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Compliance na prática: uma breve reflexão sobre boas práticas

Estima-se que vários milhões de dólares são investidos anualmente em políticas de Compliance
abrangendo os setores considerados mais críticos da empresa - financeiro e jurídico. Entretanto,
montantes mais expressivos podem estar sendo perdidos pelas corporações se as instruções de
Compliance não estão consolidadas ou não são aplicadas na rotina, em quaisquer dos níveis
hierárquicos. O que era para ser um investimento, acaba se convertendo em um gasto inócuo.
Preliminarmente, é preciso identificar qual o real motivo pelo qual o fortalecimento da cultura de
Compliance deve ser priorizada na empresa. Seria apenas medo das consequências desastrosas de
processos judiciais? Ou há interesse genuíno em tornar o ambiente favorável para boas práticas e
compromisso firme com a ética? Como entender o que é necessário se ajustar na cultura organizacional
e poder usufruir dos benefícios do programa? Por se tratar de algo relativamente recente e de
entendimento ainda muito breve na sociedade, muitas das respostas a estas perguntas ainda estão em
construção. É importante compreender que a raiz de um excelente programa de Compliance é a
essência organizacional. Explicamos: para que os funcionários possam seguir o Código de Conduta
vigente, a empresa precisa ser essencialmente ética. Expressões populares como "faça o que eu digo,
mas não faça o que eu faço" não se aplicam aqui, principalmente porque a melhor liderança em uma
empresa que quer se consolidar como uma instituição ética, é a liderança por exemplo. O estilo de
liderança mais apreciado em nosso tempo, padece de seu principal objeto: A falta de exemplo. Para que
a empresa consolide sua cultura, é preciso compreender a diferença entre o que é Ética e o que é Moral.
Referem-se à Ética todos os princípios que motivam, disciplinam e orientam o comportamento
humano. Sendo assim, o conceito pode variar de uma sociedade para outra, uma vez que há uma
convenção universal do que é e do que não é virtude. Já a Moral tem como fundamento a obediência
aos hábitos e costumes, também em âmbito social, porém influenciada pela família e religião. O que vai
diferenciá-las é a forma como ambas são delimitadas. Enquanto o entendimento do que é Moral é
sedimentado pelos costumes sob a luz da crença e da fé, a Ética, por sua vez, busca construções
racionais para seus fundamentos. Esse é mais um dos motivos pelos quais os processos de Compliance
também podem fracassar, porque uma vez que ética é tudo aquilo que eu faço sem que ninguém esteja
vendo, a influência dos hábitos e costumes tanto da sociedade quanto do ambiente familiar, é
perniciosa. Eis o que é fundamental: Como foi pensado o Código de Ética da sua empresa? Foi baseado
em valores considerados importantes e praticados por todos os integrantes da corporação ou foi
inspirado no que é considerado comportamento ético, com o objetivo único de se blindar de possíveis
processos? Quando é feito "para inglês ver" e não é vivenciado, absorvido, compreendido pelos líderes,
tampouco o será pelos colaboradores. Mas isto vale quase que para o mercado como um
todo.Considerando ainda as profissões que estão em evidência no mercado, como o caso do coaching,
ainda não regulamentada: quais os riscos, medidas de proteção e demandas relacionadas ao cotidiano
e a prática que devem ser implementadas para uma alta performance e desempenho organizacional
dentro das expectativas dos profissionais, empresas e clientes que fazem parte deste ecossistema.
Corporativamente, a Ética é a garantia para a reputação de uma organização, pois quando seus valores
são apreendidos, a percepção dos colaboradores se torna favorável e a sensação de respeito é mútua.
Exise ganho de valor em escala. Sem dúvidas, o resultado da equação é um mar calmo de governança e
perenidade, condições indispensáveis para aqueles que desejam se firmar, crescer, manter-se grandes

Versão 27/01/2019
e navegar com sucesso pelo oceano azul das oportunidades de negócios. Logo mais, voltamos com mais
tópicos para reflexões sobre o tema.

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