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1 Em todas as alternativas há marcas de ora- d) ferem claramente as normas gramaticais, a) “— Que há?
lidade, isto é, expressões típicas da linguagem não desempenhando seu papel comunicativo. — Abra a porta pra mim entrar.” (Mário de
falada, exceto: e) representam um tipo de linguagem comum Andrade)
a) Se você ficar olhando pra ela feito bobo, a em textos literários e poéticos. b) “Não quero mais o amor, / Nem mais quero
manga cai em cima de sua cabeça. cantar a minha terra. / Me perco neste mun-
b) “Peraí, mãe. Acho que tô a ponto de des- 3 A gíria desceu o morro e já ganhou rótulo do.” (Augusto Frederico Schmidt)
maiar.” de linguagem urbana. A gíria é hoje o segundo
c) “Quando oiei a terra ardendo / Quá foguera
c) As variações da língua de ordem geográ- idioma do brasileiro. Todas as classes sociais
a utilizam. de São João” (Luiz Gonzaga)
fica são chamadas de regionalismos.
d) “Dizque um chega, logo dão terra pra ele (Karme Rodrigues) d) “— Qué apanhá sordado? / — O quê? / —
cultivar... É lavoura de café...” Qué apanhá? / Pernas e braços na calçada.”
e) “Engraçadinho de uma figa! Como você se Assinale a alternativa em que não se emprega (Oswald de Andrade)
chama?” o fenômeno linguístico tratado no texto. e) “Dê-me um cigarro / Diz a gramática / Do
a) Aladarque Cândido dos Santos, enfermei- professor e do aluno / E do mulato sabido”
2 É bom quando a gente volta da escola, não ro, apresentou-se como voluntário para a mis- (Oswald de Andrade)
tem nada de bom passando na TV normal, aí a são de paz. Não tinha nada a ver com o pato e
gente pega e liga a TV a cabo, que tem sempre morreu em terra estrangeira envergando o E Assinale a alternativa correta sobre lin-
alguma coisa boa pra ver. uniforme brasileiro. guagem popular.
(Sérgio Cleto Jr.) b) Uma vez um passageiro me viu na cabine, a) É usada informalmente pelos falantes de
não se conteve e disse: “Como você se parece
uma comunidade e obedece rigidamente às
Tem um monte de esportes que eu adoro, com a Carolina Ferraz!”
normas gramaticais.
principalmente futebol e tênis. c) Chega de nhenhenhém e blablablá, vamos
trabalhar. b) Não incorpora os registros coloquiais.
(Diego Derenzo)
d) Há muitos projetos econômicos visando às c) É usada espontânea e fluentemente pelo
Sobre as falas acima, pode-se afirmar que classes menos favorecidas, mas no final quem povo, mostrando-se quase sempre rebelde às
a) são exemplos do padrão culto da língua. dança é o pobre. normas gramaticais.
b) representam o uso da linguagem vulgar, e) Cara, se, tipo assim, seu filho escrever d) É ensinada nas escolas, carregada de ví-
pois refletem a pouca cultura de quem emitiu como fala, ele tá ferrado. cios, expressões vulgares e gírias.
as mensagens. e) É utilizada pelos intelectuais em textos
c) são construções típicas do português fa- D Assinale a alternativa em que não se veri- filosóficos e didáticos.
lado, ou seja, da linguagem coloquial. fica o uso de linguagem coloquial:
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1 (UFF) – Há exemplo de registro coloquial 2 O juiz refere-se ao “uso indevido do b) “...após seis meses, todo aposentado sobe
no seguinte trecho: pronome”. Indique a frase em que ocorre o pelas paredes e implora para voltar a tra-
a) O verdadeiro autor da peça foi o escritor de erro e faça a devida correção. balhar.”
discursos presidenciais H. Daryl. c) “Os americanos, ano após ano, trabalham
b) Cem mil pessoas morreram quase instan- seis horas a mais em relação ao ano anterior.”
taneamente. d) A gente achava tudo um horror.
c) A Segunda Guerra acabou, começava a e) Me informaram que o pessoal conseguiu se
guerra fria. arranjar.
d) Aconselhado por Jimmy Byrnes (secretário
de Estado), o presidente queria mostrar aos
soviéticos que não apenas tinha a bomba, mas I. A língua falada é mais solta, livre, espon-
tinha peito para usá-la. tânea e emotiva, pois reflete contato humano
e) A bordo do navio Augusta, no retorno para direto.
os EUA depois de participar da cúpula aliada II. A língua escrita é mais disciplinada, obe-
em Postdam (Alemanha), Truman autorizou o dece às normas gramaticais impostas pelo
bombardeio. padrão culto, dela resultando um texto mais
bem elaborado.
III.A linguagem culta, eleita pela comunidade
como a de maior prestígio, reflete um índice
de cultura a que todos pretendem chegar.
IV. A linguagem popular é usada no cotidiano,
3 Em uma das falas da tirinha, há uma forma
não obedece rigidamente às normas gramati-
de uso popular ou coloquial não aceita no
cais.
padrão culto da língua. Identifique a palavra
ou expressão e corrija a frase.
E Sobre as afirmações acima:
a) apenas I e II estão corretas.
D Assinale a única alternativa em que não b) apenas II e III estão corretas.
ocorre o emprego de expressões coloquiais. c) apenas II, III e IV estão corretas.
a) “Nós, enquanto isso, continuaríamos con- d) apenas III e IV estão corretas.
denados a dar duro oito horas por dia...” e) todas estão corretas.
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Módulos
PORTUGUÊS 31 e 32
F1 Pronomes – exercícios / Ambiguidade
3 (CÁSPER LIBERO) – Por vezes, pe- b) Um carro de marca alemã sempre tem seu
quenos descuidos podem ocasionar problemas preço, mas não preço do comprador.
de ambiguidade de sentido em certos períodos. c) Pede-se que alguém diga o preço que aceita
Dos trechos abaixo, extraídos do livro pagar por algo, mas também se pede a alguém
Comunicação em Prosa Moderna (de Othon que diga o preço pelo qual aceita vender-se.
M. Garcia), apenas um não permite dupla d) Pede-se a alguém que diga apenas o preço
interpretação. Indique-o. pelo qual aceita vender algo de que seja dono.
a) Para não ser mordido, o cão teve de ficar e) O pronome “seu” dificilmente gera ambi-
acorrentado. guidade e o professor Pasquale está equivo-
b) Ao sair de casa, deixou o fogão aceso. cado.
c) Depois do exame, o médico lhe disse que
estava esperando bebê. E A ambiguidade não é, necessariamente, um
d) Desde os três anos, meu pai já me ensinava defeito dos textos. Em muitos deles – nos pu-
a ler. blicitários, principalmente –, jogos de palavras
e) Carlinhos, personagem principal, contava envolvendo o duplo sentido tiram proveito
quatro anos de idade, quando o pai, desequili- desse recurso, produzindo textos criativos e
brado mental, matou sua mãe. curiosos, que prendem a atenção do leitor e fa-
1 A propaganda acima é ambígua. vorecem o consumo dos bens e serviços anun-
a) Identifique a palavra ou expressão que im- 4 (FADISC) – O professor Pasquale aponta ciados. Todas as alternativas abaixo exempli-
prime duplo sentido ao texto. uma frase de uma peça publicitária da ficam essa utilização da ambiguidade, exceto:
b) Dê os dois significados que o termo Volkswagen: a) No dia dos pais, dê notícias ao seu pai.
ambíguo sugere. “Diga seu preço”, como exemplo das que (Assinatura de jornal)
apresentam ambiguidade de sentido devido ao b) Tem coisas que só a PHILCO faz por você.
2 (UFV) – Alguém afirma: “Eu vi o crime da uso do pronome “seu”. (Televisor)
varanda”. c) Peça ao seu professor pra passar. (propa-
Devido à ambiguidade do enunciado, pode-se A explicação que melhor define a ambiguida- ganda de perfume)
pensar em duas hipóteses. de da frase é: d) Dessa escola todo mundo sai falando bem.
a) Quais são elas? a) A intenção da mensagem em dizer que o (Escola de idiomas)
b) Qual o termo da oração responsável pela comprador se dispõe a pagar uma quantia X e) Quem tem cabeça, investe em gado.
ambiguidade? por um carro de marca alemã. (Fazenda Boi Gordo)
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(PUCCAMP) – Atenção: As questões de Casemira, lá estava o cachorrinho sentado b) dá nome, a certa altura, ao sentimento que
números 1 a 3 referem-se ao texto seguinte. num canto, com o olhar parado. A certa altura experimentava diante da vida da protagonista.
Leia-o com atenção. do velório o cachorrinho suspirou e disse: c) indica não ser indiferente à solidão em que
– Pobre da Dona Casemira... vivia Dona Casemira.
Dona Casemira vivia sozinha com seu Os parentes e amigos se entreolharam. d) é onisciente em relação a Dudu, mas não o
cachorrinho. Era um cachorrinho preto e Quem dissera aquilo? é em relação à dona do cachorro.
branco que Dona Casemira encontrara na rua Não havia dúvida. Tinha sido o cachorro. e) participa discretamente da ação narrada,
um dia e levara para casa, para acompanhá- – O que... o que foi que você disse? – sem o que não seria possível desenvolvê-la.
la na sua velhice. Pobre da Dona Casemira. perguntou um neto mais decidido, enquanto os
Dona Casemira acordava de manhã e outros recuavam, espantados. 2 Nessa narrativa, a verossimilhança
chamava: – Pobre da Dona Casemira – repetiu o a) deve-se à linguagem de dicção infantil, que
– Dudu! cachorro. – De certa maneira, me sinto um caracteriza a história como um típico caso
O cachorrinho, que dormia na área de pouco culpado... comentado entre crianças.
serviço do apartamento, levantava a cabeça. – Culpado por quê? b) cede lugar ao elemento suprarreal, que
– Vem, Dudu! – Por nunca ter respondido às perguntas possibilita os efeitos de imprevisível humor.
O cachorrinho não ia. Dona Casemira dela. (...) Agora é tarde. c) deve-se à cena do velório, por meio da qual
preparava a comida do cachorrinho e levava A sensação foi enorme. Um cachorro se esclarecem os fatos até então enigmáticos.
até ele. falando! Chamem a TV! d) quebra-se durante o velório, com a inter-
– Está com fome, Dudu? – E por que – perguntou o neto mais ferência dos parentes e amigos.
Dona Casemira botava o prato de comida decidido – você nunca respondeu? e) cede lugar ao humor na cena do velório,
na frente do cachorrinho. – É que eu sempre interpretei como sendo reconstituindo-se imprevisivelmente na última
– Come tudo, viu, Dudu? perguntas retóricas... frase.
Dona Casemira passava o dia inteiro
falando com Dudu. (VERISSIMO, Luis Fernando. O Analista de Bagé. 3 Assinale a alternativa em que se analisa cor-
– Que dia feio, hein, Dudu? Porto Alegre, L&PM Editores, 1981, pp.47-48.) retamente o tipo de humor criado pelo texto.
– Vamos ver nossa novela, Dudu? a) Combinação entre o macabro e o ridículo.
– Vamos dar uma volta, Dudu? 1 O narrador desse texto b) Contraste entre o lírico e o grotesco.
Dona Casemira e seu cachorrinho a) permanece isento em relação ao fatos c) Sequência de clímax e anticlímax.
viveram juntos durante sete, oito anos. Até que narrados, jamais os comentando ou neles d) Contraste entre o macabro e o irônico.
Dona Casemira morreu. E no velório de Dona interferindo. e) Combinação entre o fantástico e o irônico.
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As questões 1 e 2 referem-se ao texto apre- a) achasse justo que nem todos se emocionem Peregrinação
sentado a seguir. com a natureza. Manuel Bandeira
COISAS INCRÍVEIS NO b) fizesse um comentário sobre a natureza
O córrego é o mesmo.
feminina em geral.
CÉU E NA TERRA Mesma, aquela árvore,
c) justificasse por que o sentimento de beleza
De uma feita, estava eu sentado sozinho A casa, o jardim.
tem de ser compartilhado.
num banco da Praça da Alfândega quando
d) se lamentasse por sua solidão. Meus passos a esmo
começaram a acontecer coisas incríveis no
e) tecesse uma crítica a quem não se preocupa (Os passos e o espírito)
céu, lá para as bandas da Casa da Correção:
com as mulheres. Vão pelo passado,
havia uns tons de chá, que se foram avinhando
Ai tão devastado,
e se transformaram nuns roxos de insuportá- 2 (ENEM) – O narrador do texto
vel beleza. Insuportável, porque o sentimento Reconhecendo triste
a) relata, observando de longe, os fatos que
de beleza tem de ser compartilhado. Quando Tudo quanto existe
ocorrem ao homem sentado no banco.
me levantei, depois de findo o espetáculo, Ainda ali de mim
b) é testemunha dos fatos vividos pelas pro-
havia umas moças conhecidas, paradas à — Mim daqueles tempos!
tagonistas, que são objetivamente analisadas.
esquina da Rua da Ladeira. c) é o protagonista, que expressa a intensi- 3. (ENEM) – Nesse poema, o poeta se refere
— Que crepúsculo fez hoje! – disse-lhes dade de suas sensações e emoções. a) a uma viagem feita em romaria a um lugar
eu, ansioso de comunicação. d) não faz parte do universo narrado, tratando- sagrado de sua religião.
— Não, não reparamos em nada – res- se, assim, de um narrador em terceira pessoa. b) a um passeio sem destino por uma cidade
pondeu uma delas. – Nós estávamos aqui e) revela conhecimento pleno de tudo o que em ruínas.
esperando o Cezimbra. ocorre com as personagens, até mesmo de seus c) à mesmice de uma cidadezinha qualquer,
E depois ainda dizem que as mulheres igual a tantas por onde já passara.
pensamentos.
não têm senso de abstração... d) a uma triste volta ao seu passado, que lhe
revela quanto de si se perdeu no tempo.
1 (ENEM) – O episódio narrado permitiu Atenção: A questão de número C refere-se ao e) a uma terra distante que, nunca visitada,
que o narrador texto apresentado a seguir. reconhece por ter sido tantas vezes imaginada.
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A lembrança da vida da gente se guarda CONTINHO Numa noite de escuro, Antônio Silvino
em trechos diversos, cada um com seu signo e atacou o Pilar – não houve resistência nenhu-
sentimento, uns com outros acho que nem não Era uma vez um menino triste, magro e ma. A guarda da cadeia correra aos primeiros
se misturam. Contar seguido, alinhavado, só barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na tiros, e os poucos soldados do destacamento
mesmo coisas de rasa importância. De cada soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado ganharam o mato às primeiras notícias do
vivimento que eu real tive, de alegria forte ou na poeira do caminho imaginando bobagem, assalto. (...). Mais para a tarde, o capitão
pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era quando passou um gordo vigário a cavalo: chegou à varanda do sobrado e gritou:
como se fosse diferente pessoa. Sucedido — Você aí, menino, para onde vai essa – Podem encher a barriga. Este ladrão
desgovernado. Assim eu acho, assim eu conto. estrada? que fugiu, me mandou denunciar ao governo.
O senhor que é bondoso de me ouvir. Tem — Ela não vai não: nós é que vamos Agora estou dando um ensino neste cachorro.
horas antigas que ficaram muito mais perto nela. E em seguida mandou sacudir os dois
da gente do que outras, de recente data. O — Engraçadinho duma figa! Como você caixões de níqueis no meio da rua. O povo
senhor mesmo sabe. se chama? caiu em cima das moedas como galinha em
— Eu não me chamo não: os outros é que milho de terreiro. O sobrado, todo iluminado,
me chamam de Zé. era, na noite escura, como de um conto de
1 Nesse fragmento de Grande Sertão: Vere- (Paulo Mendes Campos) fada.
das, de Guimarães Rosa, o narrador sugere, Dona Inês lá dentro, sentada num grande
como efetivamente se verifica na construção 2 Sobre o pequeno conto do autor Paulo sofá, parecia que não era senhora de todos
do romance, que Mendes Campos, é incorreto afirmar: aqueles bens que se consumiam à toa. De
a) a narrativa é linear, há uma rigorosa suces- a) O índice de espaço amplo é “sertão de madrugada, o cangaceiro saiu com o seu
são cronológica de episódios. Pernambuco”, o espaço restrito está registrado grupo. Então, quando se viu livre da pressão,
b) a narrativa segue o esquema tradicional de no trecho “a poeira do caminho”. a velha, como água que rompesse um balde de
divisão da obra em partes, capítulos etc. b) O índice de tempo cronológico aparece em açude, caiu num pranto desesperado em
c) a narrativa, como a memória do narrador, “meio-dia”. soluços que enchiam a rua de pena.
não segue um processo linear, cronológico. c) O diálogo presentifica o momento da
história. (José Lins do Rego)
d) as referências ao ato de contar e a constru-
ção do romance são totalmente independentes. d) Há trechos descritivos em “menino triste,
e) a narrativa é em flashback, portanto, as magro e barrigudinho” e “gordo vigário”.
lembranças devem ser contadas em sequência. e) A fala do padre “Engraçadinho de uma 3 Transcreva do texto dado as expressões
(Tempo cronológico) figa!” apresenta registro de linguagem formal. que indicam tempo.
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Módulos
PORTUGUÊS 43 e 44
F1 Verbos IV – formas nominais / Enredo
(FACULDADE MACHADO SOBRINHO) – distinguir o que cada um apresentava de par- qual delas ajustara primeiro um corte de
Leia o seguinte texto de Paulo Mendes Campos. ticular. Faziam a mudança, não eram amigos, vestido; sabe-se que o ajuste foi vago, tanto
nem inimigos, dos meus trastes, não amavam que o dono da loja imaginou ter as mãos livres
MUDANÇA aquele vaso, tarde de maio em Minas depois para vendê-lo a outra pessoa. (...)
Meu primeiro impulso era tocar do apar- de ter chovido um pouco, como não tinham Quando a primeira mandou buscar o vestido,
tamento aquele homem corpulento, de voz qualquer antipatia (e as aversões criam soube que a amiga o comprara. A culpa, se a
gorda, o inimigo que me expulsava de casa. também uma secreta aliança) da bandeja havia, era do vendedor; mas o vestido era pa-
Mas fiquei firme. trabalhada que nos deram de presente. ra um baile, e no corpo de outra fez maravi-
Examinou as peças, cheirou os móveis com Às vezes paravam na faina, exibiam uma lhas; todos os jornais o descreveram, todos
um nariz experiente, fez o preço. Pegou o bugiganga qualquer, perguntavam com louvaram o bom gosto de uma senhora distin-
telefone, deu instruções à companhia, acres- violência: "Isto vai?" ta, etc... Daí um ressentimento, algumas
centando com meio desprezo: “O que tem Vai, eu respondia com raiva, vai tudo ou palavras, frieza, separação. O paroquiano,
mais aqui é livro.” não vai nada. Porque em mim, como reação que, além de boticário, era filósofo, tomou
Em meia hora os bárbaros chegavam. àquele amor súbito e exagerado, brincava nota do caso para contá-lo aos amigos.
As coisas estavam acomodadas em sua ve- uma vontade de atear fogo naqueles objetos Outros dizem que era tudo mentira dele.
lhice e discretamente compunham um lar; que me submetiam a um passado e me for- (Machado de Assis, Duas Juízas.)
mas, reviradas, empilhadas, foi como se as çavam ao compromisso de um futuro.
desnudassem brutalmente, para mostrar os B As expressões em destaque – ... sabe-se que
Atear fogo em mim. De que adianta mudar,
ridículos e os estragos do tempo. Era triste e o ajuste foi vago, tanto que o dono da loja
se carrego comigo as minhas coisas e a Coisa?
chocante. imaginou ter as mãos livres para vendê-lo a outra
Se carrego a mim mesmo? Eu – traste inútil de
Quando agarraram o armário, este perdeu pessoa. – permitem o reconhecimento do fato e
minha vida, o mais gasto, manchado e ridículo.
a compostura e cambaleou: tinha um pé torto, do boato. Assinale a alternativa que faz essa
identificação de modo coerente com o texto.
coitado. Do Cristo de Chagall caiu uma chuva 1 Enredo é o roteiro de ações das persona-
espessa de pó. Uma gaveta revelou três a) O fato é que as pessoas comentam que o
gens, é a sequência dos atos que as persona- dono da loja teria imaginação criativa; o boato
baratas tontas e rápidas como um pesadelo. gens realizam. Faça um resumo do texto é que o contrato fora desfeito.
Aquele armário estava tão sujo, tão melan- anterior. b) O fato é que as duas senhoras eram desafe-
colicamente sujo e não sabíamos.
tas; o boato era que o paroquiano era mentiroso.
A mesa estava manchada demais; a ca- Considere o texto seguinte para responder à c) O fato é que a segunda cliente era melhor
deira estava bamba e boba em suas pernas. questão B. pagadora; o boato é que o paroquiano presen-
Oh desagradável e contínua surpresa! ciara o caso.
Viver, filosofei pela rama, é colecionar Um paroquiano curioso tratou de indagar se d) O fato é que o trato feito com a primeira
ruínas. Os carregadores não tinham filosofia, além das causas de estímulo religioso, alguma cliente fora desrespeitado pelo dono da loja; o
eram os coveiros profissionais de um certo outra houve [para a inimizade entre as duas boato é que as mulheres se conheciam.
espaço meu, de um certo tempo meu. senhoras]; e veio a saber que as duas damas, e) O fato é que as medidas do vestido estavam
Agarravam os objetos com as mãos encar- amigas íntimas, tinham tido uma pequena desajustadas; o boato é que o vestido foi um
didas e nodosas num gesto impessoal, sem questão, por causa de um vestido. Não se sabe sucesso no baile.
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Um jornal do Rio publicou, não há diretor, a informação de que ninguém na reda- b) o redator-chefe cometera.
muito, na manchete, a locução adverbial “à ção era responsável. Em consequência, cha- c) ele achava que tinha sido cometido.
beça”, com cê-cedilha, como manda o figu- maram o chefe da revisão. E o diretor foi seve- d) o chefe da revisão não percebera.
rino. O diretor foi à redação, reclamar do ro: e) ninguém na redação havia percebido.
redator-chefe: — O senhor viu “beça”, com cê-cedilha,
— O senhor viu a manchete? na manchete?
2 (UNIMEP) – “Passei a notícia pelo tele-
— Vi. — Vi, sim, senhor. Vi em cima da hora. Se
fone.” Esta desculpa dada pelo repórter indica
— Quem é o responsável? não chego a tempo, saía com dois esses...
que
O redator-chefe chamou o editor. O diretor perdeu o rebolado. Esperava
a) não se comete erro de grafia quando se
— O senhor viu? tudo, menos aquela informação de que os dois
fala.
— Vi. esses estariam errados. Mas não perdeu a
b) há pessoas que escrevem como falam.
— Quem é o responsável? dignidade de diretor:
c) as pessoas devem falar como escrevem.
O editor chamou o secretário: — Espero que isso não se repita.
d) nem todos ouvem direito quando conver-
— Viu? — Isso o quê?
sam ao telefone.
— Vi. — O senhor ser forçado a trocar letras
e) o erro foi do redator-chefe que não leu a
— Quem é? em cima da hora.
matéria previamente.
O secretário chamou o chefe do “copy- — Sim, senhor.
desk”: Afastou-se o diretor, pisando forte. O
— Viu? chefe da revisão voltou ofendido e bradou,
— Vi. zangado, para os subalternos: 3 (UNIMEP) – “Em consequência, chama-
— Quem? — Por causa de “bessa” com “ss”, o ram o chefe da revisão”, porque ele
O chefe do “copy-desk” chamou um diretor me espinafrou à beça. Espero que isso a) havia cometido um erro grave.
sofredor de sua seção: não se repita. b) fora desleixado e deixara passar o erro.
— Quem? (Nestor de Holanda, c) devia ter evitado que a manchete saísse
O reescrevedor chamou o repórter: “A Ignorância ao Alcance de Todos”) errada.
— Passei a notícia pelo telefone. d) era encarregado de evitar que o jornal saís-
Assim, voltou, do reescrevedor para o 1 (UNIMEP) – O diretor do jornal foi se com erros.
chefe do “copy-desk”, deste para o secretário, reclamar de um erro que e) mexera na manchete sem autorização do
para o editor, para o redator-chefe e para o a) saíra na manchete do jornal. diretor.
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Texto para os testes 1 e 2. 1 (PUC-MG – modificado) – Sobre o trecho Texto para o teste C.
transcrito, todas as alternativas são corretas,
A luz era pouca, os degraus comidos dos exceto: (...) Um dia, fazendo ele [Camilo] anos,
pés, o corrimão pegajoso; mas ele [Camilo] a) Camilo está sem condições emocionais de recebeu de Vilela uma rica bengala de
não viu nem sentiu nada. Trepou e bateu. Não analisar a situação por que passa. presente, e de Rita apenas um cartão com um
aparecendo ninguém, teve ideia de descer; b) O aspecto sombrio da salinha pode ser vulgar cumprimento a lápis, e foi então que
mas era tarde, a curiosidade fustigava-lhe o intencional, revelando-se a índole desonesta ele pôde ler no próprio coração; não conse-
sangue, as fontes latejavam-lhe; ele tornou a da cartomante. guia arrancar os olhos do bilhetinho. (...)
bater uma, duas, três pancadas. Veio uma c) O narrador é imparcial acerca do caráter da Camilo quis sinceramente fugir, mas já não
mulher; era a cartomante. (...) Dali subiram cartomante, só revelando seus traços físicos. pôde. Rita, como uma serpente, foi-se acer-
ao sótão, por uma escada ainda pior que a d) O cenário na casa da cartomante contribui cando dele, envolveu-o todo (...)
primeira e mais escura. Em cima, havia uma para criar uma atmosfera sinistra. Um dia, porém, recebeu Camilo uma carta
salinha, mal alumiada por uma janela, que e) A postura de Camilo vem ao encontro dos anônima, que lhe chamava imoral e pérfido (...)
dava para os telhados do fundo. Velhos tras- interesses da cartomante. (Machado de Assis, “A Cartomante”)
tes, paredes sombrias, um ar de pobreza, que
antes aumentava do que destruía o prestígio. C Considerando o fragmento e o contexto de
A cartomante fê-lo sentar diante da mesa 2 De acordo com o texto, a cartomante era “A Cartomante”, é correto afirmar que
e sentou-se do lado oposto, com as costas “uma mulher de quarenta anos, italiana, a) o recebimento da carta anônima leva Ca-
para a janela, de maneira que a pouca luz de morena e magra, com grandes olhos sonsos e milo a procurar a cartomante.
fora batia em cheio no rosto de Camilo. Abriu agudos”. Os dois últimos adjetivos podem ser b) o bilhete de Rita faz Camilo perceber o
uma gaveta e tirou um baralho de cartas substituídos, respectivamente, por amor que tem por ela.
compridas e enxovalhadas. Enquanto as a) inocentes e graciosos. c) Rita é comparada a uma serpente porque o
baralhava, rapidamente, olhava para ele, não b) singelos e agressivos. desejo dela é arruinar Camilo.
de rosto, mas por baixo dos olhos. Era uma c) devassos e hipócritas. d) Vilela envia a carta anônima com a intenção
mulher de quarenta anos, italiana, morena e d) puros e sábios. de afastar Camilo e salvar o próprio casamento.
magra, com grandes olhos sonsos e agudos. e) dissimulados e penetrantes. e) Camilo se mostra ingênuo ao se deixar
(Machado de Assis, “A Cartomante”) seduzir por Rita e sofre por trair o amigo.
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Releia o texto e as questões estudadas em sala d) investigar o que conhecemos e de que mo- C No “Mito da Caverna”, o diálogo envolve
de aula e responda ao que se pede. do conhecemos é também uma forma de busca duas pessoas. Quem são elas?
de conhecimento.
1 De acordo com as ideias de Platão, é e) o mundo das ideias — o mundo inteligível D O que é a caverna?
correto concluir que — se associa ao universo religioso e aos mitos.
a) o conhecimento pode ser verdadeiro ou E O que os objetos levados pelos carregado-
falso; a opinião, por ser algo pessoal, não pode B Em cada alternativa a seguir, os termos res representam?
ser avaliada como verdadeira ou falsa. mantêm entre si o mesmo tipo de relação,
b) o mundo sensível — o mundo apreendido exceto: F Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da
por nossos sentidos — é o único verdadeiro, a) alegoria – mito. caverna?
pois é o único que podemos ver. b) ilusão – falsidade.
c) tanto a luz da fogueira, no interior da ca- c) luz – conhecimento. G O que é a luz exterior do Sol?
verna, como a luz do Sol podem tornar cegos d) inteligível – sensível.
os homens que buscam conhecimento. e) caverna – ignorância. H O que é o mundo exterior?
Texto para os testes de 1 a 6. dele, os esquecimentos, as distrações, e mais b) sua beleza não era para ser desfrutada por
um incidente, e mais outro, tudo eram sinto- uma criança.
UNS BRAÇOS mas, e concluiu que sim. c) a traição a Borges seria um grande equívo-
Havia cinco semanas que ali morava, e a co.
vida era sempre a mesma, sair de manhã com
1 (UNIFESP-SP) – De início, morar na casa d) Inácio, de fato, desejava vingar-se de Bor-
o Borges, andar por audiências e cartórios, de Borges era solitário e tedioso, o que levou ges.
correndo, levando papéis ao selo, ao distri- Inácio a pensar em ir embora. Todavia, isso e) o marido não a via assim, ao contrário de
buidor, aos escrivães, aos oficiais de justiça. não aconteceu, sobretudo porque o rapaz Inácio.
Voltava à tarde, jantava e recolhia-se ao a) passou a ser mais bem tratado pelo casal
quarto, até a hora da ceia; ceava e ia dormir. após três semanas. 4 (UNIFESP-SP) – Quando se diz, no final
(...) Cinco semanas de solidão, de trabalho b) teve uma educação que não lhe permitiria do texto, que D. Severina concluiu que sim,
sem gosto, longe da mãe e das irmãs; cinco tal rebeldia. significa que ela reconheceu que
semanas de silêncio, porque ele só falava uma c) se pegou atraído por D. Severina, com o a) deveria contar tudo a Borges.
ou outra vez na rua; em casa, nada. passar do tempo. b) Inácio era um desastrado, de fato.
— Deixe estar — pensou ele —, um dia d) gostava, na realidade, do trabalho que c) estava enganada sobre o amor de Inácio.
fujo daqui e não volto mais. realizava com Borges. d) Inácio deveria ser advertido.
Não foi; sentiu-se agarrado e acorrenta- e) sentia que D. Severina se mostrava mais e) Inácio começava a amá-la.
do pelos braços de D. Severina. Nunca vira atenciosa com ele.
outros tão bonitos e tão frescos. A educação
2 (UNIFESP-SP) – Analise as duas ocorrên- 5 (UNIFESP-SP) – A expressão “um prin-
que tivera não lhe permitira encará-los logo cípio de rascunho de buço” indica que o buço
abertamente, parece até que a princípio afas- cias:
“...uma criança!” de Inácio
tava os olhos, vexado. Encarou-os pouco a a) mostrava-o homem formado.
pouco, ao ver que eles não tinham outras “Criança?”
b) não podia ser visto.
mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e Essas duas passagens mostram que c) já estava bem evidente.
amando. No fim de três semanas eram eles, a) tanto os sentimentos de D. Severina como a d) era ainda incipiente.
moralmente falando, as suas tendas de re- sua razão lhe mostravam que Inácio era ainda e) chamava muito a atenção.
pouso. Aguentava toda a trabalheira de fora, muito jovem para se dar às questões do amor.
toda a melancolia da solidão e do silêncio, b) havia duas vozes na consciência de D. Se-
toda a grosseria do patrão, pela única paga de
6 (UNIFESP-SP) – No discurso indireto
verina: uma lhe proibia o desejo; outra o
ver, três vezes por dia, o famoso par de braços. livre, há uma mistura das falas do narrador e
mostrava como possibilidade.
Naquele dia, enquanto a noite ia caindo da personagem, de tal modo que se torna
c) D. Severina via Inácio como uma criança
e Inácio estirava-se na rede (não tinha ali difícil precisar os limites da fala de um e de
apenas, o que a perturbava muito, por sentir-se
outra cama), D. Severina, na sala da frente, outro.
atraída por ele.
recapitulava o episódio do jantar e, pela pri- d) D. Severina rejeitava qualquer possibili- Esse tipo de discurso ocorre em:
meira vez, desconfiou alguma cousa. Rejeitou dade de uma relação com Inácio, já que não a) “No fim de três semanas eram eles, mo-
a ideia logo, uma criança! Mas há ideias que nutria nenhum sentimento pelo rapaz. ralmente falando, as suas tendas de repouso.”
são da família das moscas teimosas: por mais e) havia um embate entre a consciência e a b) “Voltava à tarde, jantava e recolhia-se ao
que a gente as sacuda, elas tornam e pousam. educação de D. Severina, o qual a impedia de quarto, até a hora da ceia; ceava e ia dormir.”
Criança? Tinha quinze anos; e ela advertiu aceitar o amor do rapaz. c) “Deixe estar — pensou ele —, um dia fujo
que entre o nariz e a boca do rapaz havia um daqui e não volto mais.”
princípio de rascunho de buço. Que admira 3 (UNIFESP-SP) – Ao conceber-se bonita, d) “Que admira que começasse a amar? E não
que começasse a amar? E não era ela bonita? D. Severina entendeu que era ela bonita?”
Esta outra ideia não foi rejeitada, antes a) era possível Inácio estar apaixonado por e) “Nunca vira outros tão bonitos e tão
afagada e beijada. E recordou então os modos ela. frescos.”
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Texto para os testes de 1 a 3. nância da descrição física e psicológica da soldados vinham batendo o pé rápido, igual,
personagem. direita, esquerda, ao som do rufo; vinham,
b) narração em primeira pessoa, com predo- passaram por mim e foram andando. Eu senti
Chamava-se Raimundo este pequeno, e era
minância da descrição psicológica. uma comichão nos pés e tive ímpeto de ir atrás
mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo
c) apenas a caracterização física e psicológi- deles. Já lhes disse: o dia estava lindo, e
gastava duas horas em reter aquilo que a ou-
ca, acrescida da descrição do que a persona- depois o tambor... Olhei para um e outro lado;
tros levava apenas trinta ou cinquenta minu-
gem faz, pensa e sente. afinal, não sei como foi, entrei a marchar
tos; vencia com o tempo o que não podia fazer
d) descrição da personagem com interferência também ao som do rufo, creio que cantaro-
logo com o cérebro. Reunia a isso um grande
da dissertação reflexiva do autor, o que consti- lando alguma cousa: Rato na casaca... Não fui
medo ao pai. Era uma criança fina, pálida,
tui uma digressão muito comum em Machado à escola, acompanhei os fuzileiros, depois
cara doente; raramente estava alegre. Entra-
de Assis. enfiei pela Saúde e acabei a manhã na praia
va na escola depois do pai e retirava-se antes.
e) narração em terceira pessoa, descrição e da Gamboa. Voltei para casa com as calças
O mestre era mais severo com ele do que co-
dissertação reflexiva. enxovalhadas, sem pratinha no bolso nem
nosco.
ressentimento na alma. E contudo a pratinha
(Machado de Assis, “Conto de Escola”)
era bonita e foram eles, Raimundo e Curvelo,
3 (FATEC-SP) – “Raimundo gastava duas que me deram o primeiro conhecimento, um
horas em reter aquilo que a outros levava da corrupção, outro da delação; mas o diabo
1 (FATEC-SP) – De acordo com o texto, po- apenas trinta ou cinquenta minutos.” do tambor...
demos afirmar sobre a personagem Raimundo:
a) Era um aluno brilhante; tinha muita faci- Analise o trecho acima e assinale a alternativa (Machado de Assis, “Conto de Escola”)
lidade nos estudos. que apresenta um pronome com classificação
b) Era um aluno medíocre, com grandes chan- e função sintática iguais às do pronome D Considere o conto, em sua totalidade, e o
ces de ser reprovado. destacado. trecho apresentado para assinalar a alternativa
c) Usava o cérebro para vencer suas dificul- a) “Entrava na escola depois do pai e retirava- incorreta.
dades no estudo, causadas pelo grande medo se antes.” a) A corrupção refere-se ao fato de o narrador
que tinha ao pai. b) “Vencia com o tempo o que não podia fazer ter auxiliado Raimundo na lição de sintaxe e
d) Tinha dificuldade para aprender e preci- logo com o cérebro.” ter exigido em troca uma moeda de prata.
sava estudar muito mais do que seus colegas c) “O mestre era mais severo com ele do que b) A delação foi o que fez Curvelo, denun-
para obter o mesmo resultado. conosco.” ciando os colegas ao professor.
e) Unia o tempo à inteligência e nem assim d) “Reunia a isso um grande medo ao pai.” c) O foco narrativo é de primeira pessoa, pois
obtinha sucesso nos estudos. e) “Chamava-se Raimundo este pequeno.” o narrador participa da narrativa como perso-
nagem central.
d) O garoto não fora à escola naquele dia
2 (FATEC-SP) – Quanto aos processos de Texto para o teste D. porque o ambiente externo lhe oferecia inú-
composição do texto, podemos dizer que, no meras possibilidades de diversão.
trecho transcrito, estão presentes os seguintes Na rua encontrei uma companhia do e) “Rato na casaca” é um recurso sonoro que
elementos: batalhão de fuzileiros, tambor à frente, imita o som dos instrumentos musicais do
a) narração em terceira pessoa, com predomi- rufando. Não podia ouvir isto quieto. Os batalhão de fuzileiros.
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Leia os textos 1, 2 e 3 para responder às A Qual a medida dos versos das estrofes que E Na letra de Vicente Paiva, “os olhos verdes
questões de A a H. compõem as “voltas”? da mulata são cismadores e fatais”. O que
esses atributos revelam sobre essa mulher?
Texto 1 B Faça a escansão da primeira estrofe, de modo
F Em qual dos dois textos o eu lírico empre-
MENINA DOS OLHOS VERDES a comprovar a resposta dada à questão anterior.
ga comparações entre os “olhos verdes” e ele-
MOTE ALHEIO C Os versos são rimados? Justifique sua res- mentos da Natureza? Justifique sua resposta.
posta. G Comparando-se os dois textos, observa-se
Menina dos olhos verdes,
que há entre eles
Por que me não vedes? D Extraia do texto a expressão que remete à a) igualdade métrica.
postura cavalheiresca de submissão do homem b) igualdade rímica.
VOLTAS à sua amada. c) proximidade temática.
Eles verdes são, d) identidade do perfil feminino.
Texto 2
E têm por usança costume e) identidade de contexto.
OLHOS VERDES
Na cor, esperança Texto 3
E nas obras, não. Vem de uma remota batucada
Vossa condição COR DE PRATA
Uma cadência bem marcada
Não é d’olhos verdes Que uma baiana tem no andar. Minha mulata
Porque me não vedes. E nos seus requebros e maneiras, Foi-se embora da cidade
Na graça toda das palmeiras Vejam só que crueldade
Isenções a molhos1 Esguias1, altaneiras, a balançar Foi com outro e me deixou
Que eles dizem terdes, São da cor do mar, da cor da mata, Abandonado
Não são d’olhos verdes, Os olhos verdes da mulata Pela estrada do passado
Nem de verdes olhos. São cismadores e fatais, Vou perdendo a mocidade
Sirvo de giolhos, joelhos E um beijo ardente, perfumado, Na saudade que ficou.
E vós não me credes, Conserva o cravo do pecado (Lamartine Babo, 1931)
Porque me não vedes. De saborosos cambucás. H O que há em comum entre a figura femi-
(...) nina dos versos de Camões e a figura feminina
(Vicente Paiva, 1950)
(Camões) da letra de Lamartine Babo, no que se refere à
1 – Isenção a molhos: indiferença em demasia. 1 – Esguio: algo, delgado. atitude que elas têm perante o eu lírico?
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Leia o texto seguinte e responda às questões I – Proposição: o poeta anuncia, em tom 3 O tom com que o poema se encerra é o
de 1 a 3. vibrante e ufanista, o tema de seu canto: os mesmo tom do início da epopeia? Explique.
grandes feitos dos heróis portugueses. O
Os Lusíadas são a primeira tentativa bem- caráter coletivo do herói já é indicado no título D Sobre Os Lusíadas, assinale V (verdadeiro)
sucedida na Europa moderna de construir um do poema; Vasco da Gama é apenas o herói ou F (falso).
poema épico sobre um modelo antigo. Camões individual do maior feito marítimo de toda I. ( ) Sobrevive, em alguns episódios, a
segue os modelos de Homero (a Ilíada e a uma nação. medida velha dos cancioneiros medievais.
Odisseia) e de Virgílio (A Eneida). II – Invocação: é o pedido de inspiração às II. ( ) A narração principia com a partida
A epopeia é poesia heroica, celebra musas portuguesas, as Tágides, ninfas do rio das naus de Vasco da Gama da praia de Belém.
aventuras geralmente guerreiras, cujo sentido Tejo. III. ( ) A narrativa da viagem é cronolo-
grandioso se liga à vida da sociedade a que III – Dedicatória: ao Rei D. Sebastião, gicamente linear.
pertence. O autor épico dá voz aos sentimen- exaltado como símbolo e esperança da pátria. IV. ( ) O poema contém 10 cantos, 1.102
tos gerais; Os Lusíadas nos dão o tom do pen- IV – Narração: compreende três ações estrofes (estâncias ou oitavas), 8.816 versos
samento da época. principais: a viagem de Vasco da Gama às decassílabos, predominantemente heroicos.
O assunto, adequado ao tempo, é a viagem Índias, a narrativa da história de Portugal e as V. ( ) Têm como modelos: a Eneida, de
de Vasco da Gama, feita em 1497-1499, o lutas e intervenções dos deuses do Olimpo. A Virgílio, a Odisseia, de Homero, Orlando
descobrimento do caminho marítimo para as narrativa começa quando Vasco da Gama e os Furioso, de Ariosto, e revelam grande erudi-
Índias, com interpolações da história portu- navegadores estão em pleno Oceano Índico. ção literária, histórica e geográfica.
guesa. Fala de homens reais, cujos feitos V – Epílogo: contém as lamentações e VI. ( ) Têm como fontes históricas os
ultrapassam todos os feitos fictícios dos heróis críticas do poeta, suas exortações ao Rei D. cronistas medievais (Fernão Lopes, Zurara e
mitológicos. Sebastião e os vaticínios sobre as futuras Rui de Pina) e a literatura dos viajantes.
O momento é o Renascimento, época de glórias portuguesas. O tom é pessimista, VII. ( ) É uma obra que traduz uma cultu-
expansão das fronteiras do mundo conhecido desencantado com a decadência do país e com ra exclusivamente livresca, já que seu autor
— expansão do espaço (descobriu-se grande os portugueses de sua época, esquecidos dos viveu muito depois dos fatos narrados no
parte do planeta), no tempo (redescobriu-se valores nacionais. episódio central.
toda a Antiguidade) e no espírito (ampliou-se VIII. ( ) Como Eneias e Ulisses, Vasco da
enormemente o conhecimento e iniciou-se a 1 As epopeias da Antiguidade e da Renas- Gama é o protagonista que concentra em si
investigação científica do mundo). cença celebram heróis individuais — Ulisses, toda a ação épica.
O poema divide-se em 10 cantos, 8.816 Eneias, Orlando. Acontece o mesmo em Os IX. ( ) O título no plural indicia o caráter
versos decassílabos, distribuídos em 1.102 Lusíadas? Explique. coletivo do herói principal — o povo portu-
estrofes, com uma ordem especial de rimas, guês.
chamada oitava-rima (ABABABCC). 2 Na tradição clássica, Calíope era a musa X. ( ) Confluem no poema um ideário
Como impõe a tradição clássica, a epopeia grega da poesia épica. É a ela que Camões nacional, um ideal religioso e um ideal huma-
de Camões tem cinco partes: dirige o seu pedido de inspiração? Justifique. nístico.
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1 Como o mar está presente na epopeia de Texto para o teste E. E (FUVEST-SP) – Nesta estrofe, Camões
Camões? a) exalta a coragem dos homens que enfren-
No mar, tanta tormenta e tanto dano, tam os perigos do mar e da terra.
2 Considerando que a épica é o gênero da Tantas vezes a morte apercebida; b) considera quanto o homem deve confiar na
poesia heroica, por que se pode dizer que o Na terra, tanta guerra, tanto engano. Providência divina, que o ampara nos riscos e
episódio de Inês de Castro é pouco épico? Tanta necessidade aborrecida! adversidades.
Onde pode acolher-se um fraco humano, c) lamenta a condição humana ante os peri-
3 O amor tem presença marcante em Os Lu- Onde terá segura a curta vida, gos, sofrimentos e incertezas da vida.
síadas. Que importância lhe é dada no poema? Que não se arme e se indigne o Céu sereno d) propõe uma explicação a respeito do des-
4 Além do episódio de Inês de Castro, men- Contra um bicho da terra tão pequeno? tino do homem.
e) classifica o homem como um bicho da
cione outros dois em que o amor desempenha
(Os Lusíadas) terra, dada a sua agressividade.
papel importante.
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Módulos
PORTUGUÊS 29 e 30
Os Lusíadas – Inês de Castro / Barroco: introdução
F2
Releia o texto abaixo, estudado em aula, e 2 Na segunda estrofe, a quem é comparado o reinos; os outros furtam debaixo do seu
responda às questões de 1 a 3. vento (“ar”)? Por quê? risco: estes sem temor, nem perigo; os
outros, se furtam, são enforcados: estes
Discreta e formosíssima Maria, 3 Qual é a metáfora associada ao tempo, na furtam e enforcam.
Enquanto estamos vendo, a qualquer
terceira estrofe? Qual o aspecto, ou quais os
[hora,
Em tuas faces a rosada Aurora,
aspectos, do tempo ressaltado(s) por essa me- D I. No contexto, a expressão “tão mau
táfora? ofício” (linha 6) refere-se à atividade dos pes-
Em teus olhos e boca, o Sol e o dia;
cadores.
Texto para os testes D e E. II. A pergunta do pirata (linhas 8-11) com-
Enquanto, com gentil descortesia,
O ar, que fresco Adônis te namora, prova que ele não era medroso nem estúpido.
Navegava Alexandre em uma pode- III. A frase “Assim é” (linha 11) explicita a con-
Te espalha a rica trança brilhadora,
rosa armada pelo Mar Eritreu a conquis- cordância do autor com a atitude de Alexandre.
Quando vem passear-te pela fria:
tar a Índia, e como fosse trazido à sua pre-
Goza, goza da flor da mocidade, sença um pirata que por ali andava rou- Está correto o que se afirma em
Que o tempo trota a toda a ligeireza, 5 bando os pescadores, repreendeu-o muito a) I, apenas. b) II, apenas.
E imprime em toda flor sua pisada. Alexandre de andar em tão mau ofício; c) I e II, apenas. d) I e III, apenas.
porém, ele, que não era medroso nem e) I, II e III.
Oh, não aguardes que a madura idade lerdo, respondeu assim. — Basta, senhor,
Te converta essa flor, essa beleza, que eu, porque roubo em uma barca, sou
10 ladrão, e vós, porque roubais em uma E I. O autor utilizou-se da narrativa de um
Em terra, em cinza, em pó, em sombra,
armada, sois imperador? — Assim é. O episódio como estratégia argumentativa.
[em nada!
roubar pouco é culpa, o roubar muito é II. A partir de uma ideia geral, o autor chegou
1 O poema anterior, de Gregório de Matos, grandeza; o roubar com pouco poder faz a uma ideia particular.
é, na verdade, uma tradução-adaptação de dois os piratas, o roubar com muito, os III.A pergunta do pirata foi argumento sufi-
sonetos do grande poeta barroco espanhol 15 Alexandres. (...) O ladrão que furta para ciente para o autor inocentá-lo.
Gôngora. Trata-se de um excelente exemplo comer não vai, nem leva ao inferno; os que
do estilo metafórico do Barroco. Na primeira não só vão, mas levam, de que eu trato, Está correto o que se afirma em
estrofe, a beleza do rosto da mulher é descrita são outros ladrões, de maior calibre e de a) I, apenas. b) II, apenas.
por meio de três metáforas. Quais são elas e a mais alta esfera (...) Os outros ladrões rou- c) I e II, apenas. d) I e III, apenas.
que correspondem? 20 bam um homem: estes roubam cidades e e) I, II e III.
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Texto para as questões de 1 a E. partes de ignorância; e quantas partes tem de figura de linguagem presente no trecho
ignorância, tantas lhe faltam de amor. Quem sublinhado?
SERMÃO DO MANDATO ama, porque conhece, é amante; quem ama, a) Metáfora. b) Hipérbole. c) Ironia.
(fragmento) porque ignora, é néscio [ignorante]. Assim d) Antítese. e) Metonímia.
Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, como a ignorância na ofensa diminui o delito,
tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se assim no amor diminui o merecimento. Quem, E “Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira;
o tempo a colunas de mármore, quanto mais a ignorando, ofendeu, em rigor não é delin- embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-
coração de cera? São as afeições como as quente; quem, ignorando, amou, em rigor não lhe os olhos, com que vê o que não via; e faz-
vidas, que não há mais certo sinal de haverem é amante. (...) lhe crescer as asas, com que voa e foge.” –
de durar pouco, que terem durado muito. (...) (Padre Antônio Vieira) Substitua por pronomes possessivos o prono-
Por isso os Antigos sabiamente pintaram o me pessoal lhe.
amor menino; porque não há amor tão 1 Sobre o que trata esse fragmento do Ser-
robusto que chegue a ser velho. De todos os mão do Mandato? F Às vezes, sente-se que muitas coisas da
instrumentos com que o armou a natureza, o vida o tempo levou, e lança-se mão de pa-
desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com 2 Chama-se gradação a figura de linguagem lavras ou frases que exprimem essa sensação:
que já não atira; embota-lhe as setas, com que que consiste em dispor várias palavras ou
UAI!
já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê o expressões que se enriquecem mutuamente
que não via; e faz-lhe crescer as asas, com em progressão ascendente ou descendente. Uai! é o que se diz, se o tempo vai
que voa e foge. (...) O tempo tira as novidades Transcreva um trecho do texto em que essa ou fica preso em nós, e lastimável.
às cousas, descobre-lhe os defeitos, enfastia- figura aparece. Uai! para a manhã, o outono, o espasmo,
lhe o gosto, e basta que sejam usadas para para os muros da infância e o amor
não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o C A anáfora é uma figura de linguagem que [sumido.
uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é consiste na repetição de uma palavra ou grupo (...)
causa de não amar, e o ter amado muito, de de palavras no início de duas ou mais frases
(Guilhermino César, poeta brasileiro do séc. XX)
amar menos. (...) Por isso os mesmos pintores sucessivas. Dê exemplos, extraídos do texto
do amor lhe vendaram os olhos. E como o de Vieira, de anáfora. As interjeições abaixo são equivalentes a
primeiro efeito, ou a última disposição do “uai”, exceto:
amor, é cegar o entendimento, daqui vem que D “O mesmo amar é causa de não amar, e o a) Caramba! b) Gente! c) Oxalá!
isto que vulgarmente se chama amor tem mais ter amado muito, de amar menos.” – Qual a d) Meu Deus! e) Puxa!
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