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Direito Penal
Prof. Nidal Ahmad
Esses dois princípios podem ser resumidos em um só: o da retroatividade da lei mais
benigna.
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1.2) HIPÓTESES DE CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO
A) ABOLITIO CRIMINIS
Ocorre a chamada abolitio criminis quando a lei nova já não incrimina fato
que anteriormente era considerado como ilícito penal. A nova lei, demonstrando não haver mais, por
parte do Estado, interesse na punição do autor de determinado fato, retroage para alcançá-lo.
(adultério era típico, mas se tornou atípico com a Lei 11.106/05) É decorrência da previsão do art. 5º,
XL, CF, e art. 2º, do CP.
A quarta hipótese refere-se à nova lei mais severa a anterior (a nova lei de
drogas, Lei n. 11.343/06, no art. 33, aumentou a pena do crime de tráfico de drogas). Incide, no caso,
o princípio da irretroatividade da lei penal: "a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu" (art.
5o. XL).
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É o que diz a Súmula 711 do STF: “A lei penal mais grave aplica-se
ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência”.
2.1) Conceito
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De acordo com o art. 3º do CP, as leis excepcionais ou temporárias, embora
decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que as determinaram, aplicam-se
aos fatos praticados durante sua vigência.
* LEIS EXCEPCIONAIS: são feitas para durar enquanto um estado anormal ocorrer. Cessam a sua
vigência ao mesmo tempo em que a situação excepcional também terminar.
* LEIS TEMPORÁRIAS: São as editadas com período determinado de duração, portanto, dotadas de
auto-revogação.
2.2) CARACTERÍSTICAS
A) São autorrevogáveis
Em regra, uma lei somente pode ser revogada por outra lei, posterior, que a
revogue expressamente, que seja com ela incompatível ou que regule integralmente a matéria nela
tratada (art. 2º, § 1º da LICC).
B) São ultrativas
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4.1) INTRODUÇÃO
A Lei Penal é elaborada para vigorar dentro dos limites em que o Estado
exerce a sua soberania.
Nos termos do artigo 5º, § 1º, do CP, duas situações de território brasileiro
por equiparação:
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A) embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde
estiverem.
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6.1) CONCEITO
A) PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
B) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE
B.2) Espécies
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C) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO
C.1) Conceito
1) DO FATO TÍPICO
a) a conduta
b) o resultado
c) o nexo de causalidade
d) a tipicidade
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1.1) CONDUTA
Assim, não havendo vontade, não há conduta. Não havendo conduta, não há
fato típico. Não havendo fato típico, não há crime. Logo, o fato praticado mediante coação física
irresistível é atípico. Não responde por crime nenhum.
Portanto, existe o fato típico, pois a ação é juridicamente relevante, mas não
se há falar em culpabilidade, aplicando-se a regra do art. 22, 1ª parte, do CP (causa de exclusão da
culpabilidade).
Em síntese:
coação física irresistível: causa de exclusão da tipicidade
coação moral irresistível: causa de exclusão da culpabilidade
coação moral resistível: atenuante (art. 65, III, “c”, CP)
b) Movimentos reflexos
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Os atos reflexos não dependem da vontade, uma vez que são reações
motoras, secretórias ou fisiológicas, produzidas pela excitação de órgãos do corpo humano (ex. tosse,
espirro, etc.).
c) Estados de inconsciência
- Ex.
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-
lo sem risco pessoal, à criança abandonada ouProf.
extraviada,
Nidal K. ou à
Ahmad
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da
omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada,
se resulta a morte.
Abandono material
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do
cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para
o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60
(sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos
necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa
causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente
enfermo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma
a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País.
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A doutrina não fala mais em dever contratual, uma vez que a posição de
garantidor pode advir de situações em que não existe relação jurídica entre as partes. O importante
é que o sujeito se coloque em posição de garante da não-ocorrência do resultado, haja
contrato ou não, como nas hipóteses em que voluntariamente assume encargo sem mandato ou
função tutelar.
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Ex: médico plantonista; salva-vidas, com relação aos banhistas; babá, em
relação à criança.
Ex. exímio nadador convida uma criança para nadar e se omite na hipótese
de o infante estar se afogando.
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3) DA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
A) CONCEITO
Além disso, por serem independentes, tais causas atuam como se tivessem
por si sós produzido o resultado, situando-se fora da linha de desdobramento causal da conduta.
a) Preexistentes
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Existem antes de a conduta ser praticada e atuam independentemente de
seu cometimento, de maneira que com ou sem a ação o resultado ocorreria do mesmo modo.
Ex: “A” desfecha um tiro de revólver em “B”, que vem a falecer pouco
depois, não em conseqüência dos ferimentos recebidos, mas porque antes ingerira veneno.
b) Concomitantes
São as causas que não têm nenhuma relação com a conduta e produzem o
resultado independentemente desta, no entanto, por coincidência, atuam exatamente no instante em
que a ação é realizada.
Ex: “A” fere “B” no mesmo momento em que este vem a falecer
exclusivamente por força de um ataque cardíaco.
c) Supervenientes
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Ex: “A” ministra veneno na alimentação de “B” que, quando está tomando a
refeição, vem a falecer em consequência de um desabamento ou posterior atropelamento.
A) CONCEITO
Aqui não há, via de regra, uma quebra do nexo causal, mas uma soma entre
as causas, que, ao final, conduzem ao resultado lesivo.
a) Preexistentes
Ex: “A” desfere um golpe de faca na vítima, que é hemofílica e vem a morrer
em face da conduta, somada à contribuição de seu peculiar estado fisiológico. No caso, o golpe
isoladamente seria insuficiente para produzir o resultado fatal, de modo que a hemofilia atuou de
forma independente, produzindo por si só o resultado.
b) Concomitantes
c) Supervenientes
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O agente não quer o resultado, pois se assim fosse haveria dolo direto. Ele
antevê o resultado e age. Percebe que é possível causar o resultado e, não obstante, realiza o
comportamento. Entre desistir da conduta e causar o resultado, prefere que este se produza.
A) CONCEITO
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B) ELEMENTOS DA CULPA
b) Resultado involuntário
d) Tipicidade
Deve haver atenção a este ponto, porquanto o crime culposo precisa estar
expressamente previsto no tipo penal. Ex: não existe menção, no art. 155 do CP, à culpa, de forma
que não há “furto culposo”.
e) Previsibilidade objetiva
C) MODALIDADES DE CULPA
a) Imprudência
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B) Negligência
c) Imperícia
A) CONCEITO
* ITER CRIMINIS
a) Cogitação
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É o momento da ideação do delito, ou seja, quando o agente tem a idéia
de praticar o crime.
b) Atos preparatórios
c) Execução
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que representarem atos imediatamente anteriores a estes, desde que se tenha certeza do
plano concreto do autor.
d) Consumação
5.2) DA TENTATIVA
A) CONCEITO
a) Crimes culposos
b) crimes preterdolosos
e) Os crimes unissubsistentes
f) Os crimes habituais
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A) CONSEQUÊNCIA
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A) CONCEITO
Ocorre quando o meio empregado pelo agente, pela sua própria natureza, é
absolutamente incapaz de produzir o resultado.
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Ex. pretender atirar na vítima com arma K. Ahmad
defeituosa, sem condições de
efetuar disparos.
Ex: uma porção de açúcar é ineficaz para matar uma pessoa normal, mas
apta a eliminar um diabético.
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Ex: “A”, pensando que seu desafeto está a dormir, desfere punhaladas, vindo
a provar-se que já estava morto;
9.1) CONCEITO
Ex. No crime de lesão corporal seguida de aborto, o sujeito não responde por
este crime se desconhecia o estado de gravidez da vítima. É que neste caso ele supõe inexistente uma
circunstância do crime (o estado de gravidez da vítima), subsistindo o tipo fundamental doloso (lesão
corporal leve).
Ocorre quando não pode ser evitado pela normal diligência . Qualquer
pessoa, empregando a diligência ordinária exigida pelo ordenamento jurídico, nas condições em que se
viu o sujeito, incidiria em erro.
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surpresa, que abateu não um animal, mas um ser humano que, por coincidência, também caçava por
ali.
O erro de tipo essencial vencível exclui o dolo, mas não a culpa, desde
que previsto em lei o crime culposo.
Há erro sobre objeto quando o sujeito supõe que sua conduta recai sobre
determinada coisa, sendo que, na realidade, ela incide sobre outra.
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Nos termos do art. 20, § 3º, 2ª parte, reza o seguinte: “Não se consideram,
neste caso” (erro sobre pessoa), “as condições ou qualidades da vítima, senão as de pessoa contra
quem o agente queria praticar o crime”. Significa que no tocante ao crime cometido pelo sujeito não
devem ser considerados os dados subjetivos da vítima Prof. Nidal mas
efetiva, K. Ahmad
sim esses dados em
relação à vítima virtual (que o agente pretendia ofender).
Exs:
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Ex: O agente pretende matar o próprio pai, que se acha conversando com
Pedro, estranho. Atira e mata o terceiro (Pedro). Sobre o fato incide a circunstância agravante.
I) CONCEITO
Ex: o agente joga uma pedra contra uma vidraça e acaba acertando uma
pessoa, em vez do vidro.
II) ESPÉCIES
O agente quer atingir uma coisa, vindo a ofender esta e uma pessoa.
Responde por dois crimes: dano (art. 163) e homicídio ou lesão corporal culposa em concurso formal
(concurso entre crime doloso e culposo). Aplica-se a pena do crime mais grave com o acréscimo de
1/6 até metade (regra do concurso formal de crimes – art. 70).
A) CONCEITO
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Se vencível, fica excluído o dolo, podendo K. Ahmad
o sujeito responder por crime
culposo. (matar o vigia pensando ser o ladrão).
12.1) CONCEITO
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A) ESCUSÁVEL OU INEVITÁVEL:
Ex. um jornal de grande circulação, por engano, divulga que o novo CP foi
aprovado, trazendo como excludente de ilicitude a eutanásia. Um leitor apressa a morte de um
parente, crendo agir sob o manto da causa de justificação inexistente. Trata-se de erro escusável.
B) INESCUSÁVEL OU EVITÁVEL:
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Trata-se de erro sobre a ilicitude do fato que não se justifica, pois, se
tivesse havido um mínimo de empenho em se informar, o agente poderia ter tido conhecimento da
realidade.
13) DA ANTIJURIDICIDADE
13.1) CONCEITO
a) Estado de necessidade;
b) legítima defesa;
c) estrito cumprimento do dever legal
d) exercício regular de direito.
I) CONCEITO
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a) danos materiais produzidos em propriedade alheia para extinguir um incêndio e salvar pessoas.
b) Subtração de um carro para transportar um doente em perigo de vida ao hospital.
c) Violação de domicílio para salvar vítimas de desastres
d) Subtração de alimentos para salvar alguém da morte por inanição.
I) CONCEITO
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a) Excesso doloso
b) excesso culposo
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14) DA CULPABILIDADE
14.1) CONCEITO
I) INIMPUTABILIDADE
Para que seja considerado inimputável não basta que o agente seja portador
de “doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado”. É necessário que, em
consequência desses estados, seja “inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento” (no momento da conduta).
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a) Conceito
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A) CONCEITO
Ex. um jornal de grande circulação, por engano, divulga que o novo CP foi
aprovado, trazendo como excludente de ilicitude a eutanásia. Um leitor apressa a morte de um
parente, crendo agir sob o manto da causa de justificação inexistente. Trata-se de erro escusável.
Além dos dois primeiros elementos, exige-se que nas circunstâncias do fato
tivesse o agente possibilidade de realizar outra conduta, de acordo com o ordenamento jurídico.
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Só há culpabilidade quando, devendo e podendo o sujeito agir conforme o
direito, realiza conduta diversa.
Ao contrário, quando não lhe era exigível comportamento diverso, não incide
o juízo de reprovação, excluindo a culpabilidade.
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incide a causa de exclusão da culpabilidade. Logo, quando o sujeito comete o fato típico e antijurídico
sob coação moral irresistível não há culpabilidade em face da inexigibilidade de outra conduta
(não é reprovável o comportamento). A culpabilidade desloca-se da figura do coato para a do coator.
15.2) AUTORIA
I. CONCEITO
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b) Teoria restritiva
Segundo essa teoria, autor é aquele que pratica a ação descrita no verbo
nuclear do tipo penal, isto é, o que pratica o verbo nuclear do tipo: mata, subtrai, constrange, etc.
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Em síntese, autor é aquele que realiza a conduta descrita no verbo nuclear
do tipo, ao passo que partícipe seria o agente que contribui para a prática delituosa, induzindo,
instigando ou auxiliando materialmente seu autor.
Sinala-se, por fim, que a coautoria é a realização conjunta, por mais de uma
pessoa, de uma mesma infração penal. É, em última análise, a própria autoria.
15.3) PARTICIPAÇÃO
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Guilherme de Souza Nucci; André Estefam; Fernando Capez, Aníbal Bruno, Mirabete, René Ariel Dotti, dentre
outros.
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A) Moral
A.2) Instigação
No caso do exemplo acima, Iuri já tinha em mente matar Jonas. Rafa apenas
reforçou a ideia homicida. Rafa é partícipe do crime de homicídio, enquanto Iuri responde pelo crime
na condição de autor.
B) Material
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Ocorre na forma de auxílio. Considera-se, assim, partícipe aquele que presta
ajuda efetiva na preparação ou execução do delito.
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Ex: Fabrício contrata Félix para matar Mafalda. Félix sai em busca de Mafalda
e, ao avistá-la, apiedado, não dá início ao intento executório. Nesse caso, tanto Fabrício quanto Félix
Prof.
não respondem pelo delito de homicídio, pois sequer foi dado início ao Nidal K. Ahmad
ato executório.
I) PLURALIDADE DE CONDUTAS
Assim, para que haja concurso de pessoas, exige-se que cada um dos
agentes tenha realizado ao menos uma conduta relevante. Pode ser em coautoria, onde há duas
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condutas principais; ou autoria e participação, onde há uma conduta principal e outra acessória,
praticadas, respectivamente, por autor e partícipe.
Prof. Nidal
A simples manifestação de adesão a uma K. delituosa
prática Ahmad não configura
participação.
Importante lembrar que a lei não requer acordo prévio entre agentes, sendo
suficiente a consciência por parte das pessoas que de algum modo contribuem com o fato.
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Nos termos do artigo 29, todos que concorrem para o crime respondem
pelo mesmo delito.
I) AUTORIA MEDIATA
Ex. Suponha-se que “A” e “B”, pretendendo matar “C” com tiros, postam-se
de emboscada, ignorando cada um o comportamento do outro. Ambos atiram na vítima, que
vem a falecer unicamente em razão dos ferimentos causados pela arma de “A”. Não há coautoria
nem participação. “A” responde por homicídio consumado; “B” por tentativa de homicídio.
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A participação aqui referida diz respeito Prof. Nidal K. Ahmadao partícipe. Isso
exclusivamente
porque, ainda que tenha sido pequena, a contribuição do coautor não pode ser considerada de menor
importância, uma vez que atuou diretamente na execução do crime. A sua culpabilidade, naturalmente
superior à de um simples partícipe, será avaliada nos termos do art. 29, caput, do CP, e a pena a ser
fixada obedecerá aos limites abstratos previstos pelo tipo penal infringido.
Ex. “A” determina “B” a espancar “C”. “B” mata “C”. Segundo o art. 29, § 2º,
“A” responde por crime de lesão corporal, cuja pena deve ser aumentada
Prof. Nidal até metade se a morte da
K. Ahmad
vítima lhe era previsível.
Ex: “A”, funcionário público, comete um crime de peculato (art. 312), com a
participação de “B”, não funcionário público. A condição pessoal (funcionário público) é elementar do
crime de peculato, comunicando-se, portanto, ao agente que não é funcionário público. Logo, os dois
respondem por crime de peculato.
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3) TEORIA DA PENA
1) CONCEITO DE PENA
Pena é a sanção imposta pelo Estado, por meio de ação penal, ao criminoso
como retribuição ao delito perpetrado e prevenção a novos crimes.
1.2) FINALIDADE
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a) Quantidade da pena
b) o agente não reincidente, cuja pena seja superior a 04 anos e não exceda
a 08, poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
Não se tratando de pena superior a 08 anos (art. 33, § 2º, letra “a”, do CP),
a imposição de regime inicial fechado depende de fundamentação adequada em face do que dispõem
as alíneas “b”, “c” e “d” do mesmo parágrafo (2º) e também o § 3º c/c o art. 59 do mesmo diploma.
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Conforme prevê o artigo 2º, § 1º, da Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes
Hediondos), os condenados por crimes hediondos, tráfico ilícito de entorpecentes, terrorismo e tortura
devem necessariamente iniciar o cumprimento da pena em regime fechado, mesmo sendo a pena
imposta inferior a 08 anos.
Ocorre, contudo, que, no dia 27 de junho de 2012, o STF, por oito votos
contra três, declarou inconstitucional tal dispositivo, por considerar que a obrigatoriedade do regime
inicial fechado viola o princípio constitucional da individualização da pena (HC 111.840/ES e
Informativo 670). Prof. Nidal K. Ahmad
3) SISTEMA PROGRESSIVO BRASILEIRO
Conforme o artigo 112 da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84), para que
se processe a progressão exige a lei, em primeiro lugar, dois requisitos: um de caráter objetivo, que é
o cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior, e um de caráter subjetivo, que se refere ao mérito
do condenado indicando a oportunidade da transferência.
I) REQUISITOS
b) Requisito subjetivo
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III) PROGRESSÃO NOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (Art. 33, §4º)
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A) REQUISITOS OBJETIVOS
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B) REQUISITOS SUBJETIVOS
É necessário que o sujeito não seja reincidente em crime doloso. O texto não
Prof. Nidal
trata de qualquer reincidente. Refere-se ao não reincidente em crime K. Ahmad
“doloso”, de modo que não há
impedimento à aplicação da pena alternativa quando:
RESOLUÇÃO Nº 5, DE 2012.
Suspende, nos termos do art. 52, inciso X, da
Constituição Federal, a execução de parte do § 4º
do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de
2006.
O Senado Federal resolve:
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6) DA PENA DE MULTA
I) CONCEITO
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7) DA APLICAÇÃO DA PENA
Prof.verifica-se
Da leitura do artigo 68 do Código Penal, Nidal K. Ahmad
que a legislação penal
adotou o critério preconizado por Nelson Hungria: “A pena-base será fixada atendendo-se ao critério
do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes;
por último, as causas de diminuição e de aumento”.
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Ex: se o sujeito pratica homicídio por motivo fútil (art. 121, § 2º, II), não
incide a agravante do art. 61, II, “a”, 1ª figura (ter sido o crime cometido por motivo fútil), pois a
circunstância genérica funciona como “qualificadora” do homicídioProf. Nidal oK.delito).
(qualifica Ahmad
O rol das agravantes é taxativo, não admitindo ampliação.
B) DA REINCIDÊNCIA – Art. 63
I) CONCEITO
II) PRESSUPOSTO
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mencionar “depois” do trânsito em julgado. No dia do trânsito, portanto, não se encaixa na hipótese
legal. (NUCCI, 2013, p. 503).
Nos termos do art. 64, inciso I, o termo a quo do prazo de 05 anos é a data:
a) do cumprimento da pena
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O art. 64, II, preceitua que “Para efeito de reincidência, não se consideram
os crimes militares próprios ou políticos”.
b) Crimes políticos
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8) CONCURSO DE CRIMES
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O concurso de crimes caracteriza-se quando um ou mais agentes, em
concurso de pessoas, praticam vários crimes. Diversamente do que ocorre no concurso de pessoas,
onde, via de regra, há um único crime praticado por várias pessoas em conjunto, no concurso de
crimes, há pluralidade de crimes, devendo-se estabelecer regras para aplicação da pena nesses casos.
I) CONCEITO
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Nos termos do art. 69, caput, quando o agente realiza o concurso real de
crimes, “aplicam-se cumulativamente as penas em que haja incorrido”. Portanto, no concurso material
as penas são cumuladas, somadas.
Está previsto na primeira parte do artigo 70. Ocorre quando o agente pratica
duas ou mais infrações penais através de uma única conduta. Resulta de um único desígnio. O agente,
por meio de um só impulso volitivo, dá causa a dois ou mais resultados.
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(art. 70, par. único). Portanto, na dosagem da pena, deve esta ser fixada com prudência para que o
sujeito não seja prejudicado.
Em face disso, a pena a ser aplicada não pode ser superior à que seria
cominada se fosse caso de concurso material. Daí a razão da regra do parágrafo único do art. 70: “não
Prof. material.
poderá a pena exceder a que seria cabível” pelo princípio do concurso Nidal K. Ahmad
8.4) CRIME CONTINUADO - Art. 71
I) CONCEITO
II) REQUISITOS
A) Pluralidade de condutas
C) Condições de tempo
Deve haver uma conexão temporal entre as condutas praticadas para que se
configure a continuidade delitiva. Deve existir, em outros termos, uma certa periodicidade que permita
observar-se um certo ritmo, uma certa uniformidade, entre as ações sucessivas, embora não se
possam fixar, a respeito, indicações precisas.
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Deve existir entre os crimes da mesma espécie uma conexão espacial para
caracterizar o crime continuado.
E) Maneira de execução
Prof.
Ex: o furto fraudulento, por exemplo, não Nidal nexo
guarda K. Ahmad
de continuidade com
o furto mediante arrombamento ou escalada.
Mesmo que o crime seja contra vítimas diferentes, se não houver violência –
real ou ficta – contra a pessoa, não haverá a continuidade específica, mesmo que haja violência contra
a coisa.
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I) CONCEITO
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1º) prestar serviços à comunidade, nos termos do art. 46 (art. 78, § 1º, 1ª parte); ou
2º) submeter-se à limitação de fim de semana, de acordo com o artigo 48 (art. 78, § 1º, 2ª parte).
2º) proibição de ausentar-se o condenado da comarca onde reside, sem autorização judicial; e
3º) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas
atividades (art. 78, § 2º, alíneas a e c).
O período de prova pode ser prorrogado, nas hipóteses do artigo 81, § 2º,
do CP.
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A lei não faz ressalva no sentido de que a condenação deva ser por crime
praticado no curso da suspensão condicional da pena. Logo, não se mostra relevante se o crime foi
praticado antes ou depois ao início da suspensão condicional da pena. Basta que tenha havido
sentença condenatória transitada em julgado pela prática de crime doloso, independentemente de
quando foi praticado.
b) Frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a
reparação do dano Prof. Nidal K. Ahmad
c) Descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código (descumprir a prestação de serviços à
comunidade ou a limitação de fim de semana)
I) CONCEITO
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II) REQUISITOS
A) REQUISITOS OBJETIVOS
Nos termos do artigo 83, I e II, do CP, o criminoso primário deve cumprir
mais de 1/3 da pena privativa de liberdade.
Assim também o reincidente, desde que não o seja em crime doloso. Para
tanto, é necessário que apresentem bons antecedentes.
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constatação, mediante perícia, de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a
delinquir (CP, art. 83, parágrafo único).
Prof. Nidal
Se, durante esse lapso de tempo, o liberado K. aAhmad
vier cometer novo delito,
sendo condenado irrecorrivelmente a pena privativa de liberdade, haverá revogação obrigatória do
livramento condicional.
1º) o sentenciado tem de cumprir a pena que se encontrava com execução suspensa;
3º) não pode mais ser favorecido por novo livramento condicional em relação a essa pena.
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b) A incapacidade para o exercício do pátrio poder (poder familiar), tutela ou curatela, nos crimes
dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;
c) a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.
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* que o veículo tenha sido utilizado “como meio” para a sua prática.
I) CONCEITO
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I) CONCEITO
III) REDUÇÃO DOS PRAZOS DE PRESCRIÇÃO EM FACE DA IDADE DO SUJEITO – Art. 115
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Ex. calúnia (art. 138). Máximo da pena abstrata: 02 anos. Prazo prescricional
da pretensão punitiva: 04 anos (art. 109, V).
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Existe uma ressalva no texto legal, segundo a qualK.aAhmad
prescrição começará a
correr antes de a vítima completar 18 anos se a esse tempo já tiver sido proposta ação penal para
apurar a infração penal. Ex: crime contra criança de 10 anos em que a vítima conta o ocorrido aos pais
e o Ministério Público oferece denúncia quando ela tem 15 anos. O prazo prescricional neste caso
começará a correr da propositura da ação penal, e não da data do crime; se até o oferecimento da
denúncia a prescrição não estava ocorrendo, o termo inicial é o da propositura da ação, não
retroagindo à data do fato. (ESTEFAM; GONÇALVES, 2013, p. 704).
Como visto, nos termos do que dispõe o art. 109, caput, do CP, a
prescrição da pretensão punitiva, salvo a exceção do § 1º do art. 110, é regulada pelo máximo da
sanção privativa de liberdade.
Há, porém, no art. 110, § 1º, uma primeira exceção: caso em que, não
obstante TRATAR-SE DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA, TRANSITANDO EM JULGADO a
sentença condenatória para a ACUSAÇÃO, ou SENDO IMPROVIDO o seu recurso, a partir da sua
publicação começa a correr prazo prescricional regulado pela PENA CONCRETA.
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I - DO DIA EM QUE TRANSITA EM JULGADO A SENTENÇA CONDENATÓRIA, Ahmad
PARA A ACUSAÇÃO, OU A
QUE REVOGA A SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA OU O LIVRAMENTO CONDICIONAL
A incidência das causas do art. 117, salvo a do inciso V, faz com que seja
extinto o prazo decorrido antes da interrupção, recomeçando a correr a prescrição por inteiro (§ 2º).
II - PELA PRONÚNCIA
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A pronúncia também interrompe a prescrição (art. 117, II). A decisão do juiz tem força de
interromper a prescrição, ainda que o réu venha a ser absolvido no Júri.
I) CONCEITO
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art. 90: o término do período de prova do livramento condicional sem motivo para
revogação
A) MORTE DO AGENTE
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Nos termos do art. 5º, XLIII, da CF/88, a graça e a anistia não podem ser
aplicados em relação a delitos referentes à prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, terrorismo e aos definidos como crimes hediondos.
Todavia, não apaga os efeitos civis da prática delituosa, já que a lei fala em
cessação dos efeitos “penais” da sentença.
a) DECADÊNCIA
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E) DA RENÚNCIA
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Assim, havendo dois réus, o perdão aceito por um produz efeito de extinguir
a punibilidade também em relação ao outro, SALVO SE OCORRE RECUSA. Neste caso, a ação penal
continua em relação ao querelado que o recusou.
V) DO PERDÃO JUDICIAL
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ALGUNS CRIMES EM ESPÉCIE
01) HOMICÍDIO
I) CONCEITO
O crime de homicídio por ser praticado por ação ou omissão, como, por exemplo,
no caso da mãe que deixa de alimentar o filho, causando-lhe a morte.
Ex: o agente buscar ceifar a vida da vítima com simulacro de arma de fogo (arma
de brinquedo); se a perícia constatar que a arma era totalmente inapta a desferir disparos por algum defeito;
arma descarregada, sem que haja munição para carregá-la ao alcance do agente.
De outro lado, se o revólver estava carregado com balas velhas ou que falham, que
podem ou não disparar, o meio utilizado é relativamente ineficaz para produzir o resultado, podendo, nesse
caso, caracterizar a tentativa de homicídio.
O art. 121, § 1º, do CP, descreve o homicídio privilegiado como o fato de o sujeito
cometer o delito impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção,
logo em seguida a injusta provocação da vítima. Neste caso, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3.
Ex: pai desesperado pelo vício que impregna seu filho e vários outros alunos, mata
um traficante que distribui drogas num colégio, sem qualquer ação eficaz da polícia para contê-lo.
68
Será motivo de relevante valor moral aquele que, em si mesmo, é aprovado pela
ordem moral, pela moral prática, como, por exemplo, a compaixão ou piedade ante o irremediável sofrimento
da vítima.
A última figura típica privilegiada descreve o homicídio cometido pelo sujeito sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação do ofendido.
O texto legal exige, ainda, que o impulso emocional e o ato dele resultante sigam-
se imediatamente à provocação da vítima, ou seja, tem de haver a imediatidade entre a provocação injusta e
a conduta do sujeito.
B) MOTIVO FÚTIL
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VI) FEMINICÍDIO (INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.104, DE 2015)
A partir da edição da Lei nº 13.104/2015, o crime de homicídio passou a ser
qualificado também se praticado:
A) Conceito
É um tipo penal aberto, que depende, pois, da interpretação do juiz para poder ser
aplicado. A culpa, conforme o artigo 18, II, do CP, é constituída de “imprudência, negligência ou imperícia”.
Portanto, matar alguém por imprudência, negligência ou imperícia concretiza o tipo penal incriminador do
homicídio culposo.
a) Imprudência
b) Negligência
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Ex. deixar criança de tenra idade no interior de um veículo, que, algum tempo
depois, morre asfixiada.
c) Imperícia
Ex: Engenheiro que constrói um prédio cujo material é de baixa qualidade, vindo
este a desabar e a provocar a morte dos moradores.
Somente ao autor do homicídio culposo pode-se aplicar a clemência, desde que ele
tenha sofrido com o crime praticado uma consequência tão séria e grave que a sanção penal se torne
desnecessária.
Ex. o pai que provoca a morte do próprio filho, num acidente fruto de sua
imprudência, já teve punição mais do que severa. A dor por ele experimentada é mais forte do que qualquer
pena que se lhe pudesse aplicar. Por isso, surge a hipótese do perdão. O crime existiu, mas a punibilidade é
afastada.
I) CONCEITO DE SUICÍDIO
Para que haja o delito de participação em suicídio é necessário que a vítima tenha
capacidade de resistência. TRATANDO-SE DE ALIENADO MENTAL E CRIANÇA, A AUSÊNCIA DE VONTADE
VÁLIDA FAZ COM QUE O DELITO SEJA DE HOMICÍDIO.
71
Embora, em tese, fosse possível, por se tratar de crime material, NÃO EXISTE
TENTATIVA DE PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO.
Ex: É o caso, por exemplo, de o sujeito induzir a vítima a suicidar-se para ficar com
a herança.
b) Se a vítima é menor
Em segundo lugar, a pena é agravada quando a vítima é menor. Qual a idade para
efeito da qualificadora?
Por fim, é de ressaltar que o suicida com RESISTÊNCIA NULA, pelos abalos ou
situações supramencionadas, incluindo-se a idade inferior a 14 anos, é vítima de HOMICÍDIO, e não de
induzimento, instigação ou auxílio a suicídio.
I) CONCEITO
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Trata-se de homicídio cometido pela mãe contra seu filho, nascente ou recém-
nascido, sob a influência do estado puerperal.
Não incidem as agravantes previstas no art. 61, II, “e” e “h”, do CP (crime cometido
contra descendente e contra criança), vez que integram a descrição do delito de infanticídio. Caso incidissem,
haverá bis in idem.
A ação nuclear é o verbo matar, assim como no delito de homicídio, que significa
destruir a vida alheia, no caso, a eliminação da vida do próprio filho pela mãe.
A ação física, todavia, deve ocorrer durante ou logo após o parto, não obstante a
superveniência da morte em período posterior.
Admite-se a forma omissiva, visto que a mãe tem o dever legal de proteção, cuidado
e vigilância em relação ao filho.
Ex: Mãe, sob influência do estado puerperal, percebe que o filho está morrendo
sufocado com o leite materno e nada faz para impedir o resultado morte. Incide, no caso, o disposto no artigo
13, § 2º, do CP.
73
solução é deixar a conceituação da elementar “logo após” para a análise do caso concreto, entendendo-se
que há delito enquanto perdurar a influência do estado puerperal.
a) Sujeito ativo
O tipo penal exige qualidade especial do sujeito ativo. Entretanto, isso não impede
que terceiro responda por infanticídio diante do concurso de agentes.
b) Sujeito passivo
Trata-se de crime material. Diante disso, admite-se a tentativa, desde que a morte
não ocorra por circunstâncias alheias à vontade da autora.
Ex: a genitora, ao tentar sufocar a criança com um travesseiro, tem a sua conduta
impedida por terceiros.
04) ABORTO
Trata-se de crime de mão própria, pois somente a gestante pode realizá-lo, contudo
isso não afasta a possibilidade de participação no crime em questão.
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É a própria mulher quem executa a ação material do crime, ou seja, ela própria
emprega os meios ou manobras abortivas em si mesma.
Em tese, a gestante e o terceiro deveriam responder pelo delito do art. 124. Contudo,
o CP prevê uma modalidade especial de crime para aquele que provoca o aborto com o consentimento da
gestante (art. 126).
a) DISSENTIMENTO PRESUMIDO
Para o CP, quando a vítima não é maior de 14 anos ou é alienada mental, não possui
consentimento válido, levando à consideração de que o aborto deu-se contra a sua vontade.
b) DISSENTIMENTO REAL
Para que se caracterize a figura do aborto consentido (art. 126), é necessário que o
consentimento da gestante seja válido, isto é, que ela tenha capacidade para consentir. Ausente essa
capacidade, o delito poderá ser outro (art. 125).
75
Trata-se de uma exceção à teoria monista (todos os coautores e partícipes
respondem pelo mesmo crime quando contribuírem para o mesmo resultado típico). Se existisse somente a
figura do art. 124, o terceiro que colaborasse com a gestante para a prática do aborto incidiria naquele tipo
penal.
76
Deve-se compreender como tal toda e qualquer atividade regularmente
desempenhada pela vítima, e não apenas a sua ocupação laborativa, enquadrando-se, inclusive, as atividades
de lazer.
b) PERIGO DE VIDA
Portanto, o tipo só admite o preterdolo, uma vez que, se houver dolo quanto ao
perigo de vida, o agente responderá por tentativa de homicídio.
Não se exige que seja uma debilidade perpétua, bastando que tenha longa duração.
Ex. perda de um dos dedos (membro); perder a visão num dos olhos (sentido);
perda de um dos rins é debilidade permanente e não perda de função, pois se trata de órgão duplo.
d) ACELERAÇÃO DE PARTO:
Se, em virtude da lesão corporal praticada contra a mãe, a criança nascer morta,
terá havido lesão corporal gravíssima (art. 129, § 2º, V).
b) ENFERMIDADE INCURÁVEL
77
c) PERDA OU INUTILIZAÇÃO DO MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO
d) DEFORMIDADE PERMANENTE
e) ABORTO:
Nesta hipótese, o agente, ao lesionar a vítima, não quer nem mesmo assume o risco
do advento do resultado agravador aborto.
O evento morte não deve ser querido nem eventualmente, ou seja, não deve ser
compreendido pelo dolo do agente, senão será de homicídio.
A morte é imputada ao agente a título de culpa, pois não previu o que era
plenamente previsível ou decorrente de caso fortuito, responderá o agente tão-só pelas lesões corporais.
78
A lei exige expressamente que o fato atribuído seja definido como crime. O fato
criminoso deve ser determinado, ou seja, um caso concreto, não sendo necessário, contudo, descrevê-lo de
forma pormenorizada, detalhada, como, por exemplo, apontar dia, hora, local.
Já a calúnia escrita admite a tentativa. Ex. o sujeito remete uma carta caluniosa e
ela se extravia. O crime não atinge a consumação, por intermédio do conhecimento do destinatário, por
circunstâncias alheias à vontade do sujeito.
Dizer que uma pessoa é caloteira configura uma injúria, ao passo que espalhar o
fato de que ela não pagou aos credores “A”, “B” e “C”, quando as dívidas X, Y e Z venceram configura a
difamação.
79
pessoa acerca de seus atributos morais (chamados de honra-dignidade), intelectuais e físicos (chamados de
honra-decoro).
Trata-se de crime formal. O crime se consuma quando o sujeito passivo toma ciência
da imputação ofensiva, independentemente de o ofendido sentir-se ou não atingido em sua honra subjetiva,
sendo suficiente, tão-só, que o ato seja revestido de idoneidade ofensiva.
A injúria, quando cometida por escrito, admite a tentativa; quando por meio verbal,
não.
a) IMUNIDADE JUDICIÁRIA
Exige-se que haja uma relação processual instaurada, pois é esse o significado da
expressão “irrogada em juízo”, além do que o autor da ofensa precisa situar-se em local próprio para o debate
processual.
Esta causa de exclusão diz respeito à liberdade de expressão nos campos literário,
artístico e científico, permitindo que haja crítica acerca de livros, obras de arte ou produções científicas de
toda ordem, ainda que sejam pareceres ou conceitos negativos.
c) IMUNIDADE FUNCIONAL
a) Regra
80
Nos crimes contra a honra, a regra é a de que ação penal privada da vítima ou do
seu representante legal.
b) Exceções
b.1) Resultando na vítima lesão física (injúria real com lesão corporal), apura-se o crime mediante ação penal
pública incondicionada. No entanto, com o advento da Lei 9.099/95, alguns autores entendem que se trata de
ação penal pública condicionada a representação, já que é a prevista para os crimes de lesão corporal leve.
b.2) Será penal pública condicionada à representação no caso de o delito ser cometido contra funcionário
público, no exercício das funções (art. 141, II) e condicionada à requisição do Ministro da Justiça no caso do
nº I do art. 141 (contra o Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro).
I) CONCEITO
81
Para Damásio e Capez, o furto atinge a consumação no momento em que o objeto
material é retirado da esfera de posse e disponibilidade do sujeito passivo, ingressando na livre disponibilidade
do autor, ainda que este não obtenha a posse tranquila. A subtração se opera no exato instante em que o
possuidor perde o poder e o controle sobre a coisa, tendo de retomá-la porque já não está mais consigo.
A tentativa é admissível. Ocorre sempre que o sujeito ativo não consegue, por
circunstâncias alheias à sua vontade, retirar o objeto material da esfera de proteção e vigilância da vítima,
submetendo-a à sua própria disponibilidade.
A corrente majoritária sustenta ser de pequeno valor a coisa que não ultrapassa
quantia equivalente a um salário mínimo vigente à época do fato.
* abuso de confiança
* Mediante fraude
É o ardil, artifício, meio enganoso empregado pelo agente para diminuir, iludir a
vigilância da vítima e realizar a subtração. São exemplos de fraude: agente que se disfarça de empregado de
empresa telefônica e logra entrar em residência alheia para furtar, ou agente que, a pretexto de realizar
compras em uma loja, distrai a vendedora, de modo a lograr apoderar-se dos objetos.
* Mediante escalada
82
Escalada, que em direito penal tem sentido próprio, é a penetração no local do furto
por meio anormal, artificial ou impróprio, que demanda esforço incomum. Escalada não implica,
necessariamente, subida, pois tanto é escalada galgar alturas quanto saltar fossos, rampas ou mesmo
subterrâneos, desde que o faça para vencer obstáculos.
* Mediante destreza
Chave falsa é qualquer instrumento de que se sirva o agente para abrir fechaduras,
tendo ou não formato de chave.
I) AÇÃO NUCLEAR
83
Violência física à pessoa consiste no emprego de força contra o corpo da vítima.
Para caracterizar essa violência do tipo básico de roubo é suficiente que ocorra lesão corporal leve ou simples
vias de fato, na medida em que a lesão grave ou morte qualifica o crime.
b) Grave ameaça
Ameaça grave (violência moral) é aquela capaz de atemorizar a vítima, viciando sua
vontade e impossibilitando sua capacidade de resistência. A grave ameaça objetiva criar na vítima o fundado
receio de iminente e grave mal, físico ou moral, tanto a si quanto as pessoas que lhes são caras. É irrelevante
a justiça ou injustiça do mal ameaçado, na medida em que, utilizada para a prática de crime, torna-se
antijurídica.
a) Roubo próprio
b) Roubo impróprio
Em outros termos, “logo depois” de subtraída a coisa não admite decurso de tempo
entre a subtração e o emprego da violência, ou seja, o modus violento somente é caracterizador do roubo se
for utilizado até a consumação do furto que o agente pretendia praticar (posse tranquila da res, sem a
vigilância). Superado esse momento, o crime está consumado e, consequentemente, não pode sofrer qualquer
84
alteração; portanto, eventual violência empregada constituirá crime autônomo (lesão corporal, por exemplo),
em concurso com furto consumado.
inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve
tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada."
A arma de brinquedo não serve para majorar a pena, uma vez que não causa à
vítima maior potencialidade lesiva. Pode, no entanto, gerar grave ameaça e, justamente por isso, servir para
configurar o tipo penal do roubo, na figura simples.
Pode haver concurso material entre roubo majorado e quadrilha armada, pois os
bens jurídicos são diversos. Enquanto o tipo penal de roubo protege o patrimônio, o tipo da quadrilha ou
bando guarnece a paz pública.
A pena é agravada se a vítima, regra geral por dever de ofício (caixeiro viajante,
empresa de segurança especialmente contratada para o transporte de valores), realiza serviço de transporte
de valores (dinheiro, joia, etc).
85
Ocorre quando o agente segura a vítima por tempo superior ao necessário ou
valendo-se de forma anormal para garantir a subtração planejada.
É uma das hipóteses de delito qualificado pelo resultado, que se configura pela
presença de dolo na conduta antecedente (roubo) e dolo ou culpa na conduta subsequente (lesões corporais
graves).
O roubo qualificado pelas lesões corporais de natureza grave não se inclui no rol dos
crimes hediondos, ao contrário do crime de latrocínio.
86
Súmula 610 do STF: “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma,
ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima”.
A) AÇÃO NUCLEAR
B) CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
87
As duas hipóteses (lesão corporal grave ou morte) elencadas, como no roubo,
caracterizam condições de exasperação da punibilidade em razão da maior gravidade do resultado.
O fato é definido como “sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem como condição ou preço de resgate”.
88
É crime hediondo.
II) CONSUMAÇÃO
A regra, repetindo, é que, nesses crimes, o resultado agravador seja sempre produto
de culpa. Contudo, na hipótese em apreço, a extrema gravidade das sanções cominadas uniu o entendimento
doutrinário que passou a admitir a possibilidade, indistintamente, de o resultado agravador poder decorrer
tanto de culpa quanto de dolo, direto ou eventual.
b) se resulta morte
89
A Lei 8.072/90, que instituiu os crimes hediondos, houve por bem criar, no Brasil, a
delação premiada, que significa a possibilidade de se reduzir a pena do criminoso que entregar o(s)
comparsa(s) a qualquer autoridade capaz de levar o caso à solução almejada, causando a liberação da vítima
(delegado, juiz, promotor, entre outros).
I) AÇÃO NUCLEAR
Destruir quer dizer arruinar, extinguir ou eliminar. Inutilizar significa tornar inútil ou
imprestável alguma coisa aos fins para os quais se destina. Deteriorar é a conduta de quem estraga ou
corrompe alguma coisa parcialmente.
É o dolo. Não há a forma culposa, nem se exige qualquer elemento subjetivo do tipo
específico (dolo específico).
Basta a vontade de destruir, não sendo exigível o fim especial de causar prejuízo ao
ofendido, pois a figura penal não faz referência expressa a nenhum elemento subjetivo do tipo.
II) COM EMPREGO DE SUBSTÂNCIA INFLAMÁVEL OU EXPLOSIVA, SE O FATO NÃO CONSTITUI CRIME MAIS
GRAVE
De acordo com o art. 167, a ação penal privada é cabível no crime de dano simples
(caput) e qualificado (somente na hipótese do inciso IV do parágrafo único).
90
O pressuposto do crime de apropriação indébita é a anterior posse lícita da coisa
alheia, da qual o agente se apropria indevidamente. A posse, que deve preexistir ao crime, deve ser exercida
pelo agente em nome alheio, isto é, em nome de outrem.
O núcleo do tipo é o verbo “apropriar-se”, que significa fazer sua a coisa alheia.
Tendo o sujeito a posse ou a detenção do objeto material, em dado momento faz mudar o título da posse ou
da detenção, comportando-se como se dono fosse.
a) EM DEPÓSITO NECESSÁRIO;
I) AÇÃO NUCLEAR
91
O meio de execução deve ser apto a enganar a vítima. Tratando-se de meio
grotesco, que facilmente demonstra a intenção fraudulenta, não há nem tentativa, por atipicidade do fato.
C) Consumação
92
Arrependendo-se o agente antes da apresentação do título pelo beneficiário no
banco sacado, e depositando o numerário necessário para cobrir a quantia constante do cheque, haverá
arrependimento eficaz, não respondendo ele por crime algum.
Se, por outro lado, o agente arrepender-se somente após a consumação do crime,
ou seja, após a recusa do pagamento pelo banco sacado, incidirá a Súmula 554 do STF: “ O pagamento de
cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da
ação penal”.
I) CONCEITO
Nos termos do artigo 180, “caput”, do CP, a receptação é o fato de adquirir, receber,
transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio coisa que sabe ser produto de crime, ou influir
para que terceiro, de boa fé, a adquira, receba ou oculte.
receber, ocultar etc, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime (art. 180, “caput”, 1ª
parte).
“caput”, 2ª parte. Constitui o fato de o sujeito influir para que terceiro, de boa fé, adquira, receba ou oculte
coisa produto de crime.
A receptação culposa constitui o fato de o sujeito adquirir ou receber coisa que, por
sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve
presumir-se obtida por meio criminoso (art. 180, § 3º).
Forma qualificada - § 1º: Tem como elemento subjetivo o dolo, seja direto ou
eventual.
93
Forma culposa - § 3º: O código refere coisa que, “pela sua natureza, deve presumir-
se obtida por meio criminoso”. A expressão “deve presumir-se” é indicativo de culpa na modalidade
imprudência.
Nos termos do artigo 180, § 5º, 1ª parte, do CP, na hipótese da receptação culposa,
se o criminoso é primário, deve o juiz, tendo em consideração determinadas circunstâncias, deixar de aplicar
a pena. No caso, fixaram a doutrina e a jurisprudência, que, além da primariedade, deve-se exigir o seguinte:
a) diminuto valor da coisa objeto da receptação; b) bons antecedentes; c) ter o agente atuado com culpa
levíssima.
94
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de
grave ameaça ou violência à pessoa;
Com a lei nova, outra inovação substancial diz respeito ao sujeito passivo.
Anteriormente à reforma, o sujeito passivo do crime de estupro era apenas a mulher. Atualmente, o estupro
poderá ter como sujeito passivo homens ou mulheres, quando constrangidos à prática de atos libidinosos de
qualquer natureza.
Atinente ao sujeito ativo, por sua vez, pode ser homem ou mulher,
indistintamente.
95
Antes da Lei nova, se ocorresse conjunção carnal e atos libidinosos substanciais
contra a mesma mulher, tínhamos estupro e atentado violento ao pudor. Discutia-se, apenas, se deveria incidir
a continuidade delitiva ou se se tratava de concurso material de crimes.
Duas são as hipóteses: 1ª) ocorrência de lesões graves (que abrangem as lesões
gravíssimas) decorrentes da conduta do agente. 2ª) vítima maior de 14 anos e menor de 18 anos na data do
fato.
Quanto às lesões graves (ou gravíssimas), devem ocorrer da conduta. Com isso,
deixou claro o legislador que tais resultados devem decorrer da conduta, portanto da violência ou grave
ameaça empregadas contra a vítima.
O parágrafo 2º do artigo 213, por sua vez, prevê o resultado qualificador morte,
também decorrente da conduta. Neste particular, houve redução da pena máxima, que anteriormente era de
25 anos, passando para 20 anos de reclusão.
I) SUJEITOS DO CRIME
A vítima, por sua vez, só pode ser pessoa com menos de 14 anos (caput) ou
portadora de enfermidade ou deficiência mental ou incapaz de discernimento para a prática do ato, ou que,
por qualquer outra causa, sem condições de oferecer resistência (§ 1º).
96
II) TIPO SUBJETIVO
O crime é punido a título de dolo, devendo o agente ter ciência de que age em face
de pessoa vulnerável.
Primeira delas foi a eliminação da ação penal privada em delitos dessa natureza, que
antes era a regra.
Veja-se que o estupro com resultado lesões graves (gravíssimas) ou morte passou
a ser delito de ação penal pública condicionada à representação. Ora, total impropriedade cometeu o
legislador. Imagine-se aludido delito com resultado morte da vítima.
I) CONCEITO
A) PECULATO-APROPRIAÇÃO:
97
A ação nuclear típica consubstancia-se no verbo apropriar. Assim como no crime de
apropriação indébita, o agente tem a posse (ou detenção) lícita do bem móvel, público ou particular, e inverte
esse título, pois passa a comportar-se como se dono fosse, isto é, consome-o, aliena-o.
B) PECULATO-DESVIO:
O agente tem a posse da coisa e lhe dá destinação diversa da exigida por lei, agindo
em proveito próprio ou de terceiro.
Estamos agora diante de um crime de furto, só que praticado por funcionário público,
o qual se vale dessa qualidade para cometê-lo. Aqui o agente não tem a posse ou detenção do bem como no
peculato-apropriação ou desvio, mas se vale da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário
público para realizar a subtração.
O funcionário para ser punido insere-se na figura do garante, prevista no art. 13, §
2º. Assim, tem ele o dever de agir, impedindo o resultado de ação delituosa de outrem. Não o fazendo,
responde por peculato culposo.
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Ex. se um vigia de prédio público desvia-se de sua função de guarda, por
negligência, permitindo, pois, que terceiros invadam o lugar e de lá subtraiam bens, responde por peculato
culposo.
A reparação do dano, para dar causa à extinção da punibilidade, deve ser anterior
ao trânsito em julgado da sentença criminal.
Deve ser completa e não exclui eventual sanção administrativa contra o funcionário.
A extinção da punibilidade somente aproveita o funcionário, autor do peculato culposo.
I) AÇÃO NUCLEAR
Ex. carcereiro que exige dinheiro dos presos sob sua custódia. Na hipótese, o
simples fato de os presos encontrarem-se sob a guarda daquele gera neles o temor de eventuais represálias.
Contudo, não pratica esse delito, mas o de extorsão ou roubo, por exemplo, o policial
militar que exige vantagem indevida da vítima utilizando-se de violência, ou ameaçando-a gravemente de
sequestrar seu filho.
I) MODALIDADES
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São duas as modalidades previstas:
* EXIGÊNCIA INDEVIDA:
A) EXIGÊNCIA INDEVIDA: Aqui o delito se consuma no momento em que é feita a exigência do tributo ou
contribuição social.
A tentativa é possível.
I) AÇÃO NUCLEAR
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Trata-se de crime de ação múltipla. Três são as condutas típicas previstas:
a) SOLICITAR: pedir, manifestar que deseja algo. Não há o emprego de qualquer ameaça explícita ou
implícita. O funcionário solicita vantagem, e a vítima cede por deliberada vontade.
b) RECEBER: aceitar, entrar na posse. Significa obter, direta ou indiretamente, para si ou para outrem,
vantagem indevida.
Aqui a proposta parte de terceiros e a ela adere o funcionário, ou seja, o agente não
só aceita a proposta como recebe a vantagem indevida.
c) ACEITAR A PROMESSA DE RECEBÊ-LA: Nessa modalidade típica basta que o funcionário concorde com
o recebimento da vantagem. Não há o efetivo recebimento dela. Deve haver necessariamente uma proposta
formulada por terceiros, à qual adere o funcionário, mediante a aceitação de receber a vantagem.
II) CLASSIFICAÇÃO
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Trata-se de crime próprio . Portanto, o delito só pode ser cometido por funcionário
público em razão da função (ainda que esteja fora dela ou antes de assumi-la)
O tipo penal não exige que o funcionário pratique ou se abstenha da prática do ato
funcional. Se isso suceder, haverá mero exaurimento do crime, o qual constitui condição de maior punibilidade
(causa de aumento de pena prevista no § 1º do art. 317).
A tentativa é de difícil ocorrência, mas não é impossível. Basta que haja um iter
criminis a ser cindido. Ex. solicitação feita por carta, a qual é interceptada pelo chefe de repartição.
CORRUPÇÃO SOLICITAR
PASSIVA
Art. 317, CP
RECEBER
CRIME
FORMAL
ACEITAR PROMESSA
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26) PREVARICAÇÃO – Art. 319
A) RETARDAR: É atrasar, adiar, protelar, procrastinar, não praticar o ato de ofício dentro do prazo
estabelecido (crime omissivo).
Ex. atendente de cartório judicial que, devendo expedir alvará de soltura, por não
simpatizar com o advogado, deixa de fazê-lo com a brevidade que a medida exige.
B) DEIXAR DE PRATICAR: trata-se de mais uma modalidade omissiva do crime em estudo. Aqui, no
entanto, ao contrário da conduta precedente, há o ânimo definitivo de não praticar o ato de ofício.
C) PRATICAR (contra disposição expressa de lei): cuida-se aqui de conduta comissiva, em que o agente
efetivamente executa o ato, só que de forma contrária à lei.
A) se o ato praticado, retardado ou omitido tiver sido objeto de acordo anterior entre
o funcionário e o particular, visando aquele indevida vantagem, o crime passará a ser outro: corrupção passiva;
* sentimento pessoal:
I) AÇÃO NUCLEAR
OFERECER vantagem indevida, ou seja, propor ou apresentar para que seja aceita;
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PROMETER vantagem indevida, isto é, comprometer-se, fazer promessa, garantir
a entrega de algo ao funcionário.
Trata-se de crime formal, uma vez que a consumação se dá com a simples oferta
ou promessa de vantagem indevida por parte do agente ao funcionário público, isto é, independentemente de
ele aceitá-la ou recusá-la. Também não é necessário que o funcionário pratique, retarde ou omita o ato de
ofício de sua competência.
A tentativa é possível.
I) AÇÃO NUCLEAR
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II) CONSUMAÇÃO
Trata-se de crime formal , ou seja, delito que não exige, para sua consumação,
Não se exige que a autoridade policial formalmente instaure o inquérito policial para
que se consume o crime. Basta que inicie investigação policial no sentido de coletar dados que apure a
veracidade da denúncia.
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