulheres. Karl Marx, filósofo


e sociólogo alemão, baseou seu pensamento na extinção gradual das classes
sociais e das diferenças presentes na sociedade moderna. Analogamente, percebe-
se, no âmbito das relações sociais humanas, a presença de um grupo que não
foge à luta por seus direitos: a população feminina.

Por viverem em um país patriarcal — herança herdada dos tempos do Império —


as mulheres brasileiras permanecem à deriva da sociedade. Levando isso em
consideração, recebem maus tratos e são menosprezadas por homens e chefes de
famílias. Na ótica aristotélica, a mulher é concebida como a encarnação de um
homem ruim.
Este fato talvez justifique o alto índice de violência contra o espírito feminino em
voga no Brasil, subjugado por homens e até mesmo mulheres que desrespeitam a
igualdade do gênero.

Segundo o Mapa da Violência de 2012, milhares de mulheres foram assassinadas,


como também muitas delas sofreram com os mais diversos tipos de agressão,
incluindo agressões de caráter físico, com predomínio de 51,68% dos casos.

Entretanto, existem movimentos e organizações que têm como compromisso a


redução dos descasos com a figura da mulher, como a campanha contra o
feminicídio, que une cidadãs em prol do combate ao patriarcalismo que impera
na sociedade brasileira.

Infelizmente, nem toda comunidade feminina se junta e segue esses princípios.


Geralmente, as mulheres aceitam a dominação e, no viés de Max Weber, só há
dominação se houver aceitação.

Não se deve esquecer que as atitudes femininas são sutis, levando-as a


questionarem o poderio de uma denúncia a uma delegacia de polícia mais
próxima.

Portanto, com o intuito de atenuar os maus tratos e a submissão da mulher


na contemporaneidade, cabe ao Estado a fiscalização da Lei Maria da Penha e
também a aplicação da mesma com maior rigor.

Além disso, é papel da sociedade a criação de fóruns de discussão sobre os


direitos da mulher, inspirados em grandes figuras adeptas à valorização feminina,
como Frida Kahlo e Simone de Beavouir.

Cabe à mídia a divulgação de casos de violência doméstica, via televisão e


internet, que promoverão a conscientização da sociedade a respeito do quanto a
mulher tem valor.

Fonte: Manual do Participante do Enem INEP/MEC

Comentário oficial do Inep/MEC sobre a redação do candidato Lucas

Pelas estruturas linguísticas, pela seleção lexical e pela escolha de registro, o


participante demonstra que tem excelente domínio da modalidade escrita
formal da Língua Portuguesa.

O participante desenvolve o tema proposto no enunciado da prova mediante


argumentação consistente, baseada em repertório sociocultural produtivo,
apresentando ideias e informações para além das compiladas pelos textos
motivadores, haja vista a referência a Karl Marx, Aristóteles, Max Weber, Frida
Kahlo e Simone de Beauvoir.

Leia abaixo exemplos de textos que alcançaram a nota


máxima:
Lucas Felpi, 17 anos

Redação nota mil no Enem, de autoria de Lucas Felpi — Foto:


Reprodução/Inep

No livro “1984” de George Orwell, é retratado um futuro distópico em que um Estado


totalitário controla e manipula toda forma de registro histórico e contemporâneo, a fim
de moldar a opinião pública a favor dos governantes. Nesse sentido, a narrativa foca
na trajetória de Winston, um funcionário do contraditório Ministério da Verdade que
diariamente analisa e altera notícias e conteúdos midiáticos para favorecer a imagem
do Partido e formar a população através de tal ótica. Fora da ficção, é fato que a
realidade apresentada por Orwell pode ser relacionada ao mundo cibernético do
século XXI: gradativamente, os algoritmos e sistemas de inteligência artificial
corroboram para a restrição de informações disponíveis e para a influência
comportamental do público, preso em uma grande bolha sociocultural.
Em primeiro lugar, é importante destacar que, em função das novas tecnologias,
internautas são cada vez mais expostos a uma gama limitada de dados e conteúdos na
internet, consequência do desenvolvimento de mecanismos filtradores de informação a
partir do uso diário individual. De acordo com o filósofo Zygmund Baüman, vive-se
atualmente um período de liberdade ilusória, já que o mundo digitalizado não só
possibilitou novas formas de interação com o conhecimento, mas também abriu portas
para a manipulação e alienação vistas em “1984”. Assim, os usuários são
inconscientemente analisados e lhes é apresentado apenas o mais atrativo para o
consumo pessoal.
Por conseguinte, presencia-se um forte poder de influência desses algoritmos no
comportamento da coletividade cibernética: ao observar somente o que lhe interessa e
o que foi escolhido para ele, o indivíduo tende a continuar consumindo as mesmas
coisas e fechar os olhos para a diversidade de opções disponíveis. Em um episódio da
série televisiva Black Mirror, por exemplo, um aplicativo pareava pessoas para
relacionamentos com base em estatísticas e restringia as possibilidades para apenas as
que a máquina indicava – tornando o usuário passivo na escolha. Paralelamente, esse é
o objetivo da indústria cultural para os pensadores da Escola de Frankfurt: produzir
conteúdos a partir do padrão de gosto do público, para direcioná-lo, torná-lo
homogêneo e, logo, facilmente atingível.
Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Para
a conscientização da população brasileira a respeito do problema, urge que o
Ministério de Educação e Cultura (MEC) crie, por meio de verbas governamentais,
campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o funcionamento dos
algoritmos inteligentes nessas ferramentas e advirtam os internautas do perigo da
alienação, sugerindo ao interlocutor criar o hábito de buscar informações de fontes
variadas e manter em mente o filtro a que ele é submetido. Somente assim, será possível
combater a passividade de muitos dos que utilizam a internet no país e, ademais,
estourar a bolha que, da mesma forma que o Ministério da Verdade construiu em
Winston de “1984”, as novas tecnologias estão construindo nos cidadãos do século
XXI.

Lucas Felpi citou 'Black Mirror' na redação do Enem 2018 e tirou nota mil —
Foto: Arquivo pessoal

Clara de Jesus, 19 anos

Trecho da redação nota mil de Clara de Jesus — Foto: Reprodução/Inep

“Black Mirror” é uma série americana que retrata a influência da tecnologia no


cotidiano de uma sociedade futura. Em um de seus episódios, é apresentado um
dispositivo que atua como uma babá eletrônica mais desenvolvida, capaz de selecionar
as imagens e sons que os indivíduos poderiam vivenciar. Não distante da ficção, nos
dias atuais, existem algoritmos especiais ligados em filtrar informações de acordo com
a atividade “online” do cidadão. Por isso, torna-se necessário o debate acerca da
manipulação comportamental do usuário pelo controle de dados na internet.
Primeiramente, é notável que o acesso a esse meio de comunicação ocorre de maneira,
cada vez mais, precoce. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, no ano de 201, apenas
35% dos entrevistados, que apresentavam idade igual ou superior a 10 anos, nunca
haviam utilizado a internet. Isso acontece porque desde cedo a criança tem contato com
aparelhos tecnológicos que necessitam da disponibilidade de uma rede de navegação,
que memoriza cada passo que esse jovem indivíduo dá para traçar um perfil de
interesse dele e, assim, fornecer assuntos e produtos que tendem a agradar ao usuário.
Dessa forma, o uso da internet torna-se uma imposição viciosa para relações sócio-
econômicas.
Em segundo lugar, o ser humano perde sua capacidade de escolha. Conforme o
conceito de “Mortificação do Eu”, do sociólogo Erving Goffman, é possível entender o
que ocorre na internet que induz o indivíduo a ter um comportamento alienado. Tal
preceito afirma que, por influência de fatores coercitivos, o cidadão perde seu
pensamento individual e junta-se a uma massa coletiva. Dentro do contexto da internet,
o usuário, sem perceber, é induzido a entrar em determinados sites devido a um
“bombardeio” de propagandas que aparece em seu dispositivo conectado. Evidencia-
se, portanto, uma falsa liberdade de escolha quanto ao que fazer no mundo virtual.
Com o intuito de amenizar essa problemática, o Congresso Nacional deve formular leis
que limitem esse assédio comercial realizado por empresas privadas, por meio de
direitos e punições aos que descumprirem, a fim de acabar com essa imposição
midiática. As escolas, em parceria com as famílias, devem inserir a discussão sobre
esse tema tanto no ambiente doméstico quanto no estudantil, por intermédio de
palestrantes, com a participação de psicólogos e especialistas, que debatam acerca de
como agir “online”, com o objetivo de desenvolver, desde a infância, a capacidade de
utilizar a tecnologia a seu favor. Feito isso, o conflito vivenciado na série não se
tornará realidade.
Thais Saeger, 28 anos
Trecho da redação de Thais Saeger, que tirou nota mil no Enem — Foto:
Reprodução/Inep

É fato que a tecnologia revolucionou a vida em sociedade nas mais variadas esferas, a
exemplo da saúde, dos transportes e das relações sociais. No que concerne ao uso da
internet, a rede potencializou o fenômeno da massificação do consumo, pois permitiu,
por meio da construção de um banco de dados, oferecer produtos de acordo com os
interesses dos usuários. Tal personalização se observa, também, na divulgação de
informações que, dessa forma, se tornam, muitas vezes, tendenciosas. Nesse sentido, é
necessário analisar tal quadro, intrinsecamente ligado a aspectos educacionais e
econômicos.
É importante ressaltar, em primeiro plano, de que forma o controle de dados na
internet permite a manipulação do comportamento dos usuários. Isso ocorre, em
grande parte, devido ao baixo senso crítico da população, fruto de uma educação
tecnicista, na qual não há estímulo ao questionamento. Sob esse âmbito, a internet
usufrui dessa vulnerabilidade e, por intermédio de uma análise dos sites mais visitados
por determinado indivíduo, consegue rastrear seus gostos e propor notícias ligadas aos
seus interesses, limitando, assim, o modo de pensar dos cidadãos. Em meio a isso, uma
analogia com a educação libertadora proposta por Paulo Freire mostra-se possível,
uma vez que o pedagogo defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e, dessa
forma, libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado - neste caso, a
manipulação.
Cabe mencionar, em segundo plano, quais os interesses atendidos por tal controle de
dados. Essa questão ocorre devido ao capitalismo, modelo econômico vigente desde o
fim da Guerra Fria, em 1991, o qual estimula o consumo em massa. Nesse âmbito, a
tecnologia, aliada aos interesses do capital, também propõe aos usuários da rede
produtos que eles acreditam ser personalizados. Partindo desse pressuposto, esse
cenário corrobora o termo "ilusão da contemporaneidade" defendido pelo filósofo
Sartre, já que os cidadãos acreditam estar escolhendo uma mercadoria diferenciada
mas, na verdade, trata-se de uma manipulação que visa ampliar o consumo.
Infere-se, portanto, que o controle do comportamento dos usuários possui íntima
relação com aspectos educacionais e econômicos. Desse modo, é imperiosa uma ação
do MEC, que deve, por meio da oferta de debates e seminários nas escolas, orientar os
alunos a buscarem informações de fontes confiáveis como artigos científicos ou por
intermédio da checagem de dados, com o fito de estimular o senso crítico dos
estudantes e, dessa forma, evitar que sejam manipulados. Visando ao mesmo objetivo, o
MEC pode, ainda, oferecer uma disciplina de educação tecnológica nas escolas,
através de sua inclusão na Base Comum Curricular, causando um importante impacto
na construção da consciência coletiva. Assim, observar-se-ia uma população mais
crítica e menos iludida.
Vanessa Tude, 19 anos

Trecho da redação nota mil de Vanessa Tunde — Foto: Reprodução/Inep

O mundo conheceu novos equipamentos ao longo do processo de industrialização, com


destaque para os descobrimentos da Terceira Revolução Industrial, que possibilitou a
expansão dos meios de comunicação e controle de dados em inúmeros países.
Entretanto, as ferramentas recém descobertas foram utilizadas de forma inadequada,
como por exemplo, durante a Era Vargas. Com efeito, a má utilização dessas
tecnologias contribui com a manipulação comportamental dos usuários que se
desenvolve devido não só à falta de informação popular como também à negligência
governamental.
Primeiramente, vale ressaltar o efeito que a falta de informação possui na manipulação
das pessoas. Consoante à Teoria do Habitus elaborada pelo sociólogo francês Pierre
Bourdieu, a sociedade possui padrões que são impostos, naturalizados e,
posteriormente, reproduzidos pelos indivíduos. Nessa perspectiva, a possibilidade da
coleta de dados virtuais, como sites visitados e produtos pesquisados, por grandes
empresas ocasiona a divulgação de propagandas específicas com o fito de induzir a
efetivação da compra da mercadoria anunciada ou estimular um estilo de vida. Assim,
o desconhecimento dessa realidade permite a construção de uma ilusão de liberdade de
escolha que favorece unicamente as empresas. Dessa forma, medidas são necessárias
para alterar a reprodução, prevista por Bourdieu, dessas estratégias comerciais que
afetam negativamente inúmeros indivíduos.
Ademais, a influência de milhares de usuários se dá pela negligência e abuso de poder
governamental. Durante a Era Vargas, a manipulação comportamental dos brasileiros
foi uma realidade a partir da criação do Departamento de Imprensa e Propaganda que
possuía a função de fiscalizar os conteúdos que seriam divulgados nos meios de
comunicação usando o controle da população. Nos dias atuais, com o auxílio da
internet, as pessoas estão mais expostas, uma vez que o governo possui acesso aos
dados e históricos de navegação que possibilitam a ocorrência de uma obediência
influenciada como ocorreu na Era Vargas. Desse modo, urge a extrema necessidade de
alterações estruturais para a ocorrência de uma liberdade comportamental de todos.
Impende, portanto, que a manipulação do comportamento através do controle de dados
na internet deixe de ser realidade. Nesse sentido, cabe ao Governo, por meio do
aumento da parcela de investimentos com prioridade, fiscalizar e punir instituições que
utilizem essa estratégia de direcionamento através de multas e aumento na cobrança de
impostos. Essa inciativa tem a finalidade de propor o uso adequado das tecnologias
descobertas durante, e posteriormente, a Terceira Revolução Industrial e,
consequentemente, erradicar a manipulação comportamental dos indivíduos através
dos dados coletados na internet.
Jamille Borges, 19 anos

Jamille foi uma das alunas nota mil na redação do Enem — Foto:
Reprodução/Inep

A série britânica “Black Mirror” é caracterizada por satirizar a forma como a


tecnologia pode afetar a humanidade. Dentre outros temas, o seriado aborda a
influência dos algoritmos na opinião e no comportamento das personagens. Fora da
ficção, os efeitos do controle de dados não são diferentes dos da trama e podem
comprometer o senso crítico da população brasileira. Assim, faz-se pertinente debater
acerca das consequências da manipulação do comportamento do usuário pelo controle
de dados na internet.
Por um lado, a utilização de algoritmos possui seu lado positivo. A internet surgiu no
período da Guerra Fria, com o intuito de auxiliar na comunicação entre as bases
militares. Todavia, com o passar do tempo, tal ferramenta militar popularizou-se e
abandonou, parcialmente, a característica puramente utilitária, adquirindo função de
entretenimento. Hoje, a internet pode ser utilizada para ouvir músicas, assistir a filmes,
ler notícias e, também, se comunicar. No Brasil, por exemplo, mais da metade da
população está “conectada” – de acordo com pesquisas do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) -, o que significa a consolidação da internet no país e,
nesse contexto, surge a relevância do uso de dados para facilitar tais ações.
Por outro lado, o controle de dados ressalta-se em seu lado negativo. Segundo o
sociólogo Pierre Levy, as sociedades modernas vivem um fenômeno por ele
denominado “Novo Dilúvio” – termo usado para caracterizar a dificuldade de
“escapar” do uso da internet. Percebe-se que o conceito abordado materializa-se em
apontamentos do IBGE, os quais expõem que cerca de 85% dos jovens entre 18 e 24
anos de idade utilizaram a ferramenta em 2016. Tal quadro é preocupante quando
atrelado aos algoritmos, pois estes causam, principalmente, nos jovens a redução de
sua capacidade crítica – em detrimento de estarem sempre em contato com informações
unilaterais, no tocante ao ponto de vista, e pouco distoantes de suas próprias vivências
e opiniões -, situação conhecida na Sociologia como “cognição preguiçosa” – a qual
culmina na manipulação do ser.
Entende-se, portanto, que é necessário que a população entenda os riscos do controle
de dados. Desse modo, cabe às escolas desenvolverem a percepção dos perigos da
“cognição preguiçosa” para a formação da visão de mundo dos seus alunos, mediante
aulas de informática unidas à disciplina de Sociologia – voltadas para uma educação
não só técnica, mas social das novas tecnologias -, a fim de ampliar nos jovens o
interesse por diferentes opiniões e, consequentemente, reduzir os efeitos adversos da
problemática. Posto isso, será superado o controle do comportamento do usuário e não
mais viveremos em um Brasil análogo à trama de “Black Mirror”.
Lívia Taumaturgo, 18 anos

Trecho da redação de Livia Taumaturgo, que tirou nota mil no Enem — Foto:
Reprodução/Inep

Segundo as ideias do sociólogo Habermas, os meios de comunicação são fundamentais


para a razão comunicativa. Visto isso, é possível mencionar que a internet é essencial
para o desenvolvimento da sociedade. Entretanto, o meio virtual tem sido utilizado,
muitas vezes, para a manipulação do comportamento do usuário, pelo controle de
dados, podendo induzir o indivíduo a compartilhar determinados assuntos ou a
consumir certos produtos. Isso ocorre devido `falha de políticas públicas efetivas que
auxiliem o indivíduo a “navegar”, de forma correta, na internet, e à ausência de
consciência, da grande parte da população, sobre a importância de saber utilizar
adequadamente o meio virtual. Essa realidade constituiu um desafio a ser resolvido não
somente pelos poderes públicos, mas também por toda a sociedade.
No contexto relativo à manipulação do comportamento do usuário, pode-se citar que no
século XX, a Escola de Frankfurt já abordava sobre a “ilusão de liberdade do mundo
contemporâneo”, afirmando que as pessoas eram controladas pela “indústria
cultural”, disseminada pelos meios de comunicação de massa. Atualmente, é possível
traçar um paralelo com essa realidade, visto que milhões de pessoas no mundo são
influenciadas e, até mesmo, manipuladas, todos os dias pelo meio virtual, por meio de
sistemas de busca ou de redes sociais, sendo direcionadas a produtos específicos, o que
aumenta, de maneira significativa, o consumismo exacerbado. Isso é intensificado
devido à carência de políticas públicas efetivas que auxiliem o indivíduo a “navegar”
corretamente na internet, explicando-lhe sobre o posicionamento do controle de dados
e ensinando-lhe sobre como ser um consumidor consciente.
Ademais, é importante destacar que grande parte da população não tem consciência da
importância da utilização, de forma correta, da internet, visto que as instituições
formadoras de conceitos morais e éticos não têm preconizado, como deveriam, o ensino
de uma polarização digital”, como faz o projeto Digipo (“Digital Polarization
Iniciative”), o qual auxilia os indivíduos a acessarem páginas comparáveis e, assim,
diminui, o compartilhamento de notícias falsas, que, muitas vezes, são lançadas por
moderadores virtuais. Nesse sentido, como disse o empresário Steve Jobs, “A
tecnologia move o mundo”, ou seja, é preciso que medidas imediatas sejam tomadas
para que a internet possa ser usada no desenvolvimento da sociedade, ajudando as
pessoas a se comunicarem plenamente.
Portanto, cabe aos Estados, por meio de leis e de investimentos, com um planejamento
adequado, estabelecer políticas públicas efetivas que auxiliem a população a
“navegar”, de forma correta, na internet, mostrando às pessoas a relevância existente
em utilizar o meio virtual racionalmente, a fim de diminuir, de maneira considerável, o
consumo exacerbado, que é intensificado pela manipulação do comportamento do
usuário pelo controle de dados. Além disso, é de suma importância que as instituições
educacionais promovem, por meio de campanhas de conscientização, para pais e
alunos, discussões engajadas sobre a imprescindibilidade de saber usar, de maneira
cautelosa, a internet, entendendo a relevância de uma “polarização digital” para a
concretização da razão comunicativa, com o intuito de utilizar o meio virtual para o
desenvolvimento pleno da sociedade.
Sílvia Fernanda Lima, 18 anos

Trecho da redação de Sílvia Fernanda Lima, que tirou nota mil no Enem —
Foto: Reprodução/Inep

No livro Admirável Mundo Novo do escritor inglês Aldous Huxley é retratada uma
realidade distópica na qual o corpo social padroniza-se pelo controle de informações e
traços comportamentais. Tal obra fictícia, em primeira análise, diverge
substancialmente da realidade contemporânea, uma vez que valores democráticos
imperam. No entanto, com o influente papel atribuído à internet, configurou-se uma
liberdade paradoxal tangente à regulamentação de dados. Assim, faz-se profícuo
observar a parcialidade informacional e o consumo exacerbado como pilares
fundamentais da problemática.
Em primeiro plano, a estruturação do meio cibernético fomenta a conjuntura regida
pela denominada denominada pós-verdade, traduzida na sobreposição do
conhecimento fundamentado por conotações subjetivas de teor apelativo. Nesse
contexto, como os algoritmos das ferramentas de busca fornecem fontes
correspondentes às preferências de cada usuário, cria-se uma assimilação unilateral,
contendo exclusivamente aquilo que promove segurança emocional ao indivíduo e
favorece a reprodução automatizada de pensamentos. Desse modo, com base nas
premissas analíticas do escritor francês Guy Debord, pelo fato de o meio digital ser
mediatizado por imagens, o sujeito é manipulado de forma alienante, mitigando do seu
senso crítico e capacidade de compreender a pluralidade de opiniões.
Outrossim, a detenção de dados utilizada para a seleção de anúncios fomenta o
fenômeno do consumismo. Sob esse viés, posto que a sociedade vigente é movida pelo
desempenho laboral e pela autoexploração, como preconizou o filósofo sul-coreano
Byung Chul-Han, o consumo apresenta-se como forma de aliviar as inquietações
resultantes desse quadro e alternativa para uma felicidade imediata. Então, na medida
em que os artigos publicitários exibidos na internet são direcionados individualmente,
o estímulo à compra denota-se ainda mais magnificado, funcionando como fator
adicional à busca por alívio paralelamente à construção de hábitos desequilibrados e
prejudiciais.
Portanto, minimizar os impactos negativos da inserção no ciberespaço não se
apresenta como tarefa fácil, porém, tornar-se-á possível por meio de uma abordagem
educacional. Dessa forma, o Ministério da Educação deve elaborar um projeto de
educação digital tendo com perspectiva basilar o ensino emancipatório postulado pelo
filósofo alemão Theodor Adorno. Essa ação pode ser constituída por frequentes debates
incluindo problematizações e a criação de reformulações conscientes relacionadas aos
perigos delimitados pela manipulação do comportamento online nos ensinos
Fundamental II e Médio das escolas públicas e particulares. Tal medida deve incluir a
mediação de professores de Sociologia e Filosofia, além de especialistas em Cultura
Digital, com o objetivo de modular nos alunos autonomia e criticidade no uso da
internet. Enfim, será possível a construção de uma juventude responsável e dificilmente
manipulada, sem nenhuma semelhança a obra de Aldous Huxley.
Maria Eduarda Fionda, 18 anos

Trecho da redação de Maria Eduarda Fionda, que tirou nota mil no Enem —
Foto: Reprodução/Inep

George Orwell, em sua célebre obra “1984”, descreve uma distopia na qual os meios
de comunicação são controlados e manipulados para garantir a alienação da
população frente a um governo totalitário. Entretanto, apesar de se tratar de uma
ficção, o livro de Orwell parece refletir, em parte, a realidade do século XXI, uma vez
que, na atualidade, usuários da internet são constantemente influenciados por
informações previamente selecionadas, de acordo com seus próprios dados. Nesse
contexto, questões econômicas e sociais devem ser postas em vigor, a fim de serem
devidamente compreendidas e combatidas.
Convém ressaltar, em primeiro plano, que o problema advém, em muito, de interesses
econômicos. Segundo o sociólogo alemão Theodor Adorno, a chamada “Indústria
Cultural”, visando o lucro, tende a massificar e uniformizar os gostos a partir do uso
dos meios de comunicação. Sob esse viés, é possível depreender que a utilização de
dados dos internautas por determinados grupos empresariais constitui uma estratégia
de divulgação da produtos e pensamentos conforme seus interesses. Dessa maneira,
ocorre a seleção de informações e propagandas favoráveis a essas empresas, levando o
usuário a agir e consumir inconscientemente, de acordo com padrões estabelecidos por
esses grupos.
Outrossim, o mau uso das novas tecnologias corrobora com a perpetuação dessa
problemática. Sob a ótica do teórico da comunicação Marshall McLuhan, “os homens
criam as ferramentas e as ferramentas recriam o homem”. Nessa perspectiva, é
perceptível que o advento da internet, apesar de facilitar o acesso à informações,
contribui com a diminuição do senso crítico acerca do conteúdo visualizado nas redes.
Isso ocorre, principalmente, por conta do bombardeamento constante de propagandas
e notícias, muitas vezes, sem a devida profundidade e sem o acompanhamento de
análises de veracidade. Consequentemente, os internautas são cada vez menos
estimulados a questionar o conteúdo recebido, culminando, então, em um ambiente
favorável à manipulação de comportamentos.
É possível defender, portanto, que impasses econômicos e sociais constituem desafios a
superar. Para tanto, o Poder Público deve restringir o acesso de empresas a dados
pessoais de usuários da internet, por meio da elaboração de uma legislação eficaz
referente ao problema. Ademais, a mídia, associada a ONGs, deve alertar a população
sobre as mazelas de não questionar o conteúdo acessado em rede, por meio de
campanhas educativas. Isso pode ocorrer com a realização de narrativas ficcionais
engajadas, como novelas e seriados, e reportagens que tratem do tema, a fim de
contribuir com o uso crítico das novas tecnologias. Assim, será possível restringir, de
fato, a distopia de Orwell à ficção.

Pedro Assaad, 21 anos

Trecho da redação de Pedro Assaad, nota mil no Enem 2018 — Foto:


Reprodução/Inep

As primeiras duas décadas do século XXI, no Brasil e no mundo globalizado, foram


marcadas por consideráveis avanços científicos, dentre os quais destacam-se as
tecnologias de informação e comunicação (TICs). Nesse sentido, tal panorama
promoveu a ampliação do acesso ao conhecimento, por intermédio das redes sociais e
mídias virtuais. Em contrapartida, nota-se que essa realidade impôs novos desafios às
sociedades contemporâneas, como a possibilidade de manipulação comportamental via
dados digitais. Desse modo, torna-se premente analisar os principais impactos dessa
problemática: a perda da autonomia de pensamento e a sabotagem dos processos
políticos democráticos.
Em primeira análise, é lícito postular que a informação é um bem de valor social, o
qual é responsável por modular a cosmovisão antropológica pessoal e influenciar os
processos de decisão humana. Nesse raciocínio, as notícias e acontecimentos que
chegam a um indivíduo exercem forte poder sobre tal, estimulando ou suprimindo
sentimentos como empatia, medo e insegurança. É factual, portanto, que a capacidade
de selecionar - via algoritmos - as reportagens e artigos que serão vistos por
determinado público constitui ameaça à liberdade de pensamento crítico. Evidenciando
o supracitado, há o livro " Rápido e devagar: duas formas de pensar", do especialista
comportamental Daniel Khaneman, no qual esse expõe e comprova - por meio de
décadas de experimentos socioculturais - a incisiva influência dos meios de
comunicação no julgamento humano. Torna-se clara, por dedução analítica, a
potencial relação negativa entre a manipulação digital por dados e a autonomia
psicológica e racional da população.
Ademais, é preciso compreender tal fenômeno patológico como um atentado às
instituições democráticas. Isso porque a perspectiva de mundo dos indivíduos coordena
suas escolhas em eleições e plebiscitos públicos. Dessa maneira, o povo tende a agir
segundo o conceito de menoridade, do filósofo iluminista Immanuel Kant, no qual as
decisões pessoais são tomadas pelo intelecto e influência de outro. Evidencia-se, assim,
que o domínio da seletividade de informações nas redes sociais, como Facebook e
Twitter, pode representar uma sabotagem ao Estado Democrático.
Em suma, a manipulação comportamental pelo uso de dados é um complexo desafio
hodierno e precisa ser combatida. Dessarte, as instituições escolares - responsáveis por
estimular o pensamento crítico na população - devem buscar fortalecer a capacidade
de julgamento e posicionamento racional nos jovens. Isso pode ser feito por meio de
palestras, aulas e distribuição de materiais didáticos sobre a filosofia criticista e
sociologia, visando aprimorar o raciocínio autônomo livre de influências. Em paralelo,
as grandes redes sociais, interessadas na plenitude de seus usuários, precisam
restringir o uso indevido de dados privilegiados. Tal ação é viável por intermédio da
restrição do acesso, por parte de entidades políticas, aos algoritmos e informações
privadas de preferências pessoais, objetivando proteger a privacidade do indivíduo e o
exercício da democracia plena. Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o
impacto nocivo do controle comportamental moderno, e a sociedade alcançará o
estágio da maioridade Kantiana.

1. Exemplo de redação nota 1.000 no Enem de 2015

Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

“A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira é um problema muito presente. Isso
deve ser enfrentado, uma vez que, diariamente, mulheres são vítimas dessa questão. Nesse sentido, dois
aspectos fazem-se relevantes: o legado histórico cultural e o desrespeito às leis.

Segundo a História, a mulher sempre foi vista como inferior e submissa ao homem. Comprova-se isso
pelo fato de elas poderem exercer direitos políticos, ingressarem no mercado de trabalho e escolherem
suas próprias roupas muito tempo depois do gênero oposto. Esse cenário, juntamente aos inúmeros
casos de violência contra as mulheres, corroboram a ideia de que elas são vítimas de um legado
histórico-cultural. Nesse ínterim, a cultura machista prevaleceu ao longo dos anos a ponto de enraizar-se
na sociedade contemporânea, mesmo que de forma implícita, à primeira vista.

Conforme previsto pela Constituição Brasileira, todos são iguais perante à lei, independente de cor, raça
ou gênero, sendo a isonomia salarial, aquela que prevê mesmo salário para os que desempenham
mesma função, também garantida por lei. No entanto, o que se observa em diversas partes do país, é a
gritante diferença entre os salários de homens e mulheres, principalmente se estas foram negras. Esse
fato causa extrema decepção e constrangimento a elas, as quais sentem-se inseguras e sem ter a quem
recorrer. Desse modo, medidas fazem-se necessárias para solucionar a problemática.

Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado proteger as mulheres da violência, tanto física
quanto moral, criando campanhas de combate à violência, além de impor leis mais rígidas e punições
mais severas para aqueles que não as cumprem. Some-se a isso investimentos em educação,
valorizando e capacitando os professores, no intuito de formar cidadãos mais comprometidos em garantir
o bem-estar da sociedade como um todo.” – Izadora Furtado

2. Exemplo de redação nota 1.000 no Enem de 2014

Tema: Publicidade infantil em questão no Brasil

“A publicidade infantil tem sido pauta de discussões acerca dos abusos cometidos no processo de
disseminação de valores que objetivam ao consumismo, uma vez que a criança, ao passar pelo processo
de construção da sua cidadania, apropria-se de elementos ao seu redor, que podem ser indesejáveis à
manutenção da qualidade de vida.

O sociólogo Michel Foucault afirma que ‘nada é político, tudo é politizável, tudo pode tornar-se político’. A
publicidade politiza o que é imprescindível ao consumidor à medida que abarca a função apelativa
associada à linguagem empregada na disseminação da imagem de um produto, persuadindo o público-
alvo a adquiri-lo.
Ao focar no público infantil, os meios publicitários elencam os códigos e as características do cotidiano da
criança, isto é, assumem o habitus – conceito de Pierre Bourdieu, definido como ‘princípios geradores de
práticas distintas e distintivas’ – típico dessa faixa etária: o desenho animado da moda, o jogo eletrônico
socialmente compartilhado, o brinquedo de um famoso personagem da mídia, etc.

Por outro lado, a criança necessita de um espaço que a permita crescer de modo saudável, ou seja, com
qualidade de vida. Os abusos publicitários afetam essa prerrogativa: ao promoverem o consumo
exarcebado, causam dependência material, submetendo crianças a um círculo vicioso de compras, no
qual, muitas vezes, os pais não podem sustentar. A felicidade é orientada para um produto, em
detrimento de um convívio social saudável e menos materialista.

De modo a garantir o desenvolvimento adequado da criança e diminuir os abusos da publicidade,


algumas medidas devem ser tomadas. O governo deve investir em políticas públicas que atuem como
construtoras de uma ‘consciência mirim’, através de meios didáticos a fomentar a imaginação da criança,
orientando-a na recepção de informações que a cercam. Em adição, os pais devem estar atentos aos
elementos apropriados pelos seus filhos em propagandas, estimulando o espírito crítico deles, a contribuir
para a futura cidadania que os espera.” – Lucas Francisco

3. Exemplo de redação nota 1.000 no Enem de 2013

Tema: Os efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil

“Manifesto da Segurança no trânsito

Com a crise de 1929 no Estados Unidos, Roosevelt implementou a Lei Seca para minimizar os problemas
e acidentes no trabalho. Agora, o Governo Federal implementou a Lei Seca com o intuito de reduzir o
numero de vitimas em acidentes de trânsito envolvendo motoristas embriagados. Dentro desse contexto,
há dois importantes fatores que devem ser levados em consideração: a redução nos acidentes de trânsito
e o aumento da conscientização da população brasileira no que tange os riscos de se dirigir embriagado.

Marinetti quando redigiu o Manifesto Futurista exaltando as inovações da modernidade, como o carro, não
podia imaginar que o seu objeto de admiração aliado ao álcool poderia acarretar sérios acidentes.
Paralelamente às ideias do Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade de absorver o que é
vantajoso da cultura estrangeira e adaptar à cultura nacional, o Governo Federal implementou a Lei Seca
com o objetivo de reduzir a quantidade de acidentes envolvendo motoristas que ingeriram álcool diminuiu
consideravelmente e isso se deve ao rigor da fiscalização, principalmente em saídas de bares e boates,
aliado à punições , como multa e prisão.

Ainda convém lembrar que enquanto em países como a Austrália dirigir embriagado é condenado pela
sociedade, no Brasil até pouco tempo, esse hábito perigoso era aceito. Isso porque até pouco tempo
existiam poucas políticas de conscientização na mídia acerca do perigo do binômio álcool e direção. Além
disso, os filhos se inspiraram nas atitudes dos pais, que não viam nenhum perigo em dirigir depois de um
ou dois copos de cerveja. Porém, o risco de acidente existe e felizmente a maioria da população está
ciente disso.

Infere-se que quando o motorista está alcoolizado está colocando em risco sua vida e de outras pessoas,
por isso deve deixar de lado seu caráter macunaíma e pensar no bem cotidiano. Cumpre ao governo
aumentar a fiscalização para garantir o cumprimento da lei. Cabe aos pais educar seus filhos através de
seu próprio exemplo. Cabe aos donos de bares e boates incentivar seus clientes a ir para casa de táxi.
Assim, o Brasil será referência mundial em educação no trânsito.”– Aline Abbud

4. Exemplo de redação nota 1.000 no Enem de 2012

Tema: A imigração para o Brasil no século XXI

“Brasil Atraente

Ao ser trabalhada a questão da imigração no Brasil, muito se pensa nos acontecimentos e nos fluxo ao
longo da história. No entanto, a nação brasileira constituiu-se, no século XXI, uma potência econômica em
crescimento e ganhou notoriedade a partir da popularização do conceito dos BRICS, países de maior
prosperidade econômica. Desse modo, pode-se dizer que os movimentos de imigração para o Brasil no
século XXI são uma decorrência da sua realidade econômica e causam influências em outros campos
como a cultura e a qualidade de vida.

Uma das grandes consequências culturais da imigração para o Brasil no século XXI é o enriquecimento
da cultura local, que já é caracterizada pela diversidade. Tal consequência, atrelada ao conceito de
convivência da sociedade, permite à nação macunaíma flexibilizar ainda mais as relações sociais, mas
somente quando distante dos ideais preconceituosos. Eles, que estão presentes em grande parte dos
países centrais que atuam como áreas de atração, são crescentes na realidade brasileira, o que acaba
por dificultar a consolidação da face boa da imigração.

Além disso, por conta do contexto tecnológico de Revolução Informacional, as levas populacionais que se
deslocam do seu país de origem tendo como o destino final o território brasileiro estão mais preparados e
motivados quando comparadas aos imigrantes do passado. Com isso, o homem contemporâneo não
almeja se deslocar em busca de um subemprego, e vem ao Brasil para contribuir como mais uma agente
para o desenvolvimento do país. Dessa forma, os migrantes diferenciados do século atual chegam
qualificados e empenhados a entrar no território como uma contribuição.

Não obstam, a política de amenidade mantida pelo país no contexto internacional garante uma boa
imagem para os interessados também residentes em país tidos como desenvolvidos. Percebe-se , então,
que empresas transnacionais enviam seus executivos e trabalhadores para a nação que não se envolve
em constantes guerras, possui facilidades no comércio com países como China e Rússia e apresenta
grandes taxas de crescimento, É vista, em consequência de tal investimento estrangeiro, uma
possibilidade de absorção de novas técnicas e conhecimentos.

Subentende-se, então, que o contingente imigratório do século XXI com destino ao Brasil é um fator de
grande influência nos seus diversos campos de convivência social e cultural, cabendo ao país direcionar
essas possibilidades a um caminho próspero. Para isso, práticas como o investimento governamental e
privado nos “teapolos” brasileiros gatarem uma formação da população nativa e a chance de inserção do
imigrante na sociedade e no trabalho. Além disso, tal investimento ajuda a fortalecer o convívio entre as
diversas culturas e conhecimentos, possibilitando o aprimoramento das técnicas.”– Igor Cavalcanti

EXEMPLOS DE REDAÇÕES
NOTA 1000 DOS ÚLTIMOS 5
ANOS
 [2013] TEMA: OS EFEITOS DA IMPLANTAÇÃO DA LEI SECA NO
BRASIL

Título: O inferno são os outros

Autor: Bianca Hazt

Com base nos dois signos opostos, liberdade e responsabilidade, costuma-


se dizer que a liberdade de determinado indivíduo termina quando começa a
sua responsabilidade. No Brasil, muitos acidentes de trânsito acontecem
justamente pelo fato de as pessoas não conhecerem o ponto inicial da sua
responsabilidade. Analisando tal problema e suas consequências, o governo
implantou a Lei Seca. objetivando um menor número de acidentes no trânsito.
Primeiramente, deve-se entender que a medida destinada ao governo tomar já
está sendo colocada em prática. Além da implantação da lei. milhares de
etilômetros foram adquiridos e, de maneira geral, a fiscalização ocorre
corretamente.

De acordo com uma pesquisa feita pelo IBPS, com dados do Rio de Janeiro,
97% da população aprova o uso de bafômetros na fiscalização, e com dados
do DATASUS, aconteceu uma queda de 6,2% na média nacional de mortes
desde a implantação da lei. Pela interpretação dos índices percebe-se que a
população já está conscientizada sobre a gravidade do problema embora a média
da redução das vítimas fatais ainda esteja baixa.

Conclui-se, então que a parte mais difícil já está feita: as pessoas estão
conscientizadas do problema. Agora, cabe aos estados e aos municípios o
desenvolvimento de medidas criativas (como a repulsão magnética implantada em
um copo ao beber e dirigir no RJ) que lutem energicamente contra a embriaguez
no volante, para que assim, ao contrário do que o filósofo Sartre afirmava, o
inferno deixe de ser os outros, os quais não sabem usufruir da sua
liberdade. E, de quebra, se possa viver em um país livre de atitudes
inconsequentes.

 [2014] TEMA: PUBLICIDADE INFANTIL EM QUESTÃO NO


BRASIL

Título: O verdadeiro preço de um brinquedo

Autor: Carlos Eduardo Lopes Marciano

É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a existência de


personagens famosos, músicas para crianças e parques temáticos, a indústria de
produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes. No
entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: as crianças
estariam preparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas
veiculam?

Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. No


entanto, tais artifícios já foram responsáveis por mudar o curso da História. A
imprensa, no século XVIII, disseminou as ideias iluministas e foi uma das
causas da queda do absolutismo. Mas não é preciso ir tão longe: no Brasil
redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais são
capazes de definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto
provocado por um anúncio ou uma retórica bem estruturada.

O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. Comerciais


para essa faixa etária seguem um certo padrão: enfeitados por músicas temáticas,
as cenas mostram crianças, em grupo, utilizando o produto em questão. Tal
manobra de “marketing” acaba transmitindo a mensagem de que a aceitação
em seu grupo de amigos está condicionada ao fato dela possuir ou não os
mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um
ciclo interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento
infantil.
Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fim de
limitar, como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda
para esse público, visando à proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além
disso, é preciso focar na conscientização dessa faixa etária em escolas, com
professores que abordem esse assunto de forma compreensível e responsável. Só
assim construiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus
produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade infantil.

 [2015] TEMA: A PERSISTÊNCIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A


MULHER NA SOCIEDADE BRASILEIRA

Autor: Amanda Carvalho Maia Castro

A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas


últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de
mortes por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além
da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência
contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar
que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas.

O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal.


Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo
biológico em relação às mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de
Beauvoir “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em
grande parte, prega que o sexo feminino tem a função social de se submeter
ao masculino, independentemente de seu convívio social, capaz de construir
um ser como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos violentos contra as
mulheres são naturalizados, pois estavam dentro da construção social advinda da
ditadura do patriarcado. Consequentemente, a punição para este tipo de agressão
é dificultada pelos traços culturais existentes, e, assim, a liberdade para o ato é
aumentada.

Além disso, já há o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre


porque a ideologia da superioridade do gênero masculino em detrimento do
feminino reflete no cotidiano dos brasileiros. Nesse viés, as mulheres são
objetificadas e vistas apenas como fonte de prazer para o homem, e são
ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos e a serem recatadas. Dessa
maneira, constrói-se uma cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo de
se expressar por estar sob a constante ameaça de sofrer violência física ou
psicológica de seu progenitor ou companheiro. Por conseguinte, o número de
casos de violência contra a mulher reportados às autoridades é baixíssimo,
inclusive os de reincidência.

Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras


dificultam a erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa
erradicação seja possível, é necessário que as mídias deixem de utilizar sua
capacidade de propagação de informação para promover a objetificação da mulher
e passe a usá-la para difundir campanhas governamentais para a denúncia de
agressão contra o sexo feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo
crie um projeto de lei para aumentar a punição de agressores, para que seja
possível diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o fim da violência contra a
mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil.

 [2016] TEMA: CAMINHOS PARA COMBATER A INTOLERÂNCIA


RELIGIOSA NO BRASIL

Título: Orgulho Machadiano

Autor: Larissa Cristine Ferreira

Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas “Memórias


Póstumas” que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado
da nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão: a
postura de muitos brasileiros frente a intolerância religiosa é uma das faces
mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Com isso, surge a
problemática do preconceito religioso que persiste intrinsecamente ligado à
realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de
mentalidade social.

É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as


causas do problema. Conforme Aristóteles, a poética deve ser utilizada de modo
que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira
análoga, é possível perceber que, no Brasil, a perseguição religiosa rompe essa
harmonia; haja vista que, embora esteja previsto na Constituição o princípio da
isonomia, no qual todos devem ser tratados igualmente, muitos cidadãos se
utilizam da inferioridade religiosa para externar ofensas e excluir socialmente
pessoas de religiões diferentes.

Segundo pesquisas, a religião afro-brasileira é a principal vítima de


discriminação, destacando-se o preconceito religioso como o principal
impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é a
maneira coletiva de agr e de pensar. Ao seguir essa linha de pensamento,
observa-se que a preparação do preconceito religioso se encaixa na teoria do
sociólogo, uma vez que se uma criança vive em uma família com esse
comportamento, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Assim,
a continuação do pensamento da inferioridade religiosa, transmitido de
geração a geração, funciona como base forte dessa forma de preconceito,
perpetuando o problema no Brasil.

Infere-se, portanto, que a intolerância religiosa é um mal para a sociedade


brasileira. Sendo assim, cabe ao Governo Federal construir delegacias
especializadas em crimes de ódio contra religião, a fim de atenuar a prática do
preconceito na sociedade, além de aumentar a pena para quem o praticar. Ainda
cabe à escola criar palestras sobre as religiões e suas histórias, visando a
informar crianças e jovens sobre as diferenças religiosas no país,
diminuindo, assim, o preconceito religioso. Ademais, a sociedade deve se
mobilizar em redes sociais, com o intuito de conscientizar a população sobre os
males da intolerância religiosa. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país
desenvolvido socialmente, e criar um legado de que Brás Cubas pudesse se
orgulhar.
 [2017] TEMA: OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO EDUCACIONAL
DE SURDOS NO BRASIL

Autor: Matheus Rosi

Segundo o pensamento de Claude Lévi-Strauss, a interpretação adequada do


coletivo ocorre por meio do entendimento das forças que estruturam a
sociedade, como os eventos históricos e as relações sociais. Esse panorama
auxilia na análise da questão dos desafios para a formação educacional dos
surdos no Brasil, visto que a comunidade, historicamente, marginaliza as minorias,
o que promove a falta de apoio da população e do Estado para com esse
deficiente auditivo, dificultando a sua participação plena no corpo social e no
cenário educativo. Diante dessa perspectiva, cabe avaliar os fatores que
favorecem esse quadro, além de o papel das escolas na inserção desse sujeito.

Em primeiro plano, evidencia-se que a coletividade brasileira é estruturada


por um modelo excludente imposto pelos grupos dominantes, no qual o
indivíduo que não atende aos requisitos estabelecidos, branco e abastado,
sofre uma periferização social. Assim, ao analisar a sociedade pela visão de
Lévi-Strauss, nota-se que tal deficiente não é valorizado de forma plena, pois as
suas necessidades escolares e a sua inclusão social são tidas como uma
obrigação pessoal, sendo que esses deveres, na realidade, são coletivos e
estatais. Por conseguinte, a formação educacional dos surdos é prejudicada pela
negligência social, de modo que as escolas e os profissionais não estão
capacitados adequadamente para oferecer o ensino em Libras e os demais
auxílios necessários, devido a sua exclusão, já que não se enquadra no modelo
social imposto.

Outro ponto relevante, nessa temática, é o conceito de modernidade líquida


de Zygmunt Bauman, que explica a queda das atitudes éticas pela fluidez dos
valores, a fim de atender aos interesses pessoais, aumentando o
individualismo. Desse modo, o sujeito, ao estar imersos nesse panorama líquido,
acaba por perpetuar a exclusão e a dificuldade de inserção educacional dos
surdos, por causa da redução do olhar sobre o bem-estar dos menos favorecidos.
Em vista disso, os desafios para a formação escolar de tais deficientes auditivos
estão presentes na estruturação desigual e opressora da coletividade, bem como
em seu viés individualista, diminuindo as oportunidades sociais e educativas dessa
minoria.
Logo, medidas públicas são necessárias para alterar esse cenário. É fundamental,
portanto, a criação de oficinas educativas, pelas prefeituras, visando à elucidação
das massas sobre a marginalização da educação dos surdos, por meio de
palestras de sociólogos que orientem a inserção social e escolar desses
sujeitos. Ademais, é vital a capacitação dos professores e dos pedagogos,
pelo Ministério da Educação, com o fito de instruir sobre as necessidades de
tal grupo, como o ensino em Libras, utilizando cursos e métodos para
acolher esses deficientes e incentivar a sua continuidade nas escolas, a fim
de elevar a visualização dos surdos como membros do corpo social. A partir
dessas ações, espera-se promover uma melhora das condições educacionais e
sociais desse grupo.

Leia uma redação nota


1000 no Enem
Leia abaixo a redação da estudante na íntegra:

No filme “O jogo da imitação”, o personagem Alan Turing


consegue prejudicar o avanço da Alemanha nazista, posto que
decifrou os algoritmos correspondentes ao projeto de guerra de
Hitler. Diante disso, pode-se observar, desde a segunda metade
do século XX, a relevância do conhecimento tecnológico para
atingir certos objetivos. Contudo, diferentemente de tal contexto,
atualmente, utiliza-se a tecnologia, muitas vezes, não para o bem
coletivo, como representado pelo filme, mas para vantagem
privada, mediante a manipulação de dados de usuários da
internet. Destarte, é fundamental analisar as razões que fazem
dessa problemática uma realidade no mundo contemporâneo.

Em primeiro lugar, cabe abordar a dificuldade de regulação dos


sites quanto ao acesso aos dados de quem está inserido no
ambiente virtual. De acordo com Sartre, o homem deve zelar
pelo bem coletivo em detrimento do individual, uma vez que ele
está articulado a uma comunidade. No entanto, a tecnologia,
atualmente, rompe com tal lógica altruísta, pois prioriza-se o
lucro gerado pela manipulação do indivíduo. Isso ocorre porque
muitas empresas detêm habilidades técnicas para traçar perfis
individuais, direcionando, por conseguinte, o consumo, além de
influenciar escolhas e gostos de cada um. Logo, verifica-se
também uma ruptura com a filosofia kantiana de que a pessoa
deve ser um fim em si mesma e não um meio de conseguir
alcançar interesses particulares.

Ademais, outro fator a salientar é a falta de informação do


público no que tange à internet. Diante do advento da Era
Tecnológica, a priori com a Terceira Revolução Industrial e,
posteriormente, com a Quarta, nota-se uma educação
incompleta e que não prepara o indivíduo para um mundo
imerso em computadores e inteligência artificial. Nessa
perspectiva, apesar de, desde a infância, estar em contato com
tablets e celulares, a criança cresce sem saber discernir
corretamente quais informações podem ser publicadas ou se seu
dispositivo está realmente seguro.

Torna-se evidente, portanto, a necessidade de repensar a


manipulação do comportamento do usuário pelo controle de
dados na internet. Assim, cabe ao Executivo combater o domínio
de elementos pessoais dos consumidores, por meio do
investimento na área de tecnologia de informações do Ministério
de Ciência e Tecnologia, que deverá aprimorar seu sistema de
identificação de uso impróprio de tais dados. Desse modo,
poderá ser alcançado o objetivo de proteger os brasileiros
inseridos na esfera cibernética. Outrossim, compete ao
Ministério da Educação promover a inclusão de disciplinas como
Ética e Tecnologia , mediante a alteração na Lei de Bases e
Diretrizes da Educação, que impulsionará uma maior difusão da
percepção crítica acerca do mundo virtual e de como utilizá-lo, a
fim de mitigar a manipulação da conduta dos consumidores.
Dessa forma, além de formar cidadãos mais capazes de
reconhecer tal adversidade, será possível construir uma
sociedade mais bem intencionada e preocupada com o bem
coletivo.

Exemplos de redação nota 1000 do Enem 2017


Leia os temas anteriores das redações
1º exemplo de redação nota 1000 de 2017

“Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra
morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo,
contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava à base.
Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana dos deficientes
auditivos brasileiros, os quais buscam ultrapassar as barreiras as quais os
separam do direito à educação. Nesse contexto, não há dúvidas de que a
formação educacional de surdos é um desafio no Brasil o qual ocorre,
infelizmente, devido não só à negligência governamental, mas também ao
preconceito da sociedade.
A Constituição cidadã de 1988 garante educação inclusiva de qualidade aos
deficientes, todavia o Poder Executivo não efetiva esse direito. Consoante
Aristóteles no livro “Ética a Nicômaco”, a política serve para garantir a
felicidade dos cidadãos, logo se verifica que esse conceito encontra-se
deturpado no Brasil à medida que a oferta não apenas da educação inclusiva,
como também da preparação do número suficiente de professores
especializados no cuidado com surdos não está presente em todo o território
nacional, fazendo os direitos permanecerem no papel.
Outrossim, o preconceito da sociedade ainda é um grande impasse à
permanência dos deficientes auditivos nas escolas. Tristemente, a existência
da discriminação contra surdos é reflexo da valorização dos padrões criados
pela consciência coletiva. No entanto, segundo o pensador e ativista francês
Michel Foucault, é preciso mostrar às pessoas que elas são mais livres do que
pensam para quebrar pensamentos errôneos construídos em outros momentos
históricos. Assim, uma mudança nos valores da sociedade é fundamental para
transpor as barreiras à formação educacional de surdos.
Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse
problema. Cabe ao Ministério da Educação criar um projeto para ser
desenvolvido nas escolas o qual promova palestras, apresentações artísticas e
atividades lúdicas a respeito do cotidiano e dos direitos dos surdos. – uma vez
que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador – a fim de que a
comunidade escolar e a sociedade no geral – por conseguinte – conscientizem-
se. Desse modo, a realidade distanciar-se-á do mito grego e os Sísifos
brasileiros vencerão o desafio de Zeus.”
2º exemplo de redação nota 1000 de 2017

“Na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o realista Machado de Assis


expõe, por meio da repulsa do personagem principal em relação à deficiência
física (ela era “coxa), a maneira como a sociedade brasileira trata os
deficientes. Atualmente, mesmo após avanços nos direitos desses cidadãos, a
situação de exclusão e preconceito permanece e se reflete na precária
condição da educação ofertada aos surdos no País, a qual é responsável pela
dificuldade de inserção social desse grupo, especialmente no ramo laboral.
Convém ressaltar, a princípio, que a má formação socioeducacional do
brasileiro é um fator determinante para a permanência da precariedade da
educação para deficientes auditivos no País, uma vez que os governantes
respondem aos anseios sociais e grande parte da população não exige uma
educação inclusiva por não necessitar dela.
Isso, consoante ao pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do
campo da visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do
mundo que a cerca, ocorre porque a educação básica é deficitária e pouco
prepara cidadãos no que tange aos respeito às diferenças. Tal fato se reflete
nos ínfimos investimentos governamentais em capacitação profissional e em
melhor estrutura física, medidas que tornariam o ambiente escolar mais
inclusivo para os surdos.
Em consequência disso, os deficientes auditivos encontram inúmeras
dificuldades em variados âmbitos de suas vidas. Um exemplo disso é a difícil
inserção dos surdos no mercado de trabalho, devido à precária educação
recebida por eles e ao preconceito intrínseco à sociedade brasileira. Essa
conjuntura, de acordo com as ideias do contratrualista Johm Locke, configura-
se uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função
de garantir que tais cidadãos gozem de direitos imprescindíveis (como direito à
educação de qualidade) para a manutenção da igualdade entre os membros da
sociedade, o que expõe os surdos a uma condição de ainda maior exclusão e
desrespeito.
Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que a Escola promova a
formação de cidadãos que respeitem às diferenças e valorizem a inclusão, por
intermédio de palestras, debates e trabalhos em grupo, que envolvam a família,
a respeito desse tema, visando a ampliar o contato entre a comunidade escolar
e as várias formas de deficiência.
Além disso, é imprescindível que o Poder Público destine maiores
investimentos à capacitação de profissionais da educação especializados no
ensino inclusivo e às melhorias estruturais nas escolas, com o objetivo de
oferecer aos surdos uma formação mais eficaz. Ademais, cabe também ao
Estado incentivar a contratação de deficientes por empresas privadas, por meio
de subsídios e Parcerias Público-Privadas, objetivando a ampliar a participação
desse grupo social no mercado de trabalho. Dessa forma, será possível
reverter um passado de preconceito e exclusão, narrado por Machado de Assis
e ofertar condições de educação mais justas a esses cidadãos.”
Conclusões Propostas de Intervenções
1)Na redação do Enem 2018, que teve como tema a “Manipulação do
comportamento de usuário pelo controle de dados na internet”,
Isabel sugeriu a inserção de novas disciplinas na grade curricular para
que os professores pudessem orientar melhor os alunos em relação à
internet e aos dados pessoas que são divulgados.

2)Em sua abordagem, a Carolina destacou que é de responsabilidade das


escolas trabalhar o uso crítico consciente das tecnologias, levando em
consideração que, atualmente, as novas gerações já nascem inseridas
nesse meio e precisam entender o impacto disso.
3)Entre suas propostas na redação, Lívia destacou que os Estados
estabelecessem políticas públicas que auxiliem a população para realizar
uma navegação correta na internet e, como consequência, “diminuir o
consumismo exacerbado intensificado pela manipulação do
comportamento do usuário pelo controle de dados”.
4)O tema da redação do Enem chegou a ser discutido no cursinho, nas
aulas de Sociologia, Geografia e Redação. Com isso, a mineira ganhou
embasamento para construir o texto, chegando a citar autores
como Émile Durkheim e a Teoria social e filosófica da Escola de
Frankfurt.

“Na minha proposta de intervenção da redação do Enem propus que


as escolas deveriam discutir mais sobre o tempo que os alunos passam
na internet para eles terem mais consciência da liberdade e do papel
deles na web. Relacionei tudo isso com a pedagogia de Paulo Freire”,
relembra.

5)André considera que o tema da redação foi desafiador. Ele defendeu


que as empresas de tecnologia avisassem os usuários sobre o uso dos
dados de forma mais clara e objetiva, evitando linguagem muito
técnica.
6)“Como proposta de intervenção, propus o auxílio do governo à
população para que essa diminuísse a exposição de dados e preferências
na rede sem conhecimentos prévios, além de estímulo à leitura de
termos de uso de sites e redes sociais e alertas sobre a manipulação por
meio do controle de dados, a fim de evitar a alienação do indivíduo”.

11 propostas de intervenção para 11


possíveis temas de redação do Enem

Sabe o que a gente preparou pra você? Propostas de intervenção para trabalhar
nas suas redações! Isso mesmo: separamos 11 possíveis temas de redação do
Enem e indicamos as possíveis situações-problemas para cada um deles, além
de propostas de intervenção para debater o tema, confira:

Tema 1: O papel da mulher no século XXI


Situações-problema:
– A igualdade de gêneros é garantida pela Constituição de 1988, mas na
prática, o pensamento conservador ainda prevalece em grande parte da
população.

– Os movimentos feministas, criados no século XX, possibilitaram à mulher


um maior empoderamento político e social. Contudo, alguns pensamentos
machistas projetam uma imagem pejorativa sobre o feminismo.

– A 1ª Guerra Mundial possibilitou a entrada da mulher no mercado de


trabalho, no entanto, ainda existe uma grande disparidade entre os salários de
um homem e de uma mulher.

Propostas de intervenção:

– O debate de obras literárias nas escolas que reflitam sobre o papel da mulher
ao longo das épocas e como essa ganhou grande destaque no campo artístico e
social, a fim de promover a valorização da mesma.

– A mídia, como meio de comunicação e elemento persuasivo, pode promover


maiores informações acerca de movimentos feministas e a importância deste
para promover uma sociedade mais igualitária.

– O poder público deve criar medidas que fiscalizem a desigualdade de


salários entre os gêneros nas empresas e atribuir uma multa àqueles que não
cumprirem com os anseios da Constituição.

– A fim de criar uma sociedade mais reflexiva, a instalação de projetos


culturais com a presença de atrizes influentes na mídia pode atrair o público a
participar de rodas de debate sobre o papel da mulher na sociedade
contemporânea.
– O governo, além de assegurar pela lei os direitos de igualdade às mulheres,
também deve promover mais postos de assistencialismo nas áreas mais
distantes dos centros urbanos.

– A mídia pode contribuir com a exposição de mulheres que fizeram a


diferença ao longo dos séculos, a fim de inspirar jovens a persistirem a lutar
pelo respeito ao próximo e conscientizar os indivíduos de que devemos ter
uma sociedade ética e democrática. Mulheres como: Frida Kahlo, Madre
Tereza de Calcutá, Zuzu Angel, Evita Perón, Joana D’arc, entre outras podem
ser utilizadas como referência.

Tema 2: A crise hídrica no Brasil


Situações-problema:

– A crise hídrica no Sudeste

– A questão do consumo desregulado da água pelos cidadãos.

– O chamado “consumo virtual”, ou seja, a quantidade utilizada de água pelas


empresas para a produção de produtos.

Propostas de intervenção:

– O incentivo a projetos escolares que ensinem a reutilização da água é uma


ótima maneira para incentivar os pequenos a adquirirem consciência sobre o
uso desse bem hídrico.
– O tratamento de águas de esgoto pode ser uma medida eficaz para que as
empresas reutilizem esse líquido para a produção de seus produtos, a fim de
evitar os impactos do consumo virtual.

– O estímulo a descontos no valor das contas de água e luz faz com que os
usuários busquem economizar neste momento de crise e comecem a refletir
sobre a situação atual do Brasil.

– Até que os reservatórios da região Sudeste estejam estáveis, o racionamento


da água seria ideal para amenizar o tempo previsto para o total esgotamento
desse recurso hídrico na região.

– A reutilização e transposição da água da chuva de regiões onde mais


chovem no Brasil, como a cidade de Calçoene (Amapá), a região de Serra do
Mar (São Paulo) e a Amazônia seriam medidas paliativas para amenizar a
falta da água.

– Como há distribuição irregular de água entre os países, uma maneira de


promover uma harmonização e alavancar a economia entre os estados, seria a
troca de interesses de cada região. Assim, todas as áreas seriam beneficiadas e
ajudariam a reduzir a crise hídrica frente aos estados que estão com os
reservatórios de água em situação de carência.

Tema 3: Viver em rede no século XXI: os limites


entre o público e o privado
Situações-problema:

– Os impactos da globalização e a internet possibilitaram ao internauta uma


maior exposição de sua vida nas redes sociais, entretanto, é preciso ter cautela
com o comportamento do usuário no mundo virtual.
– A questão do anonimato proporciona ao internauta um maior encorajamento
e poder para denegrir a imagem do próximo.

Propostas de intervenção:

– A conscientização do indivíduo sobre a responsabilidade de sua conduta no


mundo virtual é fundamental para evitar possíveis danos.

– Em casos extremos, como incitações de intolerância na rede e a exposição


de nudez proporcionada por postagens anônimas ou perfis falsos, a
fiscalização do órgão público faz-se necessária para punir os agentes
causadores.

– A inserção de filmes nas escolas que reflitam sobre os perigos da internet e


o debate em sala formarão jovens mais atentos e conscientes sobre a utilização
da rede com cautela.

– A mídia pode ajudar na exposição da internet como difusora de


conhecimento e informação, além de abordar casos que contribuíram para o
engajamento político dos internautas na sociedade, como as Manifestações de
2013 e a Primavera Árabe, em 2011.

– ONGs devem ser mais ativas nas redes sociais, a fim de que fiquem mais
próxima do contato entre os jovens e estimule-os a participar de projetos
educacionais e culturais, como a presença de cursos online e a orientação de
encontros em grupo para debates.

Tema 4: O papel do professor na sociedade


contemporânea
Situação-Problema:
1. O professor tem um papel fundamental na vida do indivíduo, não só
academicamente, mas também como formador de caráter e primeiro
contato social. No entanto, o educador não é valorizado pela
sociedade como deveria. Muitas vezes não há reconhecimento por
parte dos alunos, a remuneração é baixa, e, às vezes, não contam com
infraestrutura básica para conduzir a aula.

Propostas de intervenção:

1. A educação deveria ser prioridade do governo. É necessária a criação


de projetos que integrem o governo federal, estadual e municipal a
fim de investir em melhorias nesse âmbito. Em primeiro lugar,
devem-se melhorar as condições de trabalho do professor,
aumentando o seu piso salarial e investindo em infraestrutura básica
para ele lecionar. Feito isso, é possível pensar em campanhas pública
de incentivo à valorização do educador.

2. Já que o professor, na maioria das vezes, depois da família, é o


primeiro contato social do indivíduo, cabe a essa instituição mostrar,
desde cedo, o valor do educador na vida do ser humano. É importante
que os responsáveis ensinem aos seus filhos como tratar o
professor com respeito, inteirar-se sobre como é a relação dentro de
sala de aula, mostrando a relevância do papel do educador dentro da
sociedade.

3. Já que a mídia é o principal veículo formador de opinião, a figura do


professor poderia ganhar destaque positivo por ela. Nas novelas
brasileiras, quase não vemos professores como personagens
principais. Quando acontece, não demonstram realização plena na
profissão. Ao contrário dos programas estrangeiros, nos quais a
figura do professor tem “status” e é bastante valorizada pela
sociedade.
4. A própria escola deveria incentivar os alunos a respeitar e valorizar o
educador, através de projetos que aproximem os docentes dos
discentes. Os professores poderiam contar aos alunos como é a sua
rotina de trabalho, como descobriram a vocação para a docência e
etc.

Tema 5: Idosos no Brasil do século XXI:


negligenciados ou valorizados?
Situação-Problema:

1. Os avanços na medicina fazem com que a expectativa de vida


aumente cada vez mais. Porém, no que diz respeito ao bem estar, o
país não está acompanhando o crescimento da população idosa.
Mesmo que haja um estatuto que garanta os direitos da terceira idade,
sabemos que os mesmos não são cumpridos como deveria. A maioria
dos lugares não oferece boa infraestrutura para os idosos se
locomoverem e serem independentes. E, muitas vezes, os mais
velhos são discriminados pelos mais jovens.

Propostas de intervenção:

1. As escolas deveriam promover a conscientização social em relação


aos idosos. Educar, desde cedo, os alunos, para que eles aprendam a
respeitar as diferenças. Seria interessante a criação de um projeto que
reúna, por exemplo, os avós dos alunos a fim de que eles
compartilhem suas experiências e falem um pouco de como é ser
idoso atualmente.

2. A mídia como formadora de opinião poderia promover a integração


dos idosos à sociedade. Os jornais poderiam fazer matérias em asilos,
mostrando à população a rotina daqueles que vivem em casas de
repouso. As novelas poderiam abordar a terceira idade de maneira
mais ativa, não como um peso morto para a família e a sociedade.

3. O governo deveria investir em infraestrutura destinada à terceira


idade. É imprescindível que sejam oferecidas melhores condições de
a saúde, entretenimento, lazer e transporte.

4. Mesmo com a dinamicidade do mundo contemporâneo, as famílias


deveriam se dedicar mais aos seus idosos. Ao chegar à terceira idade,
muitos indivíduos se sentem inúteis. É importante que os membros
de uma família tenham consciência de tudo que seus idosos fizeram
por ela, demonstrando reconhecimento através de carinho e atenção.

5. As ONGs poderiam promover atividades de lazer para a terceira


idade, como ginástica, pintura, desenho, jogos, entre outras. Seria
interessante, também, pensar em visitas aos asilos, levando crianças
e, se for possível, animais de estimação para passar o dia com os
idosos.

Tema 6: Alimentação irregular e obesidade no


Brasil
Situação-Problema:

1. Atualmente, a sociedade enfrenta bastantes problemas relacionados à


má alimentação e ao aumento de peso. Tal fato está relacionado,
principalmente, à correria do cotidiano, fazendo com que muitos não
tenham tempo de se alimentar corretamente. Outro fator relevante é a
preferência por refeições mais saborosas, porém menos saudáveis.

Propostas de intervenção:
1. É inegável a má qualidade da alimentação da maioria dos brasileiros.
Já que os vícios começam dentro de casa, cabe à família concordar
em fazer refeições saudáveis e ensinar às crianças, desde cedo, a
comer alimentos que façam bem à saúde. A prática de exercícios
é fundamental no combate à obesidade, por isso seria interessante
que os membros de uma se exercitem juntos, através de caminhadas,
pedaladas, etc.

2. Já que a escola tem um papel primordial na educação do indivíduo, é


imprescindível que ela interfira também em sua educação alimentar,
através de aulas de biologia sobre o valor nutritivo dos alimentos e o
desencadeamento de doenças causadas pela má alimentação. Como
muitos alunos e funcionários se alimentam na escola, é importante
que haja um cardápio saudável desenvolvido por nutricionistas, que,
eventualmente, poderiam dar palestras sobre educação alimentar.

3. Sendo a mídia o principal veículo de informação, cabe a ela


promover a alimentação saudável através de programas educativos.
Seria interessante incentivar a população mostrando ídolos da
televisão brasileira se alimentando de maneira saudável.

4. A saúde pública é uma das responsabilidades do governo. Por esse


motivo, é importante a realização de campanhas públicas
relacionadas à educação alimentar. A prática de atividades físicas,
associada a uma boa alimentação, é imprescindível para saúde dos
indivíduos. O governo deve incitar essa prática, através de maratonas
de corrida, academias públicas ao ar livre, de forma que seja
acessível a toda população.
Tema 7: O movimento imigratório para o Brasil no
século XXI
Situação-problema:

A imigração ocorre em péssimas condições, que continuam não muito boas


quando os imigrantes aqui chegam. Além de eles sofrerem com a falta de
estrutura que encontram aqui, a xenofobia é um problema que atinge a todos
os povos que sempre foram, historicamente, alvo de opressão, como os
africanos.

Proposta de intervenção:

1. Nosso país precisa se preparar para receber essas pessoas, já que se


propõe a ser solidário e ajudar os povos que precisam de amparo.
Precisamos de estrutura para isso, que pode ser criada por meio de
leis e de políticas públicas específicas para esse caso.

2. É preciso que a nossa sociedade entenda que essas pessoas são


nossas irmãs e que precisam tanto (ou mais) da nossa hospitalidade
que imigrantes europeus ou americanos, por exemplo. Ou seja, é
preciso que a gente repare o sofrimento que os nossos antepassados
europeus geraram a esses povos e a nós. O primeiro passo é ajudá-los
e recebê-los de braços abertos.

Tema 8: A questão do índio no Brasil


contemporâneo
Situação-problema:
Herdamos dos nossos colonizadores a ideia de que somos superiores,
civilizados, enquanto o diferente é bárbaro. Com isso, continuamos
subjulgando os povos indígenas, desvalorizando sua cultura, além de
continuarmos vendendo o sangue, o trabalho e as terras indígenas a quem
pague mais.

Proposta de intervenção:

1. O governo poderia criar leis que protegessem o direito dos povos


indígenas, incluindo o direito à terra, à memória do seu povo, e o
direito a ter a sua cultura preservada.

2. A polícia federal do Brasil poderia agir mais ativamente nas zonas


em que há tribos indígenas, garantindo sua segurança e impedindo a
exploração do trabalho desses povos e o seu genocídio.

3. A escola, as mídias e as ONGs poderiam agir em conjunto para


promover a valorização da cultura indígena em toda a sociedade
brasileira, divulgando sua importância.

Tema 9: A cultura do assédio no Brasil


Situação-problema:

Vivemos numa sociedade machista e patriarcal em que os homens se acham


no direito de desrespeitar, violentar – ainda que verbalmente – e assediar
mulheres, considerando-as parte do patrimônio público, com isso, cada vez
mais as mulheres se sentem invadidas e com medo até de sair de casa. Ainda
que o assédio também ocorra com homens, vale considerar que essa é uma
exceção à regra, já que a estrutura da nossa sociedade está calcada no
patriarcado.
Proposta de intervenção:

1. Em primeiro lugar, é importante que a família e a escola, agindo em


parceria, comecem a desfazer essa mentalidade machista e patriarcal
que considera a mulher um objeto público.

2. Em segundo lugar, é importante que as leis que punem os casos de


assédio sejam estreitadas, tornando-se mais específicas e mais
colocadas em prática.

3. Além disso, é importante que os graves casos de assédio deixem de


ser acobertados pela mídia, o que colabora pra invisibilidade da
mulher, tornando-a sempre uma refém, de mãos e pés atados.

Tema 10: O papel da polícia no Brasil do século


XXI
Situação-problema:

O papel da polícia é, em tese, promover a manutenção da ordem pública,


proteger os cidadãos e garantir a segurança de todos – cada polícia com a sua
“área de atuação”. No entanto, notamos que, principalmente no que diz
respeito à polícia militar, esse papel não é levado em consideração em muitos
casos, uma vez que, muitas vezes, várias ações resultam em injustiças e abuso
de poder, principalmente com a parte mais marginalizada da sociedade
brasileira.

Propostas de intervenção:

1. Um caminho seria reestruturar a polícia brasileira, pensando, talvez,


numa desmilitarização.
2. Dar mais importância à polícia civil e incorporá-la na segurança que,
hoje, é exercida pela PM

3. Oferecer treinamento digno aos policiais, uma vez que estamos


falando de pessoas que andarão armadas pelas ruas.

Tema 11: A redução da maioridade penal no Brasil


Situação-problema:

Com o aumento do caso de crimes cometidos por jovens, o debate sobre a


redução da maioridade penal dos 18 para os 16 anos foi levantado. No
entanto, essa não é a solução para os crimes, e os muitos países que já
reduziram a maioridade penal são o maior exemplo disso. Além disso, esse
debate revela que nós, brasileiros, temos a péssima mania de preferir o
tratamento – insuficiente – à prevenção. Agimos apenas depois que os
problemas acontecem e estão fora de controle, além de querermos atacar as
extremidades do problema, evitando encarar a raiz.

Proposta de intervenção:

1. O melhor caminho para esse caso é, sem dúvida, investir na educação


do Brasil, que é muito deficitária. Tirar os jovens das ruas e colocar
na escola é o caminho.

2. Além disso, é importante tornar a punição, já existente para os jovens


infratores, mais eficaz. Uma boa alternativa seria investir na
ressocialização, fazendo-os aprender uma profissão, estudar, praticar
esportes.
Intervenção
Para análise, separamos algumas propostas do tema do Enem
2015: A persistência da violência contra a mulher. Veja:
Exemplo 1
“Portanto devemos ter respeito com a mulher do nosso país, porque
mulher é ser humano igual a qualquer um.”

O estudante não desenvolveu uma intervenção, não há uma sugestão


de plano para a solução do problema. A proposta é insuficiente e mal
desenvolvida. Uma proposta de intervenção bem construída, além de
estar articulada ao texto, deve conter um detalhamento do que fazer,
como fazer, os meios e os participantes da proposta.

Exemplo 2
“Deve-se ter em mente o quão prejudicial isto é perante a sociedade
feminina, sabendo que apenas uma revisão dentro da Constituição
Federal poderia ser uma grande ajuda para a solução do feminicídio.”
O estudante fez apenas um esboço da proposta de intervenção. Ele
utiliza apenas um agente para a solução do problema, mas não diz
como fazer, os meios para fazer e quem mais poderia participar da
proposta de solução. Que tipo de revisão seria feita na Constituição?
O que deveria ser proposto? Quais seriam as mudanças?

Exemplo 3
“A mulher tem força, coragem e determinação como o homem pode
ter. Ela é capaz do que o homem é capaz, isso simplesmente porque
ela também é humana! É preciso que a sociedade deixe isso de lado e
lute contra qualquer tipo de discriminação. Todos devem ser vistos de
forma igual perante à lei e aos olhos de outros também.”
Neste caso, não houve uma proposta de intervenção para o problema
abordado. O estudante não apresentou medidas concretas de solução
para o problema.

Exemplo 4
“Diante disso, para que as leis tenham maior efeito devemos mudar
esse pensamento antigo de inferioridade, com o apoio do Governo.
ONG´S devem reeducar presidiários e promover campanhas no país,
chega de violência.”
Ao elaborar proposta de intervenção, é preciso identificar agentes e
ações que serão promovidas. A sugestão deve ter articulação com o
que foi discutido ao longo do texto. De que maneira reeducar
presidiários se encaixaria dentro do tema? O estudante precisa
explicar melhor. E, lembrem-se, a solução sempre deve conter um
detalhamento do que fazer, como fazer, os meios e os participantes da
proposta.

Exemplo 5
“Torna-se evidente, portanto, que a violência contra a mulher ainda é
grande no Brasil. Para que isso mude, o governo deve aumentar a
pena para qualquer tipo de violência, tornando esse crime
inafiançável. Ademais, a sociedade civil precisa pressionar o
Legislativo para a aprovação da lei que equipara os salários entre os
sexos, por meio de petições, abaixo-assinados e manifestações.
Afinal, todos são iguais perante a lei, como diz a Constituição.”
O estudante conseguiu propor uma solução e envolver todos os
agentes. Ele fala da necessidade de mudanças na lei, por exemplo, e
de como a sociedade civil deve pressionar o governo para que
ocorram mudanças. O aluno conseguiu detalhar a solução, e disse o
que fazer, como fazer, os meios e os participantes da proposta.

Exemplo 6
“Ainda que com novas leis e manifestações a favor do sexo feminino,
algumas iniciativas devem ser tomadas como, projetos exigindo a
participação de mulheres na oferta de trabalho tenha o mesmo
percentual que o dos homens. Além disso, incentivar ainda mais a
população a denunciarem casos de violência em suas localidades.
Porém, sem esquecer de ensinar aos estudantes, desde o ensino
fundamental, a importância da igualdade entre os sexos e que o
pensamento machista é retrógrado.”
PROPOSTAS DE
INTERVENÇÃO PARA OS
POSSÍVEIS TEMAS DO ENEM
2018
.

TEMA: OS PERIGOS DAS FAKE


NEWS NA ERA DA INFORMAÇÃO
Neste tema, você deverá desenvolver argumentos que discutam quais prejuízos
as fake news (notícias falsas) podem causar em nossa sociedade, que
predominantemente absorve conteúdos, hoje, por meio da internet.

Propostas:

 Por tratar-se de uma terminologia nova, seria interessante que as instituições


educacionais trabalhassem o conceito com os estudantes, despertando-os
para a consciência crítica necessária ao ler qualquer tipo de informação no
cotidiano.
 O governo pode instituir políticas de penalização aos meios midiáticos que se
apropriarem de notícias falsas para alcançar mais visibilidade.
 A mídia e as ONGs podem atuar na conscientização da sociedade sobre
mecanismos para identificação de informações falsas, como checagem de
fontes, leitura completa da matéria, e não apenas a chamada, além da
pesquisa da mesma informação em outros sites.

TEMA: CONCEITO DE FAMÍLIA NO


SÉCULO XXI
Espera-se que você desenvolva argumentos sobre as novas configurações
familiares que têm surgido, e que suscitam a discussão quanto à não validade da
nomenclatura “família” para algumas: por que as relações que fogem ao tradicional
não podem ser consideradas familiares?

Propostas:

 A escola pode debater o conceito de família na modernidade e suas novas


configurações, despertando um senso crítico, reflexivo e tolerante nos jovens.
 A mídia tem papel de contribuir para um olhar mais solidário das pessoas
quanto à questão a partir do acesso à informação.
 O governo pode assegurar, resguardado pelas leis, direitos igualitários a essas
novas configurações familiares, promovendo uma sociedade mais ética e
democrática. Além disso, qualquer forma de preconceito deve ser penalizada a
partir de políticas próprias para a intervenção de tais situações.

TEMA: O AUMENTO DA
DEPRESSÃO ENTRE OS JOVENS
NO BRASIL
O aumento exponencial de casos de depressão e suicídio de jovens no mundo tem
sido um sinal alarmante da demanda urgente de medidas para prevenção desses
casos. O aluno deve indicar causas desse expressivo aumento e trabalhar
estratégias que modifiquem diretamente essa realidade.

Propostas:

 Divulgação na mídia sobre o assunto, para que mais pessoas sejam


conscientizadas sobre a importância de estarem atentos aos sinais que muitos
jovens diariamente dão de depressão por diversos fatores.
 Papel fundamental das escolas de orientação e cuidado aos jovens,
principalmente dando suporte e impedindo situações de constrangimento e
angústia a qualquer um no ambiente escolar, como os casos de bullying, causa
frequentes para a depressão de jovens.
 Papel das famílias de observar e zelar pelo bem-estar físico e mental dos
jovens, oferecendo a assistência necessária.
 Responsabilidade governamental para a criação de campanhas de prevenção
e conscientização social para o problema, além da oferta de assistência
gratuita psicológica.

TEMA: SISTEMA PRISIONAL


Deter um indivíduo que comete a infração grave de uma lei é uma medida de
punição, mas que deve ocorrer dentro das condições humanizadas. Restringe-se
apenas a liberdade de ir e vir, mas os demais direitos devem ser garantidos, como
o direito à educação, à saúde, à assistência jurídica e ao trabalho para remição da
pena, o que não é a realidade do sistema prisional no Brasil. Devido a isso,
inúmeras rebeliões ocorrem, resultando na morte de muitos presos.

Propostas:

 O governo deve investir na infraestrutura das prisões e aprimorar as leis que


instituem o direito dos presidiários. Além disso, deve oferecer treinamento aos
policiais, para que estejam preparados para lidar com as situações extremas e
assegurar a ordem.
 A mídia deve divulgar a realidade dos presídios, para que mais políticas de
mudanças sejam pensadas pelas autoridades.
 É fundamental a reforma do sistema de justiça do país, para combater a
morosidade dos processos e diminuir o número de presos provisórios.
 ONGs em parceria com o governo podem promover o aumento das opções de
trabalho e estudo nos presídios, para que, de fato, haja ressocialização nesses
ambientes.

TEMA: DOENÇAS EPIDÊMICAS


O trânsito constante de pessoas ao redor do mundo é uma das causas da
persistência e surgimento de epidemias. Você deve ser capaz de apresentar
propostas para reduzir a ocorrência dessa situação em sociedade, com medidas
preventivas.

Propostas:

 É importante que haja um esforço governamental para que políticas públicas


de prevenção sejam mais expressivas, investindo em postos de saúde e
assistência médica.
 A educação e a informatização alertam sobre os riscos e estimulam um
comportamento mais saudável e alerta por parte dos cidadãos. Isso pode ser
feito por meio de programas nas escolas, campanhas nos meios de
comunicação de massa, além de programas de trabalho comunitário.

TEMA: MOBILIDADE URBANA


Espera-se que você desenvolva argumentos que fundamentem quais são os
desafios, impasses, dificuldades da mobilidade urbana, que é a condição para os
deslocamentos principalmente nas grandes metrópoles. Entende-se que há
problemas que demandam uma discussão crítica e aprofundada para resolução da
questão.

 O Governo deve investir na mobilidade urbana com a construção e


manutenção de vias, calçadas, ciclovias e viadutos, além de melhorar a
estrutura de terminais e pontos de parada do transporte coletivo.
 Cabe ao cidadão também ser consciente de suas escolhas – estimulado por
campanhas de conscientização – para que opte por alternativas sustentáveis,
como deslocamentos a pé, uso de bicicletas ou transportes públicos.

MODELO DE INTRODUÇÃO PARA PROBLEMAS SOCIAIS

Veja o modelo de introdução usado para temas relativos a problemas sociais:

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações


sociais, políticas e econômicas é característica da "modernidade líquida" vivida
no século XX. [TEMA/PROBLEMA], [AMOSTRA DE OPINIÃO], reflete essa
realidade.
Essa introdução usa uma ideia do Bauman, um famoso pensador da
atualidade, e sua modernidade líquida, que pode ser usada para balizar
qualquer problema social do mundo de hoje. Após essa mostra de
conhecimento de outras áreas, há o espaço para a tese, que deve, é claro, ser
adaptada de acordo com cada tema.
MODELO DE CONCLUSÃO PARA PROBLEMAS SOCIAIS

Retomando a ideia inicial sobre vida líquida e elaborando uma proposta de


intervenção, eis o modelo de conclusão:

O combate à liquidez citada inicialmente, a fim de conter o


avanço [PROBLEMA], deve tornar-se efetivo, uma vez que [RETOMADA DA
TESE]. Sendo assim, desde que haja parceria entre governo, comunidade e
família, será possível amenizar [O PROBLEMA EM QUESTÃO], construindo
uma sociedade mais fiel aos [IDEAIS OU PRINCÍPIOS] da constituição.
Perceba que nessa conclusão, apesar de ser um modelo, as partes que o
redator deve completar são imprescindíveis para deixar o parágrafo de acordo
com o critério de avaliação número 5.
MODELO DE INTRODUÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE
OU PROBLEMAS AMBIENTAIS

Segundo Sartre, filósofo francês, o ser humano é livre e responsável; cabe a


ele escolher seu modo de agir. Logo, com o avanço do sistema capitalista,
recai sobre o homem o compromisso de tornar o mundo mais sustentável. No
século XXI, a preocupação com [TEMA/PROBLEMA], [AMOSTRA DE
OPINIÃO], reflete essa realidade.
Exatamente a mesma estratégia usada anteriormente, agora usando Sartre e
adaptando a parte contextual. A tese sempre presente, é claro.
MODELO DE CONCLUSÃO PARA SUSTENTABILIDADE OU
PROBLEMAS AMBIENTAIS

É preciso que os indivíduos assumam, portanto, sua responsabilidade diante


do [PROBLEMA], uma vez que [RETOMADA DA TESE]. Sendo assim, desde
que haja a parceria entre governo, comunidade e família, será possível
amenizar os problemas ambientais, construindo um Brasil mais sustentável.
MODELO DE INTRODUÇÃO PARA QUESTÕES POLÍTICAS
E ECONÔMICAS

Após a Guerra Fria, com o avanço do capitalismo, o processo de globalização


intensificou-se, bem como seus efeitos. Diante disso, o contato entre diferentes
povos ampliou o conceito de identidade nacional. [TEMA/PROBLEMA] reflete
pontos [POSITIVOS/NEGATIVOS] dessa realidade.
MODELO DE CONCLUSÃO PARA QUESTÕES POLÍTICAS E
ECONÔMICAS

Recai sobre o ser humano, portanto, o compromisso de administrar com mais


consciência as mudanças proporcionadas pelo avanço do mundo globalizado,
uma vez que [RETOMADA DA TESE]. Sendo assim, desde que haja a parceria
entre governo, comunidade e família, será possível amenizar [PROBLEMA],
construindo o progresso sem desconsiderar a ordem.
BÔNUS: INTRODUÇÃO PARA TEMAS FILOSÓFICOS

Nós não chegamos a desenvolver a conclusão para este eixo, que é um tanto
raro no ENEM, mas você pode usar essa introdução se o tema tiver relação
com questões filosóficas:

Platão, filósofo grego, afirmou, através do Mito da Caverna, que o


conhecimento na Terra são sombras, defendendo a importância da
investigação filosófica na apreensão da realidade. No século XXI, alguns temas
ainda reforçam essa ideia. A reflexão em torno do [TEMA], [AMOSTRA DE
OPINIÃO], encaixa-se em tal cenário.
Veja como a Fabi usou esse modelo para escrever uma redação sobre O
Poder do Silêncio:
Platão, filósofo grego, afirmou, através do Mito da Caverna, que o
conhecimento na Terra são sombras, defendendo a importância da
investigação filosófica na apreensão da realidade. No século XXI, alguns temas
ainda reforçam essa ideia. A reflexão em torno do do poder do silêncio, cuja
polêmica está em quando a ausência do discurso é a melhor opção, encaixa-se
em tal cenário.

 A proposta de intervenção poderia ficar assim, segundo a professora


Gabriela:

Portanto, é dever do Estado garantir o pleno acesso à educação às


pessoas surdas e fiscalizar o cumprimento da lei. Cursos itinerantes
de Libras para gestores e educadores devem ser financiados pelo
poder público para que a segunda língua oficial do país seja difundida
e levada para a sala de aula. A fiscalização pode ser feita por meio de
aplicativos e atividades online que permitissem aos surdos avaliar seu
próprio processo de aprendizagem e denunciar quaisquer exclusões
relacionadas à surdez no ambiente escolar. Com isso, será possível a
garantia de direitos a todos.
Proposta de intervenção nota 1.000:
Na última edição do Exame Nacional do Ensino Médio, o tema foi
“Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”. Observe a proposta de
intervenção da candidata B.C.:
Portanto, a Lei Seca é importante para a redução do número de
acidentes de trânsito. Porém, sua efetividade completa só ocorrerá com a
mobilização da sociedade. Sendo assim, é preciso que o governo
acrescente ao currículo escolar disciplinas como cidadania e segurança
no tráfego, além de tornar mais rígidas as punições pelas transgressões
e aumentar o número de postos de fiscalização. Ademais, deve-se fazer
uma reforma no sistema de transportes públicos, aumentando o número
desses nos horários nortunos e nas cidades periféricas.Dessa forma,
será possível reduzir o número de mortes no trânsito e chegar a uma
sociedade menos individualista.

Para elaborar sua proposta de intervenção, procure responder às seguintes


perguntas:
1. O que deve ser feito?
2. Quem deve fazer?
3. Como deve ser feito?
4. Quais objetivos pretendo alcançar com essas ações?

S-ar putea să vă placă și