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O princípio da intranscendência subjetiva proíbe que sanções pessoais atinjam terceiros que não participaram do ato ilícito ou que não poderiam evitá-lo, como administrações posteriores por atos de gestões anteriores.
O princípio da intranscendência subjetiva proíbe que sanções pessoais atinjam terceiros que não participaram do ato ilícito ou que não poderiam evitá-lo, como administrações posteriores por atos de gestões anteriores.
O princípio da intranscendência subjetiva proíbe que sanções pessoais atinjam terceiros que não participaram do ato ilícito ou que não poderiam evitá-lo, como administrações posteriores por atos de gestões anteriores.
No inc. XLV da CF/1988, previu-se que nenhuma pena passará da
pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidos aos sucessores, até o limite do valor do patrimônio transferido. Decorre do dispositivo o princípio da intranscendência subjetiva das sanções, o qual impede que penalidades personalíssimas alcancem terceiros que não participaram da conduta ou que, ao menos, tinham como evitar o ilícito.
Exemplo
O Estado “X” formalizou convênio com a União, objetivando a
construção de escolas públicas. Ao término do acordo, o Estado deixou de prestar contas da boa e regular aplicação dos recursos públicos federais. E, como decorrência dessa omissão, a União inscreveu o Estado em cadastro de inadimplentes, o qual, entre outras consequências, veda o repasse de novas transferências voluntárias.
Ocorre que a inscrição se deu em razão do descumprimento de
convênio celebrado por gestão anterior, ou seja, na época de outro governador. E, no caso concreto, ficou evidenciado que os novos administradores tomaram as providências necessárias para corrigir as irregularidades constatadas.
Logo, aplica-se, na hipótese, o princípio da intranscendência subjetiva
das sanções, impedindo que a Administração atual seja punida com a restrição na celebração de novos convênios ou recebimento de repasses federais.
Para o STF (AC 2614/PE, AC 781/PI e AC 2946/PI), o princípio da
intranscendência subjetiva das sanções proíbe a aplicação de sanções às administrações atuais por atos de gestão praticados por administrações anteriores. Na visão do Supremo, o princípio da intranscendência subjetiva impede que sanções e restrições superem a dimensão estritamente pessoal do infrator e atinjam pessoas que não tenham sido as causadoras do ato ilícito.
Súmula
Súmula 46 da AGU
Será liberada da restrição decorrente da inscrição do município no SIAFI
ou CADIN a prefeitura administrada pelo prefeito que sucedeu o administrador faltoso, quando tomadas todas as providências objetivando o ressarcimento ao erário.
Fica o registro de que, nas decisões mencionadas, o STF fixou, também,
a orientação de que a inscrição de unidade federativa no cadastro de restrição ao crédito organizados e mantidos pela União só pode ocorrer depois de conclusão de tomada de contas especial pelo TCU, sob pena de violação ao princípio do devido processo legal.
Julgamento
STJ – REsp 1463921/PR
Se um consórcio público celebrou convênio com a União, o fato de um
dos entes federativos integrantes do consórcio possuir pendência inscrita no cadastro de restrição ao crédito organizados e mantidos pela União (CAUC) não é óbice de o consórcio receber os valores prometidos.
É que o consórcio público é uma pessoa jurídica distinta dos entes
federativos que o integram. E, aplicando-se o princípio da intranscendência das sanções, as punições impostas não podem superar a dimensão estritamente pessoal do infrator, ou seja, não podem prejudicar outras pessoas jurídicas que não sejam aquelas que praticaram o ato.
Assim, o fato de ente integrante de consórcio público possuir pendência
no CAUC não impede que o consórcio faça jus à transferência voluntária a que se refere o art. 25 da Lei de Responsabilidade Fiscal.