Formação dos professores para a educação profissional
Jonatan Augusto da Silva
A educação profissional sempre sofreu de uma dualidade histórica conforme nos
diz Moura (2007), onde no Brasil até o século XIX os únicos registros de ensino eram direcionados para as elites e a educação profissional tinha um caráter de assistencialismo e basicamente os formadores eram os mestres artesãos. Com o passar do tempo a educação profissional passou a ter um maior reconhecimento, pois os profissionais oriundos desta modalidade são de extrema importância para o funcionamento das fabricas, desta forma a educação profissional passou a ser mais organizada, porem no que se refere a elevação do grau de formação de seus professores não acompanhou tal evolução, sendo sempre deixada de lado ou citada como complemento em alguma lei e sendo formados em cursos com caráter emergenciais de curta duração e nem sempre com qualidade visando atender com urgência a demanda da classe capitalista. Com a integração da Rede Federal de Educação Técnica e Tecnológica na formação para o ensino profissional, as escolas federais se tornaram participantes fundamentais na qualificação dos professores que devem atuar no ensino técnico, pois em sua formação é proporcionado ao futuro professor um aprofundamento em questões que extrapolam os limites dos saber técnico e entra na gama dos saberes humanos, fazendo com que este aluno pense e desenvolva conceitos a respeito de filosofia e sociologia bem como passa a ter contata com estratégias e metodologias de ensino para embasar sua atividade de ensinar, porém com um olhar além do conceitos técnicos passando a observar seu aluno como um ser humano que possui emoções e conhecimentos anteriores que podem e devem ser aproveitados da melhor maneira possível. As tentativas de avançar a formação de professores para a educação profissional historicamente de forma rápida e as vezes correndo o risco de se tornar banalizada caminha junto com a competição desta área com o mercado de trabalho, no que se refere ao acesso aos professores, pois a grande massa destes docentes de educação profissional são provenientes de graduações técnicas e acabam optando por uma formação mais rápida e flexibilizada para adentrar em uma nova área de atuação trazendo consigo uma grande experiência técnica agregada aos novos conhecimentos pedagógicos. Um risco presente em sucessivas flexibilizações pode acarretar em uma formação insuficientes o que pode gerar um enfraquecimento alarmante da qualidade do ensino profissional gerando desta forma uma grande quantidade de alunos sem a menor qualificação profissional para exercer a atividade para o qual este buscou se qualificar e uma forma de minimizar este impacto, visto que é o cenário atual, seja uma seleção criteriosa destes professores de forma que os impactos sejam minimizados nos maiores interessados que são os alunos que precisam se qualificar da melhor forma possível para se tornarem competitivos em suas atribuições e além disso possam se tornar seres humanos melhores e mais bem preparados para os desafios da vida.
MOURA (2007) Holos, Ano 23, Vol. 2 - 2007 4 EDUCAÇÃO BÁSICA E
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: DUALIDADE HISTÓRICA E PERSPECTIVAS DE INTEGRAÇÃO Dante Henrique Moura Professor do CEFET-RN. Doutor em Educação