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2019

Guia do Monitor de
Física

9º ANO
AUTOR: JOÃO MARCOS

EDUCANDÁRIO SAGRADA FAMÍLIA

0
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Sumário
Unidade 1 – Cinemática ........................................................................................ 4
Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) ............................................................ 4
Velocidade escalar média ............................................................................. 4
Aceleração escalar média ............................................................................. 4
Função horária de espaço ............................................................................. 4
Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV) .................................. 5
Função horária da velocidade escalar instantânea ...................................... 5
Função horária do espaço............................................................................. 5
Equação de Torricelli..................................................................................... 5
Atividades de Fixação ........................................................................................... 8
Resoluções ............................................................................................................ 9
Unidade 2 – Movimento circular .......................................................................... 8
Velocidade angular média ................................................................................ 8
Frequência e período ........................................................................................ 8
Exercícios de fixação ........................................................................................... 10
Resoluções .......................................................................................................... 11
Unidade 3 – Ondulatória..................................................................................... 12
Classificação das ondas ................................................................................... 12
Quanto à natureza ...................................................................................... 12
Quanto à direção de vibração..................................................................... 12
Quanto à direção de propagação ............................................................... 12
Elementos de uma onda ................................................................................. 13
Acústica ........................................................................................................... 14
Fenômenos sonoros.................................................................................... 14
Efeito Doppler ................................................................................................. 15
A qualidade do som ........................................................................................ 16
Intensidade ................................................................................................. 16
Altura .......................................................................................................... 16
Timbre ......................................................................................................... 16
Atividades de Fixação ......................................................................................... 17
Resoluções .......................................................................................................... 19
Unidade 4 – Óptica ............................................................................................. 20
Fontes de luz ................................................................................................... 20
Fontes de luz própria, primária, ou corpo luminoso .................................. 20

1
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Fontes de luz secundária, ou corpos iluminados ........................................ 20


A velocidade da luz ......................................................................................... 21
Princípios da Óptica geométrica ..................................................................... 21
Princípio da propagação retilínea da luz .................................................... 21
Princípio da independência dos raios luminosos ....................................... 21
Princípio da reversibilidade dos raios luminosos ....................................... 22
Reflexão da luz ................................................................................................ 22
Leis de reflexão ............................................................................................... 22
Refração da luz................................................................................................ 22
Leis de refração ........................................................................................... 23
Sistemas ópticos ............................................................................................. 23
Espelhos ...................................................................................................... 23
Lentes esféricas............................................................................................... 24
Elementos de uma lente esférica ............................................................... 24
Classificações das lentes ............................................................................. 24
Prismas ............................................................................................................ 24
Espectro visível ............................................................................................... 25
Exercícios de fixação ........................................................................................... 26
Resoluções .......................................................................................................... 26
Unidade 5 – Eletrostática.................................................................................... 28
Corpo eletricamente neutro e corpo eletricamente carregado ..................... 28
Quantização da carga elétrica ........................................................................ 28
Processos de eletrização ................................................................................. 28
Por atrito ..................................................................................................... 29
Por contato ................................................................................................. 29
Por indução ................................................................................................. 30
Atividades de fixação .......................................................................................... 30
Resoluções .......................................................................................................... 31
Unidade 6 – Eletrodinâmica................................................................................ 32
Circuitos elétricos ........................................................................................... 32
Classificações das correntes elétricas ......................................................... 32
Lei de Ohm .................................................................................................. 32
Associações de resistores ........................................................................... 33
Potência elétrica ......................................................................................... 34
Medida do consumo de energia ..................................................................... 34

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Guia de Física do Monitor – 9º ano

Geradores de energia elétrica ........................................................................ 34


Geradores luminosos .................................................................................. 34
Geradores mecânicos ................................................................................. 34
Geradores químicos .................................................................................... 34
Geradores térmicos .................................................................................... 34
Efeitos de uma corrente elétrica .................................................................... 35
Efeito químico ............................................................................................. 35
Efeito térmico ............................................................................................. 35
Efeito magnético ......................................................................................... 35
Efeito fisiológico.......................................................................................... 35
Efeito luminoso ........................................................................................... 35
Atividades de fixação .......................................................................................... 36
Resoluções .......................................................................................................... 37
Unidade 7 – Eletromagnetismo .......................................................................... 38
Substâncias magnéticas .................................................................................. 38
Imãs artificiais ................................................................................................. 38
Campo magnético ........................................................................................... 38
Magnetismo terrestre..................................................................................... 39
Eletroímãs ....................................................................................................... 40
A bússola ......................................................................................................... 40
Atividades de Fixação ......................................................................................... 41
Resoluções .......................................................................................................... 42
Bibliografia .......................................................................................................... 43

3
Unidade 1 – Cinemática
Nesta unidade, serão apresenta-
das algumas das equações do MRU (re-
lembrar, na verdade) e do MRUV.
Movimento Retilíneo Uni- Aceleração escalar média
Aceleração é a taxa de variação
forme (MRU)
da velocidade, ou seja, é a rapidez com
Primeiro, relembremos o que é
que a velocidade muda. Aceleração es-
MRU.
calar média é a grandeza física que re-
Movimento retilíneo uniforme presenta a variação da velocidade esca-
(MRU) é aquele em que a velocidade es- lar por unidade de tempo. Represen-
calar instantânea é constante e dife- tada por am 2 podemos escrever mate-
rente de zero, de modo que o móvel so- maticamente da seguinte maneira:
fre iguais variações de espaço em iguais
∆V Vf − V0
intervalos de tempo. am = ⇒ am
∆t tf − t0
Tudo bem, já relembramos o que
é o MRU, mas, e as fórmulas? Vamos, Utilizando am = 0, assim como
então, à elas! no tópico anterior, temos:

Velocidade escalar média Vf − V0


am =
A velocidade média (Vm 1) mede t
num intervalo de tempo médio, a rapi- E, agora, a respeito das unidades
dez da deslocação de um corpo. de medida, perceba: Qual a unidade de
medida de velocidade padrão pelo S.I?
∆S Sf − S0
Vm = ⇒ Vm = m/s. E qual a unidade de medida de
∆t tf − t0 tempo padrão pelo S.I? s. Podemos fa-
Agora, dependendo da questão, zer a divisão dessas unidades, veja:
t0 = 0 e, portanto, você não precisará m
colocá-lo. Mas quando? Quando a ques- s = m∙1= m
tão não trouxer um t0 específico. Então, s s s s2
considerando t0 = 0, temos: Temos, portanto, que a unidade
Sf − S0 de medida da aceleração é metros por
Vm = segundo ao quadrado.
t
Falando sobre as unidades de Função horária de espaço
medida, pelo S.I (Sistemas Internacional Esta função é, basicamente, uma
de Unidades), é metros por segundo forma alternativa da fórmula de veloci-
(m/s). No entanto, também é muito co- dade média. Ela obtém essa forma alter-
mum a unidade quilômetros por hora nativa pelo seguinte processo:
(km/h). Caso seja necessária uma trans- Sf − S 0
formação, você deve seguir a regra: Vm =
t

1 2
Lembre aos alunos que a velocidade média Representada, também, muitas vezes, simples-
pode ser indicada, também, somente pela letra mente por a ou a
⃗.
V.
4
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Multiplicando cruzado, temos: V = V0 + a ∙ t


Vm ∙ t = Sf − S0 No entanto, também pode ser
preferível utilizar a seguinte forma
Isolando o Sf3, temos: dessa fórmula:
S = S0 + V ∙ t a ∙ t = V − V0 ⇒ ∆V = a ∙ t
No entanto, também pode ser Função horária do espaço
preferível utilizar a seguinte forma A função horária dos espaços em
dessa fórmula: um MRUV é dada por:
Vm ∙ t = Sf − S0 ⇒ ∆S = V ∙ t 1
S = S0 + V0 ∙ t + a ∙ t²
Frequentemente, encontramos 2
enunciados de questões em que a orien- Porém, ainda temos duas outras
tação da trajetória e a origem dos espa- maneiras de escrever essa equação, são
ços não são dadas. Se tivermos de equa- elas:
cionar um movimento, nesses casos,
a
adotamos uma orientação para a traje- S = S0 + V0 ∙ t + ∙ t²
tória e escolhemos um ponto qualquer 2
dela para ser a origem dos espaços. ou
Movimento Retilíneo Unifor- a
∆S = V0 ∙ t + ∙ t²
memente Variado (MRUV) 2
Movimento retilíneo uniforme- Equação de Torricelli
mente variado (MRUV) é aquele em Tendo em vista as duas equações
que a aceleração escalar é constante e que foram vistas aqui, podemos isolar
diferente de zero. Consequentemente, numa das equações o tempo (t) e subs-
a velocidade escalar sofre variações tituir na outra. A partir disso, obteremos
iguais em intervalos de tempo iguais. as formas da famosa equação de Torri-
celli.
Função horária da velocidade es-
calar instantânea Depois de realizar este processo,
Esta função pertence ao MRUV, obteremos:
como você deve ter percebido. Ela se-
gue a mesma lógica vista no tópico Fun- V 2 = V02 + 2 ∙ a ∙ (S − S0 )
ção horária de espaço – MRU, no en- ⇕
tanto, é formulada a partir da fórmula
de aceleração. Veja: V2 = V02 + 2 ∙ a ∙ ∆S

V − V0 Queda livre
a= Neste tópico serão estudados os
t
movimentos de corpos que, após serem
Multiplicando cruzado, temos: abandonados ou lançados, se subme-
a ∙ t = V − V0 tem exclusivamente à força peso. Será,

Isolando V, temos:

3
Lembre aos alunos de considerar Sf = S e
Vm = V. Lembre-lhes também, no tópico de
FHVEI, de considerar am = a e Vf = V.

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Guia de Física do Monitor – 9º ano

portanto, negligenciada a influência do positiva, não importando se o movi-


ar nesses movimentos. mento é ascendente ou descendente.
Aceleração de um corpo em mo- Sendo g o módulo da aceleração
vimento livre da gravidade, temos:
Considere corpos lançados ou
a⃗ = +g⃗
abandonados nas proximidades da
Terra, no instante t0 = 0, e despreze Propriedades do movimento ver-
qualquer influência que o ar possa ter tical
em seus movimentos. Isso equivale a su- 1ª Propriedade
por ausente a atmosfera terrestre (vá-
Corpos abandonados num mesmo
cuo).
local e de uma mesma altura em relação
Desse modo, após o instante em ao solo demoram o mesmo intervalo de
que os corpos se livram dos agentes que tempo para chegar ao solo, não impor-
os lançaram ou abandonaram, a única tando suas massas.
força que atua neles é o peso ⃗P. Dize- Isso decorre do fato de suas ace-
mos, então, que o movimento da partí- lerações serem iguais, quaisquer que se-
cula é um movimento livre. jam suas massas. Assim, se não fosse a
Aplicando o Princípio Funda- presença do ar, uma pena e um martelo
mental da Dinâmica a qualquer um des- cairiam com a mesma aceleração. Isso
ses corpos, após t0 = 0, temos: normalmente causa estranheza, pelo
fato de estarmos habituados a presen-
⃗ = m ∙ a⃗
F ciar quedas de corpos com influência do
ar. Essa influência é mais significativa
Mas F ⃗ é o peso do corpo, que é
para a pena que para o martelo, por isso
igual a m ∙ g⃗. ela demora mais para cair.
Assim: m ∙ a⃗ = m ∙ g⃗ ⇒ a⃗ = g⃗ 2ª Propriedade
Concluímos, então, que: Quando um corpo é lançado ver-
A aceleração vetorial de uma ticalmente para cima, a velocidade com
partícula sob a ação exclusiva de seu que ele passa por um ponto qualquer da
peso é igual ao vetor campo gravitacio- trajetória, na subida, tem o mesmo mó-
nal g⃗: dulo da velocidade com que ele passa
pelo mesmo ponto, na descida.
a⃗ = g⃗
Essa propriedade pode ser de-
Se a trajetória estiver orientada monstrada a partir da equação de Torri-
para cima, a aceleração escalar será ne- celli, considerando 𝐕𝟏 a velocidade ini-
gativa, não importando se o movimento cial e 𝐕𝟐 a velocidade final: (V2 )2 =
é ascendente ou descendente. (V1 )2 + 2 ∙ a ∙ ∆t.
Sendo g o módulo da aceleração Como ∆S = 0, (V2 )2 = (V1 )2 ⇒
da gravidade, temos: |V2 | = |V1 |.
a⃗ = −g⃗ Assim, se um objeto fosse lan-
Se a trajetória estiver orientada çado verticalmente para cima a partir do
para baixo, a aceleração escalar será solo, ele chegaria de volta à posição ini-
cial com velocidade de módulo igual ao

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Guia de Física do Monitor – 9º ano

da velocidade de lançamento (despre- um corpo, podemos que concluir que a


zada a influência do ar). velocidade inicial é igual a zero (V0 = 0).
Como o mesmo descreve um movi-
3ª Propriedade
mento de queda livre (MQL), isto é, é
O intervalo de tempo decorrido abandonado desprezando-se a ação do
entre as passagens por dois pontos A e B ar, todos os corpos têm a sua aceleração
da trajetória é o mesmo na subida e na substituída pela gravidade da Terra (a⃗ =
descida. g⃗) que, por sua vez, g⃗ ≅ 9,8 = 10 m/s².
Para realizarmos os cálculos, uti-
lizamos as fórmulas do MRUV, são elas:
V = V0 + at
a
MRUV {S = S0 + V0 t + t²
2
V2 = V02 + 2a∆S
No entanto, podemos substituir
Na subida de A até B, temos: algumas grandezas (já citadas).

∆VAB V = V0 + gt
a= g
∆tAB MRUV { h = V0 t + t²
2
Logo: V2 = V02 + 2g∆S
VB − VA VB − VA É isto.
a= ⇒ ∆t AB =
∆tAB a
Na subida de B até A, temos:
∆VBA
a=
∆tBA
Logo:
−VA − (−VB) VB − VA
a= ⇒ ∆t BA =
∆tBA a
Concluímos que ∆tAB = ∆tBA .
Dessa propriedade, concluímos
também que, quando um corpo é ati-
rado para cima, o intervalo de tempo
decorrido até ele atingir a altura má-
xima é o mesmo que decorre, em se-
guida, para voltar ao ponto de lança-
mento.
Lançamento vertical
Chamamos de lançamento verti-
cal o arremesso ou abandono de um
corpo que acaba descrevendo uma tra-
jetória vertical. No caso de abandono de

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Guia de Física do Monitor – 9º ano

Atividades de Fixação Calcule a distância percorrida pelo auto-


1. (IBFC - 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR móvel nesses 3 s.
- Auxiliar de Necropsia e Auxiliar de Pe- 5. Um automóvel movia -se numa ave-
rícia) Um ponto material, em relação a nida quando seu motorista percebeu
um determinado referencial, tem velo- que o semáforo do cruzamento logo adi-
cidade, em função do tempo, indicada ante estava fechado. O motorista freou,
na tabela: mas não conseguiu parar antes do cru-
zamento, atingindo outro veículo. Com
base nos danos causados nos veículos,
Assinale a alternativa, que apresenta, técnicos da polícia estimaram que o au-
respectivamente, a velocidade inicial do tomóvel do motorista infrator estava a
ponto material e a aceleração média do 36 km/h no momento da colisão. A 50 m
ponto material, no intervalo de 1s a 2s. do acidente, foi encontrada uma marca
no asfalto, que corresponde ao local em
a) 4 m/s e 2 m/s² que o motorista pisou desesperada-
b) 3 m/s e 1 m/s² mente no freio. Sabendo que os freios
do veículo conseguem produzir uma
c) 5 m/s e 7 m/s² aceleração escalar praticamente cons-
tante, de módulo igual a 8 m/s², calcule
d) 4 m/s e 7 m/s²
sua velocidade, em km/h, imediata-
e) 5 m/s e 2 m/s² mente antes de o motorista pisar no
freio.
2. A velocidade escalar de um móvel va-
riou com o tempo conforme o gráfico
abaixo. Calcule a velocidade escalar
desse móvel no instante t = 3,5 s.

3. No instante t0 = 0 s, um automóvel a
20 m/s passa a frear com aceleração es-
calar constante igual a −2 m/s². Deter-
mine:
a) a função horária de sua velocidade es-
calar;
b) o instante em que sua velocidade es-
calar se anula.
4. Um automóvel move -se a 108 km/h
quando seu motorista pisa severamente
no freio, para parar o veículo em 3 s.

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Guia de Física do Monitor – 9º ano

Resoluções 5. Como V = 36 km/h = 10 m/s; ∆S =


1. Vamos por partes. O que a questão 50 m; e a = −8 m/s², podemos aplicar
nos pede primeiro? A velocidade inicial. na Equação de Torricelli.
A velocidade inicial é a velocidade V2 = V02 + 2 ∙ a ∙ ∆S
quando t0 = 0 s e, portanto, 4 m/s, se-
gundo a tabela. Substituindo, temos:

Agora, ela nos pede a aceleração média. 102 = V02 + 2 ∙ (−8) ∙ 50


Qual a fórmula de aceleração? Ao resolvermos, obtemos:
∆V V0 = 30 m/s ⇒ V0 = 108 km/h
am =
∆t
Quais as variações que a tabela nos dá
nos tempos pedidos?
7−5
am = = 2 m/s²
2−1
Temos, portanto, que a alternativa cor-
reta a é a correta.
2. Temos, a partir da análise do gráfico,
que V0 = 20 m/s. Podemos, portanto,
calcular a aceleração.
∆V 5−20
am = ⇒ am = ⇒ am = 3 m/s²
∆t 5−0

Agora, substituindo os dados na Função


horária da velocidade escalar instantâ-
nea, temos:
V = V0 + a ∙ t ⇒ V = 20 − 3 ∙ 3,5 ⇒ V
= 9,5 m/s
3. a) V = V0 + a ∙ t ⇒ V = 20 − 2t
b) 0 = 20 − 2t ⇒ t = 10 s
4. V0 = 108 km/h = 30 m/s
V = V0 + a ∙ t ⇒ 0 = 30 + a ∙ 3 ⇒ a
= −10 m/s²
Utilizando a forma alternativa da Fun-
ção horária do espaço, temos:
a 2
∆S = V0 ∙ t + ∙t ⇒
2
(−10) 2
∆S = 30 ∙ 3 + ∙3 ⇒
2
∆S = 45 m

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Guia de Física do Monitor – 9º ano

uma circunferência mede 2π rad (=


Unidade 2 – Movimento circu- 360°).
lar Voltando para o deslocamento
Este é o último tópico que diz angular, o mesmo é medido em radia-
respeito ao estudo dos movimentos. No nos e é dado por:
nosso dia-a-dia é muito comum obser-
∆S 5
varmos o movimento circular, como o ∆φ =
andar de uma moto, os ponteiros de um r
relógio etc. Velocidade angular média
Vamos a outra situação. Ima-
Quando a forma da trajetória de
gine, agora, um cata-vento de energia
um corpo é uma circunferência ou parte
eólica. Se as pás giram em um ângulo
de uma, dizemos que esse corpo des-
∆φ maior, no mesmo intervalo de
creve um movimento circular.
tempo ∆t, pode-se concluir que a “rapi-
Imagine uma roda gigante. No dez” do movimento também é maior, ou
instante t1 , uma cabine está em uma po- seja, é possível definir uma grandeza al-
sição A e, no instante t, ela está em B. A ternativa à velocidade tendo por base
situação descrita anteriormente é o des- esse ângulo e o intervalo de tempo em
locamento realizado por essa cabine no que ele é descrito. Essa grandeza é a ve-
intervalo de tempo ∆t. O mesmo pode locidade angular (𝜔𝑚 [lê-se ômega
ser descrito de duas maneiras: pelo des- eme]). É dada pela fórmula:
locamento escalar ∆S ou, então, do ân-
∆φ
gulo central ∆φ4 (deslocamento angu- ωm =
lar). No caso do deslocamento escalar, é ∆t
interessante que saibamos o compri- Como ∆φ é medido em radianos
mento da circunferência, portanto, e ∆t é medido em segundos, ωm é me-
∆S = C = 2πr. dido em rad/s.
A partir de agora, lidaremos com Frequência e período
novas unidades de medidas que, neste Consideramos um ponto descre-
ângulo, são graus ou radianos. vendo movimento circular com veloci-
dade escalar V e velocidade angular ω.
Ao dividirmos o arco total de
Relembremos as fórmulas6 de cada uma
uma circunferência em 360 partes
das velocidades a seguir.
iguais, cada uma delas determina um
ângulo central chamado grau (represen- ∆S
Vm =
tado por °). O ângulo total de uma cir- ∆t
cunferência, pois, mede 360°. ∆φ
ωm =
O radiano (indicado por ‘rad’) ∆t
corresponde à medida do ângulo central Neste caso, como vimos, ∆S =
cujo arco tem a mesma medida que o r∆φ, podemos, portanto, substituir.
raio da circunferência. O ângulo total de

4 6
Ressalte aos alunos que esta letra é grega e lê- Caso necessário, relembre aos alunos as possí-
se ‘Fi’. veis variações das fórmulas.
5
Lembre a eles que o ‘r’ é o raio da circunferên-
cia.
8
Guia de Física do Monitor – 9º ano

r∆φ Isto é, rpm ÷ 60 ⇒ Hz e Hz ∙


Vm = 60 ⇒ rpm.
∆t
Conclusão:
Agora, retomemos às fórmulas
v de velocidades escalar e angular. Se em
V = ωr ou ω = r ambas considerarmos que o intervalo
O movimento circular uniforme de tempo é igual ao período, termos.
é periódico porque o ponto material 2π∗ 2π 2π 𝑓
com movimento circular uniforme passa ω= = = ∙ = 2π𝑓
T 1 1 1
repetidamente pela mesma posição em 𝑓
intervalos de tempo iguais.
2πr 2πr 2πr 𝑓
Cada um desses intervalos de Vm = = = ∙ = 2πr𝑓
T 1 1 1
tempo corresponde a uma volta com- 𝑓
pleta ou a um ciclo descrito por esse
ponto material.
Duas grandezas são característi- Há uma regra interessante para
cas de qualquer movimento periódico: o relacionar grandezas lineares e angula-
período e a frequência. No movimento res.
circular uniforme, as definições e as fór- [Grandeza linear]∙𝑟
mulas dessas grandezas são as que se-
guem:
⇄ ÷r[Grandeza angular]

Período (T) é o intervalo de tempo em


que o ponto material descreve um ciclo.
Sua unidade, pelo S.I, é segundo (s).
1
T=
𝑓
Frequência (f) é o número de ciclos que
o ponto material descreve na unidade
de tempo. Sua unidade, pelo S.I, é ciclos
por segundo, mas denomina-se hertz
(Hz)7.
1
𝑓=
T
Mas há alguma relação entre
hertz e rpm? Sim há. Preste atenção no
seguinte raciocínio:
1 ciclo 1 ciclo 1
rpm = = = Hz
min 60 s 60

7
Diga para os alunos que também é comum uti- *Explique aos alunos o porquê de ∆φ = 2π.
lizar rotações por minuto (rpm). 2πr
∆φ = = 2π.
r
9
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Exercícios de fixação c) 40
1. Um ponto material descreve movi- d) 50
mento circular de 1,5 m de raio com ve-
locidade de módulo constante de 5,0 e) 80
m/s. Determine: 5. (CESGRANRIO - 2017 - Petrobras -
a) a sua velocidade angular; Técnico de Inspeção de Equipamentos
e Instalações Júnior) A rotação de um
b) o tempo gasto para descrever um ân- motor é expressa em RPM (rotações por
gulo de 270°. minuto).
2. Uma polia de 10 cm de raio gira com Um motor desbalanceado gera uma vi-
frequência de 1800 rpm. Determine: bração cuja frequência é igual à sua ro-
a) a frequência da polia em hertz e o seu tação expressa em hertz (Hz), uma uni-
período em segundos; dade derivada do Sistema Internacional
de Unidades.
b) a sua velocidade angular;
Se um motor possui uma rotação de
c) o módulo da velocidade de um ponto 1.200 RPM, a vibração produzida terá
da periferia da polia. uma frequência, expressa em Hz, de:
3. Durante o treinamento, duas atletas a) 10
correm na mesma pista circular man-
tendo-se lado a lado com velocidade b) 20
constante, em módulo. Sabendo que a c) 120
atleta mais alta percorre a raia externa
e a atleta mais baixa, a raia interna, res- d) 200
ponda e justifique essas questões: e) 400
a) Durante a corrida, as atletas apresen-
tam aceleração?
b) Compare a frequência dos movimen-
tos circulares descritos pelas atletas.
c) Compare as velocidades escalares das
atletas.
4. (CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - En-
genheiro de Equipamentos Júnior - Me-
cânica) Um veículo de passeio movi-
menta-se em linha reta a uma veloci-
dade de 36 km/h.
Considerando-se que não haja desliza-
mento entre o pneu e a pista, e que o
diâmetro do pneu seja de 50 cm, a rota-
ção da roda, expressa em rad/s, é de:
a) 10
b) 20

10
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Resoluções De acordo com o Movimento Circular


Uniforme (MCU), a Velocidade Linear
1. a) v = ωr ⇒ 5,0 = ω ∙ 1,5 ⇒
5,0 (V) é representada pela seguinte equa-
ω = 1,5 ⇒ ω = 3,3 rad/s ção:

b) Transformando em radianos, temos: V = ω.r


π Foi dado o diâmetro: 0,5m, logo o raio
∆φ = 270° ∙ 180° ⇒ ∆φ =
r = 0,25 m e a velocidade: 36 km/h, logo
1,5π rad ou 4,7 rad 10 m/s. Aplicando na equação acima, te-
mos:
Da definição de velocidade angular,
∆φ 10
ω= , vem: ω= ⇒ ω = 40 rad/s
∆t 0,25
4,7 4,7
3,3 = ⇒ ∆t = = 1,4 s 5. Como vimos, para transformarmos,
∆t 3,3 neste caso, rpm ÷ 60 ⇒ Hz. Portanto,
2. a) Se a polia efetua 1800 rpm, ela des- 1200 rpm ÷ 60 ⇒ 20 Hz.
creve 1800 ciclos em 60 s. Logo, sua fre-
quência, em hertz, é:
1800
𝑓= = 30 Hz
60
O período é inverso à frequência. Assim:
1 1
T= ⇒T= ̅s
⇒ T = 0,03
𝑓 30
b) ω = 2π𝑓 ⇒ ω = 2π ∙ 30 ⇒ ω =
60π rad/s ⇒ ω = 190 rad/s
c) Sendo r = 10 cm = 0,10 m, o mó-
dulo da velocidade de um ponto da pe-
riferia da polia é dado por:
v = ωr ⇒ v = 60π ∙ 0,10 ⇒ v =
6π m/s ⇒ v = 19 m/s
3. a) Sim, a velocidade das atletas varia
em direção e sentido.
b) Os movimentos descritos pelas duas
atletas têm a mesma frequência.
c) A atleta ais alta descreve uma circun-
ferência de raio maior, portanto, sua ve-
locidade escalar é maior.
4. Quando falamos em velocidade com
unidade de rad/s, falamos sobre a velo-
cidade angular (ω).

11
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Unidade 3 – Ondulatória tanto no meio material quanto no vá-


No nosso estudo da Física, até cuo. Bons exemplos de ondas eletro-
aqui, analisamos movimentos de pontos magnéticas são as ondas de rádio, os
materiais ou partículas em trajetórias raios infravermelhos, a luz visível, os
retilíneas ou circulares e as causas que raios X, etc.
os produzem. Quanto à direção de vibração
Em todos esses movimentos, no Dizemos que uma propagação
entanto, há algo em comum: a partícula ondulatória é transversal quando a dire-
descreve efetivamente a sua trajetória ção das vibrações é perpendicular à de
em relação a determinado referencial. propagação da onda, isto é, formam 90°
entre si. Ondas produzidas em cordas de
Porém, fenômenos como as on- instrumentos musicais (o violão, por
das do mar, por exemplo, devem ser exemplo), e na superfície de líquidos
analisados sob um ponto de vista de ou- (em uma piscina ou um lago, por exem-
tras propriedades físicas. plo) e as ondas luminosas são exemplos
de ondas transversais. Veja a demons-
Os nossos órgãos dos sentidos
tração a seguir.
são capazes de detectar uma pequena
parcela da enorme energia da descarga
elétrica, a qual se propaga pelo espaço
como som e luz. Essas formas de ener-
gia, no entanto, não se propagam da
mesma maneira.
Dizemos que uma propagação
Onda é uma perturbação periódica de
ondulatória é longitudinal quando a di-
alguma grandeza física que se propaga
reção da vibração é a mesma daquela
em um meio material ou no espaço.
em que se propaga a onda. O exemplo
Lembre-se! As ondas transpor- mais comum que posso lhe dar é o som.
tam energia, não matéria! Observe a seguinte demonstração.

Classificação das ondas


Quanto à natureza
Ondas mecânicas: Necessitam
de algum meio material para se propa-
gar. Em uma propagação mecânica,
ocorre transporte de vibrações mecâni-
cas, ou seja, as partículas materiais vi-
bram. É o caso das ondas em cordas, em
molas, na superfície e no interior de lí- Quanto à direção de propagação
quidos, dos sólidos (terremotos) e dos Unidimensionais: que se propa-
gases (som se propagando no ar). As on- gam em apenas uma direção, como as
das mecânicas não se propagam no vá- ondas em cordas e molas esticadas;
cuo.
Bidimensionais: são aquelas que
Ondas eletromagnéticas: Não se propagam por uma superfície, como
necessitam de um meio material, mas as águas em um lago quando se joga
não quer dizer que elas só ocorram em uma pedra;
meio não material. Não. Elas ocorrem

12
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Tridimensionais: são capazes de O período (T) é o intervalo de


se propagar em todas as dimensões, tempo de uma oscilação completa de
como a luz e o som. qualquer ponto na onda. O período é in-
versamente proporcional à frequência:
Elementos de uma onda quanto maior a frequência, menor o pe-
Em uma onda há diversos ele- ríodo. Do mesmo modo que a frequên-
mentos, dê uma olhada. A perturbação cia, podemos dizer que o período da
é chamada de pulso, a movimentação onda é sempre igual ao da fonte que a
deste pulso é chamada de onda, o que origina.
gerou é chamado de fonte, e onde foi
propagado é chamado de meio de pro- O comprimento de onda (λ8)é a
pagação. Mas esses citados anterior- distância percorrida pela onda durante
mente não são os elementos propria- uma oscilação completa, ou seja, du-
mente ditos. rante um intervalo de tempo igual ao
período T da onda.
Elongação (y) é o valor algébrico
da ordenada de um ponto oscilante na A velocidade de propagação de
onda. onda (v), o próprio nome já sugere o que
é. A velocidade depende das caracterís-
Amplitude (A) é o maior valor da
ticas físicas do meio e expressa a rapidez
elongação (o maior afastamento vertical
com que a onda se propaga nesse meio.
em relação à posição de equilíbrio). A
Você deve estar se perguntando se não
amplitude está relacionada à energia
há alguma fórmula para calculá-la, não
transportada pela onda, isto é, quanto
é? A resposta é sim, existe.
maior a amplitude, maior a energia
transportada. Para montar esta fórmula, va-
mos nos basear na de velocidade média.
O ponto mais alto da onda é de-
Acredito que você já tenha percebido
nominado crista (C) e o mais baixo re-
com a explicação acima que não tem ΔS
cebe o nome de vale (V).
e Δt. Tudo em, mas o que os substitui?
A frequência (f) número de osci- Devemos considerar que o desloca-
lações completas executadas por qual- mento escalar é igual ao comprimento
quer ponto da corda, por unidade de de onda, e o tempo é igual ao período,
tempo. A frequência da onda é dada certo? Portanto:
pela frequência da fonte. Por exemplo, ΔS λ
a frequência de uma onda gerada pela v= ⇒v=
Δt T
mão de uma pessoa em uma corda é
dada pela frequência de oscilação da Mas, como o período T é inversa-
mão dessa pessoa. Quanto mais rápido mente proporcional à frequência f (T =
1
a pessoa movimentar para cima e para ), podemos escrever a fórmula da se-
𝑓
baixo a extremidade livre da corda, guinte maneira:
maior a frequência da fonte e, conse-
quentemente, a da onda. A unidade da λ
v= ⇒ v = λ𝑓
frequência no Sistema Internacional de 1
Medidas (SI) é o hertz (Hz). 𝑓

8
Diga aos alunos que esta é mais uma letra
grega. Lê-se lambda.
13
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Temos, assim, a fórmula funda- líquidos, e maior nos líquidos que nos
mental da ondulatória. gases. Nos gases, a velocidade do som
não depende da pressão, praticamente
Ressaltar-vos-ei, agora, algo in-
não depende da frequência e do compri-
teressante: A frequência também pode
n° de ciclos
mento de onda, porém depende da
ser dada por 𝑓 = Δt
. Mas como temperatura. Já no vácuo, não há propa-
assim “ciclos”? A quantidade de ondas. gação do som, uma vez que se trata de
onda mecânica.
Acústica
Acústica é o ramo da Física que
estuda o som e seu comportamento.
A sensibilidade da orelha hu-
mana varia de pessoa para pessoa e, na
mesma pessoa, varia com a idade. Os
parâmetros médios adotados são 20 Hz
como frequência mínima audível e
20000 Hz como frequência máxima au-
dível. Abaixo de 20 Hz, as vibrações são
denominadas infrassom e, acima de
20000 Hz, ultrassom.
O pavilhão auditivo (orelha) e o
canal auditivo constituem a orelha ex-
terna; a membrana timpânica e os ossí- A equação fundamental da on-
culos (martelo, bigorna e estribo), que dulatória, que relaciona a velocidade de
são os menores ossos do corpo humano, propagação, a frequência e o compri-
formam a orelha média; e a cóclea e os mento de onda, é válida para as ondas
canais semicirculares formam a orelha em geral e, portanto, também para as
interna. ondas sonoras.

Quando um som audível atinge a Fenômenos sonoros


orelha, ele penetra pelo canal auditivo e Reflexão
produz vibrações na membrana timpâ- Quando ondas sonoras AB, A’B’,
nica. Esta, por sua vez, provoca oscila- A”B” provenientes de um ponto P en-
ções nos ossículos e, por meio do es- contram um obstáculo plano, rígido,
tribo, essas oscilações atingem a orelha MN, produz-se reflexão das ondas sobre
interna. Na cóclea, as oscilações são o obstáculo.9
transformadas em impulsos elétricos
Na volta, produz-se uma série de
que são conduzidos ao cérebro. No cé-
ondas refletidas CD, C’D’, que se propa-
rebro, cada impulso é codificado, e o
gam em sentido inverso ao das ondas in-
som é identificado.
cidentes e se comportam como se ema-
Por ser uma onda mecânica, a nassem de uma fonte P’, simétrica da
velocidade de propagação do som nor- fonte P em relação ao ponto refletor.
malmente é maior nos sólidos que nos

9
Explique aos alunos o que são esses apóstrofos
(‘). Explique que é apenas uma maneira de dife-
renciar variáveis.
14
Guia de Física do Monitor – 9º ano

A reflexão do som pode ocasio- exemplo, o som é enfraquecido, porém


nar os fenômenos eco e reverberação. não extinto. Logo, as ondas sonoras não
se propagam somente em linha reta,
Eco
mas sofrem desvios nas extremidades
Os obstáculos que refletem o
dos obstáculos que encontram.
som podem apresentar superfícies
muito ásperas. Assim, o som pode ser Interferência
refletido por um muro, uma montanha Consiste em um recebimento de
etc. dois ou mais sons de fontes diferentes.
O som refletido chama-se eco, Neste caso, teremos uma região
quando se distingue do som direto. do espaço na qual, em certos pontos,
ouviremos um som forte, e em outros,
Para uma pessoa ouvir o eco de
um som fraco ou ausência de som. Este
um som por ela produzido, deve ficar si-
ainda pode ser dividido em mais dois: in-
tuada a, no mínimo, 17 m do obstáculo
terferência construtiva e destrutiva.
refletor, pois o ouvido humano só pode
distinguir dois sons com intervalo de A interferência construtiva é,
0,1 s. O som, que tem velocidade de simplesmente, um som forte. Já a des-
340 m/s, percorre 34 m nesse tempo. trutiva é, basicamente, um som fraco.
Reverberação Ressonância
Em grandes salas fechadas Quando um corpo começa a vi-
ocorre o encontro do som com as pare- brar por influência de outro, na mesma
des. Esse encontro produz reflexões frequência deste, ocorre um fenômeno
múltiplas que, além de reforçar o som, chamado ressonância.
prolongam-no durante algum tempo
Como exemplo, podemos citar o
depois de cessada a emissão.
vidro de uma janela que se quebra ao
É esse prolongamento que cons- entrar em ressonância com as ondas so-
titui a reverberação. noras produzidas por um avião a jato.
A reverberação ocorre quando o Efeito Doppler
som refletido atinge o observador no Quando uma pessoa se aproxima
instante em que o som direito está se de uma fonte sonora fixa, a frequência
extinguindo, ocasionando o prolonga- do som do ouvido é maior do que aquela
mento da sensação auditiva. de quando a pessoa se afasta da fonte.
Refração O mesmo resultado seria obtido
Consiste em a onda sonora pas- se a fonte se aproximasse ou se afas-
sar de um meio para o outro, mudando tasse de uma pessoa parada.
sua velocidade de propagação e compri-
mento de onda, mas mantendo cons- Você pode observar esse fenô-
tante a frequência. meno ouvido o apito de uma locomotiva
em movimento. O apito é mais grave
Difração (frequência menor) quando está se afas-
Fenômeno em que uma onda so- tando, após ter passado por você.
nora pode transpor obstáculos.
Observe que, quando há aproxi-
Quando se coloca um obstáculo mação entre o observador e a fonte, o
entre uma fonte sonora e o ouvido, por observador recebe maior número de

15
Guia de Física do Monitor – 9º ano

ondas por unidade de tempo e, quando entre duas quantidades de energia. Ma-
há afastamento, recebe um menor nú- tematicamente, temos:
mero de ondas:
I
β = 10 ∙ log
I0
Nessa expressão, I é a intensi-
dade do som e I0 , o valor de referência
(I0 = 10−12 W/m²), denominado li-
Essa variação aparente da fre- miar da audição por ser o som mais
quência de onda é chamada efeito Dop- fraco que se consegue ouvir. Calma!
pler, em homenagem ao físico e mate- Você não fará uso dessa fórmula no En-
mático austríaco Christian Johann Dop- sino Fundamental, somente no Ensino
pler (1803-1853), que ficou célebre por Médio.
esse princípio.
A unidade decibel é uma home-
Denominando f’ a frequência re- nagem ao cientista escocês Alexander
cebida pelo observador e f a frequência Graham Bell (1847-1922).
emitida pela fonte, temos:
Altura
Aproximação: 𝑓’ > 𝑓 Outra grandeza física fundamen-
tal para a caracterização de um som é a
Afastamento: 𝑓’ < 𝑓
altura. A altura de um som não está re-
Há uma fórmula que relaciona lacionada a ele ser alto ou baixo, mas,
essas grandezas, mas, por enquanto, sim, ao fato de ela nos permitir diferen-
não é necessário que vocês tenham co- ciar um som grave de um agudo. Sons
nhecimento dela. graves são sons de baixa frequência e
sons agudos, de alta frequência. Nor-
A qualidade do som malmente, a voz de um homem é classi-
Intensidade ficada como um som grave e a voz da
As ondas sonoras podem ser mulher, como um som agudo.
mais intensas, o que caracteriza um som
forte, ou menos intensas, caracteri- Em condições normais, em de-
zando um som fraco. terminado meio, a velocidade de propa-
gação de um som é a mesma, indepen-
A intensidade I mede a energia dentemente da frequência. Lembrando
contida na onda. Ela é definida como a que a velocidade é igual ao produto da
energia transportada pela onda por uni- frequência pelo comprimento de onda,
dade de tempo e de área. Em outras pa- temos que os sons graves possuem
lavras: a intensidade de uma onda é a comprimentos de onda maiores do que
potência por unidade de área. No SI, a os agudos.
intensidade é medida em W/m². Tam-
bém é comum você ver a unidade deci- Timbre
bel. O decibel é uma unidade logarít- Uma terceira grandeza utilizada
mica que indica a proporção de uma para caracterizar um som é o timbre,
quantidade física em relação a um nível que nos permite distinguir entre sons de
de referência especificado ou implícito. mesma frequência (altura) e de mesma
Uma relação em decibels é igual a dez intensidade, emitidos por fontes dife-
vezes o logaritmo de base 10 da razão rentes. Por exemplo, percebemos se
uma mesma nota musical é produzida

16
Guia de Física do Monitor – 9º ano

por um piano ou por um violino porque Atividades de Fixação


eles têm timbres diferentes, produzindo 1. Em cada uma das afirmações seguin-
sensações diferentes em nosso sistema tes, qual é a característica (intensidade,
auditivo. altura ou timbre) que diferencia cada
um dos sons emitidos?
I. Dois instrumentos musicais diferentes
emitem uma mesma nota musical.
II. Dois instrumentos iguais emitem uma
mesma nota musical, porém o volume
de uma delas é maior do que o da outra.
III. Um mesmo instrumento musical
emite duas notas musicais diferentes.
IV. A voz grave de um cantor possui fre-
quência menor que a voz aguda de uma
cantora.
V. Um violino e um piano emitem um
som fundamental de mesma frequência
e de mesma intensidade.
2. Suponha que uma onda sonora, pro-
pagando-se no ar com velocidade de
330 m/s e com frequência de 1 000 Hz,
penetre na água. Com base na tabela de
seu livro e na equação fundamental da
ondulatória, e lembrando que a fre-
quência de uma onda é determinada
pela fonte emissora, verifique se cada
afirmativa seguinte é correta ou errada.
I. No ar, o comprimento de onda da
onda sonora é de 33 cm.
II. Na água, a frequência da onda sonora
é de 1 000 Hz.
III. Na água, a velocidade da onda so-
nora é superior a 330 m/s e o compri-
mento de onda é inferior a 33 cm.
IV. Na água, o comprimento de onda da
onda é de 1,48 m.
3. (Vunesp-SP) A figura representa on-
das chegando a uma praia. Observa-se
que, à medida que se aproximam da
areia, as cristas vão mudando de dire-
ção, tendendo a ficar paralelas à orla.

17
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Isso ocorre devido ao fato de que a d) menor comprimento de onda, mas


parte da onda que atinge a região mais mesma velocidade.
rasa do mar tem sua velocidade de pro-
5. (UFBA) Em 11 de março de 2011, após
pagação diminuída, enquanto a parte
um abalo de magnitude 8,9 na escala
que se propaga na região mais profunda
Richter, ondas com amplitudes gigantes
permanece com a mesma velocidade
foram geradas no Japão. Tsunamis po-
até alcançar a região mais rasa, ali-
dem ser causados por deslocamento de
nhando-se com a primeira parte.
uma falha no assoalho oceânico, por
O que foi descrito no texto e na figura uma erupção vulcânica ou pela queda
caracteriza um fenômeno ondulatório de um meteoro. O tsunami, em alto
chamado: mar, tem amplitude pequena, mas,
mesmo assim, transporta muita energia.
Sabe-se que a velocidade de propaga-
ção da onda, na superfície da água, é
dada por v = √gh em que g é o módulo
da gravidade e h, a profundidade da
onda, que o comprimento de onda dimi-
nui com a redução da profundidade e
que a sua energia que se propaga na su-
perfície da água é simplificadamente
dada por E = kvA², em que k é uma
a) reflexão. constante, v é a velocidade de propaga-
ção da onda na superfície da água, e A é
b) difração. a amplitude da onda.
c) refração.
d) interferência.
e) polarização.
4. Uma criança brinca com uma varinha
batendo na água de um lago em interva-
los regulares e produzindo ondas. Supo-
nha que, em cada batida, uma única
onda seja produzida. Se a criança dimi-
nuir o intervalo de tempo entre as bati-
das da varinha na água, as ondas produ-
zidas passarão a ter:
a) maior velocidade, mas mesma fre-
quência;
b) menor frequência, mas mesma velo-
cidade;
c) maior frequência, mas velocidade
menor;

18
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Resoluções do meio de propagação. Como a veloci-


1. Analisando cada afirmativa, temos: dade permanece a mesma e a frequên-
cia aumenta, então o comprimento de
I. Timbre e intensidade (se os volumes onda diminui.
forem diferentes).
Resposta: alternativa d.
II. Intensidade.
5. Sendo 𝑣 = √𝑔 ∙ ℎ para as profundida-
III. Altura e intensidade (se os volumes des de 4000 m e 10 m, temos:
forem diferentes).
vi = √4000 ∙ 10 ⇒ vi = 200 m/s
IV. Altura.
vf = √10 ∙ 10 ⇒ vf = 10 m/s
V. Timbre.
Como E = k ∙ v ∙ A² e como não há
2. Nesta questão, são dados: vsom =
perda de energia, escrevemos:
330 m/s e 𝑓 = 1000 Hz. Analisando as
afirmativas, temos: Ei = Ef ⇒ k ∙ vi ∙ A2i = k ∙ vf ∙ A2f ⇒
200 ∙ (1)2 = 10 ∙ A2f ⇒ 10A2f = 200 ⇒
I. Correta. De acordo com a equação
fundamental da ondulatória: v = λ ∙ 𝑓 A2f = 20 ⇒ Af = √20 ≅ 4,5 m

330
330 = λ ∙ 1000 ⇒ λ = ⇒λ=
1000
0,33 m = 33 cm
II. Correta. A frequência da onda é igual
à frequência da fonte. Portanto, conti-
nua sendo 1000 Hz.
III. Incorreta. Na água, a velocidade do
som é maior do que no ar (330 m/s),
como a frequência é a mesma, o compri-
mento de onda na água é maior do que
no ar (33 cm).
IV. Correta. A velocidade do som na
água é 1480 m/s. Como a frequência
continua igual a 1000 Hz, o compri-
mento de onda na água vale:
v = λ ∙ 𝑓 ⇒ 1480 = λ ∙ 1000 ⇒ λ =
1,48 m
3. Como a velocidade da onda depende
da profundidade, a onda vai sofrendo
sucessivas refrações.
Resposta: alternativa c.
4. Se a criança diminui o intervalo de
tempo entre as batidas, ela aumenta a
frequência da fonte que produz as on-
das que continuam a se propagar com a
mesma velocidade, pois esta depende
19
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Unidade 4 – Óptica Na Óptica Geométrica, estudam-


Vamos começar com um pouco se principalmente os fenômenos ligados
de história. à propagação da luz com base em alguns
princípios simples que consideram o
Havia um debate entre Isaac raio luminoso como um elemento defi-
Newton e Christian Huygens, neste de- nido geometricamente.
bate havia duas conclusões antagônicas
a respeito da velocidade da luz. Na teo- Fontes de luz
ria corpuscular proposta por Newton, a Fontes de luz própria, primária,
velocidade da luz na água era superior à ou corpo luminoso
do ar, na ondulatória, a qual foi pro- Essas fontes são representas por
posta por Huygens, o contrário, seria corpos que luz própria, como o Sol
menor. Huygens tinha razão, porém (exemplo mais comum), a chama de
essa conclusão só foi obtida no século uma vela etc. Esses dois exemplos ainda
XIX. Também se diferenciam nas defini- podem ser subdivididos em fontes pri-
ções dadas à luz. Na corpuscular, a luz márias permanentes, o Sol10, e tempo-
consistia num fluxo de minúsculas partí- rárias, a chama de uma vela.
culas que eram emitidas em ritmo con-
Fontes de luz secundária, ou cor-
tínuo pelas fontes luminosas. Elas se
pos iluminados
moviam em linha reta e em altíssima ve-
Já estas fontes são dos corpos
locidade. Já na teoria ondulatória, a luz
que recebem luz de outras fontes e aca-
era uma vibração de um meio hipoté-
bam enviando uma fração dessa luz de
tico, o éter, em analogia às ondas do
volta, por isso corpos iluminados. Há di-
mar, que são uma perturbação que se
versos exemplos destas fontes, como os
propaga na superfície da água.
planetas, os satélites (naturais, como a
Enfim, por definição, luz é toda Lua, e artificiais), os carros, as casas etc.
radiação eletromagnética sensível à vi-
Podemos adentrar, ainda, já que
são humana e cujos comprimentos de
a quantidade de luz recebida e refletida
onda estão contidos na faixa entre 400
desses corpos varia, permitindo assim
e 740 nanômetros, aproximadamente [é
que possamos categorizar esses corpos
comum utilizar o nome luz para regiões
em:
do espectro vizinhas, mas não visíveis,
como nos casos das regiões ultravio- • Corpos transparentes – Corpos em
leta e infravermelha]. Mas isto será que a luz atravessa por completo,
visto mais tarde. como um copo de vidro, por exem-
plo.
Por motivos didáticos, o estudo
• Corpos translúcidos – Estes permi-
da Óptica é dividido em duas frentes, as
tem que a luz os atrevesse parcial-
chamadas Óptica Física e Óptica Geo-
mente, como uma folha de papel.
métrica.
• Corpos opacos – Já estes impedem a
Na Óptica Física, estudam-se os total passagem da luz por eles, como
fenômenos luminosos, cuja descrição uma parede.
depende da natureza ondulatória da luz.

10
É interessante destacar que, dependendo do tempo, o Sol é considerado uma fonte de luz pri-
avanço da Ciência, em alguns bilhões de anos mária.
isso não será verdade. Mas em virtude do
20
Guia de Física do Monitor – 9º ano

A velocidade da luz Princípios da Óptica geomé-


A luz, como vimos na unidade trica
anterior, é classificada como uma onda Óptica geométrica se alicerça em
eletromagnética e, portanto, capaz de três princípios básicos: a propagação re-
se propagar pelo vácuo. A partir disso, tilínea da luz, a independência dos raios
podemos afirmar que a luz tem a sua luminosos e a reversibilidade dos raios
maior velocidade no vácuo, sendo mais luminosos.
exato, 299 792 458 m/s. Para facilitar os
cálculos que envolvem a velocidade da Princípio da propagação retilínea
luz, utilizamos a seguinte aproximação: da luz
Este princípio é um tanto quanto
c = 3,0 ∙ 108 m/s, ou ainda, simples. Segundo ele, nos meios homo-
gêneos11 e transparentes, a luz se pro-
c = 3,0 ∙ 105 km/s
paga em linha reta.
O valor da velocidade da luz é ex-
tremamente elevado. Para termos uma
noção, enquanto a velocidade do som
no ar é de aproximadamente 1 224
km/h, a velocidade da luz é de 1 079 252
849 km/h.
É exatamente por essa razão que
quando ocorre uma tempestade, vemos A sombra projetada por um edifício confirma a
o clarão (relâmpago) de um raio muito propagação retilínea da luz. Representação sem
escala e em cores fantasia.
antes que escutamos seu ruído (trovão).
Ao se propagar em outros meios, Princípio da independência dos
diferentes do vácuo, a velocidade da luz raios luminosos
sofre uma redução no seu valor. Este estabelece que as trajetó-
rias dos raios de luz são independentes.
Na água, por exemplo, sua velo- Isso significa que, quando vários feixes
cidade é igual a 2,2 x 105 km/s. luminosos são emitidos simultanea-
mente por fontes diferentes, cada um
Uma consequência deste fato é o
deles se comporta como se os outros
desvio sofrido por um feixe luminoso ao
não existissem; eles podem se cruzar
mudar o meio de propagação.
sem que um altere a propagação do ou-
Esse fenômeno ótico é chamado tro.
de refração e ocorre pela mudança na
A luz de cada
velocidade da luz em função do meio de holofote
propagação. atua
independent
De acordo com a Teoria da Rela- emente, sem
tividade de Albert Einstein nenhum interferir na
propagação
corpo pode alcançar velocidade supe- das outras
rior ao da velocidade da luz. luzes.

11
Caso os alunos fiquem em dúvida no que é um homogêneo é o meio que apresenta as mesmas
meio homogêneo, diga a eles que o meio propriedades em todos os seus pontos.

21
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Princípio da reversibilidade dos Leis de reflexão


raios luminosos O fenômeno da reflexão é regido
E este estabelece que a trajetó- por duas leis, que podem ser verificadas
ria de um raio de luz não se modifica teórica e experimentalmente.
quando se inverte o sentido de sua pro-
pagação. As trajetórias dos raios de luz 1ª lei –
que vão de um ponto A até um ponto B O raio refletido pertence ao
são as mesmas dos raios que vão de B plano de incidência, ou seja, o raio refle-
para A. tido, a reta normal no ponto de incidên-
cia e o raio incidente são coplanares.

2ª lei –
O ângulo de reflexão é sempre
igual ao ângulo de incidência.

Observe:

Se uma pessoa observa os olhos de outra por meio de


um espelho, os olhos desta podem observar os olhos
da primeira em virtude da reversibilidade da
trajetória dos raios.
Refração da luz
Reflexão da luz De uma maneira geral, refração
A reflexão ocorre quando um da luz é o fenômeno que consiste no
feixe de luz incide sobre uma superfície fato de a luz ser transmitida de um meio
(intitulada refletora) e retorna à fonte, para outro opticamente diferente.
isto é seu ponto de origem. A reflexão
da luz pode ser subdividida em reflexão Nessa passagem de um meio
regular e a difusão da luz12 (ou reflexão para outro, a velocidade (v) de propaga-
difusa). ção da luz necessariamente se altera.

A reflexão regular acontece A frequência (f) não se altera na


quando um feixe de luz atinge uma su- refração, fato que é observado não só
perfície polida e é refletido de forma re- com ondas luminosas, mas com qual-
gular, ou seja, caso a incidência seja de quer tipo de onda.
um feixe com raios paralelos, o feixe re- O comprimento de onda se al-
fletido também será paralelo. tera proporcionalmente à velocidade,
Já a difusão da luz ocorre quando pois v = λ ∙ 𝑓.
um feixe de luz incide numa superfície e Como você verá, a alteração da
volta de forma irregular, ou seja, propa- velocidade de propagação provoca,
gando-se por todas as direções. quase sempre, um desvio da luz.

12
Ressalte aos alunos que essa difusão é a
mesma que é apresentada no livro. A única dife-
rença é o método de apresentação.
22
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Há dois tipos de casos de refra- Assim, unindo as equações


ção: reto e oblíquo, mas é algo bem sim- (𝕀), (𝕀𝕀) e (𝕀𝕀𝕀), obtemos a expressão
ples. Quando um feixe de luz sobre re- completa:
fração e no meio de refração este feixe
sen θ1 v1 λ1 n2
acaba indo em outra direção, trata-se, = = =
assim, de uma refração de caso oblíquo. sen θ2 v2 λ2 n1
E quando um feixe sofre refração e con- Lembre-se que n é o índice de re-
tinua na mesma direção em ambos os fração.
meios, trata-se, portanto, de uma refra-
ção de caso reto. Também é comum encontrar a
seguinte forma desta mesma Lei:
n1 sen θ1 = n2 sen θ2
Sistemas ópticos
Há dois tipos de sistemas ópti-
cos: refletores e refratores.
O grupo dos sistemas ópticos re-
fletores consiste principalmente nos es-
pelhos, que são superfícies de um corpo
Refração de caso reto e oblíquo, respectivamente opaco, altamente polidas e com alto po-
der de reflexão.
Leis de refração
O fenômeno da refração é regido No grupo dos sistemas ópticos
pelas duas leis seguintes: refratores encontram-se os dioptros,
que são peças constituídas de dois
1ª lei – meios transparentes separados por uma
O raio incidente, o raio refratado superfície regular. Quando associados
e a reta normal traçada pelo ponto de de forma conveniente os dioptros funci-
incidência estão contidos no mesmo onam como utensílios ópticos de grande
plano. utilidade como lentes e prismas.
Espelhos
2ª lei ou Lei de Snell– Os espelhos podem ser planos
A razão entre o seno do ângulo ou curvos.
de incidência e o seno do ângulo de re- Planos
fração é constante para cada dioptro e Chama-se espelho plano qual-
para cada luz monocromática. quer superfície plana, polida e com alto
poder refletor.
A Lei de Snell pode ser expressa
da seguinte maneira: Nos espelhos planos, o objeto e
a respectiva imagem têm sempre natu-
sen θ1 v1 rezas opostas, isto é, se o primeiro for
(𝕀) =
sen θ2 v2 real, o outro será virtual e vice-versa.
v1 λ1 𝑓 v1 λ1 Nos espelhos planos, a imagem é
(𝕀𝕀) = ⇒ =
v2 λ2 𝑓 v2 λ2 sempre simétrica do objeto em relação
v1 n2 ao espelho.
(𝕀𝕀𝕀) =
v2 n1

23
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Chama-se campo de um espelho 𝐑 𝟏 e 𝐑 𝟐 são os raios de curva-


plano, para determinado observador, a tura das faces da lente.
região do espaço que pode ser contem-
A reta que une 𝐂𝟏 e 𝐂𝟐 é o eixo
plada por ele pela reflexão da luz no es-
principal.
pelho.
𝐕𝟏 e 𝐕𝟐 são os vértices das faces.
Esféricos
Chama-se espelho esférico qual- e é a espessura da lente (distân-
quer calota esférica polida e com alto cia entre 𝐕𝟏 e 𝐕𝟐).
poder refletor.
O é o centro óptico da lente.
O foco de um sistema óptico
qualquer é um ponto que tem por con- Classificações das lentes
jugado um ponto impróprio (“situado Do ponto de vista do comporta-
no infinito”). mento óptico, as lentes esféricas podem
ser convergentes ou divergentes.
Os espelhos esféricos podem
ser, ainda, côncavos ou convexos. Nos Convergentes quando a lente faz
espelhos côncavos, as características da convergir num ponto o feixe de luz pa-
imagem formada pelo espelho côncavo ralelo incidente.
são reais, menores e invertidas. Já nos E divergentes quando o feixe de
convexos, a imagem formada será sem- luz diverge ao emergir da lente.
pre virtual, menor e direita.
Ao nominar uma lente, deve-se
Lentes esféricas enunciar primeiro a face de maior raio
Intitula-se lente esférica o sis- de curvatura.
tema óptico constituído de três meios
homogêneos e transparentes, sendo
que as fronteiras entre cada par sejam
duas superfícies esféricas ou uma super-
Lentes convergentes
fície esférica e uma superfície plana, as
quais chamamos faces da lente.
Elementos de uma lente esférica
Considere a seguinte lente bi-
convexa (acalme-se, você saberá o que Lentes divergentes
é isso no próximo tópico).
Prismas
Para o contexto da óptica, é cha-
mado prisma o elemento óptico trans-
parente com superfícies retas e polidas
que é capaz de refratar a luz nele inci-
dida. O formato mais usual de um
prisma óptico é o de pirâmide com base
quadrangular e lados triangulares.
Geralmente, na óptica, os pris-
mas são usados para separar a luz
𝐂𝟏 e 𝐂𝟐 são os centros de curva-
branca policromática nas sete cores mo-
tura das faces.
nocromáticas do espectro visível, além

24
Guia de Física do Monitor – 9º ano

de que, em algumas situações poder re-


fletir tais luzes.
Quando a luz branca incide sobre
a superfície do prisma, sua velocidade é
alterada, porém, cada cor da luz branca
ganha um índice de refração diferente,
e, portanto, ângulos de refração dife-
rentes, chegando à outra extremidade
do prisma separadas nas sete cores mo-
nocromáticas do espectro visível.
Espectro visível
Assim como vimos em ondulató-
ria, o som possui frequências audíveis.
Assim é a luz, isto é, ela possui frequên-
cias visíveis ao olho nu.
As cores que podemos enxergar
se localizam entre 400 e 740 nanôme-
tros, aproximadamente. Você enten-
derá melhor na imagem a seguir.

25
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Exercícios de fixação Resoluções


1. O que é o fenômeno de refração? 1. É a mudança na velocidade da luz
quando ela passa de um meio para o ou-
2. Quando você ouve uma orquestra,
tro, podendo ainda ocorrer a inclinação
pode distinguir o som de todos os ins-
do raio de luz.
trumentos. Qual o princípio da Óptica
equivalente a essa propriedade das on- 2. É o princípio da independência dos
das sonoras? Justifique. raios de luz. No caso, dos instrumentos,
o enunciado desse princípio equivale a
3. Se um espelho esférico quebrar, o que
dizer que, como os raios de luz, as ondas
acontece com a imagem fornecida pelo
sonoras de cada instrumento passam
caco desse espelho? Justifique.
umas pelas outras, mantendo, cada
4. Se um prisma pode servir de espelho uma, suas características originais.
plano com vantagens, por que não usa- Deve-se lembrar que, sobretudo, nas
mos um prisma para pentearmos o ca- ondas sonoras, há regiões onde ocorre a
belo olhando para ele? Explique. interferência construtiva e destrutiva
desse princípio.
5. É possível queimar papel com a luz do
Sol usando uma lente divergente? Por 3. A imagem de um espelho esférico só
quê? depende do raio da curvatura da esfera
correspondente, não depende da área
da calota esférica. Se paramos para ob-
servar uma bola de árvore de Natal que-
brada, todos os cacos são espelhos esfé-
ricos idênticos (desde que, claramente,
a bola seja uma esfera). A diferença é
que cacos maiores refletem mais luz do
que os cacos menores, e a imagem tem
mais luminosidade, mas a sua Geome-
tria não se altera; além disso, a área re-
fletida também varia, ou seja, o campo
de espelho varia.
4. Porque, nesse caso, precisamos olhar
e receber a imagem refletida, o que im-
plica em usá-lo com os raios de luz em
incidência normal (𝛉 = 0°) a uma de
suas faces. Nesse caso, se olhamos para
a face de um prisma, mesmo que não
seja na condição de reflexão total, a
imagem é refletida em outra(s) face(s) e
pode emergir pela mesma face ou tam-
bém por outra. Mas em nenhum caso
essa imagem pode ser vista por quem
olha para o prisma como quem olha
para um espelho plano. Observe os se-
guintes prismas:

26
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Prisma retangular

Prisma de Bauernfeind
(60°)

Prisma de Porro

Prisma de Dove

Pentaprisma

Agora, analise-os. Você perce-


berá que somente no prisma de Porro o
observador verá a si mesmo, mas, ainda
sim, a vê parcialmente e de cabeça para
baixo.
5. Não. Os raios solares ao atravessarem
uma lente divergente, não se concen-
tram num ponto, mas se abrem, distri-
buindo a energia captada pelo sol numa
região maior do que a área da própria
lente, logo, é impossível queimar o pa-
pel.

27
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Unidade 5 – Eletrostática Enfim, considerando Q como a


A Eletrostática é a parte da Física carga elétrica de um corpo eletrizado
que estuda as diversas situações de car- qualquer, temos:
gas elétricas em equilíbrio e os fenôme- Q=n∙e
nos que advêm dessas situações.
Onde:
Corpo eletricamente neutro e
corpo eletricamente carregado Quantidade de
Q
carga
Um corpo apresenta-se eletrica-
mente neutro quando a quantidade de n Número inteiro
prótons e elétrons é igual, ou seja, a e Carga elementar
soma algébrica de todas as cargas é Ponto importante: n tem que ser
igual a zero. um número inteiro, isto é, positivo ou
Quando, porém, o número de negativo e não decimal.
prótons é diferente do número de elé- Mas qual a unidade de medida?
trons, dizemos que o corpo está eletri- No S.I, a unidade padrão é Coulomb (C),
zado positivamente se o número de pró- tudo bem? Um coulomb (C) é a quanti-
tons for maior que o de elétrons, e ne- dade de carga elétrica que atravessa,
gativamente se o número de elétrons em um segundo (s), a secção transversal
for maior que o de prótons. É o caso, por de um condutor percorrido por uma cor-
exemplo, de um íon, isto é, um átomo rente contínua de intensidade igual a
que perdeu ou ganhou elétrons.13 um ampère (A). Porém, também é co-
Concluímos, portanto, que ele- mum encontrarmos medidas derivadas
trizar um corpo significa tornar diferen- do coulomb, são elas:
tes suas quantidades de prótons e elé- Microcoulomb: 1μC = 10−6 C
trons. No cotidiano, isso é feito por for-
necimento ou extração de elétrons, uma Nanocoulomb: 1ηC = 10−9 C
vez que alterações no núcleo só podem
Também é importante que você
ser produzidas em equipamentos alta-
saiba que a carga elementar possui um
mente sofisticados: os aceleradores de
valor definido, ± 1,6 ∙ 10−19 C. Esse ±
partículas.
influencia em algo? Sim! A carga poderá
Quantização da carga elétrica ser positiva ou negativa dependendo do
A carga elétrica de um corpo é excesso.
quantizada, isto é, ela sempre é um múl- Enfim, a carga elétrica é igual à
tiplo inteiro da carga elétrica elementar. carga em excesso multiplicada carga
Isso é verdade, afinal, um corpo, ao ser elementar (que é definida14, lembre-
eletrizado, recebe ou perde um número se!).
inteiro de elétrons, né?
Processos de eletrização
Como vimos, um corpo estará
eletrizado quando possuir mais elétrons

13 14
Caso julgue interessante, represente cada Por ser uma potência, é interessante que os
uma das situações citadas no texto. Represente alunos saibam realizar operações com elas.
3 átomos, um neutro, um positivo e outro nega-
tivo.
28
Guia de Física do Monitor – 9º ano

do que prótons ou mais prótons do que Esse fenômeno é chamado


elétrons. Um corpo neutro, por sua vez, de triboelétrico e através de experimen-
tem igual número de prótons e de elé- tos em laboratório são elaboradas séries
trons. Assim, para eletrizá-lo negativa- triboelétricas.
mente basta fornecer elétrons a ele. Por
Observe a seguinte tabela.
outro lado, para adquirir carga positiva,
o corpo neutro deve perder elétrons,
pois dessa forma ficará com mais pró-
tons do que elétrons.
Denomina-se eletrização o fenô-
meno pelo qual um corpo neutro passa
a eletrizado devido à alteração no nú-
mero de seus elétrons.
Os processos de eletrização são
por atrito, contato ou indução.
Por atrito
Os elétrons estão localizados na
eletrosfera, a parte externa do átomo,
e, portanto, girando ao redor do núcleo,
a parte que contém, praticamente, toda
a massa do átomo e onde os prótons e
os nêutrons estão. Contudo, esta força
vai diminuindo quando o elétron vai se
distanciando do núcleo.15
Desta forma, os elétrons mais
exteriores da eletrosfera são mais facil-
mente retirados de sua órbita. Quando
esfregamos dois corpos, alguns desses
elétrons migram de um corpo para o ou- Por contato
tro. Este tipo de eletrização ocorre
quando um corpo condutor está carre-
O corpo que recebeu esses elé- gado e entra em contato com um outro
trons ficará carregado negativamente e, corpo, transferindo assim parte da carga
por sua vez, o que perdeu elétrons ficará para outro.
carregado positivamente. Portanto, fica
carregado positivamente quem perdeu Neste processo, os corpos envol-
elétrons e não quem ganhou prótons. vidos ficam carregados com cargas de
mesmo sinal e a carga do corpo que es-
Receber ou perder elétrons de- tava inicialmente eletrizado diminui.
pende da substância de que é constitu-
ído o corpo. Quando os corpos envolvidos na
eletrização são condutores de mesmas

15
Lembre aos alunos que foi utilizado o modelo que ambos são utilizáveis, porém é mais fácil uti-
do átomo anterior ao atual. Ressalte, também, lizar o modelo mais antigo.
29
Guia de Física do Monitor – 9º ano

dimensões e mesma forma, após o con- Atividades de fixação


tato, terão cargas de mesmo valor. 1. Determine o número de elétrons que
Por indução deverá ser fornecido a um condutor me-
A eletrização por indução pode tálico, inicialmente neutro, para que fi-
ocorrer sem contato entre os corpos. que eletrizado com carga elétrica igual a
Quando um corpo eletrizado (indutor) é −1,0 C.
aproximado de um condutor (induzido), Dado: carga elementar e = 1,6 ∙ 10−19 .
inicialmente neutro, induz neste uma
distribuição de cargas. 2. Um corpo, de material condutor de
eletricidade, possui 9 ∙ 1018 prótons e
O condutor permanecerá neu- 4 ∙ 1018 elétrons. Sendo a carga elemen-
tro, entretanto, a região do condutor tar igual a 1,6 ∙ 10−19 C, responda às
mais próxima do indutor ficará com ex- questões.
cesso de cargas de sinal contrário do
corpo eletrizado. a) Esse corpo estará eletrizado positiva-
mente ou negativamente?
b) Qual é o valor da carga elétrica encon-
trada nesse corpo?
3. Em um experimento realizado em sala
de aula, um professor de Física mostrou
duas pequenas esferas metálicas idênti-
cas, suspensas por fios isolantes, em
uma situação de atração.

Na tentativa de explicar esse fenômeno,


cinco alunos fizeram os seguintes co-
mentários:
Maria — Uma das esferas pode estar
eletrizada positivamente e a outra, ne-
gativamente.
José — Uma esfera pode estar eletri-
zada positivamente e a outra, neutra.
Roberto — O que estamos observando
é simplesmente uma atração gravitacio-
nal entre as esferas.
Marisa — Essas esferas só podem estar
funcionando como ímãs.

30
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Celine — Uma esfera pode estar eletri- Resoluções


zada negativamente e a outra, neutra. 1. A carga elétrica de qualquer corpo
Fizeram comentários corretos os alu- pode ser expressa sempre da seguinte
nos: maneira:

a) Marisa, Celine e Roberto. Q = ±ne

b) Roberto, Maria e José. Onde n é um número inteiro 1, 2, 3...

c) Celine, José e Maria. Portanto:

d) José, Roberto e Marisa. −1,0 = −n ∙ 1,6 ∙ 10−19 ⇒ −1,0 =


8 1 8n
−n ∙ 5 ∙ 1019 ⇒ −1,0 = − 5∙1019 ⇒ 5 ∙
e) Marisa e Roberto. 5∙1019
1019 = 8n ⇒ n = = 0,625 ∙ 1019
4. Dois corpos A e B de materiais dife- 8

rentes, inicialmente neutros e isolados 6,25 ∙ 1018 elétrons.


de outros corpos, são atritados entre si.
2. a) Positivamente. Como o número de
Após o atrito, observamos que: prótons é maior do que o número de
elétrons, o corpo estará eletrizado posi-
a) um fica eletrizado positivamente e o
tivamente.
outro continua neutro.
b) um fica eletrizado negativamente e o b) Q = (np − ne ) ∙ e ⇒ Q = (9 ∙ 1018 −
outro continua neutro. 4 ∙ 1018 ) ∙ 1,6 ∙ 10−19 ⇒ Q = 5 ∙ 1018 ∙
1,6 ∙ 10−19 ⇒ Q = 8 ∙ 10−1 ⇒ Q = 8 ∙
c) ambos ficam eletrizados negativa- 0,1 = 0,8 C.
mente.
3. A atração pode ocorrer quando as es-
d) ambos ficam eletrizados positiva- feras estão eletrizadas com cargas elé-
mente. tricas de sinais opostos (uma positiva e
a outra negativa) ou quando uma delas
e) um fica eletrizado negativamente e o
estiver eletrizada (positiva ou negativa-
outro, positivamente.
mente) e a outra neutra. Nesse caso, na
5. Determine a carga elétrica de um con- neutra ocorrerá a separação de alguns
dutor que, estando inicialmente neutro, “pares” de elétrons-prótons por indu-
perdeu 5,0 ∙ 1013 elétrons. ção.
Dado: carga elementar e = 1,6 ∙ 10−19 . A alternativa c é a correta.
4. No atritamento, elétrons passam de
um corpo para o outro. Dessa forma,
quem perdeu elétrons fica eletrizado
positivamente e quem ganhou elétrons
fica eletrizado negativamente.
A alternativa e é a correta.
5. Perdendo elétrons, o corpo ficará ele-
trizado positivamente.
Assim: Q = ne ⇒ Q = 5,0 ∙ 1013 ∙ 1,6 ∙
10−19 ⇒ Q = 8,0 ∙ 10−6 C.

31
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Unidade 6 – Eletrodinâ- estabelecer uma corrente elétrica é cha-


mado circuito elétrico
mica
A Eletrodinâmica é a parte da Fí- É importante observar que, qual-
sica que estuda corrente elétrica – mo- quer que seja o condutor ligado ao gera-
vimento ordenado de cargas elétricas – dor, a corrente no circuito externo flui
e suas manifestações ao percorrer cir- do polo positivo (1) para o negativo (2).
cuitos e aparelhos elétricos em geral. Consequentemente, no gerador, a cor-
rente flui do polo negativo para o posi-
Corrente elétrica é o movimento tivo.
ordenado, isto é, com direção e sentido
preferenciais, de portadores de carga Classificações das correntes elé-
elétrica. E o que causa a corrente elé- tricas
trica? A corrente elétrica é causada por Fontes de energia como pilhas
uma diferença de potencial elétrico (a ou baterias possuem uma corrente elé-
famosa DDP) ou tensão elétrica. trica contínua, diferentemente de fon-
tes como bobinas ou imãs, os quais pos-
O sentido da corrente elétrica é, suem uma corrente elétrica alternada.
por convenção, oposto ao sentido pre-
ferencial em que se movem os portado- OBS: O gráfico de uma corrente
res de carga elétrica negativa. elétrica varia de acordo com a sua clas-
sificação, logicamente.
Uma corrente elétrica possui
uma intensidade. A intensidade média Uma corrente elétrica é contínua
de corrente elétrica através da seção quando mantém o sentido constante.
considerada é o quociente do módulo Caso a intensidade dessa corrente elé-
da carga elétrica que atravessa a seção trica também se mantenha constante
pelo intervalo de tempo em que isso durante algum intervalo de tempo, a
ocorre. Assim: mesma será chamada de corrente contí-
nua constante.
|Q|
im = Uma corrente elétrica é alter-
∆t
nada quando o sentido e a intensidade
Como vimos na unidade ante-
da corrente variam periodicamente.
rior, Q = ± ne.
Lei de Ohm
A unidade padrão de intensidade
Esta lei é dada pela seguinte re-
é o ampere (A)16, afinal:
lação: a voltagem é diretamente propor-
Q ⇒ C (coulomb) cional à resistência que é, também, dire-
i= ⟹A tamente proporcional à intensidade da
∆t ⇒ s (segundos)
corrente elétrica.
Circuitos elétricos
Chamamos de circuito elétrico o U =R∙i
movimento de uma corrente elétrica Mas também é comum a se-
pelos condutores entre os dois termi- guinte forma desta Lei:
nais da fonte de tensão. Em outras pala-
vras, o “caminho” total onde se pode

16
Lembre aos alunos que esta unidade de me-
dida foi apresentada na unidade anterior.
32
Guia de Física do Monitor – 9º ano

U Req = R1 + R2 + R 3 +. . . +Rn
R=
i
i = i1 = i2 = in
Lembre-se que a unidade de me-
dida é indicada pela letra ômega (Ω). No entanto, a R eq , particular-
mente, pode ser calculada da seguinte
Os curto-circuitos são assim cha- maneira:
mados porque representam o caminho
mais curto que a corrente elétrica pode Req = R ∙ n
realizar em um circuito. Para compreen-
Associação em paralelo
der melhor esse fenômeno, faremos
Dois ou mais resistores estão as-
uma análise detalhada de como ocorre
sociados em paralelo quando são inter-
um curto-circuito. ligados de tal maneira que fiquem todos
Os circuitos elétricos possuem submetidos à mesma diferença de po-
certos elementos, são eles os nós e os tencial.
ramos. O nó é qualquer ponto do cir-
cuito onde ocorre a intersecção de três
ou mais fios condutores, nos quais as
correntes se juntam ou se dividem. Já o
ramo é qualquer trecho do circuito que
liga dois nós consecutivos.
Associações de resistores
Nós temos 3 tipos de associa-
ções: em série, em paralelo e mista.
Associação em paralelo
Associação em série
Dois ou mais resistores estão as- U = U1 = U2 = Un
sociados em série quando são interliga- 1 1 1 1
dos de modo a constituir um único tra- = + +. . . +
R eq R1 R2 Rn
jeto condutor, isto é, sem bifurcações.
Assim, se eles forem percorridos por i = i1 + i2 +. . . +in
corrente elétrica, esta terá a mesma in-
No entanto, a R eq , particular-
tensidade em todos eles (continuidade
da corrente elétrica). mente, pode ser calculada da seguinte
maneira:
R
Req =
n
Porém, esta segunda fórmula só
poderá ser usada em situações em que
as resistências são iguais, lembre-se
disso!
Associação em série
Uma outra exceção é quando te-
As questões virão pedindo dados
mos apenas dois resistores:
como a voltagem, a intensidade e a re-
sistência. Para você calcular isto, veja as R1 + R 2
Req =
seguintes informações: R1 ∙ R 2
U = U1 + U2 + U3 +. . . +Un
33
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Associação mista Medida do consumo de ener-


Às vezes identificamos, em uma gia
mesma associação, alguns resistores as- A unidade de medida utilizada
sociados em série e outros, em paralelo. para calcular a quantidade de energia
Nesse caso, a associação é mista. que gastamos por mês em nossa casa é
Associ- o quilowatt-hora (kWh), isto é, a quanti-
ação dade por nós consumida de watts por
mista hora.
1 kWh = 3,6 ∙ 106 J
Geradores de energia elétrica
Geradores luminosos
São sistemas de geração de ener-
gia construídos de modo a transformar
Para realizar os processos anteri- energia luminosa em energia elétrica,
ormente citados com este tipo de asso- como por exemplo, as placas solares fei-
ciação, você deverá resolver as associa- tas de um composto de silício que con-
ções separadamente e, depois, juntá- verte a energia luminosa do sol em
las. energia elétrica.
Potência elétrica Geradores mecânicos
Foi visto no ano passado que a São os geradores mais comuns e
potência é calculada pela fórmula Pot = com maior capacidade de criação de
τ F∙d
, ou, Pot = Δt , onde a força (F) é dada energia. Transformam energia mecânica
Δt
por F = m ∙ a. A potência poderia ser em energia elétrica, principalmente
calculada, ainda, pela seguinte fórmula: através de magnetismo. É o caso dos ge-
Pot = F ∙ v. radores encontrados em usinas hidroe-
létricas, termoelétricas e termonuclea-
Já a potência elétrica é dada por res.
P = U ∙ i. Como vimos, U = R ∙ i, por-
tanto, P = R ∙ i ∙ i ⇒ P = R ∙ i². Pode- Geradores químicos
mos, ainda, fazer o seguinte: São construídos de forma capaz
de converter energia potencial química
U
i= em energia elétrica (contínua apenas).
R Este tipo de gerador é muito encontrado
Portanto, como baterias e pilhas.
U U² Geradores térmicos
P=U∙i⇒P= U∙ ⇒P= São aqueles capazes de conver-
R R
ter energia térmica em energia elétrica,
Terminamos este tópico com 3
diretamente.
fórmulas de potência, certo? Relembre-
mos: Quando associados dois, ou mais
geradores como pilhas, por exemplo, a
U2
P = U ∙ i; P = ; P = R ∙ i² tensão e a corrente se comportam da
R mesma forma como nas associações de
resistores, ou seja:

34
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Associação em série: corrente corpo tenha contrações musculares – o


nominal e tensão é somada. que, no popular, é o chamado “choque
elétrico”. Por exemplo: quando a inten-
Associação em paralelo: cor-
sidade dessa corrente elétrica que passa
rente é somada e tensão nominal.
pelo corpo é da ordem de 1 mA, a pes-
Efeitos de uma corrente elé- soa sente aquela conhecida sensação de
trica formigamento.
Efeito químico Efeito luminoso
É quando algumas reações quími- É um fenômeno elétrico molecu-
cas são percorridas por correntes elétri- lar que tem origem quando os gases io-
cas. É bastante comum nos processos de nizados emitem luz no momento em
eletrodeposição, usado para revestir que são atravessados pela corrente elé-
certos metais com uma camada de ou- trica. Isso acontece, por exemplo, com
tro (como prata, ouro, cromo, cobre e as lâmpadas fluorescentes, de vapor de
níquel), a fim de proteger essa peça me- mercúrio, de vapor de sódio, entre ou-
tálica contra a corrosão. tras onde acontece a transformação di-
Efeito térmico reta de energia elétrica em energia lu-
Também conhecido como efeito minosa.
joule, ele ocorre quando uma corrente
provoca o aquecimento dos condutores
elétricos pelos quais ela percorre. Equi-
valente ao processo responsável por
transformar a energia elétrica em tér-
mica, esse efeito surge quando elétrons
se chocam com um condutor. No mo-
mento em que os átomos recebem a
energia, sua vibração passa a ter mais
intensidade. Quanto maior é a vibração,
mais alta será a temperatura do condu-
tor. O de temperatura é possível de ser
notado quando ocorre o aquecimento
desse condutor. O efeito térmico, nor-
malmente, é aplicado em aquecedores,
como os chuveiros elétricos, por exem-
plo.
Efeito magnético
Este efeito se manifesta no mo-
mento em que surge um campo magné-
tico próximo ao local em que se aplica a
corrente elétrica.
Efeito fisiológico
Acontece no momento em que a
corrente elétrica passa através do orga-
nismo dos seres vivos. Ela, então, vai
para o sistema nervoso e faz com que o

35
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Atividades de fixação d) ampere, volt, coulomb e ohm;


122– Gab 344 e) ampere, ohm, watt e coulomb.
1. Cerca de 106 íons de Na+ penetram 4. Considere as associações a seguir.
em uma célula nervosa, atravessando
sua membrana. Calcule a intensidade da Responda: Como estão associadas as
corrente elétrica através da membrana, lâmpadas:
sendo e = 1,6 ∙ 10−19 C a carga elétrica
elementar e ∆t = 1 ∙ 10−3 s.
2. A diferença de potencial U entre os
terminais de um fio metálico ligado a
uma pilha é igual à 1,2 V e a intensidade
da corrente que o percorre é 5 A.
a) A e B?
Analise, então, as seguintes afirmações:
b) C e D?
I. Os portadores de carga elétrica que
percorrem o fio são elétrons. 5. Em cada uma das associações ao lado,
determine a resistência equivalente en-
II. A soma dos módulos das cargas dos
tre os pontos A e B:
portadores que passam por uma seção
transversal do fio, em cada segundo, é a)
igual a 5 coulombs.
b)
III. O fio recebe 1,2 J de energia de cada
coulomb de carga que o percorre de um
terminal ao outro.
IV. A potência elétrica consumida pelo
fio é igual a 6 W e isso significa que o fio
recebe 6 joules de energia por segundo, c)
na forma de energia térmica.
São corretas as seguintes afirmações:
a) Nenhuma.
b) Apenas I, II e IV.
c) Apenas I, III e IV.
d) Apenas II e III.
e) Todas.
3. As unidades C/s, J/C, J/s e V/A rece-
beram as seguintes denominações:
a) watt, volt, ampere e ohm;
b) ampere, volt, watt e ohm;
c) watt, ampere, volt e ohm;

36
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Resoluções
|Q| 106 ∙1,6∙10−19
1. i = ∆t ⇒ i = 1∙10−3 ⇒ i = 106 ∙
1,6 ∙ 10−16 ⇒ i = 1,6 ∙ 10−10 A.
2. I. Correta. Os portadores de carga que
percorrem o fio são os chamados elé-
trons livres.
II. Correta. i = 5 A, o que significa
5 C/s.
III. Correta. U = 1,2 V, o que significa
1,2 J/C.
IV. Correta. Pot = U ∙ i ⇒ Pot = 1,2 V ∙
5 A ⇒ Pot = 6 W, o que significa 6 J/s.
A alternativa e é a correta.
3. A alternativa b é a correta.
4. a) As lâmpadas A e B estão associadas
em série porque a corrente elétrica que
passa por elas é a mesma.
b) As lâmpadas C e D estão associadas
em paralelo porque ambas estão sub-
metidas à mesma diferença de poten-
cial, que, no caso, é a diferença de po-
tencial entre os polos da pilha.
5. a) Req = 3 + 7 = 10 Ω
1 1 1 1 1 1 1
b) = 36 + 12 + 1 ⇒ R = 36 + 12 +
Req eq
1 1+3+36 1 10
1⇒R = ⇒R = ⇒ Req =
eq 36 eq 9
0,9 Ω
6
c) Req = + 2 ⇒ Req = 3 +
2
2 ⇒ Req = 5 Ω

37
Guia de Física do Monitor – 9º ano

Unidade 7 – Eletromag- orientação de seus imãs elementares,


como a madeira, o plástico, a borracha,
netismo o alumínio etc.
O Eletromagnetismo é a parte da
Física que estuda as inter-relações entre Imãs artificiais
eletricidade e magnetismo e baseia-se Na produção de imãs artificiais,
em três fenômenos físicos fundamen- podemos nos deparar com imãs perma-
tais: (I) Correntes elétricas criam em seu nentes e temporários.
entorno campos magnéticos; (II) Condu-
Um ímã permanente é feito de
tores percorridos por corrente elétrica,
aço magnetizado (ferro com alto teor de
imersos em campo magnético, podem
carbono), a fim de manter permanente-
ficar sujeitos à ação de forças; e (III) A
mente seu poder magnético. No en-
variação do fluxo magnético através de
tanto, uma forte descarga elétrica, um
um condutor pode induzir corrente elé-
impacto de grande magnitude, ou uma
trica nesse condutor.
aplicação de uma elevada quantidade
Há dois princípios do eletromag- de calor podem causar perda de força
netismo que você deve saber! magnética do ímã. A altas temperaturas,
os ímãs permanentes perdem seu mag-
O princípio da atração e repulsão
netismo, readquirindo quando são res-
magnéticas diz que os polos17 magnéti-
friados.
cos de mesma polaridade se repelem, e
polos magnéticos de polaridades con- Um ímã temporário ou temporal
trárias se atraem. é temporariamente magnetizado por
uma fonte de ondas eletromagnéticas.
O princípio da inseparabilidade
Quando a emissão dessas ondas cessa o
dos polos magnéticos diz que não existe
ímã deixa de possuir seu campo magné-
imã com apenas um polo, isto é, por tico. Esses ímãs são feitos com matérias
mais que um imã seja dividido por meio paramagnéticas (normalmente ferro
da propriedade da divisibilidade, sem-
com baixo teor de carbono). Por isso
pre haverá dois polos.
quando o campo magnético é removido
Substâncias magnéticas o movimento Browniano rompe o ali-
Um corpo apresenta proprieda- nhamento magnético do ímã temporal.
des magnéticas quando há uma predo- Campo magnético
minância de imãs orientados sobre os
Vimos que uma massa cria uma
demais. região de influências sobre outras mas-
São chamadas substâncias mag- sas, denominada campo gravitacional,
néticas aquelas que permitem a orienta- que é descrito pelo vetor campo gravita-
ção de seus imãs elementares, isto é, cional g⃗.
podem ser atraídas por imãs, como o Vimos, também, que uma carga
ferro, o níquel e algumas ligas metálicas, elétrica estática cria uma região de in-
como o aço.
fluências sobre outras cargas, denomi-
Por outro lado, também existem nada campo eletrostático, que é des-
as substâncias não-magnéticas ou crito pelo vetor campo elétrico ⃗E.
amagnéticas, isto é, não permitem a

17
Ressalte aos alunos que o conceito de polo
será visto mais em frente.
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Guia de Física do Monitor – 9º ano

Um ímã, por sua vez, também geográfico e sul magnético têm seus
cria uma região de influências que são sentidos coincidentes. Na maioria dos
significativas tanto em outros ímãs lugares, entretanto, forma-se um ân-
como em alguns materiais, como o gulo entre a direção do norte geográ-
ferro, o cobalto, o níquel e algumas li- fico, ou norte verdadeiro, e a direção in-
gas. Essa região é denominada campo dicada pela bússola. Este ângulo entre
magnético, também descrita como um as direções do polo norte geográfico e
vetor B⃗ . O mesmo pode ser represen- do polo sul magnético é chamado de de-
tado da seguinte maneira clinação magnética.
Além da declinação magnética, a
configuração do campo magnético
causa outro efeito, a inclinação magné-
tica. A agulha da bússola não se mantém
na horizontal, mas permanece inclinada.
Essa inclinação só pode ser vista com a
utilização de bússolas especiais. A incli-
nação magnética é mais acentuada nas
regiões de maior latitude, próximas aos
Como você pode observar, essas polos magnéticos. Enquanto em São
“linhas” sempre saem do polo norte e Paulo ela é de cerca de 20° com o polo
são atraídas pelo polo sul, voltando para norte da bússola apontando para cima.
o norte, e assim por diante. Perto dos polos magnéticos, essa incli-
nação é próxima de 90°, pois nessas re-
Magnetismo terrestre giões a direção do campo magnético é
A Terra pode ser considerada um praticamente vertical.
imã gigantesco. O magnetismo terrestre
As diversas propriedades mag-
é atribuído a enormes correntes elétri-
néticas das rochas subsuperficiais po-
cas que circulam no núcleo do planeta,
dem causar alterações no campo mag-
que é constituído de ferro e níquel no
nético terrestre de um lugar para outro.
estado líquido, devido às altas tempera-
Além disso, podemos notar num mesmo
turas.
local, de uma época para outra, varia-
Por convenção, chamamos de polo
ções magnéticas bastante evidentes.
norte da agulha magnética aquele que
Medições feitas num determinado lu-
aponta para a região próxima do polo
gar, durante um longo período de
norte geográfico. Entretanto, como sa-
tempo, mostram que o campo magné-
bemos, polos de mesmo nome se repe-
tico sofreu tanto mudanças rápidas, al-
lem e de nomes contrários se atraem.
gumas vezes cíclicas, quanto mudanças
Então podemos concluir que: I) se a agu-
lentas. Entretanto, a velocidade da vari-
lha magnética aponta para uma região
ação é imprevisível. Já que nem a inten-
próxima do polo norte geográfico é por-
sidade, nem a direção das variações são
que nessa região existe um polo sul
constantes. Os polos magnéticos vêm
magnético; II) a mesma agulha aponta,
mudando sua localização no decorrer do
o seu polo sul magnético, para uma re-
tempo.
gião próxima do polo sul geográfico.
Logo, nas proximidades do polo sul geo- Observe a imagem a seguir.
gráfico existe o polo norte magnético.
Em vários locais da Terra, os polos norte

39
Guia de Física do Monitor – 9º ano

pontos cardeais, colaterais e subcolate-


rais da Terra.
Isso porque ela atua sob o mag-
netismo terrestre, sendo atraída para a
direção dos polos do planeta.
A agulha, suspensa pelo centro
de gravidade, gira de acordo com os mo-
vimentos realizados.
Eletroímãs
O eletroímã é uma barra de ferro Note que ela aponta sempre
doce envolvida por um enrolamento de para o polo norte magnético da Terra.
fio de cobre esmaltado. Em outras pala- Isso porque o planeta funciona como
vras, é uma barra de ferro doce no inte- um enorme ímã que exerce força de
rior de um solenoide. Quando esse sole- atração nessa direção.
noide é percorrido por corrente elétrica,
a barra de ferro imanta-se na presença
do campo gerado, tornando-se um ímã.
Interrompendo-se a corrente, a barra de
ferro deixa de ser um ímã, uma vez que
o ferro doce praticamente não retém
imantação. Isso não acontece, por
exemplo, com o aço, pois este se man-
tém imantado, e não desprezivelmente,
mesmo cessada a corrente no sole-
noide18.
Os eletroímãs são imãs temporá-
rios, isto é, só funcionam quando estão
ligados a uma corrente elétrica, como já
visto.
A bússola
A bússola, também chamada de
bússola magnética, é um objeto utili-
zado para orientação geográfica.
Por meio de uma agulha magne-
tizada colocada de maneira horizontal, a
bússola é um objeto capaz de localizar
os pontos cardeais (norte, sul, leste e
oeste).
Portanto, ela possui em seu inte-
rior a rosa dos ventos que indica os

18 Um solenoide é um condutor enrolado em forma expressa em Tesla. = permeabilidade magnética do


de espiral. O campo magnético dentro de um sole- meio, expressa em. = número de espiras. = corrente
noide é aproximadamente uniforme e vale: onde: = que atravessa o solenoide.
intensidade do vetor campo magnético em um ponto,

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Guia de Física do Monitor – 9º ano

Atividades de Fixação estragasse e, por isso, a bússola deixou


1. O polo norte de uma agulha magné- de funcionar.
tica é atraído ou repelido pelo polo Lorena: o Polo Norte da agulha
norte geográfico da Terra? da bússola apontava para o Polo Norte
2. Dadas as afirmações a respeito de fe- geográfico, e isto estava errado, pois ele
nômenos magnéticos, identifique a(s) deveria apontar para o Polo Sul geográ-
verdadeira(s) e corrija a(s) falsa(s) em fico, pois um Polo Norte é atraído por
seu caderno: um Polo Sul.

a) A agulha magnética de uma bússola Amanda: a agulha magnética po-


colocada nas proximidades de um fio deria ter se desprendido de seu apoio, e
percorrido por corrente elétrica orienta- não estava girando livremente para se
se na direção do vetor campo magnético orientar, segundo o campo magnético
B, fornecendo-nos a direção desse ve- da Terra.
tor. Fez (fizeram) comentários apro-
b) A existência de imãs permanentes se priados
explica com base na ordenação espon- a) apenas Lorena.
tânea de pequenos imãs elementares,
presentes em seu interior. b) Leonardo e Lorena.

c) As propriedades magnéticas de um c) apenas Amanda.


imã de aço diminuem com a tempera- d) Leonardo e Amanda.
tura.
4. Em uma espira circular disposta verti-
d) Cargas elétricas em movimento ge- calmente como representa a figura, é
ram um campo magnético. estabelecida uma corrente constante
e) A agulha magnética de uma bússola que a percorre de A para B.
colocada nas proximidades de um fio
percorrido por corrente elétrica sofre
desvio por causa da ação do campo elé-
trico criado nas proximidades desse fio.
3. (UEMG) Em “Você Verá”, Luiz Vilela
valoriza os animais. Por exemplo, no
conto “Quando fiz sete anos”, ele se
lembra de uma bússola estragada, e de Uma bússola, com sua agulha livre para
como voou “como um alegre pássaro da girar em um plano horizontal, é colo-
manhã”, ao ir para casa, doido para abrir cada no centro da espira. Considerando
o embrulho onde estava uma bússola o campo magnético da Terra desprezí-
estragada, que ganhara do avô. vel, em comparação com o criado pela
espira, qual é a orientação assumida
Mas, por que a bússola estava
pela agulha da bússola?
estragada? Alguns candidatos aos cur-
sos da UEMG fizeram algumas hipóteses 5. Uma corrente elétrica necessaria-
para responder a essa pergunta: mente produz:
Leonardo: um fio solto fez com a) efeito fisiológico;
que o contato elétrico da bússola

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Guia de Física do Monitor – 9º ano

b) efeito magnético; Resoluções


c) efeito Joule; 1. É atraído, pois o polo norte geográfico
da Terra se comporta como um polo sul
d) efeito químico; magnético, atraindo a extremidade
e) efeito magnético e efeito Joule. norte magnética da agulha.
2. a) Verdadeira.
b) Verdadeira.
c) Verdadeira.
d) Verdadeira.
e) Falsa. Correção: A agulha magnética
de uma bússola colocada nas proximida-
des de um fio percorrido por uma cor-
rente elétrica sofre desvio por causa do
campo magnético gerado pelas cargas
em movimento.
3. Justificando os comentários inapro-
priados:
Leonardo: inapropriado – na bússola
não há circuito elétrico algum.
Lorena: inapropriado – o Polo Norte da
agulha deve mesmo apontar para o Polo
Norte geográfico, que corresponde ao
Sul magnético. Só não entendemos por-
que, então, a bússola estava estragada.
Amanda: apropriado.
A alternativa c é a correta.
4. A agulha dispõe-se perpendicular-
mente ao plano da espira, com seu polo
norte magnético apontando para a di-
reita.

5. Cargas elétricas em movimento (cor-


rente elétrica) geram, em qualquer situ-
ação, um campo de indução magnética.
Portanto, uma corrente elétrica sempre
produz efeito magnético.
A alternativa b é a correta.
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Guia de Física do Monitor – 9º ano

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