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SERAFIM – ASSESSORIA & CONSULTORIA JURÍDICA

MARCELO SERAFIM DE SOUZA - OAB/ES 18.472


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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO 6ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE


VILA VELHA/ES

Bem-aventurados os que
observam a justiça...
(Salmos 106:3)

AÇÃO PENAL Nº 0000017-05.2018.8.08.0035

CIRLENE PEREIRA ABRAAO, já devidamente qualificada nos autos da Ação Penal suso
mencionada, que lhe move o Ministério Público Estadual, por seu advogado que esta subscreve,
vem respeitosamente, à honrada presença de Vossa Excelência, com supedâneo nos artigos 396,
396–A e 397, todos do Código de Processo Penal, apresentar

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

DOS FATOS
Consta dos autos da Ação Penal suso, que o defendente supostamente teria infringido o infringiu
o artigo 157, §2º, II c/c, inciso II, c/c artigo 14, II, ambos do CPB, haja vista, conta do APFD, que
o defendente, em companhia de terceiro, mediante violência, tentou subtrair para si, coisa
alheia móvel, pertencente à vítima dos autos.

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Finaliza a denúncia em comento: “Assim, agindo o denunciado infringiu o artigo 157, §2º, II c/c,
inciso II, c/c artigo 14, II, ambos do CPB.

É a breve síntese do necessário.

PRELIMINARES
A denúncia oferecida pelo Representante do Ministério Público encontra-se em desrespeito aos
preceitos do nosso sistema processual penal, devendo, pois, ser rejeitada, conforme o artigo
395, I e III do Código de Processo Penal.

De modo primevo, por ser manifestamente INEPTA, haja vista que da narrativa dos fatos não
decorrer logicamente a conclusão e consequente emersão inequívoca do nexo entre fato e
acusado, ofensa inconteste ao ditame do artigo 41 do pátrio Código de Processo Penal.

O que percebe-se é uma distribuição sem critério de condutas atribuídas a alguns agentes, não
fornecendo elementos suficientes para definir com clareza qual conduta é atribuída a cada um
dos agentes.

Nesta esteira, lancemos lume ao precedente da 6ª turma do STJ:


HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. CORRUPÇÃO PASSIVA.
OPERAÇÃO TERMES. TRANCAMENTO DO PROCESSO. INÉPCIA DA INICIAL
CONFIGURADA. DENÚNCIA QUE NÃO ATENDE AOS REQUISITOS LEGAIS.
MANIFESTA ILEGALIDADE. ORDEM CONCEDIDA. 1. É ilegítima a
persecução criminal quando, comparando-se os tipos penais apontados
na denúncia com as condutas atribuídas aos denunciados, verifica-se
ausente o preenchimento dos requisitos do art. 41 do Código de Processo
Penal, necessário ao exercício do contraditório e da ampla defesa. 2. A

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denúncia não apontou, ainda que minimamente, qual ato de corrupção


passiva está sendo imputado ao paciente, de forma suficiente para a
deflagração da ação penal, visto que não narrou, de modo detalhado, o
fato delituoso e suas circunstâncias, principalmente porque não
descreveu, de forma clara e precisa, quando e de quem ele solicitou ou
recebeu, direta ou indiretamente, ou aceitou promessa de vantagem
indevida. Ordem concedida, ex officio, para conceder a ordem postulada
apenas para, nos autos da Ação Penal nº 000624633.2008.4.01.3600, em
trâmite na 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Cuiabá, declarar a
inépcia da denúncia quanto ao crime de corrupção passiva, sem prejuízo
de que seja oferecida nova denúncia em desfavor do paciente, com estrita
observância dos ditames previstos no art. 41 do Código de Processo
Penal1.

Especificamente no paradigma do acusado DYEGO RAMON PENHA COSTA, não há


individualização mínima da conduta deste em relação ao arcabouço acusatório, onde cada
denunciado deveria ter delineada, mesmo que minimamente, sua conduta no caso de concurso
de agentes, condicionante inexistente nesta denúncia.

Assevera o grande doutrinador pátrio Guilherme Nucci:


A individualização da pena tem o significado de eleger a justa e adequada
sanção penal, quanto ao montante, ao perfil e aos efeitos pendentes
sobre o sentenciado, tornando-o único e distinto dos demais infratores,
ainda que coautores ou mesmo corréus. Sua finalidade e importância é a
fuga da padronização da pena, da “mecanizada” ou “computadorizada”

1
STJ HABEAS CORPUS Nº 131.678 MT (2009/00497974). RELATOR: MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ. Data de Julgamento:
14/02/2017. T6 SEXTA TURMA. Data de Publicação: DJe 23/02/2017.
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aplicação da sanção penal, prescindindo da figura do juiz, como ser


pensante, adotando-se em seu lugar qualquer programa ou método que
leve à pena preestabelecida, segundo um modelo unificado, empobrecido
e, sem dúvida, injusto2.

Como o acusado poderia defender-se se nem mesmo a parte ex adversa na presente Ação Penal
define de modo cristalino quais condutas são imputadas a este? Não obstante a alegação supra,
a denúncia carece de uma das mais contundentes preliminares que reúne as CONDIÇÕES DA
AÇÃO que é a JUSTA CAUSA, ou seja, o lastro probatório mínimo para que a acusação tenha
fulcro e assaz consistência em seu intento.

Amiúde, consideremos as evidências sobressaltadas adiante: O Ministério Público se limitou a


dizer que todas as partes acusadas nos autos estavam, sem exceção, em comunhão de desígnios
para o cometimento do crime dos autos.

É de assaz sabença que, o acusador deve descrever precisa e detalhadamente a imputação que
faz ao acusado na peça exordial, nos termos do art. 41 do Código de Processo Penal. Nesse
ponto, se o acusador não especifica os fatos adequadamente, há inépcia da denúncia.

Contudo, quando sustenta o Parquet que o denunciado praticou os crimes em comento, em


substrato afirma tão somente uma conduta típica, ilícita e culpável, não providenciando a
análise profunda dos fatos em suas características individuais e circunstanciais, afrontando o
instituto da individualização da pena.

2
NUCCI, Guilherme de Souza. Individualização da Pena. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 25

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DOS CONTROVERSOS DEPOIMENTOS EM SEDE POLICIAL


Às fls. 02, no depoimento do condutor e primeira testemunha SD/PM – José Abraão Nogueira
Gomes, este afirmara em sede administrativa que:
Na data de 12/05/2008, por volta das 23:30, foi solicitado pela Sra.
Clemelza Eusébio, informando que sua mãe, VANILDA EUZÉBIO (vítima
dos autos), quando voltava para sua residência em Povoação, havia sido
agredida e estuprada por 3 (três) homens, sendo que conhecia 2 (dois) dos
autores, como sendo DIEGO e “CHUPETA”.

Às fls. 04, a vítima dos autos, em sede policial, disse que:


Na data de 12/05/2008, por volta das 21 horas, quando estava retornando
para sua residência, passou no Bar Toca da Chaiane, onde estava DIEGO e
“CHUPETA” e um outro acusado que a vítima não conhece; Informa, que
quando estava indo embora, passou por uma rua escura e sentiu que uma
pessoa o agarrou pelas costas e tapou sua boca e em seguida, juntamente
com mais dois homens, a levaram para a rua da praia, querendo dinheiro
e começaram agredi-la fisicamente, com socos e pontapés; Informa que
conhecia dois dos autores, sendo eles “CHUPETA” e DIEGO; Informa ainda,
que em dado momento, os autores comentaram entre si, que teriam que
matar a vítima, porque senão ela os denunciariam e começaram a pegá-la
pelos cabelos, batendo sua cabeça contra o solo, até que a vítima
desfaleceu, o que fez com que os autores pensassem que vítima havia
morrido então foram embora; Informa que depois de algum tempo, a
vítima recuperou seus sentidos e estava sem calcinha, não sabendo
precisar o que de fato aconteceu e então conseguiu chegar até a casa de
sua filha Clemilza e pediu ajuda...

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Às fls. 05, o Sr. UEVERSON PEROBA ANCHIETA, vulgo “CHUPETA”, afirmou em seu depoimento
em sede policial que:
Acerca dos fatos constantes no BOP PM Nº 1474, datado de 11/05/2008,
afirma que não são verdadeiros, alegando que passou toda a tarde de
ontem, no Bar do Russo, em Povoação, ingerindo bebida alcoólica,
juntamente com seus familiares e a noite, chegou a Sra. VANILDA
EUZÉBIO, juntamente com uma outra mulher e também começaram a
ingerir bebida alcoólica, em uma outra mesa; Que não se recorda o horário
que foi embora de referido bar, mas o fez acompanhado de seus
familiares; Informa que nesse momento, a suposta vítima também foi
embora do bar; Esclarece, que posteriormente retornou ao já citado bar,
acompanhado de DIEGO RAMON PENHA COSTA, e lá encontrou os
sobrinhos do interrogando... Que lá tomou conhecimento que a Sr.ª
Vanilda havia sido agredida e que foi encontrada sem roupas...

Às fls. 06, o defendente afirma em seu depoimento em sede policial que:


Não são verdadeiros os fatos imputados contra si, alegando que estava
em sua residência e por volta de 22 horas, passou na casa de Kener,
cunhado de UEVERSON PEROBA ANCHIETA, conhecido por “CHUPETA”, e
lá o encontrou e permaneceu por cerca de 40 minutos e depois foram para
o Bar do Russo, em Povoação, onde encontraram alguns primos, tanto do
interrogando, quanto do Ueverson; Que lá tomaram cerca de três cervejas
e depois foram para o Bar da Zeca e por volta de 01 hora foi embora para
sua residência na companhia da mãe, cunhada e sobrinhos de “Chupeta”;
Esclarece que quando estava no Bar do Russo, apareceu Ulildon, filho da
Sra. VANILDA EUZÉBIO, indagando da esposa do Russo, se não teriam,
visto sua mãe, sair com alguém e depois contou o acontecido...

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ÁS Fls. 67 dos autos, onde se vislumbra o competente LAUDO DE EXAME DE CONJUNÇÃO


CARNAL, assim ficou constatado pelos peritos ao periciar a vítima dos autos, com espeque em
seu relato de estupro:
VULVA SEM LESÕES E PAREDE VAGINAL SEM SECREÇÃO.

Às fls. 79 dos autos, em novo depoimento em sede policial, a vítima dos autos, assim declara:
Que a DECLARANTE perguntou a VANILDA se a mesma havia sido abusada
sexualmente, PORÉM A MESMA NÃO SOUBE DIZER, EM VIRTUDE DE SEU
ESTADO DE EMBRIAGUEZ ALCOÓLICA; Que a DECLARANTE DESCONFIOU
QUE A MESMA PODERIA TER SIDO VIOLENTADA SEXUALMENTE POR
ESTAR SEM CALCINHA... (sem grifos no original)

DO MÉRITO
FATOS & DIREITO EM MIRÍADE ANTE O CASO CONCRETO
Assevera a narrativa da exordial que o denunciado foi incurso na denúncia promovida pelo
Parquet pelo suposto protagonismo na autoria dos tipos penais descritos no artigo o artigo 157,
§2º, II c/c, inciso II, c/c artigo 14, II, ambos do CPB. Haja vista, conforme relata o APFD, o Acusado
em companhia de terceiro, mediante violência, tentou subtrair para si, coisa alheia móvel,
pertencente à vítima dos autos.

Com veemência, a defesa confessa que, com tamanho erro crasso da acusação em respeitar a
observância dos requisitos mínimos para oferecimento da denúncia, sente-se ressabiada em
delinear contra QUAL CONDUTA está defendendo seu patrocinado, haja vista que o eminente
Parquet, nestes autos, não objetiva tal prática ou quando o faz, executa de modo precário.

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NÃO HÁ NOTÍCIA NOS AUTOS QUAISQUER MENÇÃO À QUAL(AIS)


OBJETO(S) “SUPOSTAMENTE” TERIAM SIDO ROUBADO(S) DA VÍTIMA DOS
AUTOS.

O QUE NOS CAUSA MUITA ESTRANHEZA. O QUE HÁ NOS AUTOS É FALÁCIA


ACUSATÓRIA SEM MÍNIMA COMPROVAÇÃO, OU SEJA, SEM NADA
PROVAR.

Conforme podemos observar a Denúncia Excelência, a mesma tem sua base formada apenas
por depoimentos da vítima e, dos condutores. Estes últimos que, sequer “presenciaram” os
acontecimentos na exordial acusatória delineados. Isso é, se realmente há materialidade. O que
duvidamos.

Em nosso sistema processual penal acusatório, cabe ao Ministério Público, com provas robustas,
comprovar a real existência do delito, não baseando sua acusação apenas em depoimentos da
vítima. O Policial Militar que executou a prisão do acusado, não presenciou o fato.

O Direito Penal brasileiro possui dentre vários princípios, o do in dúbio pro reo, em que, havendo
dúvida quanto à autoria do delito, deve-se absolver o réu, e para que haja a condenação é
necessária a real comprovação da autoria e da materialidade do fato, caso contrário, o fato deve
ser resolvido em favor do acusado.

É como assevera a decisão do Egrégio Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:


“EMBARGOS INFRINGENTES. FURTO DE UMA ÉGUA. ANIMAL
ENCONTRADO NA PROPRIEDADE DO ACUSADO. PROVA ORAL

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CONSTITUÍDA APENAS DO DEPOIMENTO DA VÍTIMA. DÚVIDA SOBRE A


AUTORIA. ABSOLVIÇÃO. A prova produzida não foi capaz de demonstrar
ter sido o réu o autor do furto do animal encontrado em sua propriedade.
O processo penal não autoriza conclusões condenatórias baseadas em
suposições ou indícios pouco robustos. A prova deve estar clara,
escorreita e sem ensejar qualquer dúvida para resultar condenação. Caso
contrário, imperativa a absolvição. Prevalência do voto vencido. Embargos
acolhidos. Por maioria."(Embargos Infringentes e de Nulidade Nº
70030654552, Terceiro Grupo de Câmaras Criminais, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Carlos Alberto Etcheverry, Julgado em 21/08/2009).

No mesmo rumo, o entendimento majoritário de que não sendo o conjunto probatório


suficiente para afastar toda e qualquer dúvida quanto à responsabilidade criminal do acusado,
mister é a prolação de sentença absolutória.

Assim sendo, concluímos que em matéria de condenação criminal, não bastam meros indícios.
A prova da autoria deve ser lógica e livre de dúvida, pois só a certeza autoriza a condenação no
juízo criminal. Não havendo provas suficientes, a absolvição do réu deve prevalecer.

Apenas a declaração da suposta vítima de um crime não é suficiente para deflagrar a ação penal
contra o acusado de cometê-lo. Tal entendimento é da 5ª Câmara Criminal do Estado do Rio
Grande do Sul:
"ROUBO. MAJORADO. EMPREGO DE ARMA E CONCURSO DE AGENTES.
INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. ABSOLVIÇÃO. A palavra da vítima depende
de apoio no demais da prova. Reconhecimento policial precário e dúbio.
PROVA INCONSISTENTE. Conjunto probatório insuficiente a amparar a
condenação dos apelantes. In dubio pro reo. Absolvição que se impõe,

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com base no art. 386, IV, do Código de Processo Penal. RECURSO


PROVIDO."(Apelação Crime nº 70040421489, 5ª Câmara Criminal do TJRS,
Rel. Aramis Nassif. J. 09.02.2011, DJ 16.03.2011). (grifo nosso)

Assim sendo, para que a ação penal seja deflagrada, a acusação necessita apresentar provas
capazes de apontar os indícios de autoria e materialidade, além da constatação da ocorrência
de infração penal, não podendo uma denúncia ser baseada apenas na palavra da vítima.

Não há provas que comprovem que o réu fora preso com o objeto que materializa o delito a si
imputado, sendo este apenas cogitado pela vítima nos depoimentos durante a fase
investigatória.

De seu turno, o depoimento prestado pelo policial militar não poderá jamais operar validamente
contra o réu, visto que o mesmo não presenciou o suposto fato criminoso.

Sinale-se, outrossim, que para referendar-se uma condenação no orbe penal, mister que a
autoria e a culpabilidade resultem incontroversas. Caso contrário, a absolvição se impõe por
critério de justiça, visto que, o ônus da acusação recai sobre o artífice da peça portal. Não se
desincumbindo, a contento, de tal tarefa, marcha, de forma inexorável, a peça parida pelo
dominus litis ao exício.

Neste mesmo sentido, se posiciona a jurisprudência pátria:


"APELAÇÃO CRIME. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. INSUFICIÊNCIA
PROBATÓRIA. ABSOLVIÇÃO. A condenação exige certeza quanto à
existência do fato e sua autoria pelo réu. Se o conjunto probatório não é
suficiente para esclarecer o fato, remanescendo dúvida insuperável,
impositiva a absolvição do acusado com fundamento no art. 386, VII, do

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CPP."(Apelação Crime nº 70040138802, 8ª Câmara Criminal do TJRS, Rel.


Danúbio Edon Franco. J. 16.02.2011, DJ 16.03.2011). (grifo nosso)

"Sendo conflitante a prova e não se podendo dar prevalência a esta ou


aquela versão, é prudente a decisão que absolve o Réu". (AP. 29.889,
TACrimSP, Relator Cunha Camargo).

"Sentença absolutória. Para a condenação do réu a prova há de ser plena


e convincente, ao passo que para a absolvição basta a dúvida,
consagrando o princípio ‘in dubio pro reo’ contido no art. 386, VI do CPP.”
(JTACrim, 7226, Relator Alvaro Cury).

" A absolvição sumária autorizada pelo Código é norma tradicional do


direito pátrio e inspira-se na razão preponderante de evitar para o réu
inocente as delongas e nos notórios inconvenientes do julgamento pelo
júri "(Magalhães Noronha, Direito Processual penal).

Destarte, todos os caminhos conduzem à absolvição do réu, frente o conjunto probatório


domiciliado a demanda, em si sofrível e altamente defectível, para operar e autorizar um juízo
de censura contra o denunciado.

Tais afirmações se fazem verdadeiras porque na peça inaugural, o denunciado fora acusado por
fatos com respaldo fático viciado, o que inviabiliza a sua defesa, restringindo seu direito
constitucionalmente garantido da ampla defesa, onde o acusado é elencado unicamente por
evidências dúbias, nebulosas e turvas.

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Desde a gênese do discorrer processual, trago a superfície nestes autos, a pretensão punitiva é
impulsionada ante o acusado por colocações da acusação que não encontram azo, infundadas e
sem nenhum sustento fático.

Seria auspicioso demais considerar coesos os contornos tão divergentes delineados aos fatos e
a imputação deste resultante, quiçá (como no paradigma processual em diatribe) sem prova
alguma da materialidade em relação ao acusado. É a síntese basilar do que se discorre.

Impende ressaltar que, a prova carreada aos autos é extremamente frágil, colhidas na fase
inquisitorial, que nenhum lume faz ante o indício de envolvimento do acusado no delito de
maneira manifesta que lance à lógica nexo causal algum entre o acusado e ato delitivo em tela.

Ante todo o exposto, resta sedimentado que o acusado está sendo alvo de um crasso equívoco
estatal, por conta de uma criativa e combalida denúncia que neste tomo defensivo sofre
embate, não restando qualquer lacuna jurídica que demonstre sua outorga em face do acusado
DYEGO RAMON PENHA COSTA.

Restando apenas, ante a observância dos princípios constitucionais supra elencados,


dispositivos legais e jurisprudenciais inerentes, que o ora acusado seja devidamente
ABSOLVIDO, em relação ao crime dos autos. É o que requer a defesa.

DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS


Ex positis, requer-se deste douto juízo, seja PRELIMINARMENTE declarada a INÉPCIA da
EXORDIAL ACUSATÓRIA, haja vista que da narrativa dos fatos não decorrer logicamente a
conclusão e consequente emersão inequívoca do nexo entre fato e acusado, ofensa inconteste
ao ditame do artigo 41 do pátrio Código de Processo Penal.

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NO MÉRITO, requer-se à Vossa Excelência, seja esta Resposta à Acusação recebida, onde, com
supedâneo nos artigos 397, III c/c art. 386, II, V e VII do Código de Processo Penal, pleiteia-se a
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA do Acusado, em face da atipicidade dos fatos narrados na peça
acusatória, considerando-se a ausência de materialidade em relação a este e a falta de nexo
entre fato e objeto que leve a um raciocínio indutivo seguro para a imputação das condutas
delituosas ao acusado, em que não se pode atribuir ao réu, pelos motivos supra expendidos.

Requer-se também, o reconhecimento da nulidade da decisão de recebimento da denúncia para


que outra seja prolatada em seu lugar, desta feita explicitando as razões fáticas e jurídicas do
indeferimento ou recebimento do petitório inaugural.

Não sendo este o entendimento, o que se diz apenas por argumentar, reserva-se ao direito de
proceder em maiores delongas suas justificativas defensivas nas considerações finais,
protestando, de logo, provar o alegado por todas as provas em direito processual penal
admitida, valendo-se, sobretudo, do depoimento das testemunhas arroladas.

Requer-se também, o deferimento quanto ao arrolamento das mesmas testemunhas da


denúncia; requerendo-se a substituição, oportunamente, se necessária;

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Vitória, 24 de outubro de 2017

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MARCELO SERAFIM DE SOUZA
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