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Módulos Pronomes indefinidos e demonstrativos /


PORTUGUÊS 25 e 26
F1 Níveis de linguagem I
Exercícios Complementares no Portal Objetivo PORT1M214 e PORT1M215
1 (BELAS ARTES) – Passa-me _________ 4 Severino de Maria; c) A palavra foi dirigida a mestres simples.
livro que tens aí na mão para ___________ como há muitos Severinos d) “Nessas aflitas paragens, não mais se ouve
consultar o índice. com mães chamadas Maria, o piar da esquiva perdiz.”
a) este; eu b) esse; eu fiquei sendo o da Maria e) Homem algum é capaz de prever o fim do
c) esse; mim d) este; mim do finado Zacarias. mundo.
e) aquele; eu
(MACKENZIE) – Em relação ao termo 6 (CGE) – “Toda ciência contém, em seus
destacado na fragmento acima, de Morte e fundamentos, uma mitologia. Para muitos,
2 Assinale as frases em que os pronomes o, a,
Vida Severina, é correto afirmar que se trata de mitologia é coisa da fantasia, enquanto a
os e as foram empregados como pronomes
a) um artigo definido. ciência se constitui em fala de gente séria.”
demonstrativos.
a) Não o entendo. b) um pronome demonstrativo.
c) um pronome pessoal. Na passagem acima, os pronomes que substi-
b) Não entendo o que você diz.
d) uma conjunção. tuem, pela ordem, os termos sublinhados sem
c) Foi ela a que nos questionou.
e) um substantivo. que haja alteração de sentido são:
d) Enumerou-as até a última.
a) esta/essa. b) aquela/esta.
e) São essas as que foram enumeradas.
f) Os que nos aplaudiam eram eles. 5 (UNIFENAS) – Em muitos casos, o mes- c) essa/aquela. d) esta/aquela.
mo período pode ser organizado de diferentes e) aquela/essa.
g) Aplaudiu-os com entusiasmo.
maneiras sem alteração do sentido. Indique a
alternativa em que, alterando-se a posição do 7 (PUC-RJ) – Reescreva o período abaixo,
3 (BELAS ARTES) – Para ___________, adjetivo ou do pronome destacado, em relação substituindo as repetições desnecessárias por
que venho de lá ______________ distância, é ao substantivo correspondente, não se provoca elementos equivalentes.
impossível chegar cedo. mudança de sentido da expressão. “João e José nunca chegam a um acordo com
a) eu; daquela b) eu; dessa a) A freira encontrou-se com o homem pobre. Antônio. Se Antônio acha correta uma atitude,
c) eu; desta d) mim; daquela b) O grande chefe do narcotráfico entregou- João logo a considera ruim e José recusa-se até
e) mim; desta se à polícia. mesmo a discuti-la.”

1 Em todas as alternativas há marcas de ora- d) ferem claramente as normas gramaticais, a) “— Que há?
lidade, isto é, expressões típicas da linguagem não desempenhando seu papel comunicativo. — Abra a porta pra mim entrar.” (Mário de
falada, exceto: e) representam um tipo de linguagem comum Andrade)
a) Se você ficar olhando pra ela feito bobo, a em textos literários e poéticos. b) “Não quero mais o amor, / Nem mais quero
manga cai em cima de sua cabeça. cantar a minha terra. / Me perco neste mun-
b) “Peraí, mãe. Acho que tô a ponto de des- 3 A gíria desceu o morro e já ganhou rótulo do.” (Augusto Frederico Schmidt)
maiar.” de linguagem urbana. A gíria é hoje o segundo
c) “Quando oiei a terra ardendo / Quá foguera
c) As variações da língua de ordem geográ- idioma do brasileiro. Todas as classes sociais
a utilizam. de São João” (Luiz Gonzaga)
fica são chamadas de regionalismos.
d) “Dizque um chega, logo dão terra pra ele (Karme Rodrigues) d) “— Qué apanhá sordado? / — O quê? / —
cultivar... É lavoura de café...” Qué apanhá? / Pernas e braços na calçada.”
e) “Engraçadinho de uma figa! Como você se Assinale a alternativa em que não se emprega (Oswald de Andrade)
chama?” o fenômeno linguístico tratado no texto. e) “Dê-me um cigarro / Diz a gramática / Do
a) Aladarque Cândido dos Santos, enfermei- professor e do aluno / E do mulato sabido”
2 É bom quando a gente volta da escola, não ro, apresentou-se como voluntário para a mis- (Oswald de Andrade)
tem nada de bom passando na TV normal, aí a são de paz. Não tinha nada a ver com o pato e
gente pega e liga a TV a cabo, que tem sempre morreu em terra estrangeira envergando o E Assinale a alternativa correta sobre lin-
alguma coisa boa pra ver. uniforme brasileiro. guagem popular.
(Sérgio Cleto Jr.) b) Uma vez um passageiro me viu na cabine, a) É usada informalmente pelos falantes de
não se conteve e disse: “Como você se parece
uma comunidade e obedece rigidamente às
Tem um monte de esportes que eu adoro, com a Carolina Ferraz!”
normas gramaticais.
principalmente futebol e tênis. c) Chega de nhenhenhém e blablablá, vamos
trabalhar. b) Não incorpora os registros coloquiais.
(Diego Derenzo)
d) Há muitos projetos econômicos visando às c) É usada espontânea e fluentemente pelo
Sobre as falas acima, pode-se afirmar que classes menos favorecidas, mas no final quem povo, mostrando-se quase sempre rebelde às
a) são exemplos do padrão culto da língua. dança é o pobre. normas gramaticais.
b) representam o uso da linguagem vulgar, e) Cara, se, tipo assim, seu filho escrever d) É ensinada nas escolas, carregada de ví-
pois refletem a pouca cultura de quem emitiu como fala, ele tá ferrado. cios, expressões vulgares e gírias.
as mensagens. e) É utilizada pelos intelectuais em textos
c) são construções típicas do português fa- D Assinale a alternativa em que não se veri- filosóficos e didáticos.
lado, ou seja, da linguagem coloquial. fica o uso de linguagem coloquial:

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Módulos no Portal Objetivo PORT1M216 e PORT1M217


28 e 29 – Pronomes relativos / Níveis de linguagem II
1 Classifique os pronomes destacados. 3 Preencha os espaços pontilhados com os 5 Corrija as frases incorretas do exercício
Passemos por alto sobre os anos que pronomes relativos onde ou em que. Lembre- anterior.
decorreram desde o nascimento e batizado do se de que o relativo onde só deve ser usado
F (FUVEST) – Em que frase o espaço em
nosso memorando, e vamos encontrá-lo já na quando o antecendente indica lugar.
branco deve ser preenchido apenas com
idade de sete anos. Digamos unicamente que a) O clube _______________________ nado
pronome relativo e não com pronome relativo
durante todo este tempo o menino não des- é perto de minha casa.
regido de preposição?
mentiu aquilo que anunciara desde que b) A solução ____________________ pensei
a) Trata-se de joias de família ____________
nasceu: atormentava a vizinhança com um não é adequada à situação.
jamais me desfarei.
choro sempre em oitava alta; era colérico; c) Não conheço a rua __________________
b) O candidato expôs planos _____________
tinha ojeriza particular à madrinha, a quem João mora.
ninguém confiou.
não podia encarar, e era estranho até não d) O país _____________ fui passar as férias
c) Nesta rua, os serviços ________________
poder mais. é maravilhoso.
você tem acesso são inúmeros.
(Manuel Antônio de Almeida, e) Nagasaki é a cidade _________________
d) Foi positivo o resultado _______________
Memórias de um Sargento de Milícias) soltaram bombas atômicas.
a empresa atingiu.
f) A questão ___________________ você se
e) Eis o documento ____________________
2 Assinale a alternativa que completa cor- concentrou não era relevante.
cópia me refiro.
retamente as três frases que se seguem.
O século ____________ vivemos tem trazido G Assinale a alternativa incorreta quanto ao
grandes transformações ao planeta. 4 (IME) – Indique a frase em que o pronome emprego do pronome relativo:
O ministro reafirma a informação __________ relativo está empregado corretamente. a) O músico a cujo talento aludimos acaba de
o presidente se referiu em seu último pronun- a) Feliz o pai cujo os filhos são ajuizados. lançar novo CD.
ciamento. b) É um cidadão em cuja honestidade se pode b) A tese sobre cujos argumentos seu livro se
Todos lamentavam a morte do editor _______ confiar. apoiava eram discutíveis.
publicou obras importantes do Modernismo. c) Comprou uma casa maravilhosa, cuja casa c) Falava-se sobre o delinquente a quem se
a) onde – a que – que lhe custou uma fortuna. atribuíam os mais graves delitos.
b) onde – a que – cujo d) Preciso de um pincel delicado, sem o cujo d) Os crimes onde mais se viola a lei são os
c) em que – que – o cujo não poderei terminar o meu quadro. menos discutidos.
d) em que – a que – que e) Os jovens, cujos pais conversei com eles, e) Os depoimentos de que dispúnhamos eram
e) em que – de que – o qual prometeram mudar de atitude. insuficientes.

1 (UFF) – Há exemplo de registro coloquial 2 O juiz refere-se ao “uso indevido do b) “...após seis meses, todo aposentado sobe
no seguinte trecho: pronome”. Indique a frase em que ocorre o pelas paredes e implora para voltar a tra-
a) O verdadeiro autor da peça foi o escritor de erro e faça a devida correção. balhar.”
discursos presidenciais H. Daryl. c) “Os americanos, ano após ano, trabalham
b) Cem mil pessoas morreram quase instan- seis horas a mais em relação ao ano anterior.”
taneamente. d) A gente achava tudo um horror.
c) A Segunda Guerra acabou, começava a e) Me informaram que o pessoal conseguiu se
guerra fria. arranjar.
d) Aconselhado por Jimmy Byrnes (secretário
de Estado), o presidente queria mostrar aos
soviéticos que não apenas tinha a bomba, mas I. A língua falada é mais solta, livre, espon-
tinha peito para usá-la. tânea e emotiva, pois reflete contato humano
e) A bordo do navio Augusta, no retorno para direto.
os EUA depois de participar da cúpula aliada II. A língua escrita é mais disciplinada, obe-
em Postdam (Alemanha), Truman autorizou o dece às normas gramaticais impostas pelo
bombardeio. padrão culto, dela resultando um texto mais
bem elaborado.
III.A linguagem culta, eleita pela comunidade
como a de maior prestígio, reflete um índice
de cultura a que todos pretendem chegar.
IV. A linguagem popular é usada no cotidiano,
3 Em uma das falas da tirinha, há uma forma
não obedece rigidamente às normas gramati-
de uso popular ou coloquial não aceita no
cais.
padrão culto da língua. Identifique a palavra
ou expressão e corrija a frase.
E Sobre as afirmações acima:
a) apenas I e II estão corretas.
D Assinale a única alternativa em que não b) apenas II e III estão corretas.
ocorre o emprego de expressões coloquiais. c) apenas II, III e IV estão corretas.
a) “Nós, enquanto isso, continuaríamos con- d) apenas III e IV estão corretas.
denados a dar duro oito horas por dia...” e) todas estão corretas.

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Módulos
PORTUGUÊS 31 e 32
F1 Pronomes – exercícios / Ambiguidade

Exercícios Complementares no Portal Objetivo PORT1M218 e PORT1M219


Orientação: O exercício 1 baseia-se na tira 2 (UFPA) – Em “… os que creem que é Em relação ao termo destacado, a classifica-
de Miguel Paiva: possível distinguir de modo absoluto o bem do ção e a justificativa de seu uso são as seguin-
mal…”, a palavra grifada classifica-se, morfo- tes:
GATÃO DE MEIA-IDADE / Miguel Paiva logicamente, como a) artigo definido, pois determina um subs-
a) pronome indefinido plural. tantivo subentendido na oração.
b) artigo definido plural. b) pronome demonstrativo, pois substitui a
c) artigo indefinido plural. ideia expressa na oração anterior.
d) pronome demonstrativo plural. c) pronome pessoal, pois substitui um subs-
e) pronome pessoal oblíquo átono de 3.ª tantivo subentendido na oração anterior.
pessoa do plural. d) pronome demonstrativo, pois situa crono-
logicamente a ação do verbo “fazer”.
e) artigo definido, pois substantiva o verbo
3 (UFRJ) – No período: “Luísa e Maria “fazer”, determinando-o.
estudaram na Europa: esta em Paris, aquela em
Roma”, entende-se que E (PUC-RJ) – Frequentemente, frases como
a) Luísa estudou em Roma. as apresentadas abaixo são proferidas em
b) Maria estudou em Roma. conversações informais. Num texto formal
c) Luísa estudou em Paris. escrito, porém, são inadequadas. Reescreva-
d) Luísa e Maria estudaram em Roma. as, sem modificar o seu sentido e pontuação,
e) Luísa e Maria estudaram em Paris. mas adequando-as ao padrão da língua escrita.
a) A menina que eu gosto dos olhos dela
ainda não chegou.
4 Há quem pense que as empresas jornalísti- b) O homem que eu telefonei para ele ontem
1 O pronome relativo onde (primeiro qua- cas, ao promover o uso de jornais na edu- não estava em casa.
dro) foi empregado corretamente? Justifique e, cação, o fazem unicamente com o objetivo de c) A rua que eu gosto de correr é toda arbo-
se necessário, reescreva a frase, corrigindo-a. criar o leitor do futuro. rizada.

3 (CÁSPER LIBERO) – Por vezes, pe- b) Um carro de marca alemã sempre tem seu
quenos descuidos podem ocasionar problemas preço, mas não preço do comprador.
de ambiguidade de sentido em certos períodos. c) Pede-se que alguém diga o preço que aceita
Dos trechos abaixo, extraídos do livro pagar por algo, mas também se pede a alguém
Comunicação em Prosa Moderna (de Othon que diga o preço pelo qual aceita vender-se.
M. Garcia), apenas um não permite dupla d) Pede-se a alguém que diga apenas o preço
interpretação. Indique-o. pelo qual aceita vender algo de que seja dono.
a) Para não ser mordido, o cão teve de ficar e) O pronome “seu” dificilmente gera ambi-
acorrentado. guidade e o professor Pasquale está equivo-
b) Ao sair de casa, deixou o fogão aceso. cado.
c) Depois do exame, o médico lhe disse que
estava esperando bebê. E A ambiguidade não é, necessariamente, um
d) Desde os três anos, meu pai já me ensinava defeito dos textos. Em muitos deles – nos pu-
a ler. blicitários, principalmente –, jogos de palavras
e) Carlinhos, personagem principal, contava envolvendo o duplo sentido tiram proveito
quatro anos de idade, quando o pai, desequili- desse recurso, produzindo textos criativos e
brado mental, matou sua mãe. curiosos, que prendem a atenção do leitor e fa-
1 A propaganda acima é ambígua. vorecem o consumo dos bens e serviços anun-
a) Identifique a palavra ou expressão que im- 4 (FADISC) – O professor Pasquale aponta ciados. Todas as alternativas abaixo exempli-
prime duplo sentido ao texto. uma frase de uma peça publicitária da ficam essa utilização da ambiguidade, exceto:
b) Dê os dois significados que o termo Volkswagen: a) No dia dos pais, dê notícias ao seu pai.
ambíguo sugere. “Diga seu preço”, como exemplo das que (Assinatura de jornal)
apresentam ambiguidade de sentido devido ao b) Tem coisas que só a PHILCO faz por você.
2 (UFV) – Alguém afirma: “Eu vi o crime da uso do pronome “seu”. (Televisor)
varanda”. c) Peça ao seu professor pra passar. (propa-
Devido à ambiguidade do enunciado, pode-se A explicação que melhor define a ambiguida- ganda de perfume)
pensar em duas hipóteses. de da frase é: d) Dessa escola todo mundo sai falando bem.
a) Quais são elas? a) A intenção da mensagem em dizer que o (Escola de idiomas)
b) Qual o termo da oração responsável pela comprador se dispõe a pagar uma quantia X e) Quem tem cabeça, investe em gado.
ambiguidade? por um carro de marca alemã. (Fazenda Boi Gordo)
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Módulos no Portal Objetivo PORT1M220 e PORT1M221


34 e 35 – Verbos I – presente / Narração
1 “É necessário que as mães _____________ b) está no pretérito, indicando uma ação du- g) Eu não _______________________ neste
histórias aos filhos, principalmente as que rativa ou repetitiva que começa num passado banco. (caber)
____________ um fundo de verdade, ou seja, mais ou menos distante e perdura ainda no
a mesma verdade que a vida ____________.” momento em que se fala. E (ESPM) – Em meio a um dos depoimentos
As lacunas do texto acima se preenchem cor- c) está no presente, indicando uma verdade nas Comissões Parlamentares de Inquérito em
retamente, na ordem dada, da seguinte maneira: universal. Brasília, o então ministro e deputado federal
a) côntem – contém – contém d) está no presente, indicando que a ação se José Dirceu, ante as acusações, soltou um "eu
b) contêm – contém – contêm dará num tempo futuro. repilo", forma verbal da primeira pessoa do
c) contem – contêm – contém e) está no futuro, indicando que a ação se dará singular do presente do indicativo do verbo
d) cóntem – contem – contém num tempo presente. REPELIR. Dos verbos abaixo, pertencentes ao
e) contem – contém – contém 4 Complete os espaços, utilizando os verbos grupo do verbo REPELIR, um apresenta
dos parênteses no presente do indicativo ou no conjugação errônea. Assinale-a:
2 (UECE) – Estão corretamente grafadas no presente do subjuntivo. a) CERZIR: eu cerzo meu paletó.
singular e no plural as formas verbais do item: a) Hoje, nós, artistas, ________ aqui a fim de b) ADERIR: eu adiro às suas ideias.
a) Qualquer meio de comunicação tem poder. parabenizá-los por esse grandioso evento. (vir) c) COMPETIR: eu compito com você nessa
Quaisquer meios de comunicação teem poder. b) Os palhaços ________________________ carreira.
b) O programa vém do Rio de Janeiro. as crianças internadas que ________________ d) DESPIR: eu dispo a roupa rapidamente.
Os programas vêm do Rio de Janeiro. de cidades distantes. (entreter, provir) e) DISCERNIR: eu discirno um fato do outro.
c) A televisão intervém na vida do povo. c) Os hospitais não __________________ de
As televisões intervêm na vida do povo. recursos, por isso não se _________________ F (FGV) – Leia os versos de Carlos
d) Aquele que retêm o dinheiro controla a fazer cirurgias de emergência. (dispor, Drummond de Andrade.
tudo. predispor) Os amantes se amam cruelmente
Aqueles que retém o dinheiro controlam tudo. d) Os antigos moradores ________________ e com se amarem tanto não se veem.
saudosos os rios que _______________ das Um se beija no outro, refletido.
3 (ESPM) – Na frase: “Qualquer dia desses, montanhas. (rever, ver) Dois amantes que são? Dois inimigos.
passo na sua casa, Jacinto.”, a forma verbal e) As crianças ____________________ pela a) Reescreva os dois versos iniciais, pas-
grifada chegada do Natal. (ansiar) sando-os para a primeira pessoa do plural.
a) está no presente, indicando uma ação mo- f) Espero que tu _______________ ao bairro b) Reescreva os dois últimos versos, substi-
mentânea ou pontual. em que me criei. (ir) tuindo Um por Eu.

(PUCCAMP) – Atenção: As questões de Casemira, lá estava o cachorrinho sentado b) dá nome, a certa altura, ao sentimento que
números 1 a 3 referem-se ao texto seguinte. num canto, com o olhar parado. A certa altura experimentava diante da vida da protagonista.
Leia-o com atenção. do velório o cachorrinho suspirou e disse: c) indica não ser indiferente à solidão em que
– Pobre da Dona Casemira... vivia Dona Casemira.
Dona Casemira vivia sozinha com seu Os parentes e amigos se entreolharam. d) é onisciente em relação a Dudu, mas não o
cachorrinho. Era um cachorrinho preto e Quem dissera aquilo? é em relação à dona do cachorro.
branco que Dona Casemira encontrara na rua Não havia dúvida. Tinha sido o cachorro. e) participa discretamente da ação narrada,
um dia e levara para casa, para acompanhá- – O que... o que foi que você disse? – sem o que não seria possível desenvolvê-la.
la na sua velhice. Pobre da Dona Casemira. perguntou um neto mais decidido, enquanto os
Dona Casemira acordava de manhã e outros recuavam, espantados. 2 Nessa narrativa, a verossimilhança
chamava: – Pobre da Dona Casemira – repetiu o a) deve-se à linguagem de dicção infantil, que
– Dudu! cachorro. – De certa maneira, me sinto um caracteriza a história como um típico caso
O cachorrinho, que dormia na área de pouco culpado... comentado entre crianças.
serviço do apartamento, levantava a cabeça. – Culpado por quê? b) cede lugar ao elemento suprarreal, que
– Vem, Dudu! – Por nunca ter respondido às perguntas possibilita os efeitos de imprevisível humor.
O cachorrinho não ia. Dona Casemira dela. (...) Agora é tarde. c) deve-se à cena do velório, por meio da qual
preparava a comida do cachorrinho e levava A sensação foi enorme. Um cachorro se esclarecem os fatos até então enigmáticos.
até ele. falando! Chamem a TV! d) quebra-se durante o velório, com a inter-
– Está com fome, Dudu? – E por que – perguntou o neto mais ferência dos parentes e amigos.
Dona Casemira botava o prato de comida decidido – você nunca respondeu? e) cede lugar ao humor na cena do velório,
na frente do cachorrinho. – É que eu sempre interpretei como sendo reconstituindo-se imprevisivelmente na última
– Come tudo, viu, Dudu? perguntas retóricas... frase.
Dona Casemira passava o dia inteiro
falando com Dudu. (VERISSIMO, Luis Fernando. O Analista de Bagé. 3 Assinale a alternativa em que se analisa cor-
– Que dia feio, hein, Dudu? Porto Alegre, L&PM Editores, 1981, pp.47-48.) retamente o tipo de humor criado pelo texto.
– Vamos ver nossa novela, Dudu? a) Combinação entre o macabro e o ridículo.
– Vamos dar uma volta, Dudu? 1 O narrador desse texto b) Contraste entre o lírico e o grotesco.
Dona Casemira e seu cachorrinho a) permanece isento em relação ao fatos c) Sequência de clímax e anticlímax.
viveram juntos durante sete, oito anos. Até que narrados, jamais os comentando ou neles d) Contraste entre o macabro e o irônico.
Dona Casemira morreu. E no velório de Dona interferindo. e) Combinação entre o fantástico e o irônico.

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Módulos Verbos II – imperativo /


PORTUGUÊS 37 e 38
F1 Elementos básicos da narração
Exercícios Complementares no Portal Objetivo PORT1M222 e PORT1M223
1 (São Judas) – Não olhe agora, mas você 3 Complete os espaços com o verbo no im- 5 (UNITAU) – Leia os versos abaixo e
está sendo seguido. Caso desejássemos ade- perativo afirmativo ou negativo. assinale a alternativa correta.
quar o pronome pessoal e as formas verbais a) Não _________________ apressadamente
destacadas na frase à 2.ª pessoa do singular, aqueles que te criticam. (julgar) TENTE OUTRA VEZ
teríamos as seguintes alterações: b) _______________ a sua fé em Deus! (pôr)
a) olhes, tu estás. b) olha, tu está. c) Não me ___________________________, Veja,
c) olha, tu estás. d) olhe, tu estás. eu te peço mais uma vez. (abandonar) Não diga que a canção está perdida,
e) olhes, tu está. d) _____________________-me uma cópia Tenha fé em Deus,
daquele contrato que você fez com nossa Tenha fé na vida.
2 (Un. Passo Fundo) – As seguintes máxi- empresa. (enviar) Tente outra vez!
mas foram extraídas e adaptadas do livro Em- e) _________________, agora, pois seu pai Beba,
presários do futuro: como os jovens vão con- chegará daqui a pouco. (ir) Pois a água viva ainda está na fonte,
quistar o mundo dos negócios, de Antoninho f) ________________-me os filmes que te Você tem dois pés para cruzar a ponte
Marmo Trevisan (cf. Veja, 20/12/2000, p. emprestei. (devolver) Nada acabou.
201). (Raul Seixas)
4 (U.E. Maranhão) – No trecho: […] Ca-
Numa delas introduziu-se, para os fins desta chaceiro!… Dispa-se mais depressa! Cumpra a) O autor preferiu empregar a linguagem
prova, um uso do imperativo em desacordo o seu dever!… (Mário de Andrade, “O Poço”) coloquial, daí a utilização da 2.ª pessoa (tu) e
com a norma do padrão culto da língua. Trata- a personagem usou a língua culta nas formas da 3.ª pessoa (você) indiscriminadamente.
se da alternativa: verbais destacadas. b) O autor obedeceu às imposições da norma
a) Procure preservar a autoestima dos outros. Assinale a opção que apresenta também uso culta empregando apenas a 2.ª pessoa do sin-
Você nunca ganhará nada se humilhar alguém. correto do imperativo afirmativo: gular.
b) Não conte com reconhecimentos. Assim, a) Despe-te mais depressa! Cumpre o teu c) O autor respeitou as imposições da norma
você não se frustra e acaba sendo surpreendido dever!… culta empregando apenas a 3.ª pessoa para
pelo elogio. b) Despes-te mais depressa! Cumpres o teu dirigir-se ao receptor.
c) Exercite sua capacidade na difícil arte de dever!… d) O autor respeitou a norma culta, uma vez
receber críticas, expondo suas ideias em c) Despimo-nos mais depressa! Cumprimos o que é permitido empregar simultaneamente a
congressos técnicos. nosso dever!… 2.ª e a 3.ª pessoa do singular quando se tratar
d) Curta as vitórias sempre, e engole as der- d) Despi-vos mais depressa! Cumprai o vosso do imperativo.
rotas. Elas fazem parte da vida. dever!… e) O autor não respeitou a norma culta, pois
e) Não acretide que basta planejar para que e) Dispem-se mais depressa! Cumprem o seu não empregou o pronome pessoal de trata-
tudo aconteça. dever! mento adequado.

As questões 1 e 2 referem-se ao texto apre- a) achasse justo que nem todos se emocionem Peregrinação
sentado a seguir. com a natureza. Manuel Bandeira
COISAS INCRÍVEIS NO b) fizesse um comentário sobre a natureza
O córrego é o mesmo.
feminina em geral.
CÉU E NA TERRA Mesma, aquela árvore,
c) justificasse por que o sentimento de beleza
De uma feita, estava eu sentado sozinho A casa, o jardim.
tem de ser compartilhado.
num banco da Praça da Alfândega quando
d) se lamentasse por sua solidão. Meus passos a esmo
começaram a acontecer coisas incríveis no
e) tecesse uma crítica a quem não se preocupa (Os passos e o espírito)
céu, lá para as bandas da Casa da Correção:
com as mulheres. Vão pelo passado,
havia uns tons de chá, que se foram avinhando
Ai tão devastado,
e se transformaram nuns roxos de insuportá- 2 (ENEM) – O narrador do texto
vel beleza. Insuportável, porque o sentimento Reconhecendo triste
a) relata, observando de longe, os fatos que
de beleza tem de ser compartilhado. Quando Tudo quanto existe
ocorrem ao homem sentado no banco.
me levantei, depois de findo o espetáculo, Ainda ali de mim
b) é testemunha dos fatos vividos pelas pro-
havia umas moças conhecidas, paradas à — Mim daqueles tempos!
tagonistas, que são objetivamente analisadas.
esquina da Rua da Ladeira. c) é o protagonista, que expressa a intensi- 3. (ENEM) – Nesse poema, o poeta se refere
— Que crepúsculo fez hoje! – disse-lhes dade de suas sensações e emoções. a) a uma viagem feita em romaria a um lugar
eu, ansioso de comunicação. d) não faz parte do universo narrado, tratando- sagrado de sua religião.
— Não, não reparamos em nada – res- se, assim, de um narrador em terceira pessoa. b) a um passeio sem destino por uma cidade
pondeu uma delas. – Nós estávamos aqui e) revela conhecimento pleno de tudo o que em ruínas.
esperando o Cezimbra. ocorre com as personagens, até mesmo de seus c) à mesmice de uma cidadezinha qualquer,
E depois ainda dizem que as mulheres igual a tantas por onde já passara.
pensamentos.
não têm senso de abstração... d) a uma triste volta ao seu passado, que lhe
revela quanto de si se perdeu no tempo.
1 (ENEM) – O episódio narrado permitiu Atenção: A questão de número C refere-se ao e) a uma terra distante que, nunca visitada,
que o narrador texto apresentado a seguir. reconhece por ter sido tantas vezes imaginada.
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Módulos no Portal Objetivo PORT1M224 e PORT1M225


40 e 41 – Verbos III – pretérito e futuro / Tempo e espaço da narração
O POETA fotoprotetores começassem a ser usados de 4 (FUND. CARLOS CHAGAS-PR) –
forma regular. Mesmo que você lhe ________________ um
Era uma noite – eu dormia (Folha de S. Paulo, 1.º/11/1998) acordo amigável, ele não ______________.
E nos meus sonhos revia a) proponha – aceitará. b) propor – aceitava.
As ilusões que sonhei! As formas verbais grifadas foram empregadas c) proporia – aceitaria. d) proporá – aceitará.
(…) no texto, respectivamente, para e) propôs – aceitava.
Meu Deus! Por que não morri? a) designar um fato concluído no passado;
Por que no sono acordei? E (FUVEST) – Assinale a alternativa em que
denotar uma hipótese.
(Álvares de Azevedo, Lira dos Vinte Anos,
uma forma verbal foi empregada incorreta-
b) referir-se a um fato momentâneo e incon-
Ed. Núcleo, p. 17.)
mente.
cluído no passado; exprimir a dúvida sobre a
a) O superior interveio na discussão, evitando
sua realidade no presente.
1 (TOLEDO) – Se conjugarmos os verbos a briga.
c) indicar ação durativa no momento presen-
assinalados na 2.ª pessoa do singular, teremos, b) Se a testemunha depor favoravelmente, o
te; designar algo que se pretende ver realizado
respectivamente, réu será absolvido.
no presente.
c) Quando eu reouver o dinheiro, pagarei a
a) dormiste/reviste/sonhaste/morreste/acordaste d) exprimir um fato repetido no passado e no
dívida.
b) dormias/revias/sonhavas/morrias/acordavas presente; indicar, no presente, a consequência
d) Quando você vir Campinas, ficará extasiado.
c) dormias/revias/sonhastes/morrestes/acordastes do ato praticado.
e) Ele trará o filho, se vier a São Paulo.
d) dormias/revias/sonhaste/morreste/acordaste e) enunciar um fato repetido no passado; refe-
e) dormíeis/reviste/sonhamos/morreste/acordaste rir-se a projeções hipotéticas de ações futuras. F (IBMEC) – Não há erro de conjugação
verbal na alternativa:
2 (UNIVALE) a) Os ambientalistas vêm com bons olhos as
O câncer de pele está sendo detectado 3 (UEL-PR) – Pode ser que eu __________ causas indígenas.
em pessoas cada vez mais jovens. Esse é um levar as provas, se você ______________ tudo b) Por falta de oportunidade, o funcionário
fenômeno que está sendo verificado em todo o para que eu ______________ onde estão. não interviu nos comentários do consultor.
mundo. Para Rogério Izar Neves, chefe do a) consiga – fará – descobriria. c) Se a testemunha depor a favor do réu,
departamento de tumores cutâneos do Hospi- b) consiga – fizer – descubra. certamente ele será absolvido.
tal do Câncer de São Paulo, a geração que c) consigo – fizer – descobrir. d) Eles reaveram tudo o que tinham perdido.
chega agora aos 30 anos tomou sol de forma d) consigo – fizer – descubro. e) Se eu dispusesse de algum dinheiro,
exagerada na década de 70, antes que os e) consigo – fará – descobrirei. poderia ajudá-lo.

A lembrança da vida da gente se guarda CONTINHO Numa noite de escuro, Antônio Silvino
em trechos diversos, cada um com seu signo e atacou o Pilar – não houve resistência nenhu-
sentimento, uns com outros acho que nem não Era uma vez um menino triste, magro e ma. A guarda da cadeia correra aos primeiros
se misturam. Contar seguido, alinhavado, só barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na tiros, e os poucos soldados do destacamento
mesmo coisas de rasa importância. De cada soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado ganharam o mato às primeiras notícias do
vivimento que eu real tive, de alegria forte ou na poeira do caminho imaginando bobagem, assalto. (...). Mais para a tarde, o capitão
pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era quando passou um gordo vigário a cavalo: chegou à varanda do sobrado e gritou:
como se fosse diferente pessoa. Sucedido — Você aí, menino, para onde vai essa – Podem encher a barriga. Este ladrão
desgovernado. Assim eu acho, assim eu conto. estrada? que fugiu, me mandou denunciar ao governo.
O senhor que é bondoso de me ouvir. Tem — Ela não vai não: nós é que vamos Agora estou dando um ensino neste cachorro.
horas antigas que ficaram muito mais perto nela. E em seguida mandou sacudir os dois
da gente do que outras, de recente data. O — Engraçadinho duma figa! Como você caixões de níqueis no meio da rua. O povo
senhor mesmo sabe. se chama? caiu em cima das moedas como galinha em
— Eu não me chamo não: os outros é que milho de terreiro. O sobrado, todo iluminado,
me chamam de Zé. era, na noite escura, como de um conto de
1 Nesse fragmento de Grande Sertão: Vere- (Paulo Mendes Campos) fada.
das, de Guimarães Rosa, o narrador sugere, Dona Inês lá dentro, sentada num grande
como efetivamente se verifica na construção 2 Sobre o pequeno conto do autor Paulo sofá, parecia que não era senhora de todos
do romance, que Mendes Campos, é incorreto afirmar: aqueles bens que se consumiam à toa. De
a) a narrativa é linear, há uma rigorosa suces- a) O índice de espaço amplo é “sertão de madrugada, o cangaceiro saiu com o seu
são cronológica de episódios. Pernambuco”, o espaço restrito está registrado grupo. Então, quando se viu livre da pressão,
b) a narrativa segue o esquema tradicional de no trecho “a poeira do caminho”. a velha, como água que rompesse um balde de
divisão da obra em partes, capítulos etc. b) O índice de tempo cronológico aparece em açude, caiu num pranto desesperado em
c) a narrativa, como a memória do narrador, “meio-dia”. soluços que enchiam a rua de pena.
não segue um processo linear, cronológico. c) O diálogo presentifica o momento da
história. (José Lins do Rego)
d) as referências ao ato de contar e a constru-
ção do romance são totalmente independentes. d) Há trechos descritivos em “menino triste,
e) a narrativa é em flashback, portanto, as magro e barrigudinho” e “gordo vigário”.
lembranças devem ser contadas em sequência. e) A fala do padre “Engraçadinho de uma 3 Transcreva do texto dado as expressões
(Tempo cronológico) figa!” apresenta registro de linguagem formal. que indicam tempo.

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Módulos
PORTUGUÊS 43 e 44
F1 Verbos IV – formas nominais / Enredo

Exercícios Complementares no Portal Objetivo PORT1M226 e PORT1M227


Se eu encontrar ela, vou estar contando c) Nosso grupo tinha incluso seu nome na ora outro, sobre a nuca enquanto a carne lhe
que você ligou. lista. fervia toda, fibra por fibra, titilando.
d) Ela tinha enxuto as louças após o almoço. (AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço, 25. ed.
1 (UNAERP) – O período acima, com e) A mulher estava envolvida em seu xale. São Paulo, Ática, 1992, p. 72-3.)
visíveis marcas de oralidade, reescrito se-
gundo as normas da língua culta encontra sua 3 (ITA) – Nesse trecho, o efeito de movi-
Ela saltou no meio da roda, com os
melhor forma em: mento rápido é obtido por verbos empregados
braços na cintura, rebolando as ilhargas e
a) Encontrando-a, vou estar contando que vo- no tempo ou modo
bamboleando a cabeça, ora para a esquerda,
cê telefonou. a) pretérito perfeito do indicativo.
ora para a direita, como numa sofreguidão de
b) Quando encontrá-la, conto que você tele- b) gerúndio.
gozo carnal, num requebrado luxurioso que a
fonou. c) presente do indicativo.
punha ofegante; já correndo de barriga
c) Quando eu a encontrar, conto que você ligou. d) infinitivo.
empinada; já recuando de braços estendidos,
d) Se eu a encontrar, vou estar contando que e) pretérito imperfeito do subjuntivo.
a tremer toda, como se fosse afundando num
você telefonou. prazer grosso que nem azeite, em que se não D (ENEM) – A forma verbal sublinhada tem
e) Se eu a encontrar, contarei que você ligou. toma pé e nunca encontra fundo. Depois, a força do imperativo em:
como se voltasse à vida soltava um gemido a) Ora, direis, ouvir estrelas...
2 (FE MACHADO SOBRINHO) – Está prolongado, estalando os dedos no ar e ver- b) Ao toque do sinal, entrar na classe.
correto o emprego do particípio em: gando as pernas, descendo, subindo, sem nun- c) É preciso que eles venham comigo ao aero-
a) A polícia havia disperso os manifestantes. ca parar os quadris, e em seguida sapateava, porto.
b) A verdadeira história ficou omissa todos miúdo e cerrado, freneticamente, erguendo e d) Serão expulsos, caso assim se comportem.
esses anos. abaixando os braços, que dobrava, ora um, e) Lembrar não me traz de volta o passado.

(FACULDADE MACHADO SOBRINHO) – distinguir o que cada um apresentava de par- qual delas ajustara primeiro um corte de
Leia o seguinte texto de Paulo Mendes Campos. ticular. Faziam a mudança, não eram amigos, vestido; sabe-se que o ajuste foi vago, tanto
nem inimigos, dos meus trastes, não amavam que o dono da loja imaginou ter as mãos livres
MUDANÇA aquele vaso, tarde de maio em Minas depois para vendê-lo a outra pessoa. (...)
Meu primeiro impulso era tocar do apar- de ter chovido um pouco, como não tinham Quando a primeira mandou buscar o vestido,
tamento aquele homem corpulento, de voz qualquer antipatia (e as aversões criam soube que a amiga o comprara. A culpa, se a
gorda, o inimigo que me expulsava de casa. também uma secreta aliança) da bandeja havia, era do vendedor; mas o vestido era pa-
Mas fiquei firme. trabalhada que nos deram de presente. ra um baile, e no corpo de outra fez maravi-
Examinou as peças, cheirou os móveis com Às vezes paravam na faina, exibiam uma lhas; todos os jornais o descreveram, todos
um nariz experiente, fez o preço. Pegou o bugiganga qualquer, perguntavam com louvaram o bom gosto de uma senhora distin-
telefone, deu instruções à companhia, acres- violência: "Isto vai?" ta, etc... Daí um ressentimento, algumas
centando com meio desprezo: “O que tem Vai, eu respondia com raiva, vai tudo ou palavras, frieza, separação. O paroquiano,
mais aqui é livro.” não vai nada. Porque em mim, como reação que, além de boticário, era filósofo, tomou
Em meia hora os bárbaros chegavam. àquele amor súbito e exagerado, brincava nota do caso para contá-lo aos amigos.
As coisas estavam acomodadas em sua ve- uma vontade de atear fogo naqueles objetos Outros dizem que era tudo mentira dele.
lhice e discretamente compunham um lar; que me submetiam a um passado e me for- (Machado de Assis, Duas Juízas.)
mas, reviradas, empilhadas, foi como se as çavam ao compromisso de um futuro.
desnudassem brutalmente, para mostrar os B As expressões em destaque – ... sabe-se que
Atear fogo em mim. De que adianta mudar,
ridículos e os estragos do tempo. Era triste e o ajuste foi vago, tanto que o dono da loja
se carrego comigo as minhas coisas e a Coisa?
chocante. imaginou ter as mãos livres para vendê-lo a outra
Se carrego a mim mesmo? Eu – traste inútil de
Quando agarraram o armário, este perdeu pessoa. – permitem o reconhecimento do fato e
minha vida, o mais gasto, manchado e ridículo.
a compostura e cambaleou: tinha um pé torto, do boato. Assinale a alternativa que faz essa
identificação de modo coerente com o texto.
coitado. Do Cristo de Chagall caiu uma chuva 1 Enredo é o roteiro de ações das persona-
espessa de pó. Uma gaveta revelou três a) O fato é que as pessoas comentam que o
gens, é a sequência dos atos que as persona- dono da loja teria imaginação criativa; o boato
baratas tontas e rápidas como um pesadelo. gens realizam. Faça um resumo do texto é que o contrato fora desfeito.
Aquele armário estava tão sujo, tão melan- anterior. b) O fato é que as duas senhoras eram desafe-
colicamente sujo e não sabíamos.
tas; o boato era que o paroquiano era mentiroso.
A mesa estava manchada demais; a ca- Considere o texto seguinte para responder à c) O fato é que a segunda cliente era melhor
deira estava bamba e boba em suas pernas. questão B. pagadora; o boato é que o paroquiano presen-
Oh desagradável e contínua surpresa! ciara o caso.
Viver, filosofei pela rama, é colecionar Um paroquiano curioso tratou de indagar se d) O fato é que o trato feito com a primeira
ruínas. Os carregadores não tinham filosofia, além das causas de estímulo religioso, alguma cliente fora desrespeitado pelo dono da loja; o
eram os coveiros profissionais de um certo outra houve [para a inimizade entre as duas boato é que as mulheres se conheciam.
espaço meu, de um certo tempo meu. senhoras]; e veio a saber que as duas damas, e) O fato é que as medidas do vestido estavam
Agarravam os objetos com as mãos encar- amigas íntimas, tinham tido uma pequena desajustadas; o boato é que o vestido foi um
didas e nodosas num gesto impessoal, sem questão, por causa de um vestido. Não se sabe sucesso no baile.
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Módulos no Portal Objetivo PORT1M228 e PORT1M229


46 e 47 – Advérbio I / Análise de um texto narrativo (conto)
1 O advérbio é palavra invariável que são, respectivamente, advérbio de tempo e 6 (UNIRP) – Indique o significado da pala-
modifica o verbo, o adjetivo ou outro advér- pronome de tratamento. Essas mesmas classes vra só em cada uma das frases:
bio. gramaticais ocorrem em: I. Só Maria não veio à aula.
a) Depois da tempestade, vem a bonança. II. Maria foi só ao cinema.
Considerando o que foi dito, grife os advér- b) Quem tudo quer tudo perde. III. Maria só foi ao cinema.
bios ou locuções adverbiais. c) Peço a permissão de Vossa Senhoria. a) tão somente – unicamente – sozinha
a) Ela é antenciosa, mas fala demais e alto. d) Outrora, Vossa Excelência era mais tole- b) somente – sozinha – tão somente
b) Ele chegou meio aborrecido e muito tarde. rante. c) sozinha – tão somente – somente
c) A interpretação da obra era bastante difícil. e) Aquela senhora é muito sensível. d) sozinha – unicamente – somente
d) Ela saiu só, porque ele só pensa em futebol. e) tão somente – unicamente – somente
e) O mestre falou claro sobre assunto tão
controverso. 4 (UFV-MG) – Em todas as alternativas há (MACKENZIE)
dois advérbios, exceto em: I. Somente Márcia escreveu a carta.
2 (PUC) – Nos trechos …numa homenagem a) Ele permaneceu muito calado. II. Felizmente Márcia escreveu a carta.
também aos salgueirenses que, no Carnaval b) Amanhã, não iremos ao cinema. III. Lamentavelmente tudo terminou.
de 1967, entraram pelo cano/ … deslumbram, c) O menino, ontem, cantou desafinadamen- IV. Tudo foi terminando lentamente.
saboreiam, de Madureira à Gávea, na unidade te.
do prazer desencadeado, assinale a alternativa d) Tranquilamente, realizou-se, hoje, o jogo. G Em I, II, III e IV, os advérbios destacados
que indica função sintática de adjunto adver- e) Ela falou calma e sabiamente. expressam, respectivamente,
bial dos termos que, entre vírgulas, exprimem a) ponto de vista; modo da ação; modo da
circunstâncias de ação; modo da ação.
a) tempo/lugar. 5 (MACKENZIE) – Indique a única alter- b) modo da ação; ponto de vista; ponto de
b) tempo/modo. nativa em que há um advérbio modificando vista; ponto de vista.
c) lugar/assunto. um adjetivo. c) exclusão; ponto de vista; ponto de vista;
d) companhia/tempo. a) Ele falava bastante rapidamente. modo da ação.
e) intensidade/lugar. b) Um pão bem quente com manteiga. d) modo da ação; modo da ação; exclusão;
c) Os homens trabalhavam muito bem. ponto de vista.
3 (ISE-Arujá) – Na frase “Hoje o samba d) Ele agiu calma e decididamente. e) exclusão; exclusão; modo da ação; modo
saiu procurando você”, as palavras destacadas e) Você esteve bem mal hoje. da ação.

Um jornal do Rio publicou, não há diretor, a informação de que ninguém na reda- b) o redator-chefe cometera.
muito, na manchete, a locução adverbial “à ção era responsável. Em consequência, cha- c) ele achava que tinha sido cometido.
beça”, com cê-cedilha, como manda o figu- maram o chefe da revisão. E o diretor foi seve- d) o chefe da revisão não percebera.
rino. O diretor foi à redação, reclamar do ro: e) ninguém na redação havia percebido.
redator-chefe: — O senhor viu “beça”, com cê-cedilha,
— O senhor viu a manchete? na manchete?
2 (UNIMEP) – “Passei a notícia pelo tele-
— Vi. — Vi, sim, senhor. Vi em cima da hora. Se
fone.” Esta desculpa dada pelo repórter indica
— Quem é o responsável? não chego a tempo, saía com dois esses...
que
O redator-chefe chamou o editor. O diretor perdeu o rebolado. Esperava
a) não se comete erro de grafia quando se
— O senhor viu? tudo, menos aquela informação de que os dois
fala.
— Vi. esses estariam errados. Mas não perdeu a
b) há pessoas que escrevem como falam.
— Quem é o responsável? dignidade de diretor:
c) as pessoas devem falar como escrevem.
O editor chamou o secretário: — Espero que isso não se repita.
d) nem todos ouvem direito quando conver-
— Viu? — Isso o quê?
sam ao telefone.
— Vi. — O senhor ser forçado a trocar letras
e) o erro foi do redator-chefe que não leu a
— Quem é? em cima da hora.
matéria previamente.
O secretário chamou o chefe do “copy- — Sim, senhor.
desk”: Afastou-se o diretor, pisando forte. O
— Viu? chefe da revisão voltou ofendido e bradou,
— Vi. zangado, para os subalternos: 3 (UNIMEP) – “Em consequência, chama-
— Quem? — Por causa de “bessa” com “ss”, o ram o chefe da revisão”, porque ele
O chefe do “copy-desk” chamou um diretor me espinafrou à beça. Espero que isso a) havia cometido um erro grave.
sofredor de sua seção: não se repita. b) fora desleixado e deixara passar o erro.
— Quem? (Nestor de Holanda, c) devia ter evitado que a manchete saísse
O reescrevedor chamou o repórter: “A Ignorância ao Alcance de Todos”) errada.
— Passei a notícia pelo telefone. d) era encarregado de evitar que o jornal saís-
Assim, voltou, do reescrevedor para o 1 (UNIMEP) – O diretor do jornal foi se com erros.
chefe do “copy-desk”, deste para o secretário, reclamar de um erro que e) mexera na manchete sem autorização do
para o editor, para o redator-chefe e para o a) saíra na manchete do jornal. diretor.

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Módulos O Cancioneiro Geral de Garcia Resende /


PORTUGUÊS 17 e 18
F2 Contos de Machado de Assis: “A Cartomante”
Exercícios Complementares no Portal Objetivo PORT1M230 e PORT1M231
Leia o texto seguinte e preencha as lacunas mente em versos redondilhos (maiores, de 7 2 Esse cancioneiro reúne a chamada “poesia
dos exercícios de 1 a 6. sílabas, ou menores, de 5 sílabas). A redon- ___________________”, já que era praticada
Cancioneiro é a designação usada para dilha (poema composto em versos redon- nas cortes dos palácios.
uma coletânea de canções ou de poemas. No dilhos), especialmente a maior, domina de fato
século XVI, publicou-se uma grande antologia o cancioneiro de Resende. 3 Nesse período, como a poesia já se havia
de poemas de muitíssimos poetas — entre os Quanto aos temas, ao lado de sátiras de desligado da ________________, os poemas
quais Garcia de Resende, que organizou a obra assunto variado e às vezes muito graciosas, eram _______________________ em voz alta
—, todos eles ativos no fim do século XV e avultam as composições amorosas, em que se nas cortes dos _________________.
início do século XVI na corte de Portugal. nota a influência de Petrarca (poeta italiano do
século XIV), com sua “concepção do amor
Esse é o chamado Cancioneiro Geral de 4 Essas composições podiam ser satíricas ou
Garcia de Resende. desinteressado ou ligado a um objeto inaces-
sível, saboreando-se a si mesmo, deliciando-se falar de __________, e, neste último caso,
Esse cancioneiro nada tem a ver com os nota-se a influência de __________________,
primitivos cancioneiros trovadorescos. Nele, no sofrimento e na autocontemplação, contra-
ditório porque goza com o próprio sofrer” poeta italiano. Um tema que passou a ser
temos uma grande amostra da chamada explorado nessa nova poesia portuguesa diz
“poesia palaciana”, ou poesia de corte, que se (Antônio José Saraiva).
As sutilezas psicológicas com que é respeito aos conflitos psicológicos do
praticou em Portugal no período imediata- indivíduo, entre eles a divisão ou cisão do
mente anterior ao do chamado Classicismo. tratado o tema do amor são novidade na poesia
portuguesa, como exemplificam os textos cujo ______.
Trata-se de uma produção poética que pode
ser considerada pré-clássica, pois nela já se tema é a divisão do eu, o conflito interior.
encontram alguns dos componentes que Dentre os 286 poetas que figuram no 5 A forma poética que predomina nessa
caracterizarão a poesia do período posterior. Cancioneiro Geral, os mais famosos são coletânea é a redondilha, composição com
O livro foi publicado em 1516 e contém Bernardim Ribeiro (também autor de um versos de _________ ou _________ sílabas
textos de uma época em que a poesia já se admirável romance, Menina e Moça), Sá de métricas.
desligara do acompanhamento musical: são Miranda e Gil Vicente.
textos para serem lidos ou recitados em voz 6 Entre os 286 poetas que figuram no
alta. Encontramos no Cancioneiro Geral 1 Em 1516, no século ______, foi publicada Cancioneiro Geral, os mais famosos são
composições com mote (tema, enunciado nos uma coletânea de poemas organizada pelo ____________________________________ ,
versos iniciais) e glosa ou voltas (variações ou poeta __________________________. A essa ___________________________________ e
desenvolvimentos em torno do tema), geral- coletânea se chamou ___________________ . ______________________________ .

Texto para os testes 1 e 2. 1 (PUC-MG – modificado) – Sobre o trecho Texto para o teste C.
transcrito, todas as alternativas são corretas,
A luz era pouca, os degraus comidos dos exceto: (...) Um dia, fazendo ele [Camilo] anos,
pés, o corrimão pegajoso; mas ele [Camilo] a) Camilo está sem condições emocionais de recebeu de Vilela uma rica bengala de
não viu nem sentiu nada. Trepou e bateu. Não analisar a situação por que passa. presente, e de Rita apenas um cartão com um
aparecendo ninguém, teve ideia de descer; b) O aspecto sombrio da salinha pode ser vulgar cumprimento a lápis, e foi então que
mas era tarde, a curiosidade fustigava-lhe o intencional, revelando-se a índole desonesta ele pôde ler no próprio coração; não conse-
sangue, as fontes latejavam-lhe; ele tornou a da cartomante. guia arrancar os olhos do bilhetinho. (...)
bater uma, duas, três pancadas. Veio uma c) O narrador é imparcial acerca do caráter da Camilo quis sinceramente fugir, mas já não
mulher; era a cartomante. (...) Dali subiram cartomante, só revelando seus traços físicos. pôde. Rita, como uma serpente, foi-se acer-
ao sótão, por uma escada ainda pior que a d) O cenário na casa da cartomante contribui cando dele, envolveu-o todo (...)
primeira e mais escura. Em cima, havia uma para criar uma atmosfera sinistra. Um dia, porém, recebeu Camilo uma carta
salinha, mal alumiada por uma janela, que e) A postura de Camilo vem ao encontro dos anônima, que lhe chamava imoral e pérfido (...)
dava para os telhados do fundo. Velhos tras- interesses da cartomante. (Machado de Assis, “A Cartomante”)
tes, paredes sombrias, um ar de pobreza, que
antes aumentava do que destruía o prestígio. C Considerando o fragmento e o contexto de
A cartomante fê-lo sentar diante da mesa 2 De acordo com o texto, a cartomante era “A Cartomante”, é correto afirmar que
e sentou-se do lado oposto, com as costas “uma mulher de quarenta anos, italiana, a) o recebimento da carta anônima leva Ca-
para a janela, de maneira que a pouca luz de morena e magra, com grandes olhos sonsos e milo a procurar a cartomante.
fora batia em cheio no rosto de Camilo. Abriu agudos”. Os dois últimos adjetivos podem ser b) o bilhete de Rita faz Camilo perceber o
uma gaveta e tirou um baralho de cartas substituídos, respectivamente, por amor que tem por ela.
compridas e enxovalhadas. Enquanto as a) inocentes e graciosos. c) Rita é comparada a uma serpente porque o
baralhava, rapidamente, olhava para ele, não b) singelos e agressivos. desejo dela é arruinar Camilo.
de rosto, mas por baixo dos olhos. Era uma c) devassos e hipócritas. d) Vilela envia a carta anônima com a intenção
mulher de quarenta anos, italiana, morena e d) puros e sábios. de afastar Camilo e salvar o próprio casamento.
magra, com grandes olhos sonsos e agudos. e) dissimulados e penetrantes. e) Camilo se mostra ingênuo ao se deixar
(Machado de Assis, “A Cartomante”) seduzir por Rita e sofre por trair o amigo.

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Módulos no Portal Objetivo PORT1M232 e PORT1M233


19 e 20 – Platão: o “Mito da Caverna” / Contos de Machado de Assis: “Uns Braços”

Releia o texto e as questões estudadas em sala d) investigar o que conhecemos e de que mo- C No “Mito da Caverna”, o diálogo envolve
de aula e responda ao que se pede. do conhecemos é também uma forma de busca duas pessoas. Quem são elas?
de conhecimento.
1 De acordo com as ideias de Platão, é e) o mundo das ideias — o mundo inteligível D O que é a caverna?
correto concluir que — se associa ao universo religioso e aos mitos.
a) o conhecimento pode ser verdadeiro ou E O que os objetos levados pelos carregado-
falso; a opinião, por ser algo pessoal, não pode B Em cada alternativa a seguir, os termos res representam?
ser avaliada como verdadeira ou falsa. mantêm entre si o mesmo tipo de relação,
b) o mundo sensível — o mundo apreendido exceto: F Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da
por nossos sentidos — é o único verdadeiro, a) alegoria – mito. caverna?
pois é o único que podemos ver. b) ilusão – falsidade.
c) tanto a luz da fogueira, no interior da ca- c) luz – conhecimento. G O que é a luz exterior do Sol?
verna, como a luz do Sol podem tornar cegos d) inteligível – sensível.
os homens que buscam conhecimento. e) caverna – ignorância. H O que é o mundo exterior?

Texto para os testes de 1 a 6. dele, os esquecimentos, as distrações, e mais b) sua beleza não era para ser desfrutada por
um incidente, e mais outro, tudo eram sinto- uma criança.
UNS BRAÇOS mas, e concluiu que sim. c) a traição a Borges seria um grande equívo-
Havia cinco semanas que ali morava, e a co.
vida era sempre a mesma, sair de manhã com
1 (UNIFESP-SP) – De início, morar na casa d) Inácio, de fato, desejava vingar-se de Bor-
o Borges, andar por audiências e cartórios, de Borges era solitário e tedioso, o que levou ges.
correndo, levando papéis ao selo, ao distri- Inácio a pensar em ir embora. Todavia, isso e) o marido não a via assim, ao contrário de
buidor, aos escrivães, aos oficiais de justiça. não aconteceu, sobretudo porque o rapaz Inácio.
Voltava à tarde, jantava e recolhia-se ao a) passou a ser mais bem tratado pelo casal
quarto, até a hora da ceia; ceava e ia dormir. após três semanas. 4 (UNIFESP-SP) – Quando se diz, no final
(...) Cinco semanas de solidão, de trabalho b) teve uma educação que não lhe permitiria do texto, que D. Severina concluiu que sim,
sem gosto, longe da mãe e das irmãs; cinco tal rebeldia. significa que ela reconheceu que
semanas de silêncio, porque ele só falava uma c) se pegou atraído por D. Severina, com o a) deveria contar tudo a Borges.
ou outra vez na rua; em casa, nada. passar do tempo. b) Inácio era um desastrado, de fato.
— Deixe estar — pensou ele —, um dia d) gostava, na realidade, do trabalho que c) estava enganada sobre o amor de Inácio.
fujo daqui e não volto mais. realizava com Borges. d) Inácio deveria ser advertido.
Não foi; sentiu-se agarrado e acorrenta- e) sentia que D. Severina se mostrava mais e) Inácio começava a amá-la.
do pelos braços de D. Severina. Nunca vira atenciosa com ele.
outros tão bonitos e tão frescos. A educação
2 (UNIFESP-SP) – Analise as duas ocorrên- 5 (UNIFESP-SP) – A expressão “um prin-
que tivera não lhe permitira encará-los logo cípio de rascunho de buço” indica que o buço
abertamente, parece até que a princípio afas- cias:
“...uma criança!” de Inácio
tava os olhos, vexado. Encarou-os pouco a a) mostrava-o homem formado.
pouco, ao ver que eles não tinham outras “Criança?”
b) não podia ser visto.
mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e Essas duas passagens mostram que c) já estava bem evidente.
amando. No fim de três semanas eram eles, a) tanto os sentimentos de D. Severina como a d) era ainda incipiente.
moralmente falando, as suas tendas de re- sua razão lhe mostravam que Inácio era ainda e) chamava muito a atenção.
pouso. Aguentava toda a trabalheira de fora, muito jovem para se dar às questões do amor.
toda a melancolia da solidão e do silêncio, b) havia duas vozes na consciência de D. Se-
toda a grosseria do patrão, pela única paga de
6 (UNIFESP-SP) – No discurso indireto
verina: uma lhe proibia o desejo; outra o
ver, três vezes por dia, o famoso par de braços. livre, há uma mistura das falas do narrador e
mostrava como possibilidade.
Naquele dia, enquanto a noite ia caindo da personagem, de tal modo que se torna
c) D. Severina via Inácio como uma criança
e Inácio estirava-se na rede (não tinha ali difícil precisar os limites da fala de um e de
apenas, o que a perturbava muito, por sentir-se
outra cama), D. Severina, na sala da frente, outro.
atraída por ele.
recapitulava o episódio do jantar e, pela pri- d) D. Severina rejeitava qualquer possibili- Esse tipo de discurso ocorre em:
meira vez, desconfiou alguma cousa. Rejeitou dade de uma relação com Inácio, já que não a) “No fim de três semanas eram eles, mo-
a ideia logo, uma criança! Mas há ideias que nutria nenhum sentimento pelo rapaz. ralmente falando, as suas tendas de repouso.”
são da família das moscas teimosas: por mais e) havia um embate entre a consciência e a b) “Voltava à tarde, jantava e recolhia-se ao
que a gente as sacuda, elas tornam e pousam. educação de D. Severina, o qual a impedia de quarto, até a hora da ceia; ceava e ia dormir.”
Criança? Tinha quinze anos; e ela advertiu aceitar o amor do rapaz. c) “Deixe estar — pensou ele —, um dia fujo
que entre o nariz e a boca do rapaz havia um daqui e não volto mais.”
princípio de rascunho de buço. Que admira 3 (UNIFESP-SP) – Ao conceber-se bonita, d) “Que admira que começasse a amar? E não
que começasse a amar? E não era ela bonita? D. Severina entendeu que era ela bonita?”
Esta outra ideia não foi rejeitada, antes a) era possível Inácio estar apaixonado por e) “Nunca vira outros tão bonitos e tão
afagada e beijada. E recordou então os modos ela. frescos.”
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Módulos O “mito da caverna” em nossos dias /


PORTUGUÊS 21 e 22
F2 Contos de Machado de Assis: “Conto de Escola”
Exercícios Complementares no Portal Objetivo PORT1M234 e PORT1M235
Texto para as questões de 1 a 6 . Qu’ria que visto fosse, e invisível; a) transforme os versos em prosa;
Qu’ria desenredar-me, e mais me enredo: b) transforme os oxímoros em antíteses, ou
Coitado! que em um tempo choro e rio; Tais os extremos em que triste vivo! seja, mantenha as oposições, sem que elas se
Espero e temo, quero e aborreço1; (Camões) contradigam.
Juntamente me alegro e entristeço; 1 – Aborrecer: aborrecer-se, entediar-se.
De uma coisa confio e desconfio. 2 – Porfiar: discutir acaloradamente. 3 Qual é o tema dos versos?
3 – Quedo: quieto.
Voo sem asas; estou cego e guio; 4 Se o poema apresentasse uma sucessão de
E no que valho mais menos mereço; 1 O poema apresenta uma sucessão de oxí- antíteses, em vez de oxímoros, qual seria o
Calo e dou vozes, falo e emudeço, moros (paradoxos). Aponte, na primeira estro- tema?
Nada me contradiz, e eu porfio2. fe, as expressões que estabelecem paradoxos,
em vez de simples antíteses. 5 Qual é o número de sílabas métricas dos
Qu’ria, se ser pudesse, o impossível; versos?
Qu’ria poder mudar-me, e estar quedo3; 2 Reescreva a primeira estrofe, da seguinte
Usar de liberdade, e ser cativo; maneira: 6 Qual é o esquema de rimas?

Texto para os testes de 1 a 3. nância da descrição física e psicológica da soldados vinham batendo o pé rápido, igual,
personagem. direita, esquerda, ao som do rufo; vinham,
b) narração em primeira pessoa, com predo- passaram por mim e foram andando. Eu senti
Chamava-se Raimundo este pequeno, e era
minância da descrição psicológica. uma comichão nos pés e tive ímpeto de ir atrás
mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo
c) apenas a caracterização física e psicológi- deles. Já lhes disse: o dia estava lindo, e
gastava duas horas em reter aquilo que a ou-
ca, acrescida da descrição do que a persona- depois o tambor... Olhei para um e outro lado;
tros levava apenas trinta ou cinquenta minu-
gem faz, pensa e sente. afinal, não sei como foi, entrei a marchar
tos; vencia com o tempo o que não podia fazer
d) descrição da personagem com interferência também ao som do rufo, creio que cantaro-
logo com o cérebro. Reunia a isso um grande
da dissertação reflexiva do autor, o que consti- lando alguma cousa: Rato na casaca... Não fui
medo ao pai. Era uma criança fina, pálida,
tui uma digressão muito comum em Machado à escola, acompanhei os fuzileiros, depois
cara doente; raramente estava alegre. Entra-
de Assis. enfiei pela Saúde e acabei a manhã na praia
va na escola depois do pai e retirava-se antes.
e) narração em terceira pessoa, descrição e da Gamboa. Voltei para casa com as calças
O mestre era mais severo com ele do que co-
dissertação reflexiva. enxovalhadas, sem pratinha no bolso nem
nosco.
ressentimento na alma. E contudo a pratinha
(Machado de Assis, “Conto de Escola”)
era bonita e foram eles, Raimundo e Curvelo,
3 (FATEC-SP) – “Raimundo gastava duas que me deram o primeiro conhecimento, um
horas em reter aquilo que a outros levava da corrupção, outro da delação; mas o diabo
1 (FATEC-SP) – De acordo com o texto, po- apenas trinta ou cinquenta minutos.” do tambor...
demos afirmar sobre a personagem Raimundo:
a) Era um aluno brilhante; tinha muita faci- Analise o trecho acima e assinale a alternativa (Machado de Assis, “Conto de Escola”)
lidade nos estudos. que apresenta um pronome com classificação
b) Era um aluno medíocre, com grandes chan- e função sintática iguais às do pronome D Considere o conto, em sua totalidade, e o
ces de ser reprovado. destacado. trecho apresentado para assinalar a alternativa
c) Usava o cérebro para vencer suas dificul- a) “Entrava na escola depois do pai e retirava- incorreta.
dades no estudo, causadas pelo grande medo se antes.” a) A corrupção refere-se ao fato de o narrador
que tinha ao pai. b) “Vencia com o tempo o que não podia fazer ter auxiliado Raimundo na lição de sintaxe e
d) Tinha dificuldade para aprender e preci- logo com o cérebro.” ter exigido em troca uma moeda de prata.
sava estudar muito mais do que seus colegas c) “O mestre era mais severo com ele do que b) A delação foi o que fez Curvelo, denun-
para obter o mesmo resultado. conosco.” ciando os colegas ao professor.
e) Unia o tempo à inteligência e nem assim d) “Reunia a isso um grande medo ao pai.” c) O foco narrativo é de primeira pessoa, pois
obtinha sucesso nos estudos. e) “Chamava-se Raimundo este pequeno.” o narrador participa da narrativa como perso-
nagem central.
d) O garoto não fora à escola naquele dia
2 (FATEC-SP) – Quanto aos processos de Texto para o teste D. porque o ambiente externo lhe oferecia inú-
composição do texto, podemos dizer que, no meras possibilidades de diversão.
trecho transcrito, estão presentes os seguintes Na rua encontrei uma companhia do e) “Rato na casaca” é um recurso sonoro que
elementos: batalhão de fuzileiros, tambor à frente, imita o som dos instrumentos musicais do
a) narração em terceira pessoa, com predomi- rufando. Não podia ouvir isto quieto. Os batalhão de fuzileiros.

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Módulos no Portal Objetivo PORT1M236 e PORT1M237


23 e 24 – Camões: entre a “medida nova” e a “medida velha” / Camões: “a mulher que passa”
Nos séculos XV e XVI, a Europa sofreu Para esses autores, a obra terá mais valor gregos e romanos, que tinham ficado esque-
grande transformação social e ideológica, se veicular ensinamentos e verdades que cidos ou relegados a segundo plano durante
assinalando-se o início dos tempos modernos. elevem o conhecimento e contribuam para o toda a Idade Média.
Esse período é conhecido como Renascimento. aperfeiçoamento do gênero humano, de acor- c) O autor clássico busca a expressão pessoal,
A arte do Renascimento tem como ponto do com o preceito de Horácio (poeta romano, livre de regras, valorizando-se a criação ori-
fundamental a promoção dos grandes artistas 65-8 a.C.); deve ser “dulce et utile”. ginal.
antigos a modelos que deviam ser estudados e Sá de Miranda, depois de uma viagem à d) Sá de Miranda foi o introdutor das novi-
imitados (quer dizer, tomados como padrão, Itália (1521-1526), grande centro mundial da dades da literatura renascentista em Portugal,
não copiados). Os escritores da Antiguidade cultura renascentista, introduziu em Portugal a o que fez ao voltar de uma viagem à Itália.
eram chamados clássicos porque suas obras, medida nova, nome dado ao verso de dez e) A atitude racional, universalista, e os prin-
consideradas da mais alta classe, serviam sílabas métricas, o decassílabo. cípios de equilíbrio, ordem, harmonia e cla-
como objeto de análise e imitação nas classes reza são características da arte renascentista.
de estudo. Daí o nome Classicismo que se dá
1 De acordo com o texto, só não é carac-
à arte renascentista. Texto para o teste 3.
terística do Classicismo:
Do princípio da imitação dos antigos,
a) imitação dos clássicos.
decorrem as seguintes características do Para Ezra Pound (poeta e crítico norte-
b) equilíbrio.
Classicismo: atitude racional, universalismo, americano do século XX), um clássico é
c) valores ideais.
equilíbrio, ordem, harmonia, clareza, perfei- clássico não porque esteja conforme a certas
d) subjetivismo.
ção formal, objetividade, ponderação, propor- regras estruturais ou se ajuste a certas
e) racionalismo.
ção, sobriedade, disciplina. A obra de arte é definições (das quais o autor clássico pro-
concebida como imitação da Natureza, regida vavelmente jamais teve conhecimento). Ele é
pela razão, de acordo com as leis do universo. 2 Assinale a alternativa errada. clássico devido a uma certa juventude eterna
O escritor clássico define-se pela conten- a) No Renascimento, os autores greco-latinos e irreprimível.
ção dos seus impulsos subjetivos. Seu desejo foram tomados como modelos a serem imita-
manifesto é o de ser objetivo, pois, para ele, é dos, e eram chamados clássicos porque suas 3 De acordo com o texto, um clássico só não
a obra que vale, não o que ela diz de seu cria- obras eram consideradas da mais alta qua- é dotado de
dor. A arte clássica não pretende diferenciar-se lidade. a) viço. b) energia vital.
e individualizar-se; seu objetivo é sempre b) O termo renascimento deve-se justamente c) vigor. d) imaturidade.
chegar ao geral e ao típico. ao redescobrimento da grande cultura dos e) frescor.

Leia os textos 1, 2 e 3 para responder às A Qual a medida dos versos das estrofes que E Na letra de Vicente Paiva, “os olhos verdes
questões de A a H. compõem as “voltas”? da mulata são cismadores e fatais”. O que
esses atributos revelam sobre essa mulher?
Texto 1 B Faça a escansão da primeira estrofe, de modo
F Em qual dos dois textos o eu lírico empre-
MENINA DOS OLHOS VERDES a comprovar a resposta dada à questão anterior.
ga comparações entre os “olhos verdes” e ele-
MOTE ALHEIO C Os versos são rimados? Justifique sua res- mentos da Natureza? Justifique sua resposta.
posta. G Comparando-se os dois textos, observa-se
Menina dos olhos verdes,
que há entre eles
Por que me não vedes? D Extraia do texto a expressão que remete à a) igualdade métrica.
postura cavalheiresca de submissão do homem b) igualdade rímica.
VOLTAS à sua amada. c) proximidade temática.
Eles verdes são, d) identidade do perfil feminino.
Texto 2
E têm por usança costume e) identidade de contexto.
OLHOS VERDES
Na cor, esperança Texto 3
E nas obras, não. Vem de uma remota batucada
Vossa condição COR DE PRATA
Uma cadência bem marcada
Não é d’olhos verdes Que uma baiana tem no andar. Minha mulata
Porque me não vedes. E nos seus requebros e maneiras, Foi-se embora da cidade
Na graça toda das palmeiras Vejam só que crueldade
Isenções a molhos1 Esguias1, altaneiras, a balançar Foi com outro e me deixou
Que eles dizem terdes, São da cor do mar, da cor da mata, Abandonado
Não são d’olhos verdes, Os olhos verdes da mulata Pela estrada do passado
Nem de verdes olhos. São cismadores e fatais, Vou perdendo a mocidade
Sirvo de giolhos, joelhos E um beijo ardente, perfumado, Na saudade que ficou.
E vós não me credes, Conserva o cravo do pecado (Lamartine Babo, 1931)
Porque me não vedes. De saborosos cambucás. H O que há em comum entre a figura femi-
(...) nina dos versos de Camões e a figura feminina
(Vicente Paiva, 1950)
(Camões) da letra de Lamartine Babo, no que se refere à
1 – Isenção a molhos: indiferença em demasia. 1 – Esguio: algo, delgado. atitude que elas têm perante o eu lírico?

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Módulos Camões: sonetos /


PORTUGUÊS F2
25 e 26 Camões: Os Lusíadas – organização geral do poema
Exercícios Complementares no Portal Objetivo PORT1M238 e PORT1M239
As transformações sociais e ideológicas do O que tem primazia: a razão ou a paixão? português que traduzia forte personalidade de
final do século XV e da primeira metade do raízes nacionais e tradicionais. Essa convi-
século XVI, em Portugal, repercutiram na 3 Errado vai quem julga que o teatro vência ou essa natural compatibilidade de
literatura. Os versos abaixo expressam as Só para divertir o povo rude escritores de boa cepa lusitana e de espírito
principais características da arte que surgiu em Dos antigos poetas foi achado. renascentista faz compreender facilmente os
decorrência dessas mudanças. Descubra-as (...) dois Camões: o dos sonetos renascentistas,
respondendo às questões de 1 a C. Pode nele ensinar-se a mocidade das elegias e das epístolas ovidianas, e o das
Guardar as santas leis, a fé devida redondilhas de caráter medieval; faz
1 À cara pátria, ao príncipe, aos amigos, compreender, dentro de Os Lusíadas, a
A imitação tem sua autoridade Pode nele mostrar-se quanto é feio perfeita conciliação do maravilhoso pagão e
Em seguir só o antigo, o escolhido; O pálido semblante da cobiça, das evocações clássicas, com o sentimento
Ganha assim melhor nome e gravidade Da avareza infeliz, da triste inveja. cristão, e com toda a realidade histórica e
E com razão lhe é mais louvor devido. humana portuguesa.
(Pero de Andrade Caminha) (Correia Garção)
(Soares Amora)
Segundo o poema, quais obras devem ser to- A função da arte se resume a só exprimir bele-
za? Justifique. D No comentário de Soares Amora, a pas-
madas como modelo?
sagem “faz compreender facilmente os dois
Camões” diz respeito
2 Texto para o teste D. a) ao lírico e ao épico.
...siga a veia b) ao sonetista e ao dramaturgo.
Natural, não forçada; o juízo quero (...) ao lado do homem português que se c) ao renascentista e ao medieval.
De quem com juízo e sem paixão me leia. expressava no que assumia de espírito d) ao pagão e ao religioso.
(Antônio Ferreira) clássico, colocou-se, naturalmente, o homem e) ao lírico e ao satírico.

Leia o texto seguinte e responda às questões I – Proposição: o poeta anuncia, em tom 3 O tom com que o poema se encerra é o
de 1 a 3. vibrante e ufanista, o tema de seu canto: os mesmo tom do início da epopeia? Explique.
grandes feitos dos heróis portugueses. O
Os Lusíadas são a primeira tentativa bem- caráter coletivo do herói já é indicado no título D Sobre Os Lusíadas, assinale V (verdadeiro)
sucedida na Europa moderna de construir um do poema; Vasco da Gama é apenas o herói ou F (falso).
poema épico sobre um modelo antigo. Camões individual do maior feito marítimo de toda I. ( ) Sobrevive, em alguns episódios, a
segue os modelos de Homero (a Ilíada e a uma nação. medida velha dos cancioneiros medievais.
Odisseia) e de Virgílio (A Eneida). II – Invocação: é o pedido de inspiração às II. ( ) A narração principia com a partida
A epopeia é poesia heroica, celebra musas portuguesas, as Tágides, ninfas do rio das naus de Vasco da Gama da praia de Belém.
aventuras geralmente guerreiras, cujo sentido Tejo. III. ( ) A narrativa da viagem é cronolo-
grandioso se liga à vida da sociedade a que III – Dedicatória: ao Rei D. Sebastião, gicamente linear.
pertence. O autor épico dá voz aos sentimen- exaltado como símbolo e esperança da pátria. IV. ( ) O poema contém 10 cantos, 1.102
tos gerais; Os Lusíadas nos dão o tom do pen- IV – Narração: compreende três ações estrofes (estâncias ou oitavas), 8.816 versos
samento da época. principais: a viagem de Vasco da Gama às decassílabos, predominantemente heroicos.
O assunto, adequado ao tempo, é a viagem Índias, a narrativa da história de Portugal e as V. ( ) Têm como modelos: a Eneida, de
de Vasco da Gama, feita em 1497-1499, o lutas e intervenções dos deuses do Olimpo. A Virgílio, a Odisseia, de Homero, Orlando
descobrimento do caminho marítimo para as narrativa começa quando Vasco da Gama e os Furioso, de Ariosto, e revelam grande erudi-
Índias, com interpolações da história portu- navegadores estão em pleno Oceano Índico. ção literária, histórica e geográfica.
guesa. Fala de homens reais, cujos feitos V – Epílogo: contém as lamentações e VI. ( ) Têm como fontes históricas os
ultrapassam todos os feitos fictícios dos heróis críticas do poeta, suas exortações ao Rei D. cronistas medievais (Fernão Lopes, Zurara e
mitológicos. Sebastião e os vaticínios sobre as futuras Rui de Pina) e a literatura dos viajantes.
O momento é o Renascimento, época de glórias portuguesas. O tom é pessimista, VII. ( ) É uma obra que traduz uma cultu-
expansão das fronteiras do mundo conhecido desencantado com a decadência do país e com ra exclusivamente livresca, já que seu autor
— expansão do espaço (descobriu-se grande os portugueses de sua época, esquecidos dos viveu muito depois dos fatos narrados no
parte do planeta), no tempo (redescobriu-se valores nacionais. episódio central.
toda a Antiguidade) e no espírito (ampliou-se VIII. ( ) Como Eneias e Ulisses, Vasco da
enormemente o conhecimento e iniciou-se a 1 As epopeias da Antiguidade e da Renas- Gama é o protagonista que concentra em si
investigação científica do mundo). cença celebram heróis individuais — Ulisses, toda a ação épica.
O poema divide-se em 10 cantos, 8.816 Eneias, Orlando. Acontece o mesmo em Os IX. ( ) O título no plural indicia o caráter
versos decassílabos, distribuídos em 1.102 Lusíadas? Explique. coletivo do herói principal — o povo portu-
estrofes, com uma ordem especial de rimas, guês.
chamada oitava-rima (ABABABCC). 2 Na tradição clássica, Calíope era a musa X. ( ) Confluem no poema um ideário
Como impõe a tradição clássica, a epopeia grega da poesia épica. É a ela que Camões nacional, um ideal religioso e um ideal huma-
de Camões tem cinco partes: dirige o seu pedido de inspiração? Justifique. nístico.
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Módulos no Portal Objetivo PORT1M240 e PORT1M241


27 e 28 – Os Lusíadas – o Velho do Restelo / Os Lusíadas – o Gigante Adamastor
Resumo dos cantos de Os Lusíadas: Gigante Adamastor, símbolo da superação Aí se fala do Descobrimento do Brasil.
Canto I do medo ao “Mar Tenebroso” e do domínio do Finalmente, em viagem feliz, os navegantes
A narrativa começa quando os portugueses já homem sobre as crendices medievais e sobre a voltam a Portugal. Camões encerra o poema
estão em alto-mar, tendo já passado o Cabo natureza. Adamastor é o tremendo Tormen- lamentando o estado de decadência do país
das Tormentas. Os deuses reúnem-se no tório (Cabo das Tormentas), mas é também um e conclamando ao Rei D. Sebastião uma
Olimpo para decidir sobre o que fazer com ser palpitante de desejo amoroso, apaixonado grande empresa de salvação nacional.
esses navegantes audaciosos (Consílio dos pela ninfa Tétis, que o rejeita e humilha.
Deuses). Baco (deus do vinho) é contrário aos Canto VI Marque com C as afirmações corretas e com E
portugueses. Vênus (deusa do amor) e Marte Os portugueses seguem viagem. A bordo as erradas.
(deus da guerra) defendem os portugueses. da nau capitânea, o marinheiro Veloso entre- 1 ( ) Quando a ação do poema começa, as
Baco, vencido, vai tramar traições contra os tém seus companheiros com a narrativa cava- naus portuguesas estão navegando em pleno
navegantes. leiresca dos Doze de Inglaterra: doze cava- Oceano Índico, portanto no meio da viagem.
Canto II leiros portugueses vão à Inglaterra resgatar a 2 ( ) Na Ilha dos Amores, após o banquete,
Em Mombaça, Baco prepara suas armadi- honra de doze donzelas inglesas ultrajadas por Tétis conduz o capitão ao ponto mais alto da
lhas. Durante os perigos e provações, o capi- doze cavaleiros bretões. Os navegadores avis- ilha, onde lhe desvenda a “Máquina do
tão roga a proteção da Providência divina e tam Calicute. Mundo”.
agradece por ela ao Deus cristão, mas quem Cantos VII e VIII 3 ( ) Baco é contrário aos portugueses.
atende às suas preces é Vênus, divindade pagã, Os portugueses desembarcam nas Índias e Vênus e Marte os defendem.
meiga e sedutora, que convence Júpiter a são recebidos por governantes do local. Paulo
4 ( ) A narrativa dos Doze de Inglaterra é
ajudar os portugueses. Paganismo e cristia- da Gama, irmão de Vasco da Gama, fala dos
cavaleiresca.
nismo juntos. Em auxílio aos lusitanos, grandes heróis portugueses ao governador de
Júpiter envia Mercúrio, o deus mensageiro, Calicute. Baco instiga os chefes locais contra
5 ( ) Inês de Castro é aquela “que depois
que predispõe os habitantes de Melinde, na os portugueses. Vasco da Gama é feito prisio- de ser morta foi rainha”.
África, a receberem bem os portugueses. O rei neiro e tem de pagar para libertar-se. 6 ( ) O episódio do Gigante Adamastor
de Melinde pergunta a Vasco da Gama sobre a Canto IX simboliza os perigos naturais enfrentados
história de Portugal. Vasco da Gama resolve partir, os portugue- pelos navegantes.
Canto III ses encontram a Ilha dos Amores, lugar para- 7 ( ) O discurso do Velho do Restelo está
Vasco da Gama descreve a Europa e, nessa disíaco, preparado por Vênus como recom- em oposição ao da exaltação da empresa nave-
descrição, inicia um relato sobre a história pensa aos navegantes por seu heroísmo sobre- gadora posta em marcha pela Coroa Portu-
portuguesa, desde a fundação do país. humano. guesa.
Episódio célebre: Inês de Castro — história Canto X
de amor trágico, em que a sociedade massacra Após um banquete
o indivíduo. oferecido aos portugue-
Canto IV ses, uma ninfa anuncia
Vasco da Gama prossegue com a narração as futuras conquistas
da história de Portugal, chegando até o mo- portuguesas. Tétis con-
mento em que o Rei D. Manuel, depois de um duz Vasco da Gama a
sonho profético, encarrega Vasco da Gama de uma elevação e mostra a
organizar uma expedição para o descobri- ele a Máquina do
mento do caminho marítimo para as Índias. Na Mundo, miniatura do
partida das naus, ocorre o episódio famoso do universo, segundo a
Velho do Restelo, na praia do Restelo. concepção ptolomaica,
Canto V visão que antes só os
Destaca-se o relato de alguns aspectos deuses podiam ter. Tétis
notáveis da viagem: passagem do Equador, aponta as regiões onde
tromba marinha, passagem do Cabo das Tor- os portugueses obte- Obs.: O Ceilão corresponde ao atual Sri Lanka.
mentas, em que ocorre o célebre episódio do riam grandes glórias. Na Antiguidade era chamado Taprobana.

1 Como o mar está presente na epopeia de Texto para o teste E. E (FUVEST-SP) – Nesta estrofe, Camões
Camões? a) exalta a coragem dos homens que enfren-
No mar, tanta tormenta e tanto dano, tam os perigos do mar e da terra.
2 Considerando que a épica é o gênero da Tantas vezes a morte apercebida; b) considera quanto o homem deve confiar na
poesia heroica, por que se pode dizer que o Na terra, tanta guerra, tanto engano. Providência divina, que o ampara nos riscos e
episódio de Inês de Castro é pouco épico? Tanta necessidade aborrecida! adversidades.
Onde pode acolher-se um fraco humano, c) lamenta a condição humana ante os peri-
3 O amor tem presença marcante em Os Lu- Onde terá segura a curta vida, gos, sofrimentos e incertezas da vida.
síadas. Que importância lhe é dada no poema? Que não se arme e se indigne o Céu sereno d) propõe uma explicação a respeito do des-
4 Além do episódio de Inês de Castro, men- Contra um bicho da terra tão pequeno? tino do homem.
e) classifica o homem como um bicho da
cione outros dois em que o amor desempenha
(Os Lusíadas) terra, dada a sua agressividade.
papel importante.

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Módulos
PORTUGUÊS 29 e 30
Os Lusíadas – Inês de Castro / Barroco: introdução
F2

Exercícios Complementares no Portal Objetivo PORT1M242 e PORT1M243


Texto para as questões de 1 a 5. 1 A leitura da primeira estrofe permite co- promontórios o choraram”; “águas saudosas”;
nhecer alguns aspectos da vida de D. Afonso I, “lágrimas correndo piedosas”; “chamarão... os
De tamanhas vitórias triunfava rei de Portugal. Assinale os itens que corres- ecos.” – Em todas as expressões citadas está
O velho Afonso, Príncipe subido1, pondem a informações que podem ser depre- presente a seguinte figura de linguagem:
Quando quem tudo enfim vencendo endidas do texto. a) hipérbole. b) gradação.
[andava, c) ironia. d) prosopopeia.
Da larga e muita idade foi vencido: I. D. Afonso I venceu grandes batalhas. e) comparação.
A pálida doença lhe tocava, II. D. Afonso I foi acometido de doença gra-
Com fria mão, o corpo enfraquecido; ve ainda jovem. Texto para a questão F.
E pagaram seus anos deste jeito III. D. Afonso I morreu em idade avançada.
À triste Libitina2 seu direito. IV. D. Afonso venceu a morte assim como Queria perdoar-lhe o Rei benino,
venceu batalhas no campo de combate. Movido das palavras que o magoam;
Os altos promontórios3 o choraram, Mas o pertinaz povo e seu destino
E dos rios as águas saudosas 2 Indique trechos da estrofe que justifiquem (Que desta sorte o quis) lhe não perdoam.
Os semeados campos alagaram os itens que você assinalou. Arrancam das espadas de aço fino
Com lágrimas correndo piedosas. Os que por bom tal feito ali apregoam.
Mas tanto pelo mundo se alargaram 3 No ano em que morreu D. Afonso I (1185) Contra hũa dama, ó peitos carniceiros,
Com fama suas obras valerosas4, ocorreu uma grande inundação. No poema, Feros vos amostrais e cavaleiros?
Que sempre no seu Reino chamarão qual o sentido atribuído a essa inundação?
“Afonso, Afonso”, os ecos; mas em vão. (Camões, Os Lusíadas)
(Camões, Os Lusíadas, Canto III) 4 Por que os chamados serão em vão, como
F No episódio de Inês de Castro, do qual
se afirma no final da segunda estrofe?
1 – Subido: muito ilustre. fazem parte os versos acima, além das razões
2 – Libitina: deusa dos funerais. de Estado, Camões aponta outros fatores que
3 – Promontório: monte. 5 “A pálida doença lhe tocava, com fria mão, concorreram para a morte da personagem.
4 – Valeroso: valoroso. o corpo...”; “pagaram seus anos”; “os altos Aponte dois desses outros fatores.

Releia o texto abaixo, estudado em aula, e 2 Na segunda estrofe, a quem é comparado o reinos; os outros furtam debaixo do seu
responda às questões de 1 a 3. vento (“ar”)? Por quê? risco: estes sem temor, nem perigo; os
outros, se furtam, são enforcados: estes
Discreta e formosíssima Maria, 3 Qual é a metáfora associada ao tempo, na furtam e enforcam.
Enquanto estamos vendo, a qualquer
terceira estrofe? Qual o aspecto, ou quais os
[hora,
Em tuas faces a rosada Aurora,
aspectos, do tempo ressaltado(s) por essa me- D I. No contexto, a expressão “tão mau
táfora? ofício” (linha 6) refere-se à atividade dos pes-
Em teus olhos e boca, o Sol e o dia;
cadores.
Texto para os testes D e E. II. A pergunta do pirata (linhas 8-11) com-
Enquanto, com gentil descortesia,
O ar, que fresco Adônis te namora, prova que ele não era medroso nem estúpido.
Navegava Alexandre em uma pode- III. A frase “Assim é” (linha 11) explicita a con-
Te espalha a rica trança brilhadora,
rosa armada pelo Mar Eritreu a conquis- cordância do autor com a atitude de Alexandre.
Quando vem passear-te pela fria:
tar a Índia, e como fosse trazido à sua pre-
Goza, goza da flor da mocidade, sença um pirata que por ali andava rou- Está correto o que se afirma em
Que o tempo trota a toda a ligeireza, 5 bando os pescadores, repreendeu-o muito a) I, apenas. b) II, apenas.
E imprime em toda flor sua pisada. Alexandre de andar em tão mau ofício; c) I e II, apenas. d) I e III, apenas.
porém, ele, que não era medroso nem e) I, II e III.
Oh, não aguardes que a madura idade lerdo, respondeu assim. — Basta, senhor,
Te converta essa flor, essa beleza, que eu, porque roubo em uma barca, sou
10 ladrão, e vós, porque roubais em uma E I. O autor utilizou-se da narrativa de um
Em terra, em cinza, em pó, em sombra,
armada, sois imperador? — Assim é. O episódio como estratégia argumentativa.
[em nada!
roubar pouco é culpa, o roubar muito é II. A partir de uma ideia geral, o autor chegou
1 O poema anterior, de Gregório de Matos, grandeza; o roubar com pouco poder faz a uma ideia particular.
é, na verdade, uma tradução-adaptação de dois os piratas, o roubar com muito, os III.A pergunta do pirata foi argumento sufi-
sonetos do grande poeta barroco espanhol 15 Alexandres. (...) O ladrão que furta para ciente para o autor inocentá-lo.
Gôngora. Trata-se de um excelente exemplo comer não vai, nem leva ao inferno; os que
do estilo metafórico do Barroco. Na primeira não só vão, mas levam, de que eu trato, Está correto o que se afirma em
estrofe, a beleza do rosto da mulher é descrita são outros ladrões, de maior calibre e de a) I, apenas. b) II, apenas.
por meio de três metáforas. Quais são elas e a mais alta esfera (...) Os outros ladrões rou- c) I e II, apenas. d) I e III, apenas.
que correspondem? 20 bam um homem: estes roubam cidades e e) I, II e III.
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31 e 32 – Gregório de Matos / Antônio Vieira
Texto para as questões 1 e 2 . Texto para as questões 3 e 4. Discorrem em matéria tão travada
Altos entendimentos mais que humanos,
O açúcar já se acabou? ... Baixou. E julgam ter brasões mais soberanos
Que falta nesta cidade? ... Verdade. E o dinheiro se extinguiu? ... Subiu. Uns, que Palas togada3, outros, que armada.
Que mais por sua desonra? ... Honra. Logo, já convalesceu? ... Morreu. (Gregório de Matos)
Falta mais que se lhe ponha? ... Vergonha. 1 – Altercado: disputado.
2 – Miliciano: soldado.
À Bahia aconteceu 3 – Togado: vestido com toga.
O que a um doente acontece:
O demo a viver se exponha, diabo Cai na cama, o mal lhe cresce, E (UnB-DF – adaptado) – Leia as afirma-
Por mais que a fama a exalta, Baixou, subiu e morreu. ções seguintes e assinale a alternativa correta.
Numa cidade onde falta I. Gregório de Matos, expoente da literatura
Verdade, honra, vergonha. brasileira, era temido e odiado, em virtude de
3 Considerando-se que o açúcar era o prin- suas sátiras ferinas e espirituosas. Os versos
cipal produto de exportação do Brasil e que a transcritos apresentam vestígios de sua
1 Os versos acima iniciam um poema de Bahia era a capital do país, diga a que aspecto mordacidade.
Gregório de Matos. Pode-se dizer que se trata da vida nacional se refere a crítica de Gregório II. O texto trata da disputa entre intelectuais e
de uma composição do gênero ____________, de Matos nas estrofes acima. militares pela permanência no governo, o que
contendo crítica à __________________. se confirma por meio do emprego metafórico
de “brasões”.
4 Qual a visão do poeta sobre a situação na- III. Entre os termos “pena” e “Letrados”, e
2 Nas duas estrofes acima, é utilizado um cional? entre “espada” e “Milicianos”, há uma relação
processo barroco chamado disseminação e de proximidade imediata, e os instrumentos (a
recolha: são espalhadas (disseminadas) três pena e a espada) podem representar as pessoas
palavras nos primeiros versos; depois, essas Texto para o teste E. que os utilizam (Letrados e Milicianos).
palavras são “recolhidas” no verso final. Por-
tanto, por necessidade métrica, as três palavras É questão muito antiga e altercada1 Está correto o que se afirma em
disseminadas no fecho dos três versos iniciais Entre os Letrados e os Milicianos2 a) I e II, apenas. b) I e III, apenas.
devem somar, em conjunto, ________ sílabas Sem se haver decidido em muitos anos c) II e III, apenas. d) I, apenas.
métricas. Qual é de mais nobreza: a pena ou a espada. e) I, II e III.

Texto para as questões de 1 a E. partes de ignorância; e quantas partes tem de figura de linguagem presente no trecho
ignorância, tantas lhe faltam de amor. Quem sublinhado?
SERMÃO DO MANDATO ama, porque conhece, é amante; quem ama, a) Metáfora. b) Hipérbole. c) Ironia.
(fragmento) porque ignora, é néscio [ignorante]. Assim d) Antítese. e) Metonímia.
Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, como a ignorância na ofensa diminui o delito,
tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se assim no amor diminui o merecimento. Quem, E “Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira;
o tempo a colunas de mármore, quanto mais a ignorando, ofendeu, em rigor não é delin- embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-
coração de cera? São as afeições como as quente; quem, ignorando, amou, em rigor não lhe os olhos, com que vê o que não via; e faz-
vidas, que não há mais certo sinal de haverem é amante. (...) lhe crescer as asas, com que voa e foge.” –
de durar pouco, que terem durado muito. (...) (Padre Antônio Vieira) Substitua por pronomes possessivos o prono-
Por isso os Antigos sabiamente pintaram o me pessoal lhe.
amor menino; porque não há amor tão 1 Sobre o que trata esse fragmento do Ser-
robusto que chegue a ser velho. De todos os mão do Mandato? F Às vezes, sente-se que muitas coisas da
instrumentos com que o armou a natureza, o vida o tempo levou, e lança-se mão de pa-
desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com 2 Chama-se gradação a figura de linguagem lavras ou frases que exprimem essa sensação:
que já não atira; embota-lhe as setas, com que que consiste em dispor várias palavras ou
UAI!
já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê o expressões que se enriquecem mutuamente
que não via; e faz-lhe crescer as asas, com em progressão ascendente ou descendente. Uai! é o que se diz, se o tempo vai
que voa e foge. (...) O tempo tira as novidades Transcreva um trecho do texto em que essa ou fica preso em nós, e lastimável.
às cousas, descobre-lhe os defeitos, enfastia- figura aparece. Uai! para a manhã, o outono, o espasmo,
lhe o gosto, e basta que sejam usadas para para os muros da infância e o amor
não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o C A anáfora é uma figura de linguagem que [sumido.
uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é consiste na repetição de uma palavra ou grupo (...)
causa de não amar, e o ter amado muito, de de palavras no início de duas ou mais frases
(Guilhermino César, poeta brasileiro do séc. XX)
amar menos. (...) Por isso os mesmos pintores sucessivas. Dê exemplos, extraídos do texto
do amor lhe vendaram os olhos. E como o de Vieira, de anáfora. As interjeições abaixo são equivalentes a
primeiro efeito, ou a última disposição do “uai”, exceto:
amor, é cegar o entendimento, daqui vem que D “O mesmo amar é causa de não amar, e o a) Caramba! b) Gente! c) Oxalá!
isto que vulgarmente se chama amor tem mais ter amado muito, de amar menos.” – Qual a d) Meu Deus! e) Puxa!
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