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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE DIREITO
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
em convênio com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CÍVEL


DO FORO REGIONAL DE PINHEIROS DA COMARCA DA CAPITAL DO
ESTADO DE SÃO PAULO

Distribuição por dependência


Autos nº 0103199-98.2006.8.26.0011
Execução de Título Extrajudicial

ERICA TATIANE DE SOUZA LOPES 1, brasileira,


solteira, cabeleireira, portadora da Cédula de Identidade RG nº 33.768.520-4 SSP/SP,
inscrita no CPF/MF sob o nº 300.007.658-13, residente e domiciliada na Rua Fioravante
Lopes Garcia, nº 114, Jardim Belém, CEP: 03811-000, São Paulo/SP, vem, à presença de V.
Exa., por meio de sua advogada infra-assinada, nos termos dos arts. 1046 e seguintes, do
CPC, oferecer

EMBARGOS DE TERCEIRO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO

em face de BANCO BRADESCO S/A, instituição financeira, inscrita no CNPJ/MF sob o


nº 60.746.948/0001-12, com sede na “Cidade de Deus”, S/N, Vila Iara, CEP: 06029-900,
Osasco/SP, pelas razões de fato e direito a seguir aduzidas.

1
PA. 19619/15, Banca 01

Rua João Ramalho, 295 – Perdizes – São Paulo-SP – CEP 05008-001


E-mail: esc.modelo@pucsp.br; Fone: (11)3873-3200 Fax: (11) 3863-9778
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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
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I. DA JUSTIÇA GRATUITA E DO PRAZO EM DOBRO

O Escritório Modelo – Dom Paulo Evaristo Arns é órgão de


assistência judiciária da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que atua em
convênio com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo e presta serviços a pessoas
carentes, que não têm condições de arcar com os custos de um advogado e que
normalmente possuem ganhos mensais não superiores a 3 (três) salários mínimos.

A Embargante claramente é pobre na acepção jurídica do


termo, vez que não possui recursos financeiros suficientes para pagar as custas do processo
sem prejuízo para o seu próprio sustento, conforme atesta a declaração anexa, bem como
ficou provado na triagem realizada neste Escritório, que, ao analisar sua renda, não hesitou
em atendê-lo.

Sendo assim, a Embargante deve obter os benefícios da


justiça gratuita, abrangidos todos os atos do processo até à decisão final do litígio, em
todas as instâncias, conforme dispõe a Lei de Assistência Judiciária (Lei nº 1.060/1950),
em seus artigos 2º e 9º, transcritos abaixo:

Art. 2º. Gozarão dos benefícios desta lei os nacionais ou estrangeiros


residentes no país, que necessitem recorrer à Justiça penal, civil, militar ou
do trabalho.
Parágrafo único. Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele
cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os
honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.

Art. 9º. Os benefícios da assistência judiciária compreendem todos os atos


do processo até decisão final do litígio, em todas as instâncias.

Nesse sentido, a Jurisprudência:

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AGRAVO REGIMENTAL. SERVIDOR PÚBLICO. BENEFÍCIO DA


ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. AGRAVO REGIMENTAL
DESPROVIDO. 1. ESTA SUPERIOR CORTE DE JUSTIÇA POSSUI

ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL DE QUE A SIMPLES DECLARAÇÃO DE

MISERABILIDADE FEITA PELA PARTE É SUFICIENTE PARA DEFERIMENTO DO

BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. PRECEDENTES. 2. AGRAVO REGIMENTAL


DESPROVIDO.” (GRIFAMOS) (AGRG NO AG 1005888/PR, REL. MINISTRO OG
FERNANDES, SEXTA TURMA, JULGADO EM 20/11/2008, DJE
09/12/2008).

Conforme já mencionado, o Escritório Modelo da Pontifícia


Universidade Católica de São Paulo, por atuar em convênio com a Defensoria Pública do
Estado de São Paulo, exerce verdadeiro munus público, equivalendo-se à função exercida
pela própria Defensoria Pública, razão pela qual também devem ser-lhe concedidos os
benefícios processuais previstos pela Lei nº 1.060/1950, artigo 5º, § 5º, a saber: contagem
em dobro dos prazos e recebimento de intimação pessoal dos atos processuais.

Art. 5º. (...) § 5º. Nos Estados onde a Assistência Judiciária seja organizada
e por eles mantida, o Defensor Público, ou quem exerça cargo equivalente,
será intimado pessoalmente de todos os atos do processo, em ambas as
instâncias, contando-lhes em dobro todos os prazos. (Grifamos).

Dessa forma, resta claro que a instituição defensora da


Embargante faz jus ao prazo em dobro, entendimento amparado também pela
Jurisprudência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. UNIVERSIDADE QUE PRESTA ASSISTÊNCIA JURÍDICA


AOS NECESSITADOS, EM RAZÃO DE CONVÊNIO FIRMADO COM A DEFENSORIA
PÚBLICA. PRAZO EM DOBRO ASSEGURADO. INTELIGÊNCIA DO ART. 5º, § 5º, DA
LEI Nº 1.060/50. PRECEDENTES DA JURISPRUDÊNCIA. RECURSO PROVIDO.”
(GRIFAMOS) (TJ-SP, AI Nº. 0067453-61.2013.8.26.0000, 4ª CÂMARA DE
DIREITO PRIVADO, DES. REL. MILTON CARVALHO, JULGADO EM 18/07/2013).

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AGRAVO DE INSTRUMENTO. (...) O PATROCÍNIO DA CAUSA POR


INTERMÉDIO DA ATUAÇÃO DE ADVOGADO INTEGRANTE DO CONVÊNIO FIRMADO
ENTRE A MANTENEDORA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA - PUC E A
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO EXPRESSA VERDADEIRA HIPÓTESE DE
"MUNUS" EQUIVALENTE AO DE DEFENSOR PÚBLICO, APLICÁVEL, ASSIM, O
ARTIGO 5º, § 5º, DA LEI N° 1.060/50. PRAZO EM DOBRO. ADMISSIBILIDADE.
PRECEDENTES DA JURISPRUDÊNCIA. RECURSO PROVIDO.” (GRIFAMOS) (TJ-
SP, AI Nº. 0247909-40.2012.8.26.0000, 9ª CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO,
DES. REL. JOSÉ MARIA CÂMARA JUNIOR, JULGADO EM 17/04/2013).

PROCESSO CIVIL - INTERLOCUTÓRIA QUE NÃO RECEBEU RECURSO


DE APELAÇÃO DIANTE DA INTEMPESTIVIDADE - APELANTE
REPRESENTADO POR ESCRITÓRIO MODELO DE UNIVERSIDADE
- CONTAGEM DO PRAZO EM DOBRO - ART. 5º, § 5º, DA LEI N.
1.060/50 - RECURSO PROVIDO. É PACÍFICA A JURISPRUDÊNCIA DESTE
SODALÍCIO NO SENTIDO DE QUE O ESCRITÓRIO MODELO DE ADVOCACIA,
VINCULADO A UNIVERSIDADE, A PAR DE DESEMPENHAR SOBRELEVANTE MUNUS
SOCIAL, DESEMPENHA FUNÇÃO EQUIPARADA À DEFENSORIA PÚBLICA OU
DATIVA, GOZANDO, ASSIM, DA PRERROGATIVA DA CONTAGEM EM DOBRO DE
TODOS OS PRAZOS PROCESSUAIS, CONSOANTE O DISPOSTO COM LITERALIDADE

NO § 5º DO ART. 5º DA LEI N. 1.060/50.” (GRIFAMOS) (TJSC - AGRAVO DE


INSTRUMENTO: AI 341127 SC 2010.034112-7, REL. SÉRGIO ROBERTO BAASCH
LUZ).

Neste ponto, ressalta-se que os assistidos deste Núcleo de


Prática Jurídica têm de se submeter à verdadeira “peregrinação” para obter o acesso ao
Poder Judiciário, vez que devem, previamente, passar pelo setor de triagem da Defensoria
Pública para, munidos do necessário encaminhamento, serem aqui atendidos.

Nada obstante, a condição socioeconômica da Embargante


(que influi diretamente em sua capacidade e condições de locomoção) a impede de
responder celeremente às convocações feitas por este Escritório, realizadas mediante o
envio de telegrama.

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Assim, o indeferimento do prazo em dobro seria


extremamente prejudicial a Embargante, influindo diretamente em seu Direito de Ação,
maculando os Princípios Constitucionais do Contraditório, da Ampla Defesa e da
Inafastabilidade da Jurisdição.

II. SÍNTESE DOS AUTOS PRINCIPAIS

O Embargado ajuizou contra GAT Brasil Indústria Comércio


de Exportação e Importação de Produtos de Informática LTDA, Sandra Moreira do
Nascimento e Paulo Sérgio Fonseca, ação de Execução de Título Extrajudicial, alegando,
em síntese, ser credor da pessoa jurídica GAT Brasil em razão dos empréstimos bancários a
esta concedidos (fls. 6, 7, 9 e 10), onde Paulo Sérgio e Sandra Moreira constaram como
avalistas das notas promissórias emitidas.

Infrutíferas as tentativas de penhora via BACENJUD, o


Embargado realizou pesquisa pelo sistema da ARISP a fim de localizar imóveis em nome
dos Executados, encontrando assim o imóvel localizado na Rua Cavintu, 34-B. Requereu
então, às fls. 91/92, a lavratura do termo de arresto do imóvel, que foi concedida por V.
Exa. Às fls. 96.

Esgotados os meios de localização dos Executados para


citação, foi determinada a expedição de edital para citação e intimação do arresto do
imóvel. Após, foi nomeado o Escritório Modelo da PUC-SP como curador especial do
Executado Paulo Sérgio.

Dado o prosseguimento da execução, foi averbada no registro


do imóvel a penhora (fls. 399/401). Após, foi realizada perícia no imóvel (fls. 430/453).

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III. DAS PRELIMINARES

1. DA INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA

Em sede de preliminar, imprescindível informar que, os


títulos executivos extrajudiciais que instruíram a inicial, quais sejam, as notas promissórias
e contratos de financiamento, são nulos, uma vez que o Executado Paulo Sérgio jamais
assinou referidos títulos como avalista e garantidor, sendo o banco Embargado vítima de
verdadeira fraude. O Executado Paulo Sérgio faleceu em 1987, sendo que os títulos
supostamente assinados por ele foram emitidos em 2004 e 2005, ou seja, 17 anos após
o óbito do Executado.

Ora, se o Executado já havia falecido na data de emissão dos


mencionados títulos, deve ser reconhecida a nulidade dos mesmos, uma vez que lhes falta a
declaração de vontade, que é por excelência um elemento essencial de todo e qualquer
negócio jurídico.

No momento em que firmou relação jurídica com a empresa


GAT Brasil, o banco Embargado não agiu com a perícia e cautela necessárias, deixando de
averiguar os dados do avalista/garantidor Paulo Sérgio. Caso tivessem verificado as
informações pessoais do mesmo, saberiam que seu óbito ocorreu há muito tempo, sendo
seus dados utilizados por terceiros estelionatários. É presumível que uma instituição
financeira de grande parte, como é a Embargada, possui meios para averiguar qualquer
informação de seus clientes que seja essencial para celebrar um negócio jurídico
validamente.

Reconhecida a ausência de manifestação de vontade do


Executado Paulo Sérgio, deve ser acolhida a arguição de que os títulos executivos em
questão não são aptos a produzir seus efeitos jurídicos. Quando inexiste a manifestação de

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vontade, existe um negócio jurídico apenas aparente, mas não na esfera jurídica. O ilustre
doutrinador Carlos Roberto Gonçalves em seu Curso de direito civil brasileiro, v. 1, 4. ed.,
São Paulo, Saraiva, 2007, p. 430, entende que “O negócio é inexistente quando lhe falta
algum elemento estrutural, como o consentimento, por exemplo. Se não houve qualquer
manifestação de vontade, o negócio não chegou a se formar; inexiste, portanto. Se a
vontade foi manifestada, mas encontra-se eivada de erro, dolo ou coação, por exemplo, o
negócio existe, mas é anulável. Se a vontade emana de um absolutamente incapaz, maior é
o defeito e o negócio existe, mas é nulo”.

Em caso análogo, assim se posicionou a jurisprudência:

AÇÃO DECLARATÓRIA. IMPROCEDÊNCIA. AVAL. ASSINATURA FALSA.


AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO DE VONTADE. INEXISTÊNCIA DE
OBRIGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE PENHORA E ALIENAÇÃO DE
BEM IMÓVEL DO AVALISTA. RECURSO PROVIDO. Inexistindo o aval,
não pode a obrigação de pagar a quantia inscrita nas notas promissórias
ser estendida à apelante, não podendo ela, também, ser executada por isso.
Assim, impossível que seu imóvel seja penhorado e, posteriormente,
alienado judicialmente para a satisfação da dívida. Anote-se que é
irrelevante o fato de a falsidade somente ter sido aferida agora, após a
adjudicação do imóvel penhorado, uma vez que a ausência de declaração de
vontade acarreta a inexistência do aval, não incidindo a preclusão, coisa
julgada ou ato jurídico perfeito no caso. (grifamos) (TJ-SP, AP n.º 9178881-
02.2007.8.26.0000, 13ª Câmara de Direito Privado, relator Cauduro Padin,
julgado em: 06/04/2011)

Pelas razões supranarradas, deve assim ser desconstituída a


penhora realizada no imóvel, por ser indevida.

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IV. DOS FATOS

O imóvel objeto da penhora foi adquirido por José Valdemar


de Albuquerque Barbosa junto com sua esposa Senhorinha Mendes dos Santos
Albuquerque Barbosa e por Paulo Sérgio Fonseca, em 13/12/1985. Foi estabelecido então
que o imóvel seria dividido ao meio, pertencendo ½ ideal ao José Albuquerque e a
Senhorinha Mendes, cabendo o outro ½ ideal ao Paulo Sérgio.

No dia 01/10/1987, o proprietário Paulo Sérgio, ora


Executado nos autos principais, faleceu, deixando como bem apenas sua parcela do
imóvel, que foi cedido por sua genitora aos cessionários Jaime da Silva Santos, Generosa
Filomena da Mota Santos, Célio Fernandes da Silva e Elizabete Ferreira de Queiroz,
conforme Instrumento Particular de Cessão e Transferência de Direitos Hereditários anexo.

No decorrer do tempo, ocorreram diversas alienações do lote


que outrora pertenceu ao Paulo Sérgio. Todavia, nenhuma dessas alterações foi averbada na
matrícula do imóvel, assim como não foi averbado o desmembramento do terreno em dois
lotes, fato este devidamente averiguado pelo nobre perito às fls. 431 dos autos principais.

Quando o ½ ideal do imóvel em questão passou a pertencer a


Juliana Fernandes Silva, filha do cessionário Célio Fernandes, esta passou a alugar o
imóvel para José Antonio de Pontes, conforme Contrato de Locação anexo, que fora
celebrado em 05/03/2003.

A Embargante adquiriu o imóvel objeto da penhora em


29 de dezembro de 2004, da sra. Juliana Fernandes Silva, conforme demonstra o
Instrumento Particular de Contrato de Compra e Venda de Imóvel anexo. Possui assim a
posse do imóvel desde 2004, sendo que atualmente aluga o imóvel para o sr. José Antonio
de Pontes, que firmara outrora contrato de locação com a antiga proprietária, Juliana
Fernandes.

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Resta claro então que, a penhora realizada é absolutamente


indevida, já que a posse do imóvel pertence a Embargante há quase 12 anos, que adquiriu o
imóvel de boa-fé da antiga proprietária, que por sua vez não possui nenhum vínculo com o
Executado Paulo Sérgio. Soma-se a isso o fato de que o Embargado tenta alcançar bens de
uma pessoa que faleceu há 28 anos e que o imóvel da Rua Cavintu, 34-B que está sendo
penhorado nessa Execução deixou de integrar seu espólio antes mesmo da suposta dívida
feita com a instituição financeira.

V. DO DIREITO

O direito da Embargante em interpor Embargos de Terceiro


na presente demanda, foi, inclusive, sumulado pelo colendo Superior Tribunal Federal:

Súmula 84: É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em


alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel,
ainda que desprovido do registro.

Com a edição dessa súmula, o colendo Supremo Tribunal


Federal visa fortalecer a proteção daquele que adquiriu de boa-fé de um imóvel.

No mesmo sentido, já decidiu o Egrégio TJ-SP:

Embargos de terceiro. Procedência fundamentada na anterioridade da


aquisição do bem pela embargante. Decisão mantida. Não se configura
fraude de execução se a aquisição antecede a propositura da execução.
Possibilidade do titular de direitos de compromisso de compra e venda não
registrado ajuizar embargos de terceiro, na defesa de seus interesses.
Inteligência da Súmula 84 do Superior Tribunal de Justiça. Validade da
aquisição do imóvel penhorado reconhecida. Inteligência da Súmula 375 do
STJ. Recurso desprovido. (grifamos) (TJ-SP - APL: 02011033520128260100
SP 0201103-35.2012.8.26.0100, Relator: Campos Mello, Data de

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Julgamento: 05/03/2015, 22ª Câmara de Direito Privado, Data de


Publicação: 12/03/2015)

Frisa-se ainda que, a Embargante adquiriu o imóvel antes do


início da Execução e de boa-fé, não configurando assim fraude a execução. A respeito do
instituto da fraude a execução, preceitua o art. 615-A, § 3º do CPC: “Presume-se em
fraude à execução a alienação ou oneração de bens efetuada após a averbação (art.
593)”. A Embargante adquiriu o imóvel em 29/12/2004, enquanto a Execução foi ajuizada
em 23/02/2006.

Em decisão recente, tal foi o entendimento jurisprudencial


acerca da matéria:

EMBARGOS DE TERCEIRO IMÓVEL ADQUIRIDO ANTES DA


LIMINAR QUE DETERMINOU O BLOQUEIO DO BEM
INOCORRÊNCIA DE FRAUDE À EXECUÇÃO FALTA DE
REGISTRO DO INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPRA E
VENDA JUNTO AO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS
IRRELEVÂNCIA AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE MÁ-FÉ
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA REFORMADA. RECURSO
PROVIDO. (grifo nosso) (TJ-SP, AP n.º 0000690-66.2014.8.26.0607, 7ª
Câmara de Direito Público, relator Moacir Peres, julgado em: 15/02/2016)

Por todo exposto, pugna pela PROCEDÊNCIA dos


presentes embargos e desconstituir a penhora do ½ ideal do imóvel que pertence a
Embargante.

IV- DOS PEDIDOS

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Ante o exposto, requer:

a) O deferimento dos benefícios da Justiça Gratuita;

b) A concessão de prazo em dobro aos patronos da


Embargante que é assistida do Escritório Modelo da PUC-SP, que possui convênio com a
Defensoria Pública do Estado de São Paulo;

c) A citação do Embargado, na pessoa de seu advogado,


para que, em querendo, conteste os embargos no prazo legal, sob pena de revelia;

d) A oitiva das testemunhas arroladas;

e) A expedição de ofício ao Cartório de Registro Civil,


a fim de obter a certidão de óbito do Executado Paulo Sérgio Fonseca;

f) Que por fim, sejam os presentes embargos julgados


TOTALMENTE PROCEDENTES com a determinação da desconstituição da penhora
do ½ ideal do imóvel;

g) Que as publicações sejam expedidas em nome de


FERNANDA SACILOTTO , inscrita na OAB/SP sob o nº 323.345 e RAFAEL CONDE
MACEDO, inscrito na OAB/SP sob o n.º 249.809.

No mais, requer provar o alegado por todos os meios de


prova em direito admitidos, precipuamente pela juntada de novos documentos e oitiva das
testemunhas arroladas anexas, sem prejuízo de outras provas que se fizerem necessárias ao
longo do processo.

Termos em que,

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Pede deferimento.
São Paulo, 19 de fevereiro de 2016.

FERNANDA SACILOTTO NATHALIA COSTA


Advogada Orientadora do Escritório Modelo da PUC-SP Estagiária de Direito
OAB/SP nº 323.345

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ROL DE TESTEMUNHAS

1. Nome: Senhorinha dos Santos Pereira


RG: 20.014.933-7
CPF: 089.559978-33
Profissão: Do lar
Endereço: Rua Cavintu, nº 25, Vila Neila, CEP: 08110-620, São
Paulo/SP

2. Nome: José Antonio de Pontes


RG: 9.240.302
CPF: 858.788.208-20
Profissão: Aposentado
Endereço: Rua Cavintu, nº 34-B, Vila Neila, CEP: 08110-620, São
Paulo/SP

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