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Parte I

CONDUTOS
FORÇADOS

I. ESCOAMENTO EM CONDUTOS FORÇADOS


Condutos Forçados
3

1. Introdução

O termo hidráulica tem sua origem no grego hydoraulos, com o seguinte significado
etimológico :
hydor = águaeaulos = tubo, condução

portanto, conceitua-se hidráulica como o ramo da engenharia que estuda a


condução da água, seja através de tubulações fechadas, seja via condutos abertos,
denominados também de canais.

A hidráulica pode ser dividida, de um modo geral, em:

a)Geral ou teórica : estuda a água em repouso e em movimento, isto é, a


hidrostática e a hidrodinâmica;
b) Aplicada ou hidrotécnica: estuda as aplicações práticas;

A hidráulica é responsável, dentre outros, pelo estudo do abastecimento de água


potável à população de uma certa cidade ou bairro. Todo ser humano necessita de
água para sua sobrevivência, e por essa razão as sociedades surgiram sempre às
margens de rios.

Ao passar dos anos o quantitativo populacional foi aumentando e as moradias foram


se localizando mais distantes do rio. O homem sentiu necessidade de levar água
para sua moradia, tanto em função da exigência vital como do seu próprio lazer.

Surgiram os dutos responsáveis pela condução da água até os pontos desejados.


Surgiu o estudo dos condutos forçados. A hidráulica é responsável por esse estudo,
particularmente pelo transporte de água aos reservatórios de distribuição e destes
aos pontos de consumos, tais como residências, comércios, indústrias, chafariz etc.

Quando se fala em condutos forçados é lembrada de imediato a água que chega até
nós, quando abrimos as torneiras existentes em nossa casa. Entretanto, para que a
água chegue até esse ponto de consumo, é necessário que a mesma passe por
uma estação de tratamento e daí seja conduzida para os reservatórios de
distribuição ou às redes de distribuição de água.

Portanto, a tubulação responsável em levar água da estação de tratamento (ETA)


ao reservatório de distribuição ou diretamente à rede de distribuição de água, ou
ainda de reservatório a reservatório de distribuição, é denominada adutora.

As adutoras são tubulações de diâmetros elevados que apresentam pressão de


escoamento elevada, razão porque não se deve fazer tomada d’água para pontos
de consumo diretamente das mesmas, o que provocaria rompimento da tubulação e
dos dispositivos integrantes da instalação predial (torneira, válvula, registro,
cotovelo, tê etc.).
Estudaremos nos capítulos que se seguem as formulações exigidas para o cálculo e
dimensionamento desses condutos e das redes de distribuição, responsáveis em
conduzir água potável até os pontos de consumos.
Hidráulica 4

1.2 Propriedades dos fluidos

O conhecimento das grandezas do fluido é de suma importância para a solução de


problemas hidráulicos, pois em função de variações de massa e volume,
principalmente, essas grandezas podem sofrer variações que afetam o resultado do
problema.

Dentre as diversas grandezas, as mais importantes para o desenvolvimento de


problemas hidráulicos, são:

a) Massa específica ( 



É a quantidade de matéria contida na unidade de volume de uma substância
qualquer.

M M
  lim 0  (1.1)
 

Como a massa e o volume dependem do espaço e do tempo, a massa específica


também é função dessas duas grandezas. Assim,  =  ( x,y,z,t ), e sua dimensão,
no sistema MLT, é [] = M L-3 e a unidade, no Sistema Internacional, kg /m 3 .

Será representado, daqui em diante, a dimensão da grandeza no sistema


dimensional MLT, entre colchetes e a unidade no S.I., entre parênteses.

b) Peso específico ( 



W M. g
    g W é o peso do corpo;
 

 =  . g (1.2)

[  ] = [M L-2 T-2] (kg/m2.s2 ou N / m3 )






c) Densidade ou densidade relativa ( d )

 
d  (1.3)
 agua  agua

[ d ] = adimensional
Condutos Forçados
5

d) Volume específico ( s )

 1
s   
M 

1
 s  1.4)


s= M-1 L3 ( m3 / kg )

e) Viscosidade dinâmica (  )

V
 = . (1.5)
y

[  ] = M L-1 T-1 ( kg /m.s )

fluido não viscoso .......... = 0


fluido viscoso.................. = 0
fluido elástico ................. = 

Note-se que:

fluido temperatura viscosidade


líquidos aumenta diminui
gases aumenta aumenta

f) Viscosidade cinemática (  )


 (1.6)

[ ] = L2 T-1 ( m2 / s )

1.3 Escoamento Permanente e Variado

As grandezas que caracterizam o comportamento dos fluidos, de maneira geral,


podem ser função do espaço e do tempo. Em relação ao tempo, o escoamento
pode ser:
Hidráulica 6

a) Permanente: quando as grandezas não variam com o tempo na seção de estudo;


b) Não-permanente: quando as grandezas variam com o tempo na seção de estudo;

Em relação ao espaço, tem-se:

a) Uniforme: quando as grandezas não variam com o espaço na seção de estudo;


b) Variado: quando as grandezas variam com o espaço na seção de estudo;

Exemplos:
V = V(y) V = V(y)

1 Escoamento não permanente variado 2

1 U Escoamento permanente uniforme 2 U

1.4 Equação de Bernoulli

a) Para fluido ideal:

Raramente é considerado o escoamento de fluido ideal em engenharia, isto é, fluido


não viscoso (  = 0 ). Entretanto, se assim for considerado, a equação de Bernoulli
aplicada entre duas seções de um duto onde há fluido em escoamento, pode ser
representado pelo gráfico seguinte.

onde:

 L.E. é a linha de energia, que representa a soma das duas parcelas de energia:
energia potencial, representada pela energia de posição mais a energia de pressão (
p V2
Z+ ) e a energia cinética ;
 2g
 L.P. é a linha piezométrica, que representa a energia potencial (energia de
posição mais a energia de pressão )
L.E.
VA2
2g VB2
L.P.
2g
pA

xA pB

ZA
B
x
Condutos Forçados
7

E, portanto, temos :

p A VA2 p V2
ZA    ZB  B  B
 2g  2g

p V2
Z   cte (1.7)
 2g

b) Para fluido real:

Em engenharia se trabalha, quase que na totalidade das vezes, com escoamento de


fluido real, isto é, fluido viscoso (0). Assim, o fluido ao escoar de uma
determinada seção à outra, o escoamento perderá parte de sua energia. Neste
caso, a equação de Bernoulli aplicada entre duas seções de escoamento de um
duto, fornece o gráfico seguinte.

onde:
p
 L.C. é a linha de carga, que representa a soma da energia potencial ( Z + )

V2
mais a energia cinética ;
2g
 hf é a perda de carga (ou de energia) entre as duas seções. Logo, temos :

EA = EB + h f

V A2
pA p B V B2
ZA    ZB    hf (1.8)
 2g  2g

L.E.
2
VA L.C. hf
2g
L.P.
pA VB2
 2g
x A
VB2
p2 B

ZA
B

x
Hidráulica 8

Exercícios Propostos

1) Demostrar a igualdade numérica entre a massa específica de um fluído (em


kg/m3, no sistema MKS ) e seu peso específico ( em Kgf / m 3, no sistema MKfS ).

2) Sabendo que 800 gramas de um líquido enchem um cubo de 0,08 m de aresta,


obter a massa específica desse fluido em g / cm 3.

Resp.: 1,56

3) Sendo 1030 Kg/m3, a massa específica da cerveja, achar sua densidade.

Resp.: 1,03

4) Enche-se um frasco ( até o traço de afloramento ) com 3,06 g de ácido sulfúrico.


Repete - se a experiência, substituindo o ácido por 1,66 g de água. Obter a
densidade do ácido sulfúrico.

Resp.: 1,84

5) A densidade do gelo em relação à água é 0,918. Calcular em porcentagem o


aumento de volume de água ao solidificar - se.

Resp.:

6) Dois líquidos ( de volumes 1 e 2 ) têm massa específicas 1 e 2,


correspondentes às massas m1 e m2. Supondo que esses líquidos sejam miscíveis,
sem variação dos respectivos volumes, obter a expressão da massa específica da
mistura em função de 1, 2, 1 e 2.

Resp.:

7) Toma-se um vaso em forma de pirâmide regular invertida, cuja base ( em um


plano horizontal ) é um quadrado de lado b = 10 mm e cuja altura é h = 120 mm.
Enche - se o vaso com massas iguais de água e mercúrio (  = 13600 Kg/m3 ).

b
b
h
a h

hm

Determinar a altura da camada de mercúrio.


Condutos Forçados
9

Resp.:

8) Tem - se água que flui em regime permanente para cima em um cano vertical de
0,1 m de diâmetro e através de um bocal de 0,05 m de diâmetro, sendo
descarregada para a atmosfera. A velocidade da corrente na saída do bocal deve
ser de 20 m/s. Calcular a pressão instrumental requerida na seção 1, supondo
escoamento livre de fricção.

4m

Resp.: 23,13 m

9) Considere a água que flui de um tanque de grandes dimensões através de um


tubo de 50 mm de diâmetro. O fluido em cor escura no manômetro é mercúrio.
Determinar a velocidade no cano e a taxa de descarga do tanque.

Resp.:

4m

d = 50 mm

6 cm
1,5 cm

10) À um Tubo de Venturi, com os pontos (1) e (2) na horizontal, liga-se um


manômetro de mercúrio. Sendo a vazão Q = 3,14 litros/s e U 1 = 1 m/s, calcular os
diâmetros D1 e D2, desprezadas as perdas de carga.

Resp.:

água D1
D2

0,29 m

0,03 m

Hg
Hidráulica 10

11) Deduzir a expressão que determine a velocidade da corrente líquida na entrada


do Tubo de Pitot.

Resp.:

12) A água escoa na tubulação BMC com as seguintes características: z B = 20 m; zC


=10m; pB= 1,5 Kgf/cm2 , UB = 0,6m/s, DBM = 200 mm, DMC = 100 mm. Calcular:

a) a carga total ;
b) a velocidade no trecho MC;
c) a vazão;
d) a pressão no ponto C.

Resp.: 35,018m; 2,4 m/s; 0,02 m3/s

M
X
C

ZB
ZC

13) Pelo tubo 1, de diâmetro D1 = 600 mm escoa água com vazão Q1 = 240 litros/s
e a pressão de 6 mca. Uma parte do líquido sobe pelo tubo 2, de diâmetro D2 = 50
mm, à altura a de 5m para alimentar o reservatório R, cujo volume é 0,3 m 3.
Determine o tempo necessário para encher R.
Condutos Forçados
11

Resp.:

a R2
TUBO 2

TUBO 1

2. Análise dimensional dos escoamentos forçados

A Análise Dimensional é uma das ferramentas que pode ser utilizada pelo
engenheiro na busca de como as grandezas envolvidas em um determinado
fenômeno físico podem estar relacionadas entre si.

Considere-se o escoamento de água sob pressão, em regime permanente e


uniforme, através de uma tubulação de seção qualquer, conforme indicado no
esquema abaixo. Analisemos este escoamento da seção (1) para a seção (2),
considerando as grandezas que estão envolvidas no fenômeno.

1 2
p ,L
L 
DH
diâmetro
hidráulico

p1
p2


 
Hidráulica 12

Assim, como o escoamento se processa do ponto de maior energia (no caso


pressão) para o ponto de menor energia, observa-se que a energia total na seção
(2) é menor do que a energia total em (1), pois há perda de carga entre as duas
seções.

Verifica-se que nesse fenômeno as grandezas envolvidas são: , , DH , , L, p,V.

2.1 Teorema de Buckingham (ou dos )

" Se a lei de um fenômeno depende de n quantidades diferentes, que por sua vez
dependem de k, grandezas fundamentais, a lei que rege o fenômeno pode ser
escrita em função de (n-k) números adimensionais ", ou seja, se um fenômeno físico
puder ser descrito através de uma função F [ G 1, G2, ...,Gn ] = 0 das n grandezas
Gi, também poderá ser descrito através de uma função  [1,2, ...,n-k ] = 0, de (n-k)
coeficientes adimensionais i, independentes, quaisquer, da forma
a a a
i = Ai G1 1. G2 2 . ..... Gnn
(2.1)

onde: Ai = número puro


i = 1, 2, ......, n-k = conjunto completo dos coeficiente adimensionais;
k = característica da matriz dimensional;
n = número de grandezas envolvidas.

2.2 Matriz Dimensional

É a matriz formada pelos expoentes das grandezas fundamentais (MLT ou FLT),


respectivamente de cada grandeza envolvida no fenômeno.

A tabela a seguir mostra as dimensões das grandezas em estudo, considerando o


sistema de dimensões FLT.

GRANDEZA SÍMBOLO UNIDADE DIMENSÃO


-1
Velocidade média V m/s LT
Diâmetro hidráulico DH m L
2 -2
Viscosidade absoluta  kgf.s/m FL T
2 4 -4 2
Massa específica  kgf.s /m FL T
Rugosidade média  m L
2 -2
Diferença de pressão p kgf/m FL
Comprimento L m L

logo, para o fenômeno estudado, tem-se a seguinte matriz dimensional, em FLT,

V D    p L
F 0 0 1 1 0 1 0
Condutos Forçados
13

L 1 1 -2 -4 1 -2 1
T -1 0 1 2 0 0 0

2.3 Método do Sistema Probásico (Buckingham)

Desta matriz podem ser extraídos determinantes. Se entre os determinantes


extraídos de uma matriz houver um de ordem k que seja diferente de zero, e se
todos os outros de ordem maior do que k forem iguais a zero, diz-se que a
característica da matriz é k.

No caso em estudo, podem ser extraídos determinantes de ordem 3 ou de ordem 2.


Se houver um determinante de ordem 3 que seja diferente de zero, a característica
da matriz é 3, logo k = 3 e conseqüentemente existirá (n-k) = (7-3) = 4 coeficientes
adimensionais ’s ou seja,

 [1, 2, 3 , 4 ] = 0 (2.2)

Portanto, para que um conjunto de k grandezas constitua um sistema probásico é


preciso que o determinante associado à sua matriz seja diferente de zero.
Se, como exemplo, forem escolhidas as grandezas , DH, , como sistema
probásico, o determinante associado a sua matriz é

100
-411= 0 ( existem 2 colunas iguais )
200

logo, tais grandezas não constituem um sistema probásico. Da mesma forma, o


conjunto V, DH , , cujo determinante

000
111 = 0 ( 2 colunas iguais ou uma linha de zeros)
-100

também não serve como sistema probásico. Se, entretanto, escolhermos as


grandezas , V, DH , temos:

100
-41 1  0
2 -1 0

podendo constituir-se como um sistema probásico. Observe que as grandezas


Hidráulica 14

escolhidas refletem os tipos de grandezas envolvidas no fenômeno, a primeira


dinâmica, a segunda cinemática e a terceira geométrica.

Adotando este conjunto como sistema probásico, podemos determinar os 4


parâmetros adimensionais, quais sejam:
1 0 0 0
1 = A1 a1 Va2 DHa3   p L

0 1 0 0
2 = A2 b1 Vb2 DHb3   p L
0 0 1 0
3 = A3 c1 Vc2 DHc3   p L
0 0 0 1
4 = A4 d1 Vd2 DHd3   p L

substituindo as grandezas por suas dimensões, tem-se:


-4 2 a -1 a a -2 1 0 0 0
[ 1 ] = A1 [ F L T ] 1 [LT ] 2 [L] 3 [FL T] =F L T

a1 + 1 -4a1 + a2 + a3 -2 2a1 - a2 + 1 0 0 0
[ 1 ] = F L T = F L T

resultando no sistema de equações:

a1 + 1 = 0
-4a1 + a2 + a3 - 2 = 0
2a1 - a2 + 1 = 0

onde: a1 = -1
a2 = -1
a3 = -1

e, substituindo os expoentes em 1 , resulta:


1 = A1 e, fazendo A1 = 1,
VD H

VDH VDH
1    Número de Reynolds (2.3)
 

da mesma forma, encontraremos os seguintes números adimensionais para os


restantes:
Condutos Forçados
15


2 
DH Rugosidade relativa (2.4)

p
3  Coeficiente de pressão (2.5)
1
V 2
2

L
4  Fator de forma geométrica (2.6)
DH

Para chegar aos valores acima aconselha-se que o aluno desenvolva 2 , 3 e 4 da


mesma forma como foi feito na determinação de 1.
3. Fórmula Universal

O problema de escoamento forçado de água através de um conduto é solucionado,


basicamente, através de três fórmulas: a equação da energia (equação de
Bernoulli), equação da continuidade e a equação da perda de carga.

Este item e o seguinte tratam das fórmulas para determinação da perda de carga
contínua. É assim denominada por ser originada pelo atrito entre a água e as
paredes do conduto ou do atrito das partículas do próprio fluido uma com as outras,
quando do escoamento ao longo da canalização. A primeira delas é a Fórmula
Universal, recomendada pela ABTN ( Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Da análise dimensional desenvolvida anteriormente, pode-se escrever, pelo teorema


de Buckingham, que

 , p L
 ( Re, , ) = 0 (3.1)
D H 1V 2 DH
2

ou ainda, o coeficiente de pressão e o fator de forma como combinação dos demais,

p   
  R e ,  (3.2)
1 2 L  DH 
V
2 DH

o primeiro termo da equação é definido como coeficiente de perda de carga, f , logo


f =  ( Re, ) (3.3)
DH

como p =  H , resulta:
Hidráulica 16

 H
f
1 2 L
V
2 DH

onde H é a perda de carga contínua e, denotada a partir daqui, por h f ( perda por
fricção ou atrito) tem-se:

L V2
hf  f (3.4)
D H 2g

equação conhecida como Fórmula Universal.


Considerando condutos forçados cilíndricos, tem-se que

DH = Dou DH = 4 RH

onde RH é o raio hidráulico e definido como a razão entre a área molhada e o


perímetro molhado ( RH = Am / Pm ). Assim, a fórmula universal passa a ser escrita
como,

L V2
hf  f (3.5)
D 2g

Substituindo na equação 3.5 a velocidade retirada da equação da continuidade, V =


4Q / D2 e ainda hf / L = J, que é a perda de carga unitária, tem-se

8f Q 2
J (3.6)
 2g D5

3.1 Experiência de Nikuradse (1933)

Visto que f = f (Re, /D), as pesquisas se desenvolveram na determinação do


coeficiente de atrito f. Assim, Nikuradse, em 1933, iniciou experimento no qual
considerou condutos cilíndricos longos, de seção circular, utilizando papel com
grãos de areia no interior do duto para representar e variar a rugosidade do mesmo.

Fez variar o tamanho dos grãos, o diâmetro do tubo e a vazão de escoamento. Tais
variações lhe proporcionaram utilizar os seguintes valores de D/:

15 - 30,6 - 60 - 126 - 252 - 507 - 1014.


Condutos Forçados
17

Para uma curva correspondente a um dado valor de D/, Nikuradse conseguiu


distinguir 5 regiões distintas (fig. 3.1), quais sejam:

Região I : [ 0 ‹ Re ‹ 2000 , regime laminar , f = 64/Re ]

Região II : [ 2000 ‹ Re ‹ 2400 , passagem do regime laminar para turbulento ]

Região III : [ 2000 ‹ Re ‹ R1 , f é função de Re e independente de D/ ; regime


turbulento hidraulicamente liso ]

Região IV : [ R1 ‹ Re ‹ R2 , f é função simultânea de Re e de D/ ; regime


turbulento; transição entre o regime turbulento hidraulicamente liso (RTHL) e regime
turbulento hidraulicamente rugoso (RTHR) ]

Região V : [ Re › R2 , f é função exclusiva de D/ e independente de Re ; regime


turbulento hidraulicamente rugoso (RTHR) ]

log 100f
D/ = 15

D/ = 30,6

II
....
IV V .....
....
I .....
III
D/ =1014

log Re
R1 Fig. 3.1 R2

De acordo com Nikuradse,

8 8
R1  116
, f
; R 2  70,0 f
 
D D

3.2 Expressões para determinação do coeficiente de perda de carga

a) Regime laminar :

64
f  (3.7)
Re
Hidráulica 18

b) Regime turbulento: Fórmula de Colebrook - Write (1939) válida para tubos


circulares comerciais em todo o domínio do escoamento turbulento.

1   2,51 
 2 log   (3.8)
f  3,7D R e f 

explicitada em termos da velocidade média, temos

  2,51 
U   2 2gDJ log   (3.9)
 3,7D R e f 
c) Fórmula aproximada de Moody : utilizada na elaboração do Diagrama de Moody.
apresentado a seguir.

  1
3

  106  
f  0,0055 1  20000   (3.10)
  D Re  
 

3.3 Linha de carga efetiva (LCE)

É o lugar geométrico dos pontos representativos da soma das energias: potencial


(de posição + de pressão) e cinética (de velocidade).

Considerando um conduto forçado de diâmetro constante D e comprimento L, no


qual escoa água do reservatório R1 para o R2.

O escoamento da água na tubulação faz com que ocorram perdas de energia


(perdas de carga) ao longo da tubulação e nas peças e conexões. Dessa forma,
podemos construir a linha de carga, conforme esquema mostrado abaixo.

U2
M k1 (perda de carga à saída de R1)
2g
perda de carga no cotovelo
Linha de energia
R1 ou linha de
carga efetiva
A U2 hf
2g perda de carga na curva

Linha de energia ou perda de carga no registro


linha decarga
efetiva
perda de carga à entrada N
de R2

R2

R1
corte/elevação B
registro

curva

registro
Condutos Forçados
19
Hidráulica 20
Condutos Forçados
21

3.4 Perfis do encanamento em relação à linha de carga

O conhecimento prévio da posição do encanamento em relação a linha de carga é


um aspecto importante e necessário ao projetista hidráulico, pois dessa forma
poderá projetar de forma mais clara as necessidades da obra de assentamento da
canalização. No escoamento de líquidos são considerados dois planos estáticos: o
plano de carga efetivo (PCE) que se refere ao nível d’água do reservatório de
montante (R1) e o plano de carga absoluto (PCA), situado acima do anterior a uma
altura correspondente a pressão atmosférica. Assim, pode-se ter sete casos,
demonstrados nos quadros abaixo:

1o caso: A tubulação está


inteiramente abaixo da LCE - em PCA
qualquer ponto da tubulação a
pressão é positiva, isto é p/ > 0. M PCE

Isso significa que num piezômetro


instalado no ponto E da tubulação, a E1
LCA
água subiria até o ponto E1. É o R1 A
caso em que deve sempre se ater o LCE
engenheiro, pois terá a garantia da
vazão calculada, salvo condições
topográficas impeditivas. N
E
N
R
B 2

2o caso: A tubulação AB se PCA


desenvolve segundo a linha de
M PCE
carga - em qualquer ponto do
conduto a pressão efetiva é nula,
LC
isto é, p/ = 0. A pressão atuante em R1 A A
todo e qualquer ponto do conduto é LCE
igual à atmosférica. A tubulação N
funciona como conduto livre.

3o caso: Parte da tubulação AB B R2

situa-se acima da LCE, mas abaixo PCA

da LCA - neste trecho a pressão


M PCE
efetiva é negativa (p/<0), isto é,
menor que a pressão atmosférica. O
ambiente fica favorável ao R1
desprendimento de ar circulante LCA
A
com o fluido e à formação de bolsa
de vapor, que pode reduzir a vazão. LCE
Em adutoras é um grande problema, N

obrigando a colocação de
dispositivos para retirada do vapor, R2
denominados ventosas. B

4o caso: Parte da tubulação AB PCA

M PCE

R1
LCA
A
Hidráulica 22

situa-se acima da LCA, mas abaixo


do PCE - situação idêntica a anterior
em condições mais desfavorável.
Nesse caso pode-se adotar uma
caixa de passagem unindo os
trechos anterior e posterior para
reduzir as inconveniências
provocadas.

o
5 caso: Parte da tubulação AB PCA
situa-se acima da LCE e do PCE,
M PCE
mas abaixo da LCA - condições
piores do que os exemplos
anteriores. O escoamento só é R1
LCA
possível se a tubulação for A
previamente escorvada para dar a LCE
condição de continuidade. Assim, o N
trecho funciona como um sifão.
R2
B

6o caso: Parte da tubulação AB PCA


situa-se acima da LCA e do PCE,
M PCE
mas abaixo da PCA – o trecho
referido funciona como sifão nas
piores condições possíveis. R1
LCA
A

LCE
N

R2
B

7o caso: Parte da tubulação AB


PCA
situa-se acima do PCA - é
impossível, neste caso, o M PCE
escoamento do fluido por gravidade.
Há necessidade de instalação de um R1
sistema de recalque para que a LCA
A
água consiga ultrapassar o citado
trecho. LCE
N

R2
B

3.5 Velocidades médias


Condutos Forçados
23

O escoamento de água através dos condutos deve ocorrer com velocidade


adequada para que sejam evitados problemas, tanto com a tubulação como com o
próprio escoamento.

Assim, do ponto de vista econômico, seria vantajoso adotar-se velocidades altas já


que estas provocam perdas de carga altas e conseqüentemente menores diâmetros.

Entretanto, tais velocidades podem provocar ruídos e vibrações desagradáveis,


além do golpe de aríete, resultado de manobras em válvulas ou registros, capaz de
danificar a tubulação.

Em contra partida, velocidades baixas encarecem o sistema e facilitam o depósito


de material em suspensão no fluido, reduzindo a seção de escoamento do conduto
e alterando a dinâmica do escoamento.

Portanto, é aconselhável adoção de valores práticos de velocidade média, não


entendendo tais valores como limites rígidos.

A tabela a seguir apresenta a velocidade média para alguns tipos de escoamento.

ESCOAMENTO VELOCIDADE MÉDIA (m/s)


Água com material em suspensão  0,60
Rede de distribuição de água Umáx = 0,60 + 1,5D [D em m]
Instalações prediais U  14 D (D em m) ou U  4
Estações elevatórias de água 0,55  U  2,40

Assim, a velocidade média pode constituir-se num parâmetro importante no


dimensionamento rápido e prévio das tubulações, como será visto nos capítulos a
seguir.

Alguns autores apresentam tabelas de velocidade máxima e vazão máxima em


função do diâmetro provável da tubulação.

Exemplo de aplicação:

1) Para projetar o abastecimento de uma pequena cidade, foram colhidos os


seguintes dados:

 População de 15.000 habitantes, no fim do alcance do projeto;


 Consumo per capita, 200 l/hab.dia, no dia de maior demanda;
 Comprimento da adutora, 5.300 m;
 Cota do N.A. do manancial, 980,65 m;
 Cota do N.A. do reservatório de distribuição, 940,36 m.

Calcular o diâmetro da adutora e a velocidade de escoamento.


SOLUÇÃO

 Cálculo da vazão
Hidráulica 24

Q = População . Cpc

Q = 15.000 x 200 = 3.000.000 l/dia

transformada para m3/s, tem-se,

Q = 3.000.000 / 86.400 x1000 = 0,0347 m 3/s

 Aplicando a equação de Bernoulli entre os níveis d’água

p1 V12 p 2 V22
Z1    Z2    hf
 2g  2g

hf  Z1  Z 2  980, 65  940, 36  40, 29m

 Cálculo da perda de carga unitária

h f 40, 29
J=   0, 0076m / m
L 5. 300

 Pela fórmula universal

8f Q2
hf  L
 2g D5

 8fLQ2 
0,2
 8. f.53000,03472 
D 2      D  0,42. f 0,2
  ghf    .9,8140
2
. ,29 

4Q
Re    25o c  0, 893x10 6 m /s
2
D

4 x0, 0347 4, 947x10 4


Re   Re 
D 0, 893x10 6 D

Supondo que a tubulação seja de ferro fundido,  = 0,26 mm,

 0, 00026
 ( D em m )
D D
atribuindo um valor inicial para f de 0,025 e desenvolvendo a interação através das
equações acima e ainda, utilizando o diagrama de Moody, tem-se
fi D (m) Re /D fi+1
0,025 0,200 2,4x105 0,0013 0,0215
Condutos Forçados
25

5
0,0215 0,195 2,5x10 0,0013 0,0215

Como f convergiu para o valor 0,0215 temos, portanto, D = 0,195 m, e o diâmetro


comercial será: D = 200 mm.

logo, pela equação da continuidade,

4 Q 4 x0, 0347
U   U = 1,10 m/s
D 2 ( 0, 2) 2

O quadro a seguir mostra a seqüência de cálculo para a solução dos problemas de


condutos forçados pela fórmula universal, utilizando-se o diagrama de Moody,
quando se tratar de escoamento turbulento.

No caso de escoamento laminar, o coeficiente de atrito f é explicito e diretamente


proporcional a Re, conforme equação 3.7.
Hidráulica 26

TIPOS DE PROBLEMAS - SOLUÇÃO PELO DIAGRAMA DE MOODY (ESCOAMENTO TURBULENTO)

Erro! DADOS INCÓGNITAS PASSO 1 PASSO 2 PASSO 3 PASSO 4 PASSO 5


In
di
ca
do
r

o
de
fin
id
o.
TI
P
O

1 D, Q V, hf calcula- calcula-se determina-se com Re e /D, calcula-se


seErro! VD /D encontra-se f fLV 2
Indicador Re  no diagrama hf 
 2gD
não
definido.
Q
V=
A

2 D, hf V, Q assume-se calcula-se determina-se /D repetem-se as determinam-se


um valor 2gDhf e Re entrando- operações até
2gDhf
para f = f1 V se no diagrama que fn+1 = fn V
f1L para determinar f fnL
= f2 Q  V. A
calcula-se
3 h f, Q D, V assume-se determina-se /D repetem-se as determinam-se
um valor e Re entrando- operações até 0,2
para f = f1  8f LQ2 
0,2
que fn+1 = fn  8f LQ2 
D1   12
se no diagrama D   n2 
 para determinar f   ghf 
  ghf  = f2
V  Q/A

calcula-se
4 h f, V D, Q assume-se determina-se /D repetem-se as determinam-se
um valor e Re entrando- operações até
para f = f1 se no diagrama que fn+1 = fn
Fórmula Universal 27

f1LV 2 para determinar f fnLV 2


D1  = f2 D1 
2ghf 2ghf
Q  V. A

calcula-se
5 V, Q D, hf calcula-se determina-se com Re e /D, calcula-se
4Q Re /D encontra-se f fLV 2
D hf 
V no diagrama
2gD

6 V, D Q, hf calcula-se calcula-se determina-se com Re e /D, calcula-se


encontra-se f fLV 2
Q  V. A Re /D no diagrama hf 
2gD
Exercícios propostos

3.1) A vazão em uma tubulação de 600 mm de diâmetro é 450 l/s. A adutora,


construída com tubos de fofo, é alimentada por um reservatório cujo NA situa-se
15,50 m acima de um determinada seção, distante 2900 m do reservatório.
Sabendo-se que a temperatura da água é de 20 oC, calcular a velocidade média de
escoamento e a pressão disponível na seção de estudo.

3.2) Uma adutora carrega 300 l/s de água a 20oC com velocidade média de 1,5 m/s.
Determinar seu diâmetro e a perda de carga total, sabendo-se que o comprimento
da mesma é de 800 m.

3.3) Determinar o volume diário fornecido por uma adutora de ferro fundido (f ofo)
com diâmetro de 200 mm e comprimento de 3.200 m, alimentada por um
reservatório com N.A. na cota 938,00 m e a descarga se fazendo na cota 890,00 m
ao ar livre.

938,00
N.A.
(1)

(2)
890,00

3.4) A alimentação de um reservatório de distribuição de água de uma cidade é feita


a partir de uma represa mantida à cota 413 m. A adutora, em ferro fundido, é
constituída de dois trechos: o primeiro com 600 m de comprimento e 12” de
diâmetro; o segundo com 300 m de comprimento e 6” de diâmetro. Na junção dos 2
trechos existe uma sangria de 50 l/s para um abastecimento industrial. Determinar a
vazão de saída da represa e de chegada no reservatório mantido à cota 390 m.

413 m

L1= 600 50 l/s 390 m


m
L2 = 300 m
D1 = 12"
D2 = 6"

3.5) Determinar o diâmetro e a perda de carga de uma adutora de ferro fundido, de


4.305 m de comprimento, conduzindo 345 l/s de água à 25oC com velocidade de 1,2
3

m/s.

3.6) A pressão em um ponto do eixo de um conduto distante 1600 m do reservatório


que o alimenta é de 3,5 kgf/cm 2. Este ponto situa-se a 457 m abaixo do nível d'água
do reservatório. Determinar a velocidade e a vazão da água para D = 300 mm e
temperatura de 25 oC ?

3.7) O suprimento de água de uma cidade, cuja população futura será de 36.000
habitantes, deverá ser feito a partir de uma represa situada a 5.200 m. São
conhecidos: os níveis d’água da represa, N.A. máx = 770,00 m; N.A. min = 765,00 m;
N.A. do reservatório de distribuição = 725,00 m; consumo per capita = 200 l/hab.dia;
coeficiente de maior consumo k = 1,25. Calcular o diâmetro da adutora
considerando que será construída com tubos de ferro fundido.

N.A.máx=770,00 m

N.A.min=765,00 m

725,00 m

L=5.200 m

vai para a distribuição

3.8) Dois reservatórios com 30,15 m de diferença de níveis são interligados por um
conduto medindo 3218 m de comprimento e diâmetro 300 mm. Os tubos são de f ofo
e conduzem água a temperatura média de 20 oC. Determinar a velocidade e a vazão
disponível.

3.9) Dois reservatórios A e B estão ligados por um conduto de ferro fundido novo
com um ponto alto em C. Determinar os diâmetros dos trechos AC e CB para uma
vazão de 60 l/s, com a condição de o trecho AC ter o menor diâmetro que assegure
em C a altura piezométrica mínima de 2,0 m. Desprezar as perdas localizadas.
80,00 m
75,00 m
60,00 m
C
A L1 =1000 m L2 =300 m
B
Hidráulica 4

Tabela 3A

Valores da Rugosidade Absoluta - 

Valores de 
Natureza dos Tubos (mm)

Aço laminado enferrujado 0,15 - 0,25


Aço laminado novo 0,05
Aço laminado incrustado 1,5 - 3
Aço laminado revestido de betume 0,015
Aço galvanizado 0,15 - 0,20
Aço soldado novo 0,03 - 0,1
Aço soldado enferrujado 0,4
Cimento Amianto 0,02
Ferro fundido novo 0,26
Ferro fundido enferrujado 1 - 1,5
Ferro fundido revestidos de betume 0,1
Ferro fundido fortemente incrustado até 3
Grês cerâmico vidrado (manilha) 0,3 - 1
Latão 0,003
Madeira 0,3 - 1
Vidro 0,003

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