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Jerônimo é apresentado como um imigrante português trabalhador que se muda para o cortiço com a esposa e filha. Ele ganha respeito dos vizinhos por seu trabalho duro. No entanto, ao conhecer Rita Baiana, ele gradualmente se afasta de sua família e passa a adotar um estilo de vida mais preguiçoso e festeiro, influenciado pelo meio do cortiço.
Jerônimo é apresentado como um imigrante português trabalhador que se muda para o cortiço com a esposa e filha. Ele ganha respeito dos vizinhos por seu trabalho duro. No entanto, ao conhecer Rita Baiana, ele gradualmente se afasta de sua família e passa a adotar um estilo de vida mais preguiçoso e festeiro, influenciado pelo meio do cortiço.
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Jerônimo é apresentado como um imigrante português trabalhador que se muda para o cortiço com a esposa e filha. Ele ganha respeito dos vizinhos por seu trabalho duro. No entanto, ao conhecer Rita Baiana, ele gradualmente se afasta de sua família e passa a adotar um estilo de vida mais preguiçoso e festeiro, influenciado pelo meio do cortiço.
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1- ANÁLISE DO PERSONAGEM DENTRO DO CONTEXTO SOCIAL
Jerônimo, na obra O cortiço, tem sua participação de um modo peculiar. Ele é um op
erário, imigrante português, que chega ao Brasil com a promessa de uma vida melhor. Aqui, descobre que a realidade não é tão simples. É um personagem pobre, parte do prolet ariado, que ganha apenas para sustentar a família. Vive no cortiço com a mulher, e a mbos têm uma grande importância lá, pois são muito respeitados por serem pessoas trabal hadoras e honestas.
2- INFLUÊNCIA DO DETERMINISMO DO MEIO, RAÇA OU HEREDITARIEDADE
O Naturalismo como estética literária utiliza a ciência como ferramenta de compreensão d a realidade. Este desdobramento é justificado pelo grande desenvolvimento científico obtido em meados do século XIX. As explicações divinas sobre a origem dos do homem e dos fenômenos naturais sucumbiam à experimentação científica. Dentre as teorias difundidas na época e norteadoras das análises naturalistas encontra-se o Darwinismo, o Positi vismo e o Determinismo. Quanto ao Determinismo, defendido pelo crítico literário Hippolyte Taine, af irmava que o indivíduo é condicionado por basicamente três fatores: - Raça (o que lhe garante uma herança genética) - O meio em que vive - Herança cultural, social e biológica. Na obra de Aluízio, o personagem Jerônimo mudanças severas no seu comportament o, no seu modo de ser. De origem portuguesa, ao chegar ao Brasil trabalhou na roça , onde tinha que sujeitar-se a emparelhar com os negros escravos e viver com eles no mesmo meio degradante, encurralado como uma besta, sem aspirações nem futuro, tr abalhando eternamente para outro (cap. V), e buscando na pedreira de João Romão um me io de ascensão. Era um homem digno e de boa índole, que buscava o melhor para a sua família. Trabalh ou por um tempo em uma pedreira onde adquiriu grande respeito. Mas não foram só o seu zelo e a sua habilidade o que o pôs assim para a frente; duas outras coisas contr ibuíram muito para isso: a força de touro que o tornava respeitado e temido por todo o pessoal dos trabalhadores, como ainda, e, talvez, principalmente, a grande se riedade do seu caráter e a pureza austera dos seus costumes. Era homem de uma hone stidade a toda prova e de uma primitiva simplicidade no seu modo de viver. cap. V Com sua mulher e filha, chegam ao cortiço e lá se estabelecem, atraindo logo a cobiça dos moradores que viam em tal família a dignidade e a riqueza superior ao deles. A filha foi logo mandada para um colégio interno, visto que eles almejavam um futuro melhor para ela, algo que não teria se continuasse a viver naquele meio salubre. E mesmo morando no país há algum tempo, eles eram metódicos, continuavam com suas trad ições portuguesas. A comida era a mesma de sua terra, e sempre ao final da ceia eles , acompanhados da guitarra tocavam o fado, cantando as tristezas e saudades de s ua terra. Mas aos poucos ele vai sendo dominado pelo sol dos trópicos, abrindo os seus senti dos para as novas terras, sendo dominado pela irracionalidade e o instinto que p ermeavam os ares do cortiço. Parafraseando Lévi-Strauss, Jerônimo fica sujeito a fuga d os cinco sentidos : na audição, troca o fado pelo samba baiano; na visão é dominado pela s ensual Rita Baiana; e no olfato se entrega aos aromas tropicais da mulata, e no paladar-gustativo troca o chá e o vinho do porto pelo café e a cachaça. Como fica explíc ito no trecho seguinte: Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chega ndo aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhuma ou tra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cob ra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dent ro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca. Começa então a fase de decadência do personagem, toda sua dignidade de português é transfo rmada, ele entra em brigas com o Firmo, trai a mulher, mata o Firmo, abandona a família, fica na miséria, começa a beber, contrai dívidas, deixa até de pagar a escola da filha. No fim, só lhe resta o prazer sexual ao lado da mulata. Toda essa mudança no personagem serve como exemplo para o determinismo pregado pel o o autor. Ao entrar no cortiço, o homem ficou sujeito ao meio, entregue aos senti dos, ao instinto, e não mais a razão que antes lhe dominava. Ficando confirmada a te se de que o homem é produto do meio em que vive, e das pressões que o primeiro exerc e no último. Vale ressaltar, que na obra, não há análise psicológica que justifique as açõe mas apenas uma narração, um cenário de condições que determinam o personagem.
3- POSIÇÃO DENTRO DO CORTIÇO
Jerônimo entra na obra como um imigrante trabalhador que é contratado por João Romão para administrar uma pedreira, com isso ele se hospeda junto com a sua espo sa no cortiço. Lá ganha respeito dos vizinhos, Ao cabo de algum tempo era consultado e ouvido, quando qualquer questão difícil os preocupava. Descobriam-se defronte dele , como defronte de um superior [...] (cap. V). Na pedreira, as deferências ao português não eram diferentes. O que pode ser c omprovado nos trechos seguintes: Tomou conta da direção de todo o serviço, e em boa hor a o fez, porque dia a dia a sua influência se foi sentindo no progresso do trabalh o. Com o seu exemplo os companheiros tornavam-se igualmente sérios e zelosos. ; A sua picareta era para os companheiros o toque de reunir. Aquela ferramenta movida p or um pulso de Hércules valia bem os clarins de um regimento tocando alvorada. Perc ebe-se que o lusitano desempenhava um papel de liderança, e possuía respeito como ta l. É comparado inicialmente a Hércules, analogia que vai além do físico, já que no início e e é trazido como virtuoso, um tipo herói mitológico. Devido ao seu trabalho, sua alta remuneração atraindo a atenção da recém chegada d e volta ao cortiço, Rita Baiana. E por causa disso, durante a obra, Jerônimo sofre g radativamente, porém de forma radical, mudanças no seu comportamento geradas pela in fluência meio em que passou a conviver. 4- COMPORTAMENTO NA OBRA (LINEAR OU CIRCULAR) Jerônimo é uma personagem tipicamente circular. No início da obra, ele é apresen tado como um imigrante português que se muda com a esposa e a filha para o cortiço. A menina é proibida de viver ali e não deve ir visitar os pais, o lusitano toma isso como medida para que a pequena não fosse influenciada pelos vizinhos. É descrito co mo um trabalhador, forte, pai de família e dedicado a mesma, não é adepto de festas, u m lusitano exemplar. Suas atitudes começam a mudar gradativamente depois que ele c onhece Rita Baiana, uma brasileira efusiva e sedutora. O convívio com a brasileira faz com que ele se afaste da mulher e das responsabilidades, assumindo um compo rtamento "tipicamente" brasileiro: preguiçoso e festeiro. É possível notar sua mudança em algumas passagens do livro. Dentre ela s, a citada abaixo, a qual a esposa de Jerônimo, Piedade, demonstra o desinteresse do marido pela mesma. "Jerônimo, com efeito, pertencia-lhe muito menos agora do que ante s. Mal se chegava para ela; os carinhos eram fios e destraídos, dados como por con descendência; já lhe não afagava os rins, quando os dois ficavam a sós, malucando na sua vida comum; agora nunca era ele que a procurava para o matrimônio, nunca; se ela sentia necessidade do marido, tinha de provocá-lo." Enquanto João Romão e Miranda são os portugueses que se tiram proveito do meio e se sobressaem com a exploração dos brasileiros evidenciando uma característica de s uperioridade lusitana existente desde a colonização. Por outro lado, Jerônimo seria o imigrante português que se deixa levar pelo meio e acaba se tornando pertencente a classe inferior em que foi submetido. 5- CLASSIFICAR DENTRO DO NATURALISMO
Dentre as características do Naturalismo que se pode evidenciar na persona
gem, Jerônimo podemos citar a preferência naturalista pelas camadas mais pobres, com o pedreiros - o caso do lusitano -, e ambientes igualmente pobres- o cortiço; a te ntativa de explicar as atitudes da personagem com teorias científicas, nesse caso , determinismo do meio. A lascívias de macaco e cheiro sensual dos bodes