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1. Toda fase de evolução tem início num estado de força instável e caminha, graças à
organização, para o equilíbrio. Uma vez este alcançado, nenhum desenvolvimento
posterior poderá ocorrer, se a estabilidade não for superada, dando início, mais uma vez,
a uma fase de forças em conflito. Como já vimos, Kether é o ponto formulado no vazio.
De acordo com a definição euclidiana, um ponto tem posição, mas não dimensões. Se,
contudo, concebermos esse ponto movendo-se no espaço, ele se transformará numa
linha. A natureza da organização a da evolução das Três Supremas está tão distante da
nossa experiência que só podemos concebê-la simbolicamente; mas, se imaginarmos o
Ponto Primordial que é Kether estendendo-se pela linha que é Chokmah, teremos a
representação simbólica mais adequada que seremos capazes de alcançar em nosso
presente estágio de desenvolvimento.
2. Esse fluxo de energia, representado pela linha reta ou pelo cetro ereto do poder, é
essencialmente dinâmico. Trata-se, na verdade, de um dinamismo primário, pois não
podemos conceber a cristalização de Kether no espaço como um processo dinâmico; ela
partilha, antes, de uma certa estaticidade - a limitação do informe a do liberto, nos
moldes da forma, por mais tênue que a forma possa parecer aos nossos olhos.
7. É por entre esses dois aspectos polarizados dá manifestação - o Pai Supremo e a Mãe
Suprema - que se tece a rede da vida; as almas vão a vêm entre eles, como a lançadeira
de um tecelão. Em nossas vidas individuais, em nossos ritmos fisiológicos, na história
da ascensão a queda das nações, observamos a mesma periodicidade rítmica.
8. Nesse primeiro par de Sephiroth, temos a chave para o sexo - o par de opostos
biológicos, a masculinidade e o feminilidade. Mas a paridade de opostos não ocorre
apenas no tipo; ela ocorre também no tempo, a temos épocas alternadas em nossas
vidas, em nossos processos fisiológicos, a na história das nações, durante as quais
atividade a passividade, construção a destruição prevalecem extremadamente; o
conhecimento da periodicidade desses ciclos integra a antiga sabedoria secreta dos
iniciados e é operado astrológica e cabalisticamente.
10. Não devemos pensar, contudo, que Chokmah é apenas um símbolo fálico ou sexual.
Ela é, antes de mais nada, um símbolo dinâmico ou positivo, pois a masculinidade é
uma forma de força dinâmica, assim com a feminilidade é uma forma de força estática,
latente ou potencial, inerte até que se lhe comunique o estímulo. O todo é maior do que
a parte, a Chokmah e Binah são o todo de que o sexo é uma parte. Compreendendo a
relação existente entre o sexo e a força polarizante como um todo, descobrimos a chave
para a correta compreensão desse aspecto da natureza, a podemos avaliar, no contexto
do padrão cósmico, os ensinamentos da psicologia a da moralidade a respeito da
sexualidade. Podemos observar também, com os freudianos, os inúmeros símbolos de
que se vale a mente subconsciente do homem para representar o sexo, compreendendo,
ademais, conforme assinalam os moralistas, o processo de sublimação do instinto
sexual. A manifestação é sexual porque ocorre sempre em termos de polaridade; e o
sexo é cósmico e espiritual porque suas raízes mergulham nas Três Supremas. Devemos
aprender a não dissociar a flor aérea da raiz terrestre, pois a flor que é separada de sua
raiz fenece, a suas sementes ficam estéreis, ao passo que a raiz, protegida pela terra-
mãe, pode produzir flor após flor a levar o seu fruto à maturidade. A natureza é maior
do que a moralidade convencional, que, no mais das vezes, não passa de tabu a
totemismo. Felizes são os povos cuja moralidade incorpora as leis da natureza, pois suas
vidas serão harmoniosas a eles crescerão e, multiplicados, dominarão a Terra.
Desgraçados são os povos cuja moralidade é um sistema selvagem de tabus, concebido
para incensar uma divindade imaginária como Moloch, pois eles serão estéreis a
pecadores; desgraçados também são os povos cuja moralidade ultraja a santidade dos
processos naturais a que, ao arrancarem a flor, não prestam atenção ao fruto, pois seu
corpo será doente e o seu Estado, corrupto.
11. Em Chokmah, portanto, devemos ver tanto a Palavra criadora que disse "Faça-se a
luz" como o lingam de Siva e o falo adorado pelas bacantes. Devemos aprender a
reconhecer a força dinâmica, e a reverenciá-la, onde quer que a vejamos, pois seu nome
divino é Yehovah Tetragrammaton. Vemo-la na cauda aberta do pavão a na iridescência
do pescoço do pombo; igualmente, podemos ouvi-la no chamado do gato no cio, e a
senti-la no cheiro do bode. Também a encontramos nas aventuras colonizantes das
épocas mais viris da história inglesa, especialmente as de Elizabeth a Vitória ambas
mulheres! Vemo-la novamente no homem diligente que se esforça em sua profissão
para manter o lar. Esses aspectos pertencem todos a Chokmah, cujo título adicional é
Abba - Pai. Em todas essas manifestações, devemos ver o pai, o progenitor, que dá vida
ao não-nascido, assim como o macho que deseja a sua companheira; teremos, assim,
uma perspectiva mais autêntica dos assuntos relativos ao sexo. A atitude vitoriana, em
sua reação contra a grosseria da Restauração, atingiu praticamente o padrão de tribos
muito primitivas, as quais, como nos contam os viajantes, não associam a união dos
sexos com o nascimento da prole.
12. Está dito que a cor de Chokmah é o cinza; em seus aspectos superiores, cinza-pérola
iridescente. Essa cor simboliza o velamento da pura luz branca de Kether, que desce, em
sua rota de manifestação, até Binah, cuja cor é o preto.