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5ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DA

BAHIA

PROCESSO Nº 0002105-75.2014.8.05.0120
CLASSE: RECURSO INOMINADO
RECORRENTE: KARACIOLA NOVAIS LIMA
RECORRIDO: BANCO DO BRASIL S/A
JUIZ PROLATOR: HEITOR AWI MACHADO DE ATTAYDE
JUIZ RELATOR: ROSALVO AUGUSTO VIEIRA DA SILVA

EMENTA

RECURSO INOMINADO. RESPONSABILIDADE CIVIL.


FRUSTRAÇÃO DE SAQUE REALIZADO ATRAVÉS DE CAIXA
ELETRÔNICO. REVELIA. PRESTAÇÃO DEFEITUOSA DE
SERVIÇO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS.
ARBITRAMENTO DA INDENIZAÇÃO EM VALOR MÓDICO.
PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO INTERPOSTO PELA
AUTORA PARA MAJORAR O VALOR DA INDENIZAÇÃO,
RESPEITADOS OS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE.

Dispensado o relatório nos termos do artigo 46 da Lei n.º 9.099/95.

Circunscrevendo a lide e as discussões recursais para efeito de registro,


saliento que a Recorrente, KARACIOLA NOVAIS LIMA, pretende a reforma parcial da
sentença lançada nos autos que condenou o Recorrido, BANCO DO BRASIL S.A., ao
pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 720,00 (setecentos e vinte
reais), considerando sua atuação irregular ao frustrar o saque realizado em seu caixa
eletrônico, buscando apenas a majoração do quantum indenizatório.

Presentes as condições de admissibilidade do recurso, conheço-o,


apresentando voto com a fundamentação aqui expressa, o qual submeto aos demais
membros desta Egrégia Turma.

VOTO

A sentença recorrida, tendo analisado corretamente os aspectos


fundamentais do litígio, merece confirmação quase integral, por seus próprios e jurídicos
fundamentos, carecendo apenas de pequeno reparo em razão de entendimento fático e
jurídico diverso em determinado pormenor, nos seguintes termos:

Como norma de ordem pública constitucional (arts. 5º, XXXII, e 170, V, da


CF), o Código de Defesa do Consumidor foi promulgado com o objetivo precípuo de
garantir o equilíbrio de direitos e deveres entre o consumidor e o fornecedor nas relações de
consumo, pautado nos princípios da boa-fé e lealdade.

Discutindo-se a prestação defeituosa de serviço, incide a responsabilidade


civil objetiva inerente ao próprio risco da atividade econômica, consagrada no art. 14, caput,
do CDC, que impõe ao fornecedor o ônus de provar causa legal excludente (§ 3º do art. 14),
algo que o Requerido não se desincumbiu, já que não comprovou a regular prestação do
serviço informado.
1
Ao contrário, através dos documentos coligidos (evento 01), a Autora
comprovou que sacou a importância de R$ 740,00 (setecentos e quarenta reais), utilizando-se
de caixa eletrônico disponibilizado pelo Requerido, no entanto, essa quantia não lhe foi
disponibilizada, não tendo o Requerido, ao menos, apresentado sua versão para o ocorrido.

Assim, deve ser mantida a condenação do Requerido ao pagamento de


indenização pelos danos morais sofridos pela Autora.

Encontrando previsão no sistema geral de proteção ao consumidor inserto


no art. 6º, inciso VI, do CDC, com recepção no art. 5º, inciso X, da Constituição Federal, e
repercussão no art. 186, do Código Civil, o dano eminentemente moral, sem consequência
patrimonial, não há como ser provado, nem se investiga a respeito do animus do ofensor.
Consistindo em lesão de bem personalíssimo, de caráter subjetivo, satisfaz-se a ordem
jurídica com a demonstração do fato que o ensejou. Ele existe simplesmente pela conduta
ofensiva, sendo dela presumido, tornando prescindível a demonstração do prejuízo concreto.

Com isso, uma vez constatada a conduta lesiva e definida objetivamente


pelo julgador, pela experiência comum, a repercussão negativa na esfera do lesado, surge a
obrigação de reparar o dano moral.

Na situação em análise, a parte autora não precisava fazer prova da


ocorrência efetiva dos danos morais informados. Os danos dessa natureza são presumidos
pelos próprios fatos apurados, decorrente, sobretudo, da frustração do saque direcionado a
terceiro, passando pelos os percalços para obter solução administrativa, sem êxito, o que,
inegavelmente, vulnerou sua intangibilidade pessoal, sujeitando-a ao constrangimento,
aborrecimento, transtorno e incômodo, decorrentes da atividade defeituosa do Requerido.

Quanto ao valor da indenização, divirjo, data venia, do julgamento


realizado no primeiro grau, porque entendo que restou fixado de forma módica, tendo em
relevo os fatos debatidos e os próprios precedentes erigidos por esta Turma Recursal em
casos semelhantes, valendo lembrar que não é a primeira vez que o Requerido responde por
prestação defeituosa de serviço no Sistema de Juizados Especiais da Bahia, o que realça os
traços de negligência no desenvolvimento de sua atividade econômica e o pouco caso em
alterar suas práticas comerciais, sendo, portanto, necessária a admoestação compatível com a
situação apurada, especialmente para que não persista nos comportamentos desrespeitosos
aos consumidores.

Com isso, atendendo às peculiaridades do caso, e observando, sobretudo,


as lições da jurisprudência, entendo que a quantia de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), é
próxima do justo, mostrando-se capaz de compensar, indiretamente, os sofrimentos e
desgastes emocionais advindos à Autora e trazer a punição suficiente ao agente causador,
sem centrar os olhos apenas na inegável capacidade econômica do Requerido.

Assim sendo, ante ao exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR


PROVIMENTO PARCIAL ao recurso manejado pela Autora, KARACIOLA NOVAIS
LIMA, para, confirmando todos os demais termos da sentença hostilizada, reformá-la na
parte que estabeleceu a indenização a título dos danos morais considerados em desfavor do
Requerido, aqui majorada para o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), com juros
moratórios, na taxa de 1% ao mês, incidentes a partir da citação, nos termos dos arts. 405 e
406, do CC complementados pelo disposto no § 1º, do art. 161, do CTN, e correção
monetária a partir da sentença.
2
Face ao desfecho do recurso, que exclui, a meu ver, a incidência do art. 55,
caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95, destinada ao recorrente vencido e não ao
recorrido vencido, deixo de condenar a parte requerida ao pagamento de despesas
processuais.

Salvador-Ba, Sala das Sessões, 07 de abril de 2015.

Rosalvo Augusto Vieira da Silva


Juiz Relator

COJE – COORDENAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS


TURMAS RECURSAIS CÍVEIS E CRIMINAIS

PROCESSO Nº 0002105-75.2014.8.05.0120
CLASSE: RECURSO INOMINADO
RECORRENTE: KARACIOLA NOVAIS LIMA
RECORRIDO: BANCO DO BRASIL S/A
JUIZ PROLATOR: HEITOR AWI MACHADO DE ATTAYDE
JUIZ RELATOR: ROSALVO AUGUSTO VIEIRA DA SILVA

EMENTA

RECURSO INOMINADO. RESPONSABILIDADE CIVIL.


FRUSTRAÇÃO DE SAQUE REALIZADO ATRAVÉS DE CAIXA
ELETRÔNICO. REVELIA. PRESTAÇÃO DEFEITUOSA DE
SERVIÇO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS.
ARBITRAMENTO DA INDENIZAÇÃO EM VALOR MÓDICO.
PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO INTERPOSTO PELA
AUTORA PARA MAJORAR O VALOR DA INDENIZAÇÃO,
RESPEITADOS OS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE.

ACÓRDÃO

Realizado julgamento do Recurso do processo acima epigrafado, a


QUINTA TURMA, composta dos Juízes de Direito, WALTER AMÉRICO CALDAS,
EDSON PEREIRA FILHO e ROSALVO AUGUSTO VIEIRA DA SILVA decidiu, à
unanimidade de votos, CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso
manejado pela Autora, KARACIOLA NOVAIS LIMA, para, confirmando todos os
demais termos da sentença hostilizada, reformá-la na parte que estabeleceu a
indenização a título dos danos morais considerados em desfavor do Requerido, aqui
majorada para o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), com juros moratórios, na taxa
de 1% ao mês, incidentes a partir da citação, nos termos dos arts. 405 e 406, do CC
complementados pelo disposto no § 1º, do art. 161, do CTN, e correção monetária a
partir da sentença. Face ao desfecho do recurso, que exclui, a meu ver, a incidência do
art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95, destinada ao recorrente vencido e não
ao recorrido vencido, deixo de condenar a parte requerida ao pagamento de despesas
processuais.

Salvador-Ba, Sala das Sessões, 07 de abril de 2015.

3
JUIZ WALTER AMÉRICO CALDAS
Presidente

JUIZ ROSALVO AUGUSTO VIEIRA DA SILVA


Relator

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