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AMERICANA
NARRATIVAS.
FOZ DO IGUAÇU/2013
CAPITULO VI
A ESCOLA METÓDICA
A escola histórica, nós chamamos metódica e mais frequente e abusivamente de positivista,
que prolonga-se por todo o período da terceira republica na França. Onde trata de impor
uma investigação cientifica afastando qualquer especulação filosófica e visando a
objetividade do domínio da história.
Os historiadores positivistas participam na reforma do ensino superior e ocupam as cátedras
em novas universidades; dirigem grades coleções- E. Lavisse: História de França; A.
Rambaud, História Geral; L. Halphen e Ph. Sagnac: Povos e Civilizações; formulam os
programas e elaboram as obras de história destinadas aos alunos das escolas secundarias e
das escolas primarias. Esta corrente de pensamentos funda simultaneamente uma disciplina
cientifica e segrega um discurso ideológico.
REVISTA HISTÓRICA
O DISCURSO DO MÉTODO
Um quarto de século depois da fundação de A Revista Histórica, seus colaboradores
investiram as cátedras de história nas universidades recentemente criadas ou reformadas.
Ch.-V. Langlois e Ch. Seignobos dão a contribuição decisiva para a constituição de uma
história cientifica; consideram com indiferença, por vezes com desprezo, a teologia da
história, À maneira de Bossuet; a filosofia da história, segundo Hegel e Comte; e a história-
literatura, à moda de Michelet.
O historiador tal como o químico naturalista não tem que investigar as causas primárias ou
as causas finais. Segundo Ch.-V. Langlois e Ch. Seignobos a história não passa da
aplicação de documentos. A concepção muito estreita do documento limita a ambição da
disciplina. Os progressos da ciência-histórica estão limitados por isso mesmo.
Estando salvo o documento, isto é, registrado, classificado, convém submetê-lo a uma série
de operações analíticas. O primeiro tratamento é a crítica externa (de erudição). O segundo
tratamento e uma crítica interna (ou hermenêutica). Hermenêutica impõe frequentemente o
recurso da a um estudo linguístico, a fim de determinar o valor das palavras ou das frases.
Tudo se passa como se ao nível de síntese a escola metódica tivesse medo de terminar.
Em seu manual Ch.-V. Langlois e Ch. Seignobos propõem, dada complexidade das
operações em história, instaurar numa divisão do trabalho respeitante ao conjunto da
profissão.
Ernest Lavisse nasceu em 1842, filho de um lojista, faz os estudos secundário no colégio de
Laaon, depois decide-se pela Escola Normal Superior. É nomeado chefe de gabinete (sem o
título) pelo ministro da Instrução Publica Victor Duruy, e é também recomendado preceptor
do príncipe imperial. Vai pra Alemanha e fica três anos nas universidades onde retira lições
lucrativas para o oficio de historiador, e regressa com uma tese intitulada: " A marcha de
Brandeburgo; ensaio sobre as origens da monarquia prussiana" em 1875.
Depois de 1904 se contata-se com os animadores de A Revista Histórica, entre os chefes da
fila da escola metódica.
Lavisse é caracterizado menos republicano que nacionalista.
Quando humilhado com a derrocada francesa (1870-1871), resolve seguir para a Alemanha
para imitar seus modelos a fim de melhor vencer.
Continua próximo dos meios militares por laços familiares. "Quando o familiar dos salões
bonapartistas dá a sua adesão as instituições republicanas, é por que acha que "fortificar a
democracia é um meio de armar a França".
Lavisse em 1890, percebendo a necessidade de uma ampla reconstituição do passado
nacional, recruta uma equipe de historiadores conhecidos que escrevem uma coleção de
monumental de 9 tomos e 16 volumes sobre a História da França.
Nesses trabalhos se vê claramente as questões determinantes muitas vezes implícitas sob o
que guiam os trabalhos dos historiadores da escola metódica.
Se dividem em três princípios:
Primeiramente o título: História da França, utilizando como objeto de estudo um
Estado-nação.
Segundo a periodização é articulada em função dos reinados.
Em terceiro acentuam-se os fatos políticos, militares e diplomáticos.
Antes de sua morte em 1922 decide organizar mais uma coleção, esta, por sua vez com
nove volumes, que leva menos de três anos para ser publicada.
OS MANUAIS ESCOLARES
A OBJETIVIDADE EM HISTÓRIA
Foi erradamente que se classifico e ainda se classifica a escola histórica, que se impõe em
França entre 1880 e 1930, de corrente positivista. Para Bourdeau "a história é a ciência dos
desenvolvimentos da razão" e tem por objetivo " a universidade dos fatos que a razão dirige
ou de que sofre influência".
Classifica as leis que definem o desenvolvimento da espécie humana, são elas:
As leis de ordem, que mostram a semelhança das coisas;
As leis de reação que fazem com que "as mesmas originem os mesmos efeitos";
A lei suprema, que regula o curso da história.
Na realidade, os adeptos da escola metódica não tiraram a inspiração do francês A. Comte,
mas do alemão Leopold Von Ranke.
Von Ranke postula cinco regras sobre sua forma de pesquisa:
1º regra: incube ao historiador não "julgar o passado nem instruir os seus
contemporâneos, mas simplesmente dar conta do que realmente passou";
2º regra: não há nenhuma independência entre o sujeito conhecedor e o objeto do
conhecimento;
3º regra: a história -o conjunto das "res gestae"- existe em si, objetivamente
4º regra: a relação cognitiva é conforme a um modelo “mecanista”. O historiador
regista o fato histórico, de maneira passiva, como o espelho reflete a imagem de um
objeto.
5º regra: a tarefa do historiador consiste em reunir um número suficiente de dados,
assente em documentos seguros;
O materialismo histórico não dá razão ao "positivismo" seguro de atingir a objetividade, e o
"presentismo", preocupado em mostrar o papel da subjetividade.
DOCUMENTO
Bibliografia:
BOURDÉ, Guy e MARTIN, Hervé. As Escolas Históricas. Portugal: Publicações Europa-
América, 1983. Capítulo 6: “A escola metódica”: p. 97-118);