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Introdução ......................................................................................................................... 1
Conclusão ....................................................................................................................... 19
Neste trabalho vamos tratar de um assunto muito recorrente nos âmbitos sociais que
frequentamos, a ética. Talvez um assunto não muito discutido, mas sempre observado.
Para cada profissional foram feitos os códigos de ética para serem seguidos, a ética
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1. Ética e profissão
A ética hoje é vista como uma conduta de efeitos amplos, globais mesmo diante dos
povos que possuem tradições e costumes diferentes.
Quem pratica a profissão dela se beneficia, assim como o utente dos serviços também
desfruta de tal utilidade. Isto é que, entretanto, que tudo o que é útil entre duas partes o
seja para terceiros e para uma sociedade.
O valor profissional deve acompanhar-se de um valor ético para que exista a integral
imagem de qualidade.
A profissão, pois, que pode enobrecer pela acção correta e competente, pode também
ensejar a desmoralização, através da conduta inconveniente, coma a de princípios éticos.
O valor da utilidade, pois, é relativo e pode contrair os preceitos de uma conduta sadia.
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3. Especialização, cultura e utilidade profissional
Em meu modo de entender, a cultura geral ensina a viver com maior intensidade e a
compreender a própria especialização sob um prisma de maior valor O conhecimento de
filosofia, por exemplo, abandonado por certos pro as de educação, como inútil ou
supérfluo, diante da dinâmica moderna, reconhecido, em Congresso Internacional de
Educação que se realizou em Belo Horizonte em 1995, como imprescindível à formação
cultural de todas s profissões.
Sempre afirmei que não há cultura inútil, mas sim os que não sabem reconhecer a
utilidade da cultura. Por menor que seja o conhecimento, ele será sempre maior que a
ignorância.
A especialização tem sua utilidade, seu valor, sendo impossível negar tal evidência; não
se trata apenas da identificação de uma classe de valor, mas também da qualidade
superior que esse valor pode alcançar, se a especialização for complementada com
outras culturas.
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4. Função social da profissão e ambiente social contemporâneo
Nas circunstâncias descritas, podem ocorrer atitudes mentais adversas para a nação e
para a sociedade.
O que é natural, como ético, é que a profissão esteja a serviço do social, quer das
células, quer do conjunto indiscriminadamente.
Escreveu Toffler, a respeito da questão, analisando a situação do fim do século XX, que
“a lista dos problemas que a nossa própria sociedade enfrenta é interminável.
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O referido autor, ao reclamar que o mundo mudou, mas que a política e o procedimento
ético não acompanharam tal mudança, mostra o elevadíssimo grau de decadência moral
a que se chegou, em razão do poder das minorias, que vêm mantendo uma fachada de
democracia, mas sem que o povo tenha acção sobre os verdadeiros destinos de suas
nações.
Estamos, cada vez mais, nos constituindo, como diz Toffler, em uma’ “sociedade
desmassificada", o que também cada vez mais dificulta a mobilização de maiorias para
uma posição de reforma imediata.
Apresentam-se ideias antigas, fracassadas em suas épocas, mas com outra rotulagem,
cercadas de vasta propaganda e literatura (como o caso da “reengenharia", para citar se
um só exemplo), preocupadas apenas com a “vende de serviços", para promoverem
receitas profissionais, sem responsabilidades m relação aos efeitos sociais das medidas
derivadas.
Planos económicos são elaborados para efeitos políticos, sem atenção aos danos sociais
que causam, sobrepondo interesses monetários àqueles e do bem-estar.
Todo esse quadro de atentados das profissões ao ambiente social, praticado todos os
níveis e em todas as classes, não por todos, mas por grupos minoritários dominantes,
mostram-nos a distância entre o ideal social e o egoísmo acentuado no desempenho de
um trabalho de cunho apenas lucrativo e de proveito individual.
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O movimento das cruzadas, na Idade Média, e as Guerras Mundiais, na Idade
Contemporânea, são apenas dois entre miríades de exemplos que poderiam ser evocados
para evidenciar que o destino dos povos nem sempre segue um puro interesse moral e
que o social pode estar encasulado e envolvido por essas “bandeiras de verdades
aparentes".
Como conceber o verdadeiramente moral perante a nação, perante o Esta do, perante a
sociedade, perante a humanidade, é um tema deveras complexo.
Entre a vontade ética, aquela da concepção de Kant, de Espinosa, e aquela que se toma
para satisfazer tais “bandeiras", parece-me existir um conflito ideológico de
profundidade.
Até que ponto a vontade do ser, para ser ética, deva seguir os princípios de uma ciência
ou de uma vontade exigível que se ajusta ou amolda a critérios de conveniências de
“bandeiras" políticas, mascarada como social, em um momento histórico, entendo
como valioso distinguir-se, pois custo a aceitara referida mescla.
Questiona-se até que ponto o profissional deve atender a uma Ética científica ou a uma
conduta volvida ao cumprimento das leis de seu país(que espelham a política do
governo das minorias dominantes, segundo Toffler, na actualidade).
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As profissões que derivam da aplicação de conhecimentos classificados como sociais,
do homem, diante das realidades contemporâneas, encontram sérias dificuldades.
Não podemos negar que o Estado nasceu de uma vontade das sociedades o poder nome
de tal instituições nem sempre se têm comportado dentro de se organizarem, mas não é
menor verdade que a autoridade e exercidos em dos interesses das próprias sociedades.
O direito pode legitimar um poder e este legitimar outras situações d direito, mas nada
disso legitima a conduta que se processa contra os princípios éticos.
Não se confundem, pois, as formas legais com as essências éticas, e nisso pode residir
uma colisão entre as acções do poder e aquelas da real prática das virtudes.
A obrigação ética não se confunde, entendo, com a obrigação legal, imposta pelo poder.
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A realidade, entretanto, mostra-nos, também, que não existem sociedades constituídas
total e exclusivamente por virtuosos, nem só por células sociais eficazes.
Tarefa da ciência ética e das ciências sociais é contribuir para que tais estágios
desejáveis sejam alcançados, pelo menos, quase totalmente.
Isto implica a produção de modelos científicos que podem ser construídos para que
sejam paradigmas de uma nova sociedade, conquistada pelos esforços do
aperfeiçoamento das condutas e da consecução da felicidade.
Não se trata de desejos vãos, como equivocadamente admitiu Russell, mas de esforços
da razão no sentido da produção de axiomas para uma convivência humana fundada
em critérios de condutas e procedimentos competentes para a consagração do respeito
humano e da vitória do amor sobre todos os vícios, como Espinosa sonhou em sua
modéstia de vida, mas em sua grandeza de alma.
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5. Deveres Profissionais
Esses deveres impõem-se e passam a governar a acção do individuo perante seu cliente,
seu grupo, seus colegas, a sociedade, o Estado e especialmente perante sua própria
conformação mental e espiritual.
É lícito, pois, falar de uma ética profissional, como algo amplo, e de uma tica
Profissional Aplicada a determinada profissão, como algo restrito (Ética Profissional
Aplicada à Contabilidade, Ética Profissional Aplicada ao Direito, Ética Profissional
Aplicada à Medicina etc.).
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Nem sempre a escolha coincide com a vocação, mas feita a eleição, inicia se um
compromisso entre o individuo e o trabalho que se propõe a realizar. Tal compromisso,
essencial, está principalmente volvido para a produção com qualidade, ou seja, para a
materialização de todo um esforço, no sentido de que se consiga oferecer o melhor
trabalho.
A profissão não deve ser um meio, apenas, de ganhar a vida, mas de ganhar pela vida
que ela proporciona, representando um propósito de fé. Seus deveres, nesta acepção,
não são imposições, mas vontades espontâneas. Isto exige, portanto que a selecção da
profissão passe pela vocação, pelo amor ao que se faz, como condição essencial de uma
opção.
Isto não significa, todavia, que ninguém possa tornar-se um apaixonado to de outro
conhecimento, tendo escolhido o que não lhe era movido pelo entendia estar
vocacionado.
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8. Dever de conhecer a profissão e a tarefa
Aceitar um encargo sem ter capacidade para exercê-lo é uma prática condenável, em
razão dos danos que pode causar.
Quem aceita prestar serviços sem ter a competência necessária ou se star atento para que
esta se consubstancie comete infracção aos princípios tica, em razão do prejuízo
defluente.
Um trabalho malfeito pode causar sérios desastres. Mesmo quando se como fazer, se o
trabalho não for executado de acordo com este conhecimento também se comete uma
infracção ética, ocorrendo, no caso, a negligência, como bem a classifica e exemplifica
Marden.
Um médico especializado em ortopedia que aceita tratar de um paciente que tem rinite
alérgica pode cometer sérios erros em relação a seu paciente.
Um auditor que aceita dar parecer sobre um grande número de empresas, mas que não
pode acompanhar e supervisionar directamente todos os trabalhos corre o risco de
certificar situações contrárias à verdade.
O dever de conhecer envolve, pois, o de estar apto perante a ciência, a tecnologia, a arte
(qual seja o caso) e o de ter domínio total sobre tudo o que envolve o desempenho
eficaz da tarefa.
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O dever para com a eficácia da tarefa envolve a posse do saber, a percepção integral do
objecto de trabalho e a aplicação plena do conhecimento de ambos na execução, de
modo a cumprir-se tudo o que se faz exigível, com a perfeição desejável, segundo
entendo.
Ter conhecimento é saber como executar e também ter pleno domínio e deve ser
executado, quando a questão se trata sob a visão da Ética.
Não se pode excluir da profissão seu carácter de utilidade e não se pode conceber
utilidade sem que a função profissional se exerça com eficácia.
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10. Dever da execução das tarefas e das virtudes exigíveis
Se a profissão eleva o nível moral do indivíduo, por sua vez, também exige dele uma
prática valorosa, como escolha, pelas vias da virtude.
De um profissional se exige, geralmente, seja qual for sua função, a prática virtudes.
Eticamente, receber toda a atenção, cuidado e dedicação.
De um profissional se exige, geralmente, seja, qual for sua função, prática das seguintes
capacidades básicas como virtude como valores necessários e compatíveis a práticas de
cada utilidade requerida pelo utente dos serviços profissionais:
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47. Nacionalismo
1. Abnegação 24. Discrição
48. Naturalismo
2. Afabilidade 25. Eficácia
49. Obediência
3. Altruísmo 26. Eficiência
50. Objectividade
4. Aptidão 27. Eloquência
51. Optimismo
5. Atenção 28. Empenho
52. Parcimónia
6. Atitude 29. Energia
53. Percepção
7. Autenticidade 30. Entusiasmo
54. Perfeccionismo
8. Benevolência 31. Espontaneidade
55. Perseverança
9. Carácter 32. Estilo
56. Personalidade
10. Cautela 33. Estratégia
57. Perspicácia
11. Coerência 34. Eupraxia
58. Persuasão
12. Concentração 35. Fidelidade
59. Pontualidade
13. Compreensão 36. Firmeza
60. Pragmatismo
14. Coragem 37. Gosto
61. Precisão
15. Criatividade 38. Gratidão
62. Pré-percepção ou
16. Decisão 39. Honestidade
Presunção
17. Decoro 40. Idealismo
63. Probidade
18. Detalhamento 41. Improvisação
64. Projecção
19. Determinação 42. Lealdade
65. Prudência
20. Dignidade 43. Liberalidade
66. Racionalismo
21. Diligência 44. Loquacidade
67. Realismo
22. Diplomacia 45. Magnanimidade
68. Receptividade
23. Disciplina 46. Moderação
69. Reflexão
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70. Religiosidade
71. Retórica
72. Rigor
73. Sacrifício
74. Sagacidade
75. Sensibilidade
76. Sensualidade
77. Sentimentalidade
78. Subtilidade
79. Serenidade
80. Seriedade
81. Sigilo
82. Simplicidade
83. Sinceridade
84. Sinergia
85. Sofisticação
86. Solidariedade
87. Temperança
88. Tolerância
89. Tradição
90. Utilitarismo
91. Veracidade
92. Versatilidade
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93. Vitalidade
94. Vivacidade
95. Voluntariedade
96.Zelo
Entretanto, não é só a quantidade das virtudes que nos deve impressionar, mas,
notadamente, a qualidade com que devem ser desempenhadas pois isto identifica uma
relação entre o carácter do profissional e o exercício de sua profissão.
O que representa um valor, uma expressão de virtude, em uma profissão, pode não
representar em outra e até ser considerado inadequado ou fora de propósito capacidade
do ser dentro de uma conduta moral ou aprovada para a prática de um trabalho de
utilidade social ou micros social.
Com isso, o pensador romano desejou afirmar que o dever muda de acordo com a
circunstância, mas não deixou de atribuir ao caso o carácter da excepcionalidade. Ele
resumia todas as virtudes nos sentimentos de: (1) busca da verdade; (2) preservação da
sociedade ou do colectivo; (3) moderação; e (4) temperança.
Parece haver, em tese, como sentimento natural, uma tendência a resolvermos primeiro
os problemas de nosso eu, depois os de terceiros e muito depois os da sociedade
próxima ou global.
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Antes de sentirmos as necessidades de terceiros, são as nossas que mais nos
impressionam (esta é uma realidade), embora isso possa contrariar alguns pensadores
que raciocinam sempre por critérios dedutivos.
É axiomático que o ser, no trabalho, não é um elemento isolado, quando dele faz meio
de sobrevivência porque para haver quem preste o serviço, é preciso que também haja
quem o tenha requerido(isto é o normal, a regra).
A educação dentro das doutrinas morais, logo, da Ética, requer uma visão macrossocial
(a nação, o estado, toda a sociedade que nos acerca).
O trabalho é um dever social, mas não apenas pelo que produz de efeitos materiais,
necessário sendo que tenha feição de utilidade também para o colectivo, com renúncias
de fortes egoísmos e defesa de uma global felicidade.
É imprescindível que os profissionais estimulem uns aos outros, e muito mais ainda
devem respeitar e conduzir suas entidades a coordenar e liderar tais campanhas.
Sabemos que esta consciência holística, embutida naquela profissional, não é tão fácil
de ser conseguida e que as decepções que o povo tem diante do poder de um Estado
corrupto e perdulário pioram essa visão, desfocada que se acha pela imoralidade que
parte dos escalões superiores politicamente.
Todavia, se cada um fizer sua parte, para melhoria da consciência colectiva de sua
categoria e da nação, estará fazendo tudo para que se alcancem dias melhores.
É preciso não confundir Estado com sociedade nem poder público com interesse dos
cidadãos, pois tais posições podem estar, inclusive, em conflito, diante da moral.
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Se o trabalho é dever social e se este se estriba na virtude, como veículo humano
supridor das necessidades, pela utilidade da oferta do bem como instrumento e fim, aí se
encontra o núcleo das reformas.
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Conclusão
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Referências bibliográficas
TOFFLER, Alvin, TOFFLER, Heidi. Criando uma nova civilização. Lisboa: livro de
Brasil, 1995. P. 139, 183
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