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“Cinema-história cria uma relação complexa que qualifica um outro ponto dialético que não aquele
do historiador que quer estudar o cinema como obra de arte (ou como sistema complexo de
produção – a economia do cinema – a evolução de suas técnicas, por exemplo) ou do cineasta que
quer representar, e tratar dos fenômenos históricos-sociais e os da vida tout court!” p. 15
“A partir da ideia da história como razão poética, busco explorar o valor epistemológico da
imaginação e das hipóteses como elementos fundamentais para a construção de um novo paradigma
histórico, da forma como expus e defendi em Congressos, Simpósios e artigos.” p. 17
“Uma das hipóteses principais era a de que as novas tecnologias áudio-imagéticas, em especial as
de suporte digital, tinham aberto um imenso potencial para criação de novas representações do real
e do imaginário sócio-historico. Consequentemente, abriram novos caminhos para a construção da
história, que superariam os limites, tantos dos textos escritos, quanto dos textos clássicos áudios-
visuais (cinema, vídeo, televisão), criando novas possibilidades narrativas.” (p. 17)
“[...] elaborei um sistema de hipóteses sobre as novas formas de escrita historiográfica que podem
surgir a partir de vias de utilização dos novos suportes tecnológicos. As combinações imagem-som-
ideias tem produzido um complexo sistema que podem tornar os discursos históricos mais
competentes e mais completos para a produção de narrativas históricas mais próximas ainda da
realidade objetiva dos processos históricos.” (p. 17, 18)
“É fato que as imagens e os sons da história provocaram não apenas a reflexão, a razão pura, mas
uma razão 'contaminada' de emoção. Antes esta era tida como só prejudicial à compreensão-
explicação científica dos fenômenos e processos históricos.” (p. 18)
O que ele reivindica é uma razão contaminada de emoção? Uma emoção subordinada e não uma
razão logopática?
“'como um modo elemento essencial de acesso ao mundo' (CABRERA, 2006, p. 16; grifos do autor).
Logopatia, o termo cunhado por Cabrera, indica razão e afeto entrelaçados no pensamento.”
(http://www.rua.ufscar.br/cabrera-e-o-conceito-imagem-possibilidades-de-abordagem-do-
audiovisual/ Acesso em: 12/04/2018. Cabrera e o conceito-imagem: possibilidades de abordagem
do audiovisual. Lázaro Barbosa é bacharel em filosofia pela UFRN, com experiência nas áreas de
filosofia contemporânea, literatura comparada e cinema. Contato: lazaras.ufrn@gmail.com)
“A razão pura, racionalista, a experiência com cinema-história possibilitou uma crítica fundamental.
Para sair da crise de paradigmas e especialmente do paradigma cartesiano da razão pura, fui forçado
a enfrentar a referida discussão posta a áreas diversas do saber que não apenas a área das Ciências
Humanas. Era preciso assimilar a questão: em que medida o racionalismo cartesiano era capaz de
dar conta do lugar do sentimento-emoção na produção e circulação do conhecimento.
Cheguei, através de Fougeyrollas a Kant e a Friedrich Nietzsche como dois críticos do cientificismo
cartesiano. Kant estabelece pela primeira vez que o conhecimento resulta de uma colaboração entre
as sensações e os conceitos.” (p. 18)
“Nietzsche foi, junto om Marx, dos poucos que compreendeu que a especulação filosófica nascida
com Platão, reformulada por Descartes e revolucionada por Kant, tinha encontrado um limite no
racionalismo.” (p. 19)
“Marx, por sua vez, foi pelo menos desde as suas Teses sobre Feuerbach também um pensador
crítico do racionalismo cientificista do século XIX e da modernidade. A tese marxiana sobre eles
(os filósofos não fizeram outra coisa senão interpretar o mundo) deve ser capturada também como
um plaidoyer por uma razão não contemplativa, mas dionisíaca.” (p. 19)
“A importância adquirida por Marx para a nossa pesquisa reside no fato de que com ele pela
primeira vez a crítica da modernidade e de suas representações ideológicas encontra uma base
material-empírica na sua teoria do fetichismo da mercadoria.” (p. 20)
Uma razão contaminada de emoção entraria no processo científico por meio da imaginação para
preencher lacunas?