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Introdução
A endodontia tem como objetivo o tratamento para resolver uma alteração pulpar (inflamação ou
necrose) promovendo a reparação ou a cicatrização dos tecidos periapicais de forma IRREVERSÍVEL.
A cavidade pulpar é constituída por duas porções: a câmara pulpar e o canal radicular, localizadas na
coroa e na raiz anatômica, respectivamente. O contorno da câmara e do canal radicular acompanha o
contorno da superfície externa do dente.
Alterações anatômicas
A morfologia poderá se modificar dependendo das agressões que o dente vier a sofrer durante toda a
vida, e, por conseguinte, atuar sobre a polpa indiretamente. Essas alterações anatômicas podem
ocorrer por ação fisiológica ou por patológicas:
Processos fisiológicos: ocorre à deposição de dentina secundária e cemento ao longo da vida devido a
processos como idade, mastigação (aumento do canal cementário).
- Dente jovem: odontoblasto e cementoblasto produzindo dentina e cemento. O limite CDC está
mais próximo ao ápice;
- Dente adulto: canal dentinário estreito, aumento do canal cementário;
- Dente senil: canal dentinário mais estreito ainda e canal cementário mais espesso devido a
hiperprodução de cemento nesta. O limite CDC aumenta de distância em relação ao ápice.
*o canal dentinário só muda em largura, em comprimento apenas o canal cementário.
CDC: Trata-se do ponto onde o tecido pulpar termina e o tecido periodontal começa, ou seja, encontro
do canal dentinário com o canal cementário, idealmente deveria ser o limite do tratamento
endodôntico, mas só é possível verificar microscopicamente. Localização: 0,5 a 1 mm do forame.
CDC: cemento dentina canal (região de maior constrição do canal). O tratamento endodôntico ocorre
apenas no canal dentinário, não se trata o canal cementário!
Outra forma idealizada de se estabelecer o limite do tratamento poderia ser através da constrição
apical (menores diâmetros dos canais radiculares), o que também é praticamente impossível. O
desconforto pós-tratamento geralmente é maior quando essa área é violada por instrumentos ou
materiais de preenchimento, e o processo de cicatrização pode ser comprometido.
*** PROVA. Por esses motivos, a escolha de término do tratamento se da pela referencia da região
apical e forame apical.
O forame apical é uma circunferência que diferencia a terminação do canal cementário da superfície
exterior da raiz, local onde passa o vásculo-nervoso. O ápice e o forame apical nunca estão no mesmo
lugar. Isso ocorre devido ao feixe vasculo-nervoso que entra distalmente pelo forame, deixando ele
mais distal em relação ao ápice (0,5 a 3 mm).
Canais principais;
Ramificações (tratados por substâncias químicas);
Canal lateral: Sai do canal principal para o periodonto lateral (geralmente no terço médio da raiz para
cervical).
Canal secundário: Sai do canal principal para o periodonto lateral (geralmente no terço apical da raiz-
delta apical).
Canal colateral: Sai do canal principal e percorre todo o trajeto radicular “paralelamente” ao canal
principal. Termina em um forame distinto do canal principal.
Canal acessório: Sai do canal secundário e diverge para lateral (região de delta apical).
Canal recorrente: Sai do canal principal e volta novamente para o principal após percorrer um pequeno
trajeto dentinário.
Toda região apical existe algum tipo de curvatura, quando está esta para M ou D é possível de ser
visualizadas radiograficamente, o que não ocorre se ela for para V e L/P impossibilitando o diagnostico
antecipado. O erro de interpretação radiográfica também é muito comum, como falta de visualização
de algumas áreas de maior densidade mostrando a presença de uma possível curvatura.
Teoricamente: cônico. Realidade: raiz mais achatada no sentido M-D, ou seja, canal mais extenso no
sentido V-L/P. Quanto maior o achatamento da raiz, menos achatado é o canal, pois pode levar à
divisão do canal deixando ele mais redondo.
ISTMOS: área estreita em forma de fita que liga dois canais, podendo ser completo ou incompleto.
Todos os istmos devem ser encontrados, preparados e preenchidos durante a cirurgia, pois podem
funcionar como reservatórios de bactérias
Únicos dentes que apresentam raiz reta (100% casos) e canal (1) cônico;
Em uma visão vestibulolingual, apresenta uma câmara pulpar estreita na região incisal e aumenta
em direção cervical até chegar a seu máximo de diâmetro;
Câmara pulpar mais ampla no sentido mesiodistal e podemos encontrar cornos pulpares evidentes
(três), dependendo da morfologia da borda incisal;
O formato da câmara pulpar é similar ao do ICS, embora seja menor, e dois ou nenhum cornos pulares
estão presentes;
sinal patognomônico: raiz tende a apresentar curvaturas acentuadas para distal e lingual;
A raiz do ILS pode ser maior que a ICS.
CANINO SUPERIOR
1º PRÉ-MOLAR SUPERIOR
Cúspide mais alta é a vestibular – corno pulpar é mais alto; Presença de dois cornos pulpares (V e P)
O canal de maior volume é o lingual;
A câmara pulpar é mais larga no sentido vestibulolingual do que no mesiodistal devido ao
achatamento mésio-distal da raiz;
Normalmente possui duas raízes e dois canais.
2º PRÉ-MOLAR SUPERIOR
1º MOLAR SUPERIOR
É considerado 100% de 4 canais, o que ocorre, é que com o passar dos anos (idade) ocorre a
obliteração do 4º canal.
2º MOLAR SUPERIOR
3º MOLAR SUPERIOR
Todas as características dos ICI se repetem nesse dente. A única diferença está na coroa: onde o IL
apresenta um pequeno desgaste incisal distal.
CANINO INFERIOR
1º PRÉ-MOLAR INFERIOR
2º PRÉ-MOLAR INFERIOR
1º MOLAR INFERIOR
2º MOLAR INFERIOR
2 cúspides na vestibular e 2 cúspides na lingual - coroa menor que o 1º M mais simétrico (quadrado);
O canal distal é maior (canal de maior volume);
Normalmente possui duas raízes (podendo ter três) e três canais (MV, ML, DL). Quando apresenta
quatro canais este encontra na região DV.
3º MOLAR INFERIOR
2) Odontometria e esvaziamento
Deve-se realizar o isolamento relativo (com rolete de gaze) e em seguida o isolamento absoluto.
Vantagens:
- região asséptica;
- melhor visualização do campo operatório;
- segurança (evita deglutição de instrumentos, como limas);
- rapidez e eficiência;
- conforto do paciente;
-campo operatório limpo, livre de saliva, sangue e outros fluidos tissulares;
Desvantagens:
- alergia ao látex;
- obstruções nasais;
- asma;
- fobias;
- grandes perdas de estrutura dental.
Materiais:
- lençol de borracha;
- perfurador: mesa rotatória e ponta;
- pinça Palmer porta grampos;
- arco de Östby;
- grampos;
- fio dental;
- rolete de gaze;
- sugadores de saliva (não é para usar pendurado na boca do paciente!);
- marcadores para perfuração (caneta);
- tira de lixa de aço (para aliviar contatos interproximais se necessário);
- tesoura;
- espátula nº 2 ou nº 1;
- barreira gengival: topdan ajuda como complemento na vedação do campo operatório.
Procedimentos clínicos
1) Avaliação dos espaços interdentários (fio dental), contornos interproximais e remanescente dental;
2) Profilaxia: realizar uma limpeza rápida com gaze embebida em clorexidina.
3) Anestesia com vasoconstritor: A anestesia deve ser o primeiro procedimento quando o paciente
sentar na cadeira, para que surja efeito.
4) Seleção do dique de borracha e marcação das perfurações;
5) Seleção do grampo = parte ativa do grampo semelhante ou menor ao colo dental, nunca maior; Asa
do grampo voltada para a distal;
6) Colocação do grampo: depois que colocar o grampo, passar o fio dental por debaixo do grampo e
ajustar bem o lençol na M e D;
7) Antissepsia do campo operatório: com álcool 70% ou iodado om bolinha de algodão. Começar pelo
dente, grampo, seguindo em direção as extremidades. Deve ser feito após o isolamento ou sempre
que o campo operatório estiver sujo;
CIRURGIA DE ACESSO
É a primeira fase do tratamento não cirúrgico do canal radicular para que os materiais e
instrumentos possam ser usados e manipulados de forma adequados principalmente em sistemas de
canais complexos.
Objetivos do acesso:
- remover todas as cáries para minimizar risco de contaminação da câmara pulpar e dos canais
radiculares com bactérias e restaurações defeituosas.
- preservar a estrutura sadia do dente, prevenindo a fratura e o enfraquecimento do esmalte e dentina
remanescentes;
- remover integralmente o teto da câmara pulpar para a retirada da polpa (vitais ou necrosados) e
exposição dos orifícios de entrada dos canais;
- preservação do assoalho da câmara pulpar pois sua integridade tende a guiar o instrumento;
- prover formas de resistência para permanência do selamento provisório da cavidade de acesso até a
colocação da restauração final;
- obtenção de acesso reto e livre até a primeira curvatura do canal;
Manobras operatórias:
Ponto de eleição: local para iniciar à cirurgia de acesso de acordo com o grupo dental. O inicio
se dá com uma broca diamantada esférica HL (esmalte) e aço inoxidável (dentina) compatíveis
com o tamanho da câmara pulpar.
Direção de trepanação: direção dada à broca para cair em cavidade anatômica – cair no vazio
– penetração no teto da câmara pulpar;
Forma de conveniência: dar expulsividade as paredes, deixar as paredes lisas e divergentes
para facilitar instrumentação do canal, manipular a parede par a que fique mais conveniente.
Feito através da remoção do ombro (que impede o acesso direto e reto ao canal radicular que
pode ser visualizado pelo cruzamento de limas), de saliências de dentina cervical por
movimentos de tração e com uma broca troncocônicas de ponta embotada (não corrermos o
risco de lacerar o assoalho ou desgastar exageradamente em profundidade. Ex.: Endo Z),
verificando com um instrumento de ângulo (sonda com ângulo) a remoção destes.
IMPORTANTE: para qualquer dente deve-se procurar o corno pulpar até a cervical, se não achar tem
alguma coisa errada, pois normalmente encontra-se o corno na metade da coroa. Se isso ocorrer,
procurar o canal de maior volume.
- Após a remoção completa de todo o teto cavitário e ombros, os orifícios de entrada dos canais
radiculares devem ser localizados com sondas clinicas de ponta reta.
REGRA DE MARMASSE: utilizada para localizar o canal DV (só para molares sup).
- Traçar uma linha reta do canal mésio-vestibular até o canal lingual e em seguida traçar um semi-
círculo para distal unindo esta reta. A metade desse semi-círculo na vestibular é a área onde
podemos encontrar o canal disto-vestibular.
Odontometria
Para tratarmos endodonticamente um dente é necessário estabelecer o comprimento do dente e
o limite de trabalho no interior do canal dentinário. As medidas de odontometria são, no mais das
vezes, sugestivas e nunca exatas.
1) Raio X inicial
Radiografia antes da abertura do dente através da técnica do paralelismo, para análise do número
de raízes, volume da câmara pulpar e canal radicular, quantidade de canais e topografia, presença
de nódulos, entre outras informações.
Após a realização do cálculo, ajustar o comprimento da lima com limitadores de silicone (stop) até
atingir a numeração correta através da calibração, não colocar apenas um, pois pode causar sua
movimentação, colocar dentro do canal radicular (com o valor do CRI) de forma que este diâmetro
do instrumento seja compatível com o diâmetro do canal, sem forçar e se o limitador encosta no
ponto de referencia adotado. Tirar outra radiografia para determinar o CRD. Esta radiografia deve
ser feita pela técnica da bissetriz excêntrica (incidência do feixe de raios-X no ápice do dente,
podendo ou não cortar a coroa). OBS: se houver mais de um canal, deve-se colocar limas em todos
de forma a sair na radiografia todas as limas juntas.
CRD = CRI + x
x = distância da ponta do instrumento até o vértice radiográfico.
CRD = 15 + 3
CRD = 18 mm (quando der = ao CAD é porque a imagem radiográfica não teve distorção).
* O valor deve ser igual ou menor que o CAD, se der um valor maior alguma coisa está errada.
5) CRT – comprimento real de trabalho
Técnicas radiográficas
- Técnica de Clarck: dissociação de raízes e canais radiculares. Fazer duas aquisições. Baseada no
principio da paralaxe. O objeto mais distante acompanha o observador.
(1) ORTORADIAL
(2) MESIORADIAL OU DISTORADIAL
ESVAZIAMENTO
1) Pulpectomia
A pulpectomia é a incisão e exérese do tecido pulpar vital, podendo este apresentar quadro de
alteração inflamatória ou não.
A pulpectomia por esmagamento é realizada em canais atrésicos e/ou curvos. Nesta modalidade de
pulpectomia, a polpa é removida durante o preparo químico-cirúrgico.
A pulpectomia propriamente dita é realizada em canais amplos retos ou com curvatura leve. Nesta
modalidade, objetiva-se incisar a polpa no comprimento de trabalho e removê-la por inteiro, como
explicado a seguir:
Massa natural composta por restos de dentina, resíduos orgânicos, MO entre outras que ficam
aderidas à superfície dentinária obstruindo os túbulos dentinários e diminuindo a permeabilidade
dentinária, e podendo ficar compactada na região apical e dificulta a penetração de medicação e
desinfecção do canal. Podem ser removidas com substancias quelantes (EDTA).
Irrigação/ aspiração
Irrigação = aplicação de um líquido sob pressão (corrente) na cavidade pulpar; Irrigar 3 mm aquém do
ápice; Diâmetro das agulhas irrigadoras = quanto menor o diâmetro da agulha, maior será a velocidade
e o alcance do jato na saída da agulha; para poder irrigar o canal radicular através do movimento de
turbilhamento. Endo-Eze irrigator – flexível, ponta meia-cana.
Aspiração = ação aspirar fluidos e partículas sólidas de uma cavidade; A aspiração é feita com uma
ponta mais grossa colocada dentro da câmara pulpar com o intuito de secar a região e diminuir o uso
do cone de papel. Capillary tips (roxa) – para diminuir na secagem o uso de cones de papel; Luer
Vacuum Adapter – para colocar no sugador e aspirar.
NÃO EXISTE UMA ÚNICA SUBSTANCIA QUE FAÇA ISSO, APENAS ASSOCIAÇÃO DELAS!
Tensão superficial: Quanto menor a tensão superficial maior será a sua capacidade de
umectação e penetração, aumentando a efetividade da limpeza das paredes do canal
radicular;
Viscosidade: O aumento da viscosidade reduz a capacidade de penetração da solução
química no canal radicular;
Atividade antimicrobiana: efeito na eliminação de bactérias.
Atividade quelante: remoção da smear layer após a instrumentação;
Atividade lubrificante: conservam as paredes dentinarias hidratadas e atuam também
como lubrificantes, reduzindo a força de atrito entre as superfícies do instrumento e da
dentina.
Ser solúvel e aumentar permeabilidade dentinária;
Tipos:
Associação de fármacos
Endo-PTC
Usar durante todo o PQC com associação de hipoclorito de sódio causando uma efervescência e
potencializando o efeito do creme quando associado; Inserir o endo-ptc com uma agulha de ponta
romba e gotejar 0,5ml ou 1% de NaOCl, agitando com uma lima durante 15 minutos.
Composição:
- peróxido de uréia – 10% (P): é um agente desinfetante por si só =
antimicrobiano; Também é um agente clareador em composição mais baixa.
- tween 80 (detergente)– 15% (T): detergente com alta capacidade umectante que
auxilia a limpeza – diminui a tensão superficial do creme, permitindo que o creme se
espalhe mais rápido. Liga-se a gordura (emulsificação);
- carbowax (veículo) – 75% (C): veiculo/transporte sem ação química ou
farmacológica. Torna a reação entre o peróxido de uréia e o hipoclorito mais lenta com a
efervescência contínua e duradoura.
Mesmo após todos esses procedimentos, pela menor ação sobre a matéria inorgânica (smear layer)
deve-se utilizar substancias quelantes como EDTA.
IMPORTANTE:
* Tratamento para o extravasamento de NaOCl ou EDTA é fazer lavagem com soro. Para NaOCl
recomenda-se a prescrição de antibiótico.
Instrumental básico
Processo de fabricação:
Instrumentos torcidos Instrumentos usinados
Limas tipo K Limas tipo H
Limas flex Limas NiTi (níquel-titânio)
Cinemática
Penetração (passiva): o instrumento deve entrar no canal radicular sem tocar/raspar nenhuma
parede;
Ação (translação – em todas as paredes);
Retirada (tração-ativa): O instrumento deve sair raspando todas as paredes do canal, de forma
uniforme em uma amplitude de movimento de 2 mm (não retirar completamente).
Instrumento inicial
Sempre do tipo K por ser uma lima mais fina (para odontometria);
Toda lima é constituída por uma parte ativa, uma haste e um cabo;
Toda lima pode ter três comprimentos diferentes: 21, 25 ou 31 mm. No entanto, a parte ativa
sempre tem que ter 16 mm. É o comprimento da haste que sofre alteração;
O cabo possui uma cor e um número. O número indica o diâmetro da ponta ativa do
instrumento, chamado de DO;
Diâmetro:
- limas 10 até 60: 0,05 mm (10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55, 60);
- limas 60 até 140: 0,10 mm (60, 70, 80, 90, 100, 110, 120, 130, 140);
- série especial: 0,02 mm (10, 8, 6);
Toda lima é cônica – índice de conicidade é de 0,02. A cada 1 mm, aumenta 0,02 mm de
diâmetro da ponta ativa até a haste;
Para saber o diâmetro de uma lima, por exemplo, em sua extensão D16=D0 + 0,32 (há
aumento de D0 para D16 em 0,32 mm.
Toda lima deve ser pré-curvada levemente;
A instrumentação do dente deve ser realizada criando uma sequência lógica (sentido horário
ou anti-horário);
As limas sempre deverão ser colocadas em um tamborel, nunca devem ficar soltas na bandeja;
Descarte quando necessário: perfuro-cortantes.
Técnicas de instrumentação
a) Técnica seriada:
1º instrumento: confirmação do CRT – inicia-se com uma lima menor compatível ao canal com
o comprimento do CRT e em cada troca de lima para uma de maior diâmetro realiza-se
irrigação e aspiração para remoção da smear layer;
Instrumentação de todo o conduto ao mesmo tempo;
Vantagens: técnica fácil;
Desvantagens: menor senso táctil, maior desgaste físico do dentista, maior risco de
entupimento da região apical e extravasamento de dentina para o periápice.
Houve uma época em que se utilizava essa técnica para tratar canais com curvas acentuadas
(indicação);
Inicia-se com uma lima de diâmetro pequeno, o diâmetro da lima deve ser aumentado ao
mesmo tempo em que se diminui 1 mm do CRT;
O nome “telescópica” é devido ao formato final do canal, com presença de degraus;
Ao final da raspagem deve-se utilizar uma outra lima para unificar o preparo, eliminando os
degraus;
Vantagens: melhor obturação de canais curvos;
Desvantagens: as mesmas da seriada, além da formação de degraus.
O primeiro instrumento a ser utilizado deve ser a somatória da lima memória (neste caso #25) + 4
calibres acima (mínimo). A lima memória corresponde ao calibre da lima de confirmação do CRT!
1º instrumento #45 com stop do comprimento de trabalho, entrar o suficiente sem forçar,
tracionando, irrigando e aspirando. Para qualquer troca de instrumento deve-se sentir uma certa
folga.
Instrumento memória #25 para verificar se não houve obstrução do canal.
2º instrumento #40 + irriga + aspira
instrumento memória #25
3º instrumento #35 + irriga + aspira
instrumento memória #25
4º instrumento #30 + irriga + aspira
instrumento memória #25
5º instrumento #25 + irriga + aspira
Preparo apical: pegar uma lima acima do último calibre, chegar até o CRT, fazer meia volta no sentido
horário e puxar (repetir esse movimento 3 ou 4 vezes para criar um degrau apical – proporciona melhor
adaptação do material obturador – cone principal). Esse procedimento deve ser realizado apenas em
canais retos; em canais curvos não fazer o movimento de rotação! Mínimo #35.
INSTRUMENTAÇÃO MECANIZADA
- As limas automatizadas são de níquel titânio, extremamente flexíveis. As limas manuais de aço não
fazem curvam, ou quando fazem, fazem uma curva mal feita.
Preparos mais uniformes e cônicos; A conicidade acaba sendo uma desvantagem para o canal,
pois causa áreas sem corte ou com preparo excessivo, por esse motivo é necessário
complementação manual.
Menor tempo de trabalho;
Procedimentos mais padronizados;
Menor ocorrência de erros nos procedimentos;
O instrumento automatizado dá a forma que ele tem ao canal, e não a forma que a gente quer
ficando áreas não instrumentadas (conicidade do instrumental) ou preparo excessivo.
Sistema RACE
- As limas do sistema RACE possui 2 cursores, sendo um deles fixo. Conforme o uso da lima, uma pétala
é destacada desse cursor!
- Todo instrumento torneado possui microfalhas quando analisados microscopicamente o que diminui
a resistência do instrumento.
- Tarja mais fina representa a conicidade do instrumento e tarja mais grossa é o diâmetro da ponta.
1) Lima manual nº 15 para odontometria até o CRT e ela será a lima memória;
2) RACE 15/0.6 até o CRI em movimentos de entra e sai trabalhando o corpo, no máximo 3 vezes
seguidas, sempre forçando levemente em direção a região apical. Se não for possível alcançar o CRI,
irrigar e aspirar e lima memória. Repetir o mesmo movimento até o CRT posteriormente;
4) RACE 25/0.6 até o CRI preparando terço cervical e médio, movimentos de entra e sai no máximo 3
x; Irrigar, aspirar, lima manual memória nº 15; . Repetir o mesmo movimento até o CRT
posteriormente;
6) RACE 35/0.4 até o CRT, movimentos de entra e sai no máximo 3 x (a partir dessa lima já começamos
a trabalhar no terço apical do canal radicular e por esse motivo a lima já vai ate o CRT);
10) Lima manual do tipo K nº 15/20/25 para trabalhar em áreas de achatamento (istmo) e mesial e
distal normalmente até o CRI. Não há necessidade de preparo apical como na instrumentação manual.
A. BRANCA - diâmetro da ponta Race branca corresponde ao diâmetro da lima K manual #15
B. VERMELHO – diâmetro da ponta Race vermelho corresponde ao diâmetro da lima K manual
#25
C. VERDE - diâmetro da ponta Race azul corresponde ao diâmetro da lima K manual #35
D. PRETA- diâmetro da ponta Race verde corresponde ao diâmetro da lima K manual #40
Sistema Reciproc: princípio lima única, preparo único.
R25 vermelha (diâmetro da ponta): para canais estreitos. Nos 3 primeiros milímetros a
conicidade é de 8, depois diminui para 6,0, 5,5, 5,0 e 4,5;
R40 preta (diâmetro da ponta): para canais regulares. Nos 3 primeiros milímetros a conicidade
é de 6.
R50 amarela (diâmetro da ponta): para canais largos. Começa nos primeiros milímetros com
conicidade de 5.
- Aumenta o nível de força dentro do canal e maior tendência a fratura, por isso seu uso único.
- Secção transversal em forma de til (~);
- NiTi M-WIRE: mais flexibilidade e maior resistência do que só NiTi;
- Sistema RECIPROC roda em sentido anti-horário – vai 170 º e volta 50º, até fazer a volta completa
causando também um acumulo de fadiga cíclica;
- Estéril e de uso único;
OBTURAÇÃO
O que é?
Objetivos:
Selar toda a extensão da cavidade endodôntica, desde a sua abertura coronária até o seu
término apical (CDC).
Perpetuar o saneamento obtido durante: PQC e MIC.
Selamento apical
Espaço vazio leva a um acúmulo de fluido tecidual (produzido pelo periápice) e os MO são alimentados
por esse fluido e começam a se proliferar e liberar seus subprodutos tóxicos leva a inflamação do
periápice. Quando o canal é selado até o ápice não ocorre à entrada de fluido tecidual pelo periápice.
Selamento marginal
Selamento cervical
Conseguido com a restauração do dente. Se não fizer, toda a endodontia é perdida. Se irritantes
presentes na saliva, como MO, produtos microbianos, componentes da dieta e substâncias químicas
contatam os tecidos perirradiculares, eles podem se tornar inflamados.
IMPORTANTE: quando a restauração provisória cair é possível restaurar novamente em até 30 dias,
sem que haja contaminação por microrganismos. Só é necessário refazer o retratamento endodôntico
se passar de 30 dias.
De 72 horas após o PQC ou até uma semana após o PQC (polpa morta);
Logo após o PQC em caso de polpa viva;
Ausência de sinais e sintomas:
- dor (nem espontânea, nem com teste – palpação apical, percussão vertical);
- ausência de edema;
- ausência de mobilidade;
- ausência de exsudato (seroso, purulento, sanguinolento);
- odor: indica permanência de infecção.
OBTURAÇÃO: MATERIAL SÓLIDO + CIMENTO para aglutinação do material e ligação com os túbulos.
Cimentos
O cimento obturador tem a função de unir os cones de guta-percha entre si e estes com as paredes
dos canais, preenchendo as irregularidades e promovendo o selamento hermético do sistema de
canais.
Óxido de zinco: tempo de presa longo, sofrem contração ao tomar presa e solubilidade e
podem manchar a estrutura dentária. Vantagem desse cimento é a ação antimicrobiana.
- Cimento N-Rickert (pó + líquido) - possui em sua composição sais de prata, tendo como
solvente o álcool para evitar o escurecimento da coroa após obturação. Radiopacidade, ação
antiinflamatoria, antibacteriana, escoamento e pouca adesividade.
Hidróxido de cálcio: O cimento de hidróxido de cálcio é solúvel, por isso não é utilizado. Pode
ser usado em MIC.
Ionômero de vidro: não é utilizado devido à solubilidade, porém são indicados devido sua
propriedade de adesividade dentária. Apresenta mínima atividade antimicrobiana.
Silicone
Resinosos: AH Plus: PADRÃO OURO (usado para comparação com outros tipos de cimentos
quando lançados), apresentado na composição pasta-pasta. Possui bom escoamento,
biocompatibilidade, adesividade, fácil manipulação, radiopacidade.
Técnicas de obturação
1) Irrigação e aspiração final (após o preparo cirúrgico do canal para remoção da smear layer);
3) Prova do cone:
- Última lima manual nº 35;
- Taper 0.2, cone 35;
- Medir o cone no CT e colocar dentro do canal;
4) Teste da prova do cone:
- Teste visual: fazer marquinha (dobra) em 18 cm, por exemplo, e ver se bate com o nível oclusal;
- Teste tátil: o cone deve ter certa resistência ao sair, se não tiver é porque não está bem vedado na
região apical; Se não travar, deve-se cortar com gilette a ponta aumentando a conicidade do cone.
- Teste radiográfico: para confirmar a exatidão da seleção do cone.
5) Desinfecção do cone de guta-percha em hipoclorito – concentração de 2,5% até 5,25% por 1 minuto.
6) Secagem: Primeiro aspirar com a cânula roxa e depois usar o papel absorvente;
7) Espatulação do cimento:
- N-Rickert:
Placa de vidro despolida e espátula flexível;
Proporção de 0,37 g de pó para 3 gotas de líquido;
Formando um fio contínuo (ponto de bala ou de suspiro) – Contar até 10, se o fio não se romper é
porque está no ponto; Aplicar força na espatulação devido aos cristais de prata.
- AH Plus:
Apresentação pasta-pasta;
Porçoes de 1:1; Em placa lisa ou bloco de espatulação.
8) Inserção do cimento: Cone principal com uma bolinha de cimento pincelar as paredes começando
por região apical, gota a gota até ser visível na parte coronária – provoca menos bolhas.
10) Radiografia de qualidade da obturação: Antes de cortar as pontas do guta-percha com tesoura.
11) Cortar as pontas do cone de guta-percha de 1 a 2 mm abaixo do colo – para evitar a presença de
cimento na câmara pulpar.
12) Aquecer o calcador de Paiva ao rubro (vermelho) e fazer condensação vertical, no sentido apical.
13) Limpeza final: Álcool 70% e bolinhas de algodão para limpar a região da câmara pulpar com
possíveis excessos de cimentos.
14) Selamento provisório: Coltosol = colocar em cima da obturação e completar com CIV. Se a cavidade
for rasa, colocar direto o CIV porque é mais resistente. + checagem de oclusão.