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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE PSICOLOGIA

ATUAÇÃO EM PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO JUNTO A


GRUPOS DE DESEMPREGADOS DE UMA CIDADE DO INTERIOR

Yago Franciscatti Curado

PIRACICABA/SP

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2018
UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA

ATUAÇÃO EM PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO JUNTO A


GRUPOS DE DESEMPREGADOS DE UMA CIDADE DO INTERIOR

Yago Franciscatti Curado

Trabalho realizado como exigência da


disciplina Produção do Conhecimento
Científico em Psicologia II, com
orientação do Prof. Dr. Pedro Bordini
Faleiros, no curso de Psicologia, 10º
semestre diurno, da Universidade
Metodista de Piracicaba.

PIRACICABA/SP
2018
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Ao longo dos anos o contexto laboral vem se modificando. Dentre as
mudanças ocorridas no referido cenário está a trazida por Rodrigues (2012), que se
refere ao surgimento de novos modelos de carreira, permeados pela necessidade de
maior flexibilidade, competência e maior conhecimento, em detrimento do modelo
tradicional (HALL, 2002, apud, RODRIGUES, 2012). Dentre os novos modelos de
carreira trazidos pela autora está o de boundaryless (carreira sem fronteiras),
modelo no qual o sujeito traça sua trajetória profissional desenvolvendo suas
competências com o intuito de se tornar atrativo ao mercado de trabalho, resistindo
assim à insegurança trazida pelo mercado atual.
Tais mudanças ocorridas no cenário laboral são trazidas por Ribeiro e
Mandelbaum (2017) como originadas a partir da implantação do neoliberalismo,
sistema este que favorece a abertura às inovações, mas também à fragmentação
das relações de trabalho pela criação de vínculos trabalhistas ligados à demanda de
mercado internacional, como, por exemplo, contratos temporários, trabalho
terceirizado, dentre outros. Nesse contexto, os autores apontam que há uma
tendência geral de se restringir a nível individual a responsabilidade por estarem em
tal situação, apesar de ser multideterminada, produzida, pela automatização
industrial, e até mesmo desejada para a existência do capitalismo, uma vez que este
depende da existência de um contingente de desempregados que assegura baixos
salários e a fragilidade das reinvidicações daqueles que estão empregados (MARX,
1867/1980, apud, MANDELBAUM & RIBEIRO, 2017).
Em concordância com esse movimento, o conceito de empregabilidade,
segundo Rodrigues (2012), também evoluiu, passando de critério diferenciador entre
o empregado e o desempregado à habilidade do sujeito conseguir um emprego e
mantê-lo (OLIVEIRA, 2006, apud, RODRIGUES, 2012).
É fato que o trabalho enquanto tal é parte central na existência do sujeito,
visto que, segundo Ribeiro (2009), atua como mediador essencial da relação entre
sujeito e mundo favorecendo o contato do primeiro com o real, fazendo surgir o
sofrimento e alienação, mas também possibilitando o desenvolvimento e constituição
de uma existência ativa na relação com o segundo (DEJOURS, 1999a; 2003, apud,
RIBEIRO, 2009). Nesse sentido, é possível referir que o desempregado, ao perder o
meio de transformar sua existência, acaba se encontrando em uma situação de
sofrimento e insignificância perante o mundo.

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Segundo o autor, o desemprego representava, inicialmente, apenas uma
questão econômica, mas, com o avanço do processo de flexibilização do trabalho,
vivenciado atualmente, e, consequentemente, dos limites anteriormente definidos, o
desemprego passa a ter uma dimensão subjetiva, visto que impacta diretamente na
forma como o sujeito significa o seu entorno.
No Brasil, o Art. 4° da lei n° 13.134, de 16 de junho de 2015, garante ao
trabalhador desempregado o benefício do seguro-desemprego por um período
máximo, variável de três a cinco meses, contados a partir da data de sua última
dispensa, desde que satisfaça às condições previstas nos incisos I, III, IV e V do
caput do Art. 3°, conforme descrito no § 1° do Art. 4° da lei em questão. Já em
relação ao desenvolvimento profissional o Art. 1° da lei n° 12.513, de 26 de outubro
de 2011, institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) com o objetivo de aumentar a oferta de educação profissional e
tecnológica, destinado, segundo previsto no Art. 2°, a estudantes do ensino médio
da rede pública, incluindo educação de jovens e adultos, trabalhadores, beneficiários
dos programas federais de transferência de renda e estudantes que tenha cursado o
ensino médio completo em escola da rede pública ou em instituições privadas na
condição de bolsista integral.
Em sentido similar, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo institui a
Lei n° 10.321, que decreta a criação do Programa Emergencial de Auxílio-
Desemprego, visando a ocupação, qualificação profissional e renda para os
trabalhadores integrantes de população desempregada residente no Estado.
Contudo, embora tenha ocorrido uma queda contínua no índice de
desemprego no país, mesmo com a retração da economia, no período de 2002 a
2013, como relatada por Mattos (2016), no ano de 2014 tal índice tornou a subir,
contrariando o movimento que vinha realizando, conforme apontado por Pochmann
(2015).
Mattos (2016) explica o primeiro fenômeno como sendo função tanto dos
programas de incentivo estudantil, PROUNI e FIES, que proporcionaram à
população maior qualificação para o mercado de trabalho, quanto a criação de
vagas de emprego, devido a formalização de atividades antes informais pelas
mudanças no contexto do trabalho referidas no início do presente texto.

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Já em relação ao recente aumento da taxa de desemprego no Brasil
Pochmann (2015) traz que o ajuste econômico efetivado no final de 2014 impactou o
mercado de trabalho e essencialmente no desemprego. Segundo o autor, a
desaceleração econômica do país em conjunto com a desobrigação fiscal vividas,
que naquele momento contribuíram para que houvesse um esvaziamento do
recolhimento tributário, favorecendo assim o aumento da relação entre a dívida do
setor público consolidado e o PIB, passando de 53,3% para 58,9% do PIB entre
2013 e 2014. Alem disso, o autor traz que, considerando as últimas três décadas,
esse momento se refere ao terceiro reajuste da economia mais grave vivenciado
pelo país tendo aumentado a taxa acumulada de desemprego em 60,5%, ficando
atrás apenas da crise do Plano Real de 1999 com aumento de 63,2% e da recessão
de 1990 com aumento de 108%.
Em uma revisão sistemática de literatura realizada por Coelho-Lima et al.
(2013) o objetivo foi caracterizar a produção científica da Psicologia a respeito do
desemprego no Brasil com o intuito de indicar limites e desafios para esse campo do
saber. O levantamento e análise envolveu 58 documentos pesquisados em oito
bancos de dados, sendo eles Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Periódicos
Eletrônicos em Psicologia (PEPsic), Biblioteca Virtual em Saúde – Psicologia (BVS-
PSI), Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (BDTD/IBICT), Banco de Teses da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) arquivos
dos periódicos científicos Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, Revista
Psicologia: Organizações e Trabalho e Psicologia & Sociedade.
Os autores identificaram que a produção em Psicologia sobre o desemprego
é, em sua maioria, relacionada à saúde mental (25 documentos), abrangendo o
sofrimento psíquico, efeitos subjetivos do desemprego, ansiedade, bem-estar
psicológico, estresse, medo, qualidade de vida e uso de drogas. Em seguida vêm
publicações focadas no contexto social dos desempregados (13 documentos), que
envolvem o mercado de trabalho, a qualificação profissional, o suporte social e as
relações de gênero; formas de enfretamento da situação de desemprego (12
documentos); modos de atuação do psicólogo (nove documentos); valores sociais
associados ao desemprego (oito documentos), isto é, tanto o colocado pela

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sociedade sobre o desempregado, quando aquilo que o próprio sujeito em situação
de desemprego tem como imagem de si; e, por fim, aspectos pessoais dos
desempregados (oito documentos), compreendendo tanto a descrição de
características específicas, quanto a comparação entre a situação de desemprego e
alguns atributos do trabalhador desempregado. É necessário apontar que o número
de temas encontrados nos documentos é maior que o próprio número de
documentos pelo fato de que alguns tinham mais de um tema.
Ainda sobre os resultados encontrados, Coelho-Lima et al. (2013)
estabelecem uma relação direta entre as publicações sobre desemprego no campo
da Psicologia e o próprio fenômeno do desemprego, apontando que maior quanto
maior for o índice de tal fenômeno, maior é o número de publicações, visto que na
década de 1980 teve uma publicação, na de 1990 tiveram sete, na de 2000 43 e na
de 2010 tiveram sete. Contudo, conforme relata Mattos (2016), os índices do
desemprego caíram no período compreendido entre 2002 e 2013, o que nos permite
inferir que o aumento das produções sobre o fenômeno do desemprego na área da
Psicologia esteja ligado com as variações deste, sejam elas positivas ou negativas,
e não em relação ao aumento do mesmo.
O estudo de Sarriera et al. (2000), objetivou elaborar, aplicar e avaliar um
Programa de Inserção Ocupacional para Jovens Desempregados, partindo das
necessidades levantadas através de estudos sobre os percursos de transição entre
escola e trabalho, aspectos familiares, escolares, psicossociais, cognitivos e de
bem-estar psicológico. O programa elaborado pelos autores foi dividido em três
módulos, sendo trabalhadas questões referentes ao Projeto Ocupacional,
Habilidades Sociais e Conhecimentos/Atitudes relativos ao trabalho, e aplicado a 56
adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, de ambos os sexos, divididos em três
grupos e cadastrados no Programa SINE/Adolescente da Fundação Gaúcha do
Trabalho e Assistência Social.
Posteriormente à aplicação do Programa de Inserção Ocupacional para
Jovens Desempregados, os autores avaliaram sua efetividade através da aplicação
de um questionário de 22 questões sobre os temas debatidos e encontraram como
resultado que o referido programa contribuiu para o desenvolvimento das
habilidades sociais e de procura de emprego, bem como para melhora da auto-
estima e auto-confiança do adolescente, visto que, segundo Sarriera et al. (2000), ao

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ser colocado em meio a pessoas em situação similar, o adolescente passa a re-
significar suas capacidades, interesses e, assim, passa a buscar trabalho de forma
mais motivada e segura. Dessa forma, os resultados encontrados pelos autores
apontam para a aplicação de programas similares com o intuito de favorecer um
espaço de elaboração e desenvolvimento da empregabilidade enquanto conceito
atual.
Em sentido similar, Farina & Neves (2007) desenvolveram um projeto-piloto
voltado para atuação em conjunto aos desempregados, projeto este delineado por
profissionais e discentes vinculados ao Centro de Psicologia Aplicada ao Trabalho
(CPAT) do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP). Este
projeto objetivou fornecer um espaço de resignificação e troca de experiências entre
os indivíduos em situação de desemprego acerca da temática vivenciada, bem como
estratégias para geração de renda e trabalho, dentre outros.
Para tanto, foram realizados sete encontros com um grupo de dez pessoas
desempregadas, sendo oito homens e duas mulheres, que ingressaram de forma
voluntária, com mais de 24 anos de idade e níveis de escolaridade variável, sendo
três pessoas com nível básico, quatro com nível médio e três com nível superior. O
grupo foi coordenado por duas profissionais formadas na área de psicologia social e
do trabalho e teve duração de duas horas e meia por encontro, sendo um por
semana.
Em cada um dos sete encontros foi abordado um tema específico; sendo o
primeiro destinado à apresentação mutua, os demais circundaram em torno das
questões referentes à compreensão e repercussão do desemprego, percepções
sobre o mundo laboral, rememoração das trajetórias de trabalho, identificação de
diversas estratégias para geração de renda e trabalho, conhecimentos construídos
no percurso profissional, discussão de projetos e atividades possíveis para mudança
do quadro em que se encontravam (FARINA & NEVES, 2007). Com o intuito de
facilitar o dialogo entre os participantes as pesquisadoras utilizaram tiras de jornal,
fotos de pessoas em atuação profissional e relatos individuais.
O estudo possibilitou identificar que há uma demanda predominante por
emprego com carteira assinada, de acordo com as autoras, o trabalho informal era
compreendido como sendo efêmero e o grupo compreendia o desemprego como
conseqüência de fatores tanto individuais, quanto macro-sociais. Quanto às

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percepções a respeito do contexto laboral houve maior valorização daquelas
funções reconhecidas socialmente, como os trabalhos em escritórios; já as funções
menos valorizadas foram aquelas menos reconhecidas socialmente, como
doméstico e construção civil. Em relação às questões abordadas no encontro sobre
rememoração das trajetórias de trabalho, as pesquisadoras encontraram como
resultado comum historias sobre exploração, humilhação e submissão no contexto
laboral, possibilitando, a partir dos relatos, uma reflexão, ampliação e resignificação
daquilo que vivenciaram.
Sobre as estratégias para geração de renda e trabalho os resultados obtidos
no estudo apontaram para trabalhos informais, qualificação e aperfeiçoamento,
busca por se tornar empreendedor, informações extras sobre o mercado de trabalho
e distribuição de currículos. Quanto aos conhecimentos construídos no percurso
profissional, de acordo com as autoras, houve grande variedade de saberes, não
sendo possível apontar para um saber específico. Por fim, quando à discussão de
projetos e atividades possíveis para mudança do quadro em que se encontravam, os
participantes elaboraram e identificaram como obstáculos à concretização dos
mesmos a falta de assistência aos indivíduos desempregados e medo da falha e
humilhação “frente às recorrentes tentativas que tiveram ao longo de seu percurso
como desempregados” (FARINA & NEVES, 2007, p. 32).
A partir dos resultados encontrados as autoras concluem que se faz
necessário um suporte social a essa população, seja para atender a demanda
originada pelo sofrimento advindo da situação em que se encontram, seja como
forma de produzir de conhecimentos e ofertar de informações sobre a temática,
destacando a importância da execução de projetos similares.
No cenário de mudanças conceituais, ideológicas e econômicas, o
trabalhador se vê em situação de perda de referencial e, inclusive, em situação de
vulnerabilidade. Com o trabalho realizado pelos programas instituídos pelas leis
mencionadas, o sujeito passa a re-significar a experiência do desemprego, bem
como adquirir conhecimentos em relação à empregabilidade e se tornar mais
atrativo no mercado de trabalho.
Diante disso, o presente trabalho objetiva transmitir, aos indivíduos em
situação de desemprego, inscritos no Programa Emergencial de Auxílio-
Desemprego – Frente de Trabalho, regulamentado pela Lei municipal n° 6.246, de

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Junho de 2008, que concede aos participantes um contrato empregatício de nove
meses e recebimento de um salário mínimo ao mês, conteúdos relacionados à
empregabilidade visando a reinserção no contexto laboral.

1. Materiais e Métodos

1.1 Local
As reuniões semanais ocorreram às quartas-feiras, no período das 14:00 às
16:00, em uma sala oferecida por um órgão municipal de uma cidade do interior do
estado de São Paulo. A primeira sala oferecida contava com iluminação
exclusivamente artificial, dois ventiladores de teto, um ventilador móvel, três mesas
posicionadas nos cantos da sala, um projetor, um notebook fornecido pela própria
Secretaria, uma caixa de som, um telão e cadeiras dispostas em formação circular
para favorecer o diálogo entre os participantes do Programa. É necessário
acrescentar que o número de cadeiras foi variável de acordo com o número de
integrantes presentes no dia de cada reunião. A segunda sala oferecida contava
com iluminação mista, artificial e natural, quatro mesas, um projetor, um telão, um
notebook, três janelas cobertas por persianas, uma porta de vidro, dois banheiros
anexados ao fundo da sala e cadeiras dispostas em formação circular, com número
variável segundo o número indivíduos de presentes.

1.2 Participantes
Participaram deste trabalho indivíduos de ambos os sexos, com idades
variadas, inscritos no Programa Emergencial de Auxílio-Desemprego – Frente de
Trabalho, regulamentado pela Lei municipal n° 6.246, de Junho de 2008. Tal
Programa prioriza para inscrição casos em que fora identificado nas famílias casos
trabalho infantil; casos de violência e/ou negligência, crianças/adolescentes fora da
escola; situação de acolhimento; cumprimento de medida sócio-educativa; situação
de abuso e/ou exploração sexual; situação de vulnerabilidade social e egressos do
sistema prisional; em situação de desemprego há no mínimo um ano, comprovado
em carteira.

1.3 Materiais

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Durante as reuniões foram utilizados: um projetor; uma caixa de som; um
notebook fornecido pela própria instituição; um telão; cadeiras de acordo com o
número de participantes presentes; slides com os conteúdos referentes aos temas;
vídeos dentro das temáticas; roteiros para simulação da entrevista de emprego; e
barbante, venda e folhas sulfite utilizados em dinâmicas de grupo.

1.4 Procedimento
O presente trabalho foi realizado com três grupos de indivíduos em situação
de desemprego há pelo menos um ano, inscritos no Programa Emergencial de
Auxílio-Desemprego – Frente de Trabalho, regulamentado pela Lei municipal n°
6.246, de Junho de 2008, desde que confirmassem suas inscrições no projeto.
Estava previsto que cada um dos três grupos participaria de seis reuniões no espaço
cedido por um órgão público de uma cidade do interior do estado de São Paulo, às
quartas-feiras, no período compreendido entre 14:00 horas e 16:00 horas, contudo,
por conta da mudança de endereço da Secretaria que cedia o espaço físico, foram
realizadas cinco reuniões com o segundo grupo, sendo uma delas em uma terça-
feira (12/06/2018) devido ao feriado municipal do dia 13/06/2018 (quarta-feira).
Em cada reunião foi abordado um tema específico relacionado à
empregabilidade. Em quatro das seis reuniões um palestrante externo, que tem
contato profissional com o tema sobre o qual abordou, foi convidado para dialogar
com o grupo, sendo, inicialmente, um voltado para a previdência social; um para o
EJA (Educação de Jovens e Adultos) municipal; um sobre álcool e outras drogas no
ambiente de trabalho; e um sobre empreendedorismo. Contudo, devido às
demandas identificadas pelo contato com o campo, o tema EJA municipal foi
substituído pelo CEEJA (Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos), que
também é relacionado à educação, mas voltado ao Ensino Fundamental II e Ensino
Médio, comparecendo apenas no terceiro grupo, apesar de ter sido convidado e ter
confirmado para o segundo grupo.
Outro tema alterado foi empreendedorismo. Por conta da impossibilidade da
palestrante comparecer este tema foi substituído pelo CAOF (Centro de Artes e
Ofícios) no primeiro grupo, trazendo sobre o funcionamento do projeto, os cursos
oferecidos e também oferecendo outras oportunidades de se inserir no mercado de
trabalho. No segundo grupo ainda não estava concretizada a parceria entre a

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Secretaria e o CAOF, portanto não contou com uma palestra sobre essa temática,
apenas com materiais trazidos pelo estagiário. Contudo, no terceiro grupo esta
temática voltou a integrar o cronograma.
A escolha desses temas e do palestrante imerso na área sobre a qual
discorreu se justifica pelo fato de que são conteúdos diretamente relacionados com
o mercado de trabalho, que favorecem a aquisição de conhecimento sobre
possibilidades de atuação, e o palestrante, por estar atuando com determinada
temática, tem maior conhecimento sobre como as questões que circundam cada
tema funcionam na prática.
A primeira reunião do primeiro grupo iniciou com uma dinâmica de grupo
chamada “o reverso da roda”, na qual os integrantes foram orientados a ficar em pé,
segurando as mãos das pessoas que estão à sua direita e à sua esquerda, e, sem
soltar as mãos e torcer os braços, deveriam fazer com que a roda ficasse ao
contrário, ou seja, se estavam voltados inicialmente para o centro, deveriam terminar
a atividade voltados para a parte exterior. Essa dinâmica teve o objetivo de propiciar
um ambiente descontraído, bem como favorecer o diálogo. No entanto, como não foi
verificada a modificação objetivada no contexto grupal com a retirada de tal atividade
no segundo grupo, tal dinâmica foi permanentemente removida do cronograma.
Posteriormente foi realizada uma atividade em que nos apresentamos uns
aos outros da seguinte forma: primeiramente o estagiário, segurando a ponta de um
barbante preso a um rolo, disse seu nome, de onde vinha e o que buscava com o
grupo; em seguida o estagiário passou o barbante para outra pessoa da roda,
enquanto mantinha a ponta em mãos, orientando que ela fizesse o mesmo e assim
por diante. Quando terminadas as apresentações, com todos segurando uma parte
do barbante, foi realizado um exercício de reflexão sobre a figura formada com o
barbante. Essa atividade teve por finalidade trazer a importância de se participar do
grupo, visto que quando se ausentam, simbolizado pela soltura do barbante, a figura
sustentada pelo grupo inicialmente na presença daquele que está agora ausente se
modifica, chegando o barbante tocar o chão, o que pode representar a perda de
conhecimento que poderia ser compartilhado por aquele que se ausentou.
Em seguida, estava previsto que uma pessoa que já participou de outro grupo
similar ao que estava sendo conduzido fizesse um discurso para os integrantes
sobre as contribuições do Programa para sua evolução profissional, objetivando

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estimulá-los a participar. No entanto, devido à dificuldade de concordância de
horários entre a pessoa convidada e o período de execução do grupo, tal atividade
não foi executada em nenhum dos grupos. Como não houve o depoimento, a parte
que se seguiu à dinâmica foi a exposição do cronograma de conteúdos que seriam
abordados nos encontros aos participantes, visando informá-los sobre as temáticas
e datas que foram trabalhadas.
Posteriormente, estava programada a apresentação de conteúdos referentes
às diferenças entre emprego e trabalho, bem como entre trabalho formal e trabalho
informal, com o intuito de lhes fornecer conhecimento sobre possibilidades de
atuação no mercado de trabalho e como cada uma funciona. Entretanto, por conta
do tempo solicitado pela palestrante para abordar o tema para o qual foi convidada a
falar no primeiro grupo, esta atividade foi realocada para a 4° reunião, antes da
palestra sobre o CAOF, como forma de introduzir o tema e também atender as
finalidades a que é destinada. Por último nesta primeira reunião foi ministrada uma
palestra sobre Previdência Social (INSS), abordando os direitos e deveres daqueles
que contribuem com a previdência, as formas de contribuir e fornecendo espaço
para que questionem sobre o tema. É importante acrescentar que os conteúdos
referentes às diferenças entre emprego e trabalho e aqueles referentes às
diferenças entre trabalho formal e informal foram ministrados nos demais grupos
como estava previsto no cronograma deste grupo, antes da alteração exigida.
A segunda reunião iniciou, no primeiro grupo, com uma palestra sobre o tema
Educação de Jovens e Adultos municipal, trazendo sobre o modo de funcionar de tal
Programa e reforçar a importância da educação para a reinserção no contexto
laboral. Terminada a palestra, foi transmitido um vídeo com temática similar,
chamado “Vida Maria”, incentivando os participantes a retomarem os estudos a fim
de conseguir melhor formação e, consequentemente, melhor posição frente ao
mercado.
Em seguida foram abordadas questões referentes à procura pelo emprego,
destacando condutas a serem adotadas para concorrer à vaga de emprego, como
documentação exigida e posturas frente ao que está sendo oferecido; formas de se
portar e não se portar durante a entrevista de emprego, desde vestimentas até
atitudes no momento em que for realizada.

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Também foi transmitido o vídeo de uma reportagem do programa de televisão
“Fantástico” sobre a mesma temática visando reforçar os aspectos considerados
positivos pelos selecionadores durante o momento da entrevista de emprego e, para
concluir este tópico, foi realizada uma simulação de entrevista, na qual os
integrantes do grupo foram divididos em pares e foi dado a cada elemento de cada
dupla um roteiro com cinco perguntas diferentes daquelas dada ao par, sendo elas:
Roteiro 1: “Qual foi seu último emprego?”; “Que atividades você desenvolvia?”;
“Como era trabalhar naquela empresa?”; “Quais seus pontos fortes?”; “Quais seus
pontos fracos?”; Roteiro 2: “O que você pensa sobre a vaga?”; “O que te fez optar
pela nossa empresa?”; “Qual sua formação técnica?”; “Quais são suas
habilidades?”; “O que você espera do emprego?”.
Esta atividade objetivou colocá-los em uma situação similar a que encontrarão
no mercado de trabalho e, assim, favorecer a elaboração da ansiedade frente a este
momento, bem como a capacitação, tanto para a fase anterior à entrevista, retratada
pelos conteúdos transmitidos sobre a procura de emprego, quanto à da mesma.
Em seguida foram apresentados slides sobre a temática de quais
comportamentos são valorizados profissionalmente, tanto quando disponíveis no
mercado de trabalho, quanto dentro das empresas, para que, a partir deste
conhecimento, consigam, tanto ter bom desempenho quando empregados,
mantendo a vaga conquistada, quanto se tornarem mais competitivos no mercado,
alcançando melhores colocações nos processos seletivos. Por fim, foi transmitido
um trecho do filme “Uma Mulher de Talento”, no qual a atriz principal demonstra sua
frustração de forma inadequada, sem antes ter escutado aquilo que o chefe lhe tinha
a dizer, ressaltando dessa forma a importância de desenvolver a escuta em
ambiente de trabalho.
A terceira reunião foi destinada exclusivamente a palestra sobre o tema
“Álcool e Outras Drogas no Ambiente de Trabalho”, por conta da extensão deste,
visto que a palestrante teve de trazer conteúdos referentes às implicações do uso de
álcool e outras drogas a nível individual, bem como promover uma discussão sobre
drogas lícitas e drogas ilícitas, e colocar sobre as conseqüências disso no ambiente
profissional.
Na quarta reunião foram trabalhados, inicialmente, os conteúdos referentes às
diferenças entre emprego e trabalho, e entre trabalho formal e trabalho informal,

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criando um campo para a discussão que veio a seguir com a palestrante, além de ter
o objetivo ampliar os conhecimentos sobre as formas de atuação profissional.
Conforme apontado, após a exposição dos conteúdos sobre emprego relatada
anteriormente, a palestrante iniciou sua apresentação sobre o Centro de Artes e
Ofícios, visando trazer para o grupo possibilidades de atuação e informá-los sobre
os cursos ministrados.
Em seguida foi transmitido o vídeo “Características do Empreendedor” que,
conforme o título, aborda as importantes características para se tornar um
empreendedor, visando dialogar com a exposição da palestrante, bem como
favorecer o desenvolvimento de tais características nos integrantes, uma vez que, a
partir da exposição inicial, da palestra, do vídeo e da discussão posterior, teriam
conhecimento sobre como agir para tal.
Posteriormente foi apresentado o vídeo de uma reportagem do programa
televisivo “Jornal Nacional” sobre o trabalho informal, com o intuito de abordar a
necessidade de formalizar o próprio negócio, seguido de uma discussão sobre essa
necessidade, dialogando com os conteúdos trazidos pela palestrante da primeira
reunião, visto que trouxera também conteúdos sobre o MEI (Micro Empreendedor
Individual).
Após a discussão foi ministrada a dinâmica de grupo de nome “nós”, na qual
os participantes foram instruídos, inicialmente, com apenas a mão dominante, sem
tocar qualquer superfície, a realizar o maior número de nós em um pedaço de
barbante de 16 cm em três minutos, contando ao final quantos nós conseguiram
realizar. Na fase seguinte da dinâmica foram instruídos a formar pares e, em
conjunto, ambos utilizando a mão não dominante, deveriam fazer o maior número de
nós em um pedaço de barbante de mesmo comprimento e no mesmo intervalo de
tempo, contabilizando o resultado final. Essa dinâmica teve o objetivo de transmitir a
eles a o conhecimento a respeito do trabalho em equipe, do funcionamento e
resultados deste. Terminada a dinâmica foi transmitido o vídeo de nome “A Ponte –
Trabalhando em Equipe” que ilustra aquilo que vivenciaram na dinâmica, o trabalho
em equipe.
Já a quinta reunião foi iniciada com a transmissão do vídeo “A importância de
Manter o Foco”, trabalhando justamente focalização de objetivos a serem cumpridos
e introduzindo a objetividade necessária na elaboração do currículo. Em seguida foi

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realizada a exposição das características de um currículo profissional bem
elaborado, visando fornecer-lhes informações sobre tal documento, visto que o
currículo é o meio que o selecionador tem para fazer o contato inicial com aquele
que está se candidatando à vaga, devendo o candidato, portanto, atentar às
informações que devem constar no referido documento. Posteriormente foi
elaborado em conjunto com cada participante um currículo próprio, para que
conseguissem aplicar na prática aquilo que aprenderam. Por fim, foi exposto o vídeo
“A Mosca – A Necessidade de Mudar”, abordando de forma ilustrativa a necessidade
de se atualizar e continuar evoluindo profissionalmente.
A sexta e última reunião foi iniciada com a dinâmica de grupo chamada “Guia
de Cego”, na qual o grupo foi dividido em duplas; uma pessoa de cada dupla foi a
que realizou o papel de cego e a outra o papel de guia do primeiro, mas um guia
mudo. Aqueles que eram os guias foram ao encontro de suas duplas e as guiaram
pela sala sem se comunicar verbalmente. Esta dinâmica teve por finalidade
promover junto aos sujeitos envolvidos a confiança no trabalho desenvolvido por
aqueles que atuam junto de si.
Em seguida foi transmitido o vídeo “Bondade e Generosidade – Atitudes que
Mudam Situações”, que traz cenas em que um jovem realiza ações nos contextos
que vivencia no cotidiano não visando o lucro ou algo em troca e ao final vê o
resultado de suas ações. Este vídeo tem o propósito de estimular os participantes a
realizarem um exercício de reflexão sobre suas atitudes no dia a dia, com o intuito
de que, a partir daí, orientem suas ações não pelo viés exclusivo do lucro, mas sim
em prol daquilo que os cerca, da coletividade. Após esse momento foi realizada a
dinâmica “Papel Amassado”, na qual cada integrante recebeu uma folha de papel,
sendo orientado a amassá-la e, em seguida, a tentar retorná-la ao estado original.
Esta dinâmica teve como objetivo promover uma reflexão sobre as relações
interpessoais no ambiente de trabalho, simbolizadas pela folha de papel; a folha, ao
ser amassada, pôde simbolizar o dano das relações interpessoais por uma atitude
agressiva, a qual não permitiu que as relações retornassem ao estado inicial.
Após a realização da vivência foi feita a avaliação dos participantes, isto é, um
momento destinado à avaliação do Programa pelos participantes sobre os
conteúdos e temas abordados, colocando como experienciaram as reuniões. Essa
avaliação teve por finalidade servir de base para melhorias no Programa que será

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aplicado a outros grupos, bem como verificar a evolução dos sujeitos. É necessário
acrescentar que ao término de cada reunião de todos os grupos foi realizada uma
avaliação quanto à aquisição do conhecimento adquirido. Foi solicitado aos bolsistas
que, caso considerassem que aprenderam plenamente os conteúdos abordados,
colocassem um pedaço de papel na caixa com selo verde; caso considerassem que
aprenderam parcialmente os conteúdos debatidos, que colocassem o referido papel
na caixa com selo amarelo; e caso considerassem que não aprenderam os
conteúdos abordados, que colocassem o papel na caixa com selo vermelho. No
caso de aprendizado parcial ou não aprendizado, foi solicitado aos bolsistas que
escrevessem no papel aquilo que não haviam compreendido.
Por fim, foram realizados os agradecimentos, entrega dos certificados e
currículos àqueles que compareceram ao menos em quatro reuniões, e, como
encerramento, foi realizada a leitura da fábula “O Sábio e o Passarinho”, na qual um
grupo de garotos pega um pássaro, o esconde nas mãos de um do grupo e
questiona o sábio da cidade sobre o estado em que se encontrava o pássaro (vivo
ou morto), com o intuito de desmenti-lo perante a cidade visto que deixariam o
pássaro no estado oposto ao que ele dissesse. Diante da pergunta o sábio responde
que a vida daquele pássaro dependeria deles, uma vez que ele estava em suas
mãos. Essa leitura visava estimulá-los a continuar evoluindo e não “matar” as
informações que receberam no Programa que participaram.
Esse foi o cronograma de atividades ministradas no primeiro grupo. Conforme
exposto no início deste texto, o segundo grupo contou com uma reunião a menos, o
que implicou em alteração na organização das atividades. A primeira reunião do
segundo grupo iniciou com a apresentação por meio da dinâmica já relatada,
seguida com a apresentação do cronograma. Estava prevista a palestra sobre o
tema CEEJA seguida pela transmissão do vídeo “Vida Maria”, mas devido à
impossibilidade da palestrante comparecer, tanto a palestra quanto o vídeo foram
realocados para o dia da quarta reunião, junto aos conteúdos sobre elaboração do
currículo.
Diante disso, foi iniciada a apresentação de slides sobre condutas na procura
pelo emprego, conforme relatado anteriormente. Para encerrar essa reunião, estava
prevista a transmissão do vídeo sobre a mesma temática, do programa televisivo
“Fantástico”, contudo, como nesse primeiro encontro não estava disponível uma

16
caixa de som, não foi possível transmiti-lo, sendo realocado para o dia da segunda
reunião. Sendo assim, a primeiro encontro foi encerrado com a simulação de
entrevista de emprego com os participantes.
A segunda reunião foi iniciada com o vídeo sobre entrevista de emprego do
programa televisivo “Fantástico”, com posterior discussão. Após a discussão do
vídeo foram apresentados os conteúdos referentes às diferenças entre emprego e
trabalho, e entre trabalho formal e trabalho informal, criando um campo para a
discussão que veio a seguir com a palestrante, além de ter o objetivo ampliar os
conhecimentos sobre as formas de atuação profissional. Posteriormente às
exposições sobre as referidas temáticas, o palestrante abordou o tema Previdência
Social (INSS). Em seguida, dialogando com o tema trazido pelo palestrante, foi
transmitido o vídeo “Características do Empreendedor”, seguido pela dinâmica de
grupo “nós” e encerramento com o vídeo “A Ponte”.
A terceira reunião iniciou com a palestra sobre Álcool e Outras Drogas no
Ambiente de Trabalho, seguindo com a apresentação dos slides sobre a temática de
quais comportamentos são valorizados profissionalmente, tanto quando disponíveis
no mercado de trabalho, quanto dentro das empresas, encerrando com o trecho do
filme “Uma Mulher de Talento” já mencionado.
A quarta reunião, conforme colocado anteriormente, foi acrescida em sua
programação da palestra sobre CEEJA e do vídeo “Vida Maria”. Estava previsto que
a referida reunião seria iniciada pelo vídeo, com o intuito de abrir a discussão sobre
o tema da palestra, seguido por esta. Contudo, como o palestrante não havia chego
até o início da reunião, as atividades foram ministradas segundo a sequência da
quinta reunião dos demais grupos, descrita anteriormente. Durante a reunião foi
recebida a informação de que o palestrante não compareceria no dia, sendo assim,
foi transmitido o vídeo “Vida Maria” na sequência das atividades ministradas, com
posterior discussão sobre a temática abordada. A quinta reunião se manteve igual
em organização à sexta reunião dos demais grupos.
Como o palestrante não compareceu nos dias marcados para o segundo
grupo, foi realizado um convite àqueles que tivessem interesse de participar de tal
palestra em conjunto com o terceiro grupo, que também contou com alterações no
cronograma inicialmente planejado.

17
A primeira reunião foi iniciada pela dinâmica de apresentação já mencionada,
seguida pela exposição do cronograma e conteúdos referentes às diferenças entre
emprego e trabalho e entre trabalho formal e informal, sendo finalizada pela palestra
sobre Previdência Social.
Já na segunda reunião desse grupo estava previsto que seria iniciada pela
palestra com a temática CEEJA, mas compareceram profissionais do CEEJA e do
EJA estadual para discursarem sobre as modalidades de ensino e suas diferenças.
Em seguida foi transmitido o vídeo “Vida Maria”, exposição dos conteúdos referentes
às práticas na procura pelo emprego, transmissão do vídeo da temática de
entrevista de emprego do programa de televisão “Fantástico”. Estava previsto o
encerramento com a simulação da entrevista de emprego, mas como o tempo de
aluguel da sala estava próximo ao término, tal dinâmica foi realizada na terceira
reunião posteriormente à palestra sobre “Álcool e Outras Drogas no Ambiente de
Trabalho”.
A terceira reunião foi iniciada pela palestra sobre “Álcool e Outras Drogas no
Ambiente de Trabalho” e seguida pela simulação de entrevista de emprego,
conforme dito anteriormente. A simulação neste grupo contou também com uma
alteração; posteriormente ao momento em que os pares se entrevistaram o
estagiário convidou um integrante do grupo para entrevistar seguindo o roteiro que
tal integrante utilizou para entrevistar seu par enquanto os demais observavam. Tal
modificação teve como objetivo reforçar os conteúdos trazidos na reunião anterior
sobre condutas adequadas em uma entrevista de emprego.
A quarta reunião do terceiro grupo foi iniciada com a palestra sobre “Centro
de Artes e Ofícios”, seguindo com a transmissão do vídeo “Características do
Empreendedor” e posterior discussão. Na sequência foi transmitida a reportagem do
programa televisivo “Jornal Nacional” sobre o trabalho informal e, após a discussão
sobre tal reportagem, foi transmitido o vídeo “A Ponte”, sendo encerrada a reunião
com a dinâmica de grupo “Nós”. As demais reuniões, quinta e sexta, se mantiveram
em igual organização às do primeiro grupo.
É necessário que após o encerramento do terceiro grupo, foram realizados
contatos telefônicos com os participantes de cada grupo com o intuito de verificar se
passaram por algum processo seletivo e até mesmo ingressado em algum contexto
laboral e, nesse caso, qual a forma que o curso contribuíra para tal conquista.

18
2. Resultados
Os dados que serão apresentados a seguir dividem-se em três momentos.
Inicialmente serão mencionadas as avaliações realizadas pelos integrantes de cada
um dos três grupos em relação às reuniões isoladamente, isto é, as avaliações de
cada reunião. Em seguida serão apresentadas as avaliações referentes ao conjunto
das seis reuniões, pautando nas experiências anteriores no mercado de trabalho de
cada sujeito. Por fim, serão apresentados os gráficos referentes ao intervalo de
tempo entre a última entrevista de emprego pela qual passaram anteriormente à
participação no projeto e o início deste, à reinserção dos indivíduos que participaram
dos grupos no contexto laboral e quais contextos se inseriram, com dados
originados a partir dos contatos telefônicos com os participantes de cada grupo.
Conforme apontado anteriormente, o primeiro momento a ser abordado foi
referente às avaliações de cada reunião. Nesse quesito, 100% dos indivíduos que
participaram do primeiro grupo avaliaram como tendo aprendido plenamente os
conteúdos transmitidos em cada reunião. Em relação ao segundo grupo 100% dos
participantes avaliaram de igual forma em quatro das cinco reuniões; apenas na
segunda reunião que 4% dos presentes avaliou como tendo aprendido parcialmente,
mas não especificou os conteúdos que não compreendeu. Já em relação ao terceiro
grupo, 100% dos participantes considerou ter aprendido plenamente os conteúdos
transmitidos em três das seis reuniões.
Nas demais reuniões a porcentagem referente à plena aprendizagem oscilou,
sendo que em uma 82% considerou ter aprendido plenamente e 18% considerou ter
aprendido parcialmente; em outra, 27,3% avaliou como tendo aprendido
parcialmente, ao passo que os demais consideraram ter aprendido plenamente; por
fim, em outra reunião, 91,7% considerou como tendo aprendido todo o conteúdo
enquanto 8,3% dos bolsistas considerou como tendo aprendido parcialmente. É
necessário acrescentar que em nenhuma das reuniões com avaliações de
aprendizado parcial foi apontado o conteúdo que não teria sido compreendido.
Na avaliação geral do curso 100% dos participantes dos três grupos apontou
que o curso fora importante para o desenvolvimento profissional. Exemplificando o
dito anteriormente é válido destacar a fala de M., mulher de 61 anos:

19
“Aquilo que vocês trouxeram de como se comportar dentro das
empresas é muito importante. Eu trabalhava na portaria. Um
dia acabei brigando com uma colega lá e fui demitida. Se eu
soubesse disso tudo que vocês falaram pra gente naquela
época, seria diferente.” (M.)

Em sentido similar à colocação de M., 25% das pessoas que participaram do


segundo grupo especificamente apontou que o curso deveria ter segunda, terceira e
quarta partes, visto que evoluíram bastante individualmente e gostariam de continuar
tal processo de aquisição de conhecimento. Essas mesmas pessoas apontaram que
a evolução foi destacada, inclusive, pelos superiores a elas nos locais em que
trabalhavam como sendo condutas pertinentes e positivas naqueles ambientes.
Quanto aos participantes do terceiro grupo, 58,3% das pessoas destacou o
aprendizado sobre a elaboração do currículo, 33,3% incluiu a questão de como se
portar na entrevista de emprego e dentro da empresa e 8,3% incluiu ainda as
temáticas abordadas na palestra, como conhecimentos fundamentais na trajetória
para a conquista de uma vaga no contexto laboral, dadas suas experiências
anteriores.
Alem disso, agrupando os dados obtidos através de ligações telefônicas
referentes ao intervalo de tempo entre a última entrevista de emprego pela qual
passaram e o início do projeto foi possível produzir a seguinte figura:
12

10
N° de Bolsistas

0
Menos de 1 ano Entre 1 ano e 5 anos 5 anos ou mais Nunca passou por
entrevista
Figura 1: Intervalo de tempo entre a última entrevista de
emprego e o início do projeto

20
Conforme observado na Figura 1, anteriormente ao início do Projeto, apenas
seis bolsistas participaram de uma entrevista de emprego em período inferior a um
ano enquanto dez participaram em período compreendido entre um e cinco anos,
sete, em cinco anos ou mais, e cinco não participaram de nenhum processo seletivo.
Já em relação aos dados que concernem à situação dos bolsistas
posteriormente à execução do presente Projeto foi possível produzir a seguinte
figura:
18
16
14
N° de Bolsistas

12
10
8
6
4
2
0
Emprego Entrevista Entregou e não Não entregou Não foi
conseguiu realizado
contato
Figura 2: Situação dos bolsistas posteriormente ao
encerramento do projeto

Segundo o que pode ser verificado na Figura 2, houve uma mudança geral da
situação em que os participantes se encontravam anteriormente. Apesar de não ter
sido realizado contato com 12 indivíduos em função da inexistência do telefone
cadastrado, 16 entregarem currículo e não conseguirem entrevista e outros quatro
não entregarem o referido documento, enquanto anteriormente apenas seis
passaram por uma entrevista de emprego, atualmente quatro conseguiram uma
entrevista ou mais e outros quatro conseguiram um emprego. A seguir se apresenta
a figura que se refere ao contexto laboral em que esses quatro foram reinseridos:

21
2,5

2
N° de Bolsistas
1,5

0,5

0
Emprego Emprego Temporário Autônomo
Figura 3: Contexto laboral em que foram inseridos

De acordo com os dados apresentados, das quatro pessoas que conseguiram


um emprego, uma delas o conseguiu um emprego temporário e uma passou a
trabalhar autonomamente, ou seja, se inseriram em contextos segundo moldes
atuais impostos pelo neoliberalismo.

3. Considerações Finais
Com base nos resultados, é possível concluir que o objetivo do presente
trabalho fora parcialmente atingido, visto que, embora tenham sido transmitidos os
conteúdos relacionados à empregabilidade, apenas uma pequena parcela daqueles
que participaram do Projeto foi reinserida no cenário laboral brasileiro. Tomando
como base os relatos dos bolsistas a respeito da relevância dos conteúdos
transmitidos e que 50% dos reinseridos encontram-se em cenários que seguem os
moldes neoliberalistas, se faz necessário questionar a natureza da nova ordem
econômica que, conforme apontado no início deste trabalho, tende a restringir a
nível individual a responsabilidade pela situação de desemprego apesar desta ser
multideterminada, produzida, pela automatização industrial, e até mesmo desejada
para a existência deste sistema (MARX, 1867/1980, apud, MANDELBAUM &
RIBEIRO, 2017).
Diante disso, embora não tenham sido investigados os motivos pelos quais os
participantes deste Projeto foram desligados de seus últimos empregos e as vagas
disponíveis na cidade em que fora realizado, é indicado que sejam feitos estudos
abordando a temática do sofrimento psíquico relacionado ao desemprego e também
a percepção organizacional a respeito do atual cenário. Dessa forma seria possível
22
ampliar a compreensão sobre o fenômeno que se apresenta atualmente e as
conseqüências deste.

Referências
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