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Disciplina 1 – Teoria Econômica

Aula 4 – Mercados: Oferta e Demanda


Parte 1: 25/08/2014 Parte 2: 01/09/2014

Prezado(a) Aluno(a),

Esta aula apresenta uma noção introdutória sobre a Microeconomia, tendo


como ponto principal o conhecimento sobre os mecanismos de Oferta e
Demanda. Para analisar o funcionamento dos mercados individuais o estudo da
Curva de Oferta e da Curva de Demanda se faz necessário, pois, estes conceitos
apresentam os determinantes e o comportamento dos agentes econômicos no
que se refere aos preços e às quantidades de bens e serviços transacionados em
mercados específicos. Dessa forma, os movimentos das curvas em busca do
equilíbrio de mercado, ou seja, preços e quantidades que equilibram Oferta e
Demanda orientarão a alocação dos recursos produtivos disponíveis na
economia. Além disso, é apresentado o conceito de elasticidade, como sendo a
sensibilidade de compradores e vendedores a variações nos preços de bens e
serviços.

Vamos começar o nosso percurso? Bons estudos a todos!

Profa. Gislaine Miranda Quaglio

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Conteúdo

1. Mercados: Oferta e Demanda ............................................................................. 3


2. O problema econômico fundamental ............................................................... 10
3. Mecanismo de mercado .................................................................................... 11
3.1 Curvas de demanda e de oferta...................................................................... 11
3.2 Deslocamentos da curva de demanda ........................................................... 15
3.3 Deslocamentos da curva de oferta ................................................................ 19
3.4 Deslocamentos das curvas de demanda e oferta e o equilíbrio .................. 22
4. Conceito de elasticidade ................................................................................... 24
4.1 Elasticidade-preço da demanda ..................................................................... 24
4.2 Outros conceitos de elasticidade da demanda ............................................. 26
4.3 Elasticidade-preço da oferta........................................................................... 28
5. Referências ........................................................................................................ 30

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1. Mercados: Oferta e Demanda

Vamos pensar em algumas situações:

 Clima propício foi registrado no estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro e


resultou em uma colheita de laranja acima do esperado, com este fato
registrou-se diminuição no preço do suco de laranja;
 No período do carnaval nos estados do Rio de Janeiro e da Bahia os hotéis
elevam os preços das diárias;
 Em final de campeonato de futebol os preços dos ingressos aumentam.

O que todas essas situações têm em comum? Elas demonstram como as


forças de oferta e de demanda funcionam nos diferentes mercados; mercado de suco
de laranja, mercado de diárias de hotel e mercados de ingressos para partidas de
futebol. Percebe-se em todos eles que compradores e vendedores se comportam e
interagem frente aos movimentos que influenciam suas decisões de compra e de
venda, ou seja, decisões de demanda e de oferta.

Os conceitos de oferta e de demanda são focos de análise da Teoria


Microeconômica (ou Teoria da Formação de Preços). A Teoria Econômica possui
duas grandes áreas de investigação: a Microeconomia e a Macroeconomia. A
Macroeconomia aborda o comportamento dos agregados econômicos, estuda
variáveis como: consumo agregado, renda nacional, investimentos, gastos do governo,
exportação, nível geral dos preços, dentre outras. E não é o foco do nosso estudo no
momento.

Já a Microeconomia, como citado, estuda o comportamento das unidades


econômicas básicas: consumidores, produtores e seus mercados de interação. O
enfoque principal de investigação é o funcionamento da oferta e da demanda na
formação de preços no mercado. Segundo Pindyck e Rubinfeld (2010), a análise da
oferta e da demanda é uma ferramenta fundamental para aplicação em questões
importantes, como a compreensão e previsão de variações nas condições
econômicas, a avaliação dos impactos de políticas de controle de preços e renda e a
determinação dos efeitos de políticas comerciais nas relações entre consumidores e
produtores.

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Conforme ilustrado na figura 1, a Teoria da Demanda ou Teoria da Procura
estuda a teoria do consumidor enquanto indivíduo e a demanda de mercado, isto é, a
demanda de um conjunto de indivíduos. No mesmo sentido, a Teoria da Oferta
também abrange a oferta individual do produtor e a oferta de mercado que considera
um conjunto de produtores. O entendimento das forças de oferta e de demanda
determinam os preços em uma economia capitalista e os preços determinam a
alocação dos recursos escassos disponíveis.

Figura 1 – Divisão das teorias da oferta e da demanda

Fonte: Elaboração do autor.

A demanda, também conhecida como procura, pode ser entendida como a


quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir,
dada algumas variáveis, como renda, gastos e preços. Os fundamentos da análise da
demanda estão baseados em alguns conceitos e teorias, como: o valor utilidade e o
valor trabalho; as utilidades total e marginal; as curvas de indiferença; e a restrição
orçamentária. Todos estes conceitos fazem parte do estudo sobre o comportamento
do consumidor, assim, cabe neste momento apenas uma introdução básica.

A Teoria do Valor Utilidade pressupõe que o valor de um bem é formado por


sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem ou serviço representa para o
consumidor. Já a Teoria do Valor Trabalho contrapõe o valor utilidade, uma vez que
considera que o valor de um bem ou serviço é formado por sua oferta ao considerar os
custos do trabalho incorporado ao bem ou serviço. Segundo Vasconcellos (2006, p.
32), “[...] a Teoria do Valor Utilidade veio complementar a Teoria do Valor Trabalho,

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pois já não era possível predizer o comportamento dos preços dos bens apenas com
base nos custos, sem considerar o lado da demanda (padrão de gostos, hábitos,
renda etc.)”.

A utilidade total considera que o grau de satisfação dos consumidores tende a


aumentar a medida em que a quantidade consumida aumenta. Já a utilidade marginal
considera que cada unidade adicional (na margem) de um bem consumido gera uma
satisfação decrescente. O fato de ser decrescente ocorre porque o consumidor vai
saciando-se desse bem, por exemplo: pense no caso em que você esteja com muita
sede e que acabou de chegar de uma caminhada e daria tudo por um copo de água.
Neste momento, a sua satisfação em beber um ou dois copos é grande, porém a partir
do terceiro essa satisfação começa a diminuir.

Este conceito é importante, pois é a chamada Lei da Utilidade Marginal


Decrescente e dela foi derivada a curva de demanda e suas propriedades que serão
tratadas nos próximos tópicos. Matematicamente a utilidade marginal decrescente tem
a expressão da equação 1 e pela figura 2 pode-se observar a representação da
utilidade total e da utilidade marginal, com a relação entre utilidade e quantidade
consumida.

Equação (1)

Sendo: Umg = Utilidade marginal


∆Ut = variação da utilidade total
∆q = variação da quantidade que o consumidor deseja consumir.

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Figura 2 – Representação gráfica da utilidade total e utilidade marginal

Fonte: Elaboração do autor.

A importância do conceito de utilidade marginal também pode ser destacada


pelo conhecido paradoxo da água e do diamante. Ao se pensar em utilidade
claramente identifica-se que a água é um bem muito mais útil do que o diamante, logo,
sua utilidade total é grande. Entretanto, enquanto a água é encontrada em abundância
o diamante, pelo contrário, é escasso fazendo com que a utilidade marginal do
diamante seja maior do que o da água.

Os próximos conceitos fundamentais na análise da demanda referem-se à


curva de indiferença e a restrição orçamentária. A curva de indiferença representa um
conjunto de cestas de mercado (bens) que geram o mesmo nível de satisfação para o
consumidor. Indica-se como uma curva, pois é um instrumento gráfico que ilustra as
preferências do consumidor, veja na figura 3. Cada cesta (A, B e C) possui
combinações dos bens cenoura e carne e a curva de indiferença (curva em azul)
representa o menu de opções de cestas que proporciona o mesmo nível de satisfação
diante das combinações.

As características básicas da curva de indiferença são sua inclinação negativa


e a convexidade em relação à origem (curvatura exterior). A inclinação negativa ocorre
devido à necessidade de manter o mesmo nível de satisfação à medida que se
aumenta o consumo de um determinado bem sendo necessário reduzir o consumo do
outro bem. E a convexidade da curva ocorre devido à lei da utilidade marginal
decrescente, por consequência da disposição do consumidor em substituir um bem
pelo outro.

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Figura 3 – Curva de indiferença

Fonte: Elaboração do autor.

A restrição orçamentária representa a restrição que os consumidores


enfrentam devido ao caráter limitado de sua renda. O montante de renda disponível do
consumidor em determinado período de tempo limita suas possibilidades de consumo,
uma vez que o quanto ele pode gastar está diretamente relacionado ao seu
rendimento total, conforme figura 4. Assim, enquanto a curva de indiferença
representa o conjunto de bens desejados considerando apenas as preferências do
consumidor a restrição orçamentária condiciona o conjunto desejado ao conjunto que
pode efetivamente ser adquirido.

Figura 4 – Restrição Orçamentária (RO)

Fonte: Elaboração do autor.

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As variáveis usualmente utilizadas para explicar a demanda de um bem ou
serviço são: o preço do bem, de seus substitutos e seus complementares; a renda do
consumidor; e as preferências do consumidor. Entretanto, a demanda pode ser
afetada por muitos outros fatores, como: crédito, marketing e propaganda, fatores
climáticos e sazonais e expectativas e perspectivas futuras. Por fim, é importante
destacar que o efeito de cada variável sobre a demanda é analisado sob a hipótese de
coeteris paribus, isto é, ao analisar o efeito de uma variável em particular todas as
demais variáveis permanecem constantes.

A oferta pode ser entendida como a quantidade de determinado bem ou


serviço que os produtores e vendedores estão aptos e dispostos a vender em um dado
período de tempo. Os fundamentos da análise da oferta estão baseados na teoria da
produção e na teoria de custos. Ambas as teorias fazem parte do estudo sobre o
comportamento firma ou Teoria da firma, assim, também cabe neste momento apenas
uma introdução básica.

A Teoria da firma tem como objetivo principal a análise das variáveis que
interferem na maximização do lucro ou na minimização dos custos. O Lucro Total (LT),
do ponto de vista econômico, é a diferença entre a Receita Total (RT) e o Custo Total
(CT). A receita total é definida pela quantidade produzida de um bem multiplicada pelo
preço de venda deste bem. Inicialmente, assume-se que o preço do bem é dado e, por
conseguinte, a receita total depende da quantidade produzida. Neste sentido, o estudo
da oferta se subdivide na análise da produção e dos custos de produção.

A teoria da produção refere-se às relações tecnológicas e físicas entre a


quantidade produzida e as quantidades de insumos utilizados na produção. No
processo produtivo a empresa transforma fatores de produção (insumos, capital, mão
de obra) em produtos ou serviços que serão ofertados no mercado. Dessa forma, a
empresa configura-se como intermediária e para produzir precisa escolher dentre
diferentes possibilidades de combinações entre os fatores de produção.

Na análise da produção existe, ainda, a distinção de fatores de produção fixos


e variáveis entre curto e longo prazos. No curto prazo as quantidades de um ou mais
fatores de produção são mantidas fixas. No longo prazo todos os fatores de produção
se tornam variáveis. A distinção de fatores fixos e variáveis é importante, pois, remete
a Lei de rendimentos decrescentes no curto prazo e ao conceito de economias de
escala no longo prazo. De acordo com a lei de rendimentos decrescentes, o fator de
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produção que for variável no curto prazo apresentará um produto marginal menor à
medida que o nível de produção aumenta. Já o conceito de economias de escala
apresenta a taxa de crescimento do produto à medida que os fatores de produção
crescem proporcionalmente. Os rendimentos de escala podem ser crescentes,
constantes e decrescentes.

Na teoria dos custos de produção adiciona-se a análise dos preços dos


insumos. Dada uma tecnologia de produção os insumos podem ser combinados de
diferentes maneiras para que a empresa produza a mesma quantidade. Quando
adiciona-se os custos de produzir em cada combinação dos insumos a empresa pode
identificar e escolher uma combinação que minimize os custos de produção.
Prosseguindo com a distinção de curto e longo prazos, na teoria dos custos de
produção o Custo Total (CT) pode ser dividido em Custo Fixo (CF) e Custo Variável
(CV). O custo associado a cada unidade adicional de produto é o Custo Marginal
(CMg) e o custo variável total em razão da quantidade produzida é o Custo Variável
Médio (CVMe). Os custos de produção determinam a chamada curva de oferta da
firma.

As variáveis usualmente utilizadas para explicar a oferta de um bem ou serviço


são: o preço do bem, o preço de fatores e insumos de produção, o preço de outros
bens, tecnologia e fatores climáticos/ambientais. Da mesma forma que visto na análise
da demanda, na oferta o efeito de cada variável é analisado sob a hipótese de coeteris
paribus, isto é, ao analisar o efeito de uma variável em particular todas as demais
variáveis permanecem constantes.

O modelo de demanda e oferta, portanto, é representado pelas teorias do


consumidor e da firma. Admite-se, por fim, que o mercado de interação é
perfeitamente competitivo, ou seja, existem tantos compradores e vendedores que
cada um dos agentes tem impacto insignificante na formação do preço de mercado.

A análise agora segue para o entendimento da função de demanda e a função


de oferta. A função de demanda é representada pela curva de demanda e mostra uma
relação indireta entre a quantidade demandada e o preço do bem, é a chamada Lei
Geral da Demanda. A função de oferta é representada pela curva de oferta e mostra
uma relação direta entre quantidade ofertada e o preço do bem, é a chamada Lei
Geral da Oferta. Ambas as leis serão foco de estudo nos tópicos seguintes, antes,

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porém, cabe uma breve síntese sobre os problemas econômicos fundamentais que
norteiam a análise microeconômica.

2. O problema econômico fundamental

A Teoria Econômica estuda a alocação dos recursos escassos e as


necessidades ilimitadas da sociedade. Assim, a escassez dos recursos ou fatores de
produção, associada às necessidades ilimitadas dos agentes originam os
denominados problemas econômicos fundamentais:

 O que e quanto produzir?


Dentro do amplo leque de possibilidades de produção, a sociedade deve
escolher quais produtos serão produzidos e em que quantidades. A
impossibilidade de produzir todos os bens desejados na quantidade necessária
é o que sustenta esse problema.

 Como produzir?
Após escolher o que e quanto produzir, a sociedade precisa decidir quais
fatores de produção serão utilizados considerando o nível tecnológico
existente. Baseados na alocação ótima dos recursos disponíveis, produtores
devem escolher o método que resulte no menor custo de produção.

 Para quem produzir?


A distribuição dos bens produzidos também é decisão da sociedade. A
impossibilidade de atribuição igual do produto final a cada um dos participantes
do processo produtivo é o que sustenta esse problema.

Em um sistema capitalista ou a denominada economia de mercado –


predomínio da livre iniciativa e da propriedade privada dos fatores de produção – o
mecanismo de preços ou mecanismo de mercado é o responsável por resolver os
problemas de o que, quanto, como e para quem produzir. Dessa forma, como visto no
tópico anterior, é por meio da oferta e da demanda que os preços e as quantidades
são definidos, assim, os problemas econômicos fundamentais passam pela análise do
comportamento de consumidores e empresas.

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3. Mecanismo de mercado

Na economia existem uma infinidade de bens, serviços e fatores de produção,


sendo ofertados e demandados ao mesmo tempo por um grande número de
compradores e vendedores. Esta dinâmica revela ser necessário que exista um
mecanismo mantenedor da ordem e da orientação das atividades. Neste sentido, as
ações dos diversos agentes envolvidos devem, em suma, satisfazer os interesses de
cada indivíduo e da sociedade como um todo.

Enquanto que em um sistema socialista o governo é esse mecanismo, no


sistema capitalista esse mecanismo é o mercado. O conceito de mercado entendido
aqui não está associado a um determinado lugar geográfico, mas, sim a um
mecanismo que aproxima consumidores e produtores, permitindo que ambos
alcancem ganhos mútuos.

As transações que promovem a satisfação tanto do indivíduo quanto da


sociedade como um todo encontram no preço emanado da livre inciativa de
compradores e vendedores o elemento chave para sua realização. O fato da empresa
produzir um bem e do consumidor desejar adquiri-lo são necessários, porém, não são
suficientes para que a transação se concretize. É o preço determinado no livre
mercado pelas interações entre a curva de demanda e a curva de oferta que garante a
efetivação das transações.

3.1 Curvas de demanda e de oferta

A curva de demanda nos informa a quantidade de bens ou serviços que os


consumidores desejam comprar à medida que muda o preço unitário deste bem ou
serviço, ou seja, é a relação entre preço e quantidade de um bem desejado pelos
consumidores. Essa relação pode ser expressa matematicamente conforme a
equação 2, e graficamente, conforme a figura 5.

Equação (2)
Onde: Qd = Quantidade demandada do bem
P = Preço do bem

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Figura 5 – Curva de demanda

Fonte: Elaboração do autor.

Note que a curva de demanda indicada por “D” tem a inclinação negativa (para
baixo). Isto ocorre, pois, mantendo tudo o mais constante, quanto menor o preço maior
a disposição de compra do consumidor. Veja, ao preço P1 o consumidor está disposto
a adquirir Q2 unidades do bem. Contudo, quando o preço aumenta para P2 o
consumidor reduz sua disposição em adquirir o bem e passa a demandar Q1. Neste
caso, percebe-se que existe um movimento ao longo da curva de demanda.
Conforme já citado anteriormente, a quantidade demandada de um bem pode
depender de outras variáveis além de seu próprio preço (renda, preço de outros bens,
dentre outros). Cada uma dessas variáveis surte um efeito sobre a curva de demanda
que iremos estudar no próximo tópico.

A curva de demanda apresentada refere-se à curva de demanda do


consumidor individual. Outro conceito importante é a curva de demanda de
mercado. A demanda de mercado é a somatória horizontal de todas as demandas
individuais, ou seja, a cada preço soma-se as quantidades demandadas por cada
consumidor.

A curva de oferta nos informa a quantidade de mercadorias ou serviços que


os produtores estão dispostos a produzir/vender a determinado preço, desde que

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mantidos constantes quaisquer fatores que possam afetar a quantidade ofertada, ou
seja, é a relação entre preço e quantidade de um bem ofertado pelos produtores. Essa
relação pode ser expressa matematicamente conforme a equação 3, e graficamente,
conforme a figura 6.

Equação (3)
Onde: Qo = Quantidade ofertada do bem
P = Preço do bem

Figura 6 – Curva de oferta

Fonte: Elaboração do autor.

Note que a curva de oferta indicada por “O” tem a inclinação positiva (para
cima). Isto ocorre, pois, mantendo tudo o mais constante, quanto maior o preço maior
a disposição de oferta do produtor. Veja, ao preço P1 o produtor está disposto a ofertar
Q2 unidades do bem. Contudo, quando o preço reduz para P2 o produtor reduz sua
disposição em produzir/vender o bem e passa a ofertar Q1. Neste caso, percebe-se
que existe um movimento ao longo da curva de oferta. Conforme já citado
anteriormente, a quantidade ofertada de um bem pode depender de outras variáveis
além de seu próprio preço (preço de fatores e insumos de produção, o preço de outros
bens, tecnologia e fatores climáticos/ambientais). Cada uma dessas variáveis surte um
efeito sobre a curva de oferta que iremos estudar no próximo tópico.

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A curva de oferta apresentada refere-se à curva de oferta da firma individual.
A exemplo da demanda, tem-se também o conceito de curva de oferta de mercado.
A oferta de mercado é a somatória horizontal de todas as ofertas individuais, ou seja, a
cada preço soma-se as quantidades ofertadas por cada firma.

A união das curvas de demanda e de oferta indica o equilíbrio do mercado,


mais precisamente, a efetivação do mecanismo de mercado. Segundo Pindyck e
Rubinfeld (2010), o mecanismo de mercado representa a tendência dos preços a se
alterarem livremente até que se alcance o preço de equilíbrio. O preço de equilíbrio é
aquele que iguala a quantidade demanda com a quantidade ofertada, conforme
demonstrado na figura 7.

Figura 7 – Equilíbrio de mercado

Fonte: Elaboração do autor.

Quando o preço de mercado está diferente do preço de equilíbrio acontecem


ajustes nas quantidades ofertadas e demandadas. As curvas se movimentam e se
deslocam até alcançarem o preço que equilibra a demanda e a oferta novamente.
Esse mecanismo de ajustamento ocorre, pois, conforme apresentado na figura 7, é
necessário regular as seguintes situações:

 Excesso de oferta: quando o preço de mercado está acima do preço


de equilíbrio, ou seja, a quantidade ofertada está acima da quantidade
demandada;

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 Excesso de demanda: quando o preço de mercado está abaixo do
preço de equilíbrio, ou seja, a quantidade demandada está acima da
quantidade ofertada.

3.2 Deslocamentos da curva de demanda

Para estudar o efeito individual de cada uma das variáveis sobre a demanda de
determinado bem ou serviço analisa-se o tipo de deslocamento causado por tais
variáveis na curva de demanda. A seguir será analisada cada relação de quantidade e
preço a depender da variável de efeito.

Preços de outros bens e serviços: a relação entre a quantidade demandada de


um bem ou serviço e os preços de outros bens ou serviços dá origem aos conceitos
de: bens substitutos e bens complementares.

Dois bens são substitutos quando um aumento no preço de um deles


provoca um aumento na quantidade demandada do outro, assim, a relação é inversa e
o consumo de um substitui o consumo do outro. Por exemplo, substituir a carne
vermelha por carne de branca ou substituir determinada marca de cerveja por outra.

Ao supor que carne vermelha e carne branca são bens substitutos, dado um
aumento no preço da carne branca e mantendo o preço da carne vermelha inalterado
os consumidores demandarão mais carne vermelha, pois, a carne branca ficou mais
cara.

Conforme apresentado na figura 8, ocorrerá o deslocamento da curva de


demanda por carne vermelha, assim, ao mesmo preço de $10 mais consumidores irão
demandar carne vermelha aumentando a quantidade de 100kg para 200kg. Neste
exemplo, o deslocamento foi para direita ou para cima, a curva de demanda D passa a
ser a D’. Se fosse o contrário, ou seja se a carne branca ficasse mais barata do que a
carne vermelha o deslocamento seria para a esquerda ou para baixo.

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Figura 8 – Deslocamento da curva de demanda – preço de bem substituto

Fonte: Elaboração do autor.


Já os bens complementares são aqueles bens consumidos em conjuntos, um
aumento no preço de um deles provoca uma queda na quantidade demandada do
outro bem. Por exemplo, computadores e programas de computador são bens
complementares, caso ocorra um aumento no preço do computador reduz não só a
demanda por computadores, mas também a demanda por programas de computador.
Neste exemplo, conforme apresentado na figura 9, ocorrerá o deslocamento da
curva de demanda por programas de computador.

Ao mesmo preço de $150 menos consumidores irão demandar o programa de


computador reduzindo a quantidade de 4.000 programas para 2.000 programas. Neste
exemplo, o deslocamento foi para a esquerda ou para baixo, a curva de demanda D
passa a ser a D’. Se fosse o contrário, ou seja se o preço dos computadores ficasse
mais barato o deslocamento seria para a direita ou para cima.

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Figura 9 – Deslocamento da curva de demanda – preço de bem
complementar

Fonte: Elaboração do autor.

Renda do consumidor: a relação entre a quantidade demandada de um bem ou


serviço e a renda do consumidor dá origem aos conceitos de:

 Bem superior ou de luxo: um aumento na renda do consumidor leva ao


aumento mais que proporcional da demanda do bem.
 Bem normal: um aumento na renda do consumidor leva ao aumento da
demanda do bem.
 Bem inferior: um aumento na renda do consumidor leva à queda da demanda
do bem.
 Bem de consumo saciado ou neutro: um aumento na renda do consumidor
não altera a demanda do bem.

Dependendo da renda do consumidor o bem tende a ser classificado entre os


citados acima. Dessa forma, são poucos os bens inferiores para consumidores de
renda mais baixa, neste sentido, quanto maior for a renda do consumidor menor será o
número de bens inferiores (VASCONCELLOS, 2006). Na figura 10 estão
representados graficamente o que acontece com a curva de demanda de bens
normais, bens inferiores e neutros, supondo um aumento no nível de renda.

Note que no bem normal um aumento da renda desloca a curva da demanda para
cima ou para a direita, no caso da carne de 1ª dado um aumento da renda do
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consumidor a demanda por este bem também aumenta, assim, ao mesmo preço de
$20 a demanda aumenta de 400kg para 600kg e a curva de demanda D se desloca
para D’.
Quando o bem é inferior, o aumento de renda provoca uma redução no consumo.
Neste exemplo, ao mesmo preço de $12, os consumidores reduzem a demanda por
carne de 2ª de 140kg para 80kg, a curva de demanda se desloca para baixo e para a
esquerda saindo de D para D’. No caso do bem de consumo saciado ou neutro, neste
exemplo, dado um aumento na renda do consumidor a demanda por arroz não se
altera. A curva de demanda não se desloca e D é igual à D’.

Figura 10 – Deslocamento da curva de demanda – classificação do bem

Fonte: Elaboração do autor.

O comportamento da curva de demanda, no que concerne sua inclinação


negativa, tem exceção no denominado bem de Giffen. No caso dos bens de Giffen a
redução de seu preço não acarreta no aumento da quantidade demanda, assim, a

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curva é positivamente inclinada. Considera-se um caso especial de bem inferior, pois a
redução do preço gera um aumento no poder aquisitivo e a renda excedente não gasta
com o bem de Giffen faz com que os consumidores passem a consumir outros bens.

3.3 Deslocamentos da curva de oferta

Para estudar o efeito individual de cada uma das variáveis sobre a oferta de
determinado bem ou serviço também se analisa o tipo de deslocamento causado por
tais variáveis na curva de oferta. A seguir será analisada cada relação de quantidade e
preço a depender da variável de efeito.

Preço dos fatores de produção: a relação entre a quantidade ofertada de um


bem ou serviço e os preços de fatores de produção (mão de obra, energia, matéria
prima, terra, dentre outros).

Suponha-se uma redução no preço da matéria prima aço, com os custos mais
baixos a produção de geladeiras se torna mais lucrativa o que encoraja a empresa a
expandir a produção. Dado que o preço não se altera, a quantidade ofertada aumenta,
conforme demonstrado na figura 11. Ao preço de $ 1.000, a quantidade ofertada de
geladeiras seria 15 mil unidades, porém, com a queda no preço do aço e ao mesmo
preço de $1.000, a quantidade ofertada de geladeiras aumenta para 20 mil unidades.
Ocorre um deslocamento da curva de oferta para a direita e para baixo de O para
O’.

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Figura 11 – Deslocamento da curva de oferta – preço dos fatores de
produção

Fonte: Elaboração do autor.

Preço de um bem substituto na produção: a relação entre a quantidade


ofertada de um bem ou serviço e os preços de um bem substituto na produção.

Algumas empresas podem produzir dois ou mais tipos de bens. Ao depender


das condições do mercado ela pode optar por produzir mais do produto A ou do
produto B, neste contexto encontram-se os bens substitutos de produção. Suponha-
se que uma empresa produz arroz e feijão. Se o preço do feijão aumentar, e dado
constante o preço do arroz, os produtores diminuirão a produção de arroz para
produzir mais feijão. Conforme figura 12, ao preço de $40 a produção era de 1.500kg
de arroz, porém, com o aumento no preço do feijão este bem se torna mais atrativo e
os produtores reduzem a produção de arroz para 1.000kg, dado o mesmo preço de
$40. A curva de oferta de arroz se desloca para a esquerda e para cima de O para
O’.

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Figura 12 – Deslocamento da curva de oferta – preço de um bem
substituto de produção

Fonte: Elaboração do autor.

Avanço da tecnologia: a relação entre a quantidade ofertada de um bem ou serviço e o


impacto de um avanço tecnológico nos custos de produção.

Caso ocorra um avanço da tecnologia utilizada no processo produtivo os custos


de produção tendem a diminuir, este fato aumenta a quantidade ofertada do bem.
Como visto na figura 13, por exemplo, dado o preço de $ 500, um avanço da
tecnologia usada para produzir televisores reduz o custo e, por conseguinte, a
empresa passa a ofertar maior quantidade de televisores, de 20 mil unidades para 25
mil unidades. A curva de oferta desloca-se para a direita e para baixo, passando de O
para O’.

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Figura 13 – Deslocamento da curva de oferta – avanço tecnológico

Fonte: Elaboração do autor.

3.4 Deslocamentos das curvas de demanda e oferta e o equilíbrio

Como visto, as curvas de demanda e de oferta se movimentam e/ou se


deslocam em reposta às mudanças de variáveis como renda, outros bens e custos.
Em cada movimento as curvas alteram o equilíbrio do mercado, assim, o mecanismo
de mercado que balanceia a quantidade demandada e a quantidade ofertada por meio
dos preços – evitando excessos de um lado ou de outro – promove novos pontos de
equilíbrio.

Para analisar como funciona as mudanças no equilíbrio de mercado, considera-


se a figura 14. Ao preço P0 a quantidade demanda e ofertada de determinado bem
está em equilíbrio igual a Q0. Caso ocorra, por exemplo, um aumento na renda dos
consumidores, o maior poder aquisitivo, dado o mesmo preço, a quantidade
demandada eleva-se para Q2, dado o mesmo preço o mercado incorre em um excesso
de demanda. Para reequilibrar o mercado produtores elevarão o preço de P0 para P1,
ocorre, portanto, o deslocamento da curva de demanda para a direita e para cima (de
D para D’) e um movimento ao longo da curva de oferta. O novo ponto de equilíbrio é
encontrado ao preço P1 e quantidade demandada e ofertada Q3.

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Figura 14 – Mudanças no equilíbrio - Demanda

Fonte: Elaboração do autor.

Agora considere o lado da oferta, figura 15. Ao preço P0 a quantidade demanda


e ofertada de determinado bem está em equilíbrio igual a Q 0. Caso ocorra, por
exemplo, uma redução no preço de determinado fator de produção, mantido o mesmo
preço, a quantidade ofertada seria Q2, o mercado incorre em um excesso de oferta.
Para reequilibrar o mercado produtores reduzirão o preço de P0 para P1, ocorre,
portanto, o deslocamento da curva de oferta para a direita e para baixo (de O para O’)
e um movimento ao longo da curva de demanda. O novo ponto de equilíbrio é
encontrado ao preço P1 e quantidade demandada e ofertada Q3.

Figura 15 – Mudanças no equilíbrio - Oferta

Fonte: Elaboração do autor.

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4. Conceito de elasticidade

A demanda por um bem, como visto, depende de seu preço, da renda do


consumidor e dos preços de outros bens. Da mesma forma, a oferta de um bem
depende do seu preço e de outras variáveis que afetam o custo de produção. Em
algumas situações, contudo, os agentes desejam saber de maneira mais objetiva e
precisa o quanto irá aumentar ou diminuir a demanda ou a oferta de determinado bem
diante do comportamento de tais variáveis. Para isso utiliza-se o conceito de
Elasticidade.

Segundo Pindyck e Rubinfeld (2010), a elasticidade mensura a variação


percentual que ocorrerá em uma variável a partir da variação de outras variáveis.
Pode-se entender como a sensibilidade da quantidade demandada ou ofertada a
variações em seus determinantes. Dessa forma, na análise da demanda e oferta,
mostra o quão sensível são consumidores e produtores quando o preço de um bem ou
serviço sofre variação para mais ou para menos. “A elasticidade é sinônimo de
sensibilidade, resposta, reação de uma variável, em face de mudanças em outras
variáveis” (Vasconcellos, 2006, p. 63).

O conceito de elasticidade é importante não só na análise microeconômica,


mas também na macroeconomia. Sua aplicação passa pelas análises: demanda
versus preço; demanda versus renda; demanda versus preço de outros bens; oferta
versus preço; exportações versus taxa de câmbio; taxa de juros versus títulos, dentre
outros. A seguir serão tratados os principais conceitos da elasticidade na demanda e
na oferta.

4.1 Elasticidade-preço da demanda

A elasticidade-preço da demanda (Epd) é a medida de quanto a quantidade


demandada de determinado bem ou serviço reage a uma mudança no preço do bem
ou serviço em questão. Conforme as equações (4) e (4.1), é calculada como a
variação percentual da quantidade demandada dividida pela variação percentual do
preço do bem, mede o quanto os consumidores estão dispostos a deixar de adquirir ou
desejar adquirir de um bem à medida que seu preço aumenta ou diminui.

24
Equação (4)

Equação (4.1)

Por exemplo, suponha-se que um aumento em uma determinada marca de


refrigerante, que altere seu preço de R$ 4,00 para R$ 4,10, cause uma queda de
2.000 unidades vendidas para 1.600 unidades vendidas. Logo, a Epd desse produto
será de:

No caso desta marca de refrigerante a Epd é de 8, – em módulo – ou seja, a


variação da quantidade demandada é oito vezes maior do que a variação do preço. O
resultado da Epd indica, portanto, o tipo de demanda que o produto apresenta:

 Demanda elástica: | Epd | > 1


A demanda por um produto é considerada elástica quando pequenas
variações no preço produzem grandes variações na quantidade
demandada, ou seja, a quantidade demandada do bem é muito sensível
à variação de seu preço.

 Demanda inelástica: | Epd | < 1


A demanda por um produto é considerada inelástica quando variações
no preço não alteram sensivelmente a quantidade demandada, ou seja,

25
a quantidade demandada do bem é pouco sensível à variação de seu
preço.
 Demanda de elasticidade unitária ou única: | Epd | = 1
A demanda por um produto é considerada unitária ou única quando
variações no preço alteram na mesma proporção a quantidade
demandada.

Dentre os fatores que afetam a Epd estão:


 A disponibilidade de bens substitutos, pois o consumidor poderá ter
outras opções de consumo;
 A essencialidade do bem, quanto mais essencial menor a sensibilidade
do consumidor em reduzir o consumo;
 O peso do bem no orçamento do consumidor, quanto maior for o
comprometimento da renda do consumidor com o bem maior será a
sensibilidade; e
 O tempo, ao depender do horizonte de tempo (curto ou longo prazos) o
consumidor tem maior possibilidade de descobrir opções para substituir
o consumo de determinados bens.

Note que a Epd também ajuda a compreender o impacto da variação de preços


na Receita Total (RT). Se a demanda for inelástica um aumento no preço gera um
aumento da RT, pois, a redução da quantidade demandada é menor do que o
aumento no preço. Se a demanda for elástica um aumento no preço gera uma queda
da RT, pois, a redução da quantidade demandada é maior do que o aumento no
preço.

4.2 Outros conceitos de elasticidade da demanda

Além do conceito de Epd, existe um conceito similar para avaliar o impacto dos
produtos substitutos ou complementares, a Elasticidade-cruzada da demanda
(Epcd). Com a Epcd é possível encontrar a variação da quantidade demandada do
produto A devido à variação no preço do produto B.O fato de a Epcd ser um número
positivo ou negativo depende da classificação dos dois bens em questão, ou seja,
dependerá se os bens são substitutos ou complementares. Conforme as equações (5)

26
e (5.1), a Epcd é calculada como a variação percentual da quantidade demandada do
bem A dividida pela variação do preço do bem B.

Equação (5)

Equação (5.1)

O resultado da Epcd indicará qual a relação existente entre os bens:

 Se a Epcd < 0 (negativa), os dois bens são complementares;


 Se a Epcd > 0 (positiva), os dois bens são substitutos;
 Se a Epcd = 0 (nula), os bens não guardam relação.

Outro conceito importante na elasticidade de demanda é a Elasticidade-renda da


demanda (Erd). A Erd é uma medida do quanto a quantidade demandada de um bem
ou serviço responde a uma variação na renda do consumidor. A partir da Erd pode-se
identificar o tipo de bem ou serviço demandado, ou seja, se é um bem superior,
normal, inferior ou de demanda saciada. Calculada, equações (6) e (6.1), como a
variação percentual da quantidade demandada dividida pela variação percentual da
renda do consumidor.

Equação (6)

27
Equação (6.1)

O resultado da Erd indicará o tipo do bem em análise:

 Se a Erd > 1 (acima de 1), o bem é superior, pois, dada uma variação da
renda, o consumo varia mais que proporcionalmente;
 Se a Erd > 0 (positiva), o bem é normal, pois, o consumo aumenta quando a
renda aumenta;
 Se a Erd < 0 (negativa), o bem é inferior, pois, a demanda diminui quando a
renda aumenta; e
 Se a Erd = 0 (nula), o bem é de consumo saciado, pois, variações na renda
não alteram a demanda pelo bem.

Geralmente, a Erd de produtos manufaturados é superior à elasticidade-renda de


produtos básicos. Isto ocorre porque o consumo de produtos como automóveis,
eletrônicos, eletrodomésticos, dentre outros, aumenta à medida que cresce a renda do
consumidor. Já o de produtos básicos como alguns alimentos (feijão, arroz, sal)
apresentam um limite de consumo mesmo quando a renda aumenta. Assim, percebe-
se na Erd um importante instrumento para o planejamento empresarial, uma vez que
representa um parâmetro de projeção de vendas dado o crescimento da renda do
país.

4.3 Elasticidade-preço da oferta

A elasticidade-preço da oferta (Epo) é a medida de quanto a quantidade


ofertada de determinado bem ou serviço reage a uma mudança no preço do bem ou
serviço em questão. Conforme as equações (7) e (7.1), é calculada como a variação
percentual da quantidade ofertada dividida pela variação percentual do preço do bem,
mede o quanto os produtores estão dispostos a deixar de produzir ou desejar produzir
de um bem à medida que seu preço aumenta ou diminui. A aplicação da Epo é pouco
frequente quando comparada a aplicação da Epd.

28
Equação (6)

Equação (6.1)

Da mesma forma que ocorre na Epd, na Epo o resultado indica o tipo de oferta
que o produto apresenta:

 Oferta elástica: | Epo | > 1


A oferta de um bem é considerada elástica quando pequenas variações
no preço produzem grandes variações na quantidade ofertada, ou seja,
a quantidade ofertada do bem é muito sensível à variação de seu preço.

 Oferta inelástica: | Epd | < 1


A oferta de um bem é considerada inelástica quando variações no preço
não alteram sensivelmente a quantidade ofertada, ou seja, a quantidade
ofertada do bem é pouco sensível à variação de seu preço.

 Oferta de elasticidade unitária ou única: | Epd | = 1


A oferta de um bem é considerada unitária ou única quando variações
no preço alteram na mesma proporção que a quantidade ofertada.

A aplicação da Epo é pouco frequente quando comparada a aplicação da Epd.


Os principais fatores que a determinam são a disponibilidade de insumos e o tempo.
No caso deste último, para a maioria dos bens e serviços a Epo de curto prazo é
menor do que a Epo de longo prazo. Este fato ocorre, pois, no curto prazo as
empresas possuem limitações na capacidade de produção, mas no longo prazo elas
podem ampliar tal capacidade para melhorar e expandir sua produção.

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5. Referências

PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed. São Paulo: Prentice Hall.


2010.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

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