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Características
1. Tipicidade:
- Impossibilidade de criação pelas partes;
AÇÕES REAIS
Ações possessórias: reestabelecer ou manter a posse
Esbulho – privação total da posse
Turbação – perturbação/moléstia
Em casos de esbulho: cabe ação de reintegração de posse.
Em casos de turbação: cabe ação de manutenção de posse.
Em casos de ameaça: cabe interdito proibitório.
OBS: tratando-se de propriedade – Ação reivindicatória;
At. 576 do CC
“A posse é um puro fato, consiste em comportar-se com relação a uma coisa, como se titular
fosse do direito. Existe e produz seus efeitos sem que se tenha que averiguar se o possuidor tem ou não
direito de agir como o faz”
Possibilidade de proteger quem não tem o direito;
Motivos para a proteção da posse: paz pública e a presunção de que o possuidor tem direito a
posse;
A concessão da liminar analisa a aparência;
TERMINOLOGIA
DEFINIÇÃO:
No senso comum posse é ter, reter
Art. 1196 – poderes inerentes a propriedade
Quase-posse: Direito de posse sobre coisa alheia, geralmente vinculada ao usufruto
Propriedade e domínio: sinônimos ou propriedade é mais abrangente e alcança bens incorpóreos
Definição: a pessoa dispõe de poder físico sobre a coisa, mas sem animus domini, apenas em
nome de alguém, ou seja, possui apenas o animus tenendi e não terá posse, apenas detenção.
É o fâmulo da posse ou servidor da posse
Características:
a) Existência de um vínculo de subordinação entre o detentor e o titular da posse;
b) Em nome do titular da posse e sob suas instruções o detentor conserva a coisa;
c) Detenção é temporária;
d) Existe uma relação jurídica entre detentor e possuidor
Detentor não usufrui da proteção possessória, nem obtém a aquisição do domínio mediante
usucapião;
Detentor pode ser réu em ação reivindicatória
Art. 1228 do CC: O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Ex: vínculo de trabalho (carro, imóvel);
OBS: Códigos de 1916 e 2002 adotam a teoria de Ihering, mas há elementos da teoria de Savigny
em ambos:
Ex. art. 1238 - possuir como seu um imóvel
Ex. art. 1.260 - Aquele que possuir coisa móvel como sua
NATUREZA DA POSSE
Posse é um fato que nem sempre resulta ou decorre de um direito subjetivo, é suficiente que a
posse tenha aparência de direito para ser exercida, enquanto fato;
Posse é um estado de fato, protegida pelo direito e com efeitos jurídicos;
Posse é um direito – seria subjetivo?
Posse é uma relação jurídica – pois produz efeitos no mundo jurídico?
A posse seria um direito subjetivo, pois ao ser violada é objeto de ação possessória, portanto ela
é bem mais do que um fato;
Posição do Ihering: posse não é um fato, mas um direito, ele identifica a posse como um direito
real, coerente com a definição de direito subjetivo: a posse envolve um interesse juridicamente
protegido;
Para outros autores é um direito subjetivo, mas não é um direito real;
Para o CC: a posse não configura direito real, mas pessoal, pois não está incluída no rol do art.
1.225
A posse não tem certos predicados dos direitos reais: direito de sequela, validade erga omnes,
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CONCEITO DE POSSE
POSSE: ART. 1196
DEFINIÇÃO DE POSSUIDOR
Posse: exercício de algum dos poderes conferidos pelos direitos reais
PODERES; Uso, gozo, disposição de reaver a coisa;
No CC a posse não precisa de animus domini
Joel Dias Ferreira: Posse seria a função social da propriedade
Supera a dicotomia da teoria objetiva e subjetiva
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
POSSE DIRETA E INDIRETA
Art. 1197 do CC
Poderes da posse concentrados na esfera patrimonial de uma pessoal ou podem estar dispersos
em mais de um titular;
POSSE DIRETA: o proprietário detém a coisa e preserva os poderes de uso, gozo e
disponibilidade, assim ele preserva para si a posse
O proprietário exerce a faculdade de concentrar ou transferir poderes;
Quando o proprietário transfere uso e gozo, ele deixa de ter poder físico sobre a coisa, mas
exerce um senhorio
É a chamada dicotomia da posse
POSSE INDIRETA: O proprietário mantém o direito a substância da coisa e outra pessoa vai
poder usar, usufruir e dispor
Ex. Locatário e usufrutuário
Direito real de usufruto Posse direta é do usufrutuário
Posse indireta é do nu-proprietário (dono, mas não tem poder de utilização)
OBS: locador e locatário podem se valer das ações possessórias, porém do locador em relação ao
locatário só cabe ação de despejo.
Desmembramento da posse tem natureza transitória
Art. 1197 – possuidor direto defende a sua posse quanto ao indireto
Indireto não defende a posse, mas retoma a posse da coisa.
COMPOSSE ou COMPOSSESSÃO
Coisas indivisíveis
É a própria posse direta ou indireta, quando partilhada por 2 ou mais pessoas;
Decorre de ato inter vivos (casamento em comunhão de bens) ou causa mortis (herança não
partilhada)
Nenhum dos compossuidores possui a coisa por inteiro , cada um possui uma parte abstrata e não
pode dispor senão dessa parte.
Exemplo:
Artur divide com Ingrid, sua companheira estável, um apartamento de sua propriedade. Artur, além de
ser proprietário do imóvel, é também possuidor do mesmo. Ingrid, por sua vez, é apenas possuidora do
bem
Absoluta ou plena é com relação ao poderes que são exercidos em sua integridade
Exemplo: A compra e utiliza imóvel (Posse é plena e exclusiva)
Exemplo 2: Se A aluga o apartamento para seu uso (A posse é exclusiva), mas não é plena, pois nem
todos os poderes da posse estão com ele.
Composse é diferente de condomínio (propriedade que é comum)
Todos tem direito a ação possessória
Um compossuidor pode valer-se de ação possessória em relação a outro
Consequências práticas desta distinção: tratando-se de composse, nos litígios com terceiros,
todos são considerados possuidores e podem defender a posse. Indiferente de a composse ser pró
diviso ou pró indiviso.
Na composse pró diviso eles podem invocar proteção possessória entre eles.
Exemplo: João invadiu a parte de Pedro, Pedro pode pedir reintegração de posse? Pode.
Externamente todos são possuidores de um todo, e, portanto todos podem defender a posse.
Internamente não.
Para saber se uma posse é justa ou injusta a análise é objetiva, diferente na posse de boa fé ou má
fé que a análise é subjetiva, pois considera a vontade do agente.
Ex: posse pode ser injusta e o possuidor desconhecer essa condição;