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UPE Campus Petrolina

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
MESTRADO PROFISSIONAL EM FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PRÁTICAS
INTERDISCIPLINARES – PPGFPPI
DISCIPLINA: PESQUISA EM EDUCAÇÃO
Prof.ª. Drª. Maria Jorge dos Santos Leite

ÉLIDA RAFAENE GOMES RODRIGUES

Fichamento – A escola Conservadora: as desigualdades frente à escola e à


cultura.

PETROLINA – PE
2019
Fichamento de Resumo e A escola Conservadora: as desigualdades frente à escola e à 01
Citação cultura.
BOURDIEU, Pierre. A Escola Conservadora: In: NOGUEIRA, Maria Alice e CATANI, Afrânio (orgs).
Escritos de Educação. 16ª edição. Petrópolis-RJ: Vozes, 2003.

O autor introduz a ideia de um sistema escolar que mostra uma conservação social no quesito
desigualdade social, uma vez que as oportunidades de acesso ao ensino superior, “pesa com rigor desigual
sobre os sujeitos de diferentes classes sociais”. (p. 41)
Ele afirma ainda, que não basta declarar essas desigualdades diante da escola, mas apontar
mecanismos que possam eliminar de forma continua essa desigualdade das crianças desfavorecidas. E
que a cultura indireta de um certo capital cultural, é passado pelas famílias aos seus filhos, um
comportamento de valores que está implícito e interiorizado e isso contribui para a diferença inicial das
crianças diante da experiência escolar, e consequentemente, pelas taxas de êxito ao referir-se o
quantitativo de jovens que adentram a universidades.
Ao tratar da subseção da transmissão do capital cultural, o autor perpassa a ideia que o nível cultural
global da família influência diretamente no êxito escolar da criança. Um estudioso, citado por Bourdieu,
Paul Clerc, apresentou uma amostra que tratava do nível em relação a diplomação e renda, e que as
crianças que eram mais exitosas na escola, tinham pais diplomados e com boa renda e que esse êxito
pode apresentar variações conforme ao nível cultural do pai ou da mãe, até mesmo se esses são de nível
de instrução desigual entre eles. No entanto, uma avaliação precisa, demonstrou que seria necessário
levar em conta também, além do nível cultural dos pais, o dos ascendentes de um e outro ramo da família,
do conjunto dos membros familiares. Isso se justifica pelo grau de descendências que possuíram êxito
social e mesmo ao êxito escolar. Cujo efeitos eram notados nas práticas e conhecimentos culturais ou na
facilidade linguística. Essa análise cultural em termos do nível escolar dos pais, avós, eram realizadas
com base em dados multivariados, que além do nível cultural eram analisadas um conjunto de
características do passado escolar, como por exemplo, o ramo do curso escolar ( clássico, moderno ou
outro) e o tipo de estabelecimento (colégio ou liceu, instituição pública ou privada), além de também
levar em conta, as características demográficas do grupo familiar, como o tamanho da família que
permitiria fazer conforme Bourdieu, um cálculo mais preciso das esperanças de vida escolar.
Um estudo revelado entre os estudantes de medicina, apresentam 1 a 4 entre os estudantes oriundos
das classes populares e os estudantes oriundos das camadas superiores. Ainda é relatado pelo autor que
a presença no círculo familiar de pelo menos um parente que tenha feito ou esteja fazendo curso superior,
demonstra uma distinção do conjunto de famílias de sua categoria, influenciando na cultura frente a uma
atitude de ascensão.
Ao relatar sobre a escolha do destino, Bourdieu cita que a posição social que cada um está inserido
expressa valores implícitos e explícitos que o meio, a classe social, determinam as escolhas a respeito da
escola, da cultura escolar e do futuro oferecido pelos estudos. E que muitas famílias tem aspirações
limitadas ao fato de tomarem a decisão em enviar seus filhos ao estabelecimento de ensino secundário
ou deixá-los na escola de ensino primário ou ensino geral, é como se para essas famílias devido ao meio
que encontram-se e são influenciadas excluem delas a possibilidade de desejar o impossível. E ao pensar
no liceu, afirmam que isso não é para eles, e que não possuem meios suficientes para isso. O autor trata
como um expressão de necessidade interiorizada, exprimindo um impossibilidade e uma interdição.
A consequência dessa forma de crença limitante que da mesma forma que definem as atitudes e
escolhas importantes da carreira escolar realizadas pelos pais, levam as crianças a terem os mesmos
pensamentos e escolhas. Essa forma de pensar, segundo o que foi colocado por Bourdieu, é que o desejo
de ascensão através da escola, não pode existir enquanto que as chances objetivas de êxito forem ínfimas.
Mesmo que a classe operária ignorasse completamente a estatística de chance de dois em cada cem de
seus filhos chegarem ao ensino superior, mas empiricamente o comportamento deles são regulados em
relação a esperança, ou melhor, a desesperança. Se essas famílias são reduzidas, um a dois filhos, a
possibilidade de uma oportunidade de ascensão ainda lhe são permitida, mas se essas famílias aumentam
de quatro a mais, essa possibilidade diminui razoavelmente, mas há alguns sujeitos de acordo com o autor
que não conseguem vislumbrar esse fator como a baixa taxa de escolaridade e que todos, crianças e os
sujeitos que as reúnem compartilham de uma disposição ascética.

De maneira geral, as crianças e sua família se orientam sempre em referência às


forças que as determinam. {...} a estrutura das oportunidades objetivas de
ascensão social e, mais precisamente, das oportunidades de ascensão pela escola
- condicionam as atitudes que contribuem, por uma parte determinante, para
definir as oportunidades de se chegar à escola, de aderir a seus valores ou a suas
normas e de nela ter êxito; de realizar, portanto, uma ascensão social – e isso por
intermédio de esperanças subjetivas (partilhadas por todos indivíduos definidos
pelo mesmo futuro objetivo e reforçadas pelos apelos à ordem do grupo), que não
são senão as oportunidades objetivas intuitivamente apreendidas e
progressivamente interiorizadas. (BOUEDIEU, 2003, p. 49).

Bourdieu descreve em linhas gerais as oportunidades objetivas que são transformadas em esperanças
ou desesperanças subjetivas. E conforme a colocação do psicólogo Lewin, citado pelo autor que o nível
de aspiração dos indivíduos estão intuitivamente estimadas por meio dos sucessos ou derrotas anteriores,
esse êxito ou malogras influenciam nos alvos dos indivíduos. Para o autor, de fato, o capital cultural e o
ethos, ao se combinarem contribuem para definirem as condutas escolares e as atitudes diante da escola,
que para o autor constitui o princípio de eliminação diferencial das crianças das diferentes classes sociais.
Ele cita Paul Clerc, que demonstra que os obstáculos na vida de um ser que vem da classe social baixa e
busca galgar o êxito em nível escolar, são obstáculos cumulativos, pelo fato das escolhas iniciais, afirma
ainda, que crianças com taxas de êxitos mais fracas, precisam de ter um êxito mais forte, um êxito
excepcional para chegar ao ensino secundário para que suas famílias e seus professores pensem em fazê-
los prosseguir seus estudos. São crianças e jovens que com menos capital cultural, são mais
desfavorecidas, sendo a essas crianças impedidas de frequentar o liceu, dado o seu resultado mínimo,
encontrando algumas opção da escola privada.
Quanto ao funcionamento da escola e sua função de conservação social, o autor afirma que não poderia
se restringir a tudo que foi colocado até aqui sem questionar sobre a responsabilidade da escola na
perpetuação das desigualdades sociais. E que a equidade formal que prevalece nas unidades de ensino é
de fato injusta, que a escola protege melhor os privilégios do que a transmissão aberta dos privilégios.
Conforme Bourdieu, p. 56, a respeito da linguagem inatingível e mais atuante da herança cultural, “Não
se pode conceber educandos iguais em direitos e deveres frente à língua universitária e frente ao uso
universitário da língua, sem se condenar e creditar ao dom um grande número de desigualdade que são,
antes de tudo, desigualdades sociais.” O autor resume tudo como uma hierarquia dos valores intelectuais
que acaba prestigiando quem já é prestigiado de uma superioridade de classe, um sistema acima dos mais
humildes, que tem por função conservar os valores, exigências implícitas. De acordo com Bourdieu, p.
57, “o ensino de massa, do qual se fala tanto hoje em dia, opõe-se, ao mesmo tempo, tanto ao ensino
reservado a um pequeno número de herdeiros da cultura exigida pela escola, quanto ao ensino reservado
a um pequeno número de indivíduos quaisquer.”
Segundo Bourdieu, aponta como resposta ao sistema de ensino em forma de avançar em relação a
esse desafio que “o sistema escolar deveria dotar-se dos meios para realizar um empreendimento
sistemático e generalizado de aculturação do qual ele pode prescindir quando se dirige às classes mais
favorecidas.” p.58
Ao abordar a escola e a prática cultural, uma pesquisa científica mostra que o acesso às obras
culturais permanece como privilégio das classes cultivadas, assim, depende estreitamente de acordo com
Bourdieu, do nível de instrução, e quem mais frequenta museus, teatros, obras de artes, concertos, são
visitantes que possuem um diploma mais elevado, eles são mais da metade do público em geral. Por isso
ele afirma a necessidade da escola ser promotora de cultura, isso como uma necessidade primária. O autor
volta a afirmação inicial quanto a desigualdade natural das necessidades culturais:

Verifica-se, mais uma vez, que as vantagens e desvantagens são cumulativas.


Assim, são os mesmos indivíduos que têm oportunidades mais numerosas, mais
duradouras e mais extensas de frequentar os museus, por ocasião de giros
turísticos, os que são também dotados da cultura, sem a qual as viagens turísticas
não enriquecem em nada (ou somente e por acaso e sem maiores consequências)
a prática cultural. (p. 60)

Nesse propósito, o autor relata do incentivo que os centros culturais e organizações profissionais,
esportivos e familiares podem incitar uma parte das classes médias e uma minoria das classes populares
a uma prática cultural. Em sua obra Bourdieu, cita Platão, “A República” em forma de empreender uma
outra vida, mas finaliza relembrando “a rigidez da ordem social que favorecem mais as classes sociais
mais prestigiadas a monopolizar a utilização da instituição escolar, detentora, como diz Max Weber, do
monopólio da manipulação dos bens culturais e dos signos institucionais da salvação cultural.” (p.64)

Apreciação

O título da obra descreve bem tudo que Bourdieu bem discorreu nesse capítulo, a desigualdade frente a
escola e a cultura desenha uma realidade que ainda hoje perpassa na vida de várias famílias e atinge
muitos jovens. O real papel da escola e das famílias frente as oportunidades que uma criança de classe
popular tem desde de sua entrada à escola até a finalização do ensino médio e incentivo para adentrar ao
ensino superior. Quais perspectivas que os jovens carregam hoje consigo e o que as famílias desses
jovens estão ofertando a eles no dia a dia em termos culturais; seria visitas a centros culturais, músicas
clássicas, leituras, teatro, filmes clássicos entre outros ou rodas de bebedeiras, músicas com letras
difamadoras, zero leitura, exemplos em estudos zeros, pouca ou nenhuma perspectiva de futuro, teriam
esses jovens alguma inspiração ou alguém em suas famílias, antepassados que nessa geração trouxesse
tona a cultura e a vontade de ser êxito? As escolas tratam de fato os com vantagens e os com desvantagens
de forma igual, o que torna um sistema injusto. Em meio ao Texto de Bourdieu, me encontrei e me vi
em vários momentos, uma realidade atual, necessitada de um olhar cada vez mais sincero e oportunizador
para os que são e estão em culturas desiguais.

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