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CLT:
Art. 1º Fica aprovada a Consolidação das Leis do Trabalho, que a este
decreto-lei acompanha, com as alterações por ela introduzidas na
legislação vigente.
Parágrafo único. Continuam em vigor as disposições legais
transitórias ou de emergência, bem como as que não tenham
aplicação em todo o território nacional.
O Direito do Trabalho se constitui de um conjunto de normas bem amplo: CF, CLT, Leis
esparsas, Decretos, etc. Todos de natureza federal
Exceções:
Sentenças normativas: seus efeitos estão limitados a base territorial do tribunal sentenciante.
Convenções Coletivas e Acordos Coletivos de Trabalho: seus efeitos também estão limitados a
base territorial dos sindicatos acordantes (convenção) ou limitada ao empregador
determinado (acordo)
Sentença normativa do TST valerá para todo território nacional (exceto se for limitado pelo
próprio TST) seus efeitos se confundem com a própria Lei.
Um exemplo concreto do parágrafo único, onde prevê a possibilidade dos Estados legislarem
sobre a matéria, é a Lei complementar 103/00, qual autorizou a fixação do piso salarial da
categoria profissional a que se refere o art. 7º, V, CF/88.
A lei 13.467/17 (que alterou diversos dispositivos da CLT) - também chamada de Nova CLT
Conclui-se, pois que não pode os Estados ou os Municípios criarem ou restringirem direitos
trabalhistas, salvo quando autorizados através de lei complementar.
Ex: A lei nº 1.202/88 do Estado do Rio de Janeiro, qual garantiu estabilidade aos empregados
públicos do Estado, assim como o fez o art. 18 da Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro.
Em ambos os casos, o legislador, estadual e municipal, extravasou seus limites ao criar
direitos trabalhistas não previsto em lei Federal. Portanto, as normas são inconstitucionais na
parte que normatizaram direito trabalhistas, mesmo trazendo benefícios aos trabalhadores.
Neste caso, não deve ser aplicado o princípio da norma mais favorável. Quando a norma for
inconstitucional.
Efeito Retroativo significa aplicação da lei no passado (efeito ex tunc), isto é, sobre situações
jurídicas definitivamente consumadas antes de entrar em vigor lei nova.
Efeito imediato é a aplicação da lei no presente, nas relações em curso ainda não consumadas
(feito ex nunc).
Previsão disto: Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB:
Logo, tanto o direito adquirido quanto o consumado estão protegidos pela irretroatividade
do direito
Neste sentido temos o art. 6º da LINDB c/c 125 e 131 do Código Civil.
É perfeito e já concluído.
Logo as leis do proteção ao trabalho (regras imperativas e cogentes) têm aplicação imediata e
atingem os contratos de trabalho em curso, mas não modificam os já extintos ou as situações
já consumadas sob a égide da lei pretérita.
Quando a lei for omissa, ela passará a vigorar 45 dias após a publicação no órgão oficial. Neste
sentido é o art. 1º da LINDB:
Vale lembrar que a CLT tinha regra própria para a aplicação temporal, como prescrevem os
artigos 912, 915 e 916.
Neste contexto, havia o seguinte, um ACT ou CCT após a vigência, um benefício (direito
adquirido) só era retirado caso o novo ACT ou CCT estivesse revogando, caso não houvesse
o direito continuava em vigência. (não o CCT, mas o direito aquela garantia).
Pós reforma:
Art. 614 continua idêntico, mas altera seu § 3º, passou a ter a
seguinte redação:
Logo com a alteração do § 3º do artigo 614 da CLT, não havendo nova CCT ou ACT as garantias
do empregado cessam. Termina com a vigência do CCT ou ACT que previa a garantia.
Sendo o contrato de trabalho de trato sucessivo, isto é, que não se exaure num único ato, é
comum que cada dia haja inovação, modificação ou alteração, seja qualitativa, seja
quantitativa.
Em virtude disso pode ocorrer de o empregado ser contratado par aprestar serviços num país
e depois ser transferido para outro. Ou ser contratado num país para trabalhou noutro. Ou
ainda ser contratado para trabalhar em diversos países, em sistema de rodízio.
Nestes casos, caso haja dúvidas quanto a lei material do trabalho a ser aplicada, existirá um
conflito de leis no espaço.
Pouco importa o local da contração quando sua execução não se opera na mesma localidade
onde foi firmado o contrato, salvo no caso da lei 7.064/82, pois em regra prevalecerá a lei do
país da execução dos serviços.
Prevalecerá, como regra geral, a lei do país do último dia trabalhado para reger os direitos
decorrentes da rescisão contratual.
Hoje o local da contração é importante, pois, se aqui foi contratado para trabalhar no exterior
a serviço de empregador brasileiro, aplica-se a Lei 7.064/82, e não o princípio da
territorialidade. Mesmo assim, ainda prevalece a aplicação da lei do local da execução do
contrato para aquele empregado contratado no Brasil para trabalhar em empresa
estrangeira, que não tem sede no nosso país.
Ex: Empregado brasileiro contratado no Brasil para trabalhar de forma permanente no Iraque
(para empregador estrangeiro), deve ser aplicada a lei do Iraque;
Ex: Empregado brasileiro contratado no Brasil para trabalhar no Japão (para empregador
estrangeiro), deve-se aplicar a lei do Japão
Nestes casos aplica-se a lei do país onde normalmente o trabalho é executado ou no país em
que se situa a matriz a que está subordinado o empregado, sede ou, na falta dos parâmetros
anteriores, a lei do país onde está situada a sede da empresa (normalmente onde ocorreu a
contratação).
Ex. Executivos com atribuições de fiscalização das empresas do grupo que estão situadas em
diversos países.
Lei 7.064/82
Art. 1º Esta Lei regula a situação de trabalhadores contratados no
Brasil ou transferidos por seus empregadores para prestar serviço no
exterior. (Redação da pela Lei nº 11.962, de 2009)
Exceções:
Técnicos Estrangeiros – Decreto-Lei nº 691/69
Quem são essas pessoas: OIT, ONU, Representações Diplomáticas, Embaixadas ou Consulados
A tese considera que aquele espaço de terra delimitado e ocupado pelo organismo
internacional, embaixada ou consulado, é terra estrangeira, mesmo que geograficamente
esteja localizado, por exemplo no Brasil. Desta forma, aplica-se a lei do local da execução dos
serviços, que é a lei do país que a embaixada ou o organismo estrangeiro representa.
2ª Corrente: Defende que a lei material será livremente escolhida pelas partes. (Amauri
Mascaro Nascimento)
Amauri afirma que as embaixadas estrangeiras são excluídas dos efeitos da legislação do país
em que se encontram, ressaltando que as relações entre estas e seu pessoal, no Brasil, são
reguladas pelo princípio da autonomia da vontade, em face a extraterritorialidade.
3ª Corrente: Conhecida a máxima par in parem non habet imperim, segundo a qual dois
Estados nacionais, igualmente soberanos perante a ordem internacional, não podem exercer,
entre si, jurisdição, já que isso significa a submissão de um Estado ao outro, ferindo sua
soberania (art. 4º da CF)
Por muitos anos acreditou que havia essa imunidade, outros tentavam até classifica-la como
absoluta ou relativa.
ara o direito do trabalho a Tese foi superada com a promulgação da CF/88, quando o STF se
posicionou, vejamos:
Todavia, dela se difere porque a terceira corrente deveria se restringir à questão processual
e não material.
5ª Corrente: Empregado que trabalha no território brasileiro tem aplicação da lei brasileira,
mesmo que seu empregador seja ente de direito público externo aqui situado, pois não se
deve confundir imunidade de jurisdição, que é regra processual, com a imunidade de
legislação material.
Assim como o organismo estrangeiro se submete às regras civis quando aluga um imóvel,
também deve respeitar a lei brasileira quando contrata empregado no Brasil.
Esta teoria chega à mesma conclusão que a 2ª corrente, porém ambas tem argumentos
diferentes, a 2ª se apega à imunidade relativa de jurisdição, e esta se funda na territorialidade
da legislação do trabalho.
Isto é, a nacionalidade de quem explora a atividade econômica. Isto se explica porque não
seria crível que um armador tivesse que aplicar inúmeras leis trabalhistas, cada qual de um
país diferente, aos seus diversos empregados (tripulantes).
RESUMO DA AULA
EFICÁCIA DA LEI TRABALHISTA NO TEMPO
Irretroatividade: segundo o princípio da irretroatividade, a lei nova não se aplica aos contratos
de trabalho já terminados; acrescente-se que nem mesmo os atos jurídicos já praticados nos
contratos de trabalho em curso no dia do início da sua vigência.
Efeito imediato: de acordo com o princípio do efeito imediato, quando um ato jurídico, num
contrato em curso, não tiver ainda sido praticado, o será segundo as regras da lei nova; quer
dizer que entrando em vigor, a lei se aplica, imediatamente, desde logo, às relações de
emprego que se acham em desenvolvimento.
EFICÁCIA NO ESPAÇO