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Está situada no sul da Região Nordeste, fazendo limite com outros oito estados brasileiros
- é o estado brasileiro que mais faz divisas:[12] com Minas Gerais a sul, sudoeste e sudeste;
com o Espírito Santo a sul; com Goiás a oeste e sudoeste; com Tocantins a oeste e
noroeste; com o Piauí a norte e noroeste; com Pernambuco a norte; e
com Alagoas e Sergipe a nordeste. A leste, é banhada pelo Oceano Atlântico e tem, com
novecentos quilômetros, a mais extensa costa de todos os estados do Brasil, com acesso
ao Oceano Atlântico. Ocupa uma área de 564 733,177 km²,[3] sendo pouco maior que
a França. Dentre os estados nordestinos, a Bahia representa a maior extensão territorial,
a maior população, o maior produto interno bruto e o maior número de municípios. A
capital estadual é Salvador, terceiro município mais populoso do Brasil. Além dela, há
outros municípios influentes na rede urbana baiana, como as capitais regionais Feira de
Santana, Vitória da Conquista, Barreiras, o bipolo Itabuna-Ilhéus e o bipolo Juazeiro-
Petrolina,[13] sendo este último um município pernambucano e núcleo, junto com Juazeiro,
da RIDE Polo Petrolina e Juazeiro. A essas, somam-se, por sua população e importância
econômica, três municípios integrantes da Grande Salvador: Camaçari, Lauro de
Freitas e Simões Filho; e os municípios interioranos de Jequié, Teixeira de
Freitas, Alagoinhas, Santo Antônio de Jesus, Eunápolis, Porto Seguro e Paulo Afonso.
Um dos primeiros núcleos de riqueza açucareira do Brasil, recebeu a Bahia imenso
contingente e enorme influência de trabalhadores compulsórios africanos, trazidos pelos
colonizadores europeus para comercialização, visando a suprir os engenhos e as minas de
ouro da colônia.[14] Esses indivíduos escravizados procediam em especial do Golfo da
Guiné, das antigamente chamadas costas dos escravos, da pimenta, do marfim e do ouro,
no oeste africano, com destaque para o Império de Oyo, fundado e habitado pelo
povo iorubá, e o antigo reino de Daomé. Em contraposição, o Rio de Janeiro viria a
receber, posteriormente, escravos procedentes principalmente
de Angola e Moçambique.[15] Assim, a influência da cultura africana na Bahia permaneceu
alta na música, na culinária, na religião, no modo de vida de sua população, não só ao
redor de Salvador e Recôncavo baiano, mas, principalmente, em toda a costa baiana. Um
dos símbolos mais importantes do estado é a da negra com o tabuleiro de acarajé, vestida
de turbante, colares e brincos dourados, pulseira, saias compridas e armadas, blusa de
renda e adereços de pano da costa, a típica baiana.
A Bahia é considerada a parte mais antiga da América Portuguesa, pois foi na região
de Porto Seguro — posteriormente incorporada ao território baiano — que a frota de Pedro
Álvares Cabral ancorou, em abril de 1500, marcando o descobrimento oficial do Brasil
pelos portugueses e a celebração da primeira missa, na praia da Coroa Vermelha,
presidida pelo frei Henrique Soares de Coimbra.[14][16] É de se destacar também o decreto
de abertura dos portos às nações amigas, promulgada em 28 de janeiro de 1808 por meio
de uma Carta Régia pelo príncipe regente dom João VI de Portugal, na Capitania da
Bahia, acabando com o monopólio comercial e abrindo a economia brasileira para o
comércio exterior.[17][18][19][20] Em 1 de novembro de 1501, o navegante florentino Américo
Vespúcio, a serviço da Coroa portuguesa, descobriu e batizou a Baía de Todos-os-Santos,
maior reentrância de mar no litoral desde a foz do Rio Amazonas até o estuário do Rio da
Prata. O local foi escolhido para abrigar a sede do governo-geral em março de 1549 com a
chegada do fidalgo Tomé de Sousa, a mando do rei Dom João III de Portugal para fundar
a que seria, pelos próximos 214 anos, a cidade-capital do Brasil Colônia, Salvador.
Ao longo da história, a Bahia recebeu diversos encômios como Boa Terra e Terra da
Felicidade, por causa de sua população alegre e festiva.[21] Possui um alto potencial
turístico, que vem sendo muito explorado através de seu litoral (o maior do Brasil),
da Chapada Diamantina, do Recôncavo e de outras belezas naturais e de valor histórico e
cultural. Possui a sétima maior economia do Brasil, com produto interno brutosuperior a
245 bilhões de reais, representando 16 000 reais de PIB per capita. A sua renda, no
entanto, é mal distribuída, se refletindo num índice de desenvolvimento humano de 0,714
em 2017, o sexto menor do Brasil.[22]. Na Bandeira do Brasil, o estado da Bahia é
representado pela estrela Gamma Crucis (? Crucis) da constelação do Cruzeiro do
Sul (Crux).[23]
Topônimo
O topônimo "Bahia" é uma referência à Baía de Todos os Santos, a qual deu o nome,
originalmente, à Capitania da Baía de Todos os Santos. A capitania foi transformada, em
1821, em província. Em 1889, a Província da Bahia tornou-se o atual Estado da Bahia.
"Bahia" é a grafia antiga para "baía", a qual se conservou, no Brasil, por uma questão de
tradição. No entanto, na variante europeia da língua portuguesa (destacando aí Portugal),
a grafia também correta e usual é "Baía"; os dicionários portugueses como o da Porto
Editora,[24][25][26] o da Texto Editores e o da Academia de Ciências de Lisboa, que é
o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, definem a palavra baiano como
alguém que é originário do estado brasileiro da Baía, utilizando essa grafia.
O gentílico "baiano", já supracitado, não conserva a ortografia antiga. Embora a
grafia Bahia siga as regras gerais da atual ortografia da língua portuguesa, está registrada
na quinta edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia já estava
consagrada como exceção no ponto 42 do Formulário Ortográfico de 1943:
"Os topônimos de tradição histórica secular não sofrem alteração alguma na sua grafia,
quando já esteja consagrada pelo consenso diuturno dos brasileiros. Sirva de exemplo o
topônimo Bahia, que conservará esta forma quando se aplicar em referência ao Estado e à
cidade que têm esse nome. Observação. — Os compostos e derivados desses topônimos
obedecerão às normas gerais do vocabulário comum".
História
Ver artigo principal: História da Bahia
Colonização portuguesa
Ver artigos principais: Colonização do Brasil e Descoberta do Brasil
Local de chegada dos primeiros portugueses ao Brasil no ano de 1500, a região do que
viria a ser o estado da Bahia começou a ser povoada por portugueses em 1534. Até então,
a região era habitada por indígenas como os tupinambás, os aimorés e
os tupiniquins.[30] No território correspondente ao atual estado da Bahia, foram formadas
cinco capitanias hereditárias entre 1534 e 1566, conservadas até a segunda metade
do século XVIII. Foram elas: a Capitania da Bahia, doada a Francisco Pereira
Coutinho em 5 de março de 1534; a Capitania de Porto Seguro, doada a Pero do Campo
Tourinho em 27 de maio de 1534; a Capitania de Ilhéus, doada a Jorge de Figueiredo
Correia em 26 de julho de 1534; a Capitania das Ilhas de Itaparica e Tamarandiva, doada
a dom Antonio de Athayde em 15 de março de 1598; e a Capitania do Paraguaçu ou do
Recôncavo da Bahia, doada a Álvaro da Costa em 29 de março de 1566.[31]
Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral, fundou Salvador, que se tornou a primeira
capital do país em 1549 devido à necessidade de se criar um centro político e
administrativo capaz de congregar todas as capitanias. Foi, por muitos anos, a maior
cidade das Américas. Em 1572, o governo colonial dividiu o país em dois governos: um
sediado em Salvador, e o outro no Rio de Janeiro. A situação se manteve até 1581,
quando a capital do Brasil passou a ser, novamente, apenas Salvador. A capital foi
transferida para o Rio de Janeiro definitivamente em 1763 pelo rei dom João V devido
à descoberta do ouro e pedras preciosas em Minas Gerais, de modo que a nova capital
tivesse mais fácil acesso às regiões mineradoras.[32] Desde então, o eixo Sul-Sudeste se
consolidou como o novo centro econômico-político-administrativo do Brasil.
Em Salvador, concentrou-se uma grande população
de europeus, índios, negros e mestiços - em decorrência da economia centrada no
comércio com dezenas de engenhos instalados na vasta região do Recôncavo.[33][34]
O território original da Bahia compreendia a margem direita do Rio São Francisco (a
esquerda pertencia a Pernambuco). Estava, basicamente, dividido entre dois
grandes feudos: a Casa da Ponte e a Casa da Torre, dos senhores Guedes de
Brito e Garcia d'Ávila, respectivamente - promotores da ocupação de seu território.[carece de
fontes]
Invasões neerlandesas
Ver artigos principais: Invasões holandesas do Brasil § A invasão de Salvador (1624-
1625) e Presença neerlandesa no Brasil § Processos de conquista
Planta da restituição da Bahia (de 1631 por João Teixeira Albernaz, o Velho): em primeiro plano,
a Armada Espanhola.
Conjuração Baiana
Ver artigo principal: Conjuração Baiana
Bandeira da República Baiense. As cores (azul, branco e vermelho) do movimento são as mesmas
da atual bandeira do estado.
Independência
Ver artigo principal: Independência da Bahia
As lutas pela emancipação tiveram início na Bahia, ainda em 1821 e, mesmo após a
declaração de independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, o estado continuou em
luta contra as tropas portuguesas até a rendição destas, ocorrida no dia 2 de julho de
1823, após diversas batalhas. A data, feriado estadual, é comemorada pelos baianos
como o Dia da Independência da Bahia.[37]
Outras revoltas
Com a independência do Brasil, os baianos exigiram maior autonomia e destaque. Como a
resposta foi negativa, organizaram levantes armados que foram sufocados pelo governo
central. Foi o caso da Federação do Guanais, levante de 1832.[carece de fontes]
Em 1834, a Bahia foi palco da Revolta dos Malês (como eram conhecidos os escravos
africanos islamizados), tida como a maior revolta escrava da história do Brasil. Com
a República, ocorreram outros incidentes políticos importantes, como a Guerra de
Canudos e o bombardeio de Salvador, em 1912. A Bahia contribuiu ativamente para
a história brasileira e muitos expoentes baianos constituem nomes de proa
na política, cultura e ciência do país.[carece de fontes]
Geografia
Hidrografia
Ver também: Lista de rios da Bahia, Lista de lagoas da Bahia e Regiões hidrográficas da
Bahia
O principal rio é o São Francisco, que corta o estado na direção sul-norte. Com
importância análoga, os rios Paraguaçu - maior rio inteiramente baiano - e o de Contas -
maior bacia situada apenas no estado -, que se somam aos rios
Jequitinhonha, Itapicuru, Capivari, Rio Grande, entre outros, compõem um total de
dezesseis bacias hidrográficas.[38]
Em março de 2009, através da resolução número 43 do Conselho Estadual de Recursos
Hídricos (Conerh), o estado foi dividido em 26 regiões, chamadas de Regiões de
Planejamento e Gestão das Águas (RPGA). Essas regiões hidrográficas organizam
as bacias hidrográficas no território baiano para fins de planejamento público, muitas vezes
em volta de um curso de água principal ou um grupo deles. A resolução instituiu RPGA's
para o Riacho Doce (I), Rio Mucuri (II), Rios Peruíbe, Itanhém e Jucuruçu (III), Rios dos
Frades, Buranhém e Santo Antônio (IV), Rio Jequitinhonha (V), Rio Pardo (VI),[40] Leste
(VII), Rio de Contas (VIII), Recôncavo Sul (IX), Rio Paraguaçu (X), Recôncavo Norte
(XI), Rio Itapicuru (XII), Rio Real (XIII), Rio Vaza-Barris (XIV), Riacho do Tara (XV), Rios
Macururé e Curaçá (XVI), Rio Salitre (XVII), Rios Verde e Jacaré (XVIII), Lago de
Sobradinho (XIX), Rios Paramirim e Santo Onofre (XX), Riachos da Serra Dourada e do
Brejo Velho (XXI), Rio Carnaíba de Dentro (XXII; Rio Grande (XXIII), Rio
Corrente (XXIV), Rio Carinhanha (XXV), Rio Verde Grande (XXVI).[41]
Relevo e geologia
Clima
Devido à sua latitude, o clima tropical predomina em toda a Bahia, apresentando
temperaturas elevadas, em que as médias de temperatura anuais, em geral ultrapassam
os 30 °C, entretanto na serra do Espinhaço as temperaturas são mais amenas e
agradáveis. Também se encontra o clima tropical de altitude em cidades da Chapada
Diamantina (Piatã a 1268 metros do nível do mar) e no sudoeste do estado (Vitória da
Conquista está entre 923 metros e 1100 metros de altitude). Contudo, no sertão, o clima é
o semiárido, em que os índices pluviométricos são bastantes baixos, sendo comuns os
longos períodos de seca.
Há distinções apenas quanto aos índices de precipitação em cada uma das diferentes
regiões. Enquanto que no litoral e na região de Ilhéus, a umidade é maior, e os índices de
chuvas podem ultrapassar os 1 500 milímetrosanuais, no sertão pode não chegar aos
quinhentos milímetros anuais.[42] A estação das chuvas é irregular, consequentemente
podendo falhar totalmente em certos anos, desencadeando a seca, que é mais marcante
no interior, com exceção para região do vale do rio São Francisco.
Vegetação
Em relação à fitogeografia, possui três grandes formações vegetais: a caatinga, que é
a vegetação predominante, a floresta tropical úmida e cerrado. A caatinga se localiza em
toda a região norte, na área da depressão do São Francisco, também conhecida
como Depressão Pernambucana, e na serra do Espinhaço. Resta para o cerrado a porção
ocidental e para a floresta tropical úmida, o sudeste.[42]
A floresta tropical úmida sofreu forte impacto da exploração antrópica, devido à
abundância de madeiras de lei. Os plantios de cacau foram feitos nessa vegetação.
Nesses locais vem ocorrendo o reflorestamento com o eucalipto, especialmente na região
do extremo sul do estado.[carece de fontes]