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(EM) CANTOS PARA AS ALMAS: ENCOMENDADEIRAS DE ALMAS ÀS

PORTAS DOS GERAIS

Na cidade de Correntina, na região do oeste da Bahia, é comum às


sextas feiras e durante a Semana Santa, o convívio com um grupo de mulheres
que se dispõe a alimentar as almas do cemitério local, com suas rezas e
cânticos. Esse grupo se autodenomina de rezadeiras ou encomendadeiras de
almas. Acreditam que sua reza alimente as almas, de forma que elas não
padeçam tanto sofrimento no mundo em que estão.

As encomendadeiras de Correntina, rezam, sobretudo, para as almas


que sofrem ainda a atribulação de uma morte dolorosa, ou inusitadas, como
aquelas provenientes de crimes violentos, suicídios, ou um tipo de morte por
afogamento, por queimaduras. Acreditam que há almas que, por algum motivo,
padecem a vagar ainda na terra. “alma de quem não teve sepultura ‘ no
sagrado’, afogado no mar, perdido nos matos, serras e descampados,
desaparecido nas guerras, diz o nome de vivo porque não conserva a
fisionomia que possuía no mundo, fazendo-se reconhecer” (CASCUDO, 2002)

A lamentação ou encomendação das almas é uma espécie de


penitência comum em várias regiões do nordeste brasileiro,
mas que experimenta indícios de desaparecimento nos tempos
atuais. As almeiras saem pelos becos das cidades envoltas em
lençóis brancos e, ao som da matraca, entoam benditos e
incelências em um coro polifônico. Esse ritual possui raízes em
tradições mediterrâneas de lamentação, trazidas ao Brasil pelo
colonialismo português e levadas a cabo, ao longo dos anos,
por manifestações características do catolicismo popular,
marcadas pelo sincretismo com religiões afro-
brasileiras.(PEDREIRA, p. 1-2)

Esse grupo mantém até hoje ligado à igreja Católica, mas fica expressa
a sua vinculação doutrinal ao que alguns cientistas sociais denominam de
Catolicismo Rústico. Nessa concepção, conforme destaca Monteiro: (1978.p.
41)

A variante do catolicismo, comumente designada como catolicismo


rústico é com freqüência vista apenas como a expressão de um
empobrecimento com relação às fontes originais, ou como resultado de
sincretismos espúrios. Entendê-la desse modo significa, primeiramente,
aferi-la de maneira arbitrária e enviezada, através do contraste com as
modalidades ilustradas do cristianismo, minimizando sua especificidade
e originalidade. Em segundo lugar, implica em ignorar o papel
desempenhado universalmente pelos sincretismos em todas as
grandes religiões (...) o catolicismo popular brasileiro, de um modo
geral, em sua modalidade rústica, em particular, tem suas raízes mais
importantes plantadas no solo da grande tradição judaico-cristã, onde
sobressaem, às vezes contraditoriamente, a esperança messiânica do
Reino de Deus numa terra renovada e as expectativas de uma
expiração individual.
De certa maneira, o grupo das Encomendadeiras de Almas se
circunscreve a uma prática muito própria de expiação individual. Elas acreditam
que ao rezar pelas almas, esse bem fazer constitui um processo de
reconhecimento de sua obra, numa prática de compensação de seus eventuais
ou possíveis deslizes em vida.

O movimento das encomendadeiras é recriado em meio a um processo


de modernização da região oeste da Bahia. O pano de fundo desse processo
é a expansão capitalista na região e, por volta do final dos anos 90, a chegada
do asfalto e da melhoria dos meios de transporte e comunicação. Esse fato é
fundamental, pois tirou a região da condiçõa de isolamento em que vivia desde
o século XIX. Pode-se dizer que a reunião das rezadeiras que praticam a
alimentação das almas ou encomenda das almas, insere-se no momento
crucial que vivia a Igreja Católica no final do século XX. Não se quer dizer com
isso que a reunião das encomendadeiras tenha sido proporcionada pela Igreja
de Correntina ou pela prelazia daquela região. Mas o fator importante nesse
contexto é a retomada de um processo de reavivamento espiritual neste
mesmo período. Com isso a prática de procissões, o culto aos santos e a
retomada de práticas relacionadas às orações feitas pela comunidade, como
novecnas e terços, permitiram um reencontro das tradições religiosas antes
dispersas.

Outro elemento importante nesse processo coincide com a perspectiva


política. Os grupos de mandonismo local, desde os mais vinculados à
tradicional oligarquia baiana “Aceemista” ( grupos vinculados ao então senador
Antônio Carlos Magalhães) quanto aos oposicionistas, perceberam a
possibilidade de integração desses grupos “folclóricos” ou portadores de uma
tradição religiosa, como parte de seu capital político. Além disso, uma
intelectualidade orgânica do município, nem sempre presente, pois alocada em
diversas instituições educacionais no país, dispôs-se a assessorar o grupo de
oposição, e, dessa forma, funcionou como estímulo e apoio aos grupos
diversos de detentores de cultura tradicional existentes no município. O objetivo
claro era o de criar mecanismos de investimentos e caldeamentos de recursos
na área turística, ecológica, histórica e cultural. Nesse sentido, a atitude em
relação aos grupos religiosos e festivos, com claro apelo à restauração das
tradições, passou a ser uma atitude de aproximação, gerenciamento e controle,
o que de certa forma ameaçou a integridade e naturalidade de tais
manifestações.

É fato, no entanto, que o grupo das encomendadeiras de Correntina,


como os mais diversos grupos da região, demonstra uma forma de reação à
ameaça que sentem diante do desmoronamento do mundo a que estavam
acostumados. E, com certerza, tal reação vem se manifestando como
perspectiva de busca das vias místicas, proporcionando a seus atores a
assunção da condição de sujeitos de sua própria história e, sobretudo, de
sujeitos da manutenção de manifestações de tradicionalismo religioso. Nesse
sentido, a manifestação das encomendadeiras configura também um ideal de
identidade dos portadores de uma certa tradição religiosa, proveniente do
mundo colonial.

ATITUDES DIANTE DA MORTE

Talvez o tema mais interessante em relação às encomendadeiras refere-


se ao contato com o mundo das almas. Isso ao mesmo tempo lhes dá força,
cria um vínculo com o sobrenatural. Nesse sentido, ao se proporem a alimentar
as almas, essas mulheres alimentam também suas próprias vidas, seja com
uma relação de encantamento do mundo, seja com a disposição para o
enfrentamento da dura realidade do dia a dia, em que são expoliadas e muitas
vezes, humilhadas pela lógica de poderes, institucionalizados ou não.

No interior, ainda hoje, os velórios são marcados pelo acontecimento


doméstico. A territorialidade desses velórios, no mais das vezes, se
circunscreve às casas da família. No caso específico das encomendadeiras de
Correntina, no oeste baiano, podemos identificar elementos ainda de uma
atitude diante da morte que nos remete a uma temporalidade diferenciada. Por
ter estado isolada tanto tempo, embora estivesse a apenas 450 quilometros de
Brasília, a cidade conservou um conjunto de visões diante da morte e dos
mortos que muito se assemelha com as do século XIX.

Assim, a boa morte continua a ser um tema presente nas concepções


das encomendadeiras. Elas inclusive se justificam como rezadeiras paras as
almas que não tiveram um passamento adequado. O ato de rezar para as
almas, de alimentá-las perpassa a idéia de contribuir para que a alma se
conforte um pouco mais, diante das atribulações por que está passando. Para
o bem das almas, elas rezam, e também para a sua própria paz. É interessante
reproduzir a conversa que tive com Pretinha, uma das participantes do grupo
de encomendadeiras. Perguntei a ela se quando elas estavam rezando para as
almas, tinham uma certeza de que quanto mais elas rezassem para os outros,
mais isto significaria em termos de retorno para elas mesmas? Pretinha de
pronto me respondeu: Ishh, nossa senhora! É dando que se recebe...” de
certa maneira, isso é confirmado por alguns estudos, como o de João José
Reis sobre a negociação entre o mundo dos vivos e dos mortos. Destaca que

É comum pensar que a cultura funerária pressupõe como estratégia de


salvação a organização da própria morte, para não ser pego de surpresa
diante da morte. Assim, “... a morte acidental , prematura, sem ritos
devidos, era vista como grande desventura, que fazia sofrer a alma de
quem partia e a consciência de quem ficava ( REIS, 1997, P. 101).

A recomenda ou encomenda das almas é parte de uma devoção


anterior e maior às entidades chamadas Almas Santas Benditas. Estas
entidades possuíam funcionalmente, papéis semelhantes aos dos santos e
das santas no catolicismo. Isto introduz uma relação de poder marcada por
uma responsabilidade extrema. Por outro lado as “Almas Santas Benditas”
são importantes na relação vida-morte, pois elas realizam uma vinculação do
mundo dos vivos com os mortos. Dessa forma, aos cultuadores do ritual de
evocação das almas benditas, ou de recomenda de mortos, impõe uma relação
de lealdade e seriedade na devoção. Há uma exigência de manutenção de
rezas em dias estabelecidos,, cumprimento de promessas, bem como uma
severidade acentuada, em que destaca uma responsabilidade grandiosa.

De igual maneira, vale dizer que a morte servia como mecanismo de


organização da vida econômica. O manual do padre Queiroz apud Reis (1997,
p. 102), recomendava: “[...] ao moribundo que devolvesse ao dono qualquer
coisa ‘ injustamente adquirida’ [...] pois que ninguém pode entrar no Céu sem
que primeiro restitua o alheio”.

É interessante destacar que assim o morto não descansaria enquanto


não visse pagas todas as suas dívidas a serem cuidadas pelos descendentes
do morto, de forma a não lhe impedir o acesso mais fácil no julgamento de sua
alma.

Por outro lado, ao perguntar o que elas pensavam existir depois da


morte, a resposta foi muito interessante e reafirmadora da negociação.
Pretinha, tomando a palavra, disse: “ se a gente fazer obras, né?” de imediato,
complementou Ana Maia da Conceição:

Pois é, o que planta nasce... se planta arroz é arroz, se planta mamona


é mamona, que você consegue fazê muito com o aqui ô ( apoantando para o
peito, no lugar do coração); perdoar o seu próximo, seu irmão [...] eu recebia
como se fosse meu filho, nós somos irmãos, nós somos todos iguais... (
ENTREVISTA..., 2000)

Segundo Pretinha, a encomendação das almas é uma obrigação de


suas vidas. Diz ela: “(...) eu só acho que nós vivos tem que rezar pelos mortos,
né, então nós temos esta obrigação (...) amanhã, ou depois, ou qualquer dia, a
gente também vai precisar que os outros que fica vai rezar pela gente, né?(
ENTREVISTA ...2000). Nesse sentido, podemos perceber duas coisas
importantes: a primeira delas é a referência a uma vida após a morte, em que
todas acreditam, e imaginam a necessidade concreta de não reproduzir as
dificuldades da vida terra. Se de maneira geral há dificuldades na vida terrena,
e essas pessoas sabem muito bem o que significa a form, a carestia, a vida
sofrida de labuta sol a sol, a esperança é de que outros, após sua morte, rezem
para que nada falte na outra vida, e lhes dê conforto.
Outro elemento importante diz respeito à continuidade secular da
tradição. A reza para a alimentação das almas, garante, por si só, a
manutenção das almas na eternidade, e o vínculo do mundo terreno com o
metafísico, dando continuidade e complementação entre os dois mundos.

A morte não era vista como o fim do corpo apenas, pois o morto
seguiria em espírito rumo a um outro mundo, a uma outra vida (...) o
tratamento dispensado ao morto visava integrá-lo o mais breve possível
em seu lugar, para seu próprio bem e a paz dos vivos ( REIS, 1997,
p.96)

Uma das marcas da cultura funerária no Brasil é a concepção de que o


morto é abandonado pela alma no último suspiro. Dessa forma, um tradição
comum são os velórios e sentinelas, que, como o próprio nome esboça, tem
por função cuidar do defunto para que nenhum mal lhe aconteça. Uma boa
parte dos moradores dos rincões mais distantes do interior do Brasil acredita
que a alma só deixa o corpo no último suspiro. Para outros, a alma, depois de
desencarnada, permance na terra, pelo menos durante os três dias seguintes à
morte. Crenças mais antigas diziam que a alma só sobe depois de o corpo
ganhar a sepultura, e, ainda que a alma permaneceria na terra, enquanto a
família não colocasse a vestimenta de luto (1993, p.38),

Forma humana, feições reconhecíveis, irradiando uma sensação de frio


extremo, ao redor. A voz pode ser a mesma possuída quando vivo, ou
outra, quase sempre de exagerado acento nasal. Veste branca talar,
longa, rojante, ou usava. Materializa-se pela voz, pelo corpo inteiro, por
uma parte apenas.

O papel das rezadeiras no contexto da cultura funerária liga-se à


necessidade de que o morto e a alma tenham companhia no momento
imediatamente posterior ao passamento. Não abandonar o morto, estar de
sentinela ou vigília, implica não permitir que os demônios se apossem daquela
alma, numa luta imaginária entre o bem e o mal, sendo que o primeiro só teria
êxito se conseguisse muitas rezas e muita gente velando por ele. No século
XIX, a a presença nos velórios era tão importante, que tanto mais importante
era considerado o defunto, quanto mais gente ele conseguisse arregimentar
em seu enterro. Assim, encomendadeiras, rezadeiras, até mesmo os padres,
além da população em geral, eram estimulados a irem às sentinelas, seja pelos
comes, os bebes, sobretudo a cachaça, e em algumas vezes por algum
dinheiro.

CARPIDEIRAS OU ENCOMENDADEIRAS
Ao longo do tempo, foram as carpideiras que tinham o papel de
anunciadoras da morte. Outro elemento forte, sobretudo nas pequenas cidades
do interior do Brasil, era o sino, o anunciador do passamento. Um determinada
batida do sino podia anunciar que alguém havia morrido. O grupo de Correntina
( BA) não pode ser considerado como o das carpideiras tradicionais. Aliás, no
Brasil, não foi muito comum a existência das carpitdeiras profissionais, como
havia em Portugal. Como nos lembra Cascudo (1993, p.199)

(...) recebemos dos portugueses a carpideira espontânea, lamentando o


defunto, gratuita e vocacionalmente (...) ainda resiste o chorar do
defunto no interior brasileiro, executado por velhas ligadas por laços de
parentesco, amizade ou sedução trágica, diante do cadáver.

O engenheiro Wells apud Reis ( 1997, p. 110) assim descreve a ação


das rezadeiras e carpideiras no século XIX:

Por volta da meia-noite, fui acordado por barulhos sobrenaturais e o


clarão de luzes na rua. Ao sair à porta, encontrei quase todas as
mulheres do arraial reunidas perto de uma casa próxima, algumas
chorando, outras gritando o mais que podiam, outras cantando uma
nêmia agreste e todos os cachorros e galos latindo e cantando (...) elas
se mantiveram acesas noite adentro e antes do dia raiar acompanharam
o morto à sepultura, tendo, aparentemente reservado os pulmões para o
finale; elas rodopiavam, jogavam os braços para cima e gritavam com
fúria.

É interessante ressaltar o destaque feito por Reis, que contesta, em


parte, as análises de Cascudo sobre a existência das carpideiras no Brasil:

No Brasil as carpideiras não parecem ter constituído uma ocupação


remunerada como na Europa, ou pelo menos não era costume
generalizado, a se crer na avaliação do padre Lopes Gama, escrevendo
em Pernambuco em O Carapuceiro, em 1832. No entanto, a carta de um
leitor do jornal da Bahia, em 1857, insinua que elas existiam aqui sim, e
critica suas atividades: como viveriam as carpideiras sem defuntos que
fossem pranteados? O pranto porém é dos outros, delas só é o ganho:
choram por conta dos que as pagam, pouco lhes dando com as lágrimas
que vertem; e mais chorarão pelo maior malvado se maior espórtula
receberem ( REIS, 1997, p.109).

Ana Maria da Conceição (uma das líderes do grupo) relata que desde os
15 anos sua madrinha a colocava para rezar e cantar para encomendar as
almas. Sua madrinha a aconselhava a aprender, para que , quando ela
morresse, a afilhada continuasse fazendo “ o mesmo trabalho”. No dizer de
Ana Maria da Conceição, ela “... tinha uma voz tão tremida, que chega a sumir
em cima e dizer – com a voz tremida com medo – com base de 15 anos eu
comecei, mais as meninas lá da roça...” Há 21 anos ela reside no município de
Correntina, e desde então, junto a José Brito, organizaram o grupo de
encomendadeiras e alimentadoras de almas. Elas rezam mais na Semana
Santa. Não é sempre que elas participam de velórios. Isso as distingue das
carpideiras.

Esta é uma particularidade desse grupo. Além das mulheres há a


participação de José Brito, um homem com apurada voz, que quando do ato de
entoar os benditos mal se diferencia das vozes femininas. A voz dele se
assemelharia a dos castrati 1. Além disso, o grupo tem nele uma espécie de
líder estético, ou seja, o que toma as decisões em relação às apresentações.
Mas ele não se apresenta como uma liderança religiosa. Dessa parte cuidam
Ana Maria da Conceição e Pretinha. Entre as mulheres do grupo existe até um
certo ar de brincadeira com a opção sexual dele. Não há nenhum tipo de
questionamento ou preconceito explícito.

ALIMENTANDO AS ALMAS

De uma maneira geral, as rezadeiras de Correntina mantêm a tradição,


ao saírem também pedindo, cantando e rezando orações para as almas que
sofrem, como a dos condenados à morte violenta, os presos da cadeia, os
perdidos das matas e, especialmente, os mortos sem confissão. Essa tradição
vem dos portugueses, sobretudo no que diz respeito à procissão das almas,
conforme nos informa Pierson, visto que sua descrição do rito empreendido é
bastante próxima dos rituais realizados em Correntina. Em sua obra O Homem
no Vale do São Francisco, Donald Pierson, descreve a lamentação como
pertencendo aos Rituais, cerimônias e crenças inicialmente introduzidos na
região pelos portugueses, contudo, mesmo antes de ocorrida a fusão, em
alguns casos, com formas culturais ameríndias e africanas, incluíam amiúde
elementos de folk que variavam consideravelmente das formas urbanas
ortodoxas. (Pierson, 1972:68).

Segundo Pretinha, na Semana Santa elas fazem

(...) três estações na segunda, fazemos três estações na quarta, três


estações na Sexta... elas começarm na quarta-feira de cinzas e vão até
a semana das Dores, seguindo o calendário religioso. Na semana das
1
Castrato (plural castrati) é um cantor masculino cuja extensão vocal corresponde em
pleno à das vozes femininas, seja de (soprano, mezzo-soprano, ou contralto). Esta
faculdade numa voz masculina só é verificável na sequência de uma operação de corte
dos canais provenientes dos testículos, ou então por um problema endocrinológico que
impeça a maturidade sexual. Consequentemente, a chamada "mudança de voz" não
ocorre. In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Castrato, acesso dia 07/12/2010, 14:08 h.
Dores – diz – a gente faz mais estações, faz cinco, proque não pode
fazer par, só pode fazer impar.

O grupo tem por hábito somente sair à noite, depois das dez horas,
rezando até à meia-noite. Não se encomendam e nem se alimentam as almas
depois da meia noite e, da mesma forma, durante o dia. Há uma exceção na
reza noturna na Sexta feira da Paixão, quando se ultrapassa a meia noite com
rezas e canções de lamentação.

Quando começa a encomendação ou alimentação das almas, no


cemitério, na Igreja ou no Cruzeiro, elas entoam a música Cruz Preciosa.
Segundo Pretinha, essa parte é denominada de “... a Cruz. E quando é Igreja,
e Casa Santa, se for no cemitério ou no que é a cruz também, e a cruz, que é o
cruzeiro. Depois passa-se para a lamentação, encomendação “ nesse
momento elas rezam para todas as almas que estão penando na terra, as que
morreram queimadas, ou afogadas, ou aquelas almas que tiveram uma vida
desregrada. Segundo Pretinha e Ana Maria, suas rezas permite “refrescar um
pouco” as almas.

O lugar de realização dessas procissões tem um significado especial. As


encomendas de almas se realizam em lugares em que as almas estão mais
desprotegidas e são menos lembradas. É o caso de cemitérios em lugares
distantes da cidade, em montanhas ou ao pé de um cruzeiro. Nesse sentido, a
cultura funerária no Brasil mantém uma tradição européia muito forte. A
tradição de ser enterrado perto das casas em que se viveu é comum na zona
rural, sobretudo nos rincões perdidos dos sertões brasileiros.

Além disso, em cidades mais antigas, é comum encontrarmos cemitérios


perto das igrejas. Reis (1997, p. 124-5) explica essa prática:

A proximidade física entre cadáver de santos e anjos representavam


arranjo premonitório e propiciador da proximidade espiritual entre a alma
e os seres divinos no reino celestial. A igreja representava uma espécie
de portal do Paraíso. Ao mesmo tempo, era o lugar perfeito e desejável
para se aguardar a ressurreição no dia do Juízo Final, uma concepção
amplamente difundida no mundo católico desde a Idade Média.

A cruz aparece, ora levada à frente do grupo de encomendadeiras, ora


como local de execução da recomenda de almas, aparece como um dos
símbolos maiores do terno. Além de ser a marca de identificação do católico, a
cruz servia para afastar os maus espíritos, e qualquer outro tipo de mal, como a
peste e a fome. No século XIX, era comum ver as casas da cidades quase
todas com uma cruz na parede da frente.

Um outro tipo de cruzeiro é a Cruz das Almas. São cruzeiros de madeira


ou pedra, erguidos nas encruzilhadas. Nas cidades podiam conter caixinhas
para coletar esmolas em favor das almas. É fato que essas caixinhas eram
facilmente arrobáveis pelos homens e não pelas almas. Pelo interior do Brasil
valiam como símbolos de fé, afastando as entidades malévolas e fantásticas,
marcando “ caminho certo”. Ao pé dos cruzeiros, há sempre uma alma (
CASCUDO, 2002).

A cruz é importante, porque as almas não resistem diante desse símbolo


e diante do sinal da cruz. Além disso, onde existe um cruzeiro, passa a ser um
lugar sagrado, e determina a ação das encomendadeiras em rezar para as
almas. Elas podem significar a sepultura de alguém que morreu de forma
violenta, seja de assassinato ou de acidente. É comum, por vezes, após a reza,
colocarem-se pedrinhas nos transepto ou agrupadas ao pé da cruz, marcando
as orações feitas para as almas. Câmara Cascudo descreve um hábito comum
às pessoas do sertão: ao tropeçarem em pedras fazem uma associação
direta com a existência de almas penadas. Segundo cascudo (1993, p.596), [...]
quando a gente de caminho dá uma topada em uma pedra, deve dizer, ‘ Deus
te salve’, porque pode ser uma alma penada, purgando-se dos seus pecados.

Saint Hilaire relata que passou por uma cruz erguida na estrada que
seguia rumo ao interior de Minas Gerais, no ano de 1817, e que alguém havia
lhe relatado a seguinte história: ‘ um homem, viajando nessa região, acreditou
ter visto almas do purgatório, que volteavam ao redor de seu cavalo, sob a
forma de pombos, pedindo-lhes preces. Em memória desta aparição ele fez
erguer a cruz’.

ADEREÇOS RITUAIS E GESTUALIDADE PERFORMÁTICA

O grupo de encomendadeiras de Correntina vestia-se normalmente, com uma


mortalha branca, cobrindo inclusive a cabeça. Até a década de 90, enrolavam-
se em lençóis brancos, da mesma forma que são enrolados os defuntos no
interior. Reis destaca em seu estudo que o uso do branco tem simbolismo na
cultura negra, que relaciona esta cor com Oxalá, o criador, que reinvindica na
morte a sua criação. Mas, da mesma forma, o branco tem um simbolismo ritual
nas atitudes diante da morte dos cristãos. Estar amortalhado em um lençol
branco referencia o próprio cristo, referência direta ao sudário que usaria no
momento de sua morte e ressurreição (REIS, 1997, P. 111). O lençol das
encomendadeiras é amarrado por um cordão denominado Cordão de São
Francisco. Aqui vale ressaltar que,

São Franscisco tinha um lugar de destaque na escatologia católica. Uma


tela setecentista retrata-o resgatando almas do purgatório com a ajuda
do cordão de seu hábito. Diz a tradição que, certamente com a
permissão de Deus, ele fazia expedições periódicas àquela zona celeste
com o objetivo de resgatar almas ali encarceradas (REIS, 1997, p.112).

O que se pode observar é a manutenção do uso do cordão de São


Francisco nas vestimentas das Encomendadeiras vincula-se diretamente com
sua missão de alimentar e ajudar as almas. O vínculo com a tradição
franciscana pode referenciar também uma presença muito forte dos
franciscanos na região. Pretinha mesmo, ao explicar a razão de se praticarem
a recomenda de almas, usava uma máxima da evangelização franciscana: “é
dando que se recebe”. (ENTREVISTA...2000).

Além da mortalha, à frente do grupo vai alguém portando uma cruz com
uma toalha branca dependurada. Para as encomendadeiras esse é o principal
símbolo do grupo Pretinha desta que o significado da cruz é o da morte de
Cristo. Em relação à toalha, depreendemos do relato do grupo, que o
significado relaciona-se à crença na ressurreição , pois Cristo morreu,
ressucistou, deixando apenas a mortalha no sepulcro.

Outro elemento importante são as velhas. Antigamente eram usadas as


feitas de cera de abelha. A vela, além de servir para os vivos, para a
iluminação dos caminhos da noite, sempre muito escuros, tinha outros
significados. Acredita-se que do ponto de vista ritual a cera consumida plo fogo
ajudaria a abrir caminho do morto nas trevas imposta pela morte. Para REIS
(1997, p.118), simbolizava (... o esvair-se da matéria, função simbólica que às
vezes não chegava a desempenhar porque não derretia por completo(...)”

Usam também a matraca. Diz-se que a matraca desperta as almas, ela


chama os mortos, e despertam para o momento da reza. Da mesma forma, a
matraca serve para espantar o que é ruim. “Dizem que nos montes de
Jerusalém, quando viram a matraca, o inimigo correu”2. A matraca é um “
instrumento de percussão, de madeira, com uma ou mais tábuas, que se
deslocam, percutindo a própria prancha onde estão presas (CASCUDO, 1993,
p.485). Há modelos de matracas em que as tábuas são substituídas por
argolas de ferro. Segundo Câmara Cascudo, a origem desse instrumento é
oriental, provavelmente da Índia, China ou Tibet. Os católicos as teriam
incorporado para dirigir procissões, desfiles e mesmo para orientar no
momento das genuflexões, ou seja, no momento em que os fiéis devem se
ajoelhar. É interessante observarmos o relato de Preetinha sobre o uso da
matraca na porta do cemitério. Segundo ela, no momento em que se bate a
matraca, “ as almas ficam todas de joelho (...) e ali é o seguinte, se você bateu
a matraca, você tem que rezar”. Em todos os relatos que ouvimos desse grupo
de Correntina, uma coisa é unânime: todas elas visualizavam as almas
ajoelhando-se no momento da batida da matraca.
Em torno da matraca e do cordão de São Francisco, o grupo de
Correntina traduz um elemento de encantamento. Segundo a descrição das
participantes “... se rumar ela( a matraca) numa pessoa, a pessoa morre antes
de interar o ano; a hora que bate ela é obrigado a rezar, senão as almas ficam
esperando [...]”. a mesma explicação elas dão para o cordão de São Francisco.
Se alguém encostar, ou se alguum dos componentes do grupo, por malvadez
encostar ou bater o cordão em alguém, este não conseguireá inteirar o ano, ou
seja, morre antes do fim do ano. Sem dúvida que tais poderes inspiraram
secularmente o medo das encomendadeiras e alimentadoras de almas.

2
PEDREIRA, Carolina op. Cit. p. 5
MEDO DO POVO E HISTÓRIAS FANTÁSTICAS

Em meio às pesquisas com as encomendadeiras, pode-se notar a


construção de um processo de identificação sacralizada da atividade que
praticam. Se, por um lado, elas foram muito perseguidas na cidade de
Correntina, sofrendo muitas vezes, até agressões físicas e passando por todo
tipo de escárnio público. São muitas as histórias sobre pessoas que zombaram
do grupo,de crianças que corriam amendrontadas, ou que jogaram pedra nas
almas (como são chamadas as mulheres que rezam no terno). Elas nos
contam que quando “alguém fica curiando elas” a pessoas podem ter visagens
(visões de pessoas mortas), ou ainda ficar doente ou mesmo morrer. Elas
desenvolveram uma consciência de sua ação religiosa, até que a Prefeitura,
em finais dos anos noventa, passou a incentivar o desenvolvimento de suas
atividades como manifestação folclórica típica da região.

O povo da cidade, quase sempre, não compreendia as manifestações de


fé e penitência desse grupo. Como vimos, as crianças morriam de medo das
figuras e das silhuetas que saiam na Semana Santa para praticar o oficio das
Almas. Jovens nos descreveram como eram tomados pelo pavor de ouvir o
som da matraca, ou ver a passagem das encomendadeiras para os cemitérios
da cidade.

O medo é uma referência tanto entre os responsáveis por guardar a


tradição como entre os novos receptores da tradição. É interessante
observarmos a mítica do perigo em torno da matraca e do cordão de São
Francisco, como elementos que reforçam o poder das almas e das
encomendadeiras. Por outro lado, distingue-se uma certeza de que não há mal
terreno que as possa afetar enquanto executam o ofício da encomenda. Há um
sentido de proteção das almas para com as encomendaeiras, segundo a
própria descrição de dona Ana Maria da Conceição “ tem tanta gente que joga
coisa ruim, tem tanta coisa assim ruim que vive, assim no mundo prejudicando
o próximo, né, a gente enfrenta assim [...] mas não acontece nada, as almas
não deixa não [...] (ENTREVISTA ... 2000)

Quando eu as interroguei sobre a possibilidade de ataques de bichos,


como, onça, lobos, cães do mato, quando elas iam a lugares desertos, Pretinha
respondeu por todas. Dizia da invulnerabilidade das encomendadeiras nos
momentos que se deslocam para lugares distantes, ermos, e que nada lhes
acontece: “[...] ia aquela turma de mulher, meia noite, nois vinha de lá, não
tinha nada que fazia, nadinha, tiver um cachorro valente, pode soltar ele aí, que
eles não faz nada [...] ( ENTREVISTA...2000].

Relatos fantásticos destacam uma tradição associada à Idea do medo.


Para dona Ana Maria da Conceição,
[...] de primeiro, quando as encomendadeira saia empunhava aquele
rebanhozinho de ovelhazinha, e de cá da porta e via, e fazia tudo que é
estripulia, [...] depois que as coisas foi [...] parece que foi remodelando,
assim, as coisa foi acabando, aquele encanto que tinha aqui na Terra,
porque a Terra era encantanda, tinha muito mais entusiasmo mesmo [...]
porque as alma acumpanha, acumpanha quem tá alimentando elas
(ENTREVISTA... 2000).

Esse foi um momento especial da pesquisa. A consciência expressa


nessa fala de dona Ana Maria, chamou-nos a atenção para a expressão de um
imaginário do encantamento. A idéia de que o mundo foi remodelando, ou seja,
se transformando, é bem significativa. A idéia de remodelação enquanto
percepção do progresso, apresenta a quebra da sociedade tradicional. Revela
a percepção de um mundo não estático, e que mudou positivamente para as
encomendadeiras, à medida que a partir de então passaram a não mais ser
sinônimo de chacotas da população.

Por outro lado o mundo “remodelado”, tirou o entusiasmo e desencantou


as criaturas. Quando perguntei a elas porque o mundo havia se
desencantando, a resposta apareceu de diversas representantes. Para Ana
Maria, “o mundo de primeiro, ele era encantado. Naquele tempo, ele era
encantado, mas hoje ele está desencatando. E completou Pretinha: “ficou tudo
liberto... o pessoal, os bichos, não tem nada mais assim [...]” E então
completou Ana Maria, “quando Eva mais Adão trabalhou[?], a terra fez, (...)
corria sangue, na terra foi o desencanto. Tinha Lobisomem, Mula sem cabeça,
tinha muitos encantos na terra, né?Aí a terra lá e vai [...] e vai até o estado de
hoje, e nós achamos o maxixe da seca, como vai nascendo madurinho.
Naquele tempo, até o povo era pouco. Tudo no mundo tinha aumento. Você
plantava um prato de milho, se não tinha... a casa não cabia. E hoje planta uma
lavoura, não dá nada, né?Tá diminuindo (ENTREVISTA...2000).

Tanto Pretinha quanto Ana Conceição confirmaram a consideração de


que as almas, no momento da encomendação, acompanham as rezadeiras. Na
entrevista por nós conduzida com o grupo, isso configurou-se como um dos
exemplos de como elas se vêem protegidas pelas almas. Tanto assim que a
descrição que fez Dona Sú.( Maria Suely Neiva Costa), comprova essa
afirmação. Diz Dona Sú sobre uma moça que estava curiando as
encomendadeiras “... ela foi lá e sentou, na janela, mas ela estava curiando
nóis, e ela foi prá janela porque ela teve qualquer pensamento negativo sobre
nois [...] (ENTREVISTA..., 2000).

A perspectiva do encantamento do mundo localiza um elemento do


catolicismo popular de cunho maravilhoso. O mundo encantado é o mundo das
maravilhas e das lendas. É um mundo que não foi “remodelado”, no dizer de
Dona Ana, é um mundo tradicional, com uma temporalidade marcada pela
natureza e não pelo relógio. Numa longa descrição da presença de almas,
Cascudo relata um acontecido em Portugal, registrado em Povoa, sobre a
curiosidade de pessoas em relação às encomendadeiras ou mesmo em
relação à procissão das almas.

A tia Jacinta afirmou que, num serão, carecera de acender uma candeia
e que, dando pela falta de lumes, viera à porta ver se passava alguém,
para lhos pedir. Abrindo o postigo, viu que cinham de longe muitas luzes
e, quando estas se se abeiraram, pediu um lume, que lhe foi entre pelo
postigo. Acesa a candeia, quando ia entregar a velha que tinha recebido,
já o grupo se tinha distanciado, reparando ela, então, que em lugar de
uma vela lhe tinha entregado uma tíbia! Fora no dia seguinte se
confessar, sendo-lhe dado o conselho de à mesma hora esperar
novamente o grupo e entregar à que fosse sem luz o que lhe tinha sido
dado. Eram almas boas que andavam a pedir orações ( separata...,
2002, p.40.

O relato da vela que se transforma num osso de canela pode ser


encontrado também nas tradições orais do grupo de encomendadeiras de
Correntina, muito vivo, em plena entrada do terceiro milênio. Dona Sú nos
conta uma história parecida, mas marcada pela situação de defesa que as
almas fazem das rezadeiras, conforme já salientamos:

Quando nos fomo convidado(ininteligível a gravação) nois não vimo a


moça, né? Bateu a matraca ela saiu de lá de dentro e sentou na
janela...curiá... nois rezamo a reza das almas e ofício... nois rezo o
bendito e pediu a despedida, quando nois deu de andá, elas (as almas)
veio andando como genti [...] o homi só vivi com seu missal, reza me
guarde, é com papel, que fica livre do pedado. Quando ela deu di...
curiando o papel funerário dela, que abriu, era a canela, hummm!!! Deu
a ela a canela prá guardá, cendeu a vela. Tome esta vela(...) a hora
qu’eu voltá eu peg’ela ( ENTREVISTA...2000).

Melo Morais Filho apud Cascudo(1997, p. 41) descreve o que acontecia


a quem tentava profanar o mistério de encomendação das almas:

Corria na tradição, aviventada por testemunhas autênticas, que o


imprudente que tentasse profanar o mistério, só via um rebanho de
ovelhas ( eram as almas) e um frade sem cabeça que lhe entrega uma
vela de cera, vindo-a buscar na manhã seguinte. E não a encontrava!
Dizem alguns que o frade encantado era uma alma penada; e outros que
era o demônio disfarçado para assombrar e tentar as criaturas. Todas as
portas e janelas fechavam-se hermeticamente durante as horas da
sinistra procissão. Os próprios penitentes encarregavam-se de rebentear
a pedradas todo objeto visto através da janela aberta ou porta aberta.

Por outro lado, na entrevista que fizemos com Dona Sú, uma história nos
chamou a atenção. Ela descrevia que após o termino das rezas e cânticos, elas
iam se retirando, quando viram uma pessoa vestida da mesma forma que elas
chegar à janela de uma moça que as estava observando. Viu também que ela
pediu a referida moça para guardar uma vela, que estava meio embrulhada em
papel. Mas tamanha foi a curiosidade da moça que estava à janela, que, não
agüentando, abriu o pacote. Deparou-se então, não com a vela, mas sim com
um osso de canela. Por incrível que pareça, essa é a mesma descrição que
encontramos em uma história recolhida por Câmara Cascudo, em 1942. Isso
nos permitiu pensar como se realiza o processo de circulação de idéias em
uma sociedade que poucos tem acesso a leitura, e que, ninguém com certeza,
teve acesso ao livro, mas sim à tradição, que vem também recheada de
memórias e histórias contadas, e fixadas pela tradição oral.

BIBLIOGRAFIA

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