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1.

VISÃO GERAL: DEFINIÇÃO DA MATÉRIA E SUA IMPORTÂNCIA

Para uma melhor orientação dos estudantes e de todos aqueles que se dedicam à produção do
conhecimento científico, institui-se a metodologia que é, de um modo geral, uma ciência
destinada a oferecer recursos teóricos e práticos refentes à pesquisa. E, para compreendermos o
significado da palavra metodologia partiremos da definição do termo método.

De um modo geral, o método é interpretado como sendo o caminho a ser seguido para o alcance
de um determinado fim, definição resultante da sua etimologia, isto é, do grego meta significa
além e hodos significa caminho. Por isso, método significa o que está além do caminho. Ele pode
ser geral (quando se refere a procedimentos aplicados em qualquer campo de produção de
conhecimento) ou específico (quando direccionado a uma área específica).

Segundo Nérici (1978) apud Lakatos e Marconi (2000, p. 45), método “é o conjunto coerente de
procedimentos racionais ou prático-racionais que orientam o pensamento para serem alçados
conhecimentos válidos”. Por seu turno, Bunge (1974) também citado por Lakatos e Marconi
(2000, p. 45) sustenta que o método é “o conjunto de procedimentos por intermédio dos quais se
propõem os problemas científicos e colocam-se à prova as hipóteses científicas”.

Para o estudo desta cadeira podemos abraçar o conceito adoptado por Marconi e Lakatos
segundo o qual o método é o “conjunto de actividades sistemáticas e racionais que, com maior
segurança e economia, permite alcançar o objectivo – Conhecimentos válidos e verdadeiros –
traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”
(Marconi e Lakatos, 2000, p. 46).

A metodologia é a ciência do método (método+logia) ou que se dedica ao estudo do método. Ela


ainda ser definida como

[...] um instrumental extremamente útil e seguro para a gestação de uma postura amadurecida
frente aos problemas científicos, políticos e filosóficos que nossa educação universitária enfrenta.
[...] São instrumentos operacionais, sejam eles técnicos ou lógicos, mediante os quais os
estudantes podem conseguir maior aprofundamento na ciência, nas artes ou na filosofia, o que,
afinal, é o objetivo intrínseco do ensino e da aprendizagem universitária (Severino, 2000 apud
Maia, 2008, p. 3).

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A metodologia científica, neste caso, será a ciência prática que estuda os meios (processos,
métodos, técnicas ou procedimentos de análise) adequados e satisfatórios para a realização de
uma investigação com vista a recolha de informações ou resolução de um determinado problema
(Deshaies, 1997).

A metodologia, enquanto ciência, não oferece, apenas, meios ou regras para o desenvolvimento
da investigação científica, mas também, ajuda a compreender o próprio processo de investigação,
o que implica olhá-la de forma multifacetada. Ela possibilita a sistematização dos métodos e
técnica para levar a bom termo o processo de pesquisa, a produção do conhecimento científico.

1.1. Objectivos do estudo da metodologia

O estudo da metodologia tem por objectivo:

 Fazer com que o estudante ganhe a consciência dos seus procedimentos;


 Ajudar na aquisição de melhores conhecimentos e uma maior compreensão das etapas
quando se planeia uma investigação concreta;
 Proporcionar meios (métodos e técnicas) susceptíveis de favorecer o desenvolvimento de
uma pesquisa ou a procura de soluções de um determinado problema;
 Permitir o aperfeiçoamento dos conhecimentos e a sua valorização pessoal;

Com estes objectivos podemos afirmar que, a metodologia enquanto ciência tem como horizonte,
oferecer os fundamentos teóricos e práticos da investigação, facilitando a resolução de
determinados problemas, a satisfação de certas curiosidades e, acima de tudo, a ampliação do
quadro de referência de cada sujeito que decide enveredar pelo caminho da investigação.

De forma implícita, encontra-se expresso nos objectivos a importância do estudo da metodologia


científica. Sendo ela uma ciência que nos orienta durante o percurso investigativo, interessa-nos
questionar o que, então, investigar ou pesquisar?

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1.2. Investigação/Pesquisa

O que é pesquisa?
 Pesquisar significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas.
 A pesquisa científica, em si, consiste na realização concreta de uma investigação
planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas
pela ciência.
 Ela é uma actividade voltada para a solução de problemas (teóricos ou práticos), através
do emprego de processos científicos.
 A pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no
raciocínio lógico, que tem por objectivo encontrar soluções para os problemas propostos
mediante o emprego de métodos científicos.
 É um processo que visa contribuir para a evolução do conhecimento humano em todos os
sectores, sendo sistematicamente planejada e executada segundo rigorosos critérios de
processamento das informações.

No entanto, qualquer pesquisa será considerada científica se a sua realização for objecto de
investigação planejada, desenvolvida e redigida conforme normas metodológicas consagradas
pela ciência. Ela visa fornecer informação para a resolução de um problema ou respostas a
questões complexas, revelando, desta forma, toda a capacidade criadora. Através dela
organizam-se todas as possibilidades de acção do pesquisador e seleccionam-se as melhores
técnicas e instrumentos para descobrir objectos que transformem os horizontes da sua vida.

O fim último de qualquer pesquisa é “Transformar o mundo, criar objetos e concepções,


encontrar explicações e avançar previsões, trabalhar a natureza e elaborar as suas ações e ideias.”
(Chizzotti, 2000, p. 11), utilizando métodos específicos. O seu carácter sistematizado, controlado
e crítico permite descobrir novos factos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo de
conhecimento (Ander-Egg, 1978 apud Marconi e Lakatos, 1992).

De acordo com Salomon (1996, p. 107), “uma atividade é considerada científica quando: a)
produz ciência; b) ou dela deriva; c) acompanha seu modelo de tratamento”. De outra forma, o
autor defende que a “pesquisa é o tratamento por escrito de questões abordadas
metodologicamente.”

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Pelo seu carácter orientativo, a metodologia é importante visto fornecer subsídios a todos aqueles
que decidem enveredar pelo caminho da pesquisa para o desenvolvimento do conhecimento
seguro e aplicável à sua realidade concreta, assim como, a construção de uma opinião pessoal à
volta da situação social, política, cultura, na qual se encontra integrado.

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2. TIPOS DE CONHECIMENTO

Para analisarmos os diferentes tipos de conhecimento tomaremos como ponto de partida a


seguintes questão: O que é conhecimento?

O “Conhecimento é a forma de entendimento que representa o ato de conhecer implicitamente


contido na coisa conhecida.” (in: Dicionário da Língua Portuguesa, 2011, p. 403).

Dada a complexidade na qual o mundo se apresenta, a sua compreensão é feita a partir de


diversas perspectivas. Dai, o conhecimento, também, distingue-se em:

 Conhecimento popular ou senso comum


 Conhecimento religioso
 Conhecimento filosófico
 Conhecimento científico

Cada uma destas formas de conhecimento explica o mesmo fenómeno partindo de princípios
diferentes, porém, dentre ele, o nosso interesse está virado para o conhecimento científico.

O conhecimento científico resulta de um processo de investigação metódica e sistemática da


realidade mediante o qual se formulam as leis que regem os fenómenos, usando uma linguagem
rigorosa e apropriada. Tais leis “são capazes de descrever séries de fenómenos, são
comprováveis por meio da observação e experimentação, são capazes de prever, pelo menos de
forma probabilística, o futuro dos acontecimentos” (Gil, 2008, p. 2). Por isso, ele transcende a
realidade em si.

O conhecimento científico pode ser formal ou factual. O formal desenvolve-se valendo-se das
ideias, auxiliadas pela lógica matemática, os seus resultados demonstram ou provam hipóteses.
Por seu turno, o factual resulta do estudo de facto concretos, valendo-se da observação e da
experimentação para comprovar ou refutar as suas hipóteses (elas são provisórias).

O conhecimento científico caracteriza-se por ser:

 Objectivo – descreve a realidade;

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 Racional – vale-se sobretudo da razão, e não das sensações ou impressões, para chegar
aos seus resultados;
 Sistemático – preocupa-se em construir sistema de ideias organizadas racionalmente e
em incluir os conhecimentos parciais em totalidades cada vez mais amplas;
 Geral – dirige-se a elaboração de leis ou normas gerais que explicam todos os fenómenos
de certo tipo;
 Verificável – possibilita demonstrar a veracidade das informações;
 Falível – reconhece a sua capacidade de errar.

A descrição do conhecimento científico conduz à seguinte pergunta: Por que nasceu a ciência?
Para responder a esta questão, taremos como base quatro razões, a saber:

 Os homens viviam sob a ameaça das forças da natureza (tempestades, raios, trovões,
animais ferozes, guerras, forças sobrenaturais) e carentes de recursos (vestuário,
alimento, etc.);
 Sentimento de medo, impotência e terror;
 Dilema: desenvolver poder sobre as forças naturais ou submeter-se a elas. Assim nasce a
ciência com o objectivo de: compreender para controlar, ter poder.
 Surge de alguma “necessidade” e servindo algum “interesse”.

Em suma, podemos afirmar que a ciência desenvolve-se a serviço da humanidade e por ela, sua
dinâmica é determinada, pois à medida que se vê incapaz de responder aos problemas do
homem, procura novas alternativas de resposta. No dizer de Chizzotti (2000, p. 12),

(…) a ciência estrutura um conjunto de preceitos, noções e processos que caracterizam os


procedimentos dominantes em uma comunidade científica nacional ou internacional, em um
aspecto particular da ciência durante um período de tempo, que é revolucionado quando um ou
vários pesquisadores demonstram as anomalias de uma ciência normal e põe em crise o universo
de certezas, obrigando a comunidade a repensar os fatos e teorias explicativas, como se pode
atestar na astronomia, com Ptolomeu, Copérnico, Galileu ou, na física, com Aristóteles, Newton,
Einstein.

2.1. Tipos de trabalhos Científicos

No âmbito académico desenvolvem-se trabalhos variados desde os referentes às disciplinas


curriculares até aos referentes à conclusão de um determinado ciclo de estudos. Eles

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diferenciam-se em função dos objectivos para os quais estão sendo desenvolvidos e da natureza
do objecto de estudo ou em função das exigências específicas de cada área científica ou nível de
académico (Severino, 2007 e Centro Universitário São Camilo, 2009).

Não obstantes, os trabalhos científicos seguem as linhas gerais de investigação científica (os
princípios de produção dos texto escrito, a articulação e a coerência textual) e que resultam de
observações e experiências colhidas daqueles que já reflectiram sobre o mesmo assunto. Assim,
temos os seguintes trabalhos:
 Paper ou artigo científico é estudo científico completo de pequena dimensão (de 10 a 20
páginas), geralmente publicados em revistas ou periódicos especializados. Ele pode
resultar de um estudo documental, bibliográfica ou de campo, permitindo a ampliação de
conhecimentos e a compreensão e resolução de certas questões, como sustentam Maconi
e Lakatos (2009).
Ainda podemos dizer que ‘artigo científico é parte de uma publicação com autoria declarada, que
apresenta e discute ideias, métodos e técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do
conhecimento’ (ABNT, 2003 apud Balão, s.d., p. 41). O seu conteúdo analisa diversos
aspectos numa perspectiva e actual; a delimitação das páginas depende das normas do
periódico, da área de conhecimento, do método de pesquisa e de outros factores.
 Monografia: segundo Marconi e Lakatos (1992), a monografia reflecte um estudo
sobre um tema específico ou particular, representativo ou constituinte de um sistema
social, cuja análise é feita em profundidade, dependo dos fins a que se destina. A sua
produção obedece rigorosamente os procedimentos metodológicos. Geralmente, o seu
desenvolvimento visa a obtenção do título de Especialista, a satisfação interior do
pesquisador e ainda trazer uma contribuição tanto científica assim como social.
No que se refere às características da monografia, destacam-se as seguintes:
 [O] trabalho [é] escrito, sistemático e completo;
 tema específico ou particular de uma ciência ou parte dela;
 estudo pormenorizado e exaustivo, abordando vários aspectos e ângulos do caso;
 tratamento extenso em profundidade e, mas não em alcance (neste caso é limitado);
 metodologia científica;
 contribuição importante, original e pessoal para a ciência (Marconi e Lakatos, 1992, p. 152).
 Dissertação: “é um estudo teórico [ou prático escrito] de natureza reflexiva, que
consiste na ordenação de ideias sobre um determinado tema” (Salvador, 1980 apud
Marconi e Lakatos, 1992, p. 158). A sua produção tem como objectivo de reunir,

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analisar e interpretar informações ou a exposição de um estudo científico
retrospectivo (trabalho de revisão de literatura), evidenciando o conhecimento de
literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do pesquisador.
Ela representa uma iniciação à investigação (carácter didáctico) e visa a obtenção do
título de Mestre.
 Tese: é resultado de um trabalho de investigação através do qual o pesquisador
“levanta, coloca e soluciona problemas; argumenta e apresenta razões baseadas na
evidência dos factos, com o objectivo de prova se as hipóteses levantadas são falsas ou
verdadeiras” (Marconi e Lakatos, 1992, p. 165). A sua elaboração visa à obtenção do
título de Doutor; o tema estudado deve ser único, bem delimitado e original,
constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão.
A monografia, a dissertação e a teses integram o grupo dos Trabalhos de conclusão de curso,
seu desenvolvimento visa a articulação e consolidação do processo formativo do aluno
através de produção de conhecimentos em sua área de formação, para a obtenção de níveis
académicos diversos.

Leitura complementar: Marconi e Lakatos, (1992, pp. 151-174).

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3. REGRAS DE REDAÇÃO ACADÉMICA
A redacção de um trabalho científico é complexa pelo que se torna indispensável a observância
das regras básicas para conferir a validade e a fiabilidade ao conhecimento produzido. Portanto,
sempre que se pretende desenvolver ou analisar um assunto ou tema, independentemente do
nível académico, é importante ter em conta os aspectos gráficos e algumas referências daqueles
que já escreveram sobre o assunto na mesma perspectiva ou numa divergente.

3.1. Aspectos gráficos de trabalho académico


 Tamanho da folha e disposição do texto

Todo trabalho científico deve ser redigido em papel A4 (21 x 29,7 cm), cor branca. Ela deve ser
utilizada apenas a parte da frente.

O trabalho deve ser digitado em fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 para o corpo do
texto e tamanho 10 para citações longas, tabelas, quadros e ficha catalográfica (Balão, s.d.).

A Configuração das margens deve ter as seguintes medidas: as margens esquerda e superior
devem ter 3 cm, enquanto as margens direita e inferior devem ter 2 cm (Marconi e Lakatos,
2009).

 Alinhamento do texto

O texto deve ser ajustado às margens da página, quer à direita quer à esquerda.

 Espaçamento

O espaçamento entrelinhas pode ser:

Espaço de 1,5 para o texto.

Espaço de 1 (simples) para resumo, referências, citações longas, notas de rodapé, tabelas,
gráficos e quadros.

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 Paginação

O número da página deve ser inserido a 2 cm da borda superior e 2 cm da borda direita da folha.
A contagem das páginas começa pela folha de rosto (usa-se a numeração romana), porém a
numeração arábica somente deve ser inserida a partir da primeira folha textual. Desta maneira, a
folha que dá início à introdução pode receber o número 9, por exemplo.

 Numeração progressiva ou categorização dos títulos

Ao redigir o trabalho é importante a distinção clara das diferentes partes ou capítulos do trabalho
pelo que a sua numeração é fundamental. Ela é feita progressivamente em algarismo arábicos e
prescinde a palavra capítulo.

Exemplo:

1 TRABALHOS CIENTÍFICOS (1ª categoria devem vir em letras maiúsculas, sem bolde
nem itálico)
1.1 Aspectos gráficos e materiais da redacção (2ª categoria, deve ter apenas a letra a letra
inicial maiúscula, exceptuando quando se trata de substantivos e boldado)
1.1.1 Tamanho da folha e disposição do texto (3ª categoria, deve ter apenas a letra inicial
maiúscula e a itálico)

Nota: Quanto se trata de secções que não possuam títulos recomenda-se a utilização de letras
minúsculas seguido de um meio parêntese.

Exemplo:

a) Educação para todos.


b) Educação inclusive…

Notas de rodapé

As notas de rodapé são usadas para esclarecer algo, não sendo podendo ser incluídos no texto por
interromper a sequência lógica da leitura.

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As notas de rodapé podem ser:

Notas explicativas – explanações ou comentários que não são incluídos no texto. As notas
explicativas são em algarismos arábicos com numeração única e consecutiva para cada capítulo
ou parte.

Exemplo:

 No texto

“Os outros dois pontos a destacar são o agudo desequilíbrio externo e a insuficiência
acumulação.”²

 No rodapé da página:
_____________
[2] Aqui privilegiamos os problemas do capital, conformando-nos com uma reprodução dinâmica.
Fonte: Balão (s.d., p. 50)

3.2 Citações: conceito e tipos de citações

O recurso aos escritos ou documentos já existentes visa mostrar consensos e dissensos acerca do
mesmo, assim como revelar os novos entendimentos a que o estudante pesquisador tiver
chagado. Para mostrar o que já foi publicado sobre o assunto ele deve recorrer ao uso de citações
e das referências bibliográficas.

Citação é uma ideia ou pensamento extraído de outra fonte (revistas, livros, internet, CD-ROM,
disquete, fita de vídeo) visando esclarecer, ilustrar ou sustentar o assunto apresentado (Balão s.d.,
p. 50).

As citações podem ser classificadas em: directa e/ou literal e indirecta e/ou não litral.

 Citação directa ou literal

Resulta da transcrição fiel das palavras do autor, preservando todas as suas características. Essas
palavras são sempre escritas entre aspas, seguidas pelo nome do autor, a data da publicação da

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obra e a colocação obrigatória da página em que o trecho foi extraído, separado por vírgulas e
entre parênteses (Lakatos e Marconi, 2009). As citações directas ou literais podem ser:

Citação Simples

Exemplo:
“O homem era visto como elemento dentro do cosmo” (Blank, 2008, p. 5).

Citação longa – considera-se uma citação longa quando esta é constituída por mais de três
linhas. Geralmente, o texto é transcrito em parágrafo próprio, sem aspas, com 4cm da
margem esquerda, com a fonte 10 e o espaçamento entre linhas simples (1) (Lakatos e
Marconi, 2009).

Assim, pode-se perceber que


A partir do momento desse “sim”, o absurdo não perde a sua absurdidade, mas é vencido pela decisão
humana de fazer de absurdo o seu destino e de aceitar esse destino. A revolta contra a “absurdidade do
absurdo” consegue transmutar tal absurdidade em sentido, pelo menos para o indivíduo que fica sujeito ao
absurdo. Uma vez tomada a decisão de fazer do absurdo a sua tarefa, Sisifo fica feliz, e essa felicidade é a
vitória da revolta contra a absurdidade de uma condição imposta e imutável. Com isso, porém, se conquista
sentido no sem-sentido (Blank, 2008, p. 13).

 Citação indirecta ou não literal

Resulta da reprodução do pensamento do pensamento do autor, porém, não de forma literal. Essa
reprodução pode ser feita de duas formas, a saber:

Paráfrase – mantém-se a ideia do autor e há uma aproximação do número de palavras utilizadas


para a sua transcrição.

Condensação – mantém a ideia central do pensamento do autor, porém, a sua escrita é feita de
forma reduzida (Balão, s.d.).

Tanto na primeira forma assim como na segunda não é necessário a colocação da página no acto
da indicação dos dados bibliográficos nem das aspas.

Ex: Para que a observação ascenda à categoria de um instrumento científico deve observar

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determinadas regras ou critérios para a sua realização tal como fundamentam (Laville e Dione,
1999).

 Citação de citação

É aquela que resulta da transcrição do pensamento de um autor lido a partir de uma fonte
secundária, ou seja, cita-se a ideia do autor sem se tenha tido acesso à sua obra original. Nesse
caso, no acto da indicação dos dados bibliográfico é obrigatória a colocação dos dados do autor
original da ideia seguida da palavra latina apud e o nome do autor do qual de teve acesso a
informação. A expressão apud significa citado por.

Exemplo:
Segundo Nérici (1978) apud Lakatos e Marconi (2000, p. 45), método “é o conjunto coerente de
procedimentos racionais ou prático-racionais que orientam o pensamento para serem alçados
conhecimentos válidos”.

Nas referências bibliográficas devem aparecer, obrigatoriamente, todos os dados de Maconi e


Lakatos.

Nota: Sempre que se fizer uma citação seja directa ou indirecta¸ a colocação da fonte consultada
é obrigatória, pois caso contrário, considera se plágio. Plagiar é a apropriação indevida dos
direitos autorias.

 Supressões, acréscimos e ênfase

As supressões (omissões), interpolações, acréscimos, comentários, ênfase ou destaques devem


ser utilizados ao longo das citações, seja de que tipo for, a fim de proporcionar clareza ao texto
(Balão, s.d.).

“Supressão: é indicada pelo sinal [...] e utilizada nos casos em que se quer omitir parte do texto”
(Balão, s.d., p. 52).

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Ex: “Pessoas felizes resistem às tentações do sistema, cujo objetivo único é vender; vender cada
vez mais,para assim garantir o crescimento econômico, para maximizar o lucro e […], de tal
maneira que o comprador finalmente até esquece a razão pela qual comprou” (Blank, 2010, p.
50).
“Acréscimo ou Comentário: são indicados entre colchetes e utilizados quando há necessidade
de explicar o texto” (Balão, s.d., p. 53).
Ex: Nesse caminho, a pessoa, passo a passo, retira a cobertura que encobre, oculta ou esconde o
verdadeiro Ser. Ela, passo a passo, des-cobre também as suas potencialidade, ela des-cobre
aquilo que é {e/ou descobre-se a si mesmo}, e finalmente descobre o Ser (Blank, s.d., p. 32).

Ênfase ou Destaque: deve ser destacado com negrito, itálico ou grifo e utilizada nos casos em
que se quer enfatizar o trecho da citação. Deve ser utilizada a expressão grifo nosso entre
parênteses, após a chamada da citação (Balão, s.d., p. 53).
Ex: “[...] não basta ir às aulas se chegar antes do seu início. É preciso levar consigo material
adequado ao trabalho do dia”. (RODRIGUES, 2008, p. 43, grifo nosso apud Balão, s.d., p. 53).

 Tradução de citação

No caso de citação com texto traduzido pelo autor, deve ser indicada a expressão tradução
nossa, entre parênteses, após a chamada da citação.
“É um software de armazenamento e recuperação da informação textual e estruturada, com foco
em fontes de informação bibliográfica e serviços associados [...].” (BRITO, 2009, p. 18, tradução
nossa apud Balão, s.d., p. 53).

 Indicação de dados bibliográficos nas citações

A indicação de dados bibliográficos nas citações, actualmente, é feita utilizando o modelo APA,
ou seja, coloca-se último nome do autor (apelido) e a data da publicação da obra no princípio ou
no final da sentença e/ou frase. No caso de se tratar de uma citação literal, deve se incluir
obrigatoriamente a página.

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Quando o sobrenome ou apelido do autor aparecer no princípio da sentença deve ser escrito com
letra inicial maiúscula e quando aparece no final e entre parênteses deve ser escrito com letras
maiúsculas.

Ex:
1. Segundo Marconi e Lakatos (1991), a pesquisa laboratorial é o procedimento mais difícil,
porém mais exacto.
2. A utilização destes materiais tem por objectivo conferir ‘o reforço paralelo na análise de suas
pesquisas’ (TRIJULLO, 1971 apud MARCONI e LAKATOS, 1991:183).

 Citação de obras com até três autores

“Quando consultada uma obra com até três autores, todos devem ser referenciados” (Balão, s.d.,
p. 55).

Ex 1: Segundo Cervo e Bervian (1996), pesquisa Aplicada é aquela na qual o investigador busca
desenvolver um estudo com fins práticos ou imediatos; busca soluções para problemas concretos,
transformando em acção concreta os resultados do trabalho.

Ex 2: A narração deficiente ou omissa que impeça ou dificulte o exercício da defesa, é causa de


nulidade absoluta, não podendo ser sanada porque infringe os princípios institucionais.”
(GRINOVER; FERNANDES; GOMES FILHO, 2001, p. 97 apud BALÃO, s.d., p. 55).

 Citação de obras com mais de três autores

Quando se trata de mais de três autores, coloca-se o nome do primeiro seguido da expressão
latina et alii ou, simplesmente et al e o ano.

Ex: A escola tem por obrigação proporcionar aos seus alunos condições e acesso ao
conhecimento. (FONTES et al., 1996 apud BALÃO, s.d., p. 55).

Estes procedimentos servem também para situações em que o autor é uma instituição ou entidade
colectiva, documentos ou livro extraídos da internet. Para o último caso, nas referências

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bibliográficas deve-se incluir o endereço e a data em que o mesmo foi acessado. O mesmo deve
ser observado nas referências bibliográficas.

 Casos especiais
1. Documentos de vários autores com o mesmo sobrenome

Nestes casos, segundo Balão (s.d.), aconselha-se a colocar além do sobrenome, as iniciais dos
seus nomes. E se mesmo assim continuar a haver coincidências, o melhor será colocar o nome
completo e assim deve se proceder com todos os autores.

Ex:
O turismo é visto como o mercado que mais cresce e o ecoturismo é uma das modalidades mais procuradas
pela necessidade do homem de integrar-se à natureza (SILVA, Alice, 2001).
Nas relações internacionais destaca-se a importância da comunicação dentro das empresas, para aquelas
mensagens, a política de comunicação, as siglas e os símbolos são processos para a tentativa de comunicar-se
(SILVA, Álvaro, 2001 apud BALÃO, s.d., p. 57).

2. Documentos do mesmo autor com a mesma data de publicação

Nesses casos recomenda-se a acrescentar após a data letras minúsculas sem espaço ilustra Balão
(s.d., p. 57).

Ex:
Para Roberts (1998a, p. 57) “os grupos que detêm a força de trabalho precisam de constante
capacitação profissional”.
“A competitividade faz com que as empresas invistam em tecnologia e qualidade na prestação
dos seus serviços.” (ROBERTS, 1998b, p. 161).

Até três autores

Quando consultada uma obra com até três autores, todos devem ser referenciados.

Exemplos :

Na sentença:
De acordo com Fonseca, Martins e Toledo (1995, p. 208) “O Índice Geral de Preços é
considerado como medida-padrão (ou oficial) do país. Trata-se de um índice híbrido [...]”.

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No final da sentença:
“A narração deficiente ou omissa que impeça ou dificulte o exercício da defesa, é causa de
nulidade absoluta, não podendo ser sanada porque infringe os princípios institucionais.”
(GRINOVER; FERNANDES; GOMES FILHO, 2001, p. 97).

Mais de três autores

Nas citações de obras publicadas por mais três autores deve ser citado o primeiro seguido da
expressão latina et al. (abreviatura de et alii) e o ano.

Exemplos :

No final da sentença:
A escola tem por obrigação proporcionar aos seus alunos condições e acesso ao
conhecimento. (FONTES et al., 1996).

Autor coletivo (entidade)

Quando o autor for uma entidade, o nome desta deve ser escrito por extenso, e se possível sua
subordinação, seguido da data de publicação do documento.

Exemplo :

No final da sentença:
“Como diferentes programas podem adotar enfoques diversos, as decisões a serem
tomadas são específicas de cada um.” (BRASIL, Ministério da Educação, 1976, p. 12).56
Metodologia da Pesquisa

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No caso de entidade coletiva conhecida pela sigla, a entrada deve ser por extenso, na primeira
citação, seguida da sigla entre parênteses. No restante do texto pode ser usada apenas a sigla.

Documentos de órgãos públicos

Quando se tratar de documentos de órgãos públicos, deve ser indicada sua jurisdição.

Exemplo :

Na sentença:
De acordo com Curitiba, Prefeitura Municipal (2008, p. 178), “a Linha Verde trará
resultados positivos no tocante à [...]”.
Citação de dados informais

Para citação de dados informais obtidos por meio de palestras, debates, comunicações entre
outros, indica-se entre parênteses a expressão informação verbal e mencionam-se os dados
completos da informação em nota de rodapé.

Exemplo :

Na sentença:
“Essa ação demonstra a postura do IFPR, que tem buscado ampliar a oferta de unidades
no Paraná.” (Informação verbal)1.
No rodapé:
___________
1 Notícia fornecida por Alípio Santos Leal Neto na solenidade de autorização para uma unidade do IFPR em
Assis Chateaubriand, em outubro de 2009.

Citação de informação extraída da internet

É necessário analisar e avaliar a fidedignidade e o caráter científico das informações extraídas


da internet.

As entradas seguem as mesmas regras para documentos impressos, o que muda é a forma de
apresentação da referência.

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Exemplo :

Na sentença:
De acordo com Machado (2009) os professores do ensino fundamental e médio podem
diversificar as aulas, torná-las mais atrativas e conhecer o trabalho de outros colegas
espalhados pelo país ao acessar o Portal do Professor.

Documentos de vários autores com mesmo sobrenome

Quando houver coincidências de autores com mesmo sobrenome, devem ser indicadas
também as iniciais de seus nomes. Se mesmo assim existir coincidência, devem ser colocados
os nomes por extenso.

Exemplos:

No final da sentença:
O turismo é visto como o mercado que mais cresce e o ecoturismo é uma das modalidades
mais procuradas pela necessidade do homem de integrar-se à natureza. (SILVA, Alice,
2001).
Nas relações internacionais destaca-se a importância da comunicação dentro das
empresas, para aquelas mensagens, a política de comunicação, as siglas e os símbolos
são processos para a tentativa de comunicar-se. (SILVA, Álvaro, 2001).

Quando houver necessidade de utilizar o nome do autor por extenso na citação, como no
exemplo acima, todos os autores referenciados no trabalho, deverão ser apresentados
também desta forma, como forma de padronização, na lista de referências.

Documentos de um mesmo autor com a mesma data de publicação

Quando houver diversos documentos de um mesmo autor, com a mesma data de publicação,
devem ser acrescentadas letras minúsculas após a data, sem espaços.

Exemplo:

Na sentença:
Para Roberts (1998a, p. 57) “os grupos que detêm a força de trabalho precisam de
constante capacitação profissional”.
“A competitividade faz com que as empresas invistam em tecnologia e qualidade na
prestação dos seus serviços.” (ROBERTS, 1998b, p. 161).

19
Diversos documentos do mesmo autor com datas diferentes

Nas citações indiretas de diversos documentos de um mesmo autor com datas diferentes,
devem ser indicadas as datas separadas por vírgula.

Exemplo:

Na sentença:
Oliveira (1985, 1990, 1997) afirma que um dos propósitos do marketing é alcançar os objetivos
organizacionais.

Citação bíblica

Coloca-se o capítulo e o versículo bíblico do qual o trecho foi retirado.

Exemplo:
“Eu não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que vos não julgueis sábios: deu-se o
endurecimento de uma parte de Israel, até que a totalidade dos gentios tenha entrado” (Rm,
11,23).

Bibliografia

Consiste na descrição de todo material bibliográfico consultado para a produção do trabalho


científico. A bibliografia distingue-se em referencial e/ou geral.

20
4. O PROCESSO DE PESQUISA CIENTÍFICA
Toda a pesquisa tem seu início quando determinado assunto ou problema se torna do interesse do
pesquisador. Ela é por natureza um processo complexo e dinâmico na medida em que
compreende a trajectória a ser feita pelo pesquisador até à produção e publicação do texto final.

4.1. Fases da pesquisa científica

A definição das fases de uma pesquisa científicas varia de autor para autor, mas para a maioria
de autores é consensual a consideração 3 etapas principais, a saber:

 Fase decisória – referente a escolha do tema e delimitação do problema da pesquisa;


 Fase construtiva – referente à construção do plano de pesquisa/elaboração do projecto
(formulação das hipóteses, colecta, análise de dados e generalização das conclusões) e
sua execução ou implementação;
 Fase da redacção – referente à análise dos dados e informações obtidos na fase
construtiva. Corresponde ao momento da organização sistemática das ideias, visando a
elaboração do relatório final e sua publicação (Gil, 2008 e Marconi e Lakatos, 1992).

4.2. Classificação das pesquisas (EXPLICAR ISTO NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO


DO PROJECTO DE PESQUISA)

2.1.1. Quanto aos procedimentos, a pesquisa pode ser:

 Básica/pura baseia-se no estudo teórico do problema; busca o novo saber e o


aperfeiçoamento do anterior; procura satisfazer as necessidades intelectuais pelo
conhecimento, de uma forma actualizada, para uma nova tomada de posição. Visa a
obtenção de resposta as questões fundamentais, o progresso da ciência e enquadra-se no
âmbito de uma actividade académica
 Aplicada é aquela na qual o investigador busca desenvolver um estudo com fins práticos ou
imediatos; busca soluções para problemas concretos, transformando em acção concreta os

21
resultados do trabalho (Cervo e Bervian, 1996), pelo que se baseiam, fundamentalmente, no
desenvolvimento de planos de intervenção, sua implementação e avaliação.

2.1.2. Quanto à forma de abordagem ou natureza da abordagem,

As pesquisas podem ser qualitativas ou quantitativas.

 Qualitativa – baseia-se na descrição dos factos encontrados no ambiente natural e


informações; procura compreender de forma profunda os problemas e investiga o que
está por detrás de certas atitudes, comportamento, crenças, valores e convicções, sem
preocupar-se com a generalização dos resultados nem da grandeza da amostra. Os
dados obtidos são analisados indutivamente; a interpretação dos fenómenos é
acompanhada pela atribuição de significados.
 Quantitativa – traduz em números as opiniões e informações a serem classificadas e
analisadas tornando possível descobrir ou determinar com precisão a frequência de
um facto e os seus efeitos positiva ou negativos. Para tal, utilizam-se técnicas
estatísticas.

2.1.3. Quanto às técnicas ou processos de pesquisa, ou simplesmente tipos de pesquisas

Para Marconi e Lakatos (1991), no que se refere às técnicas de produção, a pesquisa pode ser:

 Pesquisa documental – é aquela cuja colecta de dados baseia-se em fontes primárias,


tais como, documentos, escritos ou não. Os documentos que podem ser agrupados em:
arquivos públicos (municipais, estaduais, nacionais), arquivos particulares ou fontes
particulares.
 Pesquisa bibliográfica – compreende a todo conjunto de material bibliográfico tornado
público em relação ao assunto estudado, tais como: publicações avulsas, boletins, jornais,
revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, meios de
comunicação orais (rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais). A utilização
destes materiais tem por objectivo conferir ‘o reforço paralelo na análise de suas
pesquisas’ (Trijullo, 1971 apud Marconi e Lakatos, 1991:183), não de forma reprodutiva;
propicia o exame de um tema sob um novo enfoque, chegando a conclusões inovadoras.
 Pesquisa de campo – “consiste na observação de fatos e fenómenos tal como ocorrem
espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes, no registro de variáveis que se

22
presumem relevantes, para analisá-los” (Marconi e Lakatos, 1991:186), exigindo um
controlo adequado e com objectivos preestabelecidos que descrimina suficientemente o
que deve ser colectado. Tem como objectivo produzir conhecimento válido acerca de um
problema para o qual se procura resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar,
descobrir novos fenómenos ou relações entre eles.
Apesar desta pesquisa se interessar com o que acontece no campo real, tem o seu ponto
de partida a pesquisa bibliográfica, a qual oferece uma visão geral sobre o assunto
pesquisado noutras circunstâncias, facilitando a determinação dos procedimentos a serem
seguidos. (ver as exigências deste tipo de pesquisa e seus subtipos – Marconi e Lakatos,
1991:186ss ou níveis de pesquisa segundo Gil, 2003).
 Pesquisa de laboratório – segundo Marconi e Lakatos (1991), a pesquisa laboratorial é o
procedimento mais difícil, porém mais exacto. Ele descreve e analisa o que ocorre em
situações controladas; exige a utilização de instrumental específico, preciso e ambientes
adequados, podendo ser fechados ou abertos olhando para os objectivos que se buscam
concretizar.

5. PROJECTO DE PESQUISA

O homem no desenvolvimento das suas actividades auxilia-se de um plano que lhe permite
alcançar os resultados desejados com segurança e precisão. Ao entrarmos no campo científico
encontramos a planificação como uma exigência fundamental, que acompanha todo o processo
de pesquisa e publicação de resultados, cujo nome específico é projecto de pesquisa.

Segundo Marconi e Lakatos (1991) projecto compreende a uma das etapas fundamentais do
processo de elaboração, execução e apresentação da pesquisa, pelo que seu desenho precisa ser
feito com rigor para evitar qualquer equívoco ou confusão do pesquisador ao longo do trabalho.

O projecto representa a sistematização das ideias centrais e dos procedimentos básicos teóricos
ou metodológicos a serem observados no processo de busca e produção do conhecimento. Para
Reis e Frota (s.d.:1) citando Deslandes (1996), através do projecto organiza-se e articula-se uma
proposta de pesquisa. Suas finalidades consistem em mapear o caminho a ser seguido durante a
investigação; orientar o pesquisador durante o percurso da investigação e comunicar os

23
propósitos da pesquisa para a comunidade científica. Assim, a sua elaboração deve ajudar ao
pesquisador a responder às seguintes perguntas: o quê? Porquê? Para quê e para quem? Onde?
Como, com quê, quanto e quando? Quem? Com quanto?

Ao responder a estas perguntas, o pesquisador estará a detalhar todos os requisitos necessários


para que cada fase da investigação seja percorrida de forma segura, quer no seu aspecto teórico
quer no seu aspecto prático. Por isso os elementos de um projecto podem ser organizados em três
categorias tal como se demonstra na tabela abaixo.

Elementos constituintes do projecto de pesquisa

Referenciais teóricos Referenciais metodológicos Elementos complementares


- tema; Metodologia: - quadro teórico ou
- problema; - natureza e tipo de pesquisa; embasamento teórico;
- hipóteses (causa e solução); - método de pesquisa; - bibliografia;
- objectivos (gerais e - instrumentos de colecta de - cronograma;
específicos); dados; - recursos
- justificativa. - população e amostra;
- técnicas e modelos de análise
e tratamento de dados;
- validade e fiabilidade da
pesquisa;
- questões éticas.
Fonte: Adaptado de Reis e Frota (s.d.)

3.1. Tema e sua delimitação

O tema “é o assunto que se deseja provar ou desenvolver” (Marconi e Lakatos, 1991:209) numa
determinada área de interesse, ou por outra, é a ideia central que se quer demonstrar,
fundamentar e defender. Os mesmos autores, na sua edição de 1992, definem o tema como sendo
uma dificuldade sem solução e que para o seu estudo precisa de ser delimitado com precisão para
facilitar a realização do seu exame, crítica, avaliação e solução.

24
A origem do tema pode estar ligada a uma dificuldade prática enfrentada, a uma curiosidade, aos
desafios encontrados na leitura de outros trabalhos científicos ou teorias. Não obstante, é
fundamental que o pesquisador se identifique com o assunto a investigar seja no que diz respeito
ao seu interesse pelo mesmo, às suas inclinações e capacidades intelectuais assim como as suas
qualificações científicas (backgraund) e a existência de fontes de consulta.

Dado ao facto de as áreas científicas reflectiram um conjunto amplo de problemas por serem
resolvidos, o tema exige a sua delimitação, visando facilitar ao pesquisador a sua exploração em
profundidade.

A delimitação do tema é o processo através do qual se especifica o assunto a ser estudado,


evitando divagações, discussões intermináveis, repetições desnecessárias. Implica estabelecer
limites da extensão no que diz respeito ao sujeito e objecto da pesquisa, ao espaço e ao tempo; é
determinar a perspectiva de abordagem do assunto assim como situá-lo histórico e
geograficamente (Marconi e Lakatos, 1992 e Cervo e Barvien, 1999).

3.2. Definição do Problema

O problema é toda aquela situação negativa e desconfortável, que provoca mal-estar, sofrimento
inquietação ou constrangimento às pessoas. Um problema de pesquisa vai além desta simples
acepção; ele é aquilo que mobiliza a mente humana a buscar um maior entendimento de questões
postas pelo real e suas soluções (Laville e Dionne, 1999) ou qualquer questão não resolvida que
e que é objecto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento (Gil, 1987:52). Dai que
toda a pesquisa visa a modificação de um estado considerado não aceitável.

No entanto, importa chamar atenção ao facto de que nem todos os problemas podem ser
colocados na categoria científica, pois um problema científico é aquele que pode ser resolvido
com recurso aos conhecimentos e dados já existentes ou com aqueles factíveis de serem
produzidos. De nenhum modo um problema científico deve ser resolvido com base na intuição,
tradição ou senso comum. Por isso, ele deve apresentar:

 “Relevância teórica [direccionado ao estudo de um objecto pouco conhecido] e prática


[direccionado a dar respostas que ajudem a subsidiar acções concretas];

25
 Permitir a obtenção de novos conhecimentos” (Reis e Frota, s.d.:2).

As regras básicas para a formulação do problema, na perspectiva de Gil (1995), são as seguintes:

 Deve ser formulado como uma pergunta [ou afirmação];


 Deve ser delimitado a uma dimensão viável, ser o mais específico possível, ou seja,
determinar o ângulo de abordagem;
 Clareza e precisão na linguagem;
 Não deve ser de natureza valorativa (é bom, é certo etc.).

Formular um problema significa “(…) dizer, de forma explícita, clara, compreensível e


operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos” (Marconi e Lakatos, 2000:139). A
sua formulação correcta é feita com base na apresentação de duas ou mais variáveis testáveis
(factos, acontecimentos ou fenómenos), previamente conhecidas e relacionadas entre si. De
entre as duas variáveis uma é dependente e a outra é independente.

Exemplo de problema:

Vertente afirmativa – 1. Verifica-se o ensino tardio da filosofia em Moçambique facto que se


pressupõe que esteja relacionado com o sistema de dominação colonial vigente.

4 O ensino tardio da filosofia em Moçambique está relacionado com o sistema de dominação


colonial vigente.

Vertente interrogativa – 1. O ensino tardio da filosofia em Moçambique estará de algum modo


relacionado com o sistema de dominação colonial vigente?

2. A dominação colonial em Moçambique influi no início tardio do ensino da filosofia?

3.3. Hipóteses

Após a delimitação do problema seguem-se as hipóteses. Uma hipótese é um enunciado geral de


relações entre variáveis (factos, fenómenos) (Marconi e Lakatos, 2000:139) que tem por
finalidade oferecer ao pesquisador uma resposta probabilística de um dado problema, seja no que

26
se refere ao que está por detrás (hipóteses de causa) assim como ao que pode ser feito para
solucioná-lo (hipóteses de solução).

As hipóteses representam de um modo geral:

 Uma resposta provisória de um determinado problema;


 Apresentam um carácter ou explicativo ou preditivo.
 Compatível com o conhecimento científico (coerência externa) e revelando consistência
lógica (coerência interna);
 Sendo passível de verificação empírica em suas consequências (Marconi e Lakatos,
2000:139 e cfr. Gil, 1989).

3.3.1. Formulação das hipóteses

Existem diversas maneiras usadas para a formulação das hipóteses de entre as quais podemos
destacar as seguintes fórmulas:

 Se “x”, então “y”.

Ex: Se se introduzir o ensino da filosofia no ensino secundário (x), então os efeitos da dominação
colonial irão reduzir (y).

Há casos em que as hipóteses são formuladas de forma categórica, embora sejam equivalentes à
forma condicional.

Ex: A introdução do ensino de filosofia no ensino secundário é melhor forma para garantir a
redução dos efeitos da sua introdução.

Nota: A formulação das hipóteses é feita relacionando duas ou mais variáveis, porém difere do
problema pelo facto de que o problema constitui sentença tanto interrogativa assim como
afirmativa, enquanto a hipótese é sempre enunciada numa sentença afirmativa.

As hipóteses podem ser substituídas pela pergunta de pesquisa, ou seja, no lugar das hipóteses
podemos colocar a pergunta de pesquisa, que se enuncia usando as seguintes fórmulas: Até que
ponto…? De que modo…?

27
Ex: Até que ponto a introdução do ensino da filosofia no nível secundário poderá reduzir os
efeitos da sua introdução tardia?

Importa referir que já as hipóteses constituem suposições que irão ajudar-nos a resolver o
problema, é tarefa da pesquisa, então, comprová-las ou refutá-las, através das observações, factos
ou dados e sua respectiva explicação. Elas servem de fio condutor do pesquisador na medida que
lhe oferecem balizas sobre o que observar, experimentar, a fim de descobrir ordem na rotina;
permitem a passagem de factos a teorias quando comprovadas.

3.4. Justificativa da pesquisa

A justificativa é a parte do projecto na qual descrevemos as razões de ordem teórica e os motivos


de ordem prática que estão por detrás da nossa decisão de fazer o estudo sobre um determinado
assunto e que a tornam importante. Ela pressupõe que o pesquisador esteja em altura de ser
criativo e capaz de convencer as pessoas que o seu estudo é relevante e pertinente.

Para Richardson, na justificativa é necessário responder a seguinte pergunta, “porque se deseja


fazer a pesquisa?”(Richardson, 2009:55 e cfr. Marconi e Lakatos, 1991). Nela apresentamos os
argumentos referentes a:

 Importância, pertinência e relevância da pesquisa quer na sua dimensão prática e


intelectual ou teórica;
 Contribuições para a compreensão ou solução do problema que poderá advir com a
realização de tal pesquisa, seja a nível científico assim como social;
 Estado da arte, estágio de desenvolvimento do tema proposto, como vem sendo tratado
na literatura (Reis e Lopes, s.d.).

3.4. Metodologia

28
6. Processo de recolha e análise dos dados

A dinâmica a ser seguida durante o processo de recolha de dados depende das finalidades, da
natureza do fenómeno e da natureza da pesquisa em causa. É também em função delas que se
determinam os instrumentos de recolha de a serem usados, dentre os quais encontramos a
observação, a entrevista, o formulário, o diário, o questionário, o inquérito, a ficha de leitura.

Só a partir da aplicação desses instrumentos que se obtém os dados que, posteriormente, são
submetidos à análise e tratamento. Assim, passamos a descrever em que é que consiste cada
instrumento.

6.1. Observação

A observação é uma técnica de recolha de dados que utiliza os sentidos (ouvir, ver e examinar
factos) para a captação de determinados aspectos da realidade (atitudes e gestos reais) que se
deseja estudar. Pelo seu carácter presencial, ajuda ao pesquisador a identificar e obter provas em
primeira mão a respeito dos objectivos que orientam o comportamento do fenómeno ou
indivíduos em estudo.

Para que a observação ascenda à categoria de um instrumento científico deve observar


determinadas regras ou critérios para a sua realização, tal como fundamentam Laville e Dione
(1999) e Marconi e Lakatos (1991), a saber:

 Ela deve ser posta a serviço de um objecto de pesquisa, questão ou hipótese, claramente
explicitado ou plano de pesquisa;
 Deve ser rigoroso em suas modalidades e submetido a críticas nos planos de
confiabilidade/segurança e da validade.

Como qualquer outro instrumento, a observação tem uma série de vantagens e desvantagens,
razão pela qual a sua aplicação deve ser auxiliada pela aplicação de outras técnicas/instrumentos
de recolha de dados.

29
6.1.1. Tipos de observação

Os tipos de observação podem ser vistos a partir de vários ângulos de sua aplicação, pelo que
Ander-Egg (1978) apud Maconi e Lakatos (1991) apresenta quatro critérios de classificação da
observação.

a) Quanto aos meios utilizados, a observação pode ser:


 Estruturada/sistemática – quando se realiza em condições bem controladas, em
resposta a propósitos pré-estabelecidos e conhecidos pelo pesquisador. Os aspectos a
serem observados podem ser organizados em quadros, escalas, anotações, reduzindo,
assim, o risco de equívocos.
 Não estruturada/assistemática – esta se realiza sem recurso a meios técnicos especiais
e sem necessidade de fazer perguntas diretas; as informações resultam de uma
experiência casual, isto é, não há determinação prévia do que observar, dependendo em
grande escala da capacidade de controlo do pesquisador em relação ao fenómeno em
observação de modo a ser fiel no registro das informações.
b) Quanto à participação do pesquisador
 Observação participante – é aquela ocorre simultaneamente com a participação do
pesquisador na realidade do grupo em estudo ao ponto dele confundir-se com os seus
membros. O seu maior entrosamento na realidade em estudo dificulta-lhe assumir
uma atitude objectiva. O seu objetivo é ganhar a confiança do grupo, fazer os
indivíduos compreenderem a importância da investigação.
 Observação não participante – é aquela em que o pesquisador observa os factos sem
interferir directamante nas atividades dos indivíduos em estudos.
c) Quanto ao número de pesquisadores
 Observação individual – nesta, a colecta de dados é feita apenas por uma pessoa
correndo maior risco para a distorção da informação pelo facto de sua capacidade de
controlo de informação ser limitada.
 Observação em equipe – é feita por um conjunto de pesquisadores que vai registando
os dados e, posteriormente, submetem-nos a confrontação.
d) Quanto ao espaço

30
 Observação na vida real (trabalho de campo) – esta ocorre de forma espontânea e
natural, isto é, os fenómenos são observados em condições nas quais o pesquisador
não tem o poder de controlo sobre as diversas situações.
 Observação laboratorial – é feita sob condições bem controladas pelo pesquisador,
comportando um carácter artificial.

6.1.2. Vantagens e desvantagens da observação

a) Vantagens

 Possibilita meios directos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade de fenómenos;
 Exige menos do observador do que as outras técnicas;
 Permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicas:
 Depende menos da instrospecção ou da reflexão;
 Permite a evidência dos dados não constantes do roteiro de entrevista ou de questionário (Marconi e
Lakatos, 1991:191).

b) Desvatagens

 O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no observador;


 A ocorrência espontânea não pode ser prevista, o que impede, muitas vezes, o observador de presenciar o
fato;
 Factores imprevistos podem interferir na tarefa do pesquisador;
 A duração dos acontecimentos é variável, [tornando] difícil a coleta de dados;
 Vários aspectos da vida cotidiana, particular, podem não ser acessíveis ao pesquisador. (Marconi e Lakatos,
1991:191).

6.2. Entrevista

6.3. Questionário

31
O questionário é um instrumento constituído por uma série ordenada de perguntas, formuladas
em função das hipóteses e que devem ser respondidas sem a presença do pesquisador. Para
facilitar o processo de preenchimento ou resolução das questões, o questionário deve estar
acompanhado por uma breve nota explicativa, na qual se destaca a natureza e importância da
pesquisa com o intuito de despertar o interesse e seriedade de quem irá responder as questões.

Para Chizzotti (2000:55), o questionário “(…) é um conjunto de questões pré-elaboradas,


sistemática e sequencialmente dispostas em itens (…) com o objectivo de suscitar dos
informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre assunto (…).”

Por isso, Selltiz (1965) apud Marconi e Lakatos (1991) defende que o sucesso na aplicação do
questionário depende não só do patrocinador, mas também, da forma atraente de sua
apresentação, da sua extensão, o tipo de carta de motivação que o acompanha, as facilidades para
o seu preenchimento e o tipo de classe de pessoas que irá respondê-lo.

6.3.1. Vantagens de desvantagens do questionário

a) Vantagens

 Economiza o tempo e obtém grande número de dados;


 Atinge maior número de número de pessoas simultaneamente;
 Há maior liberdade nas respostas, em razão do anonimato;
 Há maior segurança, pelo facto de as respostas não serem identificadas;
 Há menos risco de distorção, pela não influência do pesquisador;
 Há mais uniformidade na avaliação, em virtude da natureza impessoal do instrumento;
 Há mais tempo para responder [as questões] e em hora mais favorável;
 Obtém respostas que materialmente seriam inacessíveis;
 A uniformização das perguntas, no caso das fechadas, facilita a compilação e a
comparação das respostas e o recurso a análise estatística dos resultados. (Lakatos e Marconi,
1991:201 e cfr. Laville e Dione, 1999)

b) Desvantagens

 Pequena percentagem dos questionários que volta;


 Grande número de perguntas sem respostas;

32
 Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas;
 Impossibilidade de ajudar o informante em questões mal compreendidas;
 Dificuldade de compreensão, por parte dos informantes, leva a uma uniformidade aparente;
 Na leitura de todas as perguntas, antes de respondê-las, pode uma questão influenciar a outra;
 A devolução tardia prejudica o calendário ou a sua utilização;
 O desconhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos torna difícil o controlo e a verificação;
 Nem sempre é o escolhido que responde o questionário, invalidando, portanto, as questões;
 Exige um universo mais homogêneo. (Lakatos e Marconi, 1991:202 e cfr. Laville e Dione, 1999).

6.3.2. Processo de elaboração do questionário e pré-teste

Para garantir a obtenção de informações seguras, a elaboração do questionário deve ser feito de
forma bem cuidadosa de modo a não cansar a atenção dos respondentes. Assim, é preciso ter em
conta o tipo, a ordem, os grupos de perguntas, a formulação das mesmas e todos aspectos
referentes a estereótipos, percepções, mecanismos de defesa e liderança (Lakatos e Marconi,
1991).

Para além do referenciado acima, é importante que o pesquisador tenha um conhecimento


aprofundado que busca, o objectivo do estudo e de cada pergunta, facilitando dessa forma a sua
selecção. Importa também, tem conta as hipóteses em causa flexibilizando a determinação das
opções de respostas para cada pergunta (Chizzotti, 2000). Isto permite ao pesquisador obter
informações válidas e a colocação de limites em termos de extensão e finalidade.

Uma atenção especial deve ser tomada no acto da elaboração do questionário, pois se o mesmo
for longo demais, causa fadiga e o desinteresse, mas também se for muito curto, corre-se o risco
de não oferecer suficientes informações (Laville e Dione e Lakatos, 1999 e Marconi, 1991).

No que se refere aos aspectos materiais e estéticos, o questionário deve ter tamanho aceitável e
apresentar facilidades no que diz respeito a sua manipulação, ter espaço suficiente para as
respostas, etc. A sua colocação deve ser gradual, partindo das perguntas gerais e ir descendo até
as mais específicas, seguindo uma progressão lógica para assegurar o interesse constante e a
compreensão clara das questões por parte do informante.

33
Na perspectiva de garantir a eficácia da sua aplicação, o questionário antes da sua aplicação
definitiva deve ser aplicado a uma pequena ou várias populações escolhidas, com o intuito de
verificar as possíveis falhas, a inconsistência/complexidade das questões, inacessibilidade da
linguagem (falta de clareza, objectividade, precisão, etc.) ou que causa embaraços. Isto permite
averiguar o seu grau de fidedignidade, validade e operatividade e realização dos reajustes
necessários.

6.3.3. Classificação das perguntas

As perguntas de um questionário podem ser abertas, fechadas ou ainda de múltipla escolha.

 Abertas – As perguntas abertas são aquelas cujas respostas são dadas de forma livre,
permitindo ao informante usar linguagem à sua escolha e emitir opiniões pessoais
profundas e precisas. Uma das suas desvantagens tem a ver com dificuldade que o
informante tem para responder, já que deverá redigi-la; dificuldade para submeter os
dados à tabulação, ao tratamento estatístico, assim como, a sua análise e interpretação,
tornando-as complexas, cansativas e demoradas.
Ex: Em sua opinião, o que levou Moçambique a introduzir, tardiamente, o ensino de
filosofia no seu sistema educativo?
 Fechadas ou dicotómicas – são aquelas cujas alternativas de resposta apenas são duas:
sim ou não. Nelas, o informante não tem liberdade de trazer outro tipo de respostas, no
entanto, do lado do pesquisador há facilidades para a tabulação dos, já que as respostas
são objectivas.
Ex: Alguma vez, teve aulas de filosofia?
Sim ( )
Não ( )

6.4. Formulário

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O formulário consiste em obter informações junto do informante a partir da apresentação de uma
série de perguntas pelo pesquisador, mediante um contacto face-a-face. O roteiro de perguntas é
preenchido pelo pesquisador no exacto momento da conversação.

O êxito da sua aplicação depende em grande escala, segundo Ander-Egg (1978) apud Lakatos e
Marconi (1991), da sua capacidade de adaptação em relação ao objecto de investigação, aos
meios que se possuem para a realização do trabalho assim como da precisão em grau de
exactidão suficiente e satisfatório para o objectivo proposto.

A apresentação do formulário deve ter em conta o tipo, o tamanho e o formato do papel, a


estética e o espaçamento, permitindo que para cada item haja espaço suficiente para a redacção
da resposta. Importa, também, fazer a identificação por letra ou por número de cada item ou
subitem, das páginas e deve haver uniformidade na forma escolhida para no assinalamento das
respostas (circulo, traço, X) colocados entre parênteses. A impressão ser feita num único verso
do papel.

6.4.1. Vantagens e desvantagens do uso do formulário

a) Vantagens

 [Pode ser] utilizado em todo o segmento da população: alfabetizados e analfabetos,


populações heterogéneas, dado que o preenchimento é feito pelo pesquisador;
 Facilidade de clarificação das perguntas, significados, da pesquisa;
 Flexibilidade, para adaptar-se às necessidades de cada situação, podendo o entrevistador
reformular itens ou reajustar o formulário à compreensão de cada informante;
 Obtenção de dados mais complexos e úteis;
 Facilidade de aquisição de um número representativo de informantes em determinado
grupo;
 Uniformidade dos símbolos utilizados sendo que o preenchimento é feito pelo próprio
pesquisador.

b) Desvantagens

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 Menos liberdade nas respostas, em virtude da presença do pesquisador;
 Risco de distorção, pela influência do pesquisador;
 Menos prazo para responder às perguntas, não havendo tempo para pensar, elas podem ser invalidadas;
 Mais demora por ser aplicados a uma pessoa de cada vez;
 Inseguranças das respostas por falta de anonimato;
 Pessoas possuidoras de informação necessária podem estar e localidades muito distantes, tornando a
resposta difícil, demorada e dispendiosa. (Lakatos e Marconi, 1991:213)

6.5. Fichas de leitura

A ficha de leitura é um instrumento com base no qual o pesquisador procede a recolha de


informação bibliográfica ou documental. A sua utilização permite ao pesquisador:

 Identificar as obras;
 Conhecer seu conteúdo;
 Fazer citações;
 Analisar o material;
 Elaborar críticas;

O tamanho da ficha de leitura é variável, sendo que a escolha depende do pesquisador.

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