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ANÁLISE DAS

DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS.
AULA 01

Marcelo Daniel Araujo Ermel


CONVERSA INICIAL
Seja bem vindo à nossa primeira aula da disciplina de Análise das
demonstrações contábeis. Aqui, discutiremos a forma e o objetivo deste tema.
A contabilidade é comumente chamada de linguagem dos negócios,
então, naturalmente as demonstrações contábeis têm muito a nos informar
acerca da situação financeira e econômica da entidade. Dessa forma, durante
nossa disciplina, iremos aprender a ler, interpretar e extrair diversas informações
dos relatórios contábeis.
Na primeira aula do curso faremos uma revisão acerca das
demonstrações contábeis, mais especificamente: Balanço Patrimonial,
Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração dos fluxos de caixa,
demonstração do valor adicionado e demonstração das mutações do patrimônio
líquido. Relembrando seus objetivos e características.
Na segunda aula, veremos as mais tradicionais formas de análise, vertical
e horizontal, além dos índices de liquidez e endividamento. O objetivo é extrair
informações sobre a estratégia da empresa, relevância das atividades e sua
saúde financeira.
Na terceira aula aprofundaremos nossos conhecimentos acerca de saúde
financeira, conhecendo o consolidado modelo de Altman para previsão de
falência e também o de Elizabetsky. Além disso, estudaremos os ciclos de
atividade da empresa e a conversão de caixa.
Na quarta aula estudaremos os diversos índices de rentabilidade
empresarial, seja ele rentabilidade do ativo, do patrimônio líquido ou do capital
investido, como também o modelo Dupont de separação entre retorno por causa
da eficiência no uso de ativos ou retorno em razão da margem praticada.
Em seguida, na quinta aula, iremos estudar os índices de alavancagem,
tanto a financeira quanto a operacional e também a combinação de ambas. Além
disso, analisaremos a demonstração dos fluxos de caixa e a demonstração do
valor adicionado.
Por ultimo, analisaremos a demonstração das mutações do patrimônio
líquido, também conheceremos os efeitos da gestão de capital de giro e por
ultimo a modelagem de Fleuriet.
Veja caro aluno, que temos uma longa jornada a trilhar aqui em nossa
disciplina. Então, desejo a todos um excelente estudo.
CONTEXTUALIZANDO
Como dito anteriormente, a contabilidade é conhecida como a linguagem
dos negócios, assim, um dos passos mais importantes é extrair o máximo de
informação possível de uma demonstração contábil para auxiliar a tomada de
decisão. Dessa forma, precisamos primeiramente entender o objetivo de cada
uma das diferentes demonstrações.
Durante a nossa aula, primeiramente relembraremos os aspectos de cada
uma das demonstrações financeiras, ressaltando o que for relevante para a
análise.
Assim, revisitaremos o balanço patrimonial, conhecidamente como o
demonstrativo que informa onde estão os investimentos (ativo) e de onde vieram
os financiamentos (Passivo e PL). A DRE, a qual demonstra a lucratividade
empresarial. Entretanto, como muitas vezes o investidor também está
preocupado com o Caixa – além de lucro -, revisitaremos a DFC e suas
informações.
Ademais, também veremos a DVA, demonstração obrigatória para todas
as companhias abertas. Nela é possível verificar se a empresa criou ou destruiu
riqueza no período.
Por fim, revisaremos a DMPL, a qual exibe as mutações do patrimônio
líquido no período, como aportes ou pagamentos de dividendos.

TEMA 1 – Importância da estrutura, análise e interpretação de


demonstrações
As demonstrações contábeis é um dos maiores bancos de dados e de
informações sobre a situação financeira e patrimonial da companhia. A partir
desses dados e informações, muitos grupos interessados podem extrair a
informação que lhe interessa para tomar uma melhor decisão. Tomemos por
exemplo um analista de crédito que deve decidir se concede ou não um
empréstimo para uma dada empresa.
Uma forma de tomar essa decisão é o analista acompanhar o dia a dia da
companhia por algum tempo, registrando as entradas de caixa, as saídas de
caixa, as receitas e as despesas, os principais clientes, a satisfação de seus
empregados e outras informações que julgue importante. Entretanto, essa
alternativa parece ser muito custosa e pouco eficaz, assim, é mais eficiente

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utilizar as demonstrações contábeis da empresa para verificar suas entradas de
caixa, suas saídas, as receitas, as despesas, os empréstimos que a empresa já
possui, o montante que a organização paga de juros e amortização dos
empréstimos. De forma geral o analista de crédito estaria interessado nas
informações de rentabilidade, solvência e liquidez da companhia.
Apesar de útil para o analista, esse não é o único interessado, os
fornecedores podem também estar interessados na liquidez e rentabilidade da
companhia para decidir o risco de efetuar uma venda a prazo ou não. Os
empregados estariam interessados para verificar a capacidade de pagamento
de salários, ou até para justificar um possível aumento (como assim fazem os
sindicatos nas negociações), o acionista pode querer verificar a rentabilidade
para fazer previsões sobre os dividendos futuros. E assim temos um enorme
número de interessados que podem extrair informações das demonstrações
contábeis.
Agora vamos imaginar o seguinte, o mesmo analista de crédito do
exemplo anterior agora deve decidir entre conceder crédito a mineradora São
Braz S.A ou a Carvaleto S.A, sem sombra de dúvidas, caso as duas utilizem
formas diferentes de contabilização, ou seja, não sigam uma estrutura comum,
a tarefa do analista ficará muito mais difícil e irá necessitar de vários julgamentos
de sua parte. Assim, um critério importante para a análise das demonstrações
contábeis é a sua comparabilidade. Se faz necessário que tanto a São Braz S.A
quanto a Carvaleto S.A utilizem de uma mesma estrutura e princípios para guiar
a elaboração de seus relatórios econômico-financeiros, para assim não
prejudicar os interessados na informação e nem ocasionar eventualmente uma
decisão equivocada.
Dessa forma, devido a grande esforço internacional por parte de órgãos
interessados na padronização dos princípios que regem a contabilidade no
mundo é possível uma comparabilidade entre demonstrações contábeis de
companhias brasileiras e de companhias europeias, pois, o Brasil e a maioria
dos países europeus adotam os princípios adotados e divulgados pelo IFRS
(Internacional Financial Report Society) e, no Brasil, O CPC faz esse papel.

TEMA 2 – Balanço Patrimonial


O Balanço Patrimonial é comumente referido somente como Balanço.
Essa demonstração provê uma “foto” dos ativos e passivos da instituição em

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uma certa data, por exemplo, o Balanço Patrimonial abaixo representa a posição
patrimonial da companhia XYZ na data de 31/12/20XX, ou seja, nesta data, a
companhia tinha 5000 em caixa, 10000 em estoques e 3000 em contas a
receber. Já acerca do passivo circulante, as dívidas com fornecedores estavam
avaliadas em 4000, contas a pagar em 3000 e os empréstimos e financiamentos
em 2500.
Balanço Patrimonial da companhia XYZ S.A
31/12/20XX
Ativos 91500 Passivo + Patrimônio Líquido 91500
Ativo Circulante 18000 Passivo circulante 9500
Caixa 5000 Fornecedores 4000
Estoque 10000 Contas a pagar 3000
Empréstimos e financiamentos de
Contas a Receber 3000 CP 2500

Passivo não circulante 30000


Empréstimos e Financiamentos de
Ativo Não Circulante 73500 LP 30000
Realizável Longo Prazo 3500
Contas a receber LP 3500 Patrimônio Líquido 52000
Imobilizado 50000 Reserva Legal 5000
Prédios 20000 Reserva de Lucros 3500
Veículos 10000 Capital Social 43500
Máquinas 20000
Intangível 8000
Marcas e Patentes 3000
GoodWill 5000
Investimento 12000
Ações da empresa
XPTO 12000

Observe que o balanço é separado entre ativos e passivos. Os ativos são


qualquer coisa que possa ser mensurada com confiabilidade, que irá gerar
benefícios futuros para a companhia e que seja resultado de eventos passados.
Já os passivos são sacrifícios futuros de caixa em razão de eventos passados.
Uma visão mais financeira é perceber os ativos como investimento feito pela
companhia, dessa forma, a XYZ S.A investiu 20000 em prédios, 10000 em
veículos, e de forma menos intuitiva, 5000 no caixa e 3000 nas contas a receber.
Já os passivos representam a origem dos recursos que foram investidos, por
exemplo, essa companhia utilizou 4000 de recursos oriundos de fornecedores
para investir em sua atividade, também auferiu 2500 de empréstimos de curto
prazo para financiar seus ativos. Enquanto utilizou 43500 de integralização de

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capital e possíveis incorporações de reservas de capital para compra e
investimento de ativos.
Para comparabilidade e informação, o Ativo é dividido em dois grandes
grupos, o Ativo Circulante e o Ativo não Circulante. O ativo circulante deve conter
tudo que a empresa esperar realizar dentro de 1 ano, ou seja, as contas a
receber e os estoques que são classificados dentro do circulante são esperados
que se tornem caixa/dinheiro no decorrer de 12 meses a partir da data da
demonstração.
Os ativos não circulantes são aqueles que se espera benefícios por mais
de um período, eles são classificados em quatro grupos, o Realizável a longo
prazo, que são basicamente títulos e contas a receber com um prazo de duração
maior que 12 meses. O imobilizado é composto por ativos que irão gerar
benefícios por mais de 1 ano e são utilizados na atividade fim da empresa, como
o prédio de sua sede, os veículos, as maquinas e etc. Já no grupo dos
intangíveis, a grande diferença pro imobilizado é a existência corpórea do bem,
os intangíveis são basicamente as marcas e patentes, que são ativos que a
organização espera que gere benefícios em mais de 1 ano, e o GoodWill, onde
o GoodWill, no caso da organização realizar uma aquisição de outra empresa, a
diferença entre o valor contábil da empresa adquirida e o valor pago pela
empresa adquirente é registrado como GoodWill. Por último, a classificação de
investimentos é direcionada a aquisição de quotas ou ações de outras
sociedades pela organização.
Os passivos também são organizados em dois grupos em razão da
definição contábil de curto e longo prazo. Os passivos circulantes são todos os
sacrifícios de caixa a serem realizados no período de 1 ano desde a data a que
se refere o Balanço Patrimonial, já os passivos não circulantes são todos os
sacrifícios de caixa a serem realizados num período após 1 ano da data do
balanço. A partir de uma perspectiva financeira, é possível perceber que alguns
passivos geram o pagamento de juros e outros não, por exemplo, sobre o crédito
de fornecedores não incidem juros, já sobre os empréstimos e financiamentos
incidem juros, assim, os fornecedores fazem parte de um grupo chamado de
passivo não oneroso e os empréstimos e financiamentos são chamados de
passivo oneroso.
É importante ressaltar que o balanço patrimonial é organizado a partir da
liquidez (velocidade de se converter em caixa) das contas. E que o patrimônio

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líquido é aquilo que resta aos sócios da empresa após a utilização dos ativos
para pagamento de todos os passivos. Ou seja, obedecendo a equação
fundamental da contabilidade
Ativo = Passivo + Patrimônio líquido (1)
E com uma simples álgebra chegamos a equação 2:
Patrimônio líquido = Ativo – Passivo (2)

TEMA 3 – Demonstração do Resultado do Exercício


Se o Balanço Patrimonial é uma foto da corrente situação financeira da
entidade, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um filme, ou seja,
a DRE representa tudo que aconteceu com a organização no período. Assim, a
DRE é a demonstração que traz as receitas auferidas pela companhia no
período, os custos e despesas, o pagamento e recebimento de juros, o
pagamento de impostos e taxas, até chegar ao lucro líquido destinado ao
acionista.
Como exposto na DRE abaixo, a companhia XYZ obteve 50000 em
receitas no período, já seus custos totalizaram 10000 e suas despesas 15000.
Assim, é possível verificar que dentro da sua atividade, ou seja, na execução
operacional a organização obteve um resultado positivo de 25000, comumente
chamado de lucro operacional.
Companhia XYZ S.A
Demonstração do Resultado do Exercício 31/12/20X1 a 31/12/20X2
Receitas 50000
(-) Custos 10000
(-) Despesas 15000
Lucro Bruto 25000
(-) Despesas Financeiras 2000
(+) Receitas Financeiras 1000
Lucro Antes dos Juros e do Imposto de Renda 24000
(-) Imposto de renda e CSLL (34%) 8160
Lucro líquido 15840
A próxima dedução realizada do lucro bruto é chamado de resultado
financeiro da organização, onde é considerado o quanto a empresa auferiu de
receita financeira, cobrando juros de seus clientes, e o quanto a empresa pagou
de juros sobre seus empréstimos e financiamentos correntes.
Após a consideração do resultado financeiro, temos o Lucro Antes dos
Juros e do Imposto de Renda, abreviado como LAJIR ou EBT em inglês, sobre
ele é aplicado a alíquota de imposto de renda e após a dedução do imposto,

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temos o Lucro líquido, que deve ser destinado ao pagamento de dividendos ou
a reservas de lucro, capital e legal. Ou seja, a DRE é intimamente ligada ao
balanço, pois, o lucro irá alterar o patrimônio líquido ou o passivo do BP.
Sobre a DRE, é importante ter em mente que as receitas e as despesas
são reconhecidas a partir do regime de competência, então, a companhia ter um
lucro líquido positivo não significa que a companhia auferiu a mesma quantidade
de caixa no período, podendo este ser superior o inferior ao lucro líquido. Um
exemplo disso é que as receitas são reconhecidas no momento da operação e
da transferência de riscos, entretanto, isso não quer dizer que a empresa
recebeu o dinheiro da venda, podendo a venda ter sido feita a prazo.
Por isso, além da DRE que objetiva evidenciar a rentabilidade da
empresa, outro demonstrativo contábil se faz necessário. O demonstrativo dos
fluxos de caixa, afinal, o aluguel e outras despesas não podem ser pagas com
lucro.

TEMA 4 – Demonstração dos Fluxos de Caixa


A demonstração dos fluxos de caixa tem como objetivo evidenciar as
transações e montantes que afetaram o caixa empresarial no período, e separar
essas operações em três grandes grupos: Fluxos de caixa operacionais, fluxos
de caixa de investimento e fluxos de caixa de financiamento.
Os fluxos de caixa operacionais são aqueles que se relacionam
diretamente com a operação da empresa. O CPC 03 – R2 (2010), ressalta que
os fluxos de caixa advindos das atividades operacionais são basicamente
derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade. Portanto,
eles geralmente resultam de transações e de outros eventos que entram na
apuração do lucro líquido ou prejuízo. E dá como exemplos:
(a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de
serviços; (b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários,
comissões e outras receitas; (c) pagamentos de caixa a fornecedores de
mercadorias e serviços; (d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de
empregados; (e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de
prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice; (f) pagamentos ou
restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que possam ser
especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de

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investimento; e (g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos
para negociação imediata ou disponíveis para venda futura.
Enquanto os fluxos de caixa de investimento refletem o montante gasto
ou obtido com a compra ou venda de maquinas, equipamentos, outras
empresas, basicamente as operações que decorrem em ativos não circulante
(salvo o realizável longo prazo). Como afirma o CPC 03 – R2 (2010) A divulgação
em separado dos fluxos de caixa advindos das atividades de investimento é
importante em função de tais fluxos de caixa representarem a extensão em que
os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade de gerar
lucros e fluxos de caixa no futuro. Somente desembolsos que resultam em ativo
reconhecido nas demonstrações contábeis são passíveis de classificação como
atividades de investimento.
E dá como exemplos: pagamentos em caixa para aquisição de ativo
imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo. Esses pagamentos
incluem aqueles relacionados aos custos de desenvolvimento ativados e aos
ativos imobilizados de construção própria; (b) recebimentos de caixa resultantes
da venda de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo; (c)
pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos patrimoniais ou
instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint
ventures (exceto aqueles pagamentos referentes a títulos considerados como
equivalentes de caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);
(d) recebimentos de caixa provenientes da venda de instrumentos patrimoniais
ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em
joint ventures (exceto aqueles recebimentos referentes aos títulos considerados
como equivalentes de caixa e aqueles mantidos para negociação imediata ou
futura); (e) adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto
aqueles adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira); (f)
recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de
empréstimos concedidos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e
empréstimos de instituição financeira); (g) pagamentos em caixa por contratos
futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos
para negociação imediata ou futura, ou os pagamentos forem classificados como
atividades de financiamento; e (h) recebimentos de caixa por contratos futuros,
a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para

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negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem classificados
como atividades de financiamento.
Já os fluxos de caixa de financiamento, são os fluxos que tem origem na
captação de recursos junto aos acionistas ou credores, O CPC 03 R2 (2010)
afirma que A divulgação separada dos fluxos de caixa advindos das atividades
de financiamento é importante por ser útil na predição de exigências de fluxos
futuros de caixa por parte de fornecedores de capital à entidade. E dá como
exemplos: (a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos
patrimoniais; (b) pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar
ações da entidade; (c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos,
notas promissórias, outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de
curto e longo prazos; (d) amortização de empréstimos e financiamentos; e (e)
pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a
arrendamento mercantil. (Alterada pela Revisão CPC 13).
Assim, temos o exemplo abaixo da DFC da companhia ABC, elaborada
pelo método indireto.
DFC
Lucro líquido 2000
Depreciação 200
Caixa líquido das atividades operacionais 2200
Adição ao Imobilizado 150
Adição ao Intangível -120
Caixa líquido das atividades de investimento 30
Dividendos Pagos -100
Captação de empréstimos 20
Amortização de empréstimos -20
Caixa líquido das atividades de financiamento -100
Caixa líquido gerado ou consumido no período 2130

A partir da DFC é possível verificar que na operação a ABC gerou R$ 2200


de caixa, dessa forma, é possível inferir que a operação já está gerando caixa,
e que o caixa nas atividades de investimento também foi positivo, de R$ 30. Isso
implica que a ABC pode estar a vender ativos importantes para o seu
funcionamento, pois, é esperado que a empresa tenha saídas de caixa em
relação a compra de ativo imobilizado e intangível, de modo a aumentar a
capacidade operacional, entretanto, a ABC está com valor positivo, ou seja, está
vendendo ativos operacionais. Isso pode significar uma decisão de
desinvestimento/descontinuidade de certa operação da empresa.

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Já nas atividades de financiamento, a ABC consumiu R$ 100,00 de caixa,
o que significa que o montante que ela pagou a título de juros, amortização e
dividendos foi maior do que o montante que ela captou.

TEMA 5 – Demonstração do Valor Adicionado


A DVA é uma demonstração obrigatória para todas as empresas de capital
aberto brasileiras e tem como objetivo evidenciar se a empresa consumiu ou
gerou riqueza. Segundo o CPC 09, a DVA deve proporcionar aos usuários das
demonstrações contábeis informações relativas à riqueza criada pela entidade
em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas. Dessa
forma, a distribuição de riqueza deve ser minimamente detalhada no formato: (a)
pessoal e encargos; (b) impostos, taxas e contribuições; (c) juros e aluguéis; (d)
juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; (e) lucros retidos/prejuízos do
exercício.
2015
RECEITAS 2200
1. Receitas 2000
1.2 Provisões para devedores duvidosos 200

2 INSUMOS 1100
CMV 1000
Energia 100

2-1 Valor Adicionado Bruto 1100


3 Depreciação 100

2-1+3 Valor adicionado líquido 1000

4 Valor adicionado recebido em transferência 100

2-1+3+4 Valor adicionado total a distribuir 1100

Distribuição
Pessoal 100
Impostos 50
Juros Passivos 100
Dividendos 150
Lucros retiros 700

Distribuição do valor adicionado 1100

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Assim, para análise, a DVA é importante pois mostra como a riqueza foi
distribuída, o percentual é destinado para os impostos, dividendos, retenção de
lucros.
TEMA 6 – Demonstração da Mutação do Patrimônio líquido
Da mesma forma que a DFC se baseia e objetiva em explicar as variações
da conta caixa, a Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL) tem
o intuito de informar todas as transações que ocorreram dentro do patrimônio
liquido da entidade, e assim, mostrar as ocorrências que ocorreram na riqueza
do acionista. Por exemplo, abaixo temos a DMPL da companhia ABC:
Lucros ou
Capital Social Prejuízos Patrimônio
Integralizado Reserva de Lucro Acumulados Líquido
Saldos Iniciais 3000 400 0 3400
Lucro Líquido do período 0 0 700 700
Juros Sobre Capital Próprio 0 0 -200 -200
Dividendos 0 0 -300 -300
Constituição de Reserva 0 100 -100 0
Saldos Finais 3000 500 100 3600

A DMPL funciona da seguinte forma, primeiro, a linha de Saldos Iniciais


demonstra o saldo de cada conta no início do período, por exemplo, os sócios
da ABC integralizaram 3000 como capital social, e a empresa conta com uma
reserva de lucro de 400, e atualmente não possui nenhum lucro ou prejuízo
acumulado, assim, o patrimônio líquido totaliza 3400 (3000 + 400 + 0).
A seguir temos a primeira ocorrência que é lucro líquido do período,
totalizando 700, assim, temos agora lucros ou prejuízos acumulados no valor de
700, e dessa forma, o PL também aumenta em 700 – lembrando que o registo
do lucro líquido do período não impacta diretamente nem a reserva de lucro nem
o capital social neste momento -.
Após o registro do lucro líquido, a firma decide distribuir esse valor,
primeiramente a título de Juros Sobre Capital Próprio, no valor de 200, e assim,
a conta lucros ou prejuízos acumulados sofre uma redução de 200 e
consequentemente também é reduzido o Patrimônio líquido. Ademais, a
companhia ABC também decidiu pela distribuição de dividendos, no valor de
300, e da mesma forma que aconteceu com Juros Sobre Capital Próprio, a conta
lucros ou prejuízos acumulados é reduzida em -300 e por consequência direta,
o patrimônio líquido também diminui em -300 -lembrando que o lançamento de

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dividendos a pagar é simplesmente uma redução no PL com um aumento do
passivo -.
Por último, a ABC decidiu constituir reserva de lucro no valor de 100,
assim, diminuindo os lucros ou prejuízos acumulados em 100 e aumentando a
reserva de lucro em 100, como esse lançamento foi entre duas contas do PL, o
valor do PL não muda.
E por fim temos o saldo final, onde o valor de cada conta é a soma da
coluna, e o valor do PL final é a soma da última linha, por exemplo, o saldo final
da conta lucros ou prejuízos acumulados é 700-200-300-100 = 100. Enquanto o
PL no fim do período totaliza 3600 = 3000+500+100.
Dessa forma a DMPL se mostra útil ao analista justamente por evidenciar
todos os lançamentos que acarretaram no patrimônio de um dos principais
interessados na empresa, os sócios.

TROCANDO IDEIAS
Como foi dito na introdução, a contabilidade é a linguagem dos negócios,
assim, seria interessante se todo o mundo falasse a mesma língua, não? Diante
disso, órgãos internacionais estão trabalhando para uniformizar a contabilidade
entre os países, ainda assim, existem diferenças não somente em como
contabilizar algumas transações, e sim na forma de evidenciar ou confeccionar
as demonstrações. Isto posto, você sabe alguma diferença entre a forma de
evidenciação da contabilidade brasileira e de alguma outra nação? Dica: procure
o balanço patrimonial de alguma companhia australiana.

NA PRÁTICA
1) Um recurso pode ser caracterizado como ativo se:
a. Pertencente a empresa; se espera benefícios econômicos futuros
b. Bens e direitos
c. Resultado de eventos passados; se espera benefícios futuros; e
controlado pela empresa
d. Pertencente a organização; se espera benefícios econômicos
imediatos.
2) O patrimônio líquido se refere a:
a. Capital investido pelos sócios
b. Obrigações futuras da empresa
c. Benefícios futuros esperados pela empresa
d. Dividendos a pagar
3) A DRE consiste em:

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a. Confronto de ativos e passivos
b. Confronto de receitas, custos e despesas
c. Confronto de receitas e despesas
d. Confronto de receitas e custos
4) A Demonstração do Fluxo de Caixa é dividida nos seguintes tópicos
a. Fluxos operacionais, de investimento e financiamento
b. Fluxos operacionais, de capital de giro e de financiamento
c. Fluxos não operacionais, operacionais e de investimento
d. Fluxos operacionais, custos e investimento.
5) O Passivo é:
a. A soma entre Ativo e Patrimônio Líquido
b. A soma entre Patrimônio Líquido e Caixa
c. A subtração entre Ativo e Patrimônio Líquido
d. A subtração Entre Ativo Não Circulante e Passivo não Circulante.
6) A Demonstração do Valor Adicionado tem como objetivo:
a. Evidenciar o lucro da organização
b. Evidenciar a criação/destruição de riquezas
c. Evidenciar a criação/destruição de riquezas como também sua
distribuição
d. Evidenciar as mutações do patrimônio líquido.
7)

Gabarito:

1) C
2) A
3) B
4) A
5) C
6) C

FINALIZANDO
Esta aula introdutória teve como objetivo relembrar as principais
demonstrações, seus objetivos e o que um analista pode buscar de informações.
Primeiro foi exposto o Balanço Patrimonial que comumente é dito ser um
retrato da posição patrimonial da empresa em certa data, assim, o Balanço
Patrimonial é útil ao analista por fornecer informações acerca de ativos e
passivos, ou seja, recursos que a empresa acredita que irá trazer benefícios
futuros, ou seja, seus investimentos, e a forma de financiamento desses
investimentos (Passivo e PL). Assim, o Balanço Patrimonial fornece informações
sobre liquidez, solvência, endividamento da organização.
Em seguida, falamos sobre a DRE – se o balanço patrimonial é uma foto,
a DRE é um filme – que retrata a lucratividade da empresa, principalmente

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expondo suas receitas, seus custos, e assim demonstrando sua eficiência no
uso de recursos.
Em terceiro lugar, relembramos o DFC, uma demonstração que tem como
objetivo evidenciar as transações que afetaram a conta caixa, simplesmente
porque não se paga contas com o lucro, e no fim, o que importa é se a empresa
está gerando caixa ou não para honrar com seus compromissos. Assim, vimos
que a DFC está dividida em 3 partes, investimento, financiamento e operacional,
para que o analista seja capaz de identificar onde os fluxos de caixa estão sendo
investidos e qual a sua origem.
Para falar sobre riqueza, trouxemos a DVA, que utilizando informações de
diversas outras demonstrações evidenciam para o usuário da informação
contábil qual foi a geração de riqueza (isso se a empresa tiver gerado riqueza) e
qual foi sua distribuição.
Por último, relembramos a DMPL, a qual tem objetivo evidenciar as
transações que impactaram diretamente no patrimônio dos acionistas, como o
pagamento de dividendos, constituição de reservas, e tudo isso que representa
para o analista a politica da empresa em reinvestir os fluxos de caixa ou em
distribuir para seus donos (acionistas).
Após essa aula, acredito que somos capazes de ter um olhar crítico sobre
as demonstrações contábeis, e estamos preparados para uma análise mais
granular utilizando índices.

REFERÊNCIAS
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento técnico cpc 03:
demonstração dos fluxos de caixa. Junho de 2008. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2019.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento técnico cpc 09:


demonstração do valor adicionado. Novembro de 2008. Disponível em: Acesso em: 15 dez. 2019.

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ANÁLISE DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS.
AULA 02

Marcelo Daniel Araujo Ermel


CONVERSA INICIAL
Seja bem vindo à nossa segunda aula da disciplina de Análise das
demonstrações contábeis. Aqui, discutiremos a análise vertical e horizontal,
como também as métricas de liquidez e endividamento e por fim o termômetro
de insolvência de Kantiz (1976).
Começamos com análise vertical e horizontal pois são o primeiro passo
de uma análise de demonstrativos. Com a análise vertical somos capazes de
identificar as contas relevantes do balanço patrimonial e assim identificar fatores
que são relacionados a estratégia da companhia. Já quanto a análise horizontal,
é importante que qualquer análise financeira seja tangenciada pela tendência no
tempo, em vista que a evolução também é informação importante.
Posteriormente, iremos aprender a calcular e interpretar os índices de
liquidez, estes índices são importantes para entender a situação empresarial de
acordo com sua capacidade de pagamento, e assim, honrar com seus
compromissos. Em seguida, discutiremos – após calcular – os índices de
endividamento, e assim conseguir fazer uma avaliação sobre a empresa e seu
risco, por meio da percepção da preferência entre dívida e capital próprio, como
também sua maturidade.
Ademais, discutiremos o termômetro de Kanitz (1976) e seus resultados,
interpretações, como também o que nos diz a sua fórmula.
Como é nossa primeira aula acerca de índices, temos de ter em mente
que não é uma ciência exata, e dessa forma, os índices que você verá aqui,
possivelmente possam ser calculados de forma diferente em outras fontes – e
isso é normal -, e por isso, é deveras importante que ao ler um índice calculado
por outra pessoa, procure saber como foi calculado.

CONTEXTUALIZANDO
Como dito anteriormente, a contabilidade é conhecida como a linguagem
dos negócios, assim, um dos passos mais importantes é extrair o máximo de
informação possível de uma demonstração contábil para auxiliar a tomada de
decisão. Entretanto, analisar as demonstrações contábeis de forma separada
pode acarretar alguns indesejados problemas, como: Problemas de
comparação, de magnitude, de setor, e assim, precisamos utilizar de algumas
ferramentas e índices para garantir uma correta análise.
Primeiramente iremos estudar a análise vertical e horizontal, as quais tem
como objetivo identificar estratégia, relevância de contas, tendências temporais,
e estabelecer uma comparabilidade entre demonstrações de diversas empresas.
Posteriormente, vamos contextualizar os chamados índices de liquidez e
endividamento, que tem como objetivo relevar importantes características da
empresa como solvência e preferencia de financiamento, como também
investigar os riscos inerentes a atividade empresarial.
Finalizaremos com a métrica criada por Kanitz (1976), conhecida como
termômetro de Kanitz. Essa medida é uma importante ferramenta para prever
falências.
TEMA 1 – Análise Vertical
A análise vertical do balanço patrimonial tem como objetivo identificar
onde estão concentrados os investimentos da companhia e também as principais
fontes de financiamento. Dessa forma, podemos inferir sobre a estratégia da
empresa.
Tome como exemplo o balanço da companhia ABC abaixo.
Companhia ABC
2018 AV 2018 AV
Ativo circulante 41 35% Passivo Circulante 32 27%
Caixa 12 10% Fornecedores 15 13%
Contas a Receber 15 13% Contas à PG 13 11%
Estoques 14 12% Empréstimos e Financiamentos CP 4 3%

Ativo não circulante 77 65% Passivo não circulante 48 41%


Imobilizado 55 47% Empréstimos e Financiamentos LP 48 41%
RLP 22 19%
PL
Capital Social 38 32%

Total do Ativo 118 100% Total do Passivo + PL 118 100%

Uma maneira de realizar a análise vertical é dividir os valores das contas


pelo valor do ativo total, por exemplo, a conta imobilizado possui um saldo de
55, e o ativo total tem saldo de 118, ao dividirmos o saldo do imobilizado pelo
saldo o total do ativo, temos a representatividade do imobilizado no total do ativo,
55
que é de = 0,47. Assim, o valor investido no imobilizado representa 47% do
118

valor total investido (total do ativo). A coluna AV representa a análise vertical de


todos os itens do balanço. Dessa forma, é possível verificar que a maior parte

3
dos investimentos no ativo estão concentrados no ativo não circulante,
principalmente no imobilizado. Já quanto ao ativo circulante, a
representatividade dos itens está em equilíbrio.
Em relação as fontes de financiamento, quanto ao curto prazo, a empresa
demonstra ter preferência por financiamentos de fornecedores e contas a pagar,
em relação ao empréstimos e financiamentos. Já no passivo não circulante, ele
é composto em sua integralidade por empréstimos e financiamentos, além disso,
essa parte de longo prazo representa 41% dos ativos totais. Ademais, é possível
perceber que 32% do total do ativo é financiado por capital próprio – investido
pelos sócios – já 43% é financiado por meio de capital de terceiros (passivo
oneroso, soma de 3% de empréstimos e financiamentos de curto prazo e 41%
de empréstimos e financiamentos de 41%), o que representa uma predileção da
administração pelo financiamento de terceiros.
Já a análise vertical da Demonstração do Resultado do Exercício revela
importantes características da empresa. Como praxe, considere a DRE da
empresa ABC abaixo.

DRE
2018 AV
Receita Líquida 220
(-) Custos 95 43%
Lucro Bruto 125 57%
(-) Despesas 47 21%
LAJIR 78 35%
(-) Despesa Financeira 12 5%
LAIR 66 30%
(-) Impostos (34%) 22 10%
Lucro líquido 43 20%

No caso do balanço patrimonial, dividimos todas as contas pelo ativo total,


já na DRE, vamos dividir todas as linhas/contas pela Receita Líquida, assim, a
95
título de exemplo vamos considerar os custos, podemos ver que =
220

0,43 𝑜𝑢 43%, assim, os custos representam 43% da receita líquida, ou seja, a


cada 1 real de receita, 43 centavos são direcionados para custos relacionados a
produção do produto/serviço. Assim, o Lucro Bruto da ABC representa 57% das
receitas, ou seja, a cada 1 real de receita, 57 centavos se tornam lucro bruto. No
mercado, esse valor é comumente chamado de margem bruta, podemos dizer

4
que a ABC tem uma margem bruta de 57%. As despesas representam 21% da
receita líquida, assim, a Margem LAJIR é de 35%. A despesa financeira
representa 5% da receita líquida, resultando numa margem LAIR de 30%. Disso,
10% da receita líquida é direcionada para o pagamento de impostos, e 20% se
torna lucro líquido. Assim, podemos dizer que a margem líquida é de 20%, ou
seja, a cada 1 real de vendas, 20 centavos se tornam lucro para o acionista.

TEMA 2 – Análise Horizontal


A análise horizontal é uma forma de estudar as variações das principais
contas da empresa a fim de perceber evoluções temporais consideradas
“anormais”, para que o analista possa investigar as razões pelas quais ela possa
ter acontecido. Ademais, por meio da análise horizontal é possível perceber
tendências no comportamento estratégico da firma. Como veremos a seguir.
Abaixo temos um balanço patrimonial da companhia ABC.

Companhia ABC
2017 2018 2017 2018
Ativo circulante 37 41 Passivo Circulante 33 32
Caixa 10 12 Fornecedores 17 15
Contas a Receber 12 15 Contas à PG 12 13
Empréstimos e
Estoques 15 14 Financiamentos CP 4 4

Ativo não circulante 65 77 Passivo não circulante 52 48


Empréstimos e
Imobilizado 50 55 Financiamentos LP 52 48
RLP 15 22
PL
Capital Social 17 38

Total do Ativo 102 118 Total do Passivo + PL 102 118

A partir do balanço, podemos ver que o Caixa variou 20%, ou seja, o Caixa de
12
2018 é 1,20 vezes o Caixa de 2017. O cálculo que fizemos foi o seguinte: (10) =

1,20. Para encontrar a variação percentual, basta subtrair 1 ao final.


Entretanto, nem todas as variações do balanço foram positivas, ou seja,
o estoque diminuiu. Para calcular sua variação base para a análise horizontal,
14
(15) = 0,93 ou seja, Contas a receber de 2018 representa somente 0,93%, dessa

5
forma, é possível perceber que houve uma queda de 7% no volume do contas a
receber.
Assim, a próxima tabela já demonstra a variação de cada conta.
Companhia ABC
2017 2018 2017 2018
Ativo circulante 37 41 Var Passivo Circulante 33 32 Var
Caixa 10 12 1,20 Fornecedores 17 15 0,9
Contas a Receber 12 15 1,25 Contas à PG 12 13 1,1
estoques 15 14 0,93 Empréstimos e Financiamentos CP 4 4 1,0

Ativo não circulante 65 77 Passivo não circulante 52 48


Imobilizado 50 55 1,10 Empréstimos e Financiamentos LP 52 48 0,9
RLP 15 22 1,47
PL
Capital Social 17 38 2,2

Total do Ativo 102 118 1,16 Total do Passivo + PL 102 118 1,2

Então, com a variação exposta em todas as contas do balanço, é possível


realizar uma análise mais adequada da empresa, em relação ao crescimento do
ativo, vemos que o realizável a longo prazo cresceu praticamente 50% em
relação ao ano anterior, o que sugere que a empresa está realizando vendas
com um prazo de pagamento maior. No mesmo passo que os estoques
diminuíram. Uma razão possível é uma maior eficiência no gerenciamento de
estoques. O imobilizado também aumentou 10%. Grande parte desse
investimento advém da variação do capital social, seja ela por reinvestimento de
lucros anteriores ou por aportes de capital.
Todavia, a análise horizontal não é um instrumento de análise somente
de balanço patrimonial, ele pode ser feito para qualquer demonstração contábil.
Assim, vamos exemplificar com uma DRE.
DRE
2017 2018 VAR
Receita Líquida 200 220 1,10
(-) Custos 100 95 0,95
Lucro Bruto 100 125 1,25
(-) Despesas 47 47 1,00
LAJIR 53 78 1,47
(-) Despesa Financeira 12 12 1,00
LAIR 41 66 1,61
(-) Impostos (34%) 13 22 1,61
Lucro líquido 27 43 1,61

6
É importante notar que na DRE acima, em relação a 2017, a receita
cresceu 10% e os custos caíram 5%, podemos inferir que houve uma maior
eficácia nos custos, onde, mesmo com aumento da receita, houve diminuição de
custos.
Ademais, um problema possível na análise horizontal, principalmente a DRE, é
a inversão de sinais, por exemplo, suponha que uma empresa obteve um
prejuízo de R$ 2000 em 2017 e em 2018 obteve um lucro de R$ 4000, assim, ao
4000
fazer (−2000) = −2, o que não tem muito sentido, 4 mil reais não é o dobro de -

2000.

Sazonalidade
Outra particularidade da análise horizontal é a questão da sazonalidade, tome
como exemplo o comportamento do comércio, as vendas se concentram
basicamente perto dos feriados, entretanto, com o último trimestre sendo o mais
forte. Assim, caso o analista decida por comparar o crescimento de vendas da
companhia, pode não ser adequado comparar com o trimestre imediatamente
anterior, e sim o mesmo trimestre do ano passado.

TEMA 3 – Índices de Liquidez


Um ponto importante da análise financeira é a análise de liquidez, é
importante ter em mente que liquidez é um termo que possui duas dimensões.
Uma dimensão é o quão rapidamente o ativo se transforma em dinheiro e a
segunda dimensão se refere à perda de valor numa possível venda por razões
inesperadas.
Pense na seguinte situação: O prédio da empresa é líquido? Rapidamente
muitos de vocês diriam que não, entretanto, a depender do valor que ele seja
posto a venda, o prédio poderia ser vendido rapidamente. Por exemplo, se o
prédio da empresa for colocado à venda por R$ 200,00, existiriam vários
interessas em compra-lo, todavia, fica claro que R$ 200,00 provavelmente não
está nem perto do valor desejado numa venda da sede da companhia.
Isto posto, como vimos na aula 1, o ativo circulante é composto pelos
ativos que a empresa espera que se torne caixa em no máximo 1 ano, da mesma
forma, o passivo circulante tem em sua composição o desembolso que a firma
deve ter em 1 ano.

7
Ainda assim, uma questão necessita de atenção, por que na definição de
ativo circulante eu usei a palavra “espera” e no passivo circulante eu usei a
palavra “deve”? Ora, no ativo circulante existem vários riscos, risco das contas a
receber não serem saldados, risco do estoque não ser vendido ou ser vendido a
um valor abaixo do de mercado. Já no passivo circulante, caso a empresa não
cumpra devidamente com suas obrigações perante os fornecedores, ela corre o
risco dos fornecedores não efetuarem mais vendas a prazo. Além disso, caso
não pague seus empréstimos de curto prazo, ela provavelmente irá perder sua
linha de crédito.
Dessa forma, considere a seguinte companhia ABC
AC 35 PC
Disponibilidades 10 Fornecedores 20
Empréstimos e
Estoques 15 financiamentos 5
Contas a
receber 10

No caso da ABC, dos ativos que ela espera que se tornem caixa ou que
já são caixa, tem o valor de R$ 35,00. Quanto às saídas de caixa em um ano,
ela provavelmente terá que desembolsar R$ 25,00. Assim, a diferença (35-25)
entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante é comumente chamado de Capital
Circulante Líquido (CCL). Ou seja, recebendo tudo que tem a receber e pagando
tudo que tem a pagar, a empresa ainda tem uma “sobra” de R$ 10,00.
Contudo, para critérios de comparação, o valor de R$ 10,00 é difícil, devido a
possíveis problemas de escala. Assim, é mais comum utilizar a razão entre ativo
circulante e passivo circulante. No caso da ABC este índice resulta em:
𝐴𝐶 35
= 25 = 1,4
𝑃𝐶

A interpretação para este resultado é a seguinte: para cada 1 real de


obrigações em 1 ano, a empresa espera ter ao seu dispor 1,4 reais.
Uma discussão imediata decorre do fato do estoque possivelmente não ser tão
líquido assim, afinal, o saldo da conta estoques pode estar desatualizado, em
razão de alguns itens do estoque terem perdido valor. Assim, para solucionar ou
ao menos mitigar esse efeito, calculamos o chamado índice de liquidez seca
(ILS)
𝐴𝐶 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝐼𝐿𝑆 =
𝑃𝐶

8
35−15
O qual para a companhia ABC é de = 1,0, assim, mesmo
20

considerando o valor dos estoques como 0, a empresa ABC ainda possui 1 real
em caixa e contas a receber para cada 1 real de dívida.
Não obstante, num caso mais extremo – de não recebimento das contas a
receber-, temos uma ideia da liquidez da firma ao calcular o índice de liquidez
imediata.
𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
𝐼𝐿𝐼 =
𝑃𝐶
10
No caso da ABC, este índice é = 0,4. A interpretação é a de que para
25

cada 1 real de passivo circulante, a empresa tem 40 centavos de caixa e


equivalentes de caixa.
Por ultimo, temos a Liquidez Geral (LG):
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐿𝐺 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
O índice tem como interesse verificar qual a solvência/liquidez da
empresa como um todo, indiferente quanto a curto ou longo prazo. Assim, uma
liquidez geral de 1,10, significa que a empresa tem 1 real e 10 centavos para
cada 1 real de obrigações.
É importante ressaltar que como tudo na análise, a liquidez também deve ser
estudada sua evolução temporal e relativa as outras empresas do setor.

TEMA 4 – Índices de Endividamento


Empréstimos e financiamentos funcionam como um mecanismo para alavancar
os resultados empresariais. Entretanto, é ideal ter em mente que a captação de
empréstimos (instrumentos que resultem no pagamento de juros) aumentam o
risco de a empresa vir a falência, devido a esse fato, é importante para um
analista conseguir utilizar as demonstrações financeiras para obter informações
acerca de seu endividamento e consequentemente o risco advindo dessa
prática.
Como vimos na aula 1, o passivo é composto por prováveis sacrifícios de
recursos por parte da companhia, e assim, temos que ter em mente a existência
de dois tipos de passivos, os operacionais – que não rendem juros – e os
financeiros – que rendem juros -.
Isto posto, pode-se ter uma avaliação computando o seguinte índice, chamado
de endividamento total:

9
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑑í𝑣𝑖𝑑𝑎
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜

Por total de dívida, entende-se todas as obrigações que resultam no


pagamento de juros, e o total do ativo é a soma de todos os ativos. Assim, o
índice acima nos traz a informação de qual proporção do ativo é financiado por
meio de dívida. Por exemplo, uma empresa com 40 milhões em dívida total (tanto
curto prazo como longo prazo) e 100 milhões de ativos, teria um índice de
endividamento total de 0,40, ou seja, 40% de seus ativos são financiados com
dívida. Naturalmente surge a pergunta se 40% é muito ou pouco, infelizmente
essa resposta só pode ser dada por meio de uma análise mais cuidadosa,
comparando tanto a evolução temporal do índice (análise horizontal) quanto as
outras companhias de uma mesma indústria. Ainda assim, não é possível dizer
que uma empresa com 40% de seus ativos financiados por terceiros e outra com
60% está melhor ou pior, pois não temos acesso ao custo da dívida, ou seja, a
taxa de juros média cobrada pelos credores, de forma que, é possível que a
empresa com 60% de seus ativos financiados por dívida, pague uma taxa de
juros menor. Dessa forma, é ideal ter em mente que quando fazemos essa
comparação com esse tipo de índice, estamos implicitamente assumindo que as
empresas contraem empréstimos com taxas de juros muito parecidas.
Um segundo passo de uma análise do endividamento seria separar as dívidas
de curto prazo e longo prazo. Computamos assim os índices abaixo:
𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐶𝑃
𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 =
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜
Dessa forma, sabemos qual a proporção do ativo da empresa é financiada por
meio de dívidas de curto prazo. Naturalmente, podemos estar interessados no
inverso:
𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐿𝑃
𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 = 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜

Onde, o índice acima retrata a proporção de ativos financiados por meio de


dívida de longo prazo.
Outra forma de investigar a maturidade (vencimento) da dívida pode ser feita
pelo índice de maturidade da dívida:

𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐶𝑃
𝑀𝑎𝑡𝑢𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
(𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐶𝑃 + 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐿𝑃)

10
O índice de maturidade foca em qual percentual da dívida está concentrado nos
próximos 12 meses, assim, uma maturidade de 0,50 significa que metade da
dívida é de curto prazo e a outra metade de longo prazo.
Um conceito comum refere-se a alavancagem financeiro, computado como:

(𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐶𝑃 + 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐿𝑃)


𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 =
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
Este índice mostra a relação entre dívida e capital investido pelos acionistas, por
exemplo, uma empresa que tinha 1 milhão de dívida e 2 milhões de patrimônio
líquido terá um índice de alavancagem financeira de 0,50, assim, é possível
perceber que para cada 50 centavos de dívida, os sócios investem 1 real.
Percebe-se que até agora utilizamos somente dados de balanço para avaliar o
endividamento da companhia, entretanto, podemos melhorar nossa análise
utilizando dados da demonstração do resultado do exercício, por exemplo, a
linha de despesas financeira. Este grupo de índices é chamado de índices de
cobertura e fornecem informações acerca da capacidade de pagamento da
companhia.
Os mais utilizados são, índice de cobertura de juros:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 =
𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠
Este índice informa quantas vezes o lucro operacional cobre as despesas
financeiras.
TEMA 5 – Termômetro de Insolvência de Kanitz
Em 1976, em sua tese de livre docência, Stephen Kanitz, a partir de
demonstrações contábeis de 5 mil empresas, investigou fatores que estavam
relacionados a falência de empresas, e identificou a seguinte relação:
𝑌 = (0,05 𝑅𝑂𝐸 + 1,65 𝐿𝐺 + 3,55 𝐿𝑆) − (1,06 𝐿𝐶 + 0,33 𝐴𝐿𝐴)
Onde, ROE é a divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido e representa a
rentabilidade dos acionistas, LG, como visto anteriormente, é a divisão do total
do ativo pelo passivo total e representa a liquidez geral da companhia, já LS é a
liquidez seca, divisão do ativo circulante líquido de estoques pelo passivo
circulante. LC é a divisão do ativo circulante pelo passivo circulante, conhecida
como liquidez corrente, e ALA é a divisão do passivo total pelo patrimônio líquido,
uma medida de alavancagem financeira.

11
Kanitz (1976) identificou que empresas com o Y menor que -3 teriam grande
probabilidade de falir, empresas entre -3 e 0, teriam uma razoável probabilidade
de falir e empresas com o Y maior que 0 seriam seguras.
Da equação podemos identificar que a probabilidade de falência está
inversamente relacionada a rentabilidade, a liquidez geral, e a liquidez seca,
entretanto, um aumento de liquidez corrente e alavancagem acarretaria num
aumento de probabilidade de falência.

TROCANDO IDEIAS
Muitos dos índices que aprendemos a calcular nessa aula são utilizados
pelas empresas em seus contratos de divida para definir limites ou números
desejados. Por exemplo: A COMGAS na emissão de debentures em 2016
(http://ri.comgas.com.br/ptb/2003/Prospecto_Definitivo_28122016.pdf) utilizou
os seguintes índices como covenants (clausulas no contrato de emissão de
dívida que o tomador do empréstimo se compromete a não violar):
Dívida Líquida/EBITDA
Dívida de Curto Prazo/Dívida Total
Que tal você procurar em outras emissões de debentures quais covenants são
utilizados?
NA PRÁTICA
Utilizando a COMGAS, que tal calcular os índices de Dívida
Líquida/EBITDA e Dívida de Curto Prazo/Dívida Total para o ano de
2017 e verificar se a COMGAS incorreu em vencimento antecipado?

Solução:
Primeiro verificamos que no prospecto definitivo que a COMGAS se
comprometeu a manter o índice de Divida Líquida/EBITDA igual ou abaixo de
4, e a proporção de Dívida de Curto Prazo/Dívida Total igual a inferior a 0,60.
Assim, o que a COMGAS está dizendo para o investidor é que no máximo,
com 4 EBITDAS ela seria capaz de pagar toda sua dívida, e que não teria
mais que 60% de sua dívida para vencer em 12 meses.
Dessa forma, devemos buscar as informações para calcular tanto a dívida
liquida (dívida total – caixa e equivalentes de caixa), o EBITDA, e a dívida de
curto prazo. (Foi utilizado
http://ri.comgas.com.br/ptb/2264/Caderno%20DFP%202017.pdf)

12
Assim, chegamos a seguinte dívida líquida:
Empréstimos, Financiamentos e Debentures CP R$ 1.264.352,00

Empréstimos, Financiamentos e Debentures LP R$ 2.948.152,00

Total R$ 4.212.504,00

Caixa e Equivalentes de Caixa R$ 1.727.521,00

Dívida Líquida R$ 2.484.983,00

Agora, precisamos calcular o EBITDA.

EBITDA
Lucro Líquido R$ 640.121,00
IR e CSLL R$ 277.424,00
Receita Financeira -R$ 398.758,00
Despesa Financeira R$ 623.923,00
Depreciação e Amortização R$ 374.839,00
EBITDA R$ 1.517.549,00

E assim, podemos calcular o índice Dívida Líquida/ EBITDA

𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 2.484.983,00


= = 1,63
𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴 1.517.549,00
E assim vemos que a COMGAS precisa de um pouco mais de um EBITDA
para quitar toda sua dívida líquida, e dessa forma, não descumpriu o Covenant.
Agora vamos verificar o segundo Covenant sobre o prazo de pagamento
da dívida:
Utilizando as informações da tabela de dívida líquida, temos como curto
prazo os empréstimos e financiamentos CP e as debentures CP, que totalizam
R$ 1.264.352,00, e como temos um total de dívida de 4.212.504,00, a proporção
de dívida de curto prazo é:
𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐶𝑃 1.264.352,00
= = 0,30
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 4.212.504,00
Assim, a COMGAS também não descumpriu o segundo covenant, e vimos
como também são utilizados índices – além de analises –.
Como dito na aula 1, ao analisar as demonstrações contábeis temos de
ter o cuidado de estar comparando os comparáveis, além disso, precisamos ter

13
uma noção de como os índices se comportam em outras empresas para pode
fazer uma analise completa. Com isso em mente, calcule os índices que
aprendemos nessa aula para as seguintes empresas: Guararapes Confecções
S/A, Lojas Renner S/A e Gol S/A.

Solução:
Com base nas seguintes informações, presentes nas demonstrações
contábeis anuais referente a 2017, presentes na B3 (Bolsa, Brasil, Balcão)

Guararapes Renner Gol


Ativo Circulante 5.037.500 4.907.941 3.344.998
Estoques 730.258 923.176 178.491
Disponibilidades 410.287 1.059.873 1.026.862
Ativo Total 7.981.777 7.547.658 10.004.748
Passivo
Circulante 2.824.679 2.941.712 5.750.045
Divida CP 581.000 516.839 1.162.872
Divida LP 718.686 1.353.977 5.942.795
Divida Total 1.299.686 1.870.816 7.105.667
PL 4.025.042 3.223.446 -3.068.946
Passivo Total 7.981.777 7.547.658 10.004.748

Podemos calcular o que foi visto em nossa aula.


Guararapes Renner Gol
Liquidez Corrente 1,783388 1,668396 0,581734
Liquidez Seca 1,524861 1,354573 0,550693
Liquidez Imediata 0,145251 0,360291 0,178583
Liquidez Geral 2,017263 1,745441 0,765258

Endividamento Total 0,162832 0,247867 0,710229


Endividamento CP 0,072791 0,068477 0,116232
Endividamento LP 0,090041 0,17939 0,593997
Maturidade 0,447031 0,276264 0,163654
Alavancagem
Financeira 0,3229 0,580378 -2,31534
Assim, é possível verificar que os índices da Guararapes e da Renner
tendem a não diferir de maneira tão significante como quando comparado aos
índices da Gol. Por exemplo, enquanto liquidez corrente e seca da Guararapes
e da Renner são acima de 1, esses índices para a Gol são abaixo de 1. Outro
ponto importante é o endividamento, enquanto a Renner parece ser muito mais
endividada do que a Guararapes, em vista que tem 8 pontos percentuais a mais

14
de endividamento, as duas são consideravelmente menos endividadas que a
Gol, que possui 70% dos seus ativos financiados com dívida.
Isto posto, fica claro a necessidade de comparar os comparáveis, por
exemplo, para tirar conclusões acerca da Gol, deveríamos calcular os mesmos
índices para a Tam S/A e verificar no que ambas as companhias destoam.

FINALIZANDO
Nessa nossa segunda aula, concentramos nossos esforços em permitir a
comparação e fazer alguns diagnósticos acerca da empresa.
Primeira focamos em identificar a estratégia da empresa, por meio da
análise vertical e em perceber tendências na organização, através da análise
horizontal. Levando em conta tanto o balanço patrimonial quanto a DRE.
Em segundo lugar, foi dado preferencia a calcular e interpretar os índices
relacionados à liquidez, para inferir acerca da capacidade da empresa em honrar
com seus compromissos, tanto no curto, quanto longo prazo. Ademais,
aprendemos a calcular a interpretar os índices relacionados ao endividamento,
que tem como objetivo inferir sobre as decisões de financiamento da companhia,
o mix de dívida e capital próprio e também o risco relacionado a eles.
Por último, discutimos Kanitz (1976) e seu termômetro de insolvência,
onde, índices de liquidez geral, seca e rentabilidade dos sócios estão ligados a
uma menor probabilidade de falência, e uma maior alavancagem e liquidez
corrente aumentariam a probabilidade da firma se encontrar em problemas de
solvência.

REFERÊNCIAS
KANITZ, Stephen Charles. Indicadores contábeis financeiros previsão de insolvência: a
experiência da pequena e média empresa brasileira. São Paulo: Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade, USP, 1976.

15
ANÁLISE DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS.
AULA 03

Marcelo Daniel Araujo Ermel


CONVERSA INICIAL
Finalizamos a aula anterior com o termômetro de Kanitz (1978), que tem
como objetivo classificar empresas em solventes, penumbra e insolventes.
Contudo, dois anos antes, em 1976, Elizabetsky também desenvolvia sua
fórmula matemática para classificar empresas insolventes e solventes. Pouco
tempo antes, nos EUA, Altman também seguia a mesma linha de pesquisa.
Na segunda parte da aula, além das questões de solvência e liquidez,
podemos utilizar as demonstrações contábeis para obter informações acerca da
atividade empresarial, como o ciclo operacional, prazo médio que a empresa
leva até pagar seus fornecedores, prazo médio que a empresa leva até receber
de seus clientes. Quantos dias em média a mercadoria permanece em estoque,
e muito mais.

CONTEXTUALIZANDO
TEMA 1 – Termômetro de Insolvência de Altman
Um dos pioneiros na área de previsão de insolvência foi Altman (1968),
onde, por meio da investigação com uma amostra de empresas industriais que
foram a falência, e empresas muito parecidas que não incorreram em falência,
montou uma equação conhecida como Z-score.
O Z-score é amplamente utilizado no mercado e na academia, e desde
1968 vem sendo aprimorado e modificado para cada tipo de empresas –
ampliando para amostra que incluam empresas de serviços, etc. -.
Para empresas de capital aberto, a equação é a seguinte:

𝑍 = 1,2 𝑋1 + 1,4𝑋2 + 3,3𝑋3 + 0,6𝑋4 + 1𝑋5


Onde X1 é (Ativo Circulante – Passivo Circulante) / Ativo Total, X2 é a
parcela dos Lucros Retidos sobre Ativo Total, X3 é EBIT (LAJIR) sobre Ativo
Total, X4 é Valor de mercado da empresa sobre o Passivo Total, e X5 é Receita
Total sobre Ativo Total.
Racionalizando a equação, vemos que variáveis importantes para a
solvência da empresa é a parcela de investimentos da firma que está sendo
dedicada para o giro da empresa, ou seja, qual proporção do ativo total é
dedicada a diferença entre Ativo Circulante e Passivo Circulante, pois,
teoricamente, o investimento em curto prazo traz uma rentabilidade menor que
a de longo prazo, pois é mais líquido.
Já o X2, representa o reinvestimento dos lucros da firma, já que é a
parcela do lucro que não foi distribuída aos acionistas e assim foi reinvestida no
negócio, partindo do pressuposto que a empresa reteve o capital pois tem mais
oportunidades de investimento e que essas oportunidades de investimento dão
um retorno maior do que seria possível o sócio/acionista encontrar no mercado
de ações e de renda fixa.
Ademais, X3 é a lucratividade operacional da empresa, já que o Lucro
antes dos Juros e Imposto de Renda (LAJIR) é o lucro gerado utilizando os
ativos, e quando dividimos o LAJIR pelo ativo total, temos uma medida de
eficiência da firma em usar seus ativos para gerar lucro.
X4 retrata a alavancagem da empresa (veremos o significado de
alavancagem na aula 5) pois, utiliza a razão entre o valor de mercado da
empresa (ou seja, o valor da empresa para os acionistas) sobre o Passivo Total
(aquilo que é devido a terceiros), então, quanto maior a parcela que advém dos
acionistas (valor da empresa para os acionistas) em relação ao que advém de
terceiros (Passivo Total), menor a probabilidade da empresa vir a falência.
Por último, X5 é o giro do ativo (veremos isso com maior detalhe na aula
4). Ou seja, quão eficiente é a empresa em tornar o Ativo Total em receita no
período.
Isto posto, Altman (1968) diz que uma empresa com Z maior que 4,48 está
em situação em que a falência é improvável.
Com o passar do tempo, o Z score foi adaptado para incluir firmas de
capital fechado, resultando na seguinte equação:
𝑍 = 0,712 𝑋1 + 0,847𝑋2 + 3,107𝑋3 + 0,42𝑋4 + 0,998𝑋5
Onde, a única mudança frente a equação anterior é que em vez do valor
de mercado, se use o valor contábil do PL. Para essa equação, uma firma com
o Z maior que 2,9 não teria risco de vir a falência, e um Z menor que 1,23 indica
que a firma provavelmente está em dificuldade financeira. Entre 2,9 e 1,23 existe
uma zona cinzenta que demanda uma análise mais detalhada.
Entretanto, esses índices foram criados para o mercado americano e em
1979, junto a dois professores brasileiros, Altman, Dias e Baidya (1979)
adaptaram a logica para o mercado brasileiro, obtendo a seguinte equação para
firmas industriais.

𝑍 = −1,44 + 4,03𝑋2 + 2,25𝑋3 + 0,14𝑋4 + 0,42𝑋5

3
A qual não inclui o X1. Assim, o Z desejado é acima de 0,20 para firmas
saudáveis e -0,34 para firmas em situação de possível falência.
Ademais, Altman também criou o Z score para firmas de mercado
emergentes, dados pela equação:

𝑍 = 3,25 + 6,56𝑋1 + 3,26𝑋2 + 6,72𝑋3 + 1,05𝑋4


Onde o desejável é um Z acima de 2,6, caso o Z esteja abaixo de 1,1, é possível
estar em dificuldades financeiras.

TEMA 2 – Termômetro de Insolvência de Elizabetsky


A partir das demonstrações contábeis de 373 empresas, Elizabetsky (1976)
classificou as empresas que atrasaram seus pagamentos com credores como
insolventes e estimou a seguinte equação:
𝑍 = 1,93 𝑀𝐿 − 0,20 𝑋33 + 1,02𝑋35 + 1,33𝑋36 − 1,12𝑋37
Onde, ML é lucro líquido/receita, X33 é disponível/Ativo Permanente, X35 é
Contas a Receber/Ativo Total, X36 é Estoque/Ativo Total e X37 é Passivo
Circulante/Ativo Total.
Assim, segundo Elizabetsky (1976), uma empresa com Z maior que 0,5 é
considerada solvente, enquanto com Z menor que 0,5 é considerada insolvente.
Assim, apesar de ser uma aplicação direta, é importante saber o raciocínio
por traz da equação, onde, quanto maior a margem de lucro, ou seja, quanto
maior for a parte da receita que a empresa consiga transformar em lucro, menor
a probabilidade da empresa se tornar insolvente.
Já quanto maior for o caixa em relação aos ativos fixos, mais provável a
empresa estará de enfrentar dificuldades financeiras, apesar de parecer contra
intuitivo, já que ter dinheiro em caixa diminui o risco da companhia, é importante
lembrar que dinheiro em caixa possui pouca rentabilidade, e ativos são os que
providenciariam maior rentabilidade.
Já as contas a receber e o estoque diminuem a probabilidade de a
empresa ficar insolvente devido sua característica de garantia e liquidez.
Por fim, não é inesperado que quanto maior for a proporção do passivo
circulante (aquele que a empresa deve pagar dentro dos próximos 12 meses)
frente ao ativo total, maior o risco de a empresa ir à falência.

4
TEMA 3 – Índices de Atividade: PME, PMF e PMV
PME
Por meio das demonstrações contábeis somos capazes de estimar o
tempo médio (em dias) que a matéria prima permanece estocada. Isso é
particularmente útil para empresas industriais. Como também serve como um
parâmetro de eficiência na produção.
A formula do prazo médio de estocagem é a seguinte:

𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡é𝑟𝑖𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑎


𝑃𝑀𝐸 = 𝑥 365
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙

Onde para sabermos o consumo anual, fazemos a seguinte aproximação:


consumo anual é igual ao estoque do início do ano, somado as compras naquele
ano, subtraído o estoque final, ou seja:
𝐶𝐴 = 𝐸𝑖 + 𝐶 + 𝐸𝑓
C_a é o consumo anual estoque inicial, C é a compra de estoques que
ocorreu no período e E, Ei é o f é o estoque final.

Por exemplo, vamos considerar as informações relativas a empresa ABC.

2018 2019
Matéria Prima 50000 70000
Consumo Anual 100000

(70000 + 50000)/2
𝑃𝑀𝐸 = 𝑥 365 = 219 𝑑𝑖𝑎
100000
PMF
O prazo seguinte ao consumo de matéria prima é a fabricação do produto.
Da mesma forma que estimamos o PMF, vamos agora estimar o prazo médio de
fabricação, onde necessitamos do estoque médio de produtos em fabricação, e
também dos custos de produção, a equação é a seguinte:
𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑓𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎çã𝑜
𝑃𝑀𝐹 = 𝑥 365
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
Assim, para a companhia ABC, que possui as informações abaixo

2018 2019
Estoque de produtos em elaboração 10000 20000

5
Custo dos produtos produzidos 50000

Dessa forma:
(10000 + 20000)/2
𝑃𝑀𝐹 = 𝑥 365 = 109,5
50000

PMV
O prazo médio de vendas, conforme diz o nome, consiste em estimar o
tempo que o produto fabricado permanece estocado até o momento que ocorrer
a venda.
A sua formula é a seguinte:
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑐𝑎𝑏𝑎𝑑𝑜𝑠
𝑃𝑀𝑉 = 𝑥 365
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠
De posse dos dados da ABC
2018 2019
Estoque de produtos terminados 30000 40000
Custo dos produtos vendidos 200000

(30000 + 40000)/2
𝑃𝑀𝑉 = 𝑥 365 = 63,9
200000

Assim, é possível inferir que da entrada da matéria prima até a venda do


produto a empresa ABC leva 219+110+64 = 392 dias. Mais uma vez, concluir
acerca desse número é perigoso, o ideal seria compara-lo com outras empresas
parecidas, ou seja, do mesmo setor e com tamanho similar.
Isto posto, é importante ter em mente a seguinte reflexão, em razão dos
219 dias que a matéria prima passa estocada, a empresa precisa de um
investimento médio de 60.000 ((50000+70000)/2), assim, caso a empresa
diminua o tempo de estocagem de matéria prima, a organização irá necessitar
de um menor investimento médio, e assim liberar caixa para investimento em
outras atividades que possam ser mais lucrativas. Esse raciocínio vale para o
PMF e PMV também, por isso, um modelo de gerenciamento que se tornou
rapidamente popular foi o Just in Time.

TEMA 4 – Índices de Atividade: PMC, PMDD e PMPF


PMC

6
Muitas das vendas realizadas pela empresa são a prazo, assim, é
importante ter uma forma de estimar a quantidade média de dias que ocorrem
entre a data da venda e a data onde efetivamente ocorre o recebimento do
dinheiro.
A formula é a seguinte:
𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟
𝑃𝑀𝐶 = 𝑥 365
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
Utilizando as informações da ABC:
2018 2019
Contas a Receber 70000 90000
Receita a Prazo 260000

(70000 + 90000)/2
𝑃𝑀𝐶 = 𝑥 365 = 112
260000
Assim, a firma ABC leva 112 dias em média para receber o dinheiro
oriundo das vendas a prazo.

Contudo, uma empresa pode realizar o chamado descontos de duplicatas


em instituições financeiras, reduzindo assim o seu prazo médio de cobrança.
No caso, calculamos o prazo médio de desconto de duplicatas de acordo
com a seguinte fórmula:
𝐷𝑢𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟
𝑃𝑀𝐷𝐷 = 𝑥 365
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜

A companhia ABC possui os seguintes dados referentes as suas


duplicatas a receber
2018 2019
Contas a
Receber 10000 30000
Receita a Prazo 260000

Dessa forma, o período em dias que a ABC reduz de seu prazo médio de
cobrança devido ao desconto de duplicatas é de:
(10000 + 30000)/2
𝑃𝑀𝐷𝐷 = 𝑥 365 = 28
260000

PMPF

7
Até agora aprendemos a calcular prazos médios relacionados a gestão,
produção e venda de estoques, contudo, outro fator importante da atividade
empresarial é o tempo que se leva para pagar os fornecedores, ou seja, o prazo
que em média os fornecedores da empresa dão.
Assim, a formula é a seguinte:
𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑎 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑟
𝑃𝑀𝑃𝐹 = 𝑥 365
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
Para a ABC, de posse dos seguintes dados, podemos verificar o tempo
que a empresa leva do momento da compra aprazo com fornecedores até o
efetivo pagamento:
2018 2019
Fornecedores 120000 150000
Compras a prazo 280000

(270000 + 150000)/2
𝑃𝑀𝑃𝐹 = 𝑥 365 = 176
280000
Dessa forma, a empresa leva 176 para efetuar o pagamento de seus
fornecedores.

TEMA 5 – Avaliação de Ciclos Operacionais


A operação da empresa vai desde a compra da matéria prima até o
recebimento de dinheiro advindo das vendas. Assim, nos podemos ter uma ideia
do quanto dura esse ciclo operacional ao somar o tempo de produção, ou seja,
somar o prazo médio de estocagem, prazo médio de fabricação com o prazo
médio de venda. Esta parcela seria quanto tempo dura a compra da mercadoria
até o momento da venda. Como sabemos que muito das vendas são feitas a
prazo, somamos também o prazo médio do contas a receber. Assim, nós temos
uma estimativa do Ciclo Operacional da empresa, ou seja, do tempo que leva
desde a produção da mercadoria, até o recebimento de caixa.
Ciclo Operacional = PME + PMF + PMV + PMC - PMDD.
Esta informação é importante pois revela uma medida de eficácia.
Ademais, o ciclo operacional poderia também funcionar como uma estimativa de
quanto tempo a empresa permanece sem capital de giro, afinal, se tivermos um
ciclo operacional de 90 dias, significa que dentro dos 90 dias - da compra da
mercadoria, até o recebimento de dinheiro – a empresa deve dispor de capital
de giro para as despesas que a de ocorrer nesse período.

8
Assim, para a ABC esse ciclo operacional é de
Ciclo Operacional = 219+110+64+112-28 = 477 dias.
Nisso, é preciso ter em mente que para uma adequada conclusão acerca
desse valor, é necessário ter em mão dados de empresas comparáveis. Ainda
assim, é ideal pensar que esses 477 requerem um investimento médio que
poderia ser reduzido caso a companhia tivesse seus tempos médios reduzidos,
assim, liberando caixa para poder ser investido em outra atividade.
Contudo, temos que considerar que o pagamento de fornecedores não
necessariamente ocorre no mesmo dia da compra da mercadoria. Dessa forma,
para obter o ciclo de caixa, devemos subtrair do ciclo operacional o prazo médio
do pagamento a fornecedores.
Ciclo de Caixa = Ciclo Operacional – PMPF
De posse das informações anteriores acerca dos dados da ABC, temos um ciclo
de caixa de:
Ciclo de Caixa = 477 – 176 = 301.
Assim, temos uma real estimativa de quanto tempo – em dias – a firma
permanece sem receber caixa.
Isto posto, é possível concluir que a firma pode diminuir o montante
investindo em capital de giro ao menos de duas formas, sendo mais eficiente no
processo produtivo, reduzindo o tempo que concede de prazo nas vendas as
prazo, e talvez mais importante, nos prazos que consegue junto ao fornecedor,
pois, quanto maior o prazo concedido pelo fornecedor, menor o período que a
empresa permanece sem caixa.
Apesar de tudo que foi mostrado, muitas vezes não temos informações
tão detalhadas do processo produtivo da empresa, assim, muitos ajustes são
feitos, onde, apesar de aumentarem a margem de erro frente ao real ciclo
operacional e ciclo de caixa, ainda são melhores do que a ausência de
informação.
Dessa forma, podemos calcular o prazo médio de estocagem com a
seguinte formula geral:

𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 𝑀é𝑑𝑖𝑜
𝑃𝑀𝐸 = 𝑥 365
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎
Na ausência da informação de compras parceladas, utilizamos o custo da
mercadoria vendida como uma aproximação, além disso, na ausência de
informações detalhadas como estoque de matéria prima, tempo de fabricação e
9
tempo de venda, assim, esse indicador como um todo é uma aproximação da
soma do PME, PMF e PMV anteriormente apresentados.
Outra aproximação realizada se refere ao prazo que a firma concede aos
seus clientes para o pagamento, assim, a formula utilizada é a seguinte:

𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟 𝑀é𝑑𝑖𝑜


𝑃𝑀𝑅 = 𝑥 365
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
Na fórmula acima é possível perceber que estamos aproximando as
vendas a prazo pelo total da receita de vendas, e que também não estamos
considerando o prazo das duplicatas descontadas, ainda assim, o PMR é uma
boa aproximação ao prazo que a empresa concede aos seus clientes.
Por último temos a aproximação do prazo médio concedido pelos
fornecedores, com a seguinte formula
𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑀é𝑑𝑖𝑜
𝑃𝑀𝐹 = 𝑥 365
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎
Assim, o volume de compras é aproximado pelo custo total da mercadoria
vendida.
Dessa forma, o Ciclo operacional aproximado geral seria PME+PMR e o
ciclo de caixa seria o Ciclo Operacional – PMF.

TROCANDO IDEIAS
Nos nossos exemplos o ciclo operacional sempre foi maior do que o prazo
de pagamento de fornecedores, você conhece alguma empresa em que o
contrário acontece? O Famoso “trabalhando com o dinheiro de fornecedores”?
Ou seja, a empresa não precisar de investir na compra de estoque, nem no
processo produtivo, nem no financiamento das vendas a prazo, pois o espaço
entre a compra da mercadoria e o recebimento é menor do que o prazo do
pagamento dos fornecedores?
NA PRÁTICA
Muito do conhecimento aprendido nessa aula é aplicado na prática
buscando a análise da empresa. Como dito anteriormente, o objetivo seria
aplicar em empresas que tivéssemos toda a gama de dados para ter uma
aproximação melhor do ciclo operacional e de caixa, contudo, é difícil acesso a
tais dados. Por isso, iremos trabalhar com os indicadores gerais. Assim, é

10
interessante buscar calcular o ciclo de caixa e ciclo operacional para duas
empresas de capital aberto e diretamente comparáveis, Renner e Guararapes.

Solução
Utilizando os dados públicos das empresas no site da B3 -
http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-
variavel/empresas-listadas.htm -
Temos, para a Renner, a seguinte DRE

11
E os dados do balanço – ativo circulante e passivo circulante –
necessários.
Assim, iremos calcular primeiro o prazo médio de estoques
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 𝑀é𝑑𝑖𝑜 (923.176+782.266)/2
𝑃𝑀𝐸 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑥 365 = 𝑥365 = 106
2.922.822

Em Seguida, Vamos Calcular O Prazo Médio De Recebimento, utilizando


a seguinte formula:
𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟 𝑀é𝑑𝑖𝑜 (2.696.993+2.266.291)/2
𝑃𝑀𝑅 = 𝑥 365 = 𝑥365 = 137
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 6.600.073

Lembrando que nesse cálculo estamos utilizando o contas a receber


inteiro, mesmo que dentro tenha algumas contas de natureza questionável,
entretanto, o volume dessas contas frente a conta clientes é irrelevante, e assim,
mantemos um padrão, em vista que algumas outras empresas podem não
realizar um detalhamento tão profundo.

E assim, o tempo médio em dias que a Renner leva até o recebimento de


suas contas a receber é de 137 dias.

Dessa forma, temos que o ciclo operacional da Renner S/A é de 137+106


=243 dias.

Por último, para calcular o ciclo de caixa, nos precisamos investigar o


tempo médio que a empresa leva até realizar o pagamento aos fornecedores.
𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑀é𝑑𝑖𝑜 (842.254+679.721)/2
𝑃𝑀𝑃𝐹 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑥 365 = 𝑥365 = 137
2.922.822

Concluímos que os fornecedores concedem 137 dias em média para que


a Renner pague seus compromissos, e assim, o ciclo de caixa é 243-137 = 106.

Para a Guararapes S/A, buscando as informações no mesmo site -


http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-
variavel/empresas-listadas.htm -

12
13
Para a Guararapes S/A, a empresa tem em média 108 dias entre a compra
de matéria prima e a venda da mercadoria, conforme mostra a equação abaixo

𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 𝑀é𝑑𝑖𝑜 (730.258 + 662.271)/2


𝑃𝑀𝐸 = 𝑥 365 = 𝑥365
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎 2.338.408
= 108

Já em relação ao prazo médio de recebimento de clientes, a empresa


concede em média 165 dias para a realização do recebimento das vendas a
prazo.

𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟 𝑀é𝑑𝑖𝑜 (3.127.141 + 2.708.325)/2


𝑃𝑀𝑅 = 𝑥 365 = 𝑥365 = 165
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 6.444.659
E assim temos um ciclo operacional de 108+165 = 273 dias, maior que o
da Renner S/A em 30 dias. Isso sugere que ou a empresa é ineficiente
produtivamente ou concede um prazo maior a seus clientes, comparando o PME
entre as duas, vemos que eles são extremamente similares, 107 contra 108, a
diferença no ciclo operacional se dá pela diferente no pra médio de recebimento
de clientes, PMR, o qual a Guararapes concede praticamente 30 dias a mais de
prazo para o cliente realizar o pagamento.

Já quanto ao ciclo de caixa, a Guararapes tem um prazo junto a


fornecedores de 58 dias, e assim, o ciclo de caixa é 273-58, 215 dias. Assim, o
ciclo de caixa da Guararapes é praticamente duas vezes maior do que o da
Renner, muito em razão da Guararapes conceder um prazo maior a seus clientes
e obter um prazo menor junto a seus fornecedores, e assim, a Guararapes
demanda um maior investimento em giro.
14
𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑀é𝑑𝑖𝑜 (403.558 + 341.483)/2
𝑃𝑀𝑃𝐹 = 𝑥 365 = 𝑥365
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎 2.338.408
= 58

Mais que isso, esse exemplo nos mostrou algum cuidado que
temos que ter a analisar empresas, na Renner, utilizamos a receita somente
oriunda de venda de mercados, em razão da própria Renner deixar essa
informação disponível, entretanto, para a Guararapes, somente temos a receita
total, e não sabemos se está incluída a receita com produtos financeiros e quão
relevante ela é, optamos por assumir que não é relevante, pois, se fosse, a
mesma teria a obrigação de separar, entretanto, é importante ter isso em mente.

FINALIZANDO
Prezados, nessa aula aprendemos mais acerca dos modelos de previsão
de falência, aprofundando a análise para o termômetro de Elizabetsky e também
para o Z de Altman.
Além disso, entramos na seara que tange os indicadores de atividade
empresarial, como os referentes ao processo produtivo e venda – PME, PMF e
PMV, como também aos de recebimento de clientes e desconto de duplicatas –
PMC e PMDD, e o referente ao prazo de pagamento a fornecedores – PMPF.
Assim, de posse desses dados aprendemos a estimar o ciclo operacional, ou
seja, a quantidade de dias desde a compra da matéria prima até o recebimento
de clientes, e o ciclo de caixa, que é o ciclo operacional descontado do prazo
concedido pelos fornecedores.
Ademais, é importante ressaltar que no calculo devemos considerar as
informações que nos são disponíveis, no caso de usuários externos da
informação, dificilmente teremos acesso ao estoque de matéria prima, estoques
de produtos fabricados, e assim em diante, por isso, calculamos versões
simplificadas que são estimações do real. E mesmo assim, quando comparamos
empresas diferentes, temos que julgar a informação contábil nos fornecida para
tomar a melhor decisão.
Nas próximas aulas iremos aprender alavancagem – financeira e
operacional – como indicadores relacionados a rentabilidade empresarial. Até lá!

15
REFERÊNCIAS
ELISABETSKY, Roberto. Um modelo matemático para decisões de crédito no
banco comercial. 1976. 190 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia da
Produção) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1976.

KANITZ, Stephen Charles. Como prever falências. São Paulo: McGraw do Brasil,
1978.

ALTMAN, E. I.; DIAS, L. M. R.; BAIDYA, T. K. N. Previsão de Problemas


Financeiros em Empresas. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 19,
n. 1, jan-mar, 1979.

ALTMAN, Edward I. Financial ratios, discriminant analysis and the prediction of


corporate bankruptcy. The journal of finance, v. 23, n. 4, p. 589-609, 1968.

16
ANÁLISE DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS.
AULA 04

Marcelo Daniel Araujo Ermel


CONVERSA INICIAL

CONTEXTUALIZANDO
Muitas vezes nos encontramos debatendo se uma empresa tem sua
lucratividade baseado em Margem ou Giro, e assim, nesta aula, vamos introduzir
os conceitos necessários para entender essa afirmação, ou seja, aprenderemos
a calcular e interpretar os tipos de margem mais comumente referenciados no
mercado, além de também conceituar e interpretar o conceito de giro.
Ademais, para tomar decisões de investimento precisamos entender a
rentabilidade do negócio, e assim, precisamos conceituar o que é rentabilidade,
o que é a remuneração de cada grupo interessado na empresa (Credores,
Acionista e Governo) como também o que é o capital investido por cada um. E
assim, teremos os três índices de rentabilidade, ROA, ROE e ROIC.
Por último, utilizaremos o conhecido modelo Du Pont para decompor a
rentabilidade dos acionistas no grau de alavancagem financeira e na
rentabilidade dos ativos, assim, podemos comparar e descobrir as fontes de
aumentos ou diminuições na rentabilidade empresarial. Posteriormente,
discutiremos a rentabilidade dos ativos decompondo em margem operacional e
giro dos ativos, atribuindo assim mudanças na rentabilidade ou a obtenção de
uma maior/menor margem ou a um giro maior/menor de ativos.

TEMA 1 – Índices de Rentabilidade: Margem de Lucro e Giro do Ativo


Margens são indicadores de eficiências que tem como base dados da
demonstração de resultado de exercício, assim, como habitue nas nossas aulas,
vamos aprender por meio de exemplo. Considere a seguinte DRE da empresa
ABC.
DRE
Receita líquida R$100.000,00
Custo da Mercadoria Vendida R$60.000,00
Lucro Bruto R$40.000,00
Despesas Operacionais R$2.000,00
Depreciação R$2.000,00
Lucro Operacional (EBIT) R$36.000,00
Despesas Financeiras R$4.000,00
Lucro Antes dos Impostos R$32.000,00
Impostos (34%) R$12.160,00
Lucro Líquido R$19.840,00
Primeiro, vamos conceituar margem bruta. Margem bruta é uma medida
de eficiência em relação a custos, o seu cálculo consiste na divisão do lucro bruto
pela receita líquida, e assim, para a companhia ABC, a sua margem bruta é:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 40.000
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 = =( ) = 0,40
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 100.000
Dessa forma, a margem bruta da companhia ABC é de 40%, o que
significa que a companhia consegue transformar somente 40% de sua receita
em lucro bruto, e assim, após pagar os custos com mercadoria vendida (ou custo
do serviço prestado em outras companhias) restam 40 centavos a cada 1 real de
receita. Por essa razão é que dizemos no início da aula que margem são
medidas de eficiência, afinal, se uma empresa do mesmo setor que a ABC
consegue ter uma margem bruta de 50%, quer dizer que ela consegue
transformar 50 centavos em lucro bruto a cada 1 real de receita, ou seja, tem
uma menor despesa com os custos. Outra razão possível pode ser a prática de
preços maiores aos clientes.
Outro tipo de margem comum na prática se refere a margem EBIT, vamos
calcular para a companhia ABC.
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝐸𝐵𝐼𝑇) 36.000
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐸𝐵𝐼𝑇 = =( ) = 0,36
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 100.000
E assim, com um Lucro Operacional, também conhecido como EBIT, de
36.000 e uma receita líquida de 100.000, calculamos uma margem EBIT de 0,36
para a companhia ABC. Isso quer dizer que após o pagamento de custos e
despesas, a empresa ABC consegue reter 36 centavos a cada 1 real de receita
líquida. Assim, como dito anteriormente, é necessário a comparação com
empresas do mesmo setor. Além disso, calculamos a margem EBIT pois temos
o objetivo de também saber como a eficiência de despesas também recai sobre
o lucro.
Considere que a concorrente da ABC - a mesma que possui uma margem
bruta de 50% - possui uma margem EBIT de 0,32. O que podemos inferir? Ora,
o pensamento mais racional é de que, como a concorrente tinha uma margem
bruta maior, e agora possui uma margem EBIT menor, e a única diferença entre
as duas são as despesas, fica claro que a concorrente possui um gerenciamento
de suas despesas inferior ao gerenciamento da ABC, ou seja, apesar de menos
eficiente nos custos, a ABC consegue transformar mais receita em lucro
operacional devido a sua eficiência com as despesas.
3
Além da margem bruta e EBIT, também podemos calcular o índice
chamado de Margem Líquida, vamos calcular para a ABC utilizando a seguinte
formula:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 19.840
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = (100.000) = 0,20

Como o lucro líquido da ABC foi de 19.840 no período, e a receita líquida


foi de 100.000, nós temos uma margem líquida de 0,1984, entretanto, como a
menor unidade da moeda são os centavos, fizemos o arredondamento para 0,20.
Primeiro, temos que ter em mente a seguinte coisa, a remuneração do
acionista, caso seja ela paga por meio de dividendos, tem como base o lucro
líquido, assim, é importante para o acionista saber que a companhia ABC
consegue transformar cada 1 real de receita em 20 centavos para o acionista.
Isso significa que após cobrir os custos, despesas, possível pagamento de juros
e impostos, resta 20 centavos para o acionista para cada 1 real de receita líquida.
Tanto na margem bruta quanto na margem EBIT, fizemos um comparativo
entre eficiências, caso uma empresa tivesse uma margem bruta menor e uma
margem EBIT maior, isso se daria em razão de uma ineficiência nos custos
compensada por uma eficiência nas despesas, todavia, diferenças entre a
margem EBIT e a margem líquida se dão por duas razões, pagamento de juros
e impostos, ambos impactam na margem líquida, e assim, diferença entre
concorrentes pode se dar por uma alíquota de impostos menor – seja ela por
subsídios ou um adequado planejamento tributário – ou também por uma
alavancagem obtida por meio da contração de dívida, e assim, a razão deve ser
estudada mais a fundo pelo analista.
Por último, é comum no mercado utilizarem uma medida de aproximação
para os fluxos de caixa operacionais da firma (em casos que a firma não possui
DFC, pois a DFC não é obrigatória para todas as companhias, não sendo assim
elaborada por muitas pequenas e médias empresas), assim, somam a
depreciação, pois esta não é uma saída de caixa - é apenas o reconhecimento
contábil da passagem do imobilizado pela DRE – ao lucro operacional para obter
o chamado EBITDA. Vamos calcular para a companhia ABC.
𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 + 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 = 36.000 + 2.000 = 38.000
E assim, também é utilizado no mercado a margem EBITDA, calculada da
seguinte forma:
𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴 38.000
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴 = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = (100.000) = 0,38

4
Com um EBITDA de 38.000 e a receita líquida de 100.000, obtemos uma
margem EBITDA para a ABC, isso quer dizer que a cada 1 real de receita, a
companhia consegue transformar 38 centavos em EBITDA. Caso você considere
o EBITDA uma aproximação do fluxo de caixa operacional, isso quer dizer que
a companhia transforma cada 1 real de receita, 38 centavos em fluxo de caixa.
Entretanto, considerar o EBITDA uma aproximação para o fluxo de caixa
operacional tem seus prós e contras.
Além das comparações entre empresas, a conclusão acerca de aumentos
ou diminuições de margem dentro de uma mesma empresa em relação a
períodos diferentes possui a mesma interpretação, por exemplo, se a empresa
no ano de 2017 teve uma margem bruta de 30% e no ano seguinte essa margem
subiu para 35%, isso se deu em razão de um ganho de eficiência na gestão de
custos, ou por um aumento no preço cobrado dos clientes.
Dessa forma, veja que todos os índices de margem, de eficiência, são
aplicações da análise vertical a demonstração do resultado do exercício,
tomando como base a receita líquida. Ressaltamos aqui que indicadores podem
ser calculados de forma diferente e cabe ao analista, ao se encontrar com um
indicador calculado por terceiro, buscar saber a fórmula que foi utilizada para
entende-lo.
Outra medida comum de eficiência é o giro do ativo. O giro do ativo
consiste em quanta receita a firma conseguiu obter no uso de seus ativos totais,
lembrando que o conceito de ativo é tudo aquilo que é controlado pela empresa,
resultados de eventos passados e a companhia espera obter benefícios
econômicos futuros. Assim, o giro do ativo é calculado da seguinte forma:
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

Considerando que a companhia ABC possuía um ativo total de 50.000 ao


final do período, conseguimos calcular o Giro do Ativo utilizando a formula acima.
100.000
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = =2
50.000

Dessa forma, é possível inferir que os ativos da companhia ABC “giraram”


duas vezes no período, o que, falando de forma solta, quer dizer que a empresa
ABC vendeu todos os seus ativos, comprou novamente, e vendeu novamente.
Ou Seja, o ciclo de adquirir o ativo e transformar o ativo em lucro aconteceu duas
vezes. Caso uma concorrente da ABC obtivesse um giro de 1.5, com uma
mesma quantidade de ativos (50.000) significa que a firma obteve uma receita

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de apenas 75.000, ou seja, uma vez e meia os ativos totais. Por essa razão, ao
avaliar empresas no mesmo setor, ou a mesma empresa ao longo do tempo,
quanto maior o giro, melhor.
Assim, com esses dois tipos de indicadores de eficiência somos capazes
de concluir que o ideal seria a empresa obter lucratividade tanto na margem,
quanto no giro, entretanto, sabemos que a realidade é diferente, e muitas vezes
a companhia deve optar por giro ou margem.
TEMA 2 – Índices de Rentabilidade: Retorno Sobre Investimento e Retorno
sobre o PL
Para muitas coisas na análise empresarial é necessária uma medida de
comparação, e para a rentabilidade não é diferente. Imagine a seguinte situação,
um funcionário de um banco de investimento oferece para você um investimento
que garante um retorno de R$ 2000,00. Você irá aceitar? Provavelmente sua
resposta será que depende – e depende mesmo de vários fatores – o primeiro é
qual o valor necessário para investir e garantir esse retorno? Qual o retorno de
investimentos de risco parecido? Dessa forma, para analisar o retorno de uma
companhia, primeiro precisamos definir investimento, e depois o que de fato é o
retorno do investimento, para assim podermos comparar o investimento na
empresa com investimento em ativos de risco similar.
Como fizemos em aulas anteriores, consideramos uma visão de que os
ativos representam o investimento realizado pela empresa, assim, podemos
considerar num primeiro momento o Total de Ativos como o investimento
realizado pela companhia. Dessa forma, precisamos agora definir o retorno
desse investimento.
Considere a seguinte DRE da companhia ABC:
DRE
Receita líquida R$100.000,00
Custo da Mercadoria Vendida R$60.000,00
Lucro Bruto R$40.000,00
Despesas Operacionais R$2.000,00
Depreciação R$2.000,00
Lucro Operacional (EBIT) R$36.000,00
Despesas Financeiras R$4.000,00
Lucro Antes dos Impostos R$32.000,00
Impostos (34%) R$12.160,00
Lucro Líquido R$19.840,00

6
Primeiro vamos identificar padrões, a Receita líquida, o Custo da
Mercadoria Vendida, as Despesas Operacionais, e a depreciação são todos
fatores operacionais para a empresa atingir seu objetivo, certo? A partir do Lucro
Operacional, EBIT, nós temos que a empresa pagou 4 mil de despesas
financeiras, ou seja, os credores da empresa receberam 4 mil reais pelo
empréstimo de dinheiro realizado para a companhia, na parte seguinte, o
governo recebeu 12.160 por ter investido nas estruturas de uso geral para a
empresa poder funcionar, certo? E por último, os acionistas que investiram o
patrimônio líquido receberam 19.840.
Assim, a primeira parte da DRE, até o Lucro Operacional, pode ser vista
como a operação da companhia e a parte de baixo da DRE pode ser vista como
de que forma foi distribuído o capital entre o grupo de interessados nos seus
fluxos de caixa (Credores, Acionistas e Governo).
Dessa forma, já que estamos considerando o Total de Ativos como valor
investido na companhia, temos que pensar em qual desses valores é adequado
para representar o retorno do investimento. Ora, sabemos que o Total do Ativo
é igual ao patrimônio líquido somado ao passivo total, assim, temos que
considerar os valores que remuneraram ambos o passivo total, quanto o
patrimônio líquido. Sabemos que a remuneração do patrimônio líquido é o lucro
líquido, assim, o acionista espera dividendos somente do que for residual após
pagar todos os interessados e todos os custos. E também sabemos que o credor
(seja ele banco, debenturista) quando investe na empresa, tem seu retorno
assegurado em contrato por meio da aplicação da taxa cobrada prevista no
contrato de dívida, e isso é reconhecido contabilmente como despesa financeira.
Dessa forma, temos o nosso primeiro modo de medir retorno, somando o
lucro líquido as despesas financeiras, pois o Ativo Total é financiado por ambos.
Assim, Retorno sobre o Investimento é:
(𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝐸𝐵𝐼𝑇))
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜

Ademais, caso a companhia ABC possuísse um ativo total de 50.000, ela


proporcionou um retorno de:
(36.000)
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = 0,72
50.0000

Ou seja, companhia ABC proporcionou um retorno naquele período de


72% sobre o investimento. O retorno sobre Investimento também é comumente

7
chamado de ROA, do inglês, Return on Assets, ou adaptando para o português,
Retorno sobre os Ativos.
Ainda sobre retornos, muitas vezes estamos interessados em computar
somente o retorno para o acionista, e não para os investidores como um todo.
Isto posto, sabemos que o valor investido pelo acionista é igual ao patrimônio
líquido, e que a remuneração desse capital é o lucro líquido, caso a ABC tenha
um patrimônio líquido de 45.000, o Retorno Sobre o PL é computado da seguinte
forma:
(19.840)
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑃𝐿 = = 0,496
40.000
Isso significa que os acionistas obtiveram um retorno de 50% sobre o seu
investimento na companhia. O retorno Sobre o PL também é chamado de ROE
do inglês Return on Equity.
Alguns autores consideram o ativo total como denominador no cálculo do
retorno para o acionista, entretanto, isso é incorreto pois já vimos que o Ativo
Total é financiado tanto por meio do PL quanto por meio do passivo, e assim, ao
considerar ativo total, o analista está subestimando o retorno para o acionista.

TEMA 3 – Índices de Rentabilidade: Retorno Sobre o Capital Empregado


Um outro índice calculado para mensurar a rentabilidade leva em
consideração algo importante, alguns passivos não são referentes a contratos
de dívida, e sim são decorrentes naturais da operação empresarial, como os
fornecedores, por exemplo. Dessa forma, como os fornecedores e tantos outros
não são remunerados pelo seu investimento na empresa, iremos considerar
como capital investido somente os passivos onerosos, ou seja, aqueles que
geram juros.
Dessa forma, o capital investido é a soma entre passivo oneroso e
patrimônio líquido. Como a empresa ABC possui 40.000 de Patrimônio Líquido,
e considerando que ela tenha 3 mil em passivos operacionais (contas a pagar,
fornecedores, salários, entre tantos outros), necessariamente o passivo oneroso
é de 50.000-40.000-3.000 = 7.000. E assim, o Retorno Sobre o Capital
Empregado é de:

8
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜
(𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 + 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠) (19.840 + 4.000)
= =
(Patrimônio Líquido + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜) (40.000 + 7.000)
= 0,507
Assim, o Retorno Sobre o Capital Empregado é de aproximadamente
50%. O Retorno Sobre o Capital Empregado também é chamado de ROIC.
Uma reflexão necessária sobre os indicadores de liquidez se põe no fato
de que ao utilizarmos para o cálculo o Lucro Operacional de 2018 e o Ativo Total
de 2018, estamos subestimando o indicador, em vista que boa parte do Lucro
Operacional do ano de 2018 já foi incorporado no Ativo Total de 2018 por meio
do Caixa, Clientes, e etc. E assim, a base de ativos é maior do que a que foi no
momento em que o lucro foi auferido. Assim, tenham em mente os períodos das
contas que foram utilizadas para o cálculo, entretanto, esse ajuste geralmente
retorna benefícios muito marginais a quem o pratica.
TEMA 4 – Análise pelo método Du Pont e Termômetro de Insolvência
O método Du Pont – que tem esse nome devido a sua criação pela
companhia Du Pont – consiste em analisar analiticamente os indicadores de
rentabilidade para identificar os motivos pelos quais a rentabilidade ficou maior
ou menor.
Por exemplo, vamos começar com o ROE (Retorno sobre o Patrimônio
Líquido). Considerando a DRE e o Balanço Patrimonial da companhia ABC
abaixo.
DRE
Receita líquida R$100.000,00
Custo da Mercadoria Vendida R$60.000,00
Lucro Bruto R$40.000,00
Despesas Operacionais R$2.000,00
Depreciação R$2.000,00
Lucro Operacional (EBIT) R$36.000,00
Despesas Financeiras R$4.000,00
Lucro Antes dos Impostos R$32.000,00
Impostos (34%) R$12.160,00
Lucro Líquido R$19.840,00

Balanço Patrimonial
AC 10000 PC 3300
Caixa 10000 Fornecedores 3000
Passivo Oneroso CP 300

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ANC 40000 PNC 6700
Imobilizado 40000 Passivo Oneroso 6700
PL 40000

Total do Ativo 50000 P + PL 50000

Assim, sabemos de tópicos anteriores que o ROE da ABC é de:


(19.840)
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑃𝐿 = = 0,496
40.000
Contudo, o ROE é composto pela multiplicação entre o GAF (Grau de
Alavancagem Financeira) e o ROA (Return on Assets) ou ROIC (Return over
invested Capital). Por exemplo, utilizando a DRE acima, o GAF é calculado pela
divisão entre o Lucro Líquido e o EBIT multiplicado pela divisão entre o Ativo
Total e o Patrimônio líquido. Ou seja:
𝐿𝐿 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
𝐺𝐴𝐹 = ( ) 𝑥( ) = 0,55 𝑥 1,25 = 0,688
𝐸𝐵𝐼𝑇 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
O GAF representa qual alavancada a empresa está, pois, a única coisa
que influencia a diferença entre o EBIT e o Lucro antes do Imposto são as
despesas financeiras. Dessa forma, GAF > 1 representa que a empresa está
alavancada, GAF = 0 representa que a empresa não utilizou dívida ou ao menos
não pagou juros no período e GAF < 1 representa que a empresa tem sucesso
ao cobrar juros de seus clientes ou receber juros de suas aplicações financeiras.
Assim, o ROE pode ser dividido entre
𝑅𝑂𝐸 = 𝑅𝑂𝐴(𝑅𝑂𝐼𝐶)𝑥 𝐺𝐴𝐹
Do tópico anterior sabemos que o ROA da ABC é de 0,72 ou 72%, com
um GAF de 0,688, Assim, obtemos um ROE utilizando essa formula de:
𝑅𝑂𝐸 = 0,72 ∗ 0,688 = 0,496%
Que é exatamente o ROE encontrado pela divisão entre o Lucro Líquido
e o Patrimônio Líquido.
Assim, o gestor ou analista pode identificar quedas na rentabilidade do
acionista devido a reduções no grau de alavancagem financeira ou reduções na
rentabilidade dos ativos. Interessante dizer que a rentabilidade dos ativos
também pode ser dividida entre o Giro do Ativo e a Margem Operacional.
Assim, com um ROA de 0,72, uma margem operacional de 0,36 e um giro
do ativo de 2. Temos um ROA de:

𝑅𝑂𝐴 = 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 0,36 ∗ 2 = 0,72

10
Que também é exatamente o encontrado no utilizando a divisão entre
lucro operacional e ativo total.
TEMA 5 – Mapa de Indicadores Du Pont
. O mapa abaixo resume o que foi dito na seção anterior.

TROCANDO IDEIAS
Alguns setores são conhecidos por trabalharem com menores margens e
um maior giro, você consegue identificar alguns?

NA PRÁTICA
Como dito no trocando ideias, alguns setores são conhecidos por uma
maior margem enquanto outros são conhecidos por um maior giro, isto posto,

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utilize as demonstrações contábeis da Lojas Renner S/A e do Magazine Luiza
para verificar a fonte da rentabilidade dos acionistas e dos ativos de ambas a
firmas.
Solução:
Utilizando os dados das demonstrações contábeis de ambas as companhias,
vamos primeiro decompor o ROE em ROA e GAF.
Começando com a Lojas Renner, para calcular o ROA precisamos de
(𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝐸𝐵𝐼𝑇))
𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑅𝑂𝐴) = assim, o lucro
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜

operacional da Renner é de 1.087.238 para o ano de 2017.

Com um ativo total de 7.547.658. Assim, o ROA da Renner para o Ano de 2017
1087238
foi de 7547658 = 0,14 ou 14%.

12
Já o GAF foi de
𝐿𝐿 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 732679 7.547.658
𝐺𝐴𝐹 = ( )𝑥( )= 𝑥 = 1,57
𝐸𝐵𝐼𝑇 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 1087238 3.223.446

Assim, o ROE calculado pelo modelo DUPONT é de:

𝑅𝑂𝐸 = 𝑅𝑂𝐴(𝑅𝑂𝐼𝐶)𝑥 𝐺𝐴𝐹 = 0,14 ∗ 1,57 = 0,22


Que é exatamente igual ao ROE calculado pela divisão do Lucro líquido e do Patrimônio
Líquido.

732679
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑃𝐿 = = 0,22
3223446
E assim, vamos agora decompor o ROA da Renner em Giro do Ativo e Margem Operacional.
1087238
Utilizando a DRE, a Margem Operacional da Renner é de = 0,14605 e o Giro do
7444305
7444305
Ativo é de 7547658 = 0,9863, assim, o ROA pelo modelo Dupont é:

𝑅𝑂𝐴 = 0,14605 ∗ 0,9863 = 0,14

Já para a Magazine Luiza S.A, para calcular o ROA precisamos do lucro


operacional. A demonstração do resultado do exercício abaixo mostra um lucro
operacional de R$ 887.694, enquanto possui um ativo total de 7.419.513.

Assim, o ROA é igual a:


887694
𝑅𝑂𝐴 = 7419513 = 0,1196

Enquanto possui um GAF de:


𝐿𝐿 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 389022 7419513
𝐺𝐴𝐹 = ( )𝑥( )= 𝑥 = 1,56
𝐸𝐵𝐼𝑇 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 887.694 2073977

Assim, o ROE calculado por meio do modelo Dupont é de:


𝑅𝑂𝐸 = 𝐺𝐴𝐹 𝑥 𝑅𝑂𝐴 = 0,1196 ∗ 1,56 = 0,18
Que é exatamente igual ao ROE calculado pela fórmula.

13
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 389.022
𝑅𝑂𝐸 = = = 0,1875
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 2073977
Assim, ao decompor o ROA, temos:
887694
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = = 0,074
11984250
E o Giro do Ativo de:
11984250
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = = 1,61
7419513

E assim, um ROA de:


𝑅𝑂𝐴 = 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑥 𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 0,074 ∗ 1,61 = 0,11

14
Assim, podemos inferir que o Retorno dos Ativos da Magazine Luiza advém
principalmente do Giro dos Ativos, já que possui um giro de 1,61 contra um giro
dos ativos da Renner de 0,98. Enquanto a Margem da Renner é
significativamente maior, de 0,14 contra 0,07 da Magazine Luiza. Quanto a
alavancagem, ambas as firmas possuem GAF’s muito similares.

FINALIZANDO
Prezados, nesta aula aprendemos medidas de eficiência no uso dos
ativos como as margens, tanto a margem bruta, quanto a operacional e a líquida,
para assim identificar onde empresas similares estão sendo eficientes ou
ineficientes. Ademais, conseguimos decompor o Retorno sobre o PL (ROE) –
que é basicamente o retorno dos acionistas – em sua alavancagem e o Retorno
do Ativo, para assim, conseguir identificar de onde vem a lucratividade da
companhia. Ainda assim, decompomos o Retorno do Ativo em Margem
Operacional e Giro do Ativo, com o objetivo de entender o quase ditado de “ou
se ganha na margem ou no giro” e exemplificamos isso analisando a Lojas
Renner e a Magazine Luiza.

REFERÊNCIAS

15
ANÁLISE DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS.
AULA 05

Marcelo Daniel Araujo Ermel


CONVERSA INICIAL
Prezados, nessa aula iremos aprender sobre os dois tipos de
alavancagem mais comuns, a alavancagem operacional e financeira, e também
como as duas se comportam em conjunto. Especialmente no que tange a
exposição ao risco macroeconômico da firma. Ademais, na aula 1 nós
relembramos a Demonstração dos Fluxos de Caixa e a Demonstração do Valor
Adicionado, tanto sua capacidade informacional quanto sua estrutura. Na aula
de hoje iremos aprender como analisa-las!

CONTEXTUALIZANDO
Muitas empresas se veem em face de diversas decisões como, devo
automatizar o processo produtivo ou devo contratar mais trabalhadores? Uma
consequência automática (sem o interesse de fazer trocadilho) é o aumento da
chamada alavancagem operacional, ou seja, com uma máquina, os custos fixos
são maiores, pois, a depender do prazo, a companhia não consegue se
desfazer da máquina, ao menos considerando um preço adequado, enquanto ao
continuar com trabalhadores, em face de uma crise a companhia pode demiti-los
e assim diminuir seus custos de produção.

Outra questão é a alavancagem financeira, pois, ao contrair empréstimos,


a empresa utiliza capital de terceiros para financiar suas atividades e economiza
em impostos (Juros são dedutíveis do Imposto de Renda) e assim, aumenta a
rentabilidade dos acionistas, contudo, o pagamento de juros é obrigatório
independente se a empresa conseguiu vender seus produtos ou não, e assim,
aumenta o risco da empresa vir a falir!

Iremos estudar esses dois efeitos e o impacto de ambos na companhia,


inclusive dos dois em conjunto!

Ademais, agora que já relembramos a Demonstração dos Fluxos de Caixa


e a Demonstração do Valor Adicionado, iremos analisa-las e assim aprender que
tipo de informação podemos tirar desses demonstrativos.

Vamos em frente!

TEMA 1 – Alavancagem Operacional


Alavancagem Operacional ocorre quando uma companhia tem uma
estrutura de custos que permite aumentar o lucro de acordo com a quantidade
vendida, por exemplo. Vamos considerar que a companhia ABC possui a
seguinte estrutura de custos.

Estrutura de Custos ABC


Custos fixos 1000
Custos variável (un) 2

E a Companhia Concorrente possui a seguinte estrutura de custos

Estrutura de Custos Concorrente


Custos fixos 500
Custos variáveis (un) 4

Assim, vamos considerar que ambas empresas produziram 1000 unidades e


venderam todas a um preço de 6. Desconsiderando os impostos e outras
despesas, o lucro auferido por cada empresa é:

Lucro ABC Lucro Concorrente


Quantidade Produzida 1000 1000
Preço de Venda (Um) 6 6
Receita de Vendas 6000 6000
Custos Fixos Totais 1000 500
Custo Variável unitário 2 4
Custo Variável Total 2000 4000
Lucro 3000 1500

A receita de vendas é igual a multiplicação do preço (6) pela quantidade (1000),


ou seja, 6000 de receita para ambas as empresas. Quanto aos custos fixos,
como visto na estrutura de custos da ABC, ela possui 1000 de custos fixos,
enquanto a Concorrente possui 500 de custos fixos. Já o custo variável total é a
multiplicação do custo variável unitário, 2 para a ABC e 4 para a Concorrente
pela quantidade produzida, também 1000. Assim, o custo variável unitário total
é 2000 para a ABC e 4000 para a Concorrente. Assim, ao final, o lucro da ABC
é Receita de Vendas menos Custos Fixos Totais e Custo Variável Total, ou seja,

3
6000-1000-2000 que é igual a 3000. Para a concorrente, o lucro é 6000-500-
4000, que resulta em 1500.

Dessa forma, podemos ver que a diferença no lucro entre as duas vem de uma
troca entre a quantidade de custos fixos ou custos variáveis, podemos pensar
que a empresa ABC emprega um maior maquinário, enquanto a empresa
Concorrente escolhe por contratar mais funcionários em regime de
produtividade. Dessa forma, a ABC consegue alavancar seus lucros por ter
metade do custo variável unitário da empresa Concorrente. Desta feita,
permanecendo todo o resto constante, quanto maior a receita, maior o lucro para
a ABC, pois seus custos unitários variáveis são menores.

Assim, esse fenômeno é chamado de alavancagem operacional, entretanto, vale


a pena salientar também o lado negativo da alavancagem. Vamos considerar
que ambas as firmas só conseguiram produzir 150 unidades e vender pelo preço
de 6. Admitindo a mesma estrutura de custos, a nova aferição de lucro é a
seguinte:

Lucro ABC Lucro Concorrente


Quantidade Produzida 150 150
Preço de Venda (Um) 6 6
Receita de Vendas 900 900
Custos Fixos Totais 1000 500
Custo variável unitário 2 4
Custo variável Total 300 600
Lucro -400 -200

É possível verificar que a companhia ABC teve o dobro de prejuízo em relação


a companhia Concorrente. Isso se dá pois, com apenas 150 unidades
produzidas, a receita foi de 900 para ambas as companhias, entretanto, para a
ABC isso não é suficiente sequer para cobrir os custos fixos, de 1000. Enquanto
para a companhia Concorrente, dessa receita ainda sobra 400 após a dedução
dos custos fixos. Assim, somando o custo variável total, a empresa ABC acaba
com um prejuízo de 400 e a Concorrente com um prejuízo de apenas 200.

Isto posto, a depender das previsões de receita e produção, a empresa escolhe


por estar mais ou menos alavancada operacionalmente, entretanto, isso não é
4
uma decisão tomada corriqueiramente, em vista que um aumento de custos fixos
geralmente decorre de um grande investimento, como a construção de uma nova
fábrica, o aluguel de um novo armazém, e desta feita, é uma decisão a ser
tomada munido de todas as informações possíveis.

Uma pergunta natural a ser feita é, qual a quantidade produzida e vendida que
faz a ABC ter um lucro maior que a Concorrente? A partir de qual ponto essa
alavancagem operacional se faz eficiente.

Figura 1 – Lucro ABC e Lucro Concorrente em Função da Quantidade Produzida


e Vendida.

1500

1000

500

0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
-500

-1000

-1500

-2000

Lucro Concorrente Lucro ABC

Caso tomemos a decisão de responder a essa questão com a força bruta,


podemos calcular o lucro de ambas as companhias a cada 10 unidades
produzidas e vendidas, se fizermos um gráfico desses resultados, a imagem que
teríamos seria a Figura 1 (Eixo Y – Lucro, Eixo X – Quantidade). Podemos
verificar que a curva do Lucro ABC (Laranja) é mais inclinada que a curva do
Lucro Concorrente (Azul), isso quer dizer que o efeito de uma unidade produzida
e vendida a mais é maior para a ABC do que para a Concorrente. Além disso,
respondendo à pergunta, podemos ver que a partir da unidade 250 (25x10), a
Curva Lucro ABC ultrapassa a Curva Lucro Concorrente. Assim, para qualquer
quantidade produzida e vendida acima de 250, o lucro da ABC será maior.
Enquanto para qualquer quantidade abaixo de 250, o lucro Concorrente será
maior (ou terá um menor prejuízo).

5
Outra informação importante a ser retirada é o ponto de equilíbrio, que consiste
na quantidade vendida/produzida que iguala o lucro a 0, ou seja, qual o mínimo
que a companhia deve produzir e vender para obter lucro. Ao examinar o gráfico,
vemos que as linhas cruzam o eixo X, no 25, ou seja, o mínimo que a companhia
ABC e a companhia Concorrente tem de vender e produzir são 250 unidades.

Uma maneira menos braçal de resolver essa questão é calcular o ponto que a
função lucro é igual a 0, entretanto, precisamos definir primeiro a função custos
e a função receita. Para a companhia ABC a função custos é:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠(𝑄) = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑥 𝑄

Assim, os custos da companhia ABC são:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠(𝑄) = 1000 + 2 𝑥 𝑄

Enquanto a função receitas é:

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 (𝑄) = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑥 𝑄

Para a companhia ABC:

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 (𝑄) = 6 𝑥 𝑄

Assim, a função lucro é:

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜(𝑄) = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎(𝑄) − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠(𝑄)

Assim, a função lucro da ABC é

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜(𝑄) = 6 𝑥 𝑄 − (1000 + 2 𝑥 𝑄)

Aplicando o sinal

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜(𝑄) = 6𝑄 − 1000 − 2𝑄

Igualando a função a 0

0 = 6𝑄 − 1000 − 2𝑄

Manipulando os termos

1000 = 6𝑄 − 2𝑄

Subtraindo os similares

6
1000 = 4𝑄

Fazendo a álgebra

1000
= 𝑄 = 250
4

Assim, chegamos a conclusão da mesma forma que utilizando o gráfico. Outra


forma útil de utilizar a matemática é para mensurar o nível de alavancagem
operacional, uma forma de verificar a alavancagem operacional da firma é
investigar o impacto de aumentos no lucro para um determinado aumento na
quantidade produzida/vendida.

Por exemplo, a companhia ABC, para um nível de 1000 mercadorias, o lucro é


3000, se aumentarmos a quantidade para 1500 temos um lucro de é de 5000.
Assim, temos que uma Variação de 500 mercadorias (1500-1000) leva uma
variação de lucro de 2000 (5000-3000), assim, o índice de alavancagem
operacional é de:

Δ𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 5000 − 3000 2000


= = =4
Δ𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 1500 − 1000 500

A título de comparação, quando utilizarmos a companhia Concorrente, para um


nível de 1000 mercadorias o lucro é de 1500, enquanto para o nível de 1500
mercadorias, o lucro é de 2500. Assim, utilizando a mesma fórmula.

Δ𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 2500 − 1500 1000


= = =2
Δ𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 1500 − 1000 500

Assim, como esperado, o índice de alavancagem operacional da firma


Concorrente é menor do que o índice de Alavancagem operacional da firma ABC.

TEMA 12 – Alavancagem Financeira


Um outro tipo de alavancagem consiste na alavancagem financeira. Essa
alavancagem existe em razão da dedução do pagamento de juros em relação ao

7
pagamento de impostos. Considere os seguintes cenários para a companhia
ABC.
Digamos que a companhia ABC não tenha nenhuma dívida, e necessitou de um
investimento de 5000 por parte dos acionistas para viabilizar suas atividades,
assim dado um lucro operacional de 1000 e uma alíquota de tributação de 30%,
a DRE da ABC seria a seguinte:

Lucro Operacional 1000


Despesa Financeira 0
Lucro Antes do Imposto de Renda 1000
IR (30%) 300
Lucro Líquido 700

Ou seja, o retorno dos acionistas é igual a 14% (700/5000, mais conhecido como
ROE). Outro cenário possível, seria a ABC contrair dívidas no valor de 2500,
estas que geram um pagamento de juros de 250 ao ano, assim, dado um lucro
operacional de 1000 e uma alíquota de tributação de 30%, a DRE da ABC seria
a seguinte:

Lucro Operacional 1000


Despesa Financeira 250
Lucro Antes do Imposto de Renda 750
IR (30%) 225
Lucro Líquido 525

Como a companhia financiou 2500 de suas atividades com capital de terceiros,


os acionistas tiveram que investir somente 2500, então, o retorno dos acionistas
nesse caso é de 21% 525/2500, ou seja, contrair dívidas com pagamento de
juros alavancou o retorno dos acionistas de 14% para 21%, entretanto, como é
de se esperar, a obrigação do pagamento de juros ocorre independente da
empresa ter lucro ou não, assim, imaginemos que a companhia teve um lucro
operacional de apenas 300. A tabela abaixo demonstra o retorno dos acionistas
nos dois cenários:

8
Lucro Operacional 300 300
Despesa Financeira 0 250
Lucro Antes do Imposto de Renda 300 50
IR (30%) 90 15
Lucro Líquido 210 35

Retorno dos acionistas 4,20% 1,40%

No cenário sem dívida, com um lucro operacional de 300, a firma ABC pagaria
90 de impostos e o acionista teria direito a 210 de lucro, caracterizando um
retorno de 210/5000, que é igual a 4,20%. Caso a companhia decida por contrair
a dívida para financiar 50% de suas atividades, com um lucro operacional de
300, 250 seriam destinados ao pagamento de juros, e dos 50 restantes, 15 iria
para o governo, restando assim ao acionista apenas 35, caracterizando um
retorno do acionista de 35/2500, que é 1,40%.

Desta feita, percebemos que a alavancagem financeira funciona da mesma


forma que a alavancagem operacional, maximizando o retorno do acionista em
bons momentos e destruindo o retorno do acionista em maus momentos.

TEMA 3 – Combinação da Alavancagem Financeira e Operacional


Apesar de terem sido expostas na nossa aula em tópicos separados,
normalmente a decisão entre alavancar operacionalmente e financeiramente é
conjunta na companhia, em vista que como esperado, uma soma de uma alta
alavancagem operacional com uma alta alavancagem financeira pode ter
consequências desastrosas para o acionista. Veremos no exemplo a seguir.

Utilizando a seguinte estrutura de custos:

Estrutura de Custos ABC


Custos fixos 1000
Custos variável (un) 2
E um preço de venda de 4 por unidade, nós temos a seguinte DRE (até o lucro
operacional).

Lucro ABC

9
Quantidade Produzida 1000
Preço de Venda (Um) 4
Receita de Vendas 4000
Custos Fixos Totais 1000
Custo Variável unitário 2
Custo Variável Total 2000
Lucro 1000

Caso a companhia possua a mesma alavancagem financeira da sessão anterior,


o resultado será de

Lucro Operacional 1000


Despesa Financeira 250
Lucro Antes do Imposto de Renda 750
IR (30%) 225
Lucro Líquido 525

Assim, como esperado, num momento de boom, ambas alavancagens


trabalham positivamente para o retorno do acionista, entretanto, em momentos
em que não se vende o esperado, consideremos a venda de apenas 200
unidades:

Lucro ABC
Quantidade Produzida 200
Preço de Venda (Um) 4
Receita de Vendas 800
Custos Fixos Totais 1000
Custo Variável unitário 2
Custo Variável Total 600
Lucro -800

E com a estrutura financeira:

Lucro Operacional -800


Despesa Financeira 250

10
Lucro Antes do Imposto de Renda -1050
IR (30%) 0
Lucro Líquido -1050

Enquanto para a firma com uma menor alavancagem operacional e sem


alavancagem financeira, seria:

Estrutura de Custos ABC – Menor alavancagem operacional


Custos fixos 500
Custos variável (un) 4

Lucro ABC
Quantidade Produzida 200
Preço de Venda (Um) 4
Receita de Vendas 800
Custos Fixos Totais 500
Custo Variável unitário 4
Custo Variável Total 800
Lucro -500

Lucro Operacional -500


Despesa Financeira 0
Lucro Antes do Imposto de Renda -500
IR (30%) 0
Lucro Líquido -500

E assim, concluímos que alavancagem deve ser uma decisão tomada com
muito cuidado, especialmente quanto a prospecção de resultados futuros, e
condições da economia.

TEMA 4 – Análise da demonstração dos fluxos de caixa


Como visto em aulas anteriores, a demonstração dos fluxos de caixa tem como
objetivo evidenciar as mudanças na conta caixa, dividindo os fluxos em
operacional, de investimento e de financiamento. Assim, como analistas estamos

11
interessados em saber a capacidade da geração de caixa da empresa, e
também, que atividade estão originando os fluxos de caixa.
Vamos para o exemplo da companhia ABC.

Fluxo de caixa
Caixa Gerado nas Operações (1) 300
Caixa líquido gerado nas operações 300

Caixa Líquido das atividades de Investimento (2) -200


Aquisição de Empresa 0
Aquisição de Imobilizado -200

Caixa Líquido das atividades de Financiamento (3) 226


Empréstimos Financeiros Tomados 390
Dividendos Pagos -100
Despesa de Juros -64

Caixa Gerado nas Atividades (1) + (2) + (3) 326

Nela, é possível verificar que a ABC gera caixa nas suas atividades, ou
seja, recebe mais do que paga na sua atividade principal. Esse fluxo de caixa
operacional é positivo em 300. Ademais, a ABC está investindo em ativos
imobilizados, ou seja, comprando máquinas, equipamentos, ou construindo
fábricas no valor de 200 e assim, para nós que estamos fora da empresa, parece
que a empresa está expandindo suas atividades. Ainda assim, quando olhamos
a atividade de financiamento, vemos que a empresa captou novos empréstimos
no valor de 390, pagou dividendos aos acionistas no valor de 100 e pagou juros
de empréstimos anteriores no valor de 64. Assim, mesmo que os 300 das
operações sejam suficientes para cobrir os 200 de investimento em imobilizado,
a ABC parece estar decida a acumular caixa, em razão da captação dos
empréstimos.
Além dessa análise individual da demonstração dos fluxos de caixa,
podemos também realizar a interação com outras demonstrações como o
Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Por exemplo:
A firma está gerando caixa adequadamente? Como a análise de valores
absolutos é sempre difícil, podemos fazer a divisão do caixa gerado
operacionalmente com o Ativo Total, e assim ter a medida de quanto caixa por
unidade de investimento no Ativo Total a empresa gerou.

12
Considerando um Ativo Total de 1000 para a ABC, a empresa teve uma geração
de
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 300
= = 0,30
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 1000
Ou seja, a cada 1 real investido no Ativo Total, a companhia gerou 30
centavos de caixa no período.
Outra interação interessante é o valor investido em imobilizado sobre o
valor do imobilizado, vamos considerar um montante de 500 para o imobilizado,
assim, a empresa investiu em imobilizado (também chamado no mercado de
Capex, que vem do inglês Capital Expenditures, e significa investimentos em
capital fixo, ou propriamente dito, imobilizado).
Assim,
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝐼𝑚𝑜𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 200
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐹𝑖𝑥𝑜 = = 500 = 0,4
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐼𝑚𝑜𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜

A interpretação cabível é de que a ABC está realizando fortes


investimentos, em vista de que em apenas 1 ano investiu 40% do seu ativo
imobilizado.
Por último, na primeira aula vimos que alguns índices de pagamento de
juros são utilizados como covenants (cláusulas contratuais que limitam a
liberdade da firma em função do empréstimo de credores) que utilizavam o
EBITDA, contudo, de posse da DFC, podemos utilizar diretamente o fluxo de
caixa operacional para computar a cobertura de juros.
Assim, cobertura de juros também pode ser calculada da seguinte forma:
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 300
𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 = = = 4,68
𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 64

Dessa forma, o fluxo de caixa operacional cobre a despesa com


pagamento de juros mais que 4 vezes e meia.
Por fim, muitos autores gostam de padronizar certo comportamento da
DFC relacionados ao ciclo de vida da empresa. Por exemplo: Firmas em estágio
de vidas iniciais teriam o Fluxo de Caixa Operacional negativo, o Fluxo de Caixa
de investimentos, negativo, o que significa que a empresa ainda não consegue
gerar caixa na sua operação, e que também está investimento em capital para
viabilizar/aumentar produção. Dessa forma, obviamente, o Fluxo de Caixa de
Financiamento deve ser positivo, ou com o dinheiro sendo oriundo de aportes de
sócios ou de empréstimos.

13
Já empresas em fase de expansão teriam o Fluxo de Caixa Operacional positivo,
o Fluxo de caixa de Investimento negativo, e o Fluxo de Caixa de Financiamento
Positivo. Assim, a situação é que apesar de já gerar caixa operacional positivo,
este não é suficiente para realizar o investimento, e assim se dá a necessidade
de aportes de capital.
As empresas em estágios mais maduros, teriam um Fluxo de Caixa Operacional
positivo e suficiente para cobrir as necessidades de investimento, e assim, o
Fluxo de Caixa do Investimento seria negativo, e o Fluxo de Caixa do
Financiamento seria negativo em razão do pagamento de dividendos aos
sócios/pagamento de dívidas.
Por último, as empresas em declínio teriam Fluxo de caixa Operacional Positivo
e um Fluxo de Caixa de Investimento negativo, em razão da venda de ativos que
eram utilizados na produção (e devido a isso, a empresa está debilitando suas
receitas futuras em razão de uma capacidade produtiva menor). Por último, o
Fluxo de Caixa de Financiamento é negativo em razão da incapacidade de
contrair novos empréstimos.
Apesar desse resumo, é importante entender cada item da Demonstração
do Fluxo de Caixa para verificar a real situação da companhia. Não existe
fórmula mágica.

TEMA 5 – Análise da Demonstração do Valor Adicionado


. A Demonstração do Valor Adicionado (DVA), como dito anteriormente, é
uma demonstração muito parecida com a DRE, que possui o objetivo de apurar
o lucro ou prejuízo da companhia em suas atividades, já a DVA, busca apurar a
riqueza criada e como ela foi distribuída, bem como se houve destruição de
riquezas.
Relembrando a estrutura da DVA da companhia ABC.
2015
RECEITAS 2200
1. Receitas 2000
1.2 Provisões para devedores duvidosos 200

2 INSUMOS 1100
CMV 1000
Energia 100

2-1 Valor Adicionado Bruto 1100


3 Depreciação 100
14
2-1+3 Valor adicionado líquido 1000

4 Valor adicionado recebido em transferência 100

2-1+3+4 Valor adicionado total a distribuir 1100

Distribuição
Pessoal 100
Impostos 50
Juros Passivos 100
Dividendos 150
Lucros retidos 700

Distribuição do valor adicionado 1100

Um índice útil a ser retirado da DVA é a proporção do CMV nos insumos


de produção. Podemos identificar que para a companhia ABC, o custo da
1000
mercadoria vendida representa = 91%, assim, é útil pensar que uma
1100

maneira relevante de diminuir os custos para a companhia ABC é diminuir os


custos referentes à produção/compra de mercadorias.
Quanto a distribuição de riqueza, podemos verificar que grupos estão a
receber uma maior proporção.
100
A remuneração de seus trabalhadores representa = 9% da riqueza
1100
50
distribuída. Enquanto os impostos são = 4,5%. O capital de terceiros é
1100
100 150
remunerado com = 9% da riqueza. Os acionistas receberam = 13,5%
1100 1100

aproximadamente. Por fim, é possível verificar que a maior parte da riqueza


700
(1100 = 63,5%) é retida para financiar novos projetos.

É relevante ter em mente que todas essas informações sobre distribuição


de riqueza da DVA devem ser usadas em comparação com as empresas do
mesmo setor a fim de se tirar conclusões. Entretanto, um alto índice de
distribuição de riqueza para o capital de terceiros pode indicar um alto
endividamento.

TROCANDO IDEIAS
Start-ups estão na moda, será que vocês conseguem sugerir como seria
o comportamento da DFC de uma empresa nesse estágio da vida?

15
NA PRÁTICA
Que tal verificar o grau de alavancagem financeira e operacional da
Guararapes e Lojas Renner, será que elas são diferentes? Afinal, trabalham num
mesmo setor. Além disso, como será o comportamento dos fluxos de caixa de
cada uma?
Solução:
Utilizando as informações do site da B3, vamos calcular primeiro a alavancagem
financeira e operacional da Guararapes Confecções S.A.
http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-
variavel/empresas-listadas.htm
Em 2017, os custos dos bens e serviços vendidos da Guararapes Confecções
S/A foram de 2.338.408 (custos variáveis), enquanto a soma de suas despesas
foi de 2.713.885+778.510 (custos fixos, incluindo a remuneração da
administração para manter a comparabilidade entre a Renner e a Guararapes).

Enquanto para a companhia Renner, os custos de bens e serviços vendidos


foram de 3.284.517 (custos variáveis) e 3.718.203 de despesas operacionais
(custos fixos).

16
Assim, vemos que a proporção dos custos variáveis em relação a receita total
da Guararapes é:

2.338.408
= 36%
6.444.659
Enquanto a proporção dos custos fixos é:

3.492.395
= 54%
6.444.659
Já para a Lojas Renner, a proporção dos custos variáveis é:

3.284.517
= 39%
8.426.541
Enquanto os custos fixos é de:
3.718.203
= 44%.
8.426.541

E assim, podemos verificar que a Renner tem uma proporção maior de


custos variáveis em relação a receita, e a Guararapes tem uma proporção maior
de custos fixos. Assim, podemos dizer que a Guararapes é mais alavancada
operacionalmente, pois possui uma maior relevância de custos fixos em seu
processo produtivo.

Quanto a alavancagem financeira, a Guararapes tem 237.064 de


despesas financeiras, e 888.624 de Lucro Antes do Resultado Financeiro e dos
Tributos, assim, as despesas financeiras representam

237064
= 27%.
888624
Enquanto a Renner possui 102.792 de despesas financeiras e 1.423.821
de Lucro Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos, assim, as despesas
financeiras representam

𝟏𝟎𝟐. 𝟕𝟗𝟐
= 𝟕%
𝟏. 𝟒𝟐𝟑. 𝟖𝟐𝟏
Assim, a Renner também demonstra ter uma alavancagem financeira
menor do que a Guararapes. Dessa forma, podemos concluir que a Guararapes

17
está mais exposta as variações macroeconômicas, tanto para o lado bom,
quanto para o lado ruim.

Percebam que utilizamos somente as despesas financeiras, mas, poderíamos


ter utilizado também o resultado financeiro, entretanto, o analista deve ficar
atento a grandes despesas financeiras e grandes receitas financeiras, pois,
grandes despesas financeiras significam um provável alto endividamento, e
grandes receitas financeiras para uma firma não financeira pode indicar que a
firma está engajando em negócios que não são sua especialidade, como
operações com derivativos e outros, como no caso SADIA.

FINALIZANDO
Na aula de hoje aprendemos em como podemos alavancar os resultados
da empresa, tanto utilizando uma maior quantidade de custos fixos, ou utilizando
dívidas que originam pagamentos de juros. Entretanto, vimos que essa
alavancagem também coloca a firma em situação ruim caso o ciclo de negócios
esteja em retração, ou seja, caso a economia não vá tão bem.
Ademais, aprendemos o ponto de equilíbrio e como podemos utiliza-lo
para fazer planejamentos em relação a proporção de custos fixos/custos
variáveis adotados e a que nível de vendas vale a pena um outro.
Analisando a DFC vimos como os sinais de cada um dos 3 fluxos podem
nos informar o ciclo de vida que a empresa se encontra, se está em crescimento,
se está em fase madura, etc.
Por ultimo, com a DVA, investigamos a origem e distribuição de riqueza
da firma. Quem é o interessado que está recebendo a maior parte da riqueza
gerada pela companhia.
Até a próxima aula!

REFERÊNCIAS

18
Aula 1

1. Importância da estrutura,
Estrutura e Análise das
análise e interpretação de
Demonstrações Contábeis
demonstrações
1 2
4 4

Prof. Msc Edenise Aparecida dos Anjos

Situação
econômica Conjunto de Demonstrações Contábeis

Situação
Projeções Patrimonial

ANÁLISE DAS
DEMONSTRAÇÕES
DRE- DRA
CONTÁBEIS • Demonstração DFC DMPL DVA
BP do Resultado • Demonstração
3 4 • Demonstração • Demonstração
4 4 • Balanço do exercício e das Mutações
do Fluxo de do Valor
Desempenho Patrimonial Demonstração do Patrimônio
Caixa Adicionado
Situação do Resultado Líquido
Financeira Abrangente

Tomada de
Decisão

Na prática

A Demonstração do Valor Adicionado tem como


objetivo:
a. Evidenciar o lucro da organização Análise por meio de Índices
b. Evidenciar a criação/destruição de riquezas
5 6

c. Evidenciar a criação/destruição de riquezas


4 4

como também sua distribuição


d. Evidenciar as mutações do patrimônio líquido.

1
Análise Vertical Análise Vertical
ÍNDICE FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO

𝐸𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 % de participação do Elemento do


A participação do Elemento do
A análise vertical do balanço patrimonial tem 1. AV Ativo 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 Ativo em relação ao Ativo Total.
Ativo sobre o Ativo Total é de
“x%”.
como objetivo identificar onde estão
concentrados os investimentos da companhia 𝐸𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑜𝑢 𝑃𝐿 % de participação do Elemento do A participação do Elemento do

e, também, as principais fontes de


7 8
4 4
2. AV Passivo 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 + 𝑃𝑙 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 Passivo ou PL em relação ao Passivo Passivo ou PL sobre o Passivo + PL
+ PL Total. Total é de “x%”.

financiamento.
% de participação do Elemento do A participação do Elemento do
𝐸𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜
3. AV Resultado Resultado em relação à Receita Resultado sobre a Receita Líquida
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 Líquida Total. Total é de “x%”.

Análise vertical Análise Horizontal

A análise horizontal é uma forma de estudar


as variações das principais contas da
empresa. Percebe evoluções temporais
9
4
10
4
consideradas “anormais” para que o analista
possa investigar as razões pelas quais ela
possa ter acontecido.

Lucro bruto/Receita Líquida


125/220= 57%

Análise Horizontal Análise Horizontal


ÍNDICE FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO
1. AH ano ($ período atual − $ período anterior)
anterior % de crescimento ou O crescimento ou
$ período anterior
decrescimento do decrescimento do elemento
elemento em relação ao foi de “x%”, em relação ao
ano anterior. ano anterior.

2. AH ano- ($ período atual − $ período − base)


base % de crescimento ou O crescimento ou
$ período base
11 decrescimento do decrescimento do elemento 12
4 4
elemento em relação ao foi de “x%”, em relação ao
ano-base da análise. ano-base.

3. AH ($ período atual − $ período inicial)


período % de crescimento ou
$ período inicial O crescimento ou
decrescimento do
decrescimento do elemento
elemento em relação ao 𝟏𝟐 𝟏𝟐
no período todo foi de “x%”. 𝑨𝑯 𝒄𝒂𝒊𝒙𝒂 = = 𝟏, 𝟐𝟎 𝒐𝒖 − 𝟏 = 𝟐𝟎%
período todo da análise. 𝟏𝟎 𝟏𝟎

2
Indicadores de liquidez
Índices de Liquidez
ÍNDICE FÓRMULA INDICA INTERPRETAÇÃO

Um ponto importante da análise financeira é a 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 Proporção entre os bens e direitos de curto
análise de liquidez, é importante ter em mente 𝐿𝐺 = Quanto maior
Liquidez Geral 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 e longo prazos e as obrigações totais com
melhor
terceiros.
que liquidez é um termo que possui duas
dimensões. Liquidez Ativo Circulante Proporção entre os bens e direitos apenas
Quanto maior
LC ou CCL = de curto prazo e as obrigações de curto
melhor
Corrente Passivo Circulante
A primira dimensão é o quão rapidamente o prazo com terceiros.

ativo se transforma em dinheiro e,


13 14
4 4
Semelhante à liquidez corrente, porém, no
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 −𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 Quanto maior
a segunda dimensão se refere à perda de valor Liquidez Seca ILS = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
ativo circulante, são excluídos os estoques e
os direitos que não se converterão em caixa.
melhor

numa possível venda por razões inesperadas


Liquidez 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 Proporção entre as disponibilidades e as Quanto maior
Imediata ILI = obrigações de curto prazo com terceiros. melhor
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

Índices de Endividamento Índices de Endividamento


ÍNDICE FÓRMULA INDICA
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑑í𝑣𝑖𝑑𝑎
Endividamento total
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
Endividamento de 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 A dependência do capital de terceiros
curto prazo no financiamento da empresa
Este conjunto de índices evidencia a situação
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
Endividamento de 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜
patrimonial de uma empresa e as longo prazo 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
Prazo de vencimento da dívida e os
15
4
representativas das fontes de capital 16
4
Maturidade
𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜
momentos de ocorrência dos fluxos de
(𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝑃 + 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝐿𝑃
(terceiros e próprio) caixa por pagamentos.

Alavancagem 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎𝑠 A estrutura de capital da empresa,


financeira 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 alavancagem ou endividamento

Informa quantas vezes o lucro


Índices de Cobertura 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
operacional cobre as despesas
de Juros 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 financeiras.

Termômetro de Insolvência de Kanitz Termômetro de Insolvência de Kanitz

7,0
O termômetro de insolvência de Kanitz,
evidencia a combinação dos índices de SOLVENTE

liquidez geral, seca e rentabilidade dos


0
17
4
sócios e a relação com uma menor 18
4

probabilidade de falência. 0
PENUNBRA
-3,0
𝒀 = 𝟎, 𝟎𝟓 𝑹𝑶𝑬 + 𝟏, 𝟔𝟓 𝑳𝑮 + 𝟑, 𝟓𝟓 𝑳𝑺 − 𝟏, 𝟎𝟔 𝑳𝑿 + 𝟎, 𝟑𝟑 𝑨𝑳𝑨
-3,0
INSOLVENTE
7,0

3
Termômetros de Insolvência de Altman

O modelo de Altman também é baseado em


análise discriminante. O modelo Z-Score, que
Indicadores de Atividades teve como evolução o Modelo Zeta, gera uma
espécie de índice com um valor crítico, ou
seja, a partir de certo patamar se prediz que
19 20
4 4

uma determinada empresa apresenta


tendência à falência.

Termômetros de Insolvência de Altman Termômetros de Insolvência Elizabetsky

Z = 1,93ML − 0,20 X33 + 1,02X35 + 1,33X36 − 1,12X37


Z1 = -1,44 + 4,03 X2 + 2,25 X3 – 0,14 X4 –
0,42 X5 Ou ML= lucro líquido/receita 1,0
0,9 SOLVENTE
Z2 = -1,84 – 0,51 X1 – 6,32 X3 + 0,71 X4 + X33= Disponível/Ativo 0,8
Permanente 0,7
0,52 X5 0,6
21 22 X35=Contas a Receber/Ativo
4 4
0,5 PONTO CRÍTICO
Total
0,4
X36=Estoque/Ativo Total 0,3
Sendo:
X37=Passivo Circulante/Ativo 0,2 INSOLVENTE
X1 – (ativo circulante – passivo circulante) / ativo total 0,1
X2 – reservas e lucros retidos / ativo total Total.
0
X3 – lucro antes dos juros e imposto de renda / ativo total
X4 – patrimônio líquido / (passivo circulante + passivo exigível a longo prazo)
X5 – vendas / ativo total

Índices Operacionais Índices de Atividade

Os índices operacionais medem a eficiência Prazo • 𝑃𝑀𝑉 =


𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑐𝑎𝑏𝑎𝑑𝑜𝑠
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠
𝑥 365
médio de
da empresa em administrar seus ativos e vendas

passivos de curto prazo, evidenciam se os


recursos aplicados estão de acordo com os Prazo
médio de
níveis de produção, vendas, assim como a
23 24
4 4 fabricação
• 𝑃𝑀𝐹 =
relação de prazos médios de recebimentos e 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑓𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎çã𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
𝑥 365
Prazo médio de
pagamentos. estoques

• 𝑃𝑀𝐸 =
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑡é𝑟𝑖𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑎
𝑥 365
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙
Borinelli e Pimentel (2010)

4
Índices de Atividade Avaliação de Ciclos Operacionais

𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑎 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑟
Prazo médio • 𝑃𝑀𝑃𝐹 = 𝑥 365
de Pagamento 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
de fornecedor
Clientes Contas a Pagar
• Vendas de • Pagamento
produtos e • Recebimento
25
Prazo médio 26 serviços
4 de duplicatas 4
descontadas

𝐷𝑢𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟
Estoques Caixa
• 𝑃𝑀𝐷𝐷 = 𝑥 365 Prazo médio de contas
𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
a receber

𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟
• 𝑃𝑀𝐶 = 𝑥 365
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜

Avaliação do Ciclo Operacional Ciclo Operacional

Estocagem Recebimento de vendas


PMDD
CO PME PMF PMV PMC

CICLO OPERACIONAL Ciclo Operacional


27 28
4 4

Compra Venda Recebimento


Fornecedores e passivos Necessidade de
cíclicos financiamento
PME PMC

Ciclo Financeiro ou de Caixa

CO PMPF

29 30
4 4
Pagamento

Ciclo de Caixa
PMPF

5
Questões Discursivas
Aula 2
As demonstrações contábeis são representadas por
um conjunto de 5 relatórios obrigatórios (Balanço
Patrimonial, Demonstração de Resultados,
Demonstração dos Fluxos de Caixa; Demonstração
das Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstração
Estrutura e Análise das do Valor Adicionado), que apresentam a situação
Demonstrações Contábeis patrimonial, econômica e financeira de uma entidade
1 2
em determinado período de tempo, sejam
trimestralmente ou anualmente, conforme a
4 4

obrigatoriedade de divulgação.
Com base no conteúdo da disciplina, explique qual a
Prof. Msc Edenise Aparecida dos Anjos importância dos demonstrativos contábeis e quem
são seus principais usuários.

Questões Discursivas
Na análise das demonstrações contábeis, recomenda-se Questões Discursivas
que sejam analisados todo o conjunto de demonstrativos
contábeis obrigatórios, pois cada relatório é elaborado
para demonstrar um tipo de informação, sejam elas Os índices de atividade são indicadores que
informações econômicas, financeiras ou patrimoniais. demonstram a capacidade da empresa em gerir sua
O analista deve, ainda, ser criterioso ao selecionar o atividade operacional e gerar caixa. O objetivo da
conjunto de indicadores, pois de acordo com Saporito análise dos índices de atividade é verificar a
(2015), o fator mais importante na análise de um índice é velocidade, em termos de prazos médios, de alguns
seu conteúdo informativo, pois de nada vale a utilização de elementos da análise que circulam para gerar melhor
3
4 um grande número de indicadores, se estes levarem a 4
4 compreensão da liquidez e rentabilidade da empresa.
perder o foco da análise e os pontos que realmente devem Fornecem informações necessárias para a
ser aprofundados. composição e entendimento do ciclo operacional e
Com base no exposto, responda quais os tipos de financeiro de uma empresa.
problemas podem ser identificados, caso o analista não
Com base no conteúdo sobre o tema, descreva o
analise o conjunto completo de demonstrativos contábeis
“Ciclo operacional e o ciclo financeiro ou de caixa”.
em sua análise. Justifique sua resposta.

A Demonstração Possibilita a
do Resultado é análise dos
um dos principais resultados Os índices de
demonstrativos líquidos em rentabilidade são
Indicadores de Rentabilidade contábeis, fornece relação ao divididos em dois
informação do recursos totais grandes grupos:
5 6 resultado líquido investidos, por
4 4
final e da meio de índices • Margens e retornos
avaliação de de rentabilidade e
desempenho. atividade.

Saporito (2015)

1
Margem de Lucro
Margem de Lucro INDICE FÓRMULA INTERPRETAÇÃO
• Evidencia quanto a empresa reteve de
lucros em relação as suas receitas
Margem 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 𝑩𝒓𝒖𝒕𝒐 liquidas, deduzidos os esforços
são indicadores de eficiências que tem como bruta
𝑴𝑩:
𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂 𝑳í𝒒𝒖𝒊𝒅𝒂
𝒙 𝟏𝟎𝟎
relacionados ao custos dos produtos ou
serviços vendidos.
base, dados da demonstração de resultado de • Quanto maior o indicador, melhor
Evidencia quanto a empresa reteve de
exercício. •
lucros em relação as suas receitas
Margem 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 𝑶𝒑𝒆𝒓𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍 liquidas, deduzindo os esforços
𝑴 𝑬𝑩𝑰𝑻: 𝒙 𝟏𝟎𝟎
𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐𝑩𝒓𝒖𝒕𝒐 operacional 𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂 𝑳í𝒒𝒖𝒊𝒅𝒂 relacionados ao desempenho das
7 𝑴𝒂𝒓𝒈𝒆𝒎 𝑩𝒓𝒖𝒕𝒂: 𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂𝑳í𝒒𝒖𝒊𝒅𝒂 8 ou EBIT atividades operacionais.
Quanto maior o indicador, melhor
4 4

• Evidencia quanto a empresa reteve de


lucros em relação as suas receitas
Margem 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 𝑳í𝒒𝒖𝒊𝒅𝒐 liquidas, deduzindo os esforços
𝑴𝑳 ∶ 𝒙 𝟏𝟎𝟎
líquida 𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂 𝑳í𝒒𝒖𝒊𝒅𝒂 necessários à sua geração.
• Quanto maior o indicador, melhor

Giro do ativo Índices de Rentabilidade

O giro do ativo consiste em quanta receita a firma INDICES FÓRMULA INTERPRETAÇÃO


conseguiu obter no uso de seus ativos totais.
ROI –
• Expressa a taxa de retorno
Rentabilidade 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 sobre os recursos próprios.
sobre o 𝑥 100
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 • Quanto maior for o
patrimônio
resultado, melhor
líquido
9 10
4
Mostra o 4
Quanto
número de Indica a
maior for o • Expressa a taxa de retorno
𝐑𝐞𝐜𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐋í𝐪𝐮𝐢𝐝𝐚 vezes que as velocidade ROA –
𝐆𝐢𝐫𝐨 𝐝𝐨 𝐀𝐭𝐢𝐯𝐨 = número de sobre os recursos totais
vendas com que o Rentabilidade
𝐀𝐭𝐢𝐯𝐨𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥 vezes, mais 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 investidos na empresa.
representam ativo total se sobre o
rápido é o 𝑥 100
• Quanto maior for o
em relação renova. 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
giro do ativo. Investimento
ao ativo. resultado, melhor
(Ativo total)

Retorno Sobre o Capital Empregado Análise pelo método Du Pont

Um outro índice calculado para mensurar a rentabilidade leva O método Du Pont – consiste em analisar
em consideração algo importante, alguns passivos não são analiticamente os indicadores de
referentes a contratos de dívida, mas sim, são decorrentes
naturais da operação empresarial, como os fornecedores.
rentabilidade para identificar os motivos
11
4
12
4
pelos quais a rentabilidade ficou maior ou
𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 𝒍í𝒒𝒖𝒊𝒅𝒐+𝒅𝒆𝒔𝒑𝒆𝒔𝒂𝒔 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒏𝒄𝒆𝒊𝒓𝒂𝒔
menor.
𝑹𝒆𝒕𝒐𝒓𝒏𝒐 𝒔𝒐𝒃𝒓𝒆 𝒐 𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒂𝒍 𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆𝒈𝒂𝒅𝒐 =
𝑷𝒂𝒕𝒓𝒊𝒎𝒐𝒏𝒊𝒐 𝑳𝒊𝒒𝒖𝒊𝒅𝒐+𝑷𝒂𝒔𝒔𝒊𝒗𝒐 𝑶𝒏𝒆𝒓𝒐𝒔𝒐

2
Mapa de Indicadores Du Pont Questão discursiva
O desempenho de uma organização é visualizado por
Margem meio das Demonstrações de resultados. Assim, a
LO /RL
operacional análise dos indicadores de rentabilidade, busca
ROI comparar o lucro líquido do período com os recursos
Giro do aplicados em ativos e o retorno do capital aplicado
RL /AT
Ativo dos sócios em forma de investimentos.
ROE
13
4
ALL LL / LO
14
4 Neste contexto, apresente como os indicadores de
rentabilidade dos ativos e rentabilidade do
GAF patrimônio líquido são compostos e responda qual a
AEC AT / PL finalidade.

Alavancagem Operacional

Alavancagem Operacional ocorre quando


Alavancagem Operacional e uma companhia tem uma estrutura de
Financeira custos que permite aumentar o lucro de
15 16 acordo com a quantidade vendida
4 4

Grau de Alavancagem Operacional Alavancagem Financeira

Alavancagem Financeira é o efeito causado por se tomar


recursos de terceiros emprestados a determinado custo,
aplicando-os em ativos a outra taxa de retorno:
Δ% 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐𝒔 Δ% Lucros
𝑮𝑨𝑶 =
17
Δ% 𝑽𝒆𝒏𝒅𝒂𝒔 18
4 4
Utilização de recursos de
a diferença vai para os
terceiros na estrutura de capital
proprietários e altera, para mais
de uma empresa pode modificar
ou para menos, o seu retorno
a rentabilidade do capital
sobre o patrimônio liquido.
Δ%Vendas
próprio.

Assaf Neto e Lima (2015)

3
Combinação da Alavancagem Financeira e
Grau de Alavancagem Financeira - GAF Operacional
A combinação da alavancagem operacional
com a alavancagem financeira, permite que a
Patrimônio
empresa avalie os efeito das variações do
Líquido volume de vendas sobre o resultado
operacional e líquido.
19 𝑹𝑶𝑬 20
4 𝑮𝑨𝑭 =
𝑹𝑶𝑰
4
Logo, índices altos da alavancagem
combinada, promovem excelentes resultados
𝑹𝑶𝑰 + 𝑹𝑶𝑰 − 𝑲𝒊 𝒙 𝑷/𝑷𝑳
em função de pequenos aumentos no volume
Capital de
𝑮𝑨𝑭 =
𝑹𝑶𝑰 terceiros de vendas.

Análise da demonstração dos fluxos de DVA – Índices para avaliar a formação do


caixa Valor adicionado
A demonstração dos fluxos de caixa tem
como objetivo evidenciar capacidade de ÍNDICE FÓRMULA SIGNIFICADO
geração de caixa de uma entidade por meios
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐴𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 𝐿𝑖𝑞(5) Mostra quanto das
das atividades: Eficiência da
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 (1)
𝑥100
receitas foi retido como
Adição de valor
valor adicionado.
21
Operacionais, 22
4 4

Investimento,
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐴𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 𝐿𝑖𝑞(5) Mostra quanto do valor
Financiamento. Adição própria
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐴𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙(7)
𝑥100
adicionado deriva da
de valor
atividade empresarial

DVA – Índices para avaliar a distribuição do


Questão Discursiva
valor adicionado
ÍNDICE FÓRMULA SIGNIFICADO
Todas as decisões tomadas no âmbito financeiro
Participação do Mostra quanto do valor
Pessoal no Valor
𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑙 (8.1)
𝑥100 adicionado distribuído ao
de uma organização têm como objetivos elevar
adicionado distribuído
𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑑𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 (8)
pessoal. seus resultados operacionais e resultados
Participação do Mostra quanto do valor líquidos para seus acionistas e/ou proprietários
Governo no Valor 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠, 𝑡𝑎𝑥𝑎𝑠 𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟 (8.2) adicionado distribuído ao
adicionado distribuído 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑑𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 8
𝑥100
governo. de capital. Neste contexto, o desempenho de
23 24
uma empresa pode ser medido pelos indicadores
Participação dos Mostra quanto do valor de alavancagem operacional e financeira.
4 4

capitalistas no Valor 𝑅𝑒𝑚𝑢𝑛. 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 (8.3) adicionado distribuído aos


𝑥100
adicionado distribuído 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑑𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 8 capitalistas. Com base no conteúdo da disciplina, descreva
quando ocorre a alavancagem financeira e a
Participação dos Mostra quanto do valor
acionistas no Valor 𝑅𝑒𝑚𝑢𝑛. 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑝𝑟𝑜𝑝𝑟𝑖𝑜 (8.4) adicionado distribuído aos alavancagem operacional.
𝑥 100
adicionado distribuído 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑑𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 8 acionistas.

4
25
4

5
Estrutura e Análise das Organização da Disciplina
Demonstrações Contábeis
Aula 1 — Estrutura do Balanço
Aula 1 Patrimonial e da DR

Aula 2 — Estrutura da DMPL


Prof. Me. Flaviano Costa e da DFC

Aula 3 — Estrutura da
Aula 4 — Análise Vertical,
DVA, Notas Explicativas,
Análise Horizontal e Análise
Parecer dos Auditores e
por meio de Indicadores
Relatório da Administração

Organização da Aula
Aula 5 — Ciclometria e Análise
Estrutura das Demonstrações
Avançada do Capital de Giro
Contábeis:
Aula 6 — Alavancagem
• Balanço Patrimonial
Operacional e Financeira
• Demonstração de Resultados

1
Demonstrações Contábeis

Posição Patrimonial,
Financeira, de Desempenho
Contextualização e dos Fluxos de Caixa
Tomadas de decisão
econômicas por parte
dos usuários externos

Balanço Patrimonial sucessivo DVA


Demonstração de Resultados Notas Explicativas, Parecer
DMPL dos Auditores e Relatório

DFC da Administração

Balanço Patrimonial Demonstração de Resultados

O Balanço Patrimonial é uma A Demonstração de Resultados


posição estática da entidade evidenciam o resultado das
em determinado período de ações da empresa durante o
tempo exercício social exceto àqueles

Posição Patrimonial e referentes aos proprietários

Financeira da entidade Posição de Desempenho

2
Balanço Patrimonial

Elementos
Instrumentalização
Ativos: “recursos controlados”
e “benefícios econômicos
futuros”

Balanço Patrimonial:
Estrutura
Ativo Circulante
Passivos: obrigações Ciclo Operacional

Patrimônio Líquido: equilíbrio Mantido para ser negociado


Curto Prazo
Caixa ou equivalente
de caixa

Passivo Circulante
Ativo Não Circulante
Ciclo Operacional
Ativo Realizável a Longo Prazo
Mantido para ser negociado
Investimentos Permanentes
Curto Prazo
Ativo Imobilizado
Não ter direito incondicional
Ativo Intangível
de diferir a obrigação

3
Patrimônio Líquido
Passivo Não Circulante Capital Social
Passivo Exigível a Longo Prazo Ajuste de Avaliação Patrimonial

Passivos de Longo Prazo Reservas de Capital


Reservas de Lucros
Exemplo: empréstimos de longo
Ações em Tesouraria
prazo
Prejuízos Acumulados

Demonstração de Resultados Elementos

Receitas: aumentos nos


Demonstração do Resultado
benefícios econômicos
do Exercício (DRE)
pela entrada de recursos,
Demonstração do Resultado aumento de ativos e
Abrangente (DRA) diminuição de passivos

Demonstração de Resultados:
Estrutura
Despesas: redução nos
Receitas
benefícios econômicos pela
CPV / CMV / CSP
saída de recursos, diminuição
Lucro Bruto
de ativos e aumento
Despesas gerais, de vendas e
de passivos administrativas Resultados de
Equivalência Patrimonial

4
Lucro Líquido antes das
Demonstração do Resultado
Abrangente (DRA)
despesas financeiras
Despesas Financeiras Resultados que não podem
Lucro Líquido antes dos tributos fazer parte do resultado
sobre o lucro
• Exemplo: reservas de
IRPJ / CSLL
reavaliação
Lucro Líquido do Exercício

Resultados que farão parte


Aplicação
de resultados futuros

Exercício • Caixa: 6.500,00

• Bancos: 14.000,00
1. [Adaptado do CFC 2011]
• Capital Social: 20.000,00
Uma determinada sociedade
empresária, em 31/12/2010, • CMV: 56.000,00
apresentou os seguintes • Depreciação Acumulada:
saldos: 1.500,00

5
• Despesas Gerais: 23.600,00 • Reservas de Lucros: 3.000,00

• Fornecedores: 9.300,00 • Estoque de Mercadorias:

• Duplicatas a Receber (60 dias): 4.000,00

20.900,00 • Receitas de Vendas: 97.700,00

• Equipamentos: 10.000,00 • Salários a Pagar: 3.500,00

Após a apuração do Resultado a) 37.100,00 e 41.400,00


do Período e antes de sua
b) 37.100,00 e 46.100,00
destinação, o total do Patrimônio
c) 41.100,00 e 45.400,00
Líquido e o total do Ativo
Circulante são, respectivamente: d) 41.100,00 e 50.400,00

Resolução: DR Resolução: Ativo


Contas Valor
Contas Valor Ativo Circulante 45.400,00
Caixa 6.500,00
Receita de Vendas 97.700,00
Banco 14.000,00
(–) CMV (56.000,00) Duplicatas a Receber 20.900,00
(=) Lucro Bruto 41.700,00 Estoque de Mercadorias 4.000,00
(–) Despesas Gerais (23.600,00) Ativo Não Circulante 8.500,00
Equipamentos 10.000,00
(=) Lucro Líquido 18.100,00
Depreciação Acumulada (1.500,00)
Total do Ativo 53.900,00

6
Resolução: Passivo + PL
Contas Valor
Passivo Circulante 12.800,00
Fornecedores 9.300,00
Salários a Pagar 3.500,00 Síntese
Patrimônio Líquido 41.100,00
Capital Social 20.000,00
Reservas de Lucros 3.000,00
Lucro do Exercício 18.100,00
Total do Ativo 53.900,00

Referência de Apoio
Balanço Patrimonial: posição
financeira e patrimonial SAPORITO, Antonio.
Análise e Estrutura das
Demonstração de resultados:
Demonstrações Contábeis.
desempenho
Curitiba: Intersaberes, 2015.

7
Estrutura e Análise das DMPL
Demonstrações Contábeis
A DMPL fornece a movimentação
ocorrida durante o exercício nas
diversas contas componentes do
Aula 2
Patrimônio Líquido

É complementar ao Balanço
Prof. Me. Flaviano Costa Patrimonial e à DR

Organização da Aula DFC


Tópicos que serão Passou a ser obrigatória em
abordados na aula 2007, no Brasil

• Estrutura das Demonstrações Substituiu a obrigatoriedade da


Contábeis: DOAR
DMPL Fornece ao usuário informações
Demonstração dos Fluxos de sobre os fluxos de caixa da
Caixa entidade

Contextualização Instrumentalização

1
DMPL
Acréscimo ou redução por
Mais completa que a DLPA,
ajustes de exercícios anteriores
pois mostra detalhadamente a
movimentação ocorrida no Acréscimo ou redução por
Patrimônio Líquido da entidade resultados abrangentes
Importante para empresas que
Ajuste de avaliação patrimonial
possuem investimentos
avaliados por equivalência Etc.
patrimonial

DMPL: itens que afetam DMPL: itens que não afetam


o patrimônio o patrimônio

Acréscimo por lucro ou redução Aumento de capital com


por prejuízo no exercício utilização de lucros ou reservas

Redução por dividendos ou Constituição de reservas a partir


pagamento de juros sobre do lucro (Reserva Legal, Reserva
capital próprio para Contingências, e outras)

Acréscimo por integralização


de capital
Compensação de prejuízos
Acréscimo por ágio na emissão com reservas
de ações
Etc.
Redução por ações próprias
adquiridas

2
DMPL: ajustes de
DMPL: preparação
exercícios anteriores
A DMPL é uma planilha que Os ajustes de exercícios
evidencia todas as mutações que anteriores são evidenciados
ocorreram no PL da entidade em diretamente no Patrimônio Líquido
determinado exercício e envolvem dois tipos de casos:

As colunas são formadas pelo • efeitos de mudança de critério


histórico e pelas contas contábil
componentes do PL da entidade
• retificação de erro

DFC
As linhas são compostas pela Mostra as modificações ocorridas
movimentação de cada conta no caixa e equivalentes de caixa
ao longo do exercício em determinado período na
entidade
Ao final, o saldo total
Equivalentes de caixa são
evidenciado é o mesmo valor
investimentos de curto prazo e
do PL no Balanço Patrimonial
alta liquidez (com prazo de
realização de até 90 dias)

DMPL: exemplo
O Pronunciamento Contábil CPC
Reservas Total do
Capital Lucros
Histórico
Social
de
Acumulados
PL dos 03 trata especificamente da
Lucros Sócios
Demonstração dos Fluxos de
Saldo Inicial 500.000 250.000 – 750.000
Caixa
Lucro do
– – 500.000 500.000
Exercício
• Está de acordo com a IAS 7
Reserva Legal – 25.000 (25.000) –

Dividendos – – (475.000) (475.000)


• Aprovado pela CVM; CFC e
CMN
Saldo Final 500.000 275.000 – 775.000

3
• a taxa de conversão do lucro
DFC: objetivos e importância em caixa
de sua análise
• o desempenho operacional de
Proporciona informações que diferentes empresas
habilitam os usuários a avaliar as
• o grau de precisão das
mudanças nos ativos líquidos de
estimativas passadas e de
uma entidade
fluxos futuros de caixa

DFC: caixas
Proporciona informações sobre a
estrutura financeira da entidade As variações dos fluxos de caixa
(entradas e saídas de caixa e
(liquidez e solvência)
equivalentes de caixa) são
Revela a capacidade da entidade classificadas como decorrentes
alterar os valores e prazos dos das atividades:
fluxos de caixa, a fim de adaptá- • operacionais
-los às mudanças nas
• de investimento
circunstâncias e oportunidades
• de financiamento

Proporciona informações sobre: Atividades operacionais


• Recebimentos de clientes
• Pagamentos de fornecedores
AC PC
• Pagamentos de salários
• Etc.
• a capacidade de saldar Atividades de investimento
PNC
obrigações e pagar dividendos • Aplicações financeiras (LP)
ANC
• Imobilizado
• Investimentos PL
• Etc.

• a flexibilidade financeira da Atividades de financiamento


• Empréstimos obtidos

empresa • Aumento de capital


• Pagamento de dividendos
• Etc.

4
DFC: métodos de elaboração

Método Direto: explicita as


Método Indireto: este método
entradas e saídas brutas de
faz a conciliação entre o lucro e
dinheiro dos principais
o caixa gerado pelas operações,
componentes das atividades
por isso também é chamado de
operacionais, como os
método da conciliação
recebimentos pelas vendas de
produtos, pagamento de
funcionários etc.

• Método Indireto:
Lucro ou Prejuízo
• Método Direto:
(+/–) Resultados Econômicos
Receita ou despesa (DR)
(+) Reduções em AC e ARLP (*)
(+/–) Ajustes pelas variações
(–) Acréscimos em AC e ARLP (*)
nas contas do BP
(+) Acréscimos em PC e PELP (*)
(=) Valor para registrar na DFC
(–) Reduções em PC e PELP (*)
(*) Vinculadas às operações

Exemplo:

Receita de Vendas (2014): 75.000

Duplicatas a Receber (2013): 90.000


Aplicação
Duplicatas a Receber (2014): 62.000

Logo, o valor efetivamente recebido


foi de: 75.000 + 28.000 = 103.000

5
Exercícios
Em 31.12.2011 o saldo do
1. (Adaptado do CFC 2012) Uma Patrimônio Líquido será:
sociedade empresária, cujo
a) R$ 108.000,00.
Patrimônio Líquido no início do
período somava R$ 100.000,00, b) R$ 118.000,00.
apresentou, no ano 2011, as c) R$ 122.000,00.
seguintes mutações em seu
d) R$ 124.000,00.
Patrimônio Líquido:

• Resolução:
Saldo Inicial: 100.000,00
Lucro Líquido do Período: (+) Lucro do Exercício: 20.000,00
20.000,00 (–) Dividendos obrigatórios:
5.000,00
Destinação do lucro para reservas:
(–) Ações em tesouraria: 2.000,00
15.000,00
(+) Integralização de capital:
9.000,00
Dividendos obrigatórios: 5.000,00
(=) Saldo Final: 122.000,00
Alternativa “C”

Aquisição de ações da própria 2. (Adaptado do CFC 2011) Uma


companhia: 2.000,00 sociedade empresária
apresentou, no exercício de
Integralização de capital em
2010, uma variação positiva no
dinheiro: 9.000,00
saldo de caixa e equivalentes
Incorporação de reserva ao de caixa no valor de 18.000,00.
capital: 4.000,00 (...)

6
(...) Sabendo-se que o caixa
gerado pelas atividades
operacionais foi de 28.000,00, e
que o caixa consumido pelas Síntese
atividades de investimento foi
de 25.000,00, as atividades de
financiamento:

a) geraram um caixa de 21.000,00.


Resumindo...
b) consumiram um caixa de
15.000,00. DMPL: Variação do Capital
Próprio
c) consumiram um caixa de
21.000,00. DFC: Variação do caixa e
equivalentes de caixa
d) geraram um caixa de 15.000,00.

Resolução:
Caixa Operacional: +28.000,00
Referência de Apoio
Caixa de Investimentos: –25.000,00
Caixa de Financiamentos: x
SAPORITO, Antonio. Análise
(=) Variação de Caixa = +18.000,00 e Estrutura das
Logo, +3.000,00 + CF = +18.000,00 Demonstrações Contábeis.
Curitiba: Intersaberes, 2015.
CF: +15.000,00

Alternativa “D”

7
Organização da Aula
Estrutura e Análise das
Demonstrações Contábeis Tópicos que serão abordados
na aula
Estrutura da DVA
Aula 3
Notas Explicativas
Relatório da Administração
Prof. Me. Flaviano Costa Parecer dos Auditores
Independentes

A DVA passou a ser obrigatória


para as companhias abertas
desde a promulgação da lei no
11.638/2007
Contextualização
A DVA mostra a riqueza
econômica gerada e distribuída
pela entidade em determinada
época

Demonstrações
Complementares
As notas explicativas, o relatório
da administração e o parecer dos
auditores independentes Instrumentalização
complementam as análises dos
usuários externos, que tomam
decisões econômicas e
financeiras baseadas nas
demonstrações contábeis

1
DVA (...) a qual representa um dos
elementos componentes do
O CPC 09 estabelece critérios Balanço Social e tem por
para elaboração e finalidade evidenciar a riqueza
apresentação da Demonstração criada pela entidade e sua
do Valor Adicionado (DVA), (...) distribuição, durante
determinado período

Valor adicionado representa


(...) Inclui também o valor
a riqueza criada pela empresa,
adicionado recebido em
de forma geral, medida pela
transferência, ou seja,
diferença entre o valor das
produzido por terceiros e
vendas e os insumos
transferido à entidade
adquiridos de terceiros. (...)

A DVA está fundamentada em (...) Essa demonstração


conceitos macroeconômicos, apresenta o quanto a entidade
buscando apresentar a parcela agrega de valor aos insumos
de contribuição que a entidade adquiridos de terceiros e que
tem na formação do Produto são vendidos ou consumidos
Interno Bruto (PIB). (...) durante determinado período

2
Ciência econômica para cálculo
do PIB baseia-se na produção As diferenças entre os
O conceito contábil de valor valores contábil e econômico
adicionado baseia-se na serão tanto menores quanto
realização da receita (regime de menores forem as diferenças
competência) entre os estoques inicial e
Ou seja, a ideia de que a soma final para o período
de todas as DVA seria igual ao considerado. (...)
PIB é errônea

(...) Em outras palavras, DVA: Importância


admitindo-se a inexistência de Analisar a capacidade de geração
estoques inicial e final, os de valor e a forma de distribuição
valores encontrados com a das riquezas de cada empresa
utilização de conceitos
econômicos e contábeis Permitir a análise do desempenho

convergirão econômico da empresa

Auxiliar no cálculo do PIB e de


indicadores sociais Auxiliar a empresa a informar

Fornecer informações sobre os sua contribuição na formação

benefícios obtidos por cada um da riqueza à região, ao Estado,

dos fatores de produção ao país etc. em que se encontra


(trabalhadores e financiadores) e instalada
governo

3
DVA: Elaboração e
Apresentação
• Outras Receitas (valor bruto)
Formação da Riqueza:
• Perdas estimadas com créditos
1.Receitas:
de liquidação duvidosa (PECLD)
• Venda de Mercadorias,
– Constituição e Reversão
Produtos e Serviços (valor
bruto)

2.Insumos adquiridos de
• Materiais, energia, serviços de
terceiros:
terceiros e outros
• Custos dos Produtos,
Mercadorias e Serviços • Perda/Recuperação de valores
Vendidos (somente ativos
insumos – não entra mão
• Outras (especificar)
de obra)

3.Valor Adicionado Bruto 6.Valor Adicionado recebido


(1-2) em transferência:
4.Depreciação, Amortização • Resultado de equivalência
e Exaustão patrimonial
5.Valor Adicionado Líquido • Receitas financeiras
produzido pela entidade
(3-4) • Outras

4
7.Valor Adicionado total a
distribuir (5+6) • Impostos, taxas e
8.Distribuição do Valor contribuições:
Adicionado:
Federais
• Pessoal:
Remuneração direta Estaduais
Benefícios
Municipais
FGTS

Remuneração de capitais de • Remuneração de capitais


próprios:
terceiros:
Juros sobre capital próprio
Juros
Dividendos
Aluguéis
Lucros retidos/prejuízo do
Outras exercício

DVA: Análise da DVA • Quociente entre valor


adicionado e número de
Indicadores de geração de
empregados
riquezas:
• Quociente entre valor
• Quociente entre valor adicionado e patrimônio
adicionado e ativo total líquido

5
Indicadores de distribuição de • Gastos com remuneração

riquezas: de capitais de terceiros/VA

• Gastos com pessoal/ VA • Dividendos/VA

• Gastos com impostos/ VA • Lucros retidos/VA

Notas Explicativas
Prover informações adicionais
Informações acerca da base
e detalhamentos das
para elaboração das
informações referentes às
demonstrações contábeis e das
demonstrações contábeis
políticas contábeis

Relatório de Administração Parecer dos Auditores


Atividades globais do grupo Independentes
(análise corporativa)
A auditoria independente tem
Informações detalhadas das
atividades de ramos ou por função atestar a
segmentos individuais (análise fidedignidade das
setorial)
demonstrações contábeis
Análise financeira

6
Por isso, em uma análise é
importante saber se a
Aplicação
empresa possui alguma
ressalva ou ênfase em seu
parecer

Exercício

(...) No mesmo período,


1.[Adaptado do CFC 2011] Uma
revendeu toda a mercadoria
sociedade empresária adquiriu
adquirida por 9.000,00, neste
mercadorias para revenda por
valor incluído ICMS de
5.000,00, neste valor incluído
1.800,00. (...)
ICMS de 1.000,00. (...)

(...) A sociedade empresária


(...) Na Demonstração do Valor
registrou, no período, despesas
Adicionado – DVA, elaborada a
com representação comercial
partir dos dados fornecidos, o
no montante de 1.200,00 e
valor adicionado a distribuir é
depreciação de veículos de
igual a:
200,00. (...)

7
Resolução:
a)1.800,00 Receita: 9.000,00
(-) Insumos: 5.000,00
b)2.600,00
(-) Serviços de terceiros:1.200,00
c)3.200,00 (=) VA Bruto: 2.800,00
d)4.000,00 (-) Depreciação: 200,00
(=) VA Líquido: 2.600,00

Resumindo...

DVA: Geração e Distribuição de


riqueza por parte de entidades
Síntese
Notas Explicativas
Relatório de Administração
Parecer de Auditores
Independentes

Referências de Apoio

SAPORITO, A. Análise e
Estrutura das Demonstrações
Contábeis. Curitiba:
Intersaberes, 2015.

8
Estrutura e Análise das Organização da Aula
Demonstrações Contábeis
Tópicos que serão abordados
na aula
Aula 4
Análise das demonstrações
Prof. Flaviano Costa contábeis
Prof. Francisco Granatto

Análise vertical

Análise horizontal Contextualização

Análises por meio de indicadores

Análise das Demonstrações


Contábeis
Em 1906, surge a primeira
A análise de balanços surgiu e
literatura científica sobre análise
se desenvolveu dentro do
de balanços, com William Post
sistema bancário, até hoje o
seu principal usuário

1
Em 1919, Alexander Wall, A partir de 1931, a Dun &
considerado o pai da análise de Bradstreet passam a elaborar e
balanços, desenvolve divulgar índices-padrão para
inúmeros índices diversos ramos de atividades nos
econômico-financeiros de análise Estados Unidos

Em 1925, Stephen Gilman cria a


A análise de balanços objetiva
análise horizontal
extrair informações das
No Brasil, até 1968, as técnicas
demonstrações contábeis para a
de análise de balanços são
tomada de decisões
praticamente desconhecidas

As demonstrações contábeis
fornecem uma série de dados
Informações
Demonstrações
Fatos ou eventos financeiras
sobre a empresa, de acordo com econômico-financeiros
financeiras =
dados
para a tomada
de decisões

as regras contábeis. A análise de Processo contábil


Técnicas de análise de
balanços

balanços transforma esses dados


em informações

2
Análise das Demonstrações
Contábeis — Objetivos Pontos fortes, fracos, tendências

Situação financeira, econômica e e perspectivas

de desempenho das Quadro evolutivo


organizações
Evidências de erros
Eficiência na utilização dos administrativos etc.
recursos

Técnicas de Análise das


Demonstrações Contábeis

Análises estatísticas

Instrumentalização • Análise vertical

• Análise horizontal

• Indicadores

Análise Vertical
Análises dinâmicas

• Ciclometria A análise vertical mostra a real


importância de cada conta com
• Capital de Giro e Modelos de
relação ao total de um
Fleuriet
determinado grupo

3
Geralmente as bases são:
• Ativo: total do ativo
Exemplo: quanto representa a • Passivo + PL: total do passivo
+ PL
conta “estoques” no total dos
• Demonstração de
ativos de uma entidade resultados: receita líquida
Observação importante: isso
não é uma regra


á % = 100

Análise Horizontal
Exemplo
A análise horizontal mostra o
• Fornecedores: 5.000
acréscimo ou decréscimo de
• Passivo + PL: 100.000,00 uma conta ao longo do tempo
• AV (%): 5%

Exemplo: quanto variou a


Pode ser:
conta “contas a receber” de
• Anual: de um ano com relação
2013 para 2014
a outro
A análise horizontal exige, no
• Encadeada: deixando um ano
mínimo, dois períodos de
fixo
demonstrações contábeis

4

á % = 100 − 100
Análise por Meio de
Indicadores
Exemplo:
Índices de liquidez: situação
• Estoques (2013): 10.000
financeira da empresa perante
• Estoques (2014): 5.000
suas obrigações
• AH (%): -50%

Índices de Liquidez
Índices de estrutura de capital:
Liquidez geral
decisões de investimentos e
+
financiamentos =
+ !
Índices de rentabilidade: Liquidez corrente
situação econômica
=

Liquidez seca
Índices de Estrutura de
−! #$ − % & & Capital
"=

Endividamento
Liquidez imediata
&
% & í !(% = 100
=

5
Imobilização do patrimônio
líquido
Composição de
$ )
endividamento = 100

Imobilização de recursos não


!(% = 100 correntes
&
$ )
Ñ = 100
! +

Índices de Rentabilidade Retorno sobre o ativo

Giro do ativo $ í#$


= 100
í#$
=
Retorno sobre o PL
Margem líquida
$ í#$ $ í#$
+ = 100 = 100
í#$ ,é./0

Exercício

1. A Cia. Bem Aventurança


Aplicação apresenta a seguinte
configuração de suas
demonstrações contábeis:

6
Ativo circulante
Caixa e bancos 200,00
Índices Duplicatas a receber
Endividamento 125% Estoques

Liquidez geral 0,80 Ativo não circulante (imobilizado)


Total do ativo
Liquidez corrente 1,00
Passivo circulante
Liquidez seca 0,60
Passivo exigível a longo prazo
Liquidez imediata 0,10
Patrimônio líquido
Total do passivo + PL

Resolução
Com base nos dados, preencha
os espaços em branco da 2/3405í678 =>>
1) =
9:
∴ 0,10 =
9:

planilha anterior
Logo, PC = 2.000,00

?: ?:
2) = ∴ 1,00 =
9: =>>> 4) = + +! #$
Logo, AC = 2000,00 2000 = 200 + + 800

?:@ABC =>>>@ABC
Logo, contas a receber =
3) " = ∴ 0,60 =
9: =>>> 1.000,00
Logo, estoques = 800,00

7
?:G?HI9 :J4/KJ8 .7 K7LM7/L03
5) = 6) !(% = 100
9:G9AI9 9I
2000 + 500
2000 + 0 125 = 100
0,80 =
2000 + !
Logo, PL = 2.000,00
Logo, PELP = 500,00

8) = + (

7) + = + ! + 4500 = 2000 + (

+ = 2000 + 500 + 2000 Logo, ANC = 2.500,00

Logo, P + PL = 4.500,00 • O quadro fica da seguinte


maneira:

Ativo circulante 2.000,00


Caixa e bancos 200,00
Duplicatas a receber 1.000,00
Estoques 800,00
Ativo não circulante (imobilizado) 2.500,00
Total do ativo 4.500,00 Síntese
Passivo circulante 2.000,00
Passivo exigível a longo prazo 500,00
Patrimônio líquido 2.000,00
Total do passivo + PL 4.500,00

8
Resumindo...
• Análise de índices
Análises estáticas Liquidez

• Análise vertical Estrutura de Capital

• Análise horizontal Rentabilidade

Referências de Apoio

SAPORITO, A. Análise e
Estrutura das
Demonstrações Contábeis.
Curitiba: Intersaberes, 2015.

9
Estrutura e Análise das
Demonstrações Contábeis Organização da Aula

Tópicos que serão


Aula 5 abordados na aula

• Análise por meio de índices


ou de quocientes
Prof. Francisco Granatto

• Indicadores de Contextualização
rotatividade/atividade
Conforme Silva (2007), a
• Mensuração dos ciclos apuração de indicadores ou de
operacionais a partir das quocientes fornece uma ampla
demonstrações contábeis visão da situação econômica,
financeira e patrimonial da
• Avaliação dos ciclos empresa, e a sua análise deve
operacionais ser realizada através da (...)

(...) Os indicadores, para serem


(...) construção de série
mais bem avaliados, devem ser
histórica com os números
confrontados com os que já
encontrados, os quais são
foram identificados no segmento
apurados através da relação
econômico em que a empresa
entre contas ou grupos de
está inserida, bem como os
contas que integram as
indicadores de seus principais
demonstrações contábeis. (...)
concorrentes

1
Instrumentalização Esse indicador mostra em
quantos dias, ou meses, em
Indicadores de média, as mercadorias ou os
rotatividade/atividade produtos acabados ficaram
estocadas(os) na empresa
• Prazo médio de rotação dos
antes de serem vendidas(os)
estoques (PMRE)

PMRE = Estoque médio x DP • Prazo médio de recebimento


CMV das vendas (PMRV)
• Alto índice de rotação • Esse indicador mostra
• Baixo índice de rotação quantos dias, ou meses, em
média, a empresa leva para
• Prazo médio de recebimento
receber suas vendas
das vendas (PMRV)
• Prazo médio de pagamento PMRV = DP a receber x DP
das compras (PMPC) Receita bruta

Observação:
(...) o prazo de rotação dos
Quanto maior o prazo de estoques e de pagamento das
recebimento, pior será para a compras, sendo que a qualidade
empresa, porém, uma análise das DPs a receber também
completa deve ser feita, interfere no indicador
observando, também, (...)

2
• Prazo médio de pagamento
Indicadores de atividade ou
das compras (PMPC)
de rotatividade (prazos
• Esse indicador mostra médios)
quantos dias, ou meses, em
média, a empresa leva para • Conforme Braga (2003), Franco
quitar suas dívidas junto aos (1992) e Matarazzo (2003)
seus fornecedores apud Silva (2007), a análise
dos indicadores de atividade ou
PMPC = Fornecedores x DP de ciclos financeiros e (...)
Compras

PRODUTOS EM
PROCESSOS (inclui
os custos de
produção)

ESTOCAGEM
PRODUTOS EM
Matéria-prima PROCESSOS (inclui
Produtos os custos de
(...) operacionais também é intermediários
Produtos acabados
produção)

conhecida como “análise da Mercadorias para


revenda

rotação de valores circulantes” PRODUTOS EM


PROCESSOS (inclui
os custos de
VENDAS produção)
Vendas à vista
Vendas a prazo
RECEBIMENTO
Caixa
Bancos

Fonte: Adaptado de Silva (2007, p. 100), diagrama do fluxo econômico-


-financeiro de uma empresa industrial.

Mensuração dos ciclos


operacionais e financeiros a (...) empresa através da
partir das demonstrações determinação dos prazos
contábeis médios, em número de dias
• De acordo com Silva (2007), (rotação) em que a mesma
os dois demonstrativos que leva para vender seus
orientam as análises são o BP estoques, receber de seus
e a DRE, os quais possibilitam clientes e efetuar o pagamento
mensurar o ciclo econômico e dos fornecedores
financeiro de uma (...)

3
Importante

• Segundo Silva (2007), na • O referido autor ainda afirma


apuração desse indicador que na determinação dos
devemos observar que, caso prazos médios utilizamos um
a empresa tenha algum tipo fator que denominamos DP
de sazonalidade em suas (dias do período)
atividades, o resultado obtido
poderá apresentar distorções

Avaliação dos ciclos


• Ao utilizarmos um fator de • De acordo com Silva (2007), ao
multiplicação 360, obtemos o confrontar o espaço de tempo
resultado em termos de dias, para realizar monetariamente
enquanto que, ao utilizarmos as vendas com o prazo que se
o fator de multiplicação 12, tem para pagamento das
obtemos o giro em termos compras de matérias-primas ou
de quantidade de meses mercadorias a fornecedores,
consegue-se detectar (...)

(...) se a empresa está operando


com superavit ou deficit financeiro Para Iudicibus (2007), a
em seu ciclo operacional. avaliação dos ciclos consiste
A análise do ciclo operacional deve em expressar relacionamentos
ser realizada em conjunto com a dinâmicos que acabam, direta
análise horizontal e a análise ou indiretamente, influindo
vertical dos ativos e passivos bastante na posição de
circulantes, ainda em relação à liquidez e rentabilidade
necessidade de capital de giro

4
Prática (...) solicita um financiamento
O doutor Coelho Arruda assume de $ 50 milhões a longo prazo
a diretoria da Cia. Playboy no (normalmente, a financeira do
início do ano X4. Bastante banco Exigente concede cinco
conhecido como eficiente anos de prazo para os
administrador, o doutor Coelho financiamentos). As
dirigi-se a seu velho amigo, demonstrações financeiras da
senhor Vesperal, presidente do Cia. Playboy são as seguintes:
banco Exigente S. A., e (...)
Fonte: Adaptado de Gonçalves (2016).

Ativo 31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3

Ativo circulante 17.000,00 20.550,00 25.600,00

• Total de compras: 10.000, Caixa 1.000,00 1.400,00 2.000,00

15.000 e 21.000 em X2, X3 DP a receber/Clientes 12.000,00 15.200,00


10.000,00
e X4, respectivamente (em
Estoque 7.150,00 8.400,00
$ 1 mil) 6.000,00

Ativo não circulante 17.000,00 22.500,00 29.020,00

Total 34.000,00 43.050,00 54.620,00

Passivo 31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3


Passivo circulante 18.000,00 24.700,00 34.000,00
Fornecedores 1.000,00 1.600,00 2.000,00
DRE 31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
Tributos e contribuições 2.000,00 3.100,00 2.000,00
15.000,00 20.000,00 30.000,00 Receita de vendas 50.000,00 80.000,00 140.000,00
Empréstimos

5.000,00 7.250,00 10.870,00 (–) Deduções –5.000,00 –8.000,00 –14.000,00


Passivo não circulante
Financiamentos 50.000,00 7.250,00 10.870,00 (=) Receita líquida 45.000,00 72.000,00 126.000,00

Patrimônio líquido 11.000,00 11.100,00 9.750,00 (–) CMV ou CPV –23.000,00 –36.800,00 –64.400,00
Capital social 10.000,00 10.000,00 10.000,00
(=) Lucro bruto 22.000,00 35.200,00 61.600,00
Reservas de capital 2.000,00 2.500,00 2.550,00
Prejuízo –1.000,00 –1.400,00 –2.800,00
Total 34.000,00 43.050,00 54.620,00

5
Diante dos dados
apresentados, vamos
estudar a ciclometria

Análise dos ciclos


Síntese

Indicadores de
rotatividade/atividades
• PMRE
• PMRV
Vamos evidenciar os ciclos em 31.12.X1. Podemos analisar
Vamos evidenciar os ciclos em 31.12.X1. Podemos analisar que a empresa
que a empresa tem uma necessidade de caixa de 130 dias,
tem uma necessidade de caixa de 130 dias, ou seja, estoca e vende em
• PMPC
ou
166seja,
dias, eestoca e vendefinanciam
os fornecedores em 166apenas
dias, por
e os36fornecedores
dias, causando um
financiam
problema de apenas por 36 para
falta de dinheiro dias, causando
honrar um problema de
os compromissos. • Ciclos
falta de dinheiro para honrar os compromissos.

6
IUDICIBUS, Sergio de.
Referências de Apoio Análise de Balanços. São
Paulo: Atlas, 2007.
SAPORITO, Antonio. Análise SILVA, Alexandre Alcantara
e Estrutura das da. Estrutura, Análise e
Demonstrações Contábeis. Interpretação das
Curitiba: Intersaberes, 2015. Demonstração Contábeis.
São Paulo: Atlas, 2007.

7
Estrutura e Análise das Organização da Aula
Demonstrações Contábeis
Tópicos que serão abordados

Alavancagem financeira
Aula 6 Estratégias para aumentar o GAF

Calculando o GAF
Prof. Francisco Granatto
GAO

Contextualização (...) A aplicação do método no


Brasil encontra dificuldades
Um dos instrumentos financeiros adicionais que envolvem,
mais importantes na avaliação principalmente, a própria
do desempenho operacional e do definição do nosso ambiente
planejamento é a “Alavancagem econômico e o cálculo do lucro
operacional
Financeira”. (...)
ASSAF NETO, 2003.

Instrumentalização
Alavancagem Financeira
Devido à relevância do
É a medida que avalia a
assunto, iremos trabalhar o capacidade da empresa em
utilizar encargos financeiros
tema nesta aula fixos para maximizar os
efeitos da variação do lucro
SILVA, 2007.

1
O seu estudo permite (...) As empresas que são
determinar o grau de impacto altamente alavancadas correm o
nos resultados decorrente da risco de falência caso não sejam
utilização de capitais de capazes de honrar os seus
terceiros. (...) financiamentos, (...)

Estratégias Para Aumentar


(...) ou demonstrem o GAF
Objetivo Estratégia

incapacidade de encontrar Melhorar a liquidez Aumentar a proporção de


capitais próprios em relação
aos capitais de terceiros.
novos financiadores quando não Reduzir os custos financeiros Combinar as várias fontes de
na captação de capital de recursos provenientes de
conseguirem renegociar o perfil giro terceiros, onerosos ou não
onerosos.

das dívidas de longo prazo Aumentar a taxa de


lucratividade operacional
Aumentar o volume de
receitas: adotar medidas que
antes de serem considerados resultem na redução de
os custos financeiros custos e despesas.
SILVA, 2007.
Adaptado de Silva, 2007.

Calculando o GAF Sem GAF= ROE


Considerar o Efeito dos ROA ou ROI
Custos Com a Dívida no IR
ROE
Este é o cálculo mais simples, Lucro Líquido depois IR
pois faremos apenas a Patrimônio Líquido
comparação entre a GAF=
Rentabilidade sobre o Patrimônio
Líquido (ROE) e a Rentabilidade Lucro Líquido depois IR
do Ativo (ROA ou ROI) Ativo Total ROA OU ROI

2
Grau de Alavancagem
Operacional (GAO) (...) imposto de renda, com a
possibilidade de um acréscimo
A Alavancagem Operacional
pode ser compreendida como o percentual no lucro operacional
uso de ativos operacionais, maior que o percentual obtido
como custos e despesas fixas, de aumento de vendas
com o objetivo de aumentar os SILVA, 2007.
lucros antes de juros e (...)

Importante: (...) observando ainda a


A análise da Alavancagem natureza cíclica de um negócio
Operacional de uma empresa e a variabilidade de seus
permite que se conheça sua resultados operacionais.
viabilidade econômica, Na formação dos resultados,
identificando-se claramente deve ser observado os dois
as causas que determinam tipos de custos (despesas)
eventuais variações, (...) fixas e variáveis

Alavancagem Total
(...) o referido autor afirma que
algumas empresas têm seus
À luz dos ensinamentos de
custos fixos operacionais
Padoveze (2003), quando decorrentes da estrutura de seus
estudamos o tema tratado em ativos para desenvolvimento de
nossa aula, (...) suas atividades operacionais, (...)

3
(...) cujos custos fixos permitem Segundo o referido autor, a
a alavancagem operacional e
Alavancagem financeira do
representam o risco operacional
do negócio. capital próprio é decorrente
Segundo Silva (2007), Padoveze da existência de capital na
(2003) contribui ainda com sua
estrutura de financiamento
linha de exposição sobre o
assunto. (...) da empresa. (...)

(...) Desta forma, não haverá Ativo Passivo


Alavancagem Alavancagem
alavancagem financeira se a Operacional – GAO Financeira – GAF
Risco Operacional Risco Financeiro

empresa não utilizar capitais


Alavancagem Risco da Empresa
de terceiros, ou, como se diz, combinada ou
total

a empresa não alavanca, pois GAO X GAF

esta é associada ao passivo Adaptado de Silva (2007). Representação sobre a


alavancagem x risco

Balanço Patrimonial
Prática Ativo
Ativo circulante 3.000.000,00
Usaremos um exemplo que caiu Ativo não 3.000.000,00
no concurso da Petrobras, que circulante
Total 6.000.000,00
ilustra muito bem o assunto
trabalhado na aula Passivo
Passivo circulante 1.500.000,00
• A Cia. Planaltina S/A apresentou Patrimônio 4.500.000,00
as seguintes demonstrações líquido
contábeis em 31/12/2009: Total 6.000.000,00

4
DRE Sabendo-se que a empresa
Receita Líquida 15.000.000,00
utiliza a alavancagem
CPV -9.000.000,00
Lucro Bruto 6.000.000,00 financeira como ferramenta
Desp. Vendas 1.500.000,00
de avaliação do desempenho
Desp. 2.500.000,00
Administrativas operacional e
Desp. Financeiras 300.000,00
Lucro Operacional 1.700.000,00
desconsiderando-se qualquer
Prov. P IR/35% 595.000,00 efeito inflacionário na
Lucro Líquido 1.105.000,00
avaliação, (...)

(...) o Grau de Alavancagem


Financeira (GAF) da empresa no Para resolver essa questão, é
exercício foi de:
necessário se fazer o ajuste no
a)1,55
b)1,49 LOP, retirando o efeito das
c)1,38 despesas financeiras. Logo,
d)1,13 tem-se:
e)1,10

Como incide o Imposto de


• LOP = 1.700.000 + 300.000 Renda sobre o LOP, o resultado
(repondo o valor que não será o Lucro operacional líquido
deveria ter sido descontado (LOL)
de despesa financeira, • LOL = LOP x (1-IR)
encontra-se o genuíno LOP)
• LOL = 2.000.000 x 0,65
• LOP = 2.000.000
• LOL = 1.3000.000

5
Entretanto, a empresa tem
despesas financeiras e estas • Despesas Financeiras =
devem ser consideradas. Mas (300.000)
deve-se lembrar de que as • Economia gerada no IR =
despesas financeiras geram, 105.000
usualmente, uma economia
• Despesas Financeiras
de imposto de renda. Assim, Líquidas (DFL) = 195.000
tem-se que:

Com esta ação, o lucro líquido Lucro operacional ajustado, o


não deve mudar de valor. próximo passo é calcular o
Deste modo: ROI:
• LOL = 1.3000.000 • ROI = LOL/Investimento
• DFL = (195.000) • Investimento = Patrimônio
• Lucro Líquido = 1.105.000 líquido + Passivo oneroso
(igual ao LL antes de fazer a (empréstimos,
alteração, como deve ser) financiamentos e debêntures)

• Investimento = 4.500.000 + ROI calculado, o próximo passo


1.500.000
é calcular o RSPL:
• Investimento = 6.000.000
• ROI = 1.300.000/6.000.000 • RSPL = LL/Patrimônio Líquido

• ROI = 21,67% • RSPL = 1.105.000/4.500.000

6
Síntese
• RSPL = 24,56%

• GAF = RSPL/ROI Alavancagem Financeira


(Financial Leverage) em inglês...
• GAF = 24,56% / 21,67%

• GAF = 1,13 (letra D)

Referências Complementar

ASSAF NETO, A. Finanças


Corporativas e valor. São
Paulo: Editora Altas, 2014.

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