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Fichamento - NÓVOA, J. Apologia da relação cinema-história.

In: Cinema-História: teoria e


representações sociais no cinema. 2 ed. Rio de janeiro: Apicuri, 2008. p. 13-40.

“Cinema-história cria uma relação complexa que qualifica um outro ponto dialético que não aquele
do historiador que quer estudar o cinema como obra de arte (ou como sistema complexo de
produção – a economia do cinema – a evolução de suas técnicas, por exemplo) ou do cineasta que
quer representar, e tratar dos fenômenos históricos-sociais e os da vida tout court!” p. 15
“A partir da ideia da história como razão poética, busco explorar o valor epistemológico da
imaginação e das hipóteses como elementos fundamentais para a construção de um novo paradigma
histórico, da forma como expus e defendi em Congressos, Simpósios e artigos.” p. 17
“Uma das hipóteses principais era a de que as novas tecnologias áudio-imagéticas, em especial as
de suporte digital, tinham aberto um imenso potencial para criação de novas representações do real
e do imaginário sócio-historico. Consequentemente, abriram novos caminhos para a construção da
história, que superariam os limites, tantos dos textos escritos, quanto dos textos clássicos áudios-
visuais (cinema, vídeo, televisão), criando novas possibilidades narrativas.” (p. 17)
“[...] elaborei um sistema de hipóteses sobre as novas formas de escrita historiográfica que podem
surgir a partir de vias de utilização dos novos suportes tecnológicos. As combinações imagem-som-
ideias tem produzido um complexo sistema que podem tornar os discursos históricos mais
competentes e mais completos para a produção de narrativas históricas mais próximas ainda da
realidade objetiva dos processos históricos.” (p. 17, 18)
“É fato que as imagens e os sons da história provocaram não apenas a reflexão, a razão pura, mas
uma razão 'contaminada' de emoção. Antes esta era tida como só prejudicial à compreensão-
explicação científica dos fenômenos e processos históricos.” (p. 18)
O que ele reivindica é uma razão contaminada de emoção? Uma emoção subordinada e não uma
razão logopática?
“'como um modo elemento essencial de acesso ao mundo' (CABRERA, 2006, p. 16; grifos do autor).
Logopatia, o termo cunhado por Cabrera, indica razão e afeto entrelaçados no pensamento.”
(http://www.rua.ufscar.br/cabrera-e-o-conceito-imagem-possibilidades-de-abordagem-do-
audiovisual/ Acesso em: 12/04/2018. Cabrera e o conceito-imagem: possibilidades de abordagem
do audiovisual. Lázaro Barbosa é bacharel em filosofia pela UFRN, com experiência nas áreas de
filosofia contemporânea, literatura comparada e cinema. Contato: lazaras.ufrn@gmail.com)

“A razão pura, racionalista, a experiência com cinema-história possibilitou uma crítica fundamental.
Para sair da crise de paradigmas e especialmente do paradigma cartesiano da razão pura, fui forçado
a enfrentar a referida discussão posta a áreas diversas do saber que não apenas a área das Ciências
Humanas. Era preciso assimilar a questão: em que medida o racionalismo cartesiano era capaz de
dar conta do lugar do sentimento-emoção na produção e circulação do conhecimento.
Cheguei, através de Fougeyrollas a Kant e a Friedrich Nietzsche como dois críticos do cientificismo
cartesiano. Kant estabelece pela primeira vez que o conhecimento resulta de uma colaboração entre
as sensações e os conceitos.” (p. 18)
“Nietzsche foi, junto om Marx, dos poucos que compreendeu que a especulação filosófica nascida
com Platão, reformulada por Descartes e revolucionada por Kant, tinha encontrado um limite no
racionalismo.” (p. 19)
“Marx, por sua vez, foi pelo menos desde as suas Teses sobre Feuerbach também um pensador
crítico do racionalismo cientificista do século XIX e da modernidade. A tese marxiana sobre eles
(os filósofos não fizeram outra coisa senão interpretar o mundo) deve ser capturada também como
um plaidoyer por uma razão não contemplativa, mas dionisíaca.” (p. 19)
“A importância adquirida por Marx para a nossa pesquisa reside no fato de que com ele pela
primeira vez a crítica da modernidade e de suas representações ideológicas encontra uma base
material-empírica na sua teoria do fetichismo da mercadoria.” (p. 20)

“A neuro-biologia evidenciou de forma contundente e revolucionárias a inoperância do pensamento


cartesiano e das antigas formas de separação em compartimentos estanques, corpo-mente/razão-
emoção. Rompem com o paradigma cartesiano que separa o corpo da mente. Damásio em Erro de
Descartes parte de uma história emblemática de consequências transcendentes para as diversas
ciências, inclusive para pedagogia.” (p. 21)

Uma razão contaminada de emoção entraria no processo científico por meio da imaginação para
preencher lacunas?

“Para o estudo da percepção, da cognição, enfim, o funcionamento da consciência, a consequência é


radical: no processo ensino/aprendizagem, assim como na produção do conhecimento, não pode
existir separação absoluta entre razão/emoção.” (p. 22)
“Para as pesquisas ligadas a problemática cinema-história o alcance dessa transcendência é
incontornável: os novos meios de construção de discursos e narrativas para a história, não somente
pode usar as IMAGENS e os sons como suportes e recursos atrativos. Ao constituírem componentes
fundamentais das novas linguagens eles se tornam, mais que possíveis; tornam-se imprescindíveis
porque mais eficazes.” (p. 22)
“No entanto, somente nos anos sessenta e setenta do nosso século é que começou a se afirmar uma
nova concepção que admitia tratar a história, enquanto processo, utilizando o filme como
documento.” (p. 23)
“Quando o historiador passou a observar o filme, para além de fonte de prazer estético e de
divertimento, rapidamente ele o percebeu como agente transformador da história e como registro
histórico. Neste momento, tornou-se inevitável a cunhagem do binômio cinema-história. Este busca
traduzir a importância que a relação cinema-história adquiriu ao longo do século XX.” (p. 24)
“Nenhum documento se impôs tanto, de tal modo a fazer jus a uma elaboração teórica, como
ocorreu com o filme. Este, para o cientista social, para o psicólogo e para o psicanalista, passou a
ser visto como um modelador de mentalidades, sentimentos e emoções de milhões de indivíduos, de
anônimos agentes históricos, mas também como registro do imaginário e das ações dos homens nos
vários quadrantes do planeta. (p. 24)
“O filme, ficção ou realidade é, por conseguinte, um documento histórico da maior importância!
Logo no início do século, ele passou, voluntariamente, a ser utilizado como instrumento de
registros.” (p. 25)
“O fenômeno do cinema se transformou assim, rapidamente, em um excelente meio de dominar
corações e mentes, criando e manipulando as evidências, elaborando uma realidade que quase
nunca coincide objetivamente com o processo histórico que pretende traduzir. A realidade-ficção do
cinema promove, de fato, as leituras e interpretações das camadas sociais que, direta ou
indiretamente, controlam os meios de produção cinematográfica. Estes se tornaram, ao longo do
século, um dos mais eficazes instrumentos promotores de substância ideológica homogeneizadora
da dominação do capital nas diversas nações e no mundo, a ponto de se usar, de mais a mais, em
alguns meios científicos e em diversas latitudes/longitudes, já não mais tanto a ideia do consenso,
mas a noção do ´pensamento único', para acentuar a ação dominadora dos meios de comunicação
hoje.” (p. 25) Seria nisso a contribuição aludida pelo autor de Marx, que criticou a modernidade e
suas representações ideológicas, desvendando o fetichismo de mercadoria, que se perfaz nos filmes
enquanto objetos que ocultam as relações que envolvem sua produção? É o que parece. Nesse
sentido, importa destacar o seguinte trecho: “Assim, se não bastasse a importância do cinema-
divertimento, do cinema-arte e, da mesma forma, do cinema-documentário como laboratório para a
investigação do historiador, é preciso examinar a fundo o cinema como veículo de ideologias
formadoras das grandes massas da população e que ode ser utilizado, com plena consciência de
causa, como meio de propaganda.” (p. 25)
“A verdade é que o fenômeno do cinema cria uma outra história contra a qual os livros não podem
muita coisa, se considerar o condicionamento da visão das massas. Este fenômeno é tão mais sério
se observar o alcance da televisão e, mais recentemente, do videocassete em todo o planeta.” (p. 27)
“Se o objeto das nossas reflexões é indivisível na sua diversidade, por que então não assumir até as
últimas consequências, em nossa démarche produtora e difusora de conhecimentos, este pressuposto?
Por que deveria ser então o filme um documento indesejado, ignorado e negligenciado? Porque a
linguagem do cinema seria inteligível e de interpretação incerta, diriam alguns renitentes. […] A
cientificidade não será necessariamente assegurada pela escolha prévia de zonas permitidas e pela
delimitação de zonas proibidas à ciência histórica em construção. […] Ela sempre se achou
condicionada socialmente pela ideologia dominante de sua época e pelos interesses conscientes ou
inconscientes que perseguem os historiadores. Em função desses fatores, muitas fontes são deixadas
de lado. Os documentos são assim submetidos a uma hierarquia tão real como a que de fato existe
na sociedade.” (p. 29)
“O passado projeta-se sobre o presente e inversamente. Isto é verdade no domínio do ser social
tanto quanto naquele da produção de conhecimento. Mas impõe-se a questão a saber: precisam os
homens de auto-conhecimento para enfrentarem o devir histórico e continuarem existindo ou a
produção historiográfica é apenas o resultado de um saber desinteressado e, no máximo,
insaciavelmente curioso?” (p. 32)
“Entretanto, é também verdade que essas complexas relações não ocorrem mecanicamente e
possibilitam brechas por onde o olho mais objetivo do historiador e dos pesquisadores das
humanidades pode olhar. E se, por natureza de classe e instinto, mas também por consciência, os
setores hegemônicos das sociedades têm receio deste olho científico – o que torna ainda mais
explosivas as consequências das suas iluminações e revelações sobre o passado e o presente – esses
mesmos setores não podem prescindir de sua auto-imagem histórica. Precisam, portanto, do
trabalho de historiadores e cientistas sociais, dos filósofos, ideólogos e comunicadores e, por
conseguinte, de construir e reconstruir permanentemente a sua auto-imagem. Precisam, portanto,
também, daqueles que traduzem essa auto-imagem para as telas, sobretudo, quando nelas são
exibidos documentários ou filmes de motivação histórica.” (p. 32, 33)
“Diante disso, os filmes podem e devem ser tratados como documentos para a investigação
historiográfica do mesmo modo que a literatura, a pintura, a arquitetura e os monumentos. Para a
ciência histórica, o fenômeno cinematográfico assume uma dimensão ainda mais importante que o
da literatura. Isto foi demonstrado, de modo irrefutável pela experiência do século. O cinema
tornou-se um insubstituível instrumento de produção e difusão, não de consciência real, muito
menos de ciência, mas de massificação de ideologia mantenedora do status quo.” (p. 33)
“Desse modo, ao tratar o filme como agente ou como fonte, o historiador terá que fazer face ao
complexo e fundamental problema da reconstrução do real, seja no nível das relações sociais, seja
no nível da psicologia social, das chamadas mentalidades ou do imaginário, ou ainda das
articulações destas com a ideologia e com as relações sociais de uma determinada sociedade.” (p.
34)
“O filme é um recurso particular e insubstituível que toma de assalto os indivíduos e suas razões,
envolvendo-os na trama do real. Somente a disciplina e o afastamento conscientemente elaborados
permitem dissecá-lo. Ao arrebatar emocionalmente os estudiosos, o filme obriga-os, do mesmo
modo, à busca do método científico como condição sine qua non da superação das dúvidas e da
construção do distanciamento histórico como único meio possível a uma compreensão objetiva. É
exatamente dessa maneira que a emoção pode e deve-se ligar à razão.” p. 37
“O percurso é inexorável se se encontram motivação e condições minimamente favoráveis. Da vida
à história, passa-se à história da vida, que deve pulsar nos livros e nas discussões, onde a emoção
transforma-se num veículo importantíssimo, subordinando-se à razão, à análise e à síntese,
crescentemente disciplinada.” (p. 37)

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