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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0082741-60.2015.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : SIDNEIA FERREIRA DE SANTANA

Recorrido(s) ELETRO SA

Origem : 16ª VSJE DO CONSUMIDOR (UNIVERSO


VESPERTINO
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. VÍCIO DO PRODUTO. RESPONSABILIDADE CIVIL


OBJETIVA POR DANOS AO CONSUMIDOR. REFRIGERADOR.PROBLEMA NÃO
SOLUCIONADO NO PRAZO LEGAL DE 30 (TRINTA) DIAS. DESCUMPRIMENTO DO
ART.18 DO CDC. DANOS MORAIS CONFIGURADOS NO CASO CONCRETO.
PRIVAÇÃO DE BEM DE USO ESSENCIAL. QUANTUM ARBITRADO DE ACORDO
COM OS PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. SENTENÇA
MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou

parcialmente procedentes os pedidos formulados na exordial, nestes termos: “JULGO

PARCIALMENTE PROCEDENTE os pedidos formulados e CONDENO a Ré - WHIRLPOOL S/A - a: -

restituir à Autora o valor pago pelo produto viciado, no valor constante na nota fiscal, com exclusão de

valores cobrados por eventuais garantias contratadas, acrescidos de correção monetária pelo INPC e

juros de 1% ao mês, tudo a partir da citação;pagar à Autora a importância de R$ 6.000,00 pelos danos

morais causados, acrescidos de correção monetária pelo INPC e juros de 1% ao mês, tudo a partir do

arbitramento.Caso o produto defeituoso esteja na posse do acionante, a Ré deverá recolhê-lo no prazo de

30 dias, sem ônus para a parte Autora e no domicílio deste, sob pena de decair do direito.”

2. A recorrente busca a reforma da sentença, aduzindo, em síntese, que não


praticara qualquer ato ilícito, que visita técnica ão logrou êxito, não tendo sido constatado
o defeito no produto, que a parte autora não provou o fato constitutivo do seu direito, bem
como que não fora demonstrado o dano moral na espécie.

3. A sentença vergastada não perece reforma. Em que pese a alegação da


empresa demandada, esta não apresenta qualquer prova que a eximisse da
responsabilidade pelo vício do produto constatado no caso em apreço. Com efeito,
restou incontroverso que a parte requerente adquiriu em 14/11/2015, bem durável junto
à empresa acionada, consistente em um refrigerador cônsul CRM37EB, no valor de R$
1.599,00 (hum mil quinhentos e noventa e nove reais).

4. Assevera a parte autora que tão logo o produto fora entregue, verificou
vício insanável , tendo entrado em contato com o estabelecimento no qual realizou a
compra; que entrou em contato com a assistência técnica do fabricante, todavia esta não
teria realizado a visita técnica, em que pese ter solicitad por diversas formas a realização
da mesma.

5. Nesses termos, diante das alegações da parte autora, dotadas de


verossimilhança, corroboradas com as provas colacionadas, em especial a nota
fiscal de compra do produto, protocolos de atendimento, e diante da ausência de
provas acerca de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da parte
autora, patente que houve o descumprimento do quanto disposto no art.18 do
CDC, na medida em que os réus, devidamente cientificados acerca do defeito,
não adotaram quaisquer das providências previstas no mencionado dispositivo
legal, não solucionando o vício apresentado no prazo legal de 30 ( trinta) dias,
como impõe o CDC. Configurado, portanto, a ocorrência do ato ilícito, passível de
reparação, diante dos danos causados à parte autora.
6. Resta caracterizada, portanto, a abusividade da conduta do réu,
constituindo tal fato em manifesta falha na prestação dos serviços, devendo o
mesmo responder pelos prejuízos causados e comprovados nos autos à parte
autora.
7. Presentes, ademais, os requisitos caracterizadores da
responsabilidade objetiva. O art. 14 do CDC, dispondo sobre a responsabilização
do fornecedor pelo fato do produto ou serviço, preleciona que: “Art. 14. O
fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos.”
8. O conjunto probatório demonstrou cabalmente a ocorrência do
dano moral que muito mais que aborrecimento e contratempo, resultou em situação
que por certo lhe trouxe intranqüilidade e sofrimento, máxime diante do dispêndio de
tempo e energias da parte autora para que o problema fosse solucionado, e diante da
relutância da empresa em atender ao legítimo pleito da autora, bem como da
essencialidade do produto em tela, sendo portanto grave a conduta do fornecedor, que
não resolve de modo tempestivo, no prazo legal, o problema apresentado, privando o
consumidor de bem essencial para a realização das atividades cotidianas.
9. Reconhecida a ocorrência dos danos morais na espécie, mister seja
arbitrado o seu quantum. No particular, o prudente arbítrio do magistrado exige não
deva ser considerada, apenas, a situação econômica do causador do dano, porque, se
tal for o critério, resvalar-se-á para o extremo oposto, com amplas possibilidades de
propiciar ao ofendido o enriquecimento sem causa. Há que se atender, porém, e
também com moderação, ao efeito inibidor da atitude repugnada.
10. O valor da indenização fixado pelo juiz sentenciante, a título de danos morais,
guarda compatibilidade com o comportamento do recorrente e com a repercussão do
fato na esfera pessoal da vítima e, ainda, está em harmonia com os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade, devendo ser mantido.
11. Portanto, CONHEÇO DO RECURSO INTERPOSTO e NEGO-LHE
PROVIMENTO, para manter a sentença objurgada pelos próprios fundamentos. Custas
processuais e honorários advocatícios pelo recorrente, que arbitro em 20% sobre o
valor da condenação.

Salvador, Sala das Sessões, , 26 de Janeiro de 2016.

BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE


Juíza Presidente e Relatora
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0082741-60.2015.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : SIDNEIA FERREIRA DE SANTANA

Recorrido(s) ELETRO SA

Origem : 16ª VSJE DO CONSUMIDOR (UNIVERSO


VESPERTINO
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, MARIA
AUXILIADORA SOBRAL LEITE –Presidente e Relatora , ISABELA SANTOS LAGO e
ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO. UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento. Custas
processuais e honorários advocatícios pela recorrente, que arbitro em 20% sobr o
valor da condenação.
Salvador, Sala das Sessões, 26 de Janeiro de 2016.

BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE


Juíza Presidente e Relatora

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