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Hoje o Hospício foi desativado. Virou museu que conta a história da loucura. A dor,
os gritos, choques, choros e mortes ficaram no passado e na alma de Minas e do
Brasil. Era um hospício do Governo e escolheram Barbacena para sediá-lo. Nesse
local, milhares de pessoas, em sua maioria, foram internadas a força, vindas de
todos os lugares de Minas e do Brasil. Uma mancha vergonhosa na história de Minas
e de nosso país e um ar de assombro em perceber como o ser humano por ser tão
mal a ponto de cometer e permitir tanta desumanidade, tanta maldade para com seu
próximo.Essa é uma história triste, história essa que muitos não querem que venha a
tona, que seja discutida e que seja mostrada.
A situação acima foi presenciada pelo fotógrafo Luiz Alfredo da extinta revista O
Cruzeiro em 1961 e está descrita no livro-reportagem Holocausto Brasileiro, da
editora Geração Editorial, que acaba de chegar às livrarias de todo o País. Ainda que
tenha semelhanças com um campo de concentração nazista, o caso aconteceu em
um manicômio na cidade de Barbacena, Minas Gerais, onde ocorreu um genocídio
de pelo menos 60 mil pessoas entre 1903 e 1980.
Apesar de ser uma história recente, o fato de um episódio tão macabro permanecer
desconhecido pela maioria dos brasileiros inspirou a jornalista Daniela Arbex. “Eu
me perguntei: como minha geração não sabe nada sobre isso?”. A obra conta a
história do maior hospício do Brasil, que ficou conhecido como Colônia e leva este
nome por ter abrigado atos de crueldade parecidos com os que aconteceram na
Alemanha nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.
“Dei esse nome primeiro porque foi um extermínio em massa. Depois porque os
pacientes também eram enviados em vagões de carga (ao manicômio). Quando eles
chegavam, os homens tinham a cabeça raspada, eram despidos e depois
uniformizados”, explica a autora. Daniela não foi a única a comparar Colônia ao
holocausto. No auge dos fatos, em 1979, o psiquiatra italiano Franco Basaglia visitou
o hospício com a intenção de tentar reverter o que ocorria no local. “Estive hoje num
campo de concentração nazista. Em nenhum lugar do mundo presenciei uma
tragédia como essa”, disse na ocasião.
A Colônia foi inaugurada em 1903 e continua aberta até hoje, mas o período de
maior barbárie aconteceu entre 1930 e 1980, quando pessoas eram internadas sem
terem sintomas de loucura ou insanidade. Segundo o livro-reportagem, cerca de 70%
das pessoas não tinham diagnóstico de doença mental. “Foi o momento mais
dramático. A partir de 1930, os critérios médicos desapareceram. Em 1969, com a
ditadura, o caso foi blindado. Não gosto de chamar assim, mas (entre 1930 e 1980)
foi um período negro. Foi criado para atender pessoas com deficiência mental, mas
acabou sendo usado para colocar pessoas indesejadas socialmente, como gays,
negros, prostitutas, alcoólatras”, contou.
Internação e sobrevivência
Daniela contou ainda que a ordem para internação das pessoas na Colônia vinha dos
mais influentes da sociedade na época. “Quem decidia é quem tinha mais poder.
Teve pessoas que foram enviadas pela canetada de delegados, coronéis, maridos
que queriam se livrar da mulher para viver com a amante. Não tinha critério médico
nenhum. Tem documento que mostra que o motivo da internação de uma menina de
23 anos foi tristeza”, criticou.
O fato dos homens, mulheres e até crianças ficarem pelados o tempo todo criava um
clima de promiscuidade no manicômio. Há relatos de mulheres que foram
estupradas por funcionário. “Consegui depoimentos nesse sentido de (estupro e
abuso sexual), mas não consegui provar. Tem um caso de uma mulher que disse ter
engravidado de um funcionário. Certo é que havia uma promiscuidade incrível. As
pessoas eram mantidas nuas, dormindo juntas nessas condições. Crianças eram
mantidas no meio dos adultos”, lamentou.
Além das condições insalubres, o hospício chegou a ter 5.000 pessoas ao mesmo
tempo, enquanto a capacidade original era para 200 pacientes. Nesses períodos de
maior lotação, 16 pessoas morriam todos os dias. “Não era uma coisa determinada,
não existia uma ordem (para matar). As coisas foram se banalizando. Um
funcionário via que outro fazia tal coisa com o paciente e repetia. As pessoas
deixaram as coisas acontecerem. Não tinha essa coisa de vamos fazer com essa
finalidade. Era exatamente por omissão”, comentou.
Venda de corpos
Mas a morte dava lucro. A autora do livro conta que encontrou registros de venda de
1.853 corpos, entre 1969 e 1980, para faculdades de medicina. “O que a gente não
sabia e conseguimos descobrir, com a ajuda da coordenação do Museu da Loucura,
foi que 1.853 corpos foram vendidos para 17 faculdades de medicina do País. O
preço médio era de 50 cruzeiros. Dá um total de R$ 600 mil reais, se atualizarmos a
moeda. Tem documento da venda de corpos. De janeiro a junho de um determinado
ano, por exemplo, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) recebeu 67 peças,
como eles mencionavam os corpos”, afirma.
O caos estabelecido na Colônia foi descoberto pela revista O Cruzeiro, que publicou
em 1961 uma reportagem de denúncia de José Franco e Luiz Alfredo, entrevistado
por Daniela Arbex no livro. A autora conta que, na época, houve comoção em torno
do caso, mas as condições continuaram as mesmas no hospício. “Na época, o (ex-
presidente) Jânio Quadros estava no poder. Ele falou que ia mandar dinheiro para a
Colônia, falaram que ia fazer acontecer e nada. Não foi feito nenhum tipo de
intervenção que fizessem os absurdos cessarem. De 1961 até 1979, a situação
continuou tão grave quanto”, explica.
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Receita de Torresmo sequinho e sem estouro Biscoito de polvilho frito com queijo
Eu já vi uns vídeos no You Tube , q nos faz chorar de dó e revolta, ao vermos como são
tratados quem mais precisou de amparo, cuidados e tratamentos. Foi uma página
negra na história de vida de doentes mentais e de seus familiares.
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Vívian de Menezes 27 de junho de 2016 19:00
Revoltante......sem palavras
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Revoltante......sem palavras
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cheguei à conclusão que o Brasil está povoado de monstros . Somos a nação mais
cruel do planeta , a mais primitiva possivel . Tenho vergonha de ser brasileira .
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Minha avó foi internada nesse lugar no ano de 1976. Em 1979 faleceu. Me doe saber
que a morte dela deve ser pelos maus tratos da época. Que tisteza.
Responder
Minha vó com 42 após ter depressão pós parto e minha tia após ter pânico
ao ver meu primo com apenas 7 anos morrer afogado. Minha mãe conta que
nunca mais teve notícias delas. Ao ler está matéria meu coração doeu.
Quero ler esse livro.
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Minha avó foi internada nesse lugar no ano de 1976. Em 1979 faleceu. Me doe saber
que a morte dela deve ser pelos maus tratos da época. Que tisteza.
Responder
Muito triste
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Horrível...e pensar que ninguém foi punido...como tudo nesse país. ..se esquece.
Lamentavelmente.
Responder
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Aqui em Belo Horizonte, até hoje se ouve piadinhas relativas à cidade de Barbacena,
conhecida como "cidade dos loucos".
É triste, revoltante, mas não é novidade. Ser humano é isso aí mesmo... infelizmente!
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Meu Deus tive uma irmã internada nesse local...Eu ainda era criança e me lembro, nem
em sonho imaginava essas atrocidades.Sentimento de revolta e tristeza.
Responder
Haroldo 13 de janeiro de 2018 21:07
Meu avô paterno teve esse triste destino. Dizem que ele estava "fraco da
cabeça". Início dos anos 40. Nasci em 47. Ninguém de minha família
comentava.
Meu avô paterno teve esse triste destino. Dizem que ele estava "fraco da
cabeça". Início dos anos 40. Nasci em 47. Ninguém de minha família
comentava.
Meu avô paterno teve esse triste destino. Dizem que ele estava "fraco da
cabeça". Início dos anos 40. Nasci em 47. Ninguém de minha família
comentava.
Meu avô paterno teve esse triste destino. Dizem que ele estava "fraco da
cabeça". Início dos anos 40. Nasci em 47. Ninguém de minha família
comentava.
que triste!
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Meus amados (a) vocês que tiveram parentes e amigos internados neste lugar não
fiquem se punindo, creiam que os culpados irão responder sim pelo que fizeram. Deus
irá dar a cada um o salário do que praticaram. Os olhos do Senhor está a contemplar
tudo, e com certeza os culpados receberão o castigo que merecem.
Responder
eterna 30 de julho de 2016 08:22
Meus amados (a) vocês que tiveram parentes e amigos internados neste lugar não
fiquem se punindo, creiam que os culpados irão responder sim pelo que fizeram. Deus
irá dar a cada um o salário do que praticaram. Os olhos do Senhor está a contemplar
tudo, e com certeza os culpados receberão o castigo que merecem.
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Para quem teve parentes internados neste local, quais seriam os reais motivos deles
estarem lá? Fica esta pergunta, pois pelo o que foi apresentado no texto poucos
apresentavam problemas psiquiátricos. A humanidade é desumana... Triste fato...
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Estudei sobre isso na faculdade de Direito, mas foi superficial. É uma lástima tudo isso,
fico realmente compadecida dessas vítimas.
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Que história triste!Essa história é muito recente, ficou imprecionda com tanta
crueldade das pessoas.Nessa hora tenho vergonha de ser brasileira.
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Que absurdo!!!!! Sempre ouvi falar mal desses lugares,mas nunca com tantos
detalhes!!!!!! Desumano e injusto saber que não foram punidos pela justiça dos
homens!!!!! Mas pela justiça divina com certeza serão punidos!!!!!
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sem palavras,,,
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sem palavras.
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sem palavras
Responder
Dulcilene Cristina 15 de junho de 2017 19:59
O pai de um primo meu que morava numa cidadedezinha próxima ao cidade de Carmo
do Paranaíba/MG também foi internado nesse lugar horrível e nunca mais voltou pra
casa... Lamentável!!!
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Jesus nos proibiu de chamar de louco, ou "raça", a um semelhante nosso que poderia
estar sob às influências de outro, ou outros, espíritos, que embora humanos se
autodenominavam "demônios". Certamente que a evolução do conhecimento da
Espiritualidade essas aberrações se reduzem, mas, também não vamos condenando
todos os trabalhadores nesses redutos, chamados manicômios, que talvez cumpram o
carma, ou carregam a cruz, por nos serem os nossos necessários algozes, em nossas
expiações, tais como os empregados num Reformatório: "O Mal, é necessário, mas, ai
daqueles por quem o Mal vier ..."
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"raca"
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Isto tudo já acontecia aqui, antes da II Guerra Mundial onde os alemães criaram os
Campos de Concentração com exterminio em massa dos judeus.
Até hoje se fala nestes campos alemães e nada se divulga de quem perpetrou esta
barbarie aqui.
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Gislaine dos Santos 23 de novembro de 2017 17:10
Muito triste,moro a menos de 500 metros mais ou menosdeste local, ainda me lembro
dos pacientes uniformizados andando pelas ruas do meu bairro dopados e
acompanhados por funcionários, isto por volta do ano de 86/87, quando iniciei a obra
de minha casa. Até ossadas foram encontradas no bairro em alguns lotes,as pessoas
começavam a obra e encontravam,hj no local tem poucos pacientes,eles são
apresentados todos os anos no carnaval,desfilam em um ônibus antigo fantasiados,o
bloco se eu não me engano chama tirando a máscara.muito triste essa história.
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Meu Deus!!!
Estou estarrecida!!
Daí minha imaginação começa a viajar pelo passado desconhecido desse pais. Chego
a uma conclusão tão difícil de aceitar...o motivo pelo qual nós que nada fizemos para
contribuir para tal desgraça, carregamos o peso de Taís pecados na alma, ocasionando
nessa taxa enorme de pobreza e violência sob os mandos e desmandos dos GRANDES
que também não passam de vítimas dessas heranças espirituais malditas. Precisamos
orar Brasil. Pedir e liberar perdão.
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É evidente que esse local não era um hospital. Era destinado a colocar pessoas
indefesas sem qualquer critério médico. Chamar isso de hospício é querer forçar a
mão para des moralizar os hospícios. O Hospital do Juqueri tinha 14 mil pacientes e
não era esse desmantelo. Menos, gente, menos.
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Nunca ouvi falar sobre isso, uma das muitas histórias trágica que escondem.
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Unknown 24 de abril de 2018 15:53
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Eu acho que teve outro em Varge Alegre RJ se não me engano nas mesmas condições
de Barbacena MG
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Esses manicômios foram usados para enriquecer muita gente, medicos, políticos,
comerciantes,etc. Em MG, tivemos esse de Barbacena,em BH,tive tivemos o Pinel,o
Santa Clara,ainda temos o Santa Maria, o Raul Soares,o Galba Veloso, todos suspeitos
em suas finalidades.
Responder
Meu coração doeu mais ainda com seu comentário, pois meu pai ficou uns
dias internado na santa clara,tomou choque, teve um quadro de depressão
foi considerado "fraco da cabeça", só que ele foi esperto e fugiu.
Responder
Chocante...chego a querer acreditar que isso não aconteceu. Misericórdia meu Deus!
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O que mais doe é ver as mesmas pessoas que se assombram com essa triste história
ser conivente ou defender a barbáries de hoje.
Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará
Responder
Escória do mundo quem fez isso, o Soberano Deus vai julga-los um dia.
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E esse DESgoverno demente, que assola o Brasil, quer o retorno dessa barbárie!!
Parabéns a todos os envolvidos 😒
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Estamos voltando novamente a era dos manicômios e choques elétricos com esse
desgoverno, que ja disse que vai voltar com esse holocausto. É MT perversidade no ser
humano. Nojo de tudo.
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Estou perplexa! Realmente isso vai voltar pelo que tenho visto. Esses eleitores do
bolsonaro são as mesmas pessoas que internavam seus parentes e desafetos para
morrerem. Não andou na linha? Vai tomar choque, vai ser assassinado. Os brasileiros
se escondem na fachada de povo de bom coração, mas é para inglês ver. LIXO DE
SOCIEDADE!!
Responder
Ainda bem que há quem Registre esses Fatos...e são expostos ANTES TARDE do que
NUNCA...Eu era menina mais ouvia os relatos de pessoas da Família sobre esse
LUGAR e TAMBÉM em FRANCO da ROCHA...depois de adulta fui lendo sobre isso...e
fico atônita porque existem sim PESSOAS DEDICADAS e QUE TRABALHAM pela
CAUSA ANTIMANICOMIAL...e ANTES TARDE do QUE NUNCA é necessário
providências para que esse Quadro não se repita...diante de tantas que O POVO vem
sendo SUBMETIDO e sem Condição de Sobrevivência decente...AXÉ!!!
Responder
que os erros gravíssimos do passado nos sirvam de lição para o presente e para o
futuro para que situações tristes e deploráveis como estas não se repitam...
Responder
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