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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL
EM PATRIMÔNIO CULTURAL

Gilberto Pilecco Fagúndez

RESGATE DA OBRA DO ENGENHEIRO CIVIL ELADIO DIESTE


NA CIDADE DE ARTIGAS, URUGUAI.

Santa Maria, RS
2016
Gilberto Pilecco Fagúndez

RESGATE DA OBRA DO ENGENHEIRO CIVIL ELADIO DIESTE


NA CIDADE DE ARTIGAS, URUGUAI.

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Curso de Pós-Graduação Profissional em
Patrimônio Cultural, da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM, RS),
como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Patrimônio Cultural.

Orientador: Prof. Dr. Caryl Eduardo Jovanovich Lopes

Santa Maria/RS
2016
FICHA CATALOGRÁFICA

© 2016
Todos os direitos autorais reservados à Gilberto Pilecco Fagúndez. A reprodução em partes ou do
todo deste trabalho só poderá ser feita mediante a citação da fonte.
Endereço: Rua dos Andradas 1790/ Apto 404. Bairro Centro, Santa Maria, RS. CEP: 97010-032.
Fone: (55) 91531432; E-mail: gpilecco@hotmail.com
Gilberto Pilecco Fagúndez

RESGATE DA OBRA DO ENGENHEIRO CIVIL ELADIO DIESTE


NA CIDADE DE ARTIGAS, URUGUAI.

Dissertação apresentada ao Curso de


Pós-Graduação Profissional em
Patrimônio Cultural, Área de
Concentração em Arquitetura e
Patrimônio Material, da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM, RS),
como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Patrimônio Cultural.

________________________________________
Prof. Caryl Eduardo J. Lopes, Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)

________________________________________
Denise de Souza Saad, Drª. (UFSM)

________________________________________
Clarissa de Oliveira Pereira, Drª. (UNIFRA)

Santa Maria, RS
2016
DEDICATÓRIA

Todo este trabalho não seria possível sem o apoio de


Gilberto Pilecco, meu pai,
Maria Rosa, minha mãe,
Rosario, minha irmã,
Bruna, minha namorada, e
de toda minha família.
AGRADECIMENTO

Agradeço a todos aqueles que de alguma forma me


ajudaram, incentivaram e participaram da construção de um sonho.
Especialmente a:
Maria Rosa Fagúndez, minha mãe, pelo apoio incondicional,
Bruna Riani, minha namorada, pela parceria e incentivo,
Prof. Dr. Caryl Lopes, meu orientador, pela confiança, conhecimento e apoio,
Jonhny Linares, funcionário da prefeitura de Artigas, pelo material fornecido,
Família Félix Arrieta, donos da Res. Saúl Dieste,
Família Puig Gómez, donos da Res. Dr. Juan Gómez Gotuzzo,
minha banca, Denise e Clarrissa, pelo conhecimento pasado, e
ao Programa de Pós-Graduação em Patrimônio Cultural.
[...] La arquitectura así entendida es poesía; se dice que no todos
somos capaces de hacerla, pero todos la necesitan […]
1
Eladio Dieste

1
Mas; Adeel, 2005, p.14.
RESUMO

RESGATE DA OBRA DO ENGENHEIRO CIVIL ELADIO DIESTE NA CIDADE DE


ARTIGAS, URUGUAI.

AUTOR: Gilberto Pilecco Fagúndez


ORIENTADOR: Prof. Dr. Caryl Eduardo Jovanovich Lopes

Esta dissertação de mestrado trás o resgate da obra do Eng. Civil Eladio


Dieste em Artigas/UY, principalmente a arquitetura residencial do engenheiro
herdada pela cidade, como estratégia para evidenciar e preservar o patrimônio
cultural arquitetônico edificado com uma inovadora técnica construtiva, a abóbada
em cerâmica armada de tijolos. Esta pesquisa também revisou a arquitetura
moderna uruguaia para se estabelecer cronologicamente no período que se fixam as
obras de Eladio Dieste. Também a vida do engenheiro, a fim de conhecer o
embasamento familiar, educacional, ideológico e profissional que ajudaram a
construir seu pensamento e o levaram a criar, de forma magnifica, a cerâmica
armada em tijolo, reconhecida e estudada mundialmente, tanto para planos
horizontais, verticais, inclinados e curvos, seja com abóbadas gausas ou
autoporantes, paredes plissadas, superfícies regradas ou para torres e reservatórios.
Com o tijolo como protagonista e com a ajuda da curva e da iluminação natural
foram criadas delgadas lâminas capazes de fechar grandes vãos sem apoios e
encantar no jogo de luz e sombra obtido. A metodologia adoptou a pesquisa
bibliográfica, visita a obras, participação em eventos, análise de planos e memoriais
descritivos das obras direcionando o estudo para formar um inventário, inédito,
sobre as residências de Eladio Dieste na cidade de Artigas. No estudo de caso,
foram analisadas as características estruturais, formais, programáticas e conceituais
nas Residências Saúl Dieste (1955) e Dr. Gómez Gotuzzo (1967). Como resultado
da pesquisa foi confeccionado um inventário sobre as residências na cidade natal de
Eladio Dieste, Artigas.

Palavras-chave: Eladio Dieste. Artigas. Cerâmica Armada. Patrimônio Cultural.


RESUMEN

RECATE DE LA OBRA DEL INGENIERO CIVIL ELADIO DIESTE EN LA CIUDAD


DE ARTIGAS

AUTOR: Gilberto Pilecco Fagúndez


ORIENTADOR: Prof. Dr. Caryl Eduardo Jovanovich Lopes

Esta disertación de maestría trae el recate de la obra del Ingeniero Civil Eladio
Dieste en Artigas/UY, principalmente la arquitectura residencial del ingeniero
heredada por la ciudad, como estrategia para evidenciar y preservar el patrimonio
cultural arquitectónico edificado con una innovadora técnica constructiva, la bóveda
en cerámica armada de ladrillo. Esta pesquisa también reviso la arquitectura
moderna uruguaya para establecerse cronológicamente en el periodo que de fijan
las obras de Eladio Dieste. También la vida del ingeniero, a fin de conocer el
embasamiento familiar, educacional, ideológico y profesional que ayudo a construir
su pensamiento y lo llevaron a crear, de forma magnifica, la cerámica armada en
ladrillo, reconocida y estudiada mundialmente, tanto para plano horizontales,
verticales, inclinados y curvos, sea con bóvedas gausas o auto portantes, paredes
plisadas, superficies regradas o para torres y reservatórios. Con el ladrillo como
protagonista y con la ayuda de la curva y la luz natural fueron criadas delgadas
laminas capaces de cerrar grandes vanos sin apoyo y encantar en el juego de luz y
sombra obtenido. La metodología adopto la pesquisa bibliográfica, visita a obras,
participación en eventos, análisis de planos y memoriales descriptivos de las obras
direccionando el estudio para formar un inventario, inédito, sobre las residencias
Saúl Dieste (1955) y Dr. Gómez Gotuzzo (1967). Como resultado de la pesquisa fue
confeccionado un inventario sobre las residencias en la ciudad natal de Eladio
Dieste, Artigas.

Palabras clave: Eladio Dieste. Artigas. Cerámica armada. Patrimonio.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Igreja Notre Dame du Haut ........................................................................ 07


Figura 2- Conjunto habitacional de Marselha ............................................................ 07
Figura 3- Residência Jaoul. Vista externa, à esquerda, e interna, à direita .............. 08
Figura 4- Residência Souto (1928) de Goméz Gavazzo ........................................... 09
Figura 5- Residência Barreira (1941) de Fresnedo Siri ............................................. 09
Figura 6- Edifício do Yacht Club (1934/38) projeto dos arquitetos Luis Crespi
e Jorge Herran .......................................................................................................... 10
Figura 7- Seminário Arquidiocesano de Montevidéu (1952) de Mario Payssé Reyes.
Vista aérea ................................................................................................................ 11
Figura 8- Seminário Arquidiocesano de Montevidéu (1952) de Mario Payssé Reyes.
Detalhe em tijolo da fachada ..................................................................................... 13
Figura 9- Mural de 1964 realizado por Francisco Matto para o Colégio N˚1 ............. 16
Figura 10- mural de 1962 realizado por Edwin Studer para o Urnario Municipal de
Montevidéu. ............................................................................................................... 16
Figura 11- Eladio Dieste aos 17 anos ....................................................................... 20
Figura 12- Eladio Dieste no acampamento de estudantes da faculdade
de engenharia, março, 1941...................................................................................... 21
Figura 13- Escultura de Cristo realizada por Yepes para Atlântida ........................... 23
Figura 14- Desenho "América" de Torres García ...................................................... 23
Figura 15- Desenho do problema da cátedra de Mecânica II idealizado
por Eladio Dieste ....................................................................................................... 24
Figura 16- Eladio Dieste e Elizabeth Friedheim ........................................................ 25
Figura 17- Tecelagem de Algodão MAUSA (1947) ................................................... 27
Figura 18- Macaco hidráulico projetado por Dieste para viabilizar a pré-compressão
dos cabos de aço nos vales entre as abóbadas. Desenho ....................................... 28
Figura 19- Macaco hidráulico projetado por Dieste para viabilizar a pré-compressão
dos cabos de aço nos vales entre as abóbadas. Produto ......................................... 28
Figura 20- Depósito para ANCAP: elevação dos pórticos ......................................... 29
Figura 21- Depósito para ANCAP: pórticos com as abóbadas em cerâmica armada
de tijolo. ..................................................................................................................... 29
Figura 22- Edifício El Pilar: durante a construção ..................................................... 31
Figura 23- Edifício El Pilar: inserção na quadra ........................................................ 31
Figura 24- Edifício Positano: durante a construção ................................................... 32
Figura 25- Edifício El Positano: inserção na quadra.................................................. 32
Figura 26- Igreja Paroquial São João Bosco (1966).................................................. 33
Figura 27- Interior da Igreja: vista do acesso ao altar ............................................... 33
Figura 28- Interior da Igreja: iluminação zenital do altar ............................................ 33
Figura 29- Casa Berlinghieri (1945) .......................................................................... 35
Figura 30- Casa Berlinghieri: Planta Baixa do térreo, à esquerda, e planta baixa do
pavimento superior, à direita. .................................................................................... 36
Figura 31- Casa Berlinghieri: detalhe construtivo da abóbada .................................. 36
Figura 32- Casa La Ricarda em Barcelona, Espanha ............................................... 37
Figura 33- Casa Cruilles em Begur, Espanha ........................................................... 38
Figura 34- Imagem do selo para o projeto G.E.M.C.O com os nomes dos
engenheiros e arquitetos ........................................................................................... 39
Figura 35- Desenhos do Modulor 2 por Justino Serralta e André Maisonnier. .......... 41
Figura 36- Corte do Primeiro projeto para G.E.M.C.O. ............................................. 42
Figura 37- Planos do segundo projeto para G.E.M.C.O. ........................................... 42
Figura 38- Colégio La Mennais – Fachada principal. ................................................ 43
Figura 39- Cortes do colégio La Mennais - projeto final. ........................................... 43
Figura 40- Oratório com abóbada projetada por Eladio Dieste no colégio La Mennais
.................................................................................................................................. 44
Figura 41- Execução da abóbada Europeia, do Oriente Médio e a Catalã,
respectivamente ........................................................................................................ 46
Figura 42- Estação de metrô City Hall em Nova Iorque, de 1904, é considerada um
dos projetos mais espetaculares de Guastavino ....................................................... 47
Figura 43- Dimensões do tijolo de barro. .................................................................. 48
Figura 44- Base de silos abandonados e desconhecidos até 2014 .......................... 51
Figura 45- Ciro Caraballo junto com representantes nacionais em visita a obra de
Eladio Dieste ............................................................................................................. 52
Figura 46- Curva de Gauss ....................................................................................... 54
Figura 47- Abóbada gausa: composição por etapas ................................................. 55
Figura 48- Abóbada gausa: abóbada construída ...................................................... 55
Figura 49- Tipologias de abóbadas gausas; contínuas, acima, e descontínuas,
abaixo ........................................................................................................................ 55
Figura 49- Tipologias de abóbadas gausas .............................................................. 55
Figura 50- Ginásio de Artigas .................................................................................... 56
Figura 51- Depósito Julio Herrera y Obes ................................................................. 57
Figura 52- Interior do depósito Julio Herrera y Obes ................................................. 57
Figura 53- Silo de Young (1978) ............................................................................... 58
Figura 54- Tipologia e evolução das abóbadas autoportantes .................................. 60
Figura 55- Residência Dieste .................................................................................... 62
Figura 56- Esquema de uma abóbada autoportante: Perspectiva e corte
esquemático ............................................................................................................ 63
Figura 57- Detalhes desenhados por Eladio Dieste dos vales e vigas-laje dos
extremos das abóbadas autoportantes .................................................................... 63
Figura 58- Construção da abóboda simples no CEASA/RS ...................................... 64
Figura 59- Rodoviária de Salto (1974) ...................................................................... 64
Figura 60- Eladio Dieste admirando a cobertura para a Agroindústria Massaro ....... 65
Figura 61- As "asas de gaivota" ................................................................................ 66
Figura 62- As "asas de gaivota" ................................................................................ 66
Figura 63- Cabos de aço que absorvem os momentos fletores ................................ 67
Figura 64- Cabos de aço que absorvem os momentos fletores: protensão dos
mesmos por meio de macaco hidráulico idealizado por Eladio Dieste ...................... 67
Figura 65- Lâminas diédricas na Igreja Nossa Senhora do Rosário: visita de Eladio
Dieste a obra ............................................................................................................. 68
Figura 66- Lâminas diédricas na Igreja Nossa Senhora do Rosário: imagem interna
da nave ..................................................................................................................... 68
Figura 67- Casa de veraneio em La Pedrera (estado atual) ..................................... 69
Figura 68- Interior da Igreja de São Pedro: Vista do altar ......................................... 70
Figura 69- Interior da Igreja de São Pedro: vista do acesso ..................................... 70
Figura 70- Lâminas Plissadas: Corte esquemático da Igreja e São Pedro ............... 71
Figura 71- Lâminas Plissadas: corte esquemático da fábrica de cosméticos Memphis
.................................................................................................................................. 71
Figura 72- Tipologia de lâminas plissadas diédricas ................................................. 71
Figura 73- Tipologia de lâminas plissadas poliédricas .............................................. 72
Figura 74- Lâminas poliédricas plissadas na Fábrica Memphis: vista externa .......... 72
Figura 75- Lâminas poliédricas plissadas na Fábrica Memphis: vista Interna ........... 72
Figura 76- Elementos básicos característicos de uma lâmina plissada .................... 73
Figura 77- Igreja Cristo Obreiro: começo das construções das paredes ................... 74
Figura 78- Igreja Cristo Obreiro: finalização das paredes ......................................... 74
Figura 79- Igreja Cristo Obreiro: conclusão das paredes com viga de amarração .... 74
Figura 80- Interior da Igreja Cristo Obreiro ................................................................ 75
Figura 81- Escola Provisória da Igreja Sagrada Família ........................................... 76
Figura 82- Geometria das superfícies regradas com a geratriz reta na base e
senoidal no topo. Perspectiva, à direita, e seção, à esquerda. ................................. 76
Figura 83- Geometria das superfícies regradas com a geratriz horizontal reta
intermediária. Perspectiva, à direita, e seção, à esquerda ........................................ 77
Figura 84- Interior da Igreja São João de Ávila ......................................................... 78
Figura 85- Encontro entre as paredes regradas e as abóbadas de dupla curvatura na
Igreja Cristo Obreiro .................................................................................................. 79
Figura 86- Geometria das superfícies regradas com a geratriz horizontal reta nas
extremidades. Perspectiva, à direita, e seção, à esquerda ....................................... 79
Figura 87- Parede regrada no Shopping Montevidéu ................................................ 80
Figura 88- Tanque d’água para a Agroindústria Massaro ......................................... 81
Figura 89- Detalhe da construção do reservatório de água para o balneário Las
Vegas, em Canelones/UY ......................................................................................... 82
Figura 90- Desenhos técnicos realizados por Eladio Dieste para o Reservatório de
Refrigerantes do Norte em Salto/UY (desenhos sem escala) ................................... 83
Figura 91- Fotografia durante a construção com 40 metros de altura ....................... 84
Figura 92- Finalizada a Torre de TV em Maldonado/UY com 66 metros .................. 84
Figura 93- Desenhos técnicos realizados por Eladio Dieste para a Torre de TV
(desenhos sem escala) ............................................................................................. 85
Figura 94- Mapa do departamento de Artigas ........................................................... 87
Figura 95- Club Uruguay em Artigas ......................................................................... 88
Figura 96- Residência Eduardo Barreneche ............................................................. 88
Figura 97- Tumulo de Eduardo Barreneche .............................................................. 88
Figura 98- Ginásio municipal de Artigas: vista externa ............................................. 89
Figura 99- Ginásio Municipal de Artigas: vista interna .............................................. 89
Figura 100- Consultórios Dr. Gómez: vista externa ................................................... 90
Figura 101- Consultórios Dr. Gómez: vista interna .................................................... 90
Figura 102- Escuela N˚66 do Plan Gallinal, na localidade de Paso de León, Artigas91
Figura 103- Interior da Escuela N˚67do Plan Gallinal, na localidade de Paso de León,
Artigas, em situação de abandono ............................................................................ 92
Figura 104- Localização da Residência Saúl Dieste ................................................. 93
Figura 105- Selo da prancha da Residência Saúl Dieste .......................................... 93
Figura 106- Fachada da Res. Saúl Dieste ................................................................ 94
Figura 107- Imagem do interior da residência para a rua .......................................... 95
Figura 108- Imagem do pátio Social.......................................................................... 95
Figura 109- Imagem do pátio Intimo.......................................................................... 95
Figura 110- Planta baixa do primeiro pavimento, sem escala ................................... 96
Figura 111- Divisão por setores no primeiro pavimento, sem escala ........................ 96
Figura 112- Planta baixa do segundo pavimento, sem escala .................................. 97
Figura 113- Detalhe construtivo da cobertura, sem escala ....................................... 97
Figura 114- Cobertura dos quartos, banheiro e sala de estar/estudos da Res. Saúl
Dieste ........................................................................................................................ 99
Figura 115- Cobertura da Sala da Res. Saúl Dieste ............................................... 100
Figura 116- Portas “Ten-tor”, interna na residência................................................. 100
Figura 117- Portas “Ten-tor”, interna na residência................................................. 100
Figura 118- Planta baixa do Edifício Maspons onde aparecem as portas com
geométrica elíptica ................................................................................................. 101
Figura 119- Armários da cozinha ............................................................................ 101
Figura 120- Guarda-roupas no quarto no 1˚ pavimento .......................................... 102
Figura 121- Sala de estar ........................................................................................ 102
Figura 122- Sala de estar ........................................................................................ 102
Figura 123- Localização da Residência Dr. Gómez Gotuzzo .................................. 103
Figura 124- Planta baixa da residência ................................................................... 104
Figura 125- Divisão por setores no primeiro pavimento, sem escala ...................... 105
Figura 126- Residência Dieste. Fachada ................................................................ 107
Figura 127- Residência Dieste. Interior ................................................................... 107
Figura 128- Fachada da Residência Gómez Gotuzzo para a rua ........................... 107
Figura 129- Fachada da Residência Gómez Gotuzzo ............................................. 108
Figura 130- Abóbada da sala de estar/jantar .......................................................... 109
Figura 131- Detalhamento do encontro de abóbada e parede, à esquerda, e
abóbada e viga/laje, à direita. Desenhos sem escala ............................................ 109
Figura 132- Detalhe da abóbada em tijolo e o encontro com a viga/laje também em
tijolo ......................................................................................................................... 110
Figura 133- Viga/laje inclinada nos banheiros ......................................................... 110
Figura 134- Mobiliário embutido nas paredes ......................................................... 110
Figura 135- Eladio Dieste ........................................................................................ 131
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ARQ Arquiteto
ANCAP Agencia Nacional de Combustíveis, Álcool e Petróleo (Uruguai)
CALNU Cooperativa de álcool Nacional Uruguaia
CEASA/RS Centrais de abastecimento do Rio Grande do Sul
ENG Engenheiro
FADU Facultad de Arquitectura, Diseño y Urbanismo (Uruguai)
GEMCO General Machinery & Co
ICOMOS Conselho Internalcion de Monumentos e Sitios
INE Instituto Nacional de estatística (Uruguai)
IPHAN Instituto do patrimônio histórico e artístico nacional
IPUSA Industria Papelera Uruguaya S.A
MAUSA Manufactura Algodonera Uruguaya S.A
MTOP Ministério de transportes e obras publicas (Uruguai)
RS Rio Grande do Sul
UdelaR Univesidad de la Republica (Uruguai)
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura
UY Uruguai
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 01
1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 01
1.1.1 Objetivos Geral .............................................................................................. 01
1.1.2 Objetivo Especifico ....................................................................................... 02
1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 02
1.3 ESTRUTURA DA PESQUISA ............................................................................ 03
1.4 PRODUTO FINAL ............................................................................................... 04
2 METODOLOGIA ................................................................................................... 05
3 ARQUITETURA MODERNA URUGUAIA.............................................................. 06
4 4.1 FAMÍLIA, FORMAÇÃO E O COMEÇO PORFISSIONAL ................................ 18
4.2 PRIMEIRAS EXPERIENCIAS PROFISSIONAIS E O TRABALHO COM
..ARQUITETOS .................................................................................................... 25
4.2.1 Eladio Dieste e Luis García Pardo ............................................................... 30
4.2.2 Eladio Dieste e Antonio Bonet ..................................................................... 34
4.2.3 Clémot-Dieste-Serralta-Montañez ................................................................ 38
4.3 A CERÂMICA ARMADA, O TIJOLO E AS OBRAS ............................................ 45
4.3.1 Abóbada gausa ou de dupla curvatura ....................................................... 53
4.3.2 Abóbada/casca autoportante ....................................................................... 59
4.4.3 Lâminas Plissadas ...................................................................................... 67
4.4.4 Paredes de Superficie Regrada ................................................................... 73
4.4.2 Torres e reservatórios .................................................................................. 80
4.4 OBRAS DE ELADIO DIESTE EM ARTIGAS ....................................................... 86
4.4.1 Cidade de Artigas e a Arquitetura Moderna Local ...................................... 86
4.4.2 Obras de Eladio Dieste na cidade de Artigas .............................................. 89
4.4.2.1 Residência Saúl Dieste ................................................................................. 92
4.4.2.2 Residência Dr. Juan Gomez Gotuzzo ......................................................... 103
5 PRODUTO FINAL ............................................................................................... 112
5.1 FICHA CADASTRAL DA RESIDÊNCIA SAÚL DIESTE .................................. 113
5.2 FICHA CADASTRAL DA RESIDÊNCIA DR. GÓMEZ GOTUZZO ................... 122
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 128
REFÊRENCIAS .................................................................................................. 133
REFÊRENCIAS DAS ILUSTRAÇÕES .............................................................. 137
ANEXOS ............................................................................................................ 149
ANEXO A- HISTÓRICO ESCOLAR DE ELADIO DIESTE ................................ 149
ANEXO B- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA GAUSA ......................... 150
ANEXO B.1- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA GAUSA NO URUGUAI .. 150
ANEXO B.2- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA GAUSA NA ARGENTINA
............................................................................................................................ 160
ANEXO B.3- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA GAUSA NO BRASIL...... 162
ANEXO B.4- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA GAUSA NA ESPANHA .. 163
ANEXO C- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA AUTOPORTANTE ........ 164
ANEXO C.1- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA AUTOPORTANTE NO
.....................URUGUAI ....................................................................................... 164
ANEXO C.2- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA AUTOPORTANTE NA
......................ARGENTINA ................................................................................. 174
ANEXO C.3- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA AUTOPORTANTE NO
.....................BRASIL .......................................................................................... 179
ANEXO C.4- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA AUTOPORTANTE NA
.....................ESPANHA ...................................................................................... 182
ANEXO D- OBRAS CONSTRUÍDAS EM LÂMINAS PLISSADAS ..................... 182
ANEXO D.1- OBRAS CONSTRUÍDAS EM LÂMINAS PLISSADAS NO URUGUAI
............................................................................................................................ 183
ANEXO D.2- OBRAS CONSTRUÍDAS EM LÂMINAS PLISSADAS NO BRASIL 183
ANEXO D.3- OBRAS CONSTRUÍDAS EM LÂMINAS PLISSADAS NA ESPANHA
............................................................................................................................ 183
ANEXO E- OBRAS CONSTRUÍDAS EM PAREDE REGRADA ........................ 183
ANEXO E.1- OBRAS CONSTRUÍDAS EM PAREDE REGRADA NO URUGUAI
............................................................................................................................ 183
ANEXO E.2- OBRAS CONSTRUÍDAS EM PAREDE REGRADA NA ESPANHA
............................................................................................................................ 184
ANEXO F- OBRAS CONSTRUIDAS PARA TORRES E RESERVATÓRIOS ... 185
ANEXO F.1- OBRAS CONSTRUIDAS PARA TORRES E RESERVATÓRIOS NO
.....................URUGUAI ....................................................................................... 185
ANEXO F.2- OBRAS CONSTRUIDAS PARA TORRES E TANQUES D’ÀGUA
NO .....................BRASIL .................................................................................... 186
ANEXO G: RESIDÊNCIA SAÚL DIESTE ........................................................... 187
ANEXO G.1- MEMORIAL DESCRITIVO DA RESIDÊNCIA SAÚL DIESTE ........ 187
ANEXO G.2- DESENHOS TÉCNICOS DA RESIDÊNCIA SAÚL DIESTE .......... 205
ANEXO G.3- REGISTRO DE IMÓVEL ............................................................... 219
ANEXO H- RESIDÊNCIA DR. GÓMEZ GOTUZZO ............................................ 229
ANEXO H.1- MEMORIAL DESCRITIVO DA RESIDÊNCIA DR. GÓMEZ
.....................GOTUZZO ...................................................................................... 229
ANEXO H.2- DESENHOS TÉCNICOS DA RESIDÊNCIA DR. GÓMEZ GOTUZZO
............................................................................................................................ 250
1
1 INTRODUÇÃO

A ação projetual em busca de uma identidade pessoal e novas soluções para


à construção civil é um marco das grandes mudanças nas formas de pensar, fazer e
realizar a arquitetura e engenharia no mundo através dos anos. Esta busca pelo
“novo” faz surgir brilhantes criadores tecnológicos com discípulos e admiradores
além de seu tempo, este é o caso do engenheiro civil Eladio Dieste (1917-2000), que
inovou e atuou como protagonista no cenário da arquitetura uruguaia e mundial, não
esquecendo os materiais tradicionais e valendo-se da mão-de-obra local para
construir obras que parecem desafiar a gravidade.
De forma geral, trazer o resgate da obra de Eladio Dieste para a sociedade,
principalmente de Artigas, é uma alternativa para manter o registro material e não
material das construções que passam despercebidas pela população, e assim
impulsionar e destacar a importância do engenheiro, bem como de suas obras nas
cidades onde estão inseridas as abóbadas gusianas, abóbadas autoportantes, lajes
plissadas, paredes de superfície regrada e torres e reservatórios.
Diante dos fatores culturais e patrimoniais que englobam a obra do
engenheiro, e devido à importância que gera seu legado é inadmissível o descaso e
falta de estudo que as obras vêm sofrendo, tanto pelo poder público quanto pela
sociedade. Podemos citar entre os agravos, a falta de conservação, intervenções
inadequadas e a inexistência de catalogação das mesmas. Na cidade natal do
engenheiro, Artigas, onde será centralizada a pesquisa, a desconsideração com a
obra não é diferente ao restante do mundo. O conjunto de obras, na cidade, é
composto por duas residências, um ginásio multiesportivo, a fábrica da Cooperativa
Agrária Limitada Norte Uruguaia (CALNU) e as 19 Escolas do Plan Gallinal no
interior. Patrimônios estes que veem sofrendo intervenções sem controle da
qualidade arquitetônica, ou esquecidas pelo poder público, o qual não possui
reconhecimento do trabalho realizado por Dieste na cidade.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

2
O presente estudo tem como objetivo geral regatar a arquitetura residencial
de Eladio Dieste em Artigas, apresentando as características arquitetônicas das
composições e formular um inventário de dados para a cidade de Artigas.

1.1.2 Objetivos Específicos

Com o intuito de alcançar o objetivo geral da pesquisa, é necessária a


formulação de objetivos específicos, são eles:
• Realizar uma pesquisa de dados para desenvolver um inventário;
• Pesquisadas as edificações e levantar suas peculiaridades, bem como
a forma como as mesmas foram geridas;
• Conhecer projetos do engenheiro que possam aprimorar o
conhecimento pela da obra;
• Evidenciar a importância da obra do engenheiro para a cidade de
Artigas/UY;
• Avaliar o estado de conservação das obras selecionadas para
pesquisa;
• Realizar uma pesquisa dos materiais empregados nas edificações,
assim como as características dos mesmos;
• Desenvolver um referencial teórico sobre a obra de Eladio Dieste com
a finalidade de divulgar sua peculiar prática construtiva.

1.2 JUSTIFICATIVA

A importância que o trabalho do engenheiro Eladio Dieste realizou no Uruguai


e no mundo, com a cerâmica armada, transformou-se em um referencial da
arquitetura e da engenharia, sendo admirado por grandes mestres e estudado até os
dias atuais. Desde o ano 2015 a obra do engenheiro tornou-se mais evidente e
importe pela possibilidade de tombamento como Patrimônio Mundial da Humanidade
pela UNESCO em 2017. Para que esta ação se concretize estão sendo realizadas
atividades de divulgação, conscientização, estudos, levantamentos e catalogação
das obras.

3
Para atingir os objetivos propostos nesta pesquisa, pretende-se desenvolver o
trabalho realizando levantamento bibliográfico e documental sobre a obra do
engenheiro Eladio Dieste. Complementando o levantamento, será realizado o
trabalho de campo para levantamento das obras do engenheiro em Artigas,
utilizando diversos instrumentos metodológicos tais como: levantamento
arquitetônico das obras, levantamento fotográfico, reuniões com pessoas
relacionadas ao tema, entre outros. Relacionando os dados do levantamento
bibliográfico e documental e do trabalho de campo, será possível elaborar uma base
de dados inédita das obras do engenheiro na cidade da Artigas.

1.3 ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

A pesquisa está estruturada em cinco capítulos, apresentando-se no primeiro


capitulo desta dissertação a introdução ao tema e posterior apresentação do tema.
Após a delimitação e conhecimento do objetivo geral são descritos os objetivos
específicos que delimitam e guiam a pesquisa. Posteriormente temos a
apresentação da justificativa da importância da investigação realizada e a
apresentação de uma síntese de cada um dos capítulos e sub-capitulos da
dissertação. Para finalizar é explicado o produto a ser apresentado como resultado
da dissertação e pesquisa.
O capitulo dois apresenta a metodologia que foi considerada para
desenvolver a pesquisa e coletar os materiais necessários que foram utilizados
como referencial teórico e base do inventário.
No capítulo três, descreve-se a arquitetura moderna uruguaia, desde a
origem, evolução e influências que sofreu do movimento desenvolvido na Europa e
Estados Unidos, mas destacando a identidade nacionalista que o movimento adotou
no Uruguai. A contextualização da arquitetônica moderna é enfatizada pela
produção residencial desenvolvida pelos arquitetos, para assim poder comparar com
a obra de Eladio Dieste.
O capítulo quatro, dedicado a Eladio Dieste, foi dividido em quatro
subcapítulos, porém complementares. No primeiro é apresentado o histórico familiar
de Dieste e os anos de estudante na cidade natal, Artigas. No segundo, aborda-se
os anos de estudante de engenharia e as primeiras experiências laborais como

4
professor da UdelaR, e no terceiro as experiências como engenheiro civil e a
parceria com outros arquitetos, a saber, Luis Garcia Pardo, Antonio Bonet, Justino
Serralta e Carlos Clémot. O quarto sub-capítulo apresenta a técnica criada por
Dieste, a cerâmica armada e as diferentes tipologias como, por exemplo, as
abóbadas de dupla curvatura, abóbadas autoportantes, lajes plissadas, paredes de
superfície regrada e torres e reservatórios com suas respectivas características e
principais obras desenvolvidas tanto na Argentina, Brasil, Espanha e Uruguai.
Para finalizar, o capitulo quatro, é descrito o legado arquitetônico que o Eng.
Civil Eladio Dieste deixou para a cidade de Artigas com ênfase na analise
arquitetônica sobre a residência Saúl Dieste e a casa Dr. Juan Gómez Gotuzzo.
O capitulo cinco, predente demonstrar o resultado da pesquisa e
dissertação, com a apresentação de um inventário sobre a obra residencial de
Dieste em Artigas.
No anexo A apresenta-se a escolaridade de Eladio Dieste, inédita até o
momento. Por sua parte no anexo B, C, D e F as obras construídas pelo engenheiro
tanto na Argentina, Brasil, Espanha e Uruguai em abóbadas de dupla curvatura,
abóbadas autoportantes, lajes plissadas, paredes de superfície regrada e torres e
reservatórios. Nos anexos G e F apresenta-se os memoriais descritivos e desenhos
tecnicos, redesenhas pelo autor conforme os originais das residências Saúl Dieste e
Dr. Juan Gómez Gotuzzo.

1.4 PRODUTO FINAL

Como resultado é disponibilizado o produto desta pesquisa. Além do


referencial teórico, será desenvolvido um inventário das Residencias Saúl Dieste e
Dr. Gómez Gotuzzo a fim de gerar uma base de informações para os moradores das
mesmas, para a população de Artigas e para viabilizar o acompanhamento da obra
durante o passar dos anos, já que as mesmas não têm nenhum tipo de proteção,
ficam fragilizadas para sofrer alterações sem controle.

5
2 METODOLOGIA

Para poder atingir os objetivos propostos para a dissertação, iniciou-se com


um levantamento bibliográfico e documental sobre a obra do engenheiro Eladio
Dieste em bibliotecas, livrarias e sebos, internet, participação em congressos e
eventos relacionados ao tema e conversas com especialistas na obra como o
Arquiteto Ciro Caraballo, representante da UNESCO e o Arquiteto Jorge Nudelman,
professor da UdelaR. Os documentos coletados e selecionados foram dividido em
três categorias: obras nacionais, internacionais e Artigas. Após formar uma base de
dados consistente, os documentos foram catalogados e arquivados segundo os
conceitos da diplomática contemporânea com a confecção de uma tabela
arquivística do material coletado que permita que seja utilizada como recuperação
de informações em arquivos permanentes e facilitar a consulta.
O levantamento arquitetônico das obras foi realizado a partir das consultas
aos projetos originais na Prefeitura de Artigas/UY, os mesmos foram digitalizados
por profissionais especializados e estão sendo passados ao meio digital no Autocad,
2D, e Sketchup, 3D, para poder comparar e realizar um levantamento de campo da
real situação que se encontram as residências e quais foram as modificações
realizadas pelos proprietários.
O levantamento fotográfico, das obras nacionais e internacionais, esta sendo
realizado com as câmeras digitais Nikon D3100 e GoPro 4 para ajudar no
entendimento da obra arquitetônica e estão sendo divididas por categorias
construtivas (abóbada gausa, abóbada autoportante, lâmina plissada, parede
ondulada e torre e reservatório) e tipologia de uso (residencial, comercial, religiosa,
educacional e industria).
Relacionando os dados dos levantamentos será possível elaborar uma base
de dados (inventário) inédita das obras residenciais do engenheiro na cidade de
Artigas seguindo as fichas do IPHAN. Também será possível desenvolver um
material didático que possa ser levado pelos centros educativos e estar disponível
nas próprias obras de Dieste com a função de informar e demonstrar o quanto a
edificação é importante.
Todo o material coletado pelo autor poderá ser solicitado para consulta
através da tabela arquivística, atualizada a cada novo material.

6
3 ARQUITETURA MODERNA URUGUAIA

A manifestação da arquitetura moderna no Uruguai apresenta características


similares aos países da América Latina, principalmente do Chile, Argentina e Brasil.
Nestes países o movimento moderno começa por meio das artes de vanguarda em
meados do século XX2. Isto impulsionado pela vontade na procura de novas formas
e ideias na produção artística e a ruptura dos padrões de expressão anteriores. O
movimento moderno procurava novas maneiras de projetar e pensar a arquitetura,
porém, sem esquecer a história e o passado como alicerce referencial nas decisões
projetuais utilizadas. Como faz referência o arquiteto finlandês Alvar Aalto “A
arquitetura moderna não significa a utilização de novos materiais, senão utilizar os
materiais existentes numa forma mais humana”3. Algumas características do
movimento dão-se na ausência de ornamentos, nas formas simples e geométricas,
inclui outras artes na composição arquitetônica como, por exemplo, painéis, murais e
esculturas e toma partido de novos materiais para realizar as construções, a saber, o
aço, o concerto armado, tijolo à vista e o vidro.
Em 1930, o movimento moderno na arquitetura começa a se propagar com
maior influência com a visita de Le Corbusier na América Latina, para proferir
conferências na Argentina, Brasil e no Uruguai aos arquitetos.
Le Corbusier4 fez parte da evolução da arquitetura moderna tanto na Europa,
como protagonista, ou na América, como influência e referência. Em 1923 no livro
“Por uma arquitetura” escreve “[...] o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes na
luz [...] as grandes formas primárias são as mais belas porque são claramente
compreendidas”5, uma das mais famosas definições de arquitetura.
Um de seus primeiros projetos em parceria com o Eng. Max du Bois é a Casa
Dom-ino (1914-1917), uma construção caracterizada por uma estrutura em concreto
armado que permite articular as plantas e as fachadas do edifício de maneira
independente da estrutura, tornou-se a base estrutural da maioria das casas
projetadas por Le Corbusier até 1935. Segundo o crítico de arquitetura Charles

2
Na Europa o movimento moderno começa no século XIX.
3
Alvar Aalto o la sinuosidade. Disponível em: <http://masdearte.com/alvar-aalto-o-la-sinuosidad/>.
Acessado em: 10 out. 2016.
4
Le Corbusier irá influenciar na obra de Eladio Dieste por meio dos arquitetos Justino Serralta e
Carlos Clémot que trabalharam no atelier do arquiteto em Paris.
5
Corbusier, 2009, p. 36.
7
Jencks no livro Le Corbusier e la rivoluzione continua in architettura de 1943, a obra
“é o grande, primário, princípio estrutural do moderno [...]” 6, ela antecipa e sintetiza
essência da arquitetura moderna7. Com a chegada a Paris o arquiteto associa-se a
Pierre Jeanneret (1896-1967) e conhece o pintor Amédée Ozenfant (1886-1966) que
influencia a Le Corbusier no purismo, na utilização das formas geométrica tanto na
pintura como na arquitetura, a saber, no projeto para a Maison Citrohan (1919-
1920).
Em 1950 foi produzida uma importante mudança na trajetória de Le
Corbusier, suaviza-se o racionalismo e se aproxima ao organicismo. Em 1955,
realiza uma das obras mestras da carreira: a Igreja Norte-Dame du Haut (Figura 1)
em Ronchamp, França. Além da influência organicista de Frank Lloyd Wright na obra
temos também uma presença do Expressionismo. Outro edifício de temática
religiosa, com acesos públicos e privado é o Convento La Tourette (1953-1960),
construído integralmente em concreto, que junto com o conjunto habitacional de
Marselha (Figura 2) (1946-1952), marca a experiência do arquiteto no brutalismo8.

Figuras 1 e 2 – Igreja Notre Dame du Haut, à esquerda, e o conjunto habitacional de


Marselha, à direita.

Fonte: (PAUL KOZLOWSKI, 1997).

6
Apud. Martinez, 2016, p. 4.
7
Em 1926, Le Corbusier publica Les 5 points d´une architecture nouvelle; os pilotis que elevavam a
construção do chão; a planta livre que era conseguida mediante a separação entre as colunas e as
paredes sub-divisoras dos espaços; a fachada livre; a janela em fita e o terraço jardim,
fundamentados nos projetos para a Maison Cook (1925), Villa Meyer (1925-26), Villa em Garches
(1927) e a Villa Savoye (1929) em Possy, França, considerada uma das suas obras mais
emblemáticas, foi projetada em princípios do baixo custo, da residência como máquina de morar
(machine à habiter), perfeita e funcional, embora fosse uma casa nobre.
8
O brutalismo na arquitetura surgiu no movimento moderno e teve seu auge durante as décadas de
1950 e 1970. Sua principal característica, num começo, é a utilização do concreto aparente, no
entanto a evolução do conceito denomina todo prédio que utiliza o material de forma natural, bruta.
8
A influência do organicismo e do brutalismo na obra de Le Corbusier irá
mudar sua forma de projetar residências, abandona a série de casas brancas e em
1951 é projetada a Residência Jaoul (Figura 3) utilizando o tijolo a vista e o concreto
aparente. Considerada uma das mais importantes obras do arquiteto no pós-guerra
apresenta características peculiares como, abóbadas em concreto armado com
tejuela9 aparente no interior da residência; método este já utilizado por Le Corbusier
para o projeto da Residência Monol em 1920 e para a Casa Henfel de 1935, no
entanto o interior das abóbadas possui o concreto aparente.

Figura 3 – Residência Jaoul. Vista externa, à esquerda, e interna, à direita.

Fonte: (FUNDAÇÃO LE CORBUSIER,1999).

Esta evolução da arquitetura projetada por Le Corbusier, desde o purismo até


o brutalismo poderemos também ver dentro da evolução e construção do legado
modernista no Uruguai que também recebe influências do organicismo de Frank
Lloyd Wright10, do International Style de Mies Van der Rohe e até do modernismo
Catalão11 de Antoni Gaudí.

9
As Tejuelas são peças cerâmicas similares ao tijolo, no entanto, possuem dimensões de espessura
entre os 1,5 cm e 2 cm. Podem ser utilizadas tanto em telhados (curvos ou retos) como em calçadas.
10
Para o arquiteto Frank Loyd Wright (1869-1959), o maior expoente do movimento, é uma
arquitetura baseada na razão que se molda perfeitamente à função para a qual fosse projetada, com
formas puras e geométricas. Como conceito de arquitetura orgânica deve-se entender todas as
manifestações arquitetônicas que tratam sobre adequação e harmonização com a natureza e
possuem como princípios, descritos no capítulo IX do livro História da Arquitetura Moderna de Bruno
Zevi (1918-2000), o sentido do interior como realidade; a planta livre como flexibilidade e continuidade
9
Sobre as influências internacionais sobre a arquitetura moderna uruguaia
Juan Pedro Margenat afirma que nos últimos anos da década de vinte existiam duas
correntes dentro da Faculdade de Arquitetura, com certa rivalidade, entre os
partidários de Le Corbusier e os que eram seguidores da obra de Frank Lloyd
Wright, confrontação definida por Bruno Zevi 12 (1918-2000) entre organicistas e
racionalistas. Dentre os principais líderes entre as duas correntes está o Arquiteto
Carlos Gómez Gavazzo13 (Figura 4), racionalista, e o Arquiteto Román Fresnedo Siri
(Figura 5), organicista, no entanto, estes protagonistas dessa polaridade realizaram
uma reinterpretação dos modelos utilizados por Le Corbusier e Frank Lloyd Wright
conseguindo obras com características nacionais.14

Figura 4 e 5 – Residência Souto (1928) de Goméz Gavazzo, à esquerda, e a


Residência Barreira (1941) de Fresnedo Siri, à direita.

Fonte: (NUDELMAN, 2013, p.104). Fonte: (FADU, 2015).

O legado da arquitetura moderna no Uruguai deixou importantes edificações


de características próprias que se moldaram a cultura e pensamento uruguaio. O

dos ambientes; a unidade entre o exterior e interior; utilização de materiais naturais e a casa como
proteção.
11
As influencias do modernismo catalão foram trazidas ao Uruguai pelas visitas de arquitetos e
engenheiros durante a guerra civil espanhola (1936-1939), entre eles o Eng. Esteban Terradas (1883-
1950) e o Arq. Antonio Bonet.
12
Bruno Zevi foi um arquiteto e urbanista italiano conhecido sobretudo como historiador e crítico da
arquitetura modernista.
13
O arquiteto Goméz Gavazzo (1904- 1987) formou-se na década de 1920 pela UdelaR e trabalhou
entre 1933 e 1934 no Atelier de Le Corbusier.
14
Margenat, 2013, p.69.
10
movimento consolidou-se no período e na composição do patrimônio no país, a
ponto de ser considerado, o movimento moderno, o mais importante patrimônio
edificado representante da arquitetura uruguaia principalmente na capital,
Montevidéu. No entanto, esta cultura arquitetônica moderna, influenciada pela
arquitetura náutica15 (Figura 6), mantêm um vínculo e evolução com a arquitetura
tradicional. Segundo o Arquiteto moderno Julio Vilamajó a tradição não é a relação
fria que cataloga as obras, as encaixa nas diferentes épocas do tempo passado,
senão a presença atual de conceitos e soluções racionais que foram postos em
prática por outras gerações.16

Figura 6 – Edifício do Yacht Club (1934/1938) projeto dos arquitetos Luis Crespi e
Jorge Herran.

Fonte: (PATRICIA MÉNDEZ, 2007).

No período compreendido, principalmente, entre os anos de 1920 e 1970, o


movimento moderno como revolução cultural e patrimonial encontra no Uruguai um
15
A arquitetura náutica ocorreu, principalmente, no litoral uruguaio na construção de residências,
edifícios, restaurantes e hotéis. O estilo incorporou as características dos barcos e iates numa
releitura para a arquitetura, como, guarda-corpos tubulares metálicos, janelas redondas, mastros
como acabamento superior, forma de proa, simetria acentuada, horizontalidade devido ao uso de
marquises e a redução ao máximo do ângulo.
16
Vilamajó, 1932, p. 56.
11
marco propício para o desenvolvimento e materialização, nas artes, literatura,
cinema e teatro. Porém, destacou-se principalmente na arquitetura, com uma nova
forma de projetar, aposentando as correntes já degradadas como o Stream Line ou
o Art Déco, impulsionado pelas melhores condições econômicas que como
consequência traz uma transformação no modo de vida dos habitantes,
especialmente no final da década de 1930, com um incentivo na construção pública.
Assim os princípios da arquitetura moderna se institucionalizavam com conceitos
fortes de reformulação crítica no que se refere tanto a linguajem como nos tipos
empregados. Mas a toda esta revolução na arquitetura ainda existia uma tradição
acadêmica forte que segundo Pardo:
[...] os que se formaram nessa época sofriam muito quando enfrentavam
uma grande resistência a esta nova mentalidade, inclusive por parte dos
nossos próprios professores de ateliê, que ao meu modo de ver, se
aferraram ao Art Déco, pois não queriam renunciar a tudo quilo que vinham
herdando do século passado – o neoclássico- mas que por outra parte
queriam entrar nas formas geométricas puras do racionalismo
17
arquitetônico.

As reformulações no patrimônio edificado no Uruguai estão fortemente


vinculadas aos profissionais emergentes da Faculdade de Arquitetura, fundada em
1915 – desde 1888 era dependente da Facultad de Matemáticas y Ramas Anexas,
fundada em 1885 –, e com a contratação do recém-formado pela Escola de Belas
Artes de Paris, Joseph P. Carré (1870-1941), devido a necessidade de obter novos
pontos de vista e orientações que pudessem influenciar no ensino de arquitetura no
Uruguai. O arquiteto francês chega à faculdade em 190718 com um discurso no qual
descreve que o que constitui a beleza na arquitetura é o emprego ajuizado dos
elementos na construção, da proporção em função da resistência, da harmonia de
todas as partes em relação ao conjunto, à boa distribuição do organismo interno, da
cor, dos valores, da ordem e do ritmo racional. Isto é realizado de modo que o ato de
ter inserido ou suprimido a decoração, não pode ser muito valorizado na formação
do nosso juízo sobre o valor de um edifício. Devemos analisar a presença ou
ausência de qualidades indispensáveis, para então constituir uma obra de arte.19
A produção arquitetônica vai se transformando com propostas e soluções que
caracterizam a modernidade e demonstram um compromisso com o contexto, numa

17
Pardo, Luis. In:. Gaeta, Júlio. Entrevista sobre Luis Garcia Pardo, 2000.
18
Carré fica a frente da Faculdade de Arquitetura até 1941, quando veio a falecer.
19
Guía Arquitectónica y Urbanística de Montevideo, 1996, p. 226.
12
produção diversificada em termos espaciais e formais, que consegue fazer uma
releitura e transformação dos conceitos vanguardistas da arquitetura europeia e
norte-americana. Nesta procura pela nacionalização e regionalização da cultura e
patrimônio moderno uruguaio temos o pensamento do pintor construtivista Joaquín
Torres Garcia (1874-1949) onde a arte é construída em base aos princípios da
proporção, unidade e estrutura, assim, pretendia se aproximar da cultura sul-
americana, superando a internacional. Também na obra do Arq. Mario Payssé
Reyes (Figura 7 e 8) (1913-1988) o qual propõe uma adequação do edifício ao meio,
para isso se deve avaliar as particularidades climáticas, as aberturas de uma
fachada, a utilização dos materiais, um rigor geométrico e a integração das artes
plásticas na arquitetura. Defende que a arquitetura no Uruguai progredirá quando se
entender que a simplicidade é a principal virtude da boa arquitetura, e que os valores
funcionais espaciais são os primeiros a serem considerados nas obras, sem
pretender outra classe de originalidade que não conduz a nada positivo senão a
distorcer os verdadeiros propósitos e corromper os resultados.20
Para o Arq. William Rey Ashfield21 no Uruguai não se tem uma “primeira obra
moderna” e se existe, não há registros ou é considerada seriamente como tal, nem
tampouco o nome de um arquiteto pioneiro capaz de referenciar cronologicamente
sua obra realizada, projetada ou escrita, os inícios do movimento moderno na
arquitetura uruguaia. Também não conta-se com um manifesto iniciatório; nem se
quer com um panfleto que permitia a identificação dessa possível primeira data. A
arquitetura moderna uruguaia deve ser compreendida como um processo
sustentado no tempo, surgida no marco de uma atmosfera social e cultural particular
que, desde a década de 1920, acompanhou um acelerado crescimento econômico
do país, criando um ambiente ideal para uma nova geração, carregada de confiança
no presente e com esperança no futuro.

20
Guía Arquitectónica y Urbanística de Montevideo, 1996, p. 231.
21
Ashfield, 2014, p. 17.
13
Figura 7 e 8 – Seminário Arquidiocesano de Montevidéu (1952) de Mario Payssé
Reyes. Vista aérea, à esquerda, e o detalhe em tijolo da fachada, à direita.

Fonte: (VIDIALAB, 2016). Fonte: (ESPACIO GRIS, 2016).

Com o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a realidade econômica


do Uruguai começa a prosperar, sobretudo o desenvolvimento da indústria nacional,
que teve como consequência uma melhora na qualidade de vida da classe média
nacional. Surge nesta mesma época a “Geração de 45”22 ou também conhecida
como “La Generación Marcha” ou “La Generación Crítica” instituída, principalmente,
pelos homens de letras do Uruguai a fim de trazer o que ocorre no resto do mundo e
assim provocar uma ruptura com a tradição e costumes. Este período serve para
identificar uma geração de destacados intelectuais, destacados pelo espírito crítico
de seu trabalho e por possuir uma sólida formação acadêmica. Essas características
estão presentes nos intelectuais23 da área da literatura, no cinema, nas artes
plásticas, na arquitetura e na engenharia. Dentro da área da engenharia temos
grandes nomes que integraram ou foram influenciados por esta “generación”, além
de Eladio Dieste e Eugenio Montañez temos, entre os principais nomes, a Agustín
Cisa (diretor do Instituto de Engenharia Elétrica), Rafael Laguarda (Fundador e
diretor do Instituto de Matemáticas), Delia Maggiolo (professora de Engenharia
22
Segundo Elmira Blanco (2006, p.31) a “Geração de 45”, nome dado pelo crítico literário Emir
Rodríguez Monegal (1921- 1985), tem como data de nascimento o ano de 1939, ano em que Juan
Carlos Onetti (1909- 1994) publica “El Pozo”, funda-se o “Semanario Marcha”, finaliza a Guerra Civil
Espanhola e inicia-se a Invasão na Polonia.
23
Alguns intelectuais que integraram esta geração são o crítico de literatura Ángel Rama (1923-
1983), o crítico de cinema Homero Alsina Thevenet (1922- 2005) e o escritor Mario Benedetti (1920 –
2009).
14
Elétrica) e Antonio de Anda (professor de desenho de máquinas), todos com uma
formação básica sólida, um respeito pela matemática e a física e um espírito
inovador.24
Contudo, a arquitetura moderna uruguaia, segundo o Arq. William Rey
Ashfield25 poderia se caracterizar por um simbolismo, com racionalismo harmônico e
ecletismo controlado que procurara sempre eliminar conflitos. Suas lógicas de
inserção dentro da cidade, seu relacionamento com a paisagem, o respeito pela
história e tradição clássica – a que transparece em muitos exemplos – parecem
comprovar esta definição. Muitas realizações propõem a manutenção ou uma
reinterpretação dos tipos já consagrados da arquitetura num estilo conciliador, que
adquire as experiências formais e conceituais do movimento moderno mundial já
consolidado para incorporar na realidade uruguaia26.
Respeitando os elementos tradicionais da arquitetura, a saber, a utilização de
painéis decorativos com temática, principalmente, cubista, linearidade, simetria,
espaços, materiais e a ordem e proporção compositiva, entre outros, o modernismo
através disso consegue projetar diversas releituras para um novo edifício, uma nova
arquitetura para melhorar as condições de vida da sociedade. Neste pensamento
também está incluído o urbanismo moderno, um novo habitat para o homem do
século XX27.
O desenho urbano da cidade de Montevidéu, segundo os arquitetos Hugo
Baracchini e Carlos Altezor, recebeu a influência urbanística paisagística moderna e
dos conceitos da higiene ambiental, com base nas teorias da cidade jardim da
24
Grompone, 2011, p. 4.
25
Ashfield, 2014, p. 18.
26
Alguns expoentes que seguramente seguiram estes conceitos e sintetizaram grande parte dos
princípios da arquitetura moderna no país são os arquitetos, Octavio de los Campos (1903-1994),
Milton Puente (sd) e Hipólito Tournier (sd) para o projeto do Edifício Centenário (1929); o Arq. Julio
Vilamajó (1894-1948) com o projeto da própria residência (1930), a Faculdade de Engenharia (1936),
Hotel El Mirador (1941) ou o projeto do Ventorillo de la Buena Vista (1946); o Arq. Mauricio Cravotto
(1893- 1962) com o projeto para a Prefeitura Municipal de Montevidéu (1930) ou o projeto para a
própria residência (1930); os arquitetos Fresnedo Siri (1903-1975) e Mario Muccinelli (sd) para o
projeto da nova sede da Faculdade de Arquitetura (concurso de 1938 e inauguração em 1946).
27
Como exemplos de arquitetos destes princípios modernos citamos o Arq. Carlos Sucarro (1896-
1976) com os projetos para o Hospital de Clínicas (concurso de 1928) que é integrado também pelo
Centro Médico (1929), Instituto de Higiene (1933-1951) e o Instituto de Traumatologia (1934); o Arq.
Juan Antonio Scasso (1892-1973) com o projeto para a Escola Experimental de Malvin (1927); o Arq.
Nelson Bayardo (sd) com o Urnario Municipal del Cementério del Norte (1959); os arquitetos Ramiro
Bascans (sd), Thomas Sprechmann (sd), Héctor Vigliecca(sd) e Arturo Villamil (sd) com o projeto para
o Conjunto Habitacional Bulevar Artigas (1971-1976), estas últimas duas obras foram expostas em
2015 no Museu de Arte Moderna (MoMA) em Nova Iorque, junto com a Igreja de Atântida do Eng.
Civil Eladio Dieste na exibição intitulada “América Latina em Construção: Arquitetura 1955-1980″
devido a importância arquitetônica que reúnem.
15
urbanística inglesa no chamado “Plano Regulador” liderado pelo Arquiteto Mauricio
Cravotto que também toma como base os princípios da Carta de Atenas, da
urbanística moderna racional. Estas novas concepções de uma cidade moderna
onde o homem procura estar relacionado com as novas tecnologias, com moradias
dignas e com higiene, e também com relações entre os espaços, iluminação e
ventilação, não aplicados apenas as residências, mas à programas com usos
específicos (hospitais, fábricas, escolas, cinemas, locais comerciais), como uma
arquitetura social ou multifamiliar (os conjuntos residenciais), a fim de sanar o déficit
habitacional iniciado com a crise do modelo político batllista28 (1903-1907, 1911-
1915).29
No final da década de 1940 e na década de 1950, principalmente após a Lei
da Propriedade Horizontal de 1946, a arquitetura moderna uruguaia é definida pelo
arq. Helio Piñon como sendo o universo de relações formais e de sentido que além
de satisfazer as necessidades do programa, revela a identidade da situação que
gera no projeto.30 Nesta época começam a serem exploradas as inovações em
estrutura, novas tecnologias construtivas e materiais empregados nos edifícios31.
Como integrante e um dos principais exemplos na procura de novos materiais
para projetar dentro da arquitetura moderna temos a técnica da cerâmica armada
em tijolo, desenvolvida pelo Eng. Civil Eladio Dieste nas espetaculares abóbadas em
tijolo como na Igreja de Atlântida (1955-1957), no Ginásio Municipal de Artigas
(1957) e na residência Dieste (1961-1963), sendo tais obras de reconhecimento
tanto nacional como internacional. A utilização do tijolo à vista32 também esteve
presente nas obras de grandes mestres do movimento moderno como o Arq.
Ernesto Leborgne (1906-1986), o Arq. Mario Payssé Reyes (1913-1988), o Arq.
Rafael Lorente Escudero (1907-1992) e o Arq. Antonio Cravotto (1925-2000)33.

28
Vertente política iniciada no fim do século XIX por José Batlle y Ordoñez (1856-1929). Podendo
colocar seus ideais em prática nas primeiras décadas do século XX como presidente do Uruguai. As
principais ideias do batllismo era a separação entre a igreja e o Estado.
29
Baracchini; Altezor, 2010, p. 174.
30
Oliveri, 2009, p. 6.
31
Como por exemplo, as obras do arq. Luis García Pardo (1910-2006) para o edifício “Gilpe” (1955),
“El Pilar” (1957), “Pocitano” (1959) ou a obra do arq. Raúl Sichero (1916-2014) para os edifícios “La
Goleta” (1951), “Martí” (1956) e nos edifícios “Panamericano” (1958), na Rambla del Buceo, e
“Ciudadela” (1959) localizado na Ciudad Vieja, em pleno centro histórico da cidade, onde o arquiteto,
nestes dois últimos edifícios utiliza a pele de vidro como fechamento.
32
Segundo Leopoldo C Artucio (1971, p.49) as edificações realizadas em tijolo à vista no Uruguay
podem ser incluídas dentro da categoria do brutalismo, no entanto, humanizado.
33
Grandes mestres do movimento moderno como o Arq. Ernesto Leborgne (1906-1986) no projeto
para a Residência Andrada-Torres (1963) e a Residência Mario Lorieto (1964); o Arq. Mario Payssé
16
Um capítulo importante da arquitetura moderna uruguaia é a associação entre
arquitetura e arte de cunho, principalmente, construtivista inspirado no legado de
Torres Garcia. Entre os principais artistas deste período temos a Francisco Matto
(Figura 9), Edwin Studer (Figura 10), Julio Alpuy, Gonzalo Fonseca, Augusto Torres,
Horacio Torres, Eduardo Yepes, entre outros.34

Figura 9 e 10 – Mural de 1964 realizado por Francisco Matto para o Colégio N˚1, à
esquerda, e o mural de 1962 realizado por Edwin Studer para o Urnario Municipal de
Montevidéu.

Fonte: (GEOCITIES, 2007). Fonte: (JUAN BAZTARRICA, 2016).

Por conseguinte, segundo o arq. William Rey Ashfield a multiplicidade de


fenômenos culturais associados a esta obra moderna – debates, encontros,
discursos e publicações, assim como variadas relações com as artes visuais – e
sobre tudo seu forte impacto sobre o tecido urbano – signo inequívoco de sua
aceitação por um público amplo – permitem compreendê-la como uma produção de
um caráter patrimonial.35
Patrimônio este, apresentado pela realidade historiográfica uruguaia, que
influenciou várias gerações de arquitetos, no modo de pensar a cidade com uma
visão crítica no crescimento urbano e territorial, corrigindo a problemática do habitar

Reyes (1913-1988) com o projeto para o Seminário Arquidiocesano (1952-1953), a Residência


Payssé (1954-1955) e o Banco de Previsão Social (1958); o Arq. Rafael Lorente Escudero (1907-
1992) com o projeto para a Associação de Empregados Bancários do Uruguai (1964-1968); e o Arq.
Antonio Cravotto (1925-2000) com o projeto para a ampliação do Colégio Alemão de Montevidéu
(1963) e o Restaurante Universitário Nº 2 (1965).
34
Margenat, 2013, p. 145.
35
Ashfield, 2014, p. 21.
17
com novas tecnologias e materiais utilizados, através da investigação e
necessidades surgidas que deveriam ser considerados os diferentes princípios e
correntes do movimento moderno como uma produção de valor cultural. No entanto,
a arq. Maricarmen Tapia Gómez no artigo “Patrimonio Cultural: Historia y evolución
del concepto” define o Patrimônio Cultural como um conceito subjetivo e dinâmico
que não depende dos objetivos ou bens, mas sim dos valores que a sociedade em
geral atribui em cada momento da história e que determinam quais bens devem ser
protegidos e conservados para a posteridade, com a necessidade de se ter novos
olhares sobre a produção moderna uruguaia, longe ainda de se esgotar como objeto
de estudo.36 Complementado por Silvio Oksman, o qual considera que a importância
sobre a produção arquitetônica moderna só começou a ser reconhecida como
patrimônio cultural no século XXI e que a partir destas surgem os métodos de
intervenção e preservação dos mesmos:

A pequena distância temporal entre a produção da arquitetura moderna e


seu reconhecimento como patrimônio cultural dificulta o entendimento de
que as recomendações para preservação, colocadas nos documentos do
ICOMOS, possam ser utilizadas como parâmetros de projetos de
intervenção. Além disto, ressalta-se uma relativa contemporaneidade
técnica e produtiva das formas com as quais ela foi produzida, favorecendo
37
sua compreensão.

Sobre a preservação, a real situação e a politica de preservação sobre o


patrimônio moderno deixado por Eladio Dieste será analisado e apresentado no
decorrer da pesquisa.

36
Tapia. Patrimonio Cultural: Histotia y evolución del concepto. Disponível em:
<http://cuevadenerja.es/blog/831/>. Acesso em: 5 jan. 2015.
37
Oksman, 2011, p.19.
18
4 ELADIO DIESTE

Neste capítulo será enfocada a apresentação e descrição da formação, tanto


pessoal como profissional, de Eladio Dieste. Primeiramente será descrita a família
Dieste e a influência da mesma junto à formação do pensamento, ideologia e
convicções que Eladio Dieste construiu durante a vida, às vezes de forma ortodoxa,
utilizada durante os anos de estudante, desde o colégio em Artigas, na universidade
de engenharia, em Montevidéu, ou como professor da UdelaR.
Seguindo a linha cronológica de Dieste, depois de formado engenheiro civil,
serão apresentadas as primeiras experiências laborais e a parceria com outras
empresas e arquitetos que ajudaram a enriquecer a forma de pensar e construir
estruturas e assim chegar à concepção da cerâmica armada em tijolo. Dentro das
técnicas construtivas de Dieste serão descritas as abóbadas gausas e
autoportantes, lajes plissadas, paredes regradas e as torres e reservatórios, com
suas respectivas obras construídas no Uruguai, Argentina, Brasil e Espanha.

4.1 FAMÍLIA, FORMAÇÃO E O COMEÇO PROFISSIONAL

As principais cidades por onde a família Dieste passou, antes de se radicar


em Artigas (Uruguai), foram: Rianjo (Espanha), Buenos Aires (Argentina),
Montevidéu, Rocha e Salto no Uruguai.
A história da família Dieste, no Uruguai, mistura-se a trajetória de várias
famílias imigrantes provenientes, quase na sua totalidade da Espanha e da Itália,
que chegaram à região do Rio da Prata entre o início da segunda metade do século
XIX e o final da primeira metade do século XX. Segundo Eladio Dieste:

El abuelo de papa era ministro de la Alta Corte de España. En su juventud


hubo que dictar una disposición especial para que, pese a no tener la edad
mínima, pudiera ejercer la abogacía. […] Mi abuelo empezó a estudiar para
Oficial de Estado Mayor, carrera de cierta clase, uno de los absurdos de
esos viejos países. Otro hermano ya era Oficial de Estado Mayor y vino al
Plata, pedido a España por el gobierno de Buenos Aires para hacer su
primera triangulación geodésica. Lo mataron los indios en un malón,
posterior al arreglo, incumplido por Buenos Aires, que había hecho Rosas
38
con un cacique cuyo nombre no recuerdo.

38
Grompone, 2011, p. 2.
19
Seu pai, também Eladio Dieste (1880-1972) foi militar, político, professor de
história (autodidata) e maçom. Em 1904, ingressou no exército e foi transferido para
a cidade de Salto39 onde conheceu a também descendente de imigrantes, Elisa Saint
Martin (1884-1974), professora de francês no ensino público secundário, com quem
se casou. Na cidade de Salto nasceu o primeiro filho do casal; Ariel (1913),
historiador, e com a transferência para Artigas40 por causa da profissão de militar,
nasceram os outros dois filhos do casal; Eladio (1917) engenheiro, e Saúl (1921)
bancário.
Eladio Dieste, filho, teve três tios paternos que exerceram uma importante
influência na formação pelo pensamento liberal e católico que o acompanhou
durante toda a vida de forma presente e devota. Tanto Enrique (? – 1964), Eduardo
(1881-1954) e Rafael Dieste (1899-1981), estes dois últimos reconhecidos
intelectuais na área da literatura, ciência e filosofia, mantiveram laços familiares
muito próximos com o engenheiro. Definidos por Eladio Dieste como:

Conocí a todos los hermanos de papa; todos, en mayor o menor grado eran
católicos [...] Eduardo estuvo en el seminario de Santiago y llegó a recibir
hasta las órdenes menores. Era una especie de súper–católico [...] Rafael,
un católico escandalizado por la guerra civil española ˜ [...]. Su tío Enrique
41
era un católico practicante aunque también batllista ; esta contradicción le
42
llevó a largas meditaciones toda su vida. (itálico colocado no texto original)

Por ter nascido e crescido na cidade de Artigas, na época com um pouco


mais de 10.000 habitantes43, ao finalizar o estudo secundário (ensino médio)44 aos
17 anos de idade Eladio Dieste (Figura 11) mudou-se para capital, Montevidéu, para
iniciar estudo superior em engenharia na Faculdade de la República (UdelaR). 45

39
A cidade de Salto está localizada ao noroeste do Uruguai, distante a 498 km da cidade de
Montevidéu, sobre a margem “Oriental” do Rio Uruguai. Segundo o censo de 1908 a cidade possuía
uma população de 19.788,00 habitantes.
40
A cidade de Artigas está localizada ao noroeste do Uruguai, distante 600 km da cidade de
Montevidéu. A cidade está localizada na margem “Oriental” do Rio Quarai e faz fronteira com a
cidade homônima ao rio. Na época da transferência de Salto para Artigas o pai de Eladio foi
destinado a fundar o 8˚ Regimento de Infantaria de Artigas a fim de cessar com os conflitos
fronteiriços.
41
Vertente política iniciada no fim do século XIX por José Batlle y Ordoñez (1856-1929). Podendo
colocar seus ideais em prática nas primeiras décadas do século XX como presidente do Uruguai. As
principais ideias do batllismo era a separação entre a igreja e o Estado.
42
Grompone, 2011, p. 2.
43
Senso de 1908.
44
No Anexo 9.1 esta o histórico escolar de Eladio Dieste, descoberto graças a esta pesquisa.
45
Grompone, 2011, p. 3.
20
Figura 11 – Eladio Dieste aos 17 anos.

Fonte: (TORRECILLAS, 1997, p. 291).

A mudança de cidade, do interior para a capital, e a situação econômica da


família é descrito por Juan Grompone46 no relato de Elisa Saint Martin como:

[...] cuando [Eladio] termino su curso liceal y debíamos enviarlo a


47
Montevideo con escasísimos recursos le escribí [a Antonio Grompone ]
para que se interesara por una beca que entonces otorgaban a los buenos
estudiantes y la que se le negó a [Eladio] por un mal entendido del Director,
48
pese a su actuación brillante.

Mas graças à família Grompone49, Eladio Dieste muda-se para Montevidéu em


1936 para iniciar os estudos superiores na UdelaR (Figura 12). Em 1943 obteve o
diploma de Engenheiro Civil, segundo o mesmo, numa formação tipicamente de um
engenheiro.

46
Juan Grompone (1939- ) é um engenheiro industrial, professor informático, escritor uruguaio e
amigo íntimo da família Dieste. Por meio de seus relatos é apresentado um dos mais completos
relatos da vida de Eladio Dieste. Ver GRAMPONE, J. Eladio Dieste, Maestro de la Ingeniería, 2011.
Disponível em: < http://www.grompone.org/ineditos/ciencia_y_tecnologia/Dieste.pdf>. Acesso em: 15
nov. 2015.
47
Antonio Grompone (1893-1965) foi um importante educador, escritor e advogado uruguaio. Fundou
e foi o primeiro diretor do Instituto de Professores Artigas (IPA), o principal e mais importante centro
público de formação de professores no Uruguai e também foi reitor da Universidade de Direito da
UdelaR.
48
Grompone, 2011, p. 5.
49
Segundo relatado por Antonio Grompone, suas palavras foram: “Com bolsa ou sem ela, que [...]
venha a minha casa que será a sua.” (GROMPONE, 2011, p. 5)
21
Figura 12 – Eladio Dieste no acampamento de estudantes da faculdade de
engenharia, março, 1941.

Fonte: (TORRECILLAS, 1997, p. 291).

A universidade que o engenheiro frequentou era considerada de excelência


no âmbito cientifico, o único lugar no Uruguai onde era possível ter acesso às
ciências exatas e onde se formaram profissionais de renome nacional e
internacional. Além de Eladio Dieste, temos nomes como o físico García de Zúñiga
(tradutor dos princípios de Newton e de fragmentos dos escritos de Leonardo da
Vinci); o calculista estrutural Walter Hill; Victor Sudrierdo (criador do sistema nacional
de geração de energia); entre outros.
Segundo este período Eladio Dieste afirma que:

Soy típicamente un ingeniero, quiero decir que no hice otros estudios


sistemáticos a no se los de mi carrera. Recibí el porte de toda una época
extraordinaria de la Universidad, cuando tuvimos grandes profesores. Una
generación de buenos docentes que hicieron una Universidad de nivel
análogo a las europeas, lo que constituía un lujo arriba de las posibilidades
económicas de nuestro pequeño y pobre país. Nuestra formación era
politécnica; creo que derivada conceptualmente del politécnico francés.
Recibíamos una sólida preparación en matemática, resistencia de los
materiales, física. Creo yo, justamente, que el ingeniero es
fundamentalmente un físico que aplica la física a la realidad. Estudie
ingeniería porque la física y la anatomía me atraían. [...] me enamora la
posibilidad de comprender la realidad por medio del lenguaje
50
fisicomatemático.

50
Arana, 1980, p. 96.
22
Na influência sobre a construção dos ideais adotados pelo recém-formado
engenheiro civil, Eladio Dieste, estão os conceitos da “Geração de 45” com notáveis
intelectuais que se destacaram dos predecessores pelo espírito crítico de seu
trabalho e por uma sólida formação acadêmica não apenas na literatura, mas
também em outras disciplinas, como no cinema, nas artes plásticas, na arquitetura e
na engenharia.51
Além desta influência da “Geração de 45” e da sólida formação universitária,
está presente a influência e formação familiar, num ambiente artístico e intelectual
que segundo o engenheiro:

Claro que también debería considerar la influencia de mi familia. Era gente


de mucha cultura, interesada por el arte y los artistas. Desde muchacho me
relacioné naturalmente con pintores. Éramos muy amigos de los Torres
García. Creo que el ambiente familiar fue [sic] propicio para mis
inclinaciones estéticas. Aún hoy soy amigo de Augusto Torres, el hijo de
52
Joaquín. Son amistades de juventud.

Complementado ainda por:

53
Cuando Torres García volvió a Uruguay se hizo muy amigo de mi tío
Enrique. Asistí, creo que en 1935, a clases de Torres. Fui su amigo, así
como un joven puede serlo de un hombre más viejo. Charlamos mucho de
pintura y arquitectura. Todo lo que decía era rico, profundo, matizado, pero
discutible. En él, lo importante no era lo sistematizado, pero sí lo transmitido
54
de lo vivido intensamente.

Além do contato com a arte de Torres García, artista que influenciou vários
arquitetos do modernismo uruguaio, Eladio Dieste teve um importante convívio com
Ester Cáceres, poeta e médica uruguaia, Augusto e Olimpia Torres (filhos de Torres
García) e o marido, o artista plástico, Eduardo Yepes, que realizou as esculturas de
Cristo para a Igreja de Atlântida e Durazno.
Sobre a relação entre Yepes (Figura 13), Dieste e Torres García (Figura 14) a
arquiteta argentina Graciela Silvestri afirma que:
[...] aspiraban a lograr la sustancia que la modernización parecía hurtarles a
su obra. No sorprende, en consecuencia, que Dieste haya podido hilvanar

51
Grompone, 2011, p. 6-7.
52
Alvarez. Rafael Dieste. Disponível em:
<http://ruc.udc.es/dspace/bitstream/handle/2183/5322/ETSA_24-17.pdf.txt?sequence=2>. Acesso em:
22 dez. 2015.
53
No exilio de Torres Garcia na Espanha ele trabalhou, em 1903, com Gaudí. Com esta experiência
adquiriu o conhecimento necessário para passar aos arquitetos e engenheiros uruguaios.
54
Dieste, 1985, p. 75.
23
55
su pensamiento católico – por entonces radicalmente tornista - con este
mundo de vanguardias agnósticas. Los tres buscaban, mediante la forma, la
56
manera moderna de aludir a la belleza. Es en Santo Tomás [de Aquino]
donde Dieste afirma su concepción de belleza, alejada de cualquier versión
de l´art pour l´art. [...] Esta belleza posee tres características: la integridad o
perfección, la proporción justa o armonía, y la claridad que permite que sea
percibida por la razón. Así, todos los seres humanos estarían llamados a
57
comprenderla. .

Apenas formado, em 1944, Eladio Dieste continuou com o vínculo acadêmico


e foi designado professor adjunto de Mecânica na UdelaR, cargo que exerceu até
1965. Como professor adjunto, na cadeira de Mecânica II, era responsável pelo
conteúdo de dinâmica. Em 1953 também foi nomeado para a disciplina de Pontes e
Grandes Estruturas na mesma universidade. Durante seu período como professor
da UdelaR, o único que se tem conhecimento é graças a investigação de Juan
Grompone. Durante sua formação como engenheiro e professor Eladio Dieste
realizou inúmeros exercícios, que segundo Grompone:

A lo largo de sus años de diseñador de máquinas había elaborado una


colección de problemas que eran un verdadero desafío intelectual y un
monumento para la formación en ingeniería. Preocupado por este tema, le
pedí a Dieste que buscara alguno de sus viejos problemas. Me entregó uno
que no es sino un pálido reflejo de aquellos formidables desafíos que nos
dejaban toda una semana meditando. Dieste nos incitaba en todo momento
a pensar en las leyes fundamentales de la mecánica, más que a recordar
resultados. Estaba convencido de la importancia de la formación
58
conceptual.

Figuras 13 e 14 – Escultura de Cristo realizada por Yepes para Atlântida, à


esquerda, e o desenho "América" de Torres García, à direita.

Fonte: (NICOLAS BARRIOLA, 2011; MUSEU TORRES GARCÍA, 1943), respectivamente.

55
Palavra referente a ortodoxo.
56
Dieste outorgava o conceito de beleza à concepção aquiniana. É uma concepção bastante grande
que concede um papel importante e central ao tema da luz. O importante é que não separa o bem do
mal, algo já separado dede Kant.
57
Silvestri, 2004, p. 4, n. 769.
58
Grompone, 2011, p. 11-12.
24
Expressamos aqui o desenho original (Figura 15) e o texto do problema
aplicado pelo professor Dieste aos alunos:

Figura 15 – Desenho do problema da cátedra de Mecânica II, idealizado por Eladio


Dieste.

Un chasis ABCD, de masa despreciable, apoya en dos cilindros, de ejes B y O, cuya masa es m. El
cilindro de eje B puede girar sin frotamiento alrededor de B. El [cilindro de eje] O es arrastrado por el
chasis, siendo f el coeficiente de frotamiento entre el cilindro O y los trozos CA y CD del chasis.
Ambos cilindros ruedan sin deslizar sobre el plano MN. Un motor M, de masa m, está unido al chasis
y transmite al cilindro B un par cuya potencia puede ponerse en función de la velocidad [angular] ω
2 59
de este cilindro en la forma: W = A ω − Bω. Estudiar el movimiento.

Fonte: (GROMPONE, 1993, p. 40).

Além de professor, Dieste foi chamado para ser consultor e solucionar


empecilhos, com relevância nacional, na turbina n°1 e no pontilhão guia da eclusa
na Represa de Salto Grande e no desenho para a doca do porto de Nueva Palmira
(Colonia, Uruguai), no que foi bem-sucedido.
No entanto, sua principal colaboradora para a formação como profissional e
pessoal foi sua companheira desde 1944; Elisabeth Emma Johanna Friedheim60
(Figura 16), com quem teve doze filhos61 (um morreu meses depois do parto) e viveu

59
Grompone, 2011, p. 22-23.
60
Sobre Elisabeth Friedheim pouco se sabe. Elisabeth chegou no porto de Montevidéu (Uruguai) aos
15 anos de idade, em 1937, junto com o pai León Friedheim, descendente judeu, a mãe Martha Utke,
descendente alemã, e a irmã Dorothea, na época, com 14 anos. Segundo Grompone (2011, p.7) “[...]
a família de Lisa me introduziu num lar culto de classe média centro europeia. [...] me enamorei de
uma mulher alemã [...] que tinha ido quando criança a escolas luteranas, criada num lar sem religião
que soube com tristeza, já maior, que seu pai estava rotulado como judeu.
61
Os onze filhos do casal são Juan, Esteban, Eduardo, Antonio, Marta, Teresa, Bernardo Pedro,
Tomás, Inés e Isabel Dieste Friedheim.
25
junto até seus últimos dias. Lisa, como era conhecida, e a família são definidas pelo
amigo do casal, Juan Grompone, como:

El joven Eladio, además de la benéfica influencia de la Facultad de


Ingeniería recibió [...].También la de la familia de Lisa que lo introdujo en un
hogar culto de clase media centro europea. Lisa fue fiel y abnegada
compañera de toda su vida, madre de sus hijos, abuela de sus nietos. [...]
detrás de todo gran hombre hay una gran mujer, no sería necesario decir
62
nada más sobre Lisa.

O engenheiro civil que construiu galpões, silos, caixas d’água, igrejas,


residências, ginásios e fábricas com maestria e inovação arquitetônica sem que lhe
fosse solicitado, morreu no dia 19 de julho de 2000 em Montevidéu.

Figura 16 – Eladio Dieste e Elizabeth Friedheim (sd).

Fonte: (ANTEL, vídeo institucional, 2013).

4.2 PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS E TRABALHOS COM


ARQUITETOS

Com apenas um ano de formado, em 1944, Eladio Dieste torna-se


Engenheiro da Direção de Estradas do Ministério de Transportes e Obras Públicas
(MTOP) do Uruguai para projetos de pontes até o ano de 1947; em 1945 é nomeado

62
Grompone, 2011, p. 7.
26
chefe da Oficina Técnica da Direção de Arquitetura do MTOP até 1948. Sobre esta
experiência Dieste conta:

[...] allá tuve la oportunidad de trabajar diariamente con arquitectos. O tener


que analizar y discutir con ellos los problemas, intentando resolverlos de la
forma más adecuada, y preocupado, al mismo tiempo, interpretar su
lenguaje – que cosas quería decir, cuáles eran sus necesidades-, fue una
práctica que me ayudó mucho. Llegue a familiarizarme con su modo de
pensar, a me interesar profundamente por cuestiones específicas de forma
arquitectónica, del detalle. La arquitectura siempre me había interesado
mucho y aquella experiencia me permitió aplicar ese interés. Cuando poco
después empecé a trabajar en una empresa dinamarquesa, en la cual
proyecte mis primeras obras, yo ya había alcanzado una consciencia
profundada a respecto de la forma, acerca del aspecto formal de las cosas
63
[...].

A empresa referida por Dieste anteriormente é Christiane e Nielsen64, na qual


trabalhou de 1945 a 1948, e realizou o cálculo de abóbadas em concreto armado
aliado a forma móvel. Alguns de seus trabalhos neste período são as construções,
em 1947, da abóbada em concreto autoportante para a Tecelagem de Algodão
MAUSA (Figura 17) e em 1948 a abóbada, também em concreto autoportante, de
IPUSA. Como resultado do trabalho realizado na empresa o engenheiro “[...] adquiriu
uma aversão pelas abóbadas de concreto reforçado que frequentemente deveria
realizar para a empresa [...]”65, mas sim lhe permitiu experimentar o cálculo das
abóbadas e a utilização da forma móvel, base importante na composição futura de
Dieste entre a cerâmica armada e a forma móvel, e aplicada pela primeira vez na
Casa Berlinghieri – descrita nos próximos capítulos.66

De 1949 até 1958 Eladio Dieste foi Engenheiro Diretor da empresa de


fundações Viermond S.A, empresa fundada por Leonel Viera67 e pelo Eng. Civil Luis
Mondino, atuando, principalmente, na execução de fundações.

63
Dieste, 1988, p. 23.
64
Dentre as obras mais famosas da empresa esta a construção do auditório para a Universidade da
Venezuela. O projeto de Carlos Raúl Villanueva da abrigas 2700 pessoas foi construído todo em
concreto armado em apenas 4 meses.
65
TRAMA, Quito. N. 12, 1979.
66
Escandell, 2012, p.14.
67
Viera não obteve o título de engenheiro por não completar seus estudos, mas atuava como tal. Sua
capacidade de projetista e calculista é reconhecida por muitos especialistas, inclusive por publicações
internacionais. Dentre as obras realizadas por Viera pode ser destacado o projeto para o Cilindro
Municipal Dr. Hector Grauert, em Montevidéu, e da Ponte da Barra, em Maldonado, com a forma
particular, ondulada que oficialmente leva o nome Leonel Viera.
27
Como legado do trabalho na empresa e com a cobertura da casa Berlinghieri,
Dieste define que: “alcancei fazer um par de abóbadas extra68, um pouco maiores e
logo mergulhei no tema da empresa de fundações. Recém em 1953 recomecei a
trabalhar em abóbadas, mas já com dimensões importantes.”69 O fato de estar em
uma empresa que trabalhava em fundações, permitiu-lhe conhecer e adquirir uma
vasta experiência no desenho e cálculo de fundações para grandes estruturas.
Desta forma teve que desenhar algumas máquinas (Figuras 18 e 19) para poder
realizar os trabalhos dentro da empresa já que segundo o engenheiro:

Las maquinas disponibles en mercado internacional no se ajustaban bien a


las condiciones y necesidades de Uruguay. Tuve que construir muchas
maquinas. Fue algo que me gustó mucho, fue algo muy divertido. [...]
70
aquellos fueron especialmente buenos para mí.

Figura 17 – Tecelagem de Algodão MAUSA (1947).

Fonte: (BONTA, 1963, p. 45).

68
Após a abóbada em parceria com Antonio Bonet, Dieste realiza outra abóbada, mas com 10 metros
de vão livre.
69
SUMMA, Buenos Aires, N. 247, 1988, p. 23–32.
70
Dieste, 1988, p. 23.
28
Figuras 18 e 19 – Macaco hidráulico projetado por Dieste para viabilizar a pré-
compressão dos cabos de aço nos vales entre as abóbadas. Desenho, à esquerda,
e o produto, à direita.

Fonte: (TORRECILLAS, 1997, p. 249-250).

E também por acreditar que um engenheiro não deve ficar apenas no


escritório, este deveria pensar e não reproduzir, criar equipamentos e soluções
simples, que pudessem ser executados por um baixo custo, por quê:

Contra lo que se suele pensar, son los países centrales los que pueden
darse el lujo de la especialización y de formar técnicos hábiles y rápidos en
la aplicación de rutinas; nosotros no tenemos más remedio que empezar
casi todo desde el principio, y, consecuentemente, pensar cada paso a
partir de las grandes bases del conocimiento. Y de esa formación elegir lo
esencial, siguiendo en lo posible el camino histórico; no ceder al encanto de
las formulaciones finales que puede ser muy sintéticas y elegantes pero que
71
no son fuente de lo verdaderamente creativo.

Em 1954, Dieste se associa com o Eng. Civil Eugenio R. Montañez72 (1961-


2001), para fundar a empresa Dieste & Montanez S.A, em funcionamento até hoje, e

71
Carbonell, 1987, p. 167.
72
Segundo Juan Grompone (2011, p. 9): He encontrado que muchas veces no se hace la debida
justicia al papel desempeñado por Eugenio Montañez en la obra de Dieste. Como más de una vez le
oí comentar a Dieste que Montañez es el administrador, el técnico que construye, quien cobra las
cuentas y mantiene la casa en orden. Montañez desempeñó un papel decisivo en el desarrollo de
obras en el Brasil, país donde estuvo radicado varios anos. Hacia 1983, aquejado de graves
problemas de salud, se retiró de la empresa. Dieste, con el “paraguas empresarial” que le suministro
Montañez durante años decisivos, pudo dedicarse a crear. No hay que olvidar nunca que para que
29
um ano depois o escritório tem a primeira oportunidade de projetar e construir um
edifício, por meio de uma licitação. O concurso tinha como objetivo o projeto e
construção de um depósito para a Administración Nacional de Combustibles,
Alcoholes y Pórtland (ANCAP) no Uruguai. A licitação foi vencida pelo preço e pelo
tempo de execução da estrutura. O projeto proposto (Figuras 20 e 21) consistia em
pórticos, erguidos por meio de guindastes idealizados por Dieste, em concreto com
40 metros de vão, cobertos por abóbadas cilíndricas em cerâmica armada (cada
abóbada cobria um vão de 8 metros), mais baratas que as tradicionais em concreto.
Já neste projeto o escritório destaca-se no cenário nacional pelas soluções adotadas
e no sistema construtivo utilizado.
Estas primeiras experiências laborais permitiram a Eladio Dieste fundamentar
a base dos projetos da peculiar estrutura que tanto o caracteriza no mundo, à
cerâmica armada, o que favoreceu o intercâmbio de conhecimento com outros
profissionais da construção civil, abrindo um caminho com mudanças que lhe
permitiu conhecer desde a cobertura até fundações dos edifícios onde trabalhou,
sempre de forma destacada.

Figuras 20 e 21 – Depósito para ANCAP: elevação dos pórticos, à esquerda, e os


pórticos com as abóbadas em cerâmica armada de tijolo.

Fonte: (CARBONELL, 1987, p. 167; BONTA, 1963, p. 46).

exista un Dieste, debe siempre existir un Montanez: esta es una importante lección que la historia
repite una y otra vez.
30
Outro fator importante na construção da identidade nos projetos está no
trabalho que realizou com outros arquitetos e engenheiros, o qual lhe permitiu
consolidar a imagem de “[...] artista iluminado que domina todos os aspectos do
ofício: aquele que desenha, pinta, esculpe e constrói.”73 que muitas vezes se
apropria das características já aprovadas por outros profissionais, para realizar a
composição, sem tirar, a genialidade realizada pelo engenheiro nas obras em
cerâmica armada, aplicando sua identidade pessoal as obras. Alguns destes
arquitetos seguem descritos a seguir.

4.2.1 Eladio Dieste e Luis García Pardo

A colaboração de Eladio Dieste junto com o arquiteto Luis García Pardo 74


(1910-2006) trouxe resultados muito importantes e influenciou em alguns pontos o
conceito do engenheiro sobre como projetar e construir. Dentre os projetos de
García Pardo que Eladio Dieste teve a oportunidade de participar foram o edifício
Gilpe (1955), El Pilar (1957), El Positano (1959) e a Igreja Paroquial São João Bosco
(1966).
O primeiro projeto que Dieste teve contanto é o Gilpe. Ainda trabalhando para
a empresa Viermond S.A, foi encarregado ao engenheiro o cálculo das fundações.
No edifício é possível ver a característica que se tornaria a marca registrada de
García Pardo e que Dieste tomaria aversão: a pele de vidro, do piso ao teto na cor
verde. A mais importante intervenção que Dieste, já sócio de Montañez, pode
participar com Garcia Pardo foi o projeto estrutural para o edifício El Pilar (Figuras 22
e 23) em 1957. A estrutura desenvolvida no edifício com 10 pavimentos residenciais
tinha como objetivo resolver os entraves morfológicos e dimensionais que
apresentava o pequeno terreno (147m²) sem obstruir a vista total para o Rio da
Prata75. Ao invés de idealizar um edifício de esquina arredondado, como a maioria
dos arquitetos o faria, resolveu incorporar um novo ângulo, oposto a esquina. Para
assegurar a vista dos moradores para a paisagem litorânea, a estrutura do edifício

73
Escandell, 2012, p. 29.
74
García Pardo foi um arquiteto uruguaio que desenvolveu projetos de arquitetura residencial e
religiosa, integrando arte nos seus edifícios, dando importância a estrutura e ao espaço, a
racionalização e a moradia econômica. Sua obra se caracteriza também pela implantação de novos
sistemas estruturais que o tornou um dos protagonistas da arquitetura uruguaia e do movimento
moderno no país junto com o também arquiteto, Raúl Sichero (1916-2014).
75
O terreno está situado no tradicional bairro de Pocitos, em Montevidéu, na esquina da Av. Brasil e
Br. Espanha. Numa pequena esquina da Rambla, de frente para o Rio da Prata.
31
foi concebida com a implantação de um único pilar (núcleo) em concreto onde se
situa a circulação vertical, e do qual ficam sustentadas as lajes por meio de cabos de
aço, fornecidos por Leonel Vieira.
Como consequência do projeto arquitetônico e estrutural, temos um edifício
com uma fachada e uma planta quase sem elementos estruturais que obstruam
tanto a visual como o movimento do edifício, sendo possível implantar a pele de
vidro contínua. A construção, no conjunto, tornou-se um ícone da arquitetura
montevideana e do movimento moderno no país.
O edifício El Positano (Figura 24 e 25) é hoje em dia um representante do
mais alto nível artístico e estrutural da década de 1960 no Uruguai. Para a estrutura
do projeto de García Pardo foram solicitadas duas respostas, uma a empresa Dieste
& Montañez S.A e a outra a Viermond S.A. Com a apresentação de projetos
totalmente diferentes quanto ao percurso e transmissão de cargas. Foi escolhido
como melhor solução o da segunda empresa onde, basicamente, todos os esforços
do edifício eram suportados por quatro pilares centrais e as lajes em mísula
permitiam a planta livre da estrutura, e assim a utilização da pele de vidro. Tanto
este projeto como o Gilpe tiveram projetos paisagísticos de Roberto Burle Marx
(1909-1994).76

Figuras 22 e 23 – Edifício El Pilar: durante a construção, à esquerda, e a inserção na


quadra, à direita.

Fonte: (VITRUVIUS, 2014; FADU, 2014).

76
Medero, 2012. Disponível em: <http://www.fadu.edu.uy/garcia-pardo/obras/edificio-positano/>.
Acessado em: 15 out. 2016.
32
Figuras 24 e 25 – Edifício Positano: durante a construção, à esquerda, e a inserção
na quadra, à direita.

Fonte: (TUJA, 2014; FINOTTI, 2010).

Quando o arquiteto García Pardo realizou o projeto para a Igreja Paroquial


São João Bosco (Figuras 26, 27 e 28) em 1966 - com planta triangular e os vértices
curvos - foi encomendado à empresa Dieste e Montañez o cálculo estrutural e
execução da obra -. A igreja possui a estrutura em cerâmica armada com
características muito similares a Igreja de Atlântida (1960) e da Igreja de Durazno
(1971) de Eladio Dieste, a saber, na utilização da abóbada em tijolo, separação da
nave central com as laterais pela altura da cobertura, a utilização da iluminação
natural (acima do acesso e do altar de forma indireta) e a distribuição dos espaços,
como, o altar sem divisão com o resto da igreja, o batistério na lateral com acesso
independente e claraboia na parte superior da abóbada, o campanário na lateral
direita do acesso e a ausência de muitas imagens religiosas.
Com o intercâmbio de conhecimento e trabalho junto a García Pardo e as
dificuldades apresentadas pelo arquiteto para resolver as estruturas dos projetos
temos um forte desenvolvimento na arquitetura e engenharia regional. Segundo
Cláudio Escandell Román o engenheiro “teve aproximação direta com o expoente

33
uruguaio dos princípios da arquitetura internacional, mas também com o arquiteto
para quem a estrutura tinha especial importância na concepção arquitetônica.”77,
justificando a importância da relação entre Eladio Dieste e o arquiteto García Pardo,
o qual indicaria Antonio Bonet para realizar a estrutura da Casa Berlinghieri.

Figura 26 – Igreja Paroquial São João Bosco (1966).

Fonte: (CROQUIZAR, 2013).

Figuras 27 e 28 – Interior da Igreja: Vista do acesso ao altar, à esquerda, e da


iluminação zenital do altar, à direita.

Fonte: (CROQUIZAR, 2013).

77
Escandell, 2012, p. 21.
34
4.2.2 Eladio Dieste e Antonio Bonet

Na principal experiência profissional antes de se associar a Montañez, Eladio


Dieste foi chamado pelo arquiteto catalão Antonio Bonet78 (1913-1989), para realizar
o projeto estrutural da casa Berlinghieri (Figura 29 e 30) em 1945; projeto este que
se tornaria o pontapé inicial do que posteriormente se chamaria a “cerâmica
armada”. Dieste relata a experiência como:

Por esa época, hacia 1945, me llamó el arquitecto Antonio Bonet (1913,
1989) para colaborar en el proyecto de la casa Berlinghieri en Portezuelo
(Maldonado). Tuvimos grandes discusiones, desde luego que amables, en
las que mucho aprendí. [...] En determinado momento recuerdo haberle
dicho sin demasiado fundamento: sería lindo hacer una bóveda de ladrillo
en esta obra. A Bonet le pareció que una bóveda de ladrillo resultaría muy
pesada. El, naturalmente, pensaba en una bóveda clásica. Yo le contesté
que pensaba en una cáscara de ladrillo. ¿Y eso se puede hacer? pregunto
Bonet. No lo sé, le contesté, déjemelo estudiar. Estuve analizando
largamente el tema. [...] No tenía idea entonces que la cerámica se hubiera
usado en estructuras parecidas ni tampoco de la existencia de bóvedas
catalanas ni de la experimentación más o menos contemporánea en Italia
con viguetas curvas prefabricadas en ladrillo. [...] El problema era para mí
totalmente nuevo; y, a veces, la ignorancia sirve. [...] busque el camino
aprovechando mis experiencias constructivas anteriores con cascaras de
hormigón armado y moldes deslizantes. Se me ocurrió aliar la cerámica al
79
molde deslizante, como se le hubiera ocurrido a cualquiera [...].

No entanto, segundo Bonet, “Foi minha primeira obra uruguaia na qual


introduzi abóbadas catalãs, totalmente construídas com tijolos de espelho80, 81”. Pelo
contrário, segundo Eladio Dieste as abóbadas da casa Berlinghieri possuem 6
metros de vão, diferentemente das abóbadas catalãs que possuem apenas 1 metro.
Sobre a associação das suas abóbadas com as catalãs, Dieste afirma:

La génesis no ha venido por ahí [habla de las bóvedas catalanas] sino que
la génesis ha venido por las estructuras de hormigón armado, de
desencofrado rápido; eso ha sido la madre de las estructuras. Que el
resultado final pueda coincidir con algunas cascaras catalanas no quiere

78
Bonet era um arquiteto catalão que emigrou para a Argentina durante a guerra civil espanhola. Em
meados de 1945 se estabeleceu no Uruguai para a urbanização de Punta Ballena (Maldonado/UY).
Na arquitetura de Bonet a abóbada, em concreto, tornou-se o elemento de definição espacial e
característico, a saber, na obra do Atelier para Artistas Paraguai-Suipacha (1939), Torre Rivadavia
(1957), Casa La Ricarda (1960), entre outras.
79
Arana, 1980, p. 96.
80
O tijolo de espelho refere-se à maneira de colocação do tijolo de forma horizontal e unido por suas
faces menores.
81
González, 2014, p.59.
35
decir que esté inspirado, lo que hacemos, en la bóveda a la catalana, no
82
tiene nada que ver.

O estudo para a cobertura da Casa Berlinghieri foi inicialmente encomendada


pelo arquiteto em concreto. Mas para Dieste, a cobertura da casa deveria ser
econômica e elegante, ter uma coerência entre as pretensões de leveza e
transparência segundo as concepções modernas. A ideia implantada não lhe trouxe
muita dificuldade de cálculo por se tratar de um vão pequeno, mas sim lhe permitiu
verificar “a quase totalidade dos problemas” que o engenheiro enfrentaria na
construção desta nova tipologia estrutural, a cerâmica armada.83
Em entrevista de 1995 realizada por Antonio González e Jorge Nudelman 84;
Dieste recorda sua primeira abóbada de tijolo armado como algo “emocionante, [...]
penosamente engrossada” nas bordas por Bonet com o fim de incorporar tímpanos,
sem função estrutural, nos extremos das abóbadas, o que elimina toda possibilidade
de percebê-las como elementos leves e delgados que são (Figura 31).

Figura 29 – Casa Berlinghieri (1945).

Fonte: (ALDO FACHO DEDE, 2011).

82
Entrevista realizada por Rodrigo Gutierrez em maio de 1996. Ver MARÍN; TRALLERO. El
nacimiento de la cerámica armada, Cádiz, 2005, p. 709.
83
Nudelman, 2004, p. 11 e 12.
84
DPA; Techar una montaña 165 x 45 x 22, Barcelona, n. 15, p. 43, 1995.
36
Figura 30 – Casa Berlinghieri: Planta Baixa do térreo, à esquerda, e planta baixa do
pavimento superior, à direita.

Desenhos sem escala.


Fonte: (HISTÓRIA EM OBRES, 2008).

Figura 31 – Casa Berlinghieri: detalhe construtivo da abóbada.

Desenhos sem escala.


Fonte: (VITRUVIUS, 2011).

Depois de um ano da construção da residência, Dieste publica o artigo


“Bóvedas nervadas de ladrillo de espejo” onde explica que para esta primeira
abóbada em cerâmica armada cobrir 6 metros de vão livre era necessário apenas
uma camada de tijolo com 5,5cm de espessura para suportar as cargas. Tijolos
37
estes assentados deitados, e com ferragem de 4mm e juntas de 2cm. A cobertura da
residência possui ainda uma camada de ar de aproximadamente 12cm para
isolamento térmico e fechamento com uma camada cerâmica fina de 3cm de
espessura denominada “tejuela”. Outro componente importante da estrutura foi a
forma móvel de 1,5m de largura que deslizava por baixo da cobertura, utilizada em
muitas das obras posteriores do engenheiro.
Eladio Dieste definiu o sistema construtivo, inovador para a época:

Y lo pensé y, claro, tenía una cantidad de dudas muy grandes pero estaba
seguro de que se podía hacer. Entonces lo hicimos. El contratista no quería
construirlo, después no quería ponerse debajo, después no quería subirse a
la estructura y el ver las cintas de ladrillo contra los bosques me hizo
realmente ver que había encontrado algo que valía la pena seguir; era la
85
punta de un hilo.

O que demonstrava o quão novo e inovador era o sistema estrutural


implantado por Dieste para a cobertura da residência, e que se tornaria sua marca
registrada em futuras obras, com reconhecimento internacional.
Após a experiência de Dieste no cálculo de abóbadas em cerâmica com tijolo
o arquiteto Antonio Bonet não utilizou mais a técnica nas suas construções;
continuou utilizando as abóbadas em concreto armado, a saber, em La Ricarda
(Figura 32) (1949) ou na casa Cruilles (Figura 33) (1967), ambas na Espanha.

Figura 32 – Casa La Ricarda em Barcelona, Espanha.

Fonte: (MY ARCHITECTURAL VISITS, 2013).

85
Em entrevista realizada por Rodrigo Gutierrez em maio de 1996 em Granada, Espanha. Apud
Marín; Trallero, 2005, p. 1.
38
Figura 33 – Casa Cruilles em Begur, Espanha.

Fonte: (FRAGMENTS, 2016).

No entanto, para Eladio Dieste esta experiência foi de suma importância, já


que o ajudou a avaliar e desenvolver a técnica da cerâmica armada em tijolo e o
influenciou no desenvolvimento das plantas das residências, separando os setores
das casas por circulações e pátios internos. A tipologia de planta realizada por
Eladio Dieste será analisada nos próximos capítulos, sobre as casas projetadas pelo
engenheiro na cidade de Artigas.

3.2.3 Clémot-Diste-Serralta-Montañez

A associação entre a empresa Dieste & Montañez S.A com os arquitetos


Carlos Clémot (1922-1971) e Justino Serralta (1919-1986) foi de suma importância
para o desenvolvimento futuro da empresa dos engenheiros. A empresa Clémot –
Dieste – Montañez – Serralta; assim aparece, em ordem alfabética e na mesma
linha, nos selos das pranchas (Figura 34), seguindo abaixo pela profissão:
arquitetos-engenheiros, sem diferenças, nem ressalvas; durou 17 anos, onde os
arquitetos se encarregavam da arquitetura e os engenheiros do cálculo.
Carlos Clémot e Justino Serralta trabalharam no escritório da Rua de Sèvres
35 em Paris, de Le Corbusier. Sobre Clémot pouco se sabe, apenas que foi
professor universitário, importante urbanista e discípulo de Le Corbusier. Sobre
Justino Serralta tem-se uma biografia mais vasta. Sobre o trabalho no atelier em

39
Paris o arquiteto ressalta que logo no primeiro ano em Paris ingressou no escritório
de Le Corbusier e trabalhou nele três anos e meio. Justamente em um momento
muito importante, nada menos que na execução da Unidade de Habitação de
Marselha, trabalhou com a infraestrutura geral e nas instalações do edifício para,
logo após ter adquirido certa experiência, lhe confiarem o estudo da cobertura da
Unidade de Habitação onde teve a oportunidade de estar em contato direto com Le
Corbusier na ordem de criação.86

Figura 34 – Imagem do selo para o projeto G.E.M.C.O com os nomes dos


engenheiros e arquitetos.

Fonte: (NUDELMAN, 2013, p. 306).

Além de ter trabalhado no projeto da Unidade de Habitação, Serralta tem uma


importante vinculação com o arquiteto André Maisonnier dentro do atelier de Le
Corbuseir, seja no estudo para o Modulor87 ou na construção da maquete em gesso
da capela de Ronchamp (1950-1954), dos quais Maisonnier tornou-se um dos
principais colaboradores do projeto.
Antes da sociedade, em 1951, os arquitetos voltam de Paris para trabalhar no
Uruguai. Primeiramente foi encomendado o projeto do edifício Maspons (1955), que
segundo Serralta no projeto “[...] apliquei um pouco os conceitos derivados da
experiência em Marselha e que ainda hoje continuam vigentes para o encontro da
nossa Arquitetura. [...] Um desenho muito simples e racional.”88, seja a semelhança
com a Unidade Habitacional pela utilização de diferentes tipologias habitacionais, a

86
Barrachini, 1965, p. 22.
87
O estudo realizado por Serralta sobre o Modulor serão publicados em 1955, no Modulor 2, por Le
Corbusier o qual descreve o aporte dos dois arquitetos como: deux jeunes architectes, I’un
Uruguayen, I’autre Français (JEANERET, 1995, p.13). Os desenhos realizados no estudo foram
publicados sobre o nome de carré 1, 2, 3, 4 e 5 e posteriormente foram chamados de Modulor 2.
88
Nuedelman, 2013, p. 293.
40
inclusão de desníveis internos em meio pé-direito, e sacadas que acentuam a
horizontalidade apesar de ser um prédio com 10 pavimentos.
Em 1955 é que realmente a sociedade entre arquitetos e engenheiros se
consolida com o projeto, não construído, para a empresa General Machinery Co.
(GEMCO), importador das máquinas Caterpillar. O primeiro projeto (Figura 36)
realizado para a empresa consta de uma grande nave central coberta por uma
abóbada de dupla curvatura com apenas 15cm de espessura, ladeadas por duas
abóbadas menores em forma de asas de gaivota 89. Toda a cobertura do edifício era
sustentada por uma série de dois pilares alinhados em concreto armado com
formato de Y, ligados à cobertura por meio de perfis metálicos, o que ajudava a
descarregar o esforço da cobertura. A fachada frontal90, simétrica, do edifício era
toda envidraçada o que permitia visualizar a estrutura interna. As laterais eram bem
distribuídas e corretamente iluminadas. Segundo Nudelman a composição das
janelas tem uma ligação com os desenhos de Serralta descritos no livro do Modulor
2 (Figura 35).91
No segundo projeto (Figura 37) para a empresa foi realizada uma modificação
nos pilares, os quais passaram a ser metálicos e em forma de “V”. É aumentada a
área do projeto, redistribuídos os ambientes, mas o conceito volumétrico mantêm-se
igual ao primeiro projeto. Na terceira proposta, o projeto é modificado totalmente,
mas o único conceito é “a racionalidade corbusiana dos arquitetos e as abóbadas de
tijolo dos engenheiros.”92
Sendo Eladio Dieste presidente da associação de pais do colégio religioso La
Mennais (Figura 38), o escritório foi encarregado do projeto do novo edifício para o
centro educativo. O programa deveria sanar as necessidades dos Irmãos
Menesianos, um setor privado (moradia) e outro público (colégio). No
desenvolvimento do projeto (Figura 39) (1958) e após a construção (1960) pouco
pode ser notado da obra de Eladio Dieste a simples vista, apenas existem as
abóbadas da cobertura do oratório (Figura 40).
Podemos dizer que este é um projeto no qual ressaltam as influências que os
arquitetos obtiveram em Paris, principalmente nos edifícios para o Convento Santa

89
Nuedelman, 2013, p. 311.
90
O skyline da fachada frontal é similar àquela projetada por Eladio Dieste em 1974 para o pavilhão
dos produtores na Central de Abastecimento (CEASA) em Porto Alegre.
91
Nudelman, 2013, p. 311.
92
Escandell, 2012, p. 27.
41
Maria da Tourette (1956) com o programa de necessidades, da Unidade
Habitacional de Marselha (1946-1952) com a horizontalidade nas sacadas e
concreto aparente na vertical, ou com a Capela de Ronchamp (1955), com as
aberturas de iluminação colorida e a iluminação indireta zenital (apropriadas por
Dieste para os projetos da Igreja de Atlântida e a Igreja de Durazno,
respectivamente), numa primeira proposta do projeto.

Figura 35 – Desenhos do Modulor 2 por Justino Serralta e André Maisonnier.

Fonte: (VITRUVIUS, 2011).

42
Figura 36 – Corte do Primeiro projeto para GEMCO.

Desenhos sem escala.


Fonte: (NUDELMAN, 2013, p. 309).

Figura 37 – Planos para o segundo projeto de GEMCO.

Desenhos sem escala.


Fonte: (NUDELMAN, 2013, p. 309).

43
Figura 38 – Colégio La Mennais – Fachada principal.

Fonte: (TANO MARCOVECCHIO, 2006).

Figura 39 – Cortes do colégio La Mennais - projeto final.

Desenhos sem escala.


Fonte: (FADU, 2013).

44
Figura 40 – Oratório com abóbada projetada por Eladio Dieste no colégio La
Mennais.

Fonte: (NUDELMAN, 2012).

A influência do conhecimento que a sociedade entre arquitetos e engenheiros


trouxe para o futuro das obras de Eladio Dieste é sumamente importante, na maioria
das vezes, omitida. Principalmente na obra para a Igreja de Atlântida (1960) e na
Residência Dieste (1968).
Segundo Nedelman, convicto da omissão existente assinala:

Generalmente esta relación se minimiza en el análisis de la totalidad de la


obra de Dieste, pero existen evidencias que demostrarían la fuerte
influencia recibida en los años 50 a través de dos arquitectos que habían
colaborado directamente con Le Corbusier, lo que establece una conexión
93
más consistente que lo que la crítica y los historiadores han mostrado.

Os pensamentos lecorbusianos que os arquitetos deixaram de legado para o


escritório Dieste & Montañez S.A é descrito pelo Arq. Alberto Castro, colaborador de
Dieste, como:

93
Nuedelman, 2004, p. 5.
45
Con Serralta y con Clémot Clemot tuve poco contacto. Pero el mismo me
permitió apreciar en Serralta la expresión del racionalismo corbusierano, al
cual Dieste no le era indiferente, al que adicionaba una precisión de
94
razonamiento poco común.

Algumas características da obra de Serralta e Clemot que influenciaram a


obra de Dieste serão analisadas na primeira casa que o engenheiro projetou e
construiu; a casa Saúl Dieste (1957), já que, a mesma é um dos objetos de análise
desta pesquisa.

4.3 CERÂMICA ARMADA, O TIJOLO E AS OBRAS

A constituição da obra de Eladio Dieste esta indissociavelmente ligada à


associação de tijolo, argamassa e aço com a forma curva; forma esta que:

É um dos procedimentos simples e, ao mesmo tempo, complexo é obter


resistência de um elemento estrutural por meio da manipulação de suas
formas. Simples porque no dia a dia estamos usando essa possibilidade nas
mais corriqueiras atividades. Ao passar uma folha de papel para outra
pessoa, intuitivamente provocamos uma curvatura nessa folha para
estruturá-la. [...] a dobra é uma ferramenta poderosa no ganho de
resistência, e que por meio dela podemos fazer com que elementos
extremamente esbeltos, como a folha de papel, possam suportar cargas e
95
vencer vãos.

Historicamente, segundo Edward Allen as abóbodas tiveram três origens


diferentes: a europeia96, a do Oriente Médio97 e a Catalã98 (Figura 41), no entanto,
eram abóbadas de tijolo dimensionadas empiricamente. O cálculo sobre este tipo
construtivo surge no século XVIII com o Marquês Giovanni Poleni (1683-1761), que
explanou a forma ideal para uma cúpula em seu tratado99 publicado em 1748.

94
Nuedelman, 2004, p. 5.
95
Rebello, 2009, p. 21
96
A abóbada europeia foi o sistema utilizado nas construções góticas e românicas com a
característica de possuir a geratriz na semicircunferência, construídas sobre estrutura em madeira e
aonde os empuxos eram absorvidos pelos contrafortes.
97
As abóbadas do Oriente Médio eram construídas sem formas, no entanto, com a ajuda de uma
parede vertical que poderia ser retirada depois de finalizada a execução. O empuxo deste tipo de
abóbada é absorvido pelas fundações ou por contrafortes, dependendo do tipo de poio.
98
A abóbada catalã é mais esbelta e com menor flecha que as anteriores. São executadas em duas
camadas (sem forma) de tijolos cerâmicos de 7 cm de espessura colocados em sentidos contrários,
onde na primeira camada é utilizado um tipo de gesso especial e na outra uma argamassa de
cimento e areia.
99
Poleni, Giovani. Memorie Istoriche dela Gran Cupola del Tempio Vaticano. Pádua, 1748.
46
Somente no ano de 1866 o Eng. Civil Karl Culmann desenvolveu métodos
concretos, a partir da hipótese de Poleni, para o cálculo e dimensionamento de
abóbadas, arcos e cúpulas principalmente em aço.100

Figura 41 – Execução da abóbada Europeia, do Oriente Médio e a Catalã,


respectivamente.

Fonte: (ANDERSON, 2004, p. 122).

Os métodos gráficos desenvolvidos por Culmann foram publicados no Die


Graphische Statik101, pela Universidade Federal Técnica de Zurique (ETH), na Suíça.
Mais recentemente, segundo Allen, no século XX aconteceram duas grandes
revoluções que transformaram as abóbodas de alvenaria. A primeira, no final do
século XIX, com a utilização da grafostática102 (Figura 42) pelo Arquiteto Rafael
Guastavino103 e a segunda, a partir da metade do século XX, com a teoria numérica
do concreto aplicado à cerâmica armada, pelo Eng. Civil Eladio Dieste.
Segundo Antonio Jiménez104, após a revolução industrial se fez possível a
utilização em massa do aço na construção civil, no entanto, tudo requer economia,
uma racionalização e é daqui que nascem as abóbadas, as cúpulas, as estruturas
dobradas, primeiramente em concreto armado e depois em cerâmica.

100
Anderson, 2004, p 66-75.
101
Disponível em: <https://archive.org/details/diegraphischest01culmgoog>. Acesso em: 10 jan. 2016.
102
Aplicação da Geometria à resolução de problemas da Mecânica (estática). Utilizada por arquitetos
como Antoni Gaudí, na Espanha e Rafael Guastavisno, nos Estados Unidos ou pelo Engenheiro,
especialista em pontes, Robert Maillart, na Suíça.
103
Rafael Guastavino (1842-1908) foi um arquiteto valenciano que se radicou nos Estados Unidos.
Fundador da empresa The R. Guastavino Company, responsável pela construção de mais de 1000
edifícios até 1962, utilizando a técnica da abobada em cerâmica e argamassa.
104
Jiménez Torrecillas, 1996, p. 33.
47
Para Eladio Dieste o caminho foi diferente. Sem perder o sentido tradicional
das experiências anteriores, queria aliar a cerâmica armada (tijolo + ferro +
argamassa) com a forma móvel para obter um método mais eficaz para as abóbadas
já construídas por ele em concreto quando trabalhava para a empresa Christiane e
Nielsen.

Figura 42 – Estação de metrô City Hall em Nova Iorque, de 1904, é considerada um


dos projetos mais espetaculares de Guastavino.

Foto: (MICHAEL FREEMAN, 2013).

O método construtivo desenvolvido pelo engenheiro uruguaio tem muito a ver


com os tradicionais, mas sem ser uma cópia. Para a artista plástica Olimpia Torres,
“Eladio tinha uma grande admiração pelas construções da Idade Média, como as
catedrais, onde cada um levava sua pedra e a colocava ali. Ele queria fazer isso
aqui, tijolo por tijolo.”105
O material utilizado, tijolo, nas abóbadas foi para Dieste “algo totalmente
natural”106, ele justifica a implantação deste material porque prefere utilizar os
materiais da “minha terra”, a saber, o tijolo de barro (Figura 43) em contraposição
aos materiais estrangeiros que não se adequam ao clima sul-americano como, por
exemplo, a pele de vidro. Considerando que o Uruguai possui a mesma latitude do
Marrocos e não a de países como a Alemanha ou Finlândia onde são utilizados

105
El Pais Cultural Especial Dieste, 2004, p. 5.
106
ELARQA 15, 1995, p. 14.
48
grandes planos de vidro; se estes fossem utilizadas na realidade construtiva sul-
americana deveríamos gastar muito em climatização nas edificações e esquecer a
“economia cósmica” defendida por Dieste.107

Figura 43 – Dimensões do tijolo de barro.

As dimensões são muito variáveis e x pode assumir valores de 20 a 40cm.


Fonte: (Autor, 2016).

Ou também por que Eladio Dieste começou a estudar e utilizar o tijolo,


descobrindo possibilidades ilimitadas de aplicação na construção civil, estas eram
pouco exploradas pela técnica moderna. Quando o tijolo era aplicado
estruturalmente na construção não era bem solucionado.108
Por este motivo o engenheiro descreve109 as propriedades do tijolo e as
justificativas para a utilização do mesmo nas coberturas, já que o tijolo possuía uma
excelente resistência mecânica; leveza a partir da utilização de terra cozida na
fabricação; mesma resistência que o concreto; bom envelhecimento; os defeitos e
desgastes são menos notados que no concreto; bom isolante térmico e acústico;
capacidade de regulação “natural” da humidade ambiente; capacidade de irradiar
menos calor no verão e perda do mesmo no inverno que o concreto; baixo custo de
fabricação do produto e baixo custo na fabricação da estrutura em cerâmica,
comparado com outros materiais, a saber, o concreto.
Para Dieste, “saber que algo pode ser feito e como, é o primeiro e maior
passo”110; e assim virá a teoria e um cálculo preciso. Para Grompone:

107
Disponível em: <http://armandooliveira.blogspot.com.uy/2011/11/líneas-deresistencia-su-alumno-
y.html>. Acesso em: 11 jan. 2016.
108
Jiménez Torrecillas, 1996, p. 27.
109
Dieste, 2011. p. 66-68.
110
Dieste, 1982, p. 57.
49
El tema del pandeo de los arcos de catenaria y de las bóvedas de cerámica
armada ocupó durante mucho tiempo a Dieste. Hacia 1963 la respuesta que
daba era experimental pura: carga de la bóveda o construcción de un arco
experimental. Recién hacia 1970 el problema estuvo técnicamente resuelto.
El problema del pandeo es atacable por diversos caminos y todos ellos
111
fueron transitados por Dieste.

Na cerâmica armada, parte dos esforços de flexão é absorvida pela colocação


de armaduras mínimas de aço nas juntas entre tijolos, para ajudar a combater o
problema da fissuração.
As principais estruturas realizadas por Eladio Dieste em cerâmica armada
foram às abóbadas de dupla curvatura; abóbadas autoportantes; paredes de
superfície regrada e lajes plissadas. Considerando a primeira utilização da cerâmica
armada de tijolo pelo engenheiro na cobertura da residência Berlinghieri, em
parceria com o Arq. Antonio Bonet.
Sobre a invenção realizada por Dieste, o arquiteto Mariano Arana112 exalta a
capacidade do engenheiro em possuir as condições de permanecer como um fato
curioso sem consequências ulteriores e de visualizar as possibilidades técnicas,
utilitárias e expressivas com uma mente predisposta a análises rigorosas e
metódicas das técnicas a serem desenvolvidas. 113
Complementado por Yopanan Rebello114 como um engenheiro estrutural que
soube, com arte, bom gosto e conhecimento técnico adquirido, explorar as
possibilidades da dobra nas construções. Mas não a dobra de lâminas maciças e
continuas em concreto; e sim pela ligação “quase mágica” de tijolos que parecem
flutuar na cobertura das edificações.115
O legado de obras construídas que Eladio Dieste nos deixou é muito grande,
algumas obras desconhecidas ainda por várias partes do mundo. Considerado por
muitos arquitetos como o “maestro de la arquitectura”116 o engenheiro, segundo
registro oficial da empresa Dieste & Montañez S.A, tem obras no Uruguai (160

111
Grompone, 2011, p. 23.
112
O arquiteto Mariano Arana é formado pela UdelaR em 1961, destacado teórico com inúmeros
livros sobre arquitetura e política. Foi presidente da Comissão de Patrimônio Histórico, Artístico e
Cultural da Nação (1985-1989), prefeito de Montevidéu durante dois mandatos (1994-1999 e 2000-
2005) e Ministro de Moradia no período de 2005-2011.
113
Jiménez, 1996, p. 9.
114
Professor de Graduação e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade São
Judas Tadeu (USTJ).
115
Rebello, 2009, p. 21.
116
Grompone, 2011, p. 17.
50
obras)117, Brasil (27 obras), Argentina (43 obras) e Espanha (6 obras), no entanto
segundo Ciro Caraballo, representante da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, - acrônimo de United Nations
Educational, Scientific and Cultural Organization), considera-se que, da herança
deixada por Dieste no Uruguai, 10% de suas obras já não existem, 5% estão em
vias de destruição (Figura 44) e apenas uma obra, o depósito no porto de
Montevidéu, está habilitada para receber a visita de turistas118.
Dados estes que reafirmam o descaso que as autoridades e os uruguaios têm
com as obras do engenheiro, já afirmado por Enrique Beltran, em artigo publicado no
jornal EL PAIS, por enquanto que os uruguaios veem com certa indiferença as
construções em cerâmica armada de Eladio Dieste, já os estrangeiros de diversas
partes do mundo visitam as obras para admirar com “devoção quase religiosa.” 119
Assim também como as obras do Eng. Civil e Arq. Pier Luigi Nervi 120 ou o Arq.
Felix Candela121 formam consideradas referência na forma, no estilo, materiais e na
construção das estruturas através de sistemas orgânicos o Eng. Civil Eladio Dieste
não foi diferente. Conseguiu inovar com estruturas ousadas, com formas leves e
magníficas, e colocou o tijolo, um elemento comum e simples como principal
protagonista, com a ajuda da luz e da curva, de suas obras a ponto de ser
considerado “El señor de lós ladrillos” pelo arquiteto espanhol Carlos Clemente. O
ano de 2005 foi considerado pelo Museu de Arte Moderna de Nova York, a
Universidade de Princenton e o MIT de Massachussets, como “o ano Eladio Dieste”.
Atualmente está sendo feito um levantamento, catalogação e avaliação das obras
nacionais e internacionais para tornà-las patrimônio da humanidade pela UNESCO
em 2017, ano do centenário do nascimento de Dieste.

117
Sem considerar as 228 escolas construídas. Num projeto para construção em serie por todo o
território uruguaio, explicado melhor nos próximos capítulos.
118
Dados publicados no artigo “Varias obras de Dieste está en riesgo”. Disponível em:
<http://www.elpais.com.uy/informacion/varias-obras-eladio-dieste-riesgo.html>. Acesso em: 25 set.
2014.
119
Beltran, 2006. Desde el recodo Sublevante. Disponível em:
<http://servicios.elpais.com.uy/06/09/02/pnacio_235056.asp>. Acesso em: 8 out. 2014.
120
Arquiteto e engenheiro civil, cujas inovações técnicas, sobre tudo com a construção do concreto
armado, fizeram possível a solução elegante e expressiva para problemas complexos estruturais.
Nasceu em Sondrio (Itália) em 21 de junho de 1891, estudou na Escola de Engenharia de Bolonha.
Dentre as principais obras estão o Estádio Giovanni Berta (1932), Edifício da UNESCO (1953),
Palazzetto dello Sport (1960). (CHÃO, Enrique. 2005, p. 32).
121
Felix Candela nasceu em Madri em 1910 e estudou na Escola de Arquitetura dessa cidade entre
1927 e 1935 [...]. Entre as principais obras destacam-se a Igreja da Virgem da Medalha Milagrosa
(1953), Palácio dos Esportes (1968) e o Pavilhão de Raios Cósmicos (1951). (RUIZ, Juan Ignacio,
1997, p. 2).
51
Figura 44 – Base de silos abandonados e desconhecidos até 2014.

Foto: (CARABALLO, 2014).

Sobre o processo para tornar as obras de Eladio Dieste Patrimônio da


Humanidade, o arquiteto Ciro Caraballo (Figura 45), responsável e representante da
UNESCO afirma que:

Sin embargo, hay otro caso en la Lista Indicativa, «La obra del ingeniero
Eladio Dieste», propuesta que pareciera, en principio, no tener mayores
obstáculos conceptuales y administrativos, como sí los presentan los casos
anteriormente mencionados. Algunas de las edificaciones que soportan esta
propuesta son nacional e internacionalmente conocidas y altamente
valoradas, como las iglesias del Cristo Obrero, en Estación Atlántida, y la de
San Pedro, en Durazno. De hecho ya cuentan con una declaratoria
nacional. La oficina Dieste y Montañez aún existe, lo que supondría la
seguridad de contar con material documental primario, sumado a la amplia
bibliografía y estudios que permitirían sostener el discurso de valoración
internacional.
Todo eso es cierto, hasta que se comienza a rascar la superficie de la
propuesta de inscribir la obra de Dieste. No hay un inventario confiable y
menos aún actualizado en cuanto al estado de conservación de la obra.
Muchos galpones con bóvedas y tanques elevados cargan la duda de la
autoría. Muchas edificaciones carecen por completo de mantenimiento, han
caído en el olvido; y otras tienen fuertes intervenciones que descalifican su
valor patrimonial. A pesar de lo cercano de su tiempo, al menos dos de
estas obras, bastante significativas, fueron demolidas. Si bien la oficina
Dieste y Montañez custodia un impresionante archivo, no solo de planos
sino de administración de obras, este hasta ahora carece de índice de
clasificación, de condiciones adecuadas de conservación, de criterios de
consulta y por ello, aún no ha sido estudiado en su integralidad. La
Comisión del Patrimonio de la Nación igualmente se ve limitada en su
acción de protección, pues la ley actual obliga a la expropiación si el
propietario del bien así lo reclama. [...] La comunidad reconoce a Dieste
gracias a un programa nacional de patrimonio del 2006, pero nadie entiende
cuál es la importancia de su obra, más allá de lo llamativo del ladrillo como
material protagonista. La mayor parte de no está señalizada, ni está
indicado su acceso y menos aún las posibles condiciones y limitaciones
122
para una visita.

122
Caraballo, 2015, p. 249.
52
Figura 45 – Ciro Caraballo (segundo da esquerda para a direita) junto com
representantes nacionais em visita a obra de Eladio Dieste.

Fonte: (FLORIDA AL DÍA, 2015).

Portanto, dos mais de 220.000 m² construídos em cerâmica armada de tijolos,


poucos conhecem e valorizam na totalidade a obra do escritório Dieste & Montañez
S.A e reconhecem sua essência. Muitos, apenas se lembram dos 1.350,00 m² que
as Igrejas de Atlântida e Durazno possuem, ou pelos jogos de luzes, sombras,
paredes curvas, do tijolo ou grandes balanços que parecem desafiar a gravidade.
Mas devemos olhar, estudar e entender a capacidade de Dieste na renovação,
desenvolvimento, estudo e posta em prática de um sistema construtivo que se
adaptou a uma realidade local sem muito desenvolvimento, em total contraposição
das propostas industrializadas do modernismo. Sistema este que procura o
artesanal da mão-de-obra, que torna necessário criar equipamentos para se
desenvolver e viabilizou a construção das obras sem uma mão-de-obra
especializada, com um baixo custo final e em um curto período de tempo.

4.3.1 Abóbadas Gausas ou de Dupla Curvatura

Para Eladio Dieste a concepção da abóbada Gausa começou com:

53
A primeira casca de tijolo que construímos [...] era uma lâmina cilíndrica que
descarregava na viga de concreto; os empuxos resistiam com tensores de
ferro comum. Já então vimos alguns feitos essenciais que formavam uma
imagem que foi o fio condutor da evolução de uma técnica e uma forma,
123
cujo resultado final são as abóbadas gausas.

Com a necessidade de cobrir vãos maiores que os já realizados, a saber, na


casa Berlinghieri (6m de vão) o Engenheiro Civil Eladio Dieste incorpora na
geometria da cobertura as ondulações para aumentar a rigidez da abóbada,
trabalhar apenas em compressão e combater melhor os problemas ocasionados
pelos esforços de flexão. A abóbada Gausa (também conhecida como Abóbada de
dupla curvatura) faz referência ao matemático Carl Friedrich Gauss124 (1777-1855)
– principalmente pela curva de Gauss (Figura 46) – e é utilizada por Dieste para
cobrir vãos maiores que 20 metros, para inserir a iluminação natural zenital no
edifício e onde não é possível ou o engenheiro não queria utilizar apoios centrais,
principalmente em indústrias, igrejas, ginásios e armazéns.
Este sistema construtivo é composto por uma casca de tijolos125 armados e
recobertos por uma argamassa de cimento e areia (Figuras 47 e 48). No desenho da
cobertura distribui-se uma curva catenária de corda fixa e flecha variável, contida no
plano vertical móvel que se traslada, de modo que o começo da catenária percorram
duas retas paralelas entre si. Portanto, o peso próprio da abóbada não provoca
tensões de tração e, quanto maior o vão a cobrir, menor a flecha necessária.

123
Dieste, 2011, p. 68.
124
Cientista alemão, Carl Friedrich Gauss nasceu em Brunswich, na Alemanha e morreu em
Göttingen, na Alemanha. Estudou na Universidade de Göttingen de 1795 a 1798, onde passou a
ensinar Matemática a partir de 1807, sendo ao mesmo tempo diretor do Observatório Astronômico
pertencente àquela Instituição. Gauss dedicou-se à matemática, à astronomia, à geodésica, à física-
matemática e à geometria. O seu nome consta de numerosos resultados obtidos nos domínios da
astronomia, da física e da matemática. Nestas áreas, Gauss demonstrou a denominada lei
fundamental da álgebra, o método dos mínimos quadrados, as coordenadas de Gauss, a curva de
Gauss, o método de eliminação de Gauss e o plano de Gauss.
125
Nas abóbadas de dupla curvatura é utilizado os tijolos ocos ou abobadilhas cerâmicas com
exceção na cobertura da Igreja Cristo Obreiro de Atlântida onde foi utilizado o tijolo maciço.
54
Figura 46 – Curva de Gauss.

Fonte: (UFRRJ, 2016).

A estrutura da cobertura obtida pela utilização da abóbada de dupla curvatura


pode ser dividida em duas tipologias (Figura 49): as contínuas e as descontínuas. A
diferença entre as abóbadas Gausas contínua (anteriormente descritas) e a
descontínua é a possibilidade, nesta última, de uma entrada de luz natural na parte
superior do edifício (fechadas com esquadrias metálicas e vidro) alcançada através
da liberação de uma seção transversal da abóbada e unindo o restante; outra
diferença é a flecha das abóbadas, na descontínua é maior porque se torna
necessária uma maior rigidez, já que funcionam independente uma das outras e o
engaste entre si é próximo aos apoios.
Para tentar evitar um sistema complexo de apoios nas extremidades das
abóbadas, Eladio Dieste propõe uma correção na amplitude de onda da abóbada
para que esta finalize numa linha reta e seja engastada em vigas de concerto
encarregadas de levar o empuxo na horizontal pela ação do peso até os pilares em
concerto ou paredes de dupla curvatura em tijolos. No caso da utilização de vigas
em concreto armado, na maioria das vezes, funcionam como calhas para coleta da
água da chuva.

55
Figuras 47 e 48 – Abóbada gausa. Composição por etapas, à esquerda, e abóbada
construída, à direita.

Fonte: (CONSTRUCCIÓN 3, FARQ, p. 18 e 21), respectivamente, ambas as imagens.

Figura 49 – Tipologias de abóbadas gausas; contínuas, acima, e descontínuas,


abaixo.

Fonte: (TORRECILLAS, 1997, p. 44).

56
Com o intuito de absorver os empuxos horizontais produzidos pelos esforços
das abóbadas são utilizados tensores126 de aço na horizontal. No entanto, para não
interferir na estética da abóbada os tensores são utilizados para “[...] canalização
elétrica, de vapor ou ar comprimido [...]”127 nas edificações (Figura 50).

Figura 50 – Ginásio de Artigas.

Tensores são utilizados, além da função estrutural, para locar a iluminação e sustentar as redes de
proteção.
Fonte: (AUTOR, 2015).

Com a composição da estrutura obtém-se uma lâmina de dupla curvatura com


ondulação e rigidez necessária para suportar as cargas, onde o único elemento que
necesita enrijecer é a argamassa das juntas (correspondem apenas a 2% do total da
cobertura), e não é necessário esperar a argamassa secar para retirar a forma da
estrutura. Isto permite desenformar em apenas três horas para abóbadas de 15m de
vão e 14 horas para uma abóbada com vão de 50m, o que possibilita a utilização da
forma móvel em sucessivas vezes com a ajuda de macacos hidráulicos para subir e
descer e trilhos permitindo movimentar na horizontal a forma, executada em madeira
ou ferro (Figuras 51).

126
Nas Igrejas os tensores ficam escondidos dentro da abóbada.
127
Dieste, 2011, p. 78.
57
Figura 51 – Depósito Julio Herrera y Obes.

Forma móvel em ferro, à esquerda, e obra finalizada, à direita.


Fonte: (REVISTA DPA, 1999, p. 19-20), respectivamente.

Figura 52 – Interior do depósito Julio Herrera y Obes.

Fonte: (ANDREA SELLANES, 2006).

Uma variação da abóbada de dupla curvatura contínua é a utilização na


cobertura de celeiros para sementes. Este tipo de variação tomam características
próprias, sendo as abóbadas apoiadas diretamente no solo sem a utilização de vigas
ou pilares, deste modo as cargas são descarregadas diretamente nas estacas feitas
em concreto para solo argiloso ou metálicas para solo rochoso; a flecha utilizada é
maior128 (Figura 53); as paredes de cerâmica armada estão desenhadas para
suportar empuxos horizontais produzidos pelo material a ser estocado e a base

128
A flecha utilizada no celeiro para a cidade de Young chega a ter 27m para cobrir um vão de 30m.
58
destes celeiros encontra-se soterrada com a construção de duas paredes inclinadas
em concreto em forma de funil para ajudar a retirar o produto de dentro do mesmo.

Figura 53 – Silo de Young (1978).

Fonte: (WALTER CASTELLI, 2015).

Este sistema construtivo com abóbadas gausas auxilia e fundamenta o


conceito de “economia cósmica” defendida por Eladio Dieste já que em comparação
com as lâminas em concreto armado a cerâmica torna-se mais vantajosa, seja pelo
peso mais leve, na utilização de formas mais simples e pela rapidez na retirada das
formas, dando mobilidade a obra.
São as reflexões de Eladio Dieste que dão sentido e justificativa ao desenho
das abóbadas gausas:

[...] Más de una vez me he encontrado con una sorpresa, entre incrédula y
divertida, acerca del hecho de que hayamos construido grandes estructuras
laminares de ladrillo, como pareciendo suponer que se trata de una manía
personal, intransferible y perecedera, por la supuesta complejidad de las
técnicas y los métodos de cálculo empleados, y por el hecho de que la
inevitable evolución hacia una civilización industrial de alta tecnología
barrerá con los vestigios de técnicas que se suponen superadas... Sería
tonto negar que detrás de cada solución hay una ingente suma de trabajo
técnico, pero no es el que se supone sino otro, a la vez más difícil y más
fácil, en el que la forma pensada, los métodos de cálculo, la técnica de
ejecución y el diseño de los equipos necesarios, están íntimamente
relacionados, requiriendo todo el proceso, más que una gran complejidad
analítica, una especie de fidelidad vigilante a los fundamentos de la
129
mecánica teórica y de la resistencia de materiales [...].

129
Brufau, Robert. Las bóvedas gausas, Revista Dpa, 1999, p. 23-24.
59
Os fundamentos básicos das Abóbadas Gausas130 são estabelecidos a partir
das palavras de Eladio Dieste (2011, p. 68-69) como:
1. O elemento tijolo-argamassa-ferro comporta-se como uma unidade
estruturalmente viável. Este foi o feito básico para viabilizar a estrutura.
2. Escolhemos como diretriz a catenária, logo o peso produz compressão
simples; e esta compressão possibilita que a estrutura resista a esforços
de flexão. Essa capacidade aumenta se consideramos um “mínimo
construtivo” de armadura.
3. As tensões de compressão devidas ao peso próprio são independentes da
seção, já que a força direta é proporcional ao peso por unidade do
desenvolvimento, ou seja, a seção. Estas tensões são baixas: numa
abóbada de 100m de vão e 10m de flecha de compressão é de 27Kg/cm²
supondo um peso especifico médio de 2 toneladas/m³.
4. A armadura mínima assegura que importante longitude da casca
(amplamente suficiente para assegurar tensões admissíveis com hipóteses
simples de cálculo) reage como uma unidade elástica ante cargas
concentradas.
5. O material das juntas é o único que necessita endurecer. Sendo que o
endurecimento da mistura faz com que a argamassa adiquiera
rapidamente uma resistência que, mesmo pequena, pode ser suficiente,
intui-se rapidamente que, para desmoldar a abóbada, não é necessário
esperar pelo endurecimento final da argamassa. Isso foi confirmado por
ensaios, não só para pequenas abóbadas, como também para grandes
estruturas.
No anexo 2 estão listadas algumas obras realizadas por Eladio Dieste nesta
tipologia construtiva.

3.3.2 Abóbadas/cascas autoportantes

Para o Eng. Civil Eladio Dieste a concepção das cascas autoportantes nasce
como:

130
Dieste, 2011, p. 68-69.
60
Una teoría nace para dar forma a una intuición o para comprender un hecho
no explicado. Al principio burda, se va precisando y enriqueciendo, ganando
en generalidad, hasta llegar a una forma en que sus orígenes, generalmente
humildes, se olvidan, y sus consecuencias aparecen así como
independientes de todos los supuestos, tácitos, o en su momento expresos,
presentes en el proceso que le dio nacimiento. [...] Este ha sido el caso de
131
las cascas.

Se estudarmos a origem e história das abóbadas autoportantes podemos


comprovar que, quase sempre, era utilizado uma diretriz elíptica ou circular. A
evolução na técnica procede na inserção da diretriz catenária e a retirada dos
tímpanos, assim como também nos cálculos estruturais, onde eram utilizadas
diretrizes que diminuíam os empuxos, empregando uma tangente vertical no
arranque da abóbada. Mas para o Eng. Civil Eladio Dieste esta evolução nas
estruturas é ainda maior:

Las [abóbadas] actuales proceden de las que se empezó a construir en


Alemania, en la década de 20, de directriz elíptica o circular con tímpanos
muy rígidos.
Estas cascaras, al principio, eran calculadas “como primera aproximación”,
132
con la teoría de la membrana [...]. Para las cascaras [autoportantes] no
puede ser considerada la teoría membranal, ni cálculos por aproximación.
133

Figura 54 – Tipologia e evolução da abóbada autoportante.

a) abóbada entre paredes laterais; b) abóbada entre os tímpanos e c) abóbada independente, sem
paredes e sem tímpanos.
Fonte: (STANFORD, 2004, p. 141).

131
Marín, 2000, p. 631.
132
A teoria “membranal” supõe que a casca é uma membrana que apenas suporta as cargas
segundo sua superfície; baixo a ação de um sistema qualquer de forças, ela tomara a forma
necessária para que só existam esforços deste tipo.
133
Dieste, 1985, p. 11.
61
As abóbadas autoportantes, divididas em simples ou pré-comprimidas,
realizadas por Eladio Dieste apresentam uma geometria mais simplificada que as
abóbadas gausas, anteriormente citadas. Porém, uma composição material similar;
uma lâmina delgada de tijolos maciços dispostos de forma que as juntas
longitudinais e transversais sejam contínuas, armaduras dispostas nas juntas,
argamassa, uma tela eletrossoldada para evitar fissuras e engaste para tensores se
fosse necessário134. O avanço construtivo alcançado através da concepção das
abóbadas autoportantes foi expressivo para o desenvolvimento na composição de
coberturas de pequenos e grandes vãos onde a iluminação zenital 135 não era
necessária ou poderia ser dada pelas laterais ou extremidades e era possível utilizar
pilares no interior do edifício.
No sistema estrutural das abóbadas autoportantes a ação de compressão é
exercida transversalmente junto com a curva catenária, consigo, a casca tem uma
flecha maior se comparada às abóbadas gausas. Para suportar as cargas da
abóbada seria necessária uma viga no maior sentido, mas para Eladio Dieste “[...] ao
necessitar a viga, a casca não é autoportante”136 por isso que na composição a
abóbada funciona como uma viga, no entanto, para suportar os empuxos das
extremidades que empurram a casca “para fora” é colocada uma viga/laje em
concreto na horizontal com a mesma espessura que a abóbada para dar o sentido
de continuidade (Figura 55). A descrição da casca pode ser dada pelo exemplo de
uma cobertura conformada por uma sequência de abóbadas de diretriz catenária.
A forma móvel (Figura 67) para a construção da tipología de abóbada
autoportante simples, normalmente entre 3 e 5,50m de comprimento por cada casca,
poder correr ao longo de cmainhos paralelos as geratrizes. A abóbada é constituída
por 95% de material rígido, e apenas 5% de argamassa das juntas, esta deve secar
durante a retirada da forma móvel em questão de horas.
Na abóbada (Figura 56) com geratrizes dadas pelas letras A, B, C, D, E, F e
A`, B`, C`, D`, E`, F`; apoiadas sobre pilares e finalizadas nos extremos por uma laje

134
Em alguns casos é utilizada uma camada de isopor para conforto térmico do edifício e para
finalizar uma camada de tejuela.
135
Neste tipo de abóbadas Eladio Dieste utiliza, principalmente em residências, pequenas claraboias
para iluminar as circulações.
136
Dieste, 1985, p. 12.
62
horizontal ou pelo menos com elementos não verticais, que podem, ter seus apoios
na abóbada mesmo, na geratriz extrema, numa viga ou parede.
Ao longo das geratrizes AA`, BB`, CC`, DD`, EE`, FF`, são colocados reforços
capazes de suportar a carga vertical correspondente da abóbada, estas geratrizes
podem ser solucionadas como demonstrado na Figura 66. As vigas locadas nos
extremos são capazes de resistir, durante a construção, ao componente horizontal
dos empuxos e após finalizada a construção, ajuda a fixar as extremidades, a saber,
AA` e FF`. Para completar o sistema estrutural devem-se construir pilares nos
extremos de cada vale e colocar tensores ou contrafortes capazes de absorver os
empuxos por consequência das reações das vigas/lajes horizontais extremas no
período da construção da abóbada e das reações do complexo abóbada/viga no
conjunto definitivo.137

Figura 55 – Residência Dieste.

As abóbadas na parte externa da casa e os filhos de Dieste.


Fonte: (Caraballo, 2015).

A forma móvel (Figura 67) para a construção da tipologia de abóbada


autoportante simples, normalmente entre 3 e 5,50m de comprimento por cada casca,
podem correr ao longo de caminhos paralelos as geratrizes. A abóbada é constituída
por 95% de material rígido, e apenas 5% de argamassa das juntas, esta deve secar
durante a retirada da forma móvel em questão de horas.

137
Dieste, 1985, p.12.
63
Figura 56 – Esquema de uma abóbada autoportante: Perspectiva e corte
esquemático.

Fonte: (DIESTE, 1985, p. 12).

Figura 57 – Detalhes desenhados por Eladio Dieste dos vales e vigas-lajes dos
extremos das abóbadas autoportantes para amarrações.

Fonte: (TORRECILLAS, 1997, p. 91).

64
Figura 58 – Construção da abóboda simples no CEASA/RS.

Forma móvel, à esquerda, e guias para colocação do tijolo onde posteriormente foi a ferragem das
juntas, à direita.
Fonte: (CANEZ, 2004, p. 161), ambas as imagens.

Figura 59 - Rodoviária de Salto (1974).

Foto: (Pedro Bustamante, 2010; Silvia Montero, 2006).

65
Figura 60 – Eladio Dieste admirando a cobertura para a Agroindústria Massaro
(1976-80).

Fonte: (FITZ, 2015, p. 110).

No sistema de abóbadas autoportantes pré-comprimidas a estrutura trabalha


como uma unidade estrutural e requer a diferença das cascas simples, a concepção
total antes que as fôrmas sejam retiradas138.
Para desenvolver esta variação tipológica, Eladio Dieste conclui que a seção
compreendida entre as ligações de duas abóbadas consecutivas pode ser calculada
como uma viga, exceto para a abóbada extrema, nesta será considerada uma viga
de seção diferente, com a ligação da última casca com a viga/laje horizontal
contígua.
Um exemplo desta tipologia e das “vigas-gaviota” (Figura 61 e 62) (duas
meias cascas trabalhando como viga) realizada inicialmente para a cobertura do
posto de gasolina de Barbieri e Leggire (1976) em Salto ou o Ginásio São Agustín
(1979) onde foi utilizada uma grande abóbada autoportante pré-comprimida
continuada por uma laje horizontal.

138
Considerando que a abóbada deve ser constituída na sua totalidade antes de retirar a forma
móvel, temos consigo um encarecimento da construção se comparado as outras tipologias (gausas
ou autoportantes simples). Devido às formas serem constituídas em madeira, e estas serem utilizadas
em outros trabalhos, existe uma amortização do custo da obra.
66
Figura 61 e 62 – As "asas de gaivota".

Na entrada da cidade de Salto, a esquerda, conhecida como Porta da sabedoria, em homenagem ao


Engenheiro. Na direita temos a estrutura na localização original, como cobertura para o posto de
combustível Barbieri e Legire, construído em 1976.
Fonte: (WIKIMEDIA, 2005; STANFORD, 2004, p. 106), respectivamente.

Sobre o sistema de pré-compressão dos cabos de aço (Figuras 63 e 64)


Dieste afirma que:

Los métodos corrientes de precompresión no se adaptan a estas


estructuras; las dimensiones de las piezas de anclaje no pueden alojarse en
los espesores disponibles por la extrema esbeltez de la cáscara. Hubo,
pues, que pensar para ellas nuevos métodos de precompresión, que
explicamos a continuación someramente.
Para precomprimir los valles, en vez de andar en un extremo y tirar del otro,
como se hace en todos los sistemas conocidos, anclamos en los extremos y
tiramos en el medio. Cada cable está formado por un número par de
alambres y cada alambre se ancla en un extremo, va hasta el medio, rodea
una pieza apropiada y vuelve a anclarse en el mismo extremo. El mismo
número de alambres se ancla en el otro extremo rodeando a otra pieza
análoga a la anterior. Estas piezas son separadas por un gato hidráulico lo
necesario para que el cable lleve la fuerza que indica el cálculo,
manteniéndose la tensión mediante un taco interpuesto entre las piezas.
Para precomprimir los volados, se anclan en la carpeta cables inicialmente
paralelos que se ponen en tensión por pinzado. También por pinzado se
precomprime la zona de mayores cortantes.
Este tipo de cubierta es muy flexible como elemento de composición
arquitectónica. Puede, por ejemplo, techarse con cáscaras la mayor parte
del área a cubrir, usando losas planas (que pueden ser muy grandes y
cargar en la falda de la bóveda sin necesidad de otro elemento resistente
que la bóveda misma) para aquellas partes de la planta que no se ajusten al
139
paralelismo que impone la sucesión de bóvedas.

139
Jiménez, 1996, p. 100.
67
Figuras 63 e 64 – Cabos de aço que absorvem os momentos fletores, à esquerda, e
a protensão dos mesmos por meio de macaco hidráulico idealizado por Eladio
Dieste, à direita.

Fonte: (CANEZ, 2004, p. 161).

Aproveitando as características construtivas das abóbadas autoportante,


Eladio Dieste, utilizará esta tipologia para cobrir os projetos residências que realizou,
a saber, na casa Saúl Dieste (1957), casa da família Dieste (1961), residência
Gomez Gotuzzo (1967), entre outras que serão analisadas nos capítulos posteriores.
No anexo 3 estão listadas algumas obras realizadas por Eladio Dieste nesta
tipologia construtiva.

4.3.3 Lâminas Plissadas

Las paredes y cubiertas de delgadas superficies regladas y plegadas de


Dieste, son de tal esbeltez, que nunca antes se habían podido conseguir
con materiales tradicionales, lo que logra con su ingenio y destreza
constructiva, contrastando enormemente con la arquitectura de sus
contemporáneos (Le Corbusier y Candela, entre otros), hecha con hormigón
armado. Las edificaciones de Dieste pueden considerarse como un
manifiesto adelantado de la Arquitectura Sostenible, por su eficacia en el
140
empleo de la materia.

Entre as tipologias construtivas desenvolvidas por Eladio Dieste em cerâmica


armada em tijolo estão as lâminas plissadas, pouco conhecidas e raramente são
consideradas como característica do seu legado. Esta técnica foi utilizada pelo
engenheiro em cinco de suas obras, a saber, a reforma da casa de veraneio (1967)
140
Mas; Adell, 2005, p. 13.
68
da família Dieste em La Pedrera141/UY; a Igreja de São Pedro (1969-1971) em
Durazno/UY; a cobertura da fábrica de Cosméticos Memphis142 (1976); a cobertura
do restaurante (1968-1969) para o CEASA/RS, estas duas últimas em Porto
Alegre/RS e a Igreja Nossa Senhora do Rosário (Figuras 65 e 66) (1995-1997) em
Mejorada del Campo/Espanha.

Figuras 65 e 66 – Lâminas diédricas na Igreja Nossa Senhora do Rosário: visita de


Eladio Dieste a obra, à esquerda, e imagem interna da nave, à direita.

Fonte: (Lavila Arquitectos, 1995 e 1996), respectivamente, ambas as imagens.

No memorial descritivo143 realizado para a Igreja de São Pedro, a mais


conhecida obra desta tipologia construtiva, Eladio Dieste fala o porquê adota este
sistema construtivo e faz umas das poucas referências que se tem sobre à casa de
veraneio da família Dieste, segundo ele:

La fachada y el atrio, en que se revelaba el plan basilical interior, y que se


integraban al modesto entorno pueblerino que a todos nos es tan familiar,
me insinuaron la solución elegida, sobre cuyo aspecto estructural, la lámina
plegada, había hecho experiencias por ese tiempo en la construcción de
144
una pequeña vivienda.[…]

141
La Pedrera é um balneário em Rocha/UY localizado sobre o oceano Atlântico, a 230Km de
Montevidéu. Este balneário era o preferido por Eladio Dieste para passar as férias e, segundo a
história, foi neste local que desembarcou o avô do Engenheiro em 1870.
142
O projeto arquitetônico foi realizado pelos arquitetos Cláudio Luiz Gomes de Araújo e Cláudia
Obino Correa.
143
Dieste, 2011, p. 92.
144
Dieste, 2011, p. 92.
69
A pequena moradia que Dieste faz referência é a própria casa de veraneio da
família Dieste no balneário La Pedrera (Figura 67). A residência entra para as obras
realizadas em lâminas plissadas após a reforma, realizada pelo engenheiro, em
1967. Considera-se esta a primeira obra a utilizar a técnica do plissado em cerâmica
armada de tijolo já que o engenheiro tinha utilizado a técnica na cobertura do ginásio
para a Casa do Estudante Universitário (1959) junto com os Arq. Justino Serralta e
Carlos Clémot, mas, neste caso, o material construtivo da cobertura era o concreto
armado.

Figura 67 – Casa de veraneio em La Pedrera (estado atual).

Fonte: (Google Street View, 2016), editado pelo autor.

Segundo Jorge Nudelman, assim como a casa do engenheiro em Montevidéu


serviu de laboratório das abóbadas autoportantes, a casa de veraneio 145 também se
tornou o molde experimental para a nova forma de aplicar a cerâmica armada em
tijolo: as lâminas plissadas. Neste caso a lâmina plissada correspondente a laje da
cobertura e possui apenas 7,5cm de espessura, sendo 5,5cm ao tijolo e 2,0cm a
argamassa impermeável.146
A experimentação da técnica do plissado em concreto armado junto a Serralta
e Clémot e em cerâmica armada em tijolo na casa de veraneio do próprio
engenheiro trouxe um vasto conhecimento necessário para desenvolver e aprimorar

145
A casa construída, provavelmente no final do século XIX e começo do século XX, está situada
num terreno de 11,50mx14,70m sobre a Rua Palmares de Rocha. Com a reforma, Dieste mantém as
paredes internas e dispões um pátio interno de 6,50mx 6,50m para onde todas as peças da casa dão
acesso.
146
Nudelman, 2004, p. 39.
70
a técnica das lâminas plissadas em cerâmica armada em tijolo e poder utilizar tanto
em planos horizontal como vertical nas construções, a saber, de forma magnífica na
Igreja de São Pedro, considerada uma das mais completas obras do engenheiro
(Figuras 68 e 69).

Figuras 68 e 69 – Interior da Igreja de São Pedro: Vista do altar, à esquerda, e vista


do acesso, à direita.

Fonte: (AUTOR, 2015), ambas as imagens.

As lâminas plissadas como sistema estrutural são caracterizadas por resistir


pela própria forma e podem adquirir diversos formatos e utilidades, tanto em planos
horizontais como verticais.
Existem diversos tipos de lâminas plissadas que podem se enquadrar numa
ampla variedade de aplicações estruturais, dentro das comumente utilizadas nas
construções de coberturas para edificações temos as diédricas (Figura 72) (de dois
planos), utilizada por Dieste na Igreja de São Pedro (Figura 70) e as poliédricas
(Figura 73) (múltiplos planos), utilizada pelo engenheiro na cobertura da Fábrica de
Cosméticos Memphis (Figuras 71, 74 e 75).

71
Figuras 70 e 71 – Lâminas Plissadas: Corte esquemático da Igreja e São Pedro, à
esquerda, e corte esquemático da fábrica de cosméticos Memphis, à direita.

Fonte: (TORRECILLAS, 1997, p. 174; MOACIR, 2000, p.113), respectivamente.

Estruturalmente as lâminas para coberturas podem ser estudadas de forma:


- Longitudinal como uma viga: o plissado faz com que a distribuição de
massa melhore, aumentando o momento de inércia da seção e consigo a
rigidez do sistema.
- Transversal como uma laje unidirecional que se apoia nas arestas.

Figura 72 – Tipologia de lâminas plissadas diédricas.

a) Tipo V; b) Tipo V com viga de borda; c) Tipo Ω ou W; d) Tipo Z ou Shed; e) Tipo Poligonal.
Fonte: (AUTOR, 2016).

72
Figura 73 – Tipologia de lâminas plissadas poliédricas.

a) Tipo Pirâmide; b) Tipo Pirâmide Truncada; c) Tipo Funil.


Fonte: (AUTOR, 2016).

Figuras 74 e 75 – Lâminas poliédricas plissadas na Fábrica Memphis: vista externa,


à esquerda, e vista Interna, à direita.

Fonte: (MOACIR, 2000, p. 107 e 114), ambas as imagens.

Para que o funcionamento da estrutura mantenha sua função ideal ela deverá
conservar a forma (Figura 76), isto acontece com a disposição de elementos de
borda, tímpanos ou elementos que assegurem a rigidez, a saber, vigas invertidas.
Esta solução de vigas invertidas para manter a rigidez foi empregada pelo
engenheiro para sustentar as lâminas plissadas da nave na Igreja de São Pedro. A

73
perda da forma geométrica da estrutura significaria a perda da capacidade
resistente.

Figura 76 – Elementos básicos característicos de uma lâmina plissada.

1) Lâminas Planas; 2) Diafragma ou Tímpano; 3) Elementos de borda; 4) Arestas; I1) Comprimento;


l2) Comprimento de onda ou módulo; ht) Altura do plissado; hv) Altura do elemento de borda; α)
Ângulo de inclinação.
Fonte: (AUTOR, 2015).

Para Heino Engel esse tipo de estrutura pode ser classificada como uma
superfície-ativa, ou seja, sua forma deve ser pensada como elemento estrutural, e
pode assumir os mais variados formatos. Segundo Engel:

Nas estruturas de superfície-ativa é fundamental uma forma adequada que


reoriente as forças atuantes, distribuindo-as, em pequenos esforços
unitários sobre a superfície. O desenvolvimento de uma forma adequada
para a superfície, desde os pontos de vista estrutural, utilitário e estético, é
147
um ato criativo: arte.

No anexo 4 estão listadas algumas obras realizadas por Eladio Dieste nesta
tipologia construtiva.

4.3.4 Paredes de Superficie Regrada

Las técnicas empleadas son una generalización de las ya usadas por


nosotros en otro tipo de edificios, fábricas, gimnasios, etc. La incorporación
de armadura y el uso de morteros convenientes vuelven estructuralmente
activo al material cerámico y hacen que sean posibles con él, y a bajo costo,

147
Engel, 1981, p. 149.
74
cosas que serían impracticables económicamente con el hormigón armado;
148
por ejemplo, las paredes onduladas de esta iglesia [Cristo Obreiro].

Até o momento analisamos os sistemas construtivos em cerâmica armada


desenvolvidos por Eladio Dieste para coberturas, tais como, abóbadas gausas,
autoportantes e lajes plissadas. No entanto, para fechamentos verticais o
engenheiro também inova de forma surpreendente e incorpora o sistema de paredes
regradas em cerâmica armada em alguns dos projetos.
Este tipo de sistema estrutural é composto, basicamente, por uma dupla
lâmina de tijolos armados dispostos tal qual uma forma conoidal, permitindo
variações quanto a suas geratrizes. Este sistema foi utilizado em cinco das obras
realizadas pelo engenheiro, a saber, na Igreja Cristo Obreiro (Figuras 77, 78 e 79)
(1960) em Canelones/UY, na Igreja Nossa Senhora de Lourdes149 (1968) em
Montevidéu/UY, no Centro Comercial Montevideo Shopping Center (1985) em
Montevidéu, no Centro Parroquial São João de Ávila (1993) em Alcalá de Henares e
na Igreja da Sagrada Família (1995) em Torrejón de Ardoz, estas duas últimas na
Espanha.

Figuras 77, 78 e 79 – Igreja Cristo Obreiro: começo das construções das paredes, à
esquerda, finalização das paredes, ao centro, e conclusão das paredes com viga de
amarração, à direita.

Fonte: (TORRECILLAS, 1997, p.154-155; ARQ. MARÍA SILVIA LÓPEZ, 2013), respectivamente.

148
Dieste, 2011, p. 110.
149
Do projeto realizado para o centro paroquial Nossa Senhora de Lourdes, por falta de recursos, foi
construído apenas uma parte da torre do altar da Igreja e a casa paroquial.
75
Sem esquecer o conceito de “economia cósmica” como parâmetro para
desenvolver o projeto das paredes, também podemos constatar nesta tipologia o
fator estético combinado com as curvas, luzes e sombras geradas. As composições
curvas das paredes nas obras de Eladio Dieste toma seu ápice nas igrejas,
anteriormente citadas, com a integração das paredes e das abóbadas de dupla
curvatura gerando um ambiente confortável e acolhedor para o fiel.
Sobre a composição entre planos verticais e horizontais, Eladio Dieste
comenta que para a Igreja de Atlantida (Figura 80):

[…] me encargaron, allá por el 52, “una bóveda” que, después de un


proceso realmente novelesco y divertido […] se transformó en la iglesia, a
un costo [sin contar mi trabajo que no cobré] igual al de un galpón. Hay que
tener en cuenta que era mi primera obra de “arquitectura”, y que tuve que
hacer con ella un duro aprendizaje por más que siempre me hubieran
preocupado mucho los problemas plásticos y su relación con lo constructivo,
150
y antes de esto las relaciones entre el arte, la sociedad y la vida.

Figura 80 – Interior da Igreja Cristo Obreiro.

Fonte: (SILVIA MONTERO, 2006).

Sobre este sistema construtivo realizado por Dieste e pela composição entre
planos das Igrejas existe uma associação com a obra de Antoni Gaudí151,152 para a

150
Jimènez, 1996, p. 153.
151
Antoni Gaudí (1852-1926) foi arquiteto e representante máximo do modernismo catalão. Entre as
obras mais conhecidas do arquiteto está a Igreja da Sagrada Família (1984-inacabada), a Casa Batlló
(1904) e a Casa Milá (1906), mais conhecida como “La Pedrera”.
76
Escola Provisória (Figura 81) da Igreja Sagrada Família em Barcelona/Espanha. A
relação entre os projetos fica apenas na semelhança da forma já que na obra do
arquiteto catalão as paredes são compostas por uma linha ondulada tanto na base
como na parte superior e o traçado é de acordo entre arco de circunferência, um
côncavo e outro convexo e segmentos de reta tangente aos dois.

Figura 81 – Escola Provisória da Igreja Sagrada Família.

Fonte: (WIKIPEDIA, 1909), editado pelo autor.

As superfícies regradas tomam três funções dentro do edifício, além da


função estética, anteriormente citada, também são delimitadores de espaço (interno-
externo) e são parte fundamental na composição estrutural da edificação.
Desde o ponto de vista do desenho geométrico, para tornar viável a
proposição de paredes regradas numa edificação, parte-se da proposição de que
estas superfícies são constituídas movimentando-se uma reta vertical entre uma
geratriz reta horizontal e outra geratriz horizontal senoidal. Desta concepção
estrutural existem três variações propostas por Dieste: a geratriz reta na base, na
altura do observador e nas duas extremidades das paredes com a geratriz horizontal
senoidal no meio.
A primeira variação da tipologia é utilizada na Igreja Cristo Obreiro e na Igreja
da Sagrada Família onde a geratriz horizontal reta está na base e a senoidal se
encontra na parte superior e centrada com relação à geratriz reta vertical (Figura
82).

152
Como referido anteriormente Eladio Dieste pode ter acesso a obra de Gaudí por meio do Pintor
Torres Garcia o qual trabalhou junto ao arquiteto catlão em 1903. Mas além disso, pode ter
conhecimento também do sistema tradicional catalão de abóbadas leves feitas com tijolo (sem
armadura de ferro)
77
Figura 82 – Geometria das superfícies regradas com a geratriz reta na base e
senoidal no topo. Perspectiva, à direita, e seção, à esquerda.

Fonte: (AUTOR, 2016).

Na segunda tipologia das paredes regradas a geratriz horizontal reta está


situada na altura do observador para, segundo Dieste, aumentar a perspectiva
desde a nave da Igreja em direção ao altar e as geratrizes senoidais estão nas
extremidades da parede (Figura 83). Está presente no projeto para a Igreja Nossa
Senhora de Lourdes e na Igreja de São João de Ávila (Figura 84).

Figura 83 – Geometria das superfícies regradas com a geratriz horizontal reta


intermediária. Perspectiva, à direita, e seção, à esquerda.

Fonte: (AUTOR, 2016).

78
Figura 84 – Interior da Igreja São João de Ávila.

Fonte: (AUTOR, 2016).

Para as duas variações citadas anteriormente, é utilizada uma viga em


concreto armado para coroamento153 das paredes regradas e funciona como apoio
para a cobertura em abóbada de dupla curvatura. Abóbada esta que termina de
forma horizontal, mas acompanhando em seus vales e cristas a geometria do muro
(Figura 85).
A terceira variação do sistema estrutural, e a mais difícil de executar, é onde a
geratriz horizontal reta está nas extremidades e a geratriz senoidal está localizada a
meia altura, no entanto, encontra-se deslocada lateralmente em relação ao eixo
(Figura 86). Está tipologia esta presente no projeto para o Centro Comercial
Montevideo Shopping Center (Figura 87).
A construção das paredes regradas é realizada com uma dupla camada de
tijolo separada. Com esta separação é obtida uma câmara onde é colocado concreto
a medida que a parede é elevada e onde ficam as armaduras, mínimas, em aço que
vão desde a base até a viga de coroamento. Para este tipo de parede é necessário

153
As vigas de coroamento do muro são encarregadas de absorver os empuxos horizontais das
abóbadas e canalizar esses esforços até os cabos de aço interno as paredes.
79
que o tijolo seja maciço e industrializado para obter uma uniformidade nas
dimensões, na resistência e na cor dos mesmos.

Figura 85 – Encontro entre as paredes regradas e as abóbadas de dupla curvatura


na Igreja Cristo Obreiro.

Fonte: (TORRECILLAS, 1997, p.156).

Figura 86 – Geometria das superfícies regradas com a geratriz horizontal reta nas
extremidades. Perspectiva, à direita, e seção, à esquerda.

Fonte: (Autor, 2016).

80
Figura 87 – Parede regrada no Shopping Montevidéu.

Fonte: (SHOPPING MONTEVIDEO, 1985).

No anexo 5 estão listadas algumas obras realizadas por Eladio Dieste nesta
tipologia construtiva.

4.3.5 Torres e Reservatórios

Com a mesma metodologia e procedimentos construtivos das abóbodas,


lâminas plissadas ou paredes regradas, Eladio Dieste projetou e construiu, dentro de
parâmetros formais e construtivos, estruturas verticais para torres de TV, tanques
d’água ou campanários.
Com uma vasta lista de obras de caráter industriais para as quais era
necessário implantar o reservatório superior de água, religiosas onde deveria ser
localizado o campanário e entre outras, fez com que Eladio Dieste pensasse,
projetasse e aplicasse estruturas verticais muito esbeltas, sem esquecer os
parâmetros e conceitos da “economia cósmica”, nas diversas obras do escritório.
Temos alguns exemplos no campanário para a Igreja Cristo Obreiro com 18 metros
de altura, no tanque d’água para a Agroindústria Massaro (Figura 88) com 24 metros
de altura, e a Torre de TV em Maldonado com 66 metros de altura.

81
Figura 88 – Tanque d’água para a Agroindústria Massaro.

Fonte: (LEONARDO FIONTTI, 2011).

Esta outra forma de utilização da cerâmica armada em tijolo para planos


verticais só é possível pela utilização de uma lâmina descontínua com 12 cm de
espessura. Os elementos verticais são travados por dois tijolos deitados com
ferragens nas juntas. Os vãos abertos na lâmina descontínua possuem três funções
essenciais; para amarração, para apoiar a plataforma de trabalho que poder ir
elevando-se à medida que a construção sobe154 e a função de diminuir a ação do
vento na estrutura (Figura 89).
Sobre estas travas horizontais Dieste afirma:

También importa mucho la coherencia entre lo que nos muestra la forma y


la realidad construida; la coherencia nos la vuelve inteligible. En la torre de
televisión [de Maldonado] y en las de sostén de los tanques, las trabas
horizontales se han dispuesto de manera discontinua; la solución
alternativa, que es la primera que se nos ocurre, la más simple, sería hacer,
de cada conjunto de trabas, un anillo. Recuerdo que la primera vez que tuve
que hacer una torre calada de importancia, no me conformaba la solución
del anillo, […] pero no encontrando una justificación conceptual que me
satisficiera, le consulté la duda a un arquitecto amigo del que tenía y tengo
la más alta opinión. Eligió la solución de los anillos porque le pareció más
simple, más racional, como solía decirse. Con bastante trabajo logré darme
cuenta de que los anillos hubieran dividido la superficie de la cáscara
discontinua que era la torre; no condecían, expresivamente, con su unidad
155
estructural.

154
Esta possibilidade de apoiar a plataforma de trabalho na própria estrutura elimina a necessidade
de utilização de andaimes ou formas para realizar a construção. Esta possibilidade não é utilizada na
construção da Torre para TV devido as grandes dimensões (apresentadas a seguir).
155
Revista DPA, 1995, p. 8.
82
Figura 89 – Detalhe da construção do reservatório de água para o balneário Las
Vegas, em Canelones/UY.

Fonte: (PEDRO BUSTAMANTE, 2010).

Para eliminar as deformações na perspectiva que a forma cilíndrica adquire


para o espectador as estruturas são projetadas com a forma levemente “tronco-
cônica”. Para realizar essa variação a forma é reformulada a cada 4 ou 5 metros de
altura diminuindo o diâmetro do “cilindro”.
A utilização desta tipologia construtiva para a confecção de tanques d’água é
viável economicamente para capacidades de 50 a 300 m³ em relação às comumente
construídas em concreto armado. A diferença desta tipologia está na construção do
reservatório de água, o qual começa a ser construído pela cúpula cônica do fundo
do tanque em tijolos com uma camada de argamassa (areia e cimento) e armado
com uma malha metálica. As paredes do reservatório são também de tijolo deitado
sobre o qual é aplicado o reboco com a armadura necessária para resistir ao
empuxo da água156 (Figura 90).
Um dos mais emblemáticos exemplos desta tipologia construtiva é a Torre de
TV de Maldonado (Figura 91, 92 e 93). Esta construção possui uma base com
diâmetro de 3,5m e altura de 66 metros realizada com uma fina lâmina descontínua
em cerâmica armada de tijolos, igual reservatórios de água, mas a diferença destes

156
Revista DPA, 1995, p. 8.

83
é que a torre possui uma base de parede cega para localizar os equipamentos e
está livre do carregamento gerado pela água.

Figura 90 – Desenhos técnicos realizados por Eladio Dieste para o Reservatório de


Refrigerantes do Norte em Salto/UY (desenhos sem escala).

Fonte: (TORRECILLAS, 1997, p. 210), editado pelo autor

O desenho “tronco-cônico” da torre é coroado por um alargamento do fuste


com forte função visual, já que a real função é de circulação de funcionários para
montagem e manutenção das antenas (utilização esporádica). Acima deste capitel
temos um mastro no qual seriam fixadas as antenas; segundo Dieste este deveria
ser troco-cônico para dar sentido de continuidade ao corpo da torre, porém segundo
indicações dos técnicos o mastro foi realizado de forma cilíndrica. Logo após a
finalização da torre o mastro foi coberto pelas antenas e o formato despercebido. 157

157
Torecillas, 1996, p. 212.
84
Figuras 91 e 92 – Fotografia durante a construção, à esquerda, com 40 metros de
altura e finalizada, à direita, a Torre de TV em Maldonado/UY com 66 metros.

Fonte: (TORRECILLAS, 1997, p. 215; MARCIO MARSICANO, 2008), respectivamente.

Seguindo os conceitos aplicados a cada obra e sem distinção de importância


nos parâmetros compositivos e de inovação construtiva assim como o pensamento
social Eladio Dieste afirma:

Por ejemplo, una torre de transmisión de microondas es algo lleno de


contenido; por ella pasa toda la riqueza de la vida humana y sus
membranas son como oídos o como bocas. Imaginemos que en nuestras
pequeñas ciudades, de casas bajas expresivamente neutras, pusiéramos,
en lugar de las torres metálicas que conocemos, torres de ladrillo, parecidas
a las de la televisión que muestra la figura, y que la membrana oído y la
membrana boca se expresaran con la forma, de manera que, con igual
eficacia, se leyera en el espacio el sentido de algo que tanto cuenta en
nuestra vida. No creo que una torre como la que pienso fuera más cara que
las que se hacen, con la ventaja de que, bien guiado, quizá pudiera
construirla el albañil del pueblo. Si la expresividad de la densidad de lo
humano se extendiera a todo lo que vemos, se nos enriquecería la vida, y
sería incomparablemente mayor su calidad; el arte no estaría confinado en
158
los museos; viviría en la calle.

158
Revista DPA, 1995, p. 10-11.
85
As fundações das torres e reservatórios são realizadas com estacas devido a
grande altura que atingem e estando vazios podem não resistir às forças horizontais
atuantes na estrutura.

Figura 93 – Desenhos técnicos realizados por Eladio Dieste para a Torre de TV


(desenhos sem escala).

Fonte: (TORRECILLAS, 1997, p. 214), editado pelo autor.

No anexo 6 estão listadas algumas obras realizadas por Eladio Dieste nesta
tipologia construtiva.

86
4.4 OBRAS DE ELADIO DIESTE EM ARTIGAS
Neste capitulo iremos abordar a obra de Eladio Dieste na cidade de Artigas,
para isto primeiramente será apresentado um breve histórico e a situação geográfica
da cidade, assim como a característica da arquitetura moderna local. Também serão
citadas as obras do engenheiro na cidade, cinco edifícios e mais 19 escolas do Plan
Gallinal, no entanto serão analisadas arquitetonicamente as residências construídas
para Saúl Dieste (1955) e para o Dr. Juan Gómez Gotuzzo (1967), abordando a
concepção arquitetônica e qual é a importância deste patrimônio para a arquitetura
local e nacional.

4.4.1 Cidade de Artigas e a Arquitetura Moderna Local

O departamento de Artigas159 (Figura 94), localizado ao norte do Uruguai,


possui uma área total de 11.928 Km² e 73162 habitantes160, segundo o senso de
2011, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) do Uruguai. Limita-se ao
Sul com a cidade de Salto/UY, ao Leste com Rivera/UY, ao Norte com a cidade
brasileira de Quarai/RS, ao Noroeste com Uruguaiana/ RS e ao Oeste com a cidade
Argentina de Monte Caseros. A fundação da cidade de Artigas (nome homônimo ao
departamento) deu-se no ano de 1852, 12 de setembro, onde segundo a Lei para o
estabelecimento da cidade em 10 de julho do mesmo ano no articulo quinto
decretava que seria criado um povoado nas costas do Rio Cuareim no Paso del
Bautista ou no Yuqueri e deveria ser chamado de San Eugenio del Cuareim161, seja
pela importância geográfica para defesa ou pelos recursos naturais existentes no
local162. Na fundação a cidade as quadras (100 x 100m), delimitadas a 400 m do rio,
foram destinadas para residências (oito) e para a praça (uma), separadas por ruas
com largura de 20m, com exceção da principal que possuía 25m. O traçado da
cidade foi inspirado no Plano Hipodâmico, em malha. Com a chegada dos primeiros
moradores um ano depois da fundação a cidade possuía uma população de 143

159
O departamento leva este nome para homenagear o maior herói uruguaio, José Gervasio Artigas
(1764-1850).
160
Disponível em:<http://www.ine.gub.uy/censos2011/index.html>. Acessado em 30 de set 2016.
161
O nome Artigas recém foi adotado em 1915 quando se eleva o povoado para cidade, data esta
que Eladio Dieste, pai, muda-se para Artigas com a família.
162
Após a fundação da cidade de Artigas foi fundada a cidade de Quarai do lado brasileiro.
87
homens, 80 mulheres e 112 crianças e, a partir desta data, foram ocupadas as áreas
rurais163.

Figura 94 – Mapa do Departamento de Artigas.

Fonte: (MAPADEURUGUAY).

A arquitetura moderna em Artigas toma caráter de protagonista, já que ocorre


no momento de crescimento econômico da cidade, após 1935, mas enfrentou
problemas ideológicos sobre a nova forma de fazer arquitetura, principalmente, por
ser uma cidade do interior e pela falta de desenvolvimento tecnológico presente na
região. No entanto, os arquitetos deveriam compensar esta carência e dar especial
cuidado ao detalhamento e adequação dos componentes arquitetônicos,
complementado por uma mão-de-obra simples, mas com qualidade capaz de
executar o edifício de forma fiel ao projeto.
A arquitetura moderna em cidades do interior evidenciou a existência de uma
classe media e alta interessada na faceta “progressista” que o movimento
proporcionava164. Na cidade de Artigas o movimento deu-se, principalmente, na obra
do Arq. Cándido Zunín Padilla165 (1903- 1992) o qual deixou um vasto legado166 de

163
150 años Fundación de la ciudad de Artigas. Disponível em:
<http://www.correo.com.uy/index.asp?codpag=detProd&idp=559&s=1&smen=filatelia>. Acesado em:
01 nov 2016.
164
Coesio, 2015, p.37.
165
Zunín foi Secretario de Arquitetura na prefeitura de Artigas no período de 1933 a 1970 e era
grande conhecedor e estudioso do concreto armado.
88
obras em tipologias público e privado. Dentre as obras de Zunin destacam-se o Club
Uruguay (Figura 95) (1933), primeira obra moderna da cidade, a residência Zunin
Ipar (s/d) e a residência (Figura 96) (1957) e o túmulo (1958) (Figura 97) de Eduardo
Barreneche. Além da participação de arquitetos locais na construção da identidade
moderna de Artigas o Ministério de Obras Públicas (MOP) também teve um
importante papel neste legado, na construção de centros educativos como, por
exemplo, a ampliação realizada no Colégio N˚1 (1963).

Figura 95 – Club Uruguay em Artigas.

Fonte: (AUTOR, 2016).


Figura 96 e 97– Residência, à esquerda, e túmulo, à direita, de Eduardo Barreneche.

Fonte: (ESCANELLAS, 2013, p.55) e (AUTOR, 2016).

166
Escanellas, 2013, p. 11, 28, 53 e 55.
89
4.4.2 Obras de Eladio Dieste na Cidade de Artigas

O legado arquitetônico deixado por Eladio Dieste na cidade de Artigas


começou a ser construído em 1955 com o projeto para a Residência do irmão, Saúl
Dieste, analisada no próximo capitulo. Em 1957 em parceria com o Arq. Cándido
Zunín Padilla é realizado o projeto para o Ginásio Municipal de Artigas167 (Figura 98 e
99) com planta retangular de 26,50 x 30,60 m. Para vencer o vão de 26,50m sem
apoios centrais foi utilizado a cobertura em abóbada gausa continua (tavela
cerâmica, armadura em ferro e argamassa) com tirantes em ferro onde estão
localizas a iluminação artificial e de onde são sustentadas as redes de proteção para
o espectador. No ginásio é possível apreciar ainda as aberturas com fechamento em
vidros coloridos (retirados sem nenhuma consulta a profissionais) e a presença da
iluminação natural sem prejudicar o usuário.

Figura 98 e 99 – Ginásio municipal de Artigas: vista externa, à esquerda, e vista


interna, à direita.

Fonte: (AUTOR, 2016).

Em 1967 foi projetada a residência do Dr. Juan Gómez Gotuzzo, analisada


nos próximos capítulos, e no mesmo ano é encomendado a Eladio Dieste a
construção, no terreno vizinho, o projeto e construção dos consultórios (Figura 100 e
101) para o Dr. Gómez. No encontro das Ruas Aparicio Saravia e Presidente
Baldomir num terreno com 110,00m² é distribuído o programa de quatro

167
De todo o complexo desportivo foi construído apenas o Ginásio seguindo o projeto original.
90
consultórios, cozinha, sala de espera e banheiro num total de 90m² de área
construída. Seguindo o padrão construtivo da residência do Dr. Gómez a fachada é
composta por um muro de 2,00 m de altura em tijolo à vista no qual é possível
observar as finas abóbadas autoportantes que compõe a obra. Por ser uma obra
para consultórios médicos o interior é todo rebocado e é possível observar algumas
características da obra do engenheiro como, por exemplo a iluminação zenital na
circulação, a utilização do pátio interno para ventilação dos consultórios e a laje em
tijolo para cobrir os serviços (banheiro e cozinha).

Figura 100 e 101 – Consultórios Dr. Gómez: vista externa, à esquerda, e vista
interna, à direita.

Fonte: (AUTOR, 2016).

No ano de 1968 foi realizado por Eladio Dieste o complexo da Cooperativa de


Alcohol Nacional Uruguayo (CALNU), um complexo fabril168 com 12.000 m² na
cidade de Bella Union, ao Oeste da cidade de Artigas. O complexo é constituído por
abóbadas autoportantes para vencer 25m de vão livre.
Em 1961 o então presidente da comissão do Bicentenario de Artigas, Alberto
Gallinal Heber (1909- 1994)169, solicita a Eladio Dieste o projeto para a realização de
escolas rurais em todo o interior uruguaio com o intuito de melhorar o serviço e a
qualidade dos centros educativos para os alunos e professores. O projeto proposto,
doado por Dieste, foi um edifício simples em abóboda autoportante com variações
possíveis para se adequar as necessidades locais. O plano de necessidades deveria
conter um ou dois salões de aula, um apartamento para o professor (sala
estar/jantar, banheiro e quarto), cozinha (utilizada em conjunto com o apartamento
168
Atualmente o complexo fabril pertence a empresa Alcoholes del Uruguay (ALUR).
169
Destacado advogado, politico e produtor rural uruguaio.
91
da professora) e banheiro, no entanto deveria ser pensado para estar constituído do
mínimo de material possível, para ser realizado com mão-de-obra local (a maioria
das escolas foi realizada por pais e vizinhos do meio rural) e materiais de fácil
acesso (foram utilizados tijolos de barro feitos junto a obra e formas de madeira). Em
todo o território nacional foram construídas 228 escolas170 entre 1961 e 1972171,
dentre estas na cidade de Artigas foram construídas 19172 (Figura 102 e 103).

Figura 102– Escuela N˚66 do Plan Gallinal, na localidade de Paso de León, Artigas.

Fonte: (AUTOR, 2016).

170
Por serem construídas nas zonas rurais muitas delas foram ficando sem alunos e estão em estado
de abandono.
171
Escuelas plan Gallinal. Disponível em: <http://diesteedu.wixsite.com/proyectodieste/escuelas-plan-
gallinal>. Acessado em: 25 out 2016.
172
Numero levantado pelo autor desta pesquisa. Muitas, hoje, estão em situação de abandono por
causa da falta de alunos.
92
Figura 103 – Interior da Escuela N˚67do Plan Gallinal, na localidade de Paso de
León, Artigas, em situação de abandono.

Fonte: (AUTOR, 2016).

Dentre as obras de Eladio Dieste na cidade de Artigas nenhuma possui


qualquer tipo de proteção patrimonial, seja municipal ou federal.

4.4.2.1 Residência Saúl Dieste

A residência projetada por Eladio Dieste em 1955 para o irmão Saúl Dieste173,
está localizada no centro (Figura 104) da cidade de Artigas, num terreno com 130m²
(10x30m) e possui 250,10m² construídos. Toda a composição arquitetônica esta
distribuída em dois pavimentos com a ajuda de quatro pátios internos. No pavimento
térreo temos a garagem, cozinha, salas de estar e jantar, circulação, banheiro, sala
de estar/estudos e três quartos. No segundo pavimento temos o quarto de serviço,
banheiro e um escritório.
Esta residência poderia ser uma a mais dentre as inúmeras obras do
engenheiro no interior uruguaio, no entanto, a fachada branca e fechada para a rua
resguarda importantes registros da história e evolução arquitetônica que
desenvolveu Eladio Dieste junto ao sócio Montañez. A casa é a primeira obra

173
Após Saúl Dieste moraram na residência o Dr. Carlos Maria Garcia da Rosa, cunhado de Saúl, de
1962 até o ano de 1972 quando é comprada por Jorge Félix Salvador.
93
residencial projetada por Dieste174; no projeto utiliza a cerâmica armada com tijolos
de barro em abóbodas autoportantes, estrutura metálica, concreto armado e o selo
(Figura 105) das pranchas afirmam a associação entre o escritório dos engenheiros
com os arquitetos Clémot e Serralta175.

Figura 104 – Localização da Residência Saúl Dieste.

Fonte: (GOOGLE MAPS, 2016). Editado pelo autor.

Figura 105 – Selo da prancha da Residência Saúl Dieste.

Fonte: (PRANCHA LOCALIZADA NO ARQUIVO DA PREFEITURA DE ARTIGAS).

A residência com caráter intimista, voltada para dentro, projetada sobre um


terreno plano, desde a rua o que surpreende num primeiro momento é a incrível
sobriedade de uma casa que se apresenta quase hermética, sem janelas que se
possa ver desde o nível do observador ao interior, existe apenas uma abertura
vedada com vidro marrom texturizado. No entanto, a fachada (Figura 106) revela

174
No projeto para a residência Berlingieri foi encomendado a Eladio Dieste apenas o projeto da
cobertura.
175
Ver capítulo 4.2.3 – Clémot-Dieste-Serralta-Montañez desta pesquisa.
94
algumas características fundamentais utilizada na composição de Dieste para a
residência, a saber, a utilização das abóbadas autoportantes, estrutura metálica 176 e
a falta do que seria seu principal protagonista nas futuras obras, o tijolo aparente.
Dentro do tecido urbano próximo a residência torna-se contexto, destaca-se apenas
pela leveza que o segundo pavimento “flutua” sobre a garagem graças a estrutura
metálica, pela “ousadia” na utilização de abóbadas para compor os telhados e pela
“nobreza” que o muro e o portão da garagem feitos em madeira de louro-pardo
(Cordia trichotoma) proporcionam na composição final.

Figura 106 – Fachada da residência.

Fonte: (Autor, 2016).

Para realizar a composição arquitetônica da residência são utilizados os


pátios internos177, os quais ajudam a delimitar o espaço social, íntimo e de serviço
na residência. Para a residência Saúl Dieste são utilizados quatro pátios internos. O
primeiro na frente da residência adquire o aspecto de pátio interno já que não se tem
aberturas para a rua e da acesso direto a sala de estar social ou a única circulação
da residência. O segundo pátio, de serviço, está localizado no meio da residência
do lado direito, e estão localizadas as aberturas da cozinha, banheiro e circulação

176
È na única residência que Dieste utiliza a estrutura metálica para compor a estrutura de toda a
edificação. Particularidade esta que poderia ser dada pela participação dos arquitetos Clémot e
Serralta.
177
Solução presente em todos os projetos residenciais de Dieste.
95
intima. O pátio social (Figura 108), esta localizado no meio da residência (dividido do
pátio de serviço pela circulação intima) e possui aberturas para a sala de estar/jantar
e para a sala de estudos e finalmente o pátio intimo (Figura 109) no fundo do terreno
com aberturas dos dormitórios. Estes pátios além de proporcionar uma iluminação
natural aos diferentes compartimentos proporcionam uma ventilação cruzada,
princípios básicos que complementam o conceito de “economia cósmica” defendida
pelo engenheiro.

Figura 107– Imagem do interior da residência para a rua.

Fonte: (AUTOR, 2016).

Figura 108 e 109 – Imagem do pátio social, à direita, e do pátio intimo, à esquerda.

Fonte: (AUTOR, 2016).

96
Na distribuição da planta do primeiro pavimento178 (Figura 110) verificamos
uma estratégia de dividir o programa de necessidades por setor (Figura 111): um
setor social com sala de estar e jantar; um setor de serviço com cozinha e banheiro
e um setor intimo com sala de estar/estudos e dormitórios. Todos os setores estão
ligados por uma única circulação, eixo, e dela derivam os cômodos. Mais do que a
importância isolada de cada ambiente, a ideia aqui expressa parece a veemente
leitura relacional entre eles.

Figura 110 – Planta Baixa do primeiro pavimento, sem escala.

Redesenho realizado em base as plantas originais.


Fonte: (AUTOR, 2016).

Figura 111 – Divisão por setores no primeiro pavimento, sem escala.

Fonte: (AUTOR, 2016).

178
Em anexo estão as copias das plantas originais e as redesenhadas pelo autor.
97
O projeto para segundo pavimento (Figura 112) da residência, originalmente,
foram concebidos com um dormitório de empregada, banheiro auxiliar e um
escritório179. Por possuir uma circulação de pessoas fora do núcleo familiar o acesso
é independente da residência por meio de uma escada em caracol metálica, com
valor arquitetônico questionável, na garagem.
A residência procura manter uma escala homogênea em todos os ambientes.
Por ser um terreno plano, a altura e a largura é a mesma em todos os ambientes
com abóbada (2,70 x 2,70m), por sua vez nos ambientes da cozinha e circulação o
pé-direito é de 2.26m180, a altura do homem com a mão erguida no Modulor II181.
Tirando partido das medidas do Modulor, as janelas possuem o peitoril de 1,13m, a
altura do umbigo segundo os desenhos e cálculos de Le Corbusier182. Com a
utilização de abóbadas, sem tímpano cego, é possível conseguir uma melhor
iluminação e ventilação aos ambientes.

Figura 112 – Planta baixa do segundo pavimento, sem escala.

Fonte: (AUTOR, 2016). Redesenho realizado em base as plantas originais

179
Hoje os cômodos do andar superior não são utilizados.
180
As abóbadas autoportantes nos ambientes também começam na altura de 2,26m.
181
Ver capitulo 3.2.3, p.38.
182
Todos os dados referentes a medidas da residência foram tiradas dos desenhos originais,
disponíveis na Prefeitura de Artigas.
98
A estrutura183 (Figura 113) utilizada na residência é composta por abóbodas
autoportantes sem tímpano, lajes em concreto e vigas e pilares metálicos e paredes
de vedação em tijolo.
As abóbadas em tijolos maciços, colocados deitados acima da forma móvel,
primeiramente foram rejuntados por uma argamassa de areia e cimento na
proporção 1:3 e estruturados por uma malha de dois ferros de ø 4mm entre os
tijolos, ou como especifica o memorial; “a cada 25cm”. Acima do tijolo foi colocada
uma capa de argamassa na mesa proporção da anterior e sobre ela será disposta
uma camada de concreto poroso (areia e cimento na proporção 1:6) de 5cm de
espessura. Para finalizar é colocada uma fina capa de gesso com 1mm e acima uma
camada de tejuelas assentadas com argamassa de cal magro184 (Figura 114 e 115).
As lajes planas, circulação e cozinha, com 15 cm de espessura, foram
realizadas em concreto armado na composição de: 800lts de canto rodado (diâmetro
variável entre 0,06 e 0,05mts), 400lts de areia (grossa)e 300Kg de cimento.
Toda a estrutura da casa é sustentada por pilares em perfis “L”
embutidos nas paredes e pilares externos (na garagem) em “I”, vigas metálicas em
perfil “I” localizados no sentido longitudinal, nos vales, das abóbadas e tensores no
sentido transversal das abóbadas. Dentro da residência é possível comprovar a
existência dos tensores, já que, o mesmo fica visível na sala de estar. Este recurso
de utilizar tensores não é empregado por Dieste em obras posteriores em abóbada
autoportante, apenas para abóbadas gausas e em ginásios ou fábricas.
Os elementos que caracterizam a estrutura da casa, abóbadas em tijolo de
barro, pilares e vigas metálicas e as paredes em tijolos (apenas como elemento
portante) ficam escondidos pelo reboco realizado na residência, a única desta
tipologia dentro das obras de Eladio Dieste a apresentar reboco e pintura em toda a
composição.
Podemos considerar, portanto, que a residência Saúl Dieste serviu como um
laboratório para aprimorar a técnica da cerâmica armada para abóbadas
autoportante por Eladio Dieste que, recém em 1961, para o projeto da residência

183
Todos os dados apresentados foram retirados do memorial descritivo e planos da residência.
Documentos em anexo.
184
Hoje não é mais possível ver esta camada porque está coberta por uma manta asfáltica a fim de
combater a humidade.
99
Dieste, consegue construir uma abóbada autoportante “ideal” em cerâmica utilizando
apenas o tijolo como elemento construtivo até para as lajes.

Figura 113 – Detalhe construtivo da cobertura, sem escala.

Fonte: (AUTOR, 2016). Redesenho realizado em base as plantas originais

Figura 114 – Cobertura dos quartos, banheiro e sala de estar/estudos da Res. Saúl
Dieste.

Fonte: (AUTOR, 2016).

100
Figura 115 – Cobertura da Sala da Res. Saúl Dieste.

Fonte: (AUTOR, 2016).

Uma particularidade da residência são as portas (Figura 116 e 117) de seção


elíptica em madeira e estrutura metálica incorporadas à composição pelos arquitetos
Clémot e Serralta , já que esta tipologia de abertura já tinha sido utilizada por eles no
Edifício Maspons (Figura 118) (1953) e Nudelman ás define como: “Las
complicadísimas puertas TEN-TOR, de sección lenticular185, en unos pesados
marcos de acero con herrajes integrados a la estructura, giran suavemente cada vez
que se requiere.”186

Figura 116 e 117– Portas “Ten-tor”, interna na residência.

Fonte: (AUTOR, 2016).

185
Forma elíptica.
186
Nudelman, 2013, p.297
101
Figura 118 – Planta baixa do Edifício Maspons onde aparecem as portas com
geométrica elíptica.

Fonte: (NUDELMAN, 2013, p.298).

No interior da residência ainda pode ser observado elementos característicos


de Dieste como os vidros coloridos na circulação. Todo o mobiliário é mantido na
casa, os armários da cozinha (Figura 119), os guarda-roupas187 dos quartos (Figura
120) ou o painel/prateleira na sala e as janelas dos quartos que abrem no sentido
vertical. A residência possui ainda uma lareira com a base em pedra e cano em ferro
(Figura 121 e 122), uma novidade para a época, o que mantem a integração entre
ambientes e complementa a leveza das abóbadas no ambiente.

Figura 119 – Armários da cozinha.

Fonte: (AUTOR, 2016).

187
Nos quartos é utilizada a madeira de louro-pardo por se tratar de uma área para a família, já no
andar superior é utilizado o laminado branco para confeccionar os móveis que acompanham a
curvatura da abóbada.
102
Figura 120– Guarda-roupas dos quartos no 1˚ pavimento.

Fonte: (AUTOR, 2016).

Figura 121 e 122– Sala de estar.

Fonte: (AUTOR, 2016).

Com toda a importância arquitetônica e patrimonial que a residência possui


ainda não sem tem nenhum tipo de proteção por parte dos órgãos públicos
competentes. O resguardo e conservação deste valioso patrimônio tanto para os
artiguenses como uruguaios é dada pela sabedoria dos proprietários, Jorge Félix (in

103
memorian) e Alba Arrieta, os quais mantem a casa quase original188 sem nenhum
tipo de incentivo fiscal.

4.4.2.2 Residência Dr. Juan Gómez Gotuzzo

A residência do Dr. Gómez Gotuzzo, assim conhecida, foi projetada e


construída em 1967 por Eladio Dieste189 num terreno com 415,2436m² e com
geometria irregular no centro (Figura 123) da cidade de Artigas, a casa possui
230,80m² construídos. Nesta obra pode ser comprovado, ao igual que na residência
Dieste190, a flexibilidade que a cerâmica armada (cobertura) e o tijolo (paredes)
aparente possuem para se adequar a usos domésticos de forma primordial. Adaptar
a escala da cerâmica armada utilizada em grandes galpões, fábricas e Igrejas sem
perder a funcionalidade, às necessidades humanas dos moradores, atender
questões morais sem perder a estética. Conseguir, por meio do esforço e da técnica
um edifício humano e confortável sem perder os princípios da “economia cósmica”.

Figura 123 – Localização da Residência Dr. Gómez Gotuzzo.

Fonte: (GOOGLE MAPS, 2016). Editado pelo autor.

188
As modificações realizadas, mínimas, foram feitas pelo deterioro de elementos construtivos com o
passar do tempo.
189
Eladio Dieste e o Dr. Gómez eram amigos íntimos.
190
A residência Dieste foi projetada e construída no ano de 961pelo engenheiro para a sua família no
bairro de Punta Gorda, Montevidéu. A casa é considerada uma das principais obras do engenheiro
em cerâmica armada com abóbadas autoportantes.
104
A residência projetada para a família Gómez deveria comportar um programa
de necessidades com garagem, hall, sala de espera, sala de estar/jantar, cozinha,
despensa, quartos de serviço, banheiro de serviço, circulação, quarto de hospedes,
banheiro social, suíte, banheiro suíte, dois quartos para os filhos, sala de
estar/estudos e uma depósito ao fundo. Todo o programa de necessidades foi
distribuído em 230,80m² construídos191, num único pavimento e com a ajuda de
quatro pátios internos (social de acesso, o de serviço, social e intimo ao fundo), ao
igual que a residência Saúl Dieste. Verifica-se também a solução compositiva de
separar o programa da casa em três setores (Figura 125) principais: um setor social
(na frente da residência) com sala de estar, jantar e escritório; um setor de serviço
(no meio da residência) composto pela cozinha, despensa, dependência de
empregada e banheiros; e um setor íntimo (ao fundo da residência) com sala de
estar/estudos, dormitórios e a suíte. Todos os setores são conectados e
estruturados por uma circulação, eixo, central (Figura 124).

Figura 124 – Planta baixa da residência.

Fonte: (AUTOR, 2016). Redesenho conforme plantas originais.

191
Os dados foram tirados do memorial e plantas. Documentos em anexo.
105
Figura 125 – Divisão por setores no primeiro pavimento, sem escala.

Fonte: (Autor, 2016).

Por se tratar de uma casa construída depois da residência Dieste (Figura 126
e 127), a de Artigas, apresenta muitas soluções construtivas e projetuais similares a
que Eladio fez para a família dele. Dentre os doze itens192 que o engenheiro
enumerou para propor sua residência, alguns são possíveis incorporar para analisar
a casa Gómez Gotuzzo como, por exemplo:
2- Hacerlo (conseguir vistas), sin embargo, no volcándola hacia afuera, sino
guardando su intimidad y recogimiento.
3- Orientar bien, en lo posible, todas las habitaciones: al norte o al noreste.
4- Multiplicar los sitios de estar para dar a sus moradores variedad de
posibilidades de relacionarse y a la vez de tener el grado de independencia
que pudieran desear en algún momento.
5- Buscar que los ambientes den a espacios exteriores que los prolonguen,
de manera que sin una gran área edificada, y por lo tanto a bajo costo, se
tenga una sensación de amplitud y nobleza.
6- Buscar que, además del paisaje natural y del que crea la arquitectura,
sea también rico el paisaje humano, o sea que unos a otros se vean en los
distintos ambientes, los que viven en la casa. Esto en general, se tiene poco
en cuenta. Nos preocupamos de que los que han de habitar las viviendas
que construimos vean los árboles, el mar, las estrellas, pero olvidamos a
veces que el hombre es más que el mar y las estrellas, que si estamos
sanos nada deseamos tanto que el vernos los unos a los otros, y que es
viéndose que de veras vemos el mar y las estrellas.
7- Abrir los ambientes al exterior, pero con medida. Creo que tendemos a
abusar del vidrio. Teniendo en cuenta nuestras necesidades materiales,
racionalmente resueltas, no creo que esto se justifique en ningún clima y

192
Os itens não citados na pesquisa não fazem parte da característica construtiva da residência
Gómez Gotuzzo.
106
tampoco en el nuestro, bien destemplado, pese a que las temperaturas
extremas no son severas.
Olvidamos a veces cuánto se encarece el acondicionamiento interior al
aumentar las superficies encristaladas. Además, y esto es aún mas
importante, se suele perder, en las viviendas en que se exagera el número y
tamaño de los vanos, la ancestral sensación de abrigo que da y debe dar la
casa. No es agradable ni prácticamente comodo estar detrás de las
enormes ventanas tan en uso cuando ruge afuera uno de nuestros largos
temporales de invierno, con helados vientos huracaneados de más de
100Km/h. Creo que detrás de ese gusto por las paredes de cristal está el
error de confundir lo indefinido con lo infinito. La grandeza y el misterio del
mundo se siente mucho más (recordemos nuestra niñez) al lado de una
ventana pequeña que nos permite centrar nuestra atención y percibir como
en un relámpago de asombro el “más allá”, sustancia de esa grandeza y
ese misterio. Tan infinita es una gota de agua como el firmamento.
8- Por eso hay en la casa varias pequeñas ventanas cuyo sentido los niños
han apreciado enseguida.
9- Usar en lo posible las formas naturales de acondicionamiento: los aleros,
las enredaderas de hoja caduca y los árboles. Al norte y frente al estar
principal por ejemplo, se ha construido una pérgola con una bóveda calada
de ladrillo, cubierta con enredaderas de hoja caduca que dan sombra en
193
verano y dejan pasar el sol en invierno.

A fachada (Figura 128) traz uma clara vocação de filtragem e graduação do


exterior, público, ao interior, privado e intimo. A mesma é composta por um muro de
tijolo à vista com 2,00m de altura, no alinhamento da calçada, que esconde a
verdadeira fachada da residência (Figura 129), recuada 6,80m, e da qual é possível
ver, da rua, apenas as finas abóbadas que compõe a cobertura. No projeto original,
a conexão entre externo e interno era apenas por uma fina janela alinhada com o
vão de acesso para pedestres, devido ao fechamento deste acesso com um portão
de madeira a conexão foi perdida.
A cobertura da casa apresenta uma composição de abóbadas em cerâmica
autoportantes (nos ambientes de maior permanecia) e vigas/lajes de tijolo e concreto
armado (em ambientes de serviço ou circulação) para compor a cobertura dos
cômodos.

193
Dieste, 2006, p. 14, 15 e 16.
107
Figura 126 e 127 – Residência Dieste. Fachada, à esquerda, e interior, à direita.

Fonte: (CARABALLO, 2016).

Figura 128 – Fachada da residência Gómez Gotuzzo para a rua.

Fonte: (AUTOR, 2016).

108
Figura 129 – Fachada da residência Gómez Gotuzzo.

Fonte: (AUTOR, 2016).

Segundo o memorial descritivo da residência as abóbadas194 em tijolo


maciços “prateados”195 (Figura 130) deveriam ser colocados deitados acima da
forma móvel, primeiramente são rejuntados por uma argamassa de areia e cimento
na proporção 1:3 e estruturados por uma malha de dois ferros com ø 4mm entre os
tijolos, ou como especifica o memorial; “a cada 25cm”. Acima do tijolo foi colocada
uma capa de argamassa na mesa proporção da anterior. Logo de construída a base
de tijolo da abóbada e das vigas/lajes foi colocada em toda a superfície uma tela
hexagonal de arame e sobe está uma argamassa de areia e cimento na proporção
4:1, misturado com impermeabilizante. Sobre esta argamassa foi colocado uma
prancha de isopor a fim de obter uma maior impermeabilização e isolamento térmico
e acústico. Para finalizar a cobertura foi colocado uma camada de tejuelas em
cerâmica rejuntadas com argamassa de cal e areia. No interior da residência todas
as abóbadas tem os tijolos aparentes, já nos planos horizontais e inclinados em tijolo
ou concreto armado foram rebocados e pintados.196

194
Na residência existe uma diferença de tamanho entra as abóbadas dos quartos, menores, com a
da sala, maior, esta por sua vez esta de acordo com o item 9 descrito por Dieste, se prolonga para o
pátio e possui aberturas cobertas por trepadeira.
195
Chamam de tijolos “prateados” porque a composição é feita com retalhos de couro, o que deixa o
tijolo com a aparência mais branco.
196
Todos os dados foram retirados do memorial e plantas. Documentos em anexo.
109
Figura 130 – Abóbada da sala de estar/jantar da Res. Gómez Gotuzzo.

Fonte: (AUTOR, 2016).

Toda a estrutura do telhado é apoiada sobre paredes duplas de tijolos


portantes. As paredes da residência foram construídas com dupla camada de tijolos
em espelho separadas entre si por 3 cm, sendo rebocado com argamassa de areia e
cimento à face externa da parede interna.
Tirando partido da espessura de 30cm das paredes, a consequência da dupla
camada de tijolo, é recorrente a utilização de mobiliário embutido nas paredes,
gerado prateleiras na sala de estar e nos quartos.

Figura 131 – Detalhamento do encontro de abóbada e parede, à esquerda, e


abóbada e viga/laje, à direita. Desenhos sem escala.

Fonte: (AUTOR, 2016). Redesenho realizado em base as pranchas da residência.

110
Figura 132 – Detalhe da abóbada em tijolo e o encontro com a viga/laje também em
tijolo.

Fonte: (AUTOR, 2016).

Figura 133 e 134 – Viga/laje inclinada nos banheiros, à direita, e mobiliário embutido
nas paredes, à esquerda.

Fonte: (AUTOR, 2016).

111
No projeto para a residência Gómez Gotuzzo podemos observar uma busca
de uma estética baseada na razão, na economia de meios, na correta eleição dos
materiais, destacando e justificando a “economia cósmica” defendida pelo
engenheiro. Dieste prega aqui, o valor da simplicidade e do apego à materialidade
frente a qualquer retórica da forma. O tijolo usado sistematicamente é talvez a maior
contribuição desta casa para a disciplina, segundo as palavras de Dieste:
He observado en muchos técnicos una cierta repugnancia de principio al
uso del ladrillo, que les parece un material ligado a la artesanía y a métodos
de trabajo superados. Mucho habría que decir sobre esto atacando a fondo
los problemas incluso sociales y filósoficos que esta actitud supone. Baste
aquí decir que es muy difícil, por razones estrictamente racionales de
economía en la construcción, calidad de acondicionamiento obtenido y de
terminación, hacer una vivienda del tipo de la que nos ocupa con un
material que sea más adecuado que el ladrillo a las condiciones industriales
197
de una sociedad como la nuestra.

Ao igual que na residência Saúl Dieste, a casa da família Gómez Gotuzzo


conserva o patrimônio deixado por Eladio Dieste graças à sensibilidade e
reconhecimento dos moradores, Jose Maria Puig e Cecilia Gómez198. Patrimonio
este que segundo Mariana Waisman:
La obra de Eladio Dieste, como toda obra preñada de significados admite
múltiples lecturas: las del mero espectador/fruidor de arquitectura, que se
sentirá emocionado en esos amplios espacios, en los que forma, materia y
luz crean ambientes de indudable belleza; la del técnico que admirará la
sabiduría con la que se crearon estructuras de una audacia y un ingenio
admirables; la del sociólogo, que deberá reflexionar sobre la relación de
este creador con su comunidad; la del economista, que a partir de las
acciones y las ideas de Dieste se verá incitado a repensar el verdadero
sentido de la economía; la del crítico de arquitectura, en fin, que querrá
199
desentrañar el sentido histórico de esta obra.

O poder público omite-se na conservação do patrimônio, sem oferecer


qualquer tipo de proteção, incentivo fiscal ou divulgação que proporcione um maior
conhecimento sobre a obra que Eladio Dieste deixou para os artiguenses e
uruguaios.

197
Dieste, 2006, p.17.
198
Filha do Dr. Gomez Gotuzzo.
199
Waisman, 2001, p.21.
112
5 PRODUTO FINAL

Como produto final a ser apresentado no Programa de Pós-Graduação em


Patrimônio Cultural pretende-se desenvolver um inventario sobre a obra de Eladio
Dieste na cidade de Artigas, com a finalidade de divulgar sua peculiar prática
arquitetônica. Além do referencial teórico a ser produzido será confeccionado
material didático, do tipo maquete física e detalhamento estrutural. Com este
material será possível levar a obra de Dieste a população em geral, curiosos sobre a
arquitetura, instruir os donos das residências sobre o patrimônio construído e aos
centros educativos da cidade. A seguir estão às fichas inventario, segundo o modelo
cadastro200 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), das
residências Saúl Dieste e Dr. Gómez Gotuzzo.

200
Ficha do modulo cadastro. Disponível em: <http://www.iepro.org.br/wordpress/wp-
content/uploads/2015/01/anexo_II_sistema_integrado_de_conhecimento_e_gestao_sicg.pdf>.
Acessado em: 22 mar 2016.
113
5.1 FICHA CADASTRAL DA RESIDENCIA SAÚL DIESTE

114
115
116
117
118
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120
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5.1 FICHA CADASTRAL DA RESIDENCIA Dr. GÓMEZ GOTUZZO

123
124
125
126
127
128
129
6 CONCLUSÃO

Nesta dissertação procuramos estudar e demostrar a obra que o engenheiro


civil Eladio Dieste realizou durante a trajetória profissional. No entanto, para poder
entender o contexto onde à obra de Dieste esta localizada não pode ser
desconsiderado e estudado o modernismo arquitetônico no Uruguai, com influências
diversas e expoentes destacados onde o movimento toma características próprias e
adaptadas à realidade local seja pelos materiais, clima ou tradições.
Para poder compreender a formação pessoal e profissional, foram trazidos
fatos da vida de Eladio Dieste, nascido numa pequena cidade do interior Uruguaio,
Artigas, mas com um ambiente familiar intelectual que incentivou o crescimento
profissional e influenciou nos ideais religiosos e políticos, sustentados de forma
ortodoxa. Uma família que apoiou o jovem estudante a se formar em engenharia,
com destaque na UdelaR, em Montevidéu; da qual veio a se tornar professor.
Assistimos um começo profissional próspero em grandes empresas
construtoras e onde trabalhou com abóbadas em concreto. Como engenheiro, fez
parceria com grandes nomes da arquitetura moderna uruguaia e permitiu ser
desafiado em projetos que, dada as soluções adotadas, vieram a se tornar ícones.
Cabe salientar a parceira com Antonio Bonet para a construção da cobertura na
Casa Berlinghieri, considerado o nascimento da cerâmica armada.
Toda a experiência adquirida e as soluções frente à realidade uruguaia
trouxeram a utilização, de forma inédita, da cerâmica armada nas construções, em
obras que o tijolo de barro, a luz e as curvas conseguem soluções arquitetônicas e
plásticas inigualáveis. Para cada problema existe uma tipologia, seja com as
abóbadas gausas, as abóbadas autoportantes, lâminas plissadas, paredes regradas
ou torres e reservatórios, sem esquecer nunca dos princípios da economia cósmica.
Na cidade de Artigas, cidade natal de Eladio Dieste, o engenheiro aplica na
residência para seu irmão Saúl Dieste (1955) a abóbada autoportante como forma
de laboratório para, posteriormente, aperfecionar a forma e a técnica no projeto para
residencia Dieste e em 1965 realiza o projeto para a residência do Dr. Gómez
Gotuzzo. Em ambos os projetos estão presentes todas as técnicas utilizadas por
Dieste, de forma magnificas, durante seus anos como engenheiro. Sobre este
patrimônio, esquecido na cidade mais ao norte do Uruguai, pouco se tem de

130
bibliografia ou estudo. Cabe a nós admiradores da obra de Dieste, tentar manter,
regatar e divulgar este importante patrimônio para a sociedade.
O Eladio Dieste resultante de toda esta trajetória de conhecimento e obras
construídas é um engenheiro, “arquiteto” e artista estrutural regionalista,
contextualista que não esquece a história, as pessoas e os condicionantes
ambientais que um verdadeiro construtor não pode esquecer. Que torna um simples
galpão ou uma torre em um verdadeiro exemplo de arquitetura e engenharia ou uma
igreja em um exemplo mundial para ser estudado por gerações, sem que isso lhe
fosse solicitado pelo cliente.
O legado deixado por Eladio Dieste é incalculável. Nos deixou a teoria e
prática para a construção com cerâmica armada, no entanto, se após sua morte
pouco se tem de construções significativas com cerâmica armada em tijolos e
porque talvez com a partida de Eladio Dieste também se foi o engenheiro de talento
único e insubstituível.
O objetivo de resgatar a arquitetura residencial de Eladio Dieste em Artigas,
proposto para este trabalho, foi alcançado no decorrer da investigação e
desenvolvimento da pesquisa e dissertação.
Foi realizado o inventario após levantamento das edificações e analise das
suas peculiaridades e com isto conhecer como foram construídas e assim, poder
definir a importância de Eladio Dieste para a arquitetura e engenharia uruguaia e
mundial.
Apesar da inexistência de proteção legal deste patrimônio, o mesmo está bem
preservado pela conscientização dos proprietários que os conservam/preservam por
valorar a importância que o imóvel possui e vem adquirindo e para fortalecer a
valorização comercial do mesmo.
Constatou-se a originalidade para o Uruguai e o mundo das técnicas e
materiais empregados no desenvolvimento das abóbadas gausas, autoportante,
lâminas plissadas, paredes regradas e torres e reservatórios. No entanto, nas obras
de Artigas, principalmente, na Residência Saúl Dieste conseguiu-se constatar as
experimentações e na Residência Dr. Gómez Gotuzzo a consolidação da abóbada
autoportante.
Conseguiu-se documentos inéditos como o histórico escolar de Eladio Dieste
na Escuela N˚1. Sobre a Residência Saúl Dieste foi possível por meio do registro de

131
imóveis constatar que o mesmo foi o primeiro proprietário da residência e não o Dr.
Garcia da Rosa como se acreditava, as pranchas originais da edificação onde foi
possível afirmar e comprovar a associação da empresa Dieste e Montañez S.A com
os arquitetos Clemont e Serralta e os memoriais descritivo onde Eladio Dieste afirma
que a cobertura da residência é em abóbada de cerâmica armada e não em
concreto como se sustentava até o momento. Nos documentos encontrados sobre a
Residência Dr. Gómez Gotuzzo foi possível estudar e compreender como eram
realizadas as técnicas em cerâmica armada, já consolidada na época, para as
abóbadas, lajes horizontais e inclinadas em tijolo de barro e estudar como era
realizada composição, em camadas, das mesmas.
Todos estes estudos realizados e descobertos aumentam as fontes primarias
para auxiliar em estudos futuros.

132
133
Figura 135- Eladio Dieste

Fonte: (MORPHOCODE, 2004).

El gran riesgo de la computación es ese, que la pereza y el trabajo


mecánico que requiere hacer funcioanr cualquier cosa, nos alejen de la
sustancia de lo real, que tendamos a simplificar y a empobrecer nuestro
pensamiento, para hacerlo entrar entre los moldes que “ya caminan solos”
[…] Lo que antecede no defiende la posición reaccionaria y poco inteligente
de no usar los asombrosos medios que el progesso técnico pone en
nuestras manos […]. Solo pretendo alertar sobre los riesgos de una actitud
cuyo fondo es servirse de ese progreso de una manera que pueda
esterelizar su fuerza, con la cual no crezca el hombre sino que disminuya,
que lo hagamos en vez de ser más ricos y verdaderamente racional, resulte
final una simplificación empobrecedora de lo que ya hacíamos con métodos
201
más primitivos.

201
Dieste, 2006, p.45.
134
135
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Figura 18- Macaco hidráulico projetado por Dieste.


TORRECILLAS, A. (Org.). Eladio Dieste – 1943-1996. 1ª ed., Sevilla-Montevideo:
Consejería de Obras Públicas y Transportes – Dirección General de Arquitectura y
Vivienda, Junta de Barcelona, p.249, 1996.

Figura 19- Macaco hidráulico projetado por Dieste.

141
TORRECILLAS, A. (Org.). Eladio Dieste – 1943-1996. 1ª ed., Sevilla-Montevideo:
Consejería de Obras Públicas y Transportes – Dirección General de Arquitectura y
Vivienda, Junta de Barcelona, p.250, 1996.

Figura 20- Depósito para ANCAP.


CARBONELL, G. (Org.). Eladio Dieste – La estructura cerámica. Bogotá,
Universidad de Los Andes & University Of Miami: Escala, p. 167, 1987.

Figura 21- Depósito para ANCAP.


BONTA, Juan Pablo. Eladio Dieste. Buenos Aires: Instituto de Arte Americano e
Investigaciones Estéticas, p. 46, 1963.

Figura 22- Edifício El Pilar.


TORRES, F; FÉRRES, C. Arquitetura no sangue: pai, filho e neto. 2014. Disponível
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Figura 23- Edifício El Pilar.


Laboratório de habitar, Edificio “El pilar”, FADU, 2014. Disponível em:
<http://www.fadu.edu.uy/patio/novedades/laboratorio-de-habitar-edificio-el-
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Figura 24- Edifício Positano.


TUJA, J. El proceso de proyecto y el proceso de interpretación del Edificio Positano,
2014. Disponível em: < https://proyectopositano.wordpress.com/>. Acessado em: 03
fev 2016.

Figura 25- Edifício Positano.


FINOTTI, L. Montevideo snapshot, 2010. Disponível em:
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Figura 26- Igreja Paroquial São João Bosco (1966).


CROQUIZAR, 2013. Disponível em: <http://www.croquizar.com/wp-
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Figura 27- Interior da Igreja Paroquial São João Bosco.


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2016.

Figura 28- Interior da Igreja Paroquial São João Bosco.


CROQUIZAR, 2013. Disponível em: <http://www.croquizar.com/wp-
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2016.

Figura 29- Casa Berlinghieri (1945).

142
FACHO, A. D. Casa en Punta Ballena, 2011. Disponível em: <https://habitar-
arq.blogspot.com.br/2011/06/casa-en-punta-ballena.html>. Acessado em: 19 mar
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Figura 30- Casa Berlinghieri: Planta Baixa do térreo e do pav. superior.


Historia em obres, 2008. Disponível em:
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mar 2016.

Figura 31- Casa Berlinghieri: detalhe construtivo da abóbada.


ALVAREZ, F. P. La conservación del patrimonio histórico moderno. Entre la regla y
la excepción, 2011. Disponível em: <
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Figura 32- Casa La Ricarda em Barcelona.


H. Ariza. La Ricarda [casa gomis], 2013. Disponível em: <
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Acessado em: 19 mar 2016.

Figura 33- Casa Cruilles em Begur.


Alumilux. Casa Cruilles, 2016. Disponível em:
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Figura 34- Selo para o projeto G.E.M.C.O.


NUDELMAN, J. Tres visitantes em París, los colaboradores uruguayos de Le
Corbusier. Escuela técnica superior de arquitectura de Madrid. Madrid, 2013, p. 306.

Figura 35- Desenhos do Modulor 2 por Justino Serralta e André Maisonnier.


Nudelman, J. Modulor 2 - La pesada carga de la perfección, 2011. Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.138/4116>. Acessado em:
24 fev. 2016.

Figura 36- Corte do Primeiro projeto para G.E.M.C.O.


NUDELMAN, J. Tres visitantes em París, los colaboradores uruguayos de Le
Corbusier. Escuela técnica superior de arquitectura de Madrid. Madrid, p. 309, 2013.

Figura 37- Planos do segundo projeto para G.E.M.C.O.


NUDELMAN, J. Tres visitantes em París, los colaboradores uruguayos de Le
Corbusier. Escuela técnica superior de arquitectura de Madrid. Madrid, p. 309, 2013.

Figura 38- Colégio La Mennais.


MARCOVECCHIO, T. Obras nacionales: La Mennais, 2006. Disponível em:
<http://www.fadu.edu.uy/obras-nacionales/obras/la-mennais/>. Acessado em: 24 fev
2016.

Figura 39- Cortes do colégio La Mennais - projeto final.


NUDELMAN, J. Modulor 2 - La pesada carga de la perfección. 2011. Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.138/4116>. Acessado em:
24 fev 2016.
143
Figura 40- Oratório com abóbada projetada por Eladio Dieste.
NUDELMAN, J. Modulor 2 - La pesada carga de la perfección. 2011. Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.138/4116>. Acessado em:
24 fev 2016.

Figura 41- Execução da abóbada Europeia, do Oriente Médio e a Catalã.


ANDERSON, S. (Org.). Eladio Dieste: Innovation in Structural Art. Nova Iorque:
Princeton Architectural Press, p.122, 2004.

Figura 42- Estação de metrô City Hall.


FREEMAN, M. Nova York, 2013. Disponível em:
<http://viagem.uol.com.br/album/bbc/2014/04/04/mostra-revela-tesouros-
arquitetonicos-escondidos-em-nova-york.htm#fotoNav=8>. Acessado em: 10 mar
2016.

Figura 43- Dimensões do tijolo de barro.


Acervo do autor, 2016.

Figura 44 - Base de silos abandonados e desconhecidos até 2014.


CARABALLO, C. P. La obra de Eladio Dieste. El reto del expediente para su
inclusión en la Lista del Patrimonio Mundial. Montevidéu, Cuadernos del claeh,
n.102, p. 254, 2015.

Figura 45- Ciro Caraballo junto com representantes nacionais em visita a obra
de Eladio Dieste.
Florida al día. Florida en el camino de Eladio Dieste, 2015. Disponível em:
<http://noticiasfloridaonline.blogspot.com.br/2015/10/florida-en-el-camino-de-eladio-
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Figura 46- Curva de Gauss.


UFRJ. Limnologia, 2016. Disponível em: <
http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/dat.htm>. Acessado em: 15 fev 2016.

Figura 47- Abóbada gausa: composição por etapas.


FARQ. Fábrica TEM, p.18. Disponível em: <http://www.matericosweb.com/mostrar-
talleres/preview?path=valderrama/material/DIMENSION%20TECTONICA/eladio_die
ste_ceramica_armada.pdf>. Acessado em: 16 fev 2016.

Figura 48- Abóbada gausa: composição por etapas.


FARQ. Fábrica TEM, p.21. Disponível em: <http://www.matericosweb.com/mostrar-
talleres/preview?path=valderrama/material/DIMENSION%20TECTONICA/eladio_die
ste_ceramica_armada.pdf>. Acessado em: 16 fev 2016.

Figura 49- Tipologias de abóbadas gausas.


TORRECILLAS, A. (Org.). Eladio Dieste – 1943-1996. 1ª ed., Sevilla-Montevideo:
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Vivienda, Junta de Barcelona, p.44, 1996.

Figura 50- Ginásio de Artigas.


144
Acervo do autor, 2015.

Figura 51- Depósito Julio Herrera y Obes.


DPA – Documents de projectes d' arquitectura. Dieste. Nº 15. Barcelona:
Departament de Projectes Arquitectònics de la Universitat Politécnica de Catalunya
(UPC), p. 19-20, 1999.

Figura 52- Interior do depósito Julio Herrera y Obes.


SELLANES, A. Depósito Julio Herrera y Obes, Ing. Dieste, E. 2006. Disponível em:
<http://www.fadu.edu.uy/eladio-dieste/obras/deposito-julio-herrera-y-obes/>.
Acessado em: 25 fev 2016.

Figura 53- Silo de Young (1978).


CASTELLI, W. Galpón-Silo, Ing. Dieste, E. 2015. Disponível em:
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Figura 54- Tipologia e evolução da abóbada autoportante.


ANDERSON, S. (Org.). Eladio Dieste: Innovation in Structural Art. Nova Iorque:
Princeton Architectural Press, p.141, 2004.

Figura 55- Residência Dieste.


CARABALLO, C. Acervo pessoal, 2015.

Figura 56- Esquema de uma abóbada autoportante.


DIESTE, E.; MONTAÑEZ, E. R. Bóvedas arco de directriz catenaria em cerámica
armada. Montevidéu: UNESCO, p.12, 1985.

Figura 57- Detalhes desenhados por Eladio Dieste dos vales e vigas-lajes dos
extremos das abóbadas autoportantes.
TORRECILLAS, A. (Org.). Eladio Dieste – 1943-1996. 1ª ed., Sevilla-Montevideo:
Consejería de Obras Públicas y Transportes – Dirección General de Arquitectura y
Vivienda, Junta de Barcelona, p.91, 1996.

Figura 58- Construção da abóboda simples no CEASA/RS.


CANEZ, A. P. (Org.). Arquiteturas Cisplatina: Roman Fresnedo Siri e Eladio Dieste
em Porto Alegre. Porto Alegre, UniRitter editora, p.161, 2004.

Figura 59- Rodoviária de Salto (1974).


BUSTAMANTE, P. "... Creo en Dieste, arquitecto, ingeniero, artesano, carpintero,
albañil...", 2010. Disponível em: <http://migrandtour.blogspot.com.br/2010/04/creo-
en-dieste-arquitecto-ingeniero.html>. Acessado em: 25 fev. 2016.

Figura 60- Eladio Dieste admirando a cobertura para a Agroindústria Massaro.


TORRECILLAS, A. (Org.). Eladio Dieste – 1943-1996. 1.ª ed., Sevilla-Montevideo:
Consejería de Obras Públicas y Transportes – Dirección General de Arquitectura y
Vivienda, Junta de Barcelona, p.126, 1996.

Figura 61- As "asas de gaivota".

145
Wikimedia. Homenaje a Eladio Dieste monumento Salto, 2005. Disponível em: <
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Homenaje_a_Eladio_Dieste_monumento_S
alto_02.jpg>. Acessado em: 05 mar 2016.

Figura 62- As "asas de gaivota".


ANDERSON, S. (Org.). Eladio Dieste: Innovation in Structural Art. Nova Iorque:
Princeton Architectural Press, p.106, 2004.

Figura 63- Cabos de aço que absorvem os momentos fletores.


CANEZ, A. P. (Org.). Arquiteturas Cisplatina: Roman Fresnedo Siri e Eladio Dieste
em Porto Alegre. Porto Alegre, UniRitter editora, p.161, 2004.

Figura 64- Cabos de aço que absorvem os momentos fletores.


CANEZ, A. P. (Org.). Arquiteturas Cisplatina: Roman Fresnedo Siri e Eladio Dieste
em Porto Alegre. Porto Alegre, UniRitter editora, p.161, 2004.

Figura 65- Lâminas diédricas na Igreja Nossa Senhora do Rosário.


Lavila Arquitectos. Iglesia parroquial Madre del Rosario en Los Olivos – Mejorada del
Campo, 1995. Disponível em: <http://www.arquitectoslavila.com/obras-y-
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Figura 66- Lâminas diédricas na Igreja Nossa Senhora do Rosário.


Lavila Arquitectos. Iglesia parroquial Madre del Rosario en Los Olivos – Mejorada del
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Figura 67- Casa de veraneio em La Pedrera.


Google Steet View. 2016. Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/@-
34.5929243,-
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uKxgffaw!2e0!7i13312!8i6656!6m1!1e1>. Acessado em: 19 mar. 2016.

Figura 68- Interior da Igreja de São Pedro.


Acervo do autor, 2015.

Figura 69- Interior da Igreja de São Pedro.


Acervo do autor, 2015.

Figura 70- Lâminas Plissadas: Corte esquemático da Igreja e São Pedro.


TORRECILLAS, A. (Org.). Eladio Dieste – 1943-1996. 1.ª ed., Sevilla-Montevideo:
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Vivienda, Junta de Barcelona, p.174, 1996.

Figura 71- Lâminas Plissadas: corte esquemático da fábrica de cosméticos


Memphis.

146
MARQUES, S. M. Memphis: uma análise tipológica necessária. p. 113, 2000.
Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/propar/publicacoes/ARQtextos/PDFs_revista_0/0_S%C3%A9rgi
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Figura 72- Tipologia de lâminas plissadas diédricas.


Acervo do autor, 2016.

Figura 73- Tipologia de lâminas plissadas poliédricas.


Acervo do autor, 2016.

Figura 74- Lâminas poliédricas plissadas na Fábrica Memphis.


MARQUES, S. M. Memphis: uma análise tipológica necessária. p.107, 2000.
Disponível em:
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Figura 75- Lâminas poliédricas plissadas na Fábrica Memphis.


MARQUES, S. M. Memphis: uma análise tipológica necessária. p.114, 2000.
Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/propar/publicacoes/ARQtextos/PDFs_revista_0/0_S%C3%A9rgi
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Figura 76- Elementos básicos característicos de uma lâmina plissada.


Acervo do autor, 2015.

Figura 77- Igreja Cristo Obreiro.


TORRECILLAS, A. (Org.). Eladio Dieste – 1943-1996. 1ª ed., Sevilla-Montevideo:
Consejería de Obras Públicas y Transportes – Dirección General de Arquitectura y
Vivienda, Junta de Barcelona, p.154, 1996.

Figura 78- Igreja Cristo Obreiro.


TORRECILLAS, A. (Org.). Eladio Dieste – 1943-1996. 1.ª ed., Sevilla-Montevideo:
Consejería de Obras Públicas y Transportes – Dirección General de Arquitectura y
Vivienda, Junta de Barcelona, p.155, 1996.

Figura 79- Igreja Cristo Obreiro.


LÓPEZ, M. S. En Construcción - Iglesia Cristo Obrero, Atlántida, R.O. del Uruguay,
2013. Disponível em: <http://arqlopezcoda.blogspot.com.br/2013/05/en-construccion-
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Figura 80- Interior da Igreja Cristo Obreiro.


MONTERO, S. Iglesia Cristo Obrero y Nuestra Señora de Lourdes, Ing. Dieste, E.
2006. Disponível em: <http://www.fadu.edu.uy/eladio-dieste/obras/atlantida/>.
Acessado em 26 mai. 2016.

Figura 81- Escola Provisória da Igreja Sagrada Família.


Wikipedia. Las Escuelas en 1909. Disponível em:
<https://es.wikipedia.org/wiki/Escuelas_de_la_Sagrada_Familia#/media/File:Escuela
s_Sagrada_Familia.jpg>. Acessado em: 26 mai. 2016.
147
Figura 82- Geometria das superfícies regradas na Igreja Cristo Obreiro.
Acervo do autor, 2016.

Figura 83- Geometria das superfícies regradas com a geratriz horizontal reta
intermediaria.
Acervo do autor, 2016.

Figura 84- Interior da Igreja São João de Ávila.


Acervo do autor, 2016.

Figura 85- Encontro entre as paredes regradas e as abóbadas de dupla


curvatura na Igreja Cristo Obreiro.
TORRECILLAS, A. (Org.). Eladio Dieste – 1943-1996. 1ª ed., Sevilla-Montevideo:
Consejería de Obras Públicas y Transportes – Dirección General de Arquitectura y
Vivienda, Junta de Barcelona, p.156, 1996.

Figura 86- Geometria das superfícies regradas com a geratriz horizontal reta
nas extremidades.
Acervo do autor, 2016.

Figura 87- Parede regrada no Shopping Montevidéu.


LECUEDER, C. A. Aniversario, 30 años creciendo junto. 1985. Disponível em:
<http://www.montevideoshopping.com.uy/innovaportal/v/88345/9/montevideo/anivers
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Figura 88- Tanque d’água para a Agroindústria Massaro.


FINOTTI, L. Massaro agribusiness. 2011. Disponível em:
<http://www.leonardofinotti.com/projects/massaro-agribusiness/image/49505-
110510-012d>. Acessado em: 10 jun 2016.

Figura 89- Reservatório de água para o balneário Las Vegas.


BUSTAMANTE, P. "... Creo en Dieste, arquitecto, ingeniero, artesano, carpintero,
albañil...", 2010. Disponível em: <http://migrandtour.blogspot.com.br/2010/04/creo-
en-dieste-arquitecto-ingeniero.html>. Acessado em: 05 mar 2016.

Figura 90- Reservatório de Refrigerantes do Norte em Salto/UY.


TORRECILLAS, A. (Org.). Eladio Dieste – 1943-1996. 1ª ed., Sevilla-Montevideo:
Consejería de Obras Públicas y Transportes – Dirección General de Arquitectura y
Vivienda, Junta de Barcelona, p.210, 1996.

Figura 91- Torre de TV em Maldonado/UY com 66 metros.


TORRECILLAS, A. (Org.). Eladio Dieste – 1943-1996. 1ª ed., Sevilla-Montevideo:
Consejería de Obras Públicas y Transportes – Dirección General de Arquitectura y
Vivienda, Junta de Barcelona, p.215, 1996.

Figura 92- Torre de TV em Maldonado/UY com 66 metros.


MARSICANO, M. 2008. Disponível em:
<http://www.panoramio.com/photo/7295012?source=wapi&referrer=kh.google.com>.
Acessado em: 22 abr 2016.
148
Figura 93- Desenhos técnicos realizados para a Torre de TV.
TORRECILLAS, A. (Org.). Eladio Dieste – 1943-1996. 1ª ed., Sevilla-Montevideo:
Consejería de Obras Públicas y Transportes – Dirección General de Arquitectura y
Vivienda, Junta de Barcelona, p.214, 1996.

Figura 94- Mapa do Departamento de Artigas.


Mapa de Artigas. Disponível em: < http://www.mapadeuruguay.org/mapa-de-
artigas/>. Acessado em: 22 out 2016. Editado pelo autor, 2016

Figura 95- Club Uruguay em Artigas.


Acervo do autor, 2015.

Figura 96- Residência de Eduardo Barreneche.


ESCANELLAS, T. Sin memória no hay historia, ayer es siempre todavia. p.55, 2013.

Figura 97- Túmulo de Eduardo Barreneche.


Acervo do autor, 2016.

Figura 98- Ginásio municipal de Artigas.


Acervo do autor, 2016.

Figura 99- Ginásio municipal de Artigas.


Acervo do autor, 2016.

Figura 100- Consultórios Dr. Gómez.


Acervo do autor, 2016.

Figura 101- Consultórios Dr. Gómez.


Acervo do autor, 2016.

Figura 102- Escola Plan Galinal na localidade de Paso de León, Artigas.


Acervo do autor, 2016.

Figura 103- Interior da Escola Plan Galinal na localidade de Paso de León,


Artigas, em situação de abandono.
Acervo do autor, 2016.

Figura 104- Localização da Residência Saúl Dieste.


Google Maps. Disponível em: <
https://www.google.com.br/maps/place/55000+Artigas,+Uruguai/@-30.4070078,-
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2!3d-30.4068179!4d-56.4775937>. Acessado em: 25 out 2016.

Figura 105- Selo da prancha da Residência Saúl Dieste.


Prancha localizada no arquivo da Prefeitura de Artigas.

Figura 106- Fachada da residência.


Acervo do autor, 2016.

149
Figura 107- Imagem do interior da residência para a rua.
Acervo do autor, 2016.

Figura 108- Imagem do pátio social.


Acervo do autor, 2016.

Figura 109- Imagem do pátio intimo.


Acervo do autor, 2016.

Figura 110- Planta baixa do primeiro pavimento, sem escala.


Acervo do autor, 2016. Redesenho realizado em base as plantas originais.

Figura 111- Divisão por setores no primeiro pavimento.


Acervo do autor, 2016.

Figura 112- Planta baixa do segundo pavimento, sem escala.


Acervo do autor, 2016. Redesenho realizado em base as plantas originais.

Figura 113- Detalhe construtivo da cobertura, sem escala.


Acervo do autor, 2016. Redesenho realizado em base aos desenhos originais.

Figura 114- Cobertura dos quartos da Residência.


Acervo do autor, 2016.

Figura 115- Cobertura da sala da Residência.


Acervo do autor, 2016.

Figura 116- Portas “Ten-tor”.


Acervo do autor, 2016.

Figura 117- Portas “Ten-tor”.


Acervo do autor, 2016.

Figura 118- Planta baixa do Edifício Maspons onde aparecem as portas com
geométrica elíptica.
NUDELMAN, J. Tres visitantes em París, los colaboradores uruguayos de Le
Corbusier. Escuela técnica superior de arquitectura de Madrid. Madrid, p. 289, 2013.

Figura 119- Armários da cozinha.


Acervo do autor, 2016.

Figura 120- Guarda-roupas dos quartos no 1˚ pavimento.


Acervo do autor, 2016.

Figura 121- Sala de estar.


Acervo do autor, 2016.

Figura 122- Sala de estar.


Acervo do autor, 2016.

150
Figura 123- Localização da Residência Dr. Gómez Gotuzzo.
Google Maps. Disponível em: <
https://www.google.com.br/maps/place/55000+Artigas,+Uruguai/@-30.4070078,-
56.4737669,15z/data=!4m5!3m4!1s0x95ab0b87630011e3:0xa7b98d56278982c9!8m
2!3d-30.4068179!4d-56.4775937>. Acessado em: 25 out 2016.

Figura 124- Planta baixa da residência.


Acervo do autor, 2016. Redesenho realizado em base as plantas originais.

Figura 125- Divisão por setores no primeiro pavimento.


Acervo do autor, 2016.

Figura 126- Fachada da Residência Dieste.


Acervo do autor, 2016.

Figura 125- Divisão por setores no primeiro pavimento.


Acervo do autor, 2016.

Figura 126- Fachada da residência para a rua.


Acervo do autor, 2016.

Figura 127- Interior da Residência Dieste.


Acervo do autor, 2016.

Figura 128- Abóbada da sala de estar/jantar.


Acervo do autor, 2016.

Figura 129- Detalhamento do encontro de abóbada e parede e abóbada e


viga/laje.
Acervo do autor, 2016. Redesenho realizado em base aos desenhos originais.

Figura 130- Detalhe da abóbada em tijolo e o encontro com a viga/laje também


em tijolo.
Acervo do autor, 2016.

Figura 131- Viga/laje inclinada nos banheiros.


Acervo do autor, 2016.

Figura 132- Sala de estar.


Acervo do autor, 2016.

Figura 133- mobiliário embutido nas paredes.


Acervo do autor, 2016.

Figura 134- Eladio Dieste.


MORPHOCODE, 2004. Disponível em: < http://morphocode.com/eladio-dieste-
reverence-to-the-laws-of-matter/>. Acessado em: 28 out 2016.

151
ANEXO A- HISTÓRICO ESCOLAR DE ELADIO DIESTE202

202
Documento disponível no arquivo histórico da Escola N˚1- Artigas.
152
ANEXO B- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA GAUSA

ANEXO B.1- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA GAUSA NO URUGUAI

- Depósito Furgoni S.A (Hoje Julio César Lestido S.A)


Localidade: Cerro Largo 1729, Montevidéu
Cliente: Furgoni S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1955
Área: 3.500 m²
Vão: 22m

- Depósito de bobinas do jornal “El Pais” (obra demolida)


Endereço: Rambla e Paraguai, Montevidéu.
Cliente: Jornal “El Pais”
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1956
Conclusão das obras:1956
Área: 2.200 m²
Vão: 22m

- Estação de Gás (Hoje Motor Haus)

Localidade: Cooper 2099, Montevidéu


Cliente: ANCAP
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1957
Área:700m²
Vão: 22m

- A. Jung S.A- Textil Mill (Hoje Punta Ballena)

Localidade: Caminho Carlos A. López , Montevidéu


Cliente: A. Jung S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1957
Conclusão das obras:1957
Área: 4.100m²
Vão: 25m

- Ginásio para o Clube Remeros de Mercedes

Localidade: Costaneira de Mercedes, Soriano


Cliente: C.M.R
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1957
Área: 1.300m²
Vão: 25m

- 4 Celeiros para o Banco da República (BROU)


Cliente: BROU
153
Data do projeto: sd
Localidade: Cardona, Soriano
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:sd
Área: 1.500m²
Vão: 28m
Localidade: Palmitas, Soriano
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1958
Área: 1.500m²
Vão: 28m
Localidade: Tarariras, Colonia
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:sd
Área: 1.500m²
Vão: 28m
Localidade: Suárez, Canelones
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1958
Área: 1.500m²
Vão: 28m

- Depósito Carrau e Cia. (Hoje Metalúrgica Minstar S.A)


Localidade: Av. Dámaso Larrañaga 3444, Montevidéu
Cliente: Carrau e Cia
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1959
Área: 3.200m²
Vão: 25m

- Ginásio Municipal de Artigas


Endereço: 18 de Julio s/n, Artigas
Cliente: Prefeitura Municipal de Artigas
Data do projeto: 1957
Inicio das obras: 1957
Conclusão das obras:1958
Área: 1.500m²
Vão: 26m
Colaborador: Arq. Candido Zunin Padilla

- Metalúrgica Inyecta (Hoje Metalúrgica Minstar S.A)


Localidade: Emancipación 4700, Montevidéu
Cliente: Metais Inyecta
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1959
Área: 1.800m²
Vão: 30m

- Garagem para o Banco de Seguros del Estado (Hoje Fripur S.A)


Localidade: Av Gral Rondeau 2274, Montevidéu
Cliente: BSE
Data do projeto: sd
154
Inicio das obras: 1959
Conclusão das obras:1960
Área: 2.500m²
Vão: 35m

- Igreja Cristo Obreiro de Atlântida


Endereço: Ruta 11, Km 164. Estação Atlântida – Canelones.
Cliente: Doação de Alberto Giudice e sua esposa Urioste
Data do projeto: 1955/57
Inicio das obras: 1958
Conclusão das obras:1960
Restauração: 2003 – Arq. Esteban Dieste
Área: 500m²
Vão: 45m
Colaboradores: Eng. Civil Raúl Romero e Marcelo Sasson

- Ginásio Municipal de Dolores

Localidade: Ruta 21 e Rua Presidente Oribe, Dolores, Soriano.


Cliente: Prefeitura Municipal de Soriano
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1962
Conclusão das obras:1962
Área: 1.400m²
Vão: 30m

- Fábrica TEM Montevidéu (Hoje, Unilever)


Endereço: Caminho Carrasco 5975, Montevidéu.
Cliente: TEM S.A
Data do projeto: 1958
Inicio das obras: 1960
Conclusão das obras:1962
Área: 8.200m²
Vão: 43m

- Banco Popular (Hoje, Centro Administrativo das Usinas y Transmisiones


Elétricas (UTE) do Estado)
Localidade: Geral. Flores 2381, Montevidéu
Cliente: Banco Popular
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1964
Conclusão das obras:1965
Área: 1.800m²
Vão: 22m
Arquiteto: Mario Paysse Reyes

- Depósito para Epidor S.A (Hoje Fábrica de alimentos Las Acacias –


Darcel S.A)
Localidade: José Oxilia 3121, Montevidéu
Cliente: Epidor S.A

155
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1965
Conclusão das obras:1965
Área: 3.200m²
Vão: 26m

- Fábrica de Bennet & Brandon S.A (Hoje Fabrica de Sorvetes CRUFI S.A)
Localidade: Caminho Duran 5693, Montevidéu
Cliente: Bennet & Brandon S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1965
Conclusão das obras:1965
Área: 2.400m²
Vão: 26m

- Fábrica de Tijolos Cerâmicas do Sul


Localidade: Ruta 1 Km 37,6, San José
Cliente: Cerâmicas do Sul
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1966
Área: 1.4000m²
Vão: 20m

- Celeiros para Fosfato Thomas


Endereço: Av. das Instruções e Via Férrea, Montevidéu
Cliente: Fosfato Thomas
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Celeiro 1:
Conclusão das obras:1965
Área: 1.900,00m²
Vão: 30m
Flecha: 15m
Celeiro 2:
Conclusão das obras:1967
Área: 1.550m²
Vão: 22m
Flecha: 12m

- Ginásio do Clube Hebraica-Macabi


Localidade: Camacuá 623, Montevidéu
Cliente: Clube Hebraica-Macabi
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1968
Conclusão das obras:1968
Área: 400m²
Vão: 16m

- Igreja Nossa Senhora de Lourdes (não construída)


Localidade: Rua Michigan e Av. Geral Rivera, Malvín, Montevidéu
Cliente: Obispado de Montevidéu

156
Data do projeto: 1961
Inicio das obras: 1965
Conclusão das obras:1968
Área: 800m²
Vão: 20m
Colaboradores: Eng. Civil Raúl Romero e Arquiteto Alberto Castro

- Engenho açucareiro para CALNU

Endereço: Bela União, Artigas.


Cliente: CALNU
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1968
Conclusão das obras:1970
Área: 12.000m²
Vão: 25m

- Indústria de Cítricos Caputto

Endereço: Paraguai e Ferreira, Salto.


Cliente: Caputto S.A
Data do projeto: 1971
Inicio das obras: 1971
a a
Conclusão das obras:1972 (1 Etapa) e 1986 (2 Etapa)
a a
Área: 4.200m² (1 Etapa) e 2.400m² (2 Etapa)
a a
Vão: 45m (1 Etapa) e 26,5m (2 Etapa)

- Ginásio do Salto Novo F.C

Localidade: Salto
Cliente: Salto Nuevo FC
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1974
Área: 1.200m²
Vão: 28m

- Ginásio Municipal de Durazno

Endereço: J. B. de León e Zorilla de San Martín, Durazno


Cliente: Prefeitura Municipal de Durazno
Data do projeto: 1973
Inicio das obras: 1974
Conclusão das obras:1975
Área: 1.600m²
Vão: 45m

- Depósito de distribuição de cítricos Caputto

Endereço: Boulevard Batlle y Ordoñez 3266, Montevidéu


Cliente: Caputto S.A
Data do projeto: 1975
Inicio das obras: 1975
Conclusão das obras:1976
157
Área: 2.200m²
Vão: 34m
Colaborador: Arquiteto Alberto Castro

- Celeiro Horizontal da Cooperativa Agrícola de Young (CADYL)

Endereço: Av. Montevidéu 3517, Rio Negro.


Cliente: Cooperativa Agropecuária de Young ltda.
Data do projeto: 1975
Inicio das obras: 1976
Conclusão das obras:1978
Área: 3.600m²
Vão: 30m
Flecha: 15m
Colaborador: Eng. Civil José M. Zorrilla

- Celeiro para SAMAN- Sociedade Anônima de Moinhos Arrozeiros


Localidade: Vergara, departamento de Trinta e Três .
Cliente: SAMAN
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1974
Conclusão das obras:1978
Área: 3.600m²
Vão: 30m
Flecha:15m
Colaboradores: Eng. Civil Ariel Valmaggia; José M. Zorrilla; Gonzalo
Larrambebere e Antonio Dieste.

- Deposito Julio Herrera e Obes (Hoje, Depósitos Montevidéu S.A)


Endereço: Rampla 25 de Agosto e Zabala, Montevidéu
Cliente: Administração Nacional de Portos
Data do projeto: 1976
Inicio das obras: 1977
Conclusão das obras:1979
Área: 4.200m²
Vão: 50m
Colaboradores: Eng. Civil José M. Zorrilla; Arq. Esteban Dieste e Tec. Walter Vilche

- Indústria e Fábrica Têxtil Edasa (Hoje, Bander Leather Uruguay)

Localidade: Antiga Ruta 1 Km 31, San José


Cliente: Edasa
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Galpão 1:
Área: 4.000,00m²
Vão: 35m
Conclusão das obras:1968
Galpão 2:
Área: 1.200m²
Vão: 30m
Conclusão das obras:1979

- Indústria de Metais Juan B. Ferrando S.A (Hoje Fundação Dom Pedro)


Localidade:Caminho Oncativo 2960, Montevidéu
158
Cliente: Juan B. Ferrando S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1979
Conclusão das obras:1980
Área: 3.000m²
Vão:32m

- Urupez – Processadora de peixes


Localidade:Praia Verde, Maldonado
Cliente: Urupez
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1980
Área: 2.400m²
Vão:20m

- Van Dam S.A


Localidade:Bv. Batlle e Ordoñez 6247, Montevidéu
Cliente: Van Dam S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1981
Área: 2.500m²
Vão:30m

- Depósito da Central Lanera Uruguaia (Hoje, CONAPROLE)


Localidade: Caminho das Tropas 1969 e Ruta 5, Montevidéu
Cliente: Central laneira Uruguaia
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1980
Conclusão das obras:1982
Área: 9.000m²
Vão:20m

- Ginásio do Colégio dos Irmãos Maristas Santa Maria

Localidade: 8 de Outubro 2977, Montevidéu


Cliente: Irmãos Maristas
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1982
Área: 800m²
Vão:30m

- Fabrica a Republicana (Hoje, Tabacos Mailons)

Localidade: Mirungá 6505, Montevidéu


Cliente: Compania industral de tabacos S.A
Data do projeto: sd
Galpão 1:
Área: 3.600,00m²
Vão: 40m
Inicio das obras: 1969
Conclusão das obras:1970
Galpão 2:
Área: 3.600m²
159
Vão: 40m
Inicio das obras: 1980
Conclusão das obras:1981
Galpão 3:
Área: 3.600m²
Vão: 40m
Inicio das obras: 1982
Conclusão das obras:1983

- Ginásio Colégio Dom Bosco

Endereço: Maldonado 2128, Montevidéu


Cliente: Sociedade São Francisco de Sales
Data do projeto: 1983
Inicio das obras: 1983
Conclusão das obras:1983
Área: 1.300m²
Vão: 25m
Colaboradores: Arq. Esteban Dieste e Tec. Walter Vilche

- Ginásio CEDEMCAR
Localidade: San Carlos, Maldonado
Cliente: Prefeitura Municipal de Maldonado
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1984
Área: 2.850m²
Vão:34m

- Montevidéu Shopping Center

Endereço: Av. Luis Alberto de Herrera 1380, Montevidéu


Cliente: Montevidéu Shopping Center S.A
Data do projeto: 1983
Inicio das obras: 1983
Conclusão das obras:1985
Área: 10.000m²
Vão: 8 e 16m
Colaboradores: Eng. Civil Ariel Valmaggia; José M. Zorrilla; Gonzalo
Larrambebere, Arq. Esteban Dieste e Tec. Walter Vilche
Arquitetos: Gómez Platero- López Rey

- Lanera Santa Maria – Processo de Lã (Hoje, Casino Importações)

Endereço: Aparicio Saravia 3048, Montevidéu


Cliente: Lanera Santa Maria
Data do projeto: sd
Prédio 1:
Inicio das obras: 1981
Conclusão das obras:1981
Área: 1.500,00m²
Vão: 20m
Prédio 2:
Inicio das obras: 1983
Conclusão das obras:1984
Área: 1.780m²
Vão: 25m
- Complexo Agroindustrial Azucitrus S.A
160
Localidade:Caminho Roldán, Paysandu
Cliente: Azucutrus S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1986
Conclusão das obras:1987
Área: 9.000m²
Vão:30m
Colaboradores: Eng. Civil Antonio Dieste e Tec. Walter Vilche

- Fábrica CINCELCUR

Localidade:Arribeños 3532, Montevidéu


Cliente: CINCELCUR
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1987
Área: 850m²
Vão:25m

- Lanera Tops Fray Marcos S.A (Hoje Engraw S.A)


Localidade: Fray Marcos, Florida
Cliente: Compania industral de tabacos S.A
Data do projeto: sd
Galpão 1 e 2:
Área: 4.500m²
Vão: 25m
Inicio das obras: 1986
Conclusão das obras:1987
Galpão 3:
Área: 2.000m²
Vão: 25m
Inicio das obras: 1988
Conclusão das obras:1988
Galpão 4:
Área: 2.000m²
Vão: 25m
Inicio das obras: 1988
Conclusão das obras:1988
Colaboradores: Eng. Civil Jorge Bliman e Tec. Walter Vilche

- Celeiros no porto de Nova Palmira


Localidade: Porto de Nova Palmira, Colônia
Cliente: Corporação de Navios S.A
Data do projeto: 1981
Área: 2.700m²
Vão: 27m
Flecha: 15m
Celeiro 1:
Inicio das obras: 1981
Conclusão das obras:1982
Celeiro 2:
Inicio das obras: 1987
Conclusão das obras:1987
Celeiro 3:
Inicio das obras: 1989
Conclusão das obras:1990

161
Colaboradores: Eng. Civil José M. Zorrilla; Gonzalo Larrambebere e o Tec.
Wlater Vilche.

- Ginásio de Municipal de Trinidad

Endereço: Gral. José G. Artigas s/n, Flores


Cliente: Prefeitura de Trinidad
Data do projeto: 1970
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1990
Área: 1.300m²
Vão: 25m

- Lanera Pedra Alta S.A

Localidade: Florida.
Cliente: Laneira Pedra Alta S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1989
Conclusão das obras:1990
Área: 7.500m²
Vão: 40m

- Celeiro para Solsire S.A (Hoje, Torrevieja)


Localidade: Av. Gral Flores 4441, Montevidéu
Cliente: Solsire S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1992
Conclusão das obras:1994
Área: 3.100m²
Vão: 28,5m
Flecha: 13m
Colaboradore0,0s: Eng. Civil Jorge Bliman e Tec. Walter Vilche

- Depósito de Lãs Trinidad S.A

Localidade:Caminho Nacional e Ruta 14, Durazno


Cliente: Lãs Trinidad S.A
Data do projeto: sd
Galpão 1:
Área: 10.000m²
Vão: 30m
Inicio das obras: 1988
Conclusão das obras:1990
Galpão 2 e 3:
Área: 6.000m²
Vão: 30m
Inicio das obras: 1991
Conclusão das obras:1993
Colaboradores: Eng. Civil Gonzalo Larrambebere, Jorge Bliman e Tec. Walter Vilche
Arquiteto: Andrea Queirolo

- Deposito de Lã A.D.F
Endereço: Ruta 5, Km 39,500. Juanicó – Canelones
Cliente: A. Dewavrin Fils S.A
Data do projeto: 1991
162
Inicio das obras: 1992
Conclusão das obras:1994
Área: 10.000m²
Vão: 30 e 40m

- Clube Social de Empregados do BPS


Localidade: Rua Uruguai s/n, Montevidéu
Cliente: BPS
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1994
Conclusão das obras:1995
Área: 800m²
Vão:20m

ANEXO B.2 - OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA GAUSA NA ARGENTINA

- TERKA S.A (Hoje, desocupado para aluguel)


Localidade: Rua Salta e Jujuy, San Justo, Província de Buenos Aires
Cliente: Terka S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras:sd
Conclusão das obras:1965
Área: 2.100m²
Vão:22m

- Metalúrgica Melian S.C.A (Hoje, DABRA S.A)


Localidade: Estrada Pan-americana Km25, Província de Buenos Aires
Cliente: Melian S.C.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras:sd
Galpão 1:
Área: 2.200m²
Vão: 32m
Conclusão das obras:1966
Galpão 2:
Área: 600m²
Vão: 15m
Conclusão das obras:1972
Galpão 4:
Área: 700m²
Vão: 12m
Conclusão das obras:1973

- Bianchetti S.A (Hoje, Danisant Perfumaria e Limpeza e Liftvan Internacional)


Localidade: Estrada Pan-americana e Estrada 202, Província de Buenos Aires
Cliente: Bianchetti S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras:sd
Galpão 1, 2 e 3:
Área: 1.200m²
Vão: 16m
Conclusão das obras:1967, 1970 e 1973.
Galpão 4:
Área: 3.500m²
163
Vão: 32m
Conclusão das obras:1974

- Edições de Contabilidade Moderna S.A (Hoje, Tramontina)

Localidade: Estrada Pan-americana Km 29, Província de Buenos Aires


Cliente: ECM S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras:sd
Conclusão das obras:1969
Área: 490m²
Vão: 18m

- Indústria de Plásticos Pan-americanas S.A


Localidade: Estrada Pan-americana Km 30, Província de Buenos Aires
Cliente: IPP S.A
Data do projeto: sd
Galpão 1:
Área: 2.900m²
Vão: 38m
Conclusão das obras:1972.
Galpão 2:
Área: 380m²
Vão: 38m
Conclusão das obras:1975
Galpão 3:
Área: 1.300m²
Vão: 38m
Conclusão das obras:1977

- Polinor S.A (Hoje, Hidromet S.A.C.I)

Localidade: Rua Uruguai 2599, São Fernando, Província de Buenos Aires


Cliente: Polinor S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras:sd
Galpão 1:
Área: 1.600m²
Vão: 24m
Conclusão das obras:1973.
Galpão 2:
Área: 650m²
Vão: 24m
Conclusão das obras:1981

- Indústria de Alimentos Bagley S.A


Localidade: São Miguel de Tucumán, Província de Tucumán
Cliente: Bagley S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras:sd
Conclusão das obras:1974
Área: 1.200m²
Vão: 24m
Bibliografia: STANFORD, 2004.

- Indústria de doces Cabsha S.A

164
Localidade: São Miguel de Tucumán, Província de Tucumán
Cliente: Cabsha S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras:sd
Conclusão das obras:1977
Área: 3.600m²
Vão: 20m
Bibliografia: STANFORD, 2004.

- Longvie S.A

Localidade: Parque Industrial Paraná, Província de Entre Rios


Cliente: Longvie S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras:sd
Conclusão das obras:1978
Área: 3.300,00m²
Vão: 38m

- Lanico S.A (Hoje, fechado para venda ou aluguel)


Localidade: Estrada 205, Lobos, Província de Buenos Aires
Cliente: Lanico S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras:sd
Conclusão das obras:1979
Área: 2.500m²
Vão: 20m

- Centro Nacional de Alto Desempenho Desportivo (CENARD)


Localidade: Av. Miguel B. Sánchez 1050, Província de Buenos Aires
Cliente: Presidência da Argentina
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras: 1983
Área: 2.500m²
Vão: 21m

ANEXO B.3 - OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA GAUSA NO BRASIL

- Supermercado Maceió (Hoje, Rede Bompreço)


Endereço: Rua Dr. Francisco de Menezes S/N, Maceió.
Cliente: sd
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1971
Área: 2.800m²
Vão: 25m

- Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul- CEASA/RS


Endereço: Av. Fernando Ferrari 1001, Porto Alegre/RS.
Cliente: Estado do Rio Grande do Sul
Data do projeto: 1968/69
Inicio das obras: 1969
Conclusão das obras:1972

165
Área: 13.160m²
Vão: 47m
Arquitetos: Carlos Maximiliano Fayet e Claudio Araujo

- Celeiro da Farol S.A (Hoje, Camera)


Endereço: Av. Augusto Frederico Markus 1600, Estrela/RS
Cliente: Farol S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1978
Conclusão das obras:1979
Capacidade: 30.000 ton
Vão: 30m

- Deposito da Cooperativa Regional Tritícola Serrana Ltda - COTRIJUI (Hoje,


Rio Grande Fertilizantes) – Obra Demolida

Endereço: Porto de Rio Grande, Rio Grande/RS


Cliente: COTRIJUI
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1978
Conclusão das obras:1979
Área: 3.500 m²
Vão: 34m

ANEXO B.4 - OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA GAUSA NA ESPANHA

- Igreja Sagrada Família

Endereço: Torrejon de Ardoz, Madrid


Cliente: Diocese de Alcalá de Henares
Data do projeto: 1993
Inicio das obras: 1995
Conclusão das obras:1997
Área: Templo 545m²
Vão: 15m
Colaborador: Arq. Carlos Clemente, Juan de Dios de la Hoz, José L de la
Quintana e Tec. Walter Vilche

- Conjunto Paroquial São João de Ávila


Endereço: Caminho Reis Magos s/n, Alcalá de Henares, Madrid
Cliente: Obispo de Alcalá de Henares
Data do projeto: 1993
Inicio das obras: 1996
Conclusão das obras:1998
Área: Templo 500m²
Vão: 17m
Colaborador: Arq. Carlos Clemente e Juan de Dios de la Hoz

- Igreja Santa Cruz


Endereço: Coslada, Madrid
Cliente: Diocese de Alcalá de Henares
166
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1998
Área: Templo 420m²
Vão: 13m
Colaborador: Arq. Carlos Clemente, Juan de Dios de la Hoz, José L de la
Quintana e Tec. Walter Vilche

- Igreja Nossa Senhora de Belém

Endereço: Alcalá de Henares, Madrid


Cliente: Diocese de Alcalá de Henares
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1998
Área: Templo 390m²
Vão: 13m
Colaborador: Arq. Carlos Clemente, Juan de Dios de la Hoz, José L de la
Quintana e Tec. Walter Vilche

ANEXO C- OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA AUTOPORTANTE

ANEXO C.1 - OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA AUTOPORTANTE NO


URUGUAI

- Fábrica Electroplast S.A

Endereço: Servando Gómez 2440, Montevidéu


Cliente: Electroplast S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Estagio 1
Conclusão das obras:1960
Área: 600m²
Vão: 12m
Estagio 2
Conclusão das obras:1966
Área: 800m²
Vão: 16m
Estagio 3
Conclusão das obras:1966
Área: 800m²
Vão: 16m

- Casa Saúl Dieste (Hoje, Família Felix Arrieta)


Endereço: Rincón 329, Artigas
Cliente: Saúl Dieste
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1966
Área: 800m²
Vão: 16m

- Casa Dieste (hoje, vendida a propriedade privada)

167
Endereço: Mar Antártico 1227, Punta Gorda, Montevidéu
Cliente: Familia Dieste Friedheim
Data do projeto: 1952
Inicio das obras: 1961
Conclusão das obras:1962
Área: 264m²
Vão: 4m
Comprimento: 4,8m
Quantidade de Abóbadas: 6

- Ginásio para o Colégio Secundário N°18

Endereço: Av. Millán 3898, Montevidéu


Cliente: CODICEN
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1963
Área: 442m²
Vão: 5m
Comprimento: 17m
Quantidade de Abobadas:4

- Autopalace (Hoje, Tecnomadera S.A)


Endereço: Av. General Flores 2775, Montevidéu
Cliente: Darcon S.A
Data do projeto: 1963
Inicio das obras: 1964
Conclusão das obras:1964
Área: 3.000m²
Vão: 30m
Comprimento: 9m
Quantidade de Abobadas:6
Arquiteto: Acerenza

- Depósito para o Frigorifico Carrasco S.A

Endereço: Camino Carrasco, Montevidéu


Cliente: Frigorifico Carrasco S.A
Data do projeto: sd
Estagio 1
Inicio das obras: 1964
Conclusão das obras:1965
Área: 2.000m²
Vão: 25m
Estagio 2
Inicio das obras: 1968
Conclusão das obras:1968
Área: 1.400m²
Vão: 26m
Estagio 3
Inicio das obras: 1970
Conclusão das obras:1970
Área: 1.800m²
Vão: 26m

- Laboratórios Sandoz (Hoje, Farmaco Uruguayo)


Endereço: Dámaso A. Larrañaga 4479, Montevidéu
168
Cliente: Sandoz
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1965
Área: 1.500m²
Vão: 18m
Comprimento: 21m
Quantidade de Abobadas: 5

- Laboratórios Sidney Ross (Hoje, Roemmers)

Endereço: Camino Maldonado 5634, Montevidéu


Cliente: Sandoz
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1965
Área: 2.500m²
Vão: 26m
Quantidade de Abobadas: 4

- Complexo industrial Lãs Trinidad


Endereço: Geral Rivera 292, Trinidad, Flores
Cliente: Lãs Trinidad S.A
Data do projeto: sd
Estagio 1:
Inicio das obras: 1965
Conclusão das obras:1965
Área: 2.400m²
Vão: 26m
Comprimento: 18m
Quantidade de Abobadas: 4
Arquiteto: Lorieto e Queirolo
Estagio 2: (Depósito de lã)
Inicio das obras: 1986
Conclusão das obras:1987
Área: 4.100m²
Vão: 28m
Estagio 3: (Confecção de produtos)
Inicio das obras: 1986
Conclusão das obras:1987
Área: 5.700m²
Vão: 8m
Estagio 4: (Planta de maquinas)
Inicio das obras: 1988
Conclusão das obras:1989
Área: 2.300m²
Vão: 12.6m

- Estacionamento Carlos Patrón (Hoje, Supermercado Devoto)

Endereço: Lima 1737 e Arenal Grande, Montevidéu


Cliente: Carlos Patrón
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1965
Conclusão das obras:1966
Área: 2.250m²
Conjunto 1
Vão: 32m

169
Comprimento: 30m
Quantidade de Abobadas: 3
Conjunto 2
Vão: 20m
Comprimento: 13m
Quantidade de Abobadas: 4

- Frigorifico Cruz do Sul (Hoje, Poligono empresarial Cruz do Sul)


Endereço: Estrada 69, Km 31, Canelones
Cliente: Frigorifico Cruz do Sul
Data do projeto: sd
Estagio 1:
Inicio das obras: 1966
Conclusão das obras:1966
Área: 5.400m²
Vão: 25m
Estagio 2:
Inicio das obras: 1968
Conclusão das obras:1968
Área: 950m²
Vão: 22m
Quantidade total de Abóbadas: 12
Estagio 3:
Inicio das obras: 1970
Conclusão das obras:1970
Área: 900m²
Vão: 15m
Quantidade de Abóbadas: 3
Reforma: Arq. Daniel Perez Pascual

- Planta para processamento de lã – Fabex

Endereço: Ruta 14, Km 139,5. Trinidad, Flores


Cliente: Fabex
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1966
Conclusão das obras:1966
Área: 2.000m²
Vão: 22m
Quantidade de Abobadas: 8

- Casa Gomez-Gotuzzo
Endereço: Rua Baldomir 391, Artigas
Cliente: Juan Gomez Gotuzzo
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1966
Conclusão das obras:1967
Área: 230,80m²
Vão: 6m
Quantidade de Abobadas: 2

- Mercado de Frutas de Canelones (Hoje, Ginásio)

Endereço: Eduardo Martinez Monegal esq. Héctor Miranda, Canelones


Cliente: Prefeitura Municipal de Canelones
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1966
170
Conclusão das obras:1967
Área: 2.100m²
Vão: 33m
Comprimento: 60m
Quantidade de Abobadas: 5

- Ginásio para o Campus Maldonado


Endereço: Rua 3 de Fevereiro s/n, Maldonado
Cliente: Prefeitura Municipal de Maldonado
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1967
Conclusão das obras:1968
Área: 2.000m²
Vão: 33m
Comprimento: 7m
Quantidade de Abobadas: 5

- Fabrica do Laboratório La Roche (Hoje, Roemmers)


Endereço: Caminho Maldonado 6550, Montevidéu
Cliente: La Roche
Data do projeto: sd
Estagio 1:
Inicio das obras: 1967
Conclusão das obras:1967
Área: 2.300m²
Vão: 24m
Quantidade de Abobadas: 9
Estagio 2:
Inicio das obras: 1967
Conclusão das obras:1967
Área: 2.300m²
Vão: 24m
Quantidade de Abobadas: 8

- Capela Mãe Paulina

Endereço: Carmelo de Arzadúm 6023, Montevidéu


Cliente: Colégio Madre Paulina
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1967
Conclusão das obras:1967
Área: 900m²
Vão: 25m
Comprimento: 20m
Quantidade de Abobadas: 1
Colaborador: Arquiteto Alberto Castro

- Ginásio do Colégio Bauzá

Endereço: Lucas Obes 896, Montevidéu


Cliente: Colégio Bauzá
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1967
Conclusão das obras:1967
Área: 1.100m²
Vão: 24m
Comprimento: 35m
171
Quantidade de Abobadas: 4

- Refinadora de Açúcar – RAUSA (Hoje, abandonado)

Endereço: Montes, Montevidéu


Cliente: Rausa
Data do projeto: sd
Estagio 1:
Inicio das obras: 1967
Conclusão das obras:1967
Área: 900m²
Vão: 15m
Estagio 2:
Inicio das obras: 1968
Conclusão das obras:1968
Área: 800m²
Vão: 18m
Estagio 3:
Inicio das obras: 1969
Conclusão das obras:1969
Área: 1.050m²
Vão: 18m

- Produção e Impressão de Artigos de Papelaria- Irmãos Garino


Endereço: Goes 2096, Montevidéu
Cliente: Garino Hnos S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1967
Conclusão das obras:1968
Área: 2.550m²
Vão: 27m
Comprimento: 67m
Quantidade de Abobadas: 7

- Clube Hebraica-Macabi

Endereço: Camacuá 623, Montevidéu


Cliente: Clube Hebraica-Macabi
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1968
Conclusão das obras:1968
Área: 660m²
Vão: 30m
Comprimento: 23m
Quantidade de Abobadas: 3

- Salão do automóvel: Centro de exibição e espetáculos (Obra demolida)

Endereço: Costaneira, Parada 3, Punta del Este


Cliente: Automóvel clube
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1969
Área: 2.900m²
Vão: 26m
Quantidade de Abobadas: 9

- Rodoviária Municipal de Salto


172
Endereço: Rua Andrés Latorre esq. Dámaso A. Larrañaga, Salto
Cliente: Prefeitura Municipal de Salto
Data do projeto: 1971
Inicio das obras: 1974
Conclusão das obras:1974
Área: 1.200m²
Vão: 26m
Comprimento: 43
Quantidade de Abobadas: 7
Colaborador: Eng. Raúl Romero
Arquiteto: Nestor Minutti

- Depósito de distribuição da Cítricos Caputto (Hoje, Mercado Modelo)


Endereço: Av. Batlle e Ordoñez 2932, Montevidéu
Cliente: Cítricola Caputto Salteña S.A
Data do projeto: 1975
Inicio das obras: 1979
Conclusão das obras:1979
Área: 1.000m²
Vão: 12m
Comprimento: 40 (cada conjunto, num total de 4)
Quantidade de Abobadas: 30
Colaborador: Arq. Alberto Castro

- Estação de Serviço Barbieri e Leggire (Hoje, “Porta da Sabedoria”)

Endereço original: Rua Blandegues e Av. Batlle e Ordóñez, Salto


Endereço Atual: Rotula “4 bocas” – Estrada 3, Salto (transferida em 1996)
Cliente: Barbieri e Leggire
Data do projeto: 1975/76
Inicio das obras: 1976
Conclusão das obras:1976
Área: 95,20m²
Vão: 2,80m
Comprimento: 4m
Quantidade de Abobadas: 2 meias abóbadas
Colaborador: Arq. Nestor Minutti
Colaboração na relocação: Arq. Ariel Valmaggia e Esteban Dieste

- Terminal de Oleoduto para ANCAP


Endereço: Caminho Francisco Lecoq e Av. Millán, Montevidéu
Cliente: ANCAP
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1976
Conclusão das obras:1976
Área: 2.000m²
Vão: 20m
Comprimento: 100m
Quantidade de Abobadas: 11

- Recepção das Termas do Daymán

Endereço: Av. Paysadú e Rambla das Circunvalación, Salto


Cliente: Prefeitura Municipal de Salto
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1976
173
Conclusão das obras:1976
Área: 1.500m²
Vão: 15m
Comprimento: 33m (cada conjunto, total de 2 conjuntos)
Quantidade de Abobadas: 15

- Industria Metalúrgica COLSA (Hoje, Colgate Palmolive)


Endereço: Caminho Tenente Galeano 3160, Montevidéu
Cliente: COLSA
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1976
Conclusão das obras:1976
Área: 9.482m²
Vão: 26m
Quantidade de Abobadas: 44

- Agroindústria Massaro (Hoje, Timac Agro)


Endereço: Estrada 5 Km 37,5, Canelones
Cliente: Domingo Massaro S.A
Data do projeto: 1976
Inicio das obras: 1976
Conclusão das obras:1980
Área: 10.000m²
Vão: 35m
Quantidade de Abobadas: 9
Coladores: Eng. Gonzalo Larrambebere, Ariel Valmaggia e Arq. Esteban Dieste
Arquiteto: Martín Boada

- Metalúrgica Léon Iorio (Hoje, CESMART)

Endereço: Av. Dom Pedro de Mendoza 4063


Cliente: Léon Iorio
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1977
Conclusão das obras:1977
Área: 2.000m²
Vão: 22m
Quantidade de Abobadas: 10

- Refrigerantes do Norte, Planta de Coca Cola (Hoje, Fênix S.A)

Endereço: Av. Governador De Viana Esq. Manuel Patulle, Salto


Cliente: Refrigerantes do Norte S.A
Data do projeto: 1976/77
Inicio das obras: 1977
Conclusão das obras:1980
Área: 3.600m²
Vão: 25m
Quantidade de Abobadas: 8
Colaboradores: Eng. Antonio Dieste e Arq. Esteban Dieste
Arquiteto: Nestor Minutti (desenho de planta)

- Centro paroquial e ginásio São Agustín (Hoje, Laboratório Roche)


Endereço: Rua Justino Zavala Muniz 5591
Cliente: Associação São Agustín
174
Data do projeto: 1977
Inicio das obras: 1978
Conclusão das obras:1980
Área: 865m²
Vão: 20m
Quantidade de Abobadas: 1
Colaboradores: Arq. Esteban Dieste e Tec. Walter Vilche

- Depósito e Garaje para H. Carugati S.A (Hoje, Colier S.A)

Endereço: Av. Italia 4231, Montevidéu


Cliente: H. Carugati S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1978
Conclusão das obras:1979
Área: 1.200m²
Vão: 20m
Quantidade de Abobadas: 12

- Fabrica Francis S.A (Hoje, Abandonado para Venda)


Endereço: Rua 21 de Abril 2620, Montevidéu
Cliente: Francis S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1979
Área: 1.000m²
Vão: 12m
Quantidade de Abobadas: 3

- Fabrica Neosul S.A (Hoje, Abandonado para Venda)

Endereço: União Aizpurúa 2092, Montevidéu


Cliente: Neosul S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1979
Área: 700m²
Vão: 12m
Quantidade de Abobadas: 2

- TELEDOCE

Endereço: Rua Enriqueta Compte e Riqué 1276, Montevidéu


Cliente: Teledoce
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1979
Conclusão das obras:1980
Área: 800m²
Vão: 20m
Quantidade de Abobadas: 2

- Clube Remeiros de Salto

Endereço: Rambla Costaneira Norte Cesar Mayo, Salto


Cliente: Salto Rowing Club
Data do projeto: 1978
Inicio das obras: 1979
Conclusão das obras:1980
175
Área: 500m²
Vão: 16m
Comprimento:27m
Quantidade de Abobadas: 1
Colaboradores: Eng. Antonio Dieste, Arq. Esteban Dieste e Tec. Walter Vilche
Arquiteto: Ambrosoni

- Terminal de ônibus Turlit (Hoje, Agencia Central)

Endereço: Dr Bortagaray 66, Salto


Cliente: Tutlit
Data do projeto: 1979/80
Inicio das obras: 1980
Conclusão das obras:1980
Área: 900m²
Vão em balanço: 14,4m
Quantidade de Abobadas: 5
Colaboradores: Eng. Antonio Dieste e Tec. Walter Vilche
Arquiteto: Nestor Minutti

- Colorín Ltda.

Endereço: Miguelete 1733, Montevidéu


Cliente: Colorín ltda
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1980
Conclusão das obras:1980
Área: 500m²
Vão: 10m
Quantidade de Abobadas: 1

- Planta de procesamento de lã – Lanera Santa María

Endereço: Aparicio Saravia e Rafael, Montevidéu


Cliente: Colorín ltda
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1984
Conclusão das obras:1985
Área: 2.000m²
Vão: 10m
Quantidade de Abobadas: 2

- Comando General da Armada – Clube Social e Desportivo Andresito

Endereço: Bv. Artigas 2552, Montevidéu


Cliente: Exercito Nacional
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1982
Conclusão das obras:1982
Área: 1.700m²
Vão: 29m
Quantidade de Abobadas: 3

- Igreja Nossa Senhora de Fátima


Endereço: Brito del Pino 1344, Montevidéu
Cliente: Colégio Fátima
Data do projeto: sd
176
Inicio das obras: 1982
Conclusão das obras:1983
Área: 500m²
Vão: 25m
Quantidade de Abobadas: 3

- Depósito Frigorifico Elbio Perez Rodríguez


Endereço: Caminho da Costa s/n, São Jose
Cliente: Frigorifico Elbio Perez Rodríguez
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1984
Área: 180m²
Vão: 15m
Quantidade de Abobadas: 1

- Igreja Nossa Senhora do Líbano


Endereço: Molino de Raffo 926, Montevidéu
Cliente: Colégio Libano
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1984
Conclusão das obras:1985
Área: 850m²
Vão: 13m
Quantidade de Abobadas: 1

- Ginásio Multiuso- Colégio Nossa Senhora do Lujan


Endereço: W. Beltran 1868, Montevidéu
Cliente: Colégio Nossa Senhora do Lujan
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1993
Área: 360m²
Vão: 15m
Quantidade de Abobadas: 1

- Ginásio Multiuso- Colégio Pastorino


Endereço: Carve 5652, Montevidéu
Cliente: Colégio Pastorino
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1993
Conclusão das obras:1994
Área: 220m²
Vão: 10m
Quantidade de Abobadas: 1

ANEXO C.2 - OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA AUTOPORTANTE NA


ARGENTINA

- Metalúrgica Melian S.C.A


Endereço: Estrada Panamericana Km 25, Buenos Aires
Cliente: Melian S.C.A
177
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1972
Área: 600m²
Vão: 30m

- Bianchetti S.A
Endereço: Estrada Panamericana e Estrada 202, Buenos Aires
Cliente: Melian S.C.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1974
Área: 800m²
Vão: 22m

- Balder S.A
Endereço: M. T. de Alvear 777, Buenos Aires
Cliente: Balder S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1967
Área: 6.700m²
Vão: 18m

- Mois Chami S.A (Hoje, Claro)

Endereço: Olleros 2770, Buenos Aires


Cliente: Mois Chami S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1968
Área: 1.100m²
Vão: 11m

- Galeria Laprida Boedo

Endereço: Mariano Boedo 168, Buenos Aires


Cliente: Laprida Boedo
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1969
Área: 500m²
Vão: 15m
Quantidade de Abobadas: 6

- Hotel Samoa
Endereço: Caminho del Buen Ayre y Panamericana, Buenos Aires
Cliente: Hotel Samoa
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1970
Área: 1.100m²
Vão: 11m
Quantidade de Abobadas: 40

178
- Restaurante Carlo III (Obra demolida)
Endereço: Av. del Libertador e Orione, Buenos Aires
Cliente:
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1971
Área: 500m²
Vão: 16m

- Fabrica de Maionese FANACOA


Endereço: Panamericana Km 10, Buenos Aires
Cliente: Unilever
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1971
Área: 500m²
Vão: 16m

- Fabrica UZAL S.A (Hoje, Unitec Blue)


Endereço: Estrada 2 Km 119, Chascomus
Cliente: Uzal S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1971
Área: 4.000m²
Vão: 20m

- Revenda de Carros – Cageao Automotores S.A (Hoje, Pami)

Endereço: Av. Francisco Beirón e Emilio Lamarca, Buenos Aires


Cliente: Cageao Automotores S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1971
Área: 500m²
Vão: 16m
Quantidade de Abobadas: 3

- Galeria Alvear (Cobertura Demolida)

Endereço: Alvear 50, Buenos Aires


Cliente:
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1971
Área: 700m²
Vão: 9m

- Galeria do Norte (Hoje, Personal)

Endereço: Alvear 43, Buenos Aires


Cliente:
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd

179
Conclusão das obras:1972
Área: 800m²
Vão: 16m
Quantidade de Abobadas: 4

- Rodoviária de Mercedes
Endereço: Estrada 5 Km100, Buenos Aires
Cliente:
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1973
Área: 1.600m²
Vão: 20m
Quantidade de Abobadas: 12

- J. Charrúa e Cia. S.A

Endereço: Av. Uruguai esq. Av. Fortabat, Benito Juárez, Buenos Aires
Cliente:J. Charrua e Cia S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1974
Área: 4.500m²
Vão: 25m
Quantidade de Abobadas: 16

- Madeira Panamericana S.A (Hoje, Supermercado Maxiconsumo)

Endereço: Panamericana e Estrada 197, Buenos Aires


Cliente: Madeira Panamericana S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Estagio 1
Conclusão das obras:1975
Área: 3.100m²
Vão: 30m
Estagio 2
Conclusão das obras:1977
Área: 2.300m²
Vão: 30m
Quantidade total de Abobadas: 12

- Supermercado Norte (Obra demolida)

Endereço: Alvear 900, São Isidro, Buenos Aires


Cliente: Supermercado Norte
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1975
Área: 2.100m²
Vão: 24m

- Bortolin e Cia S.A (Hoje, Ivax Argentina S.A)


Endereço: Juan Jose Castelli e Triunvirato, Vila Adelina, Buenos Aires
Cliente: Bortolin e Cia S.A
Data do projeto: sd
180
Inicio das obras: 1977
Conclusão das obras:1978
Área: 3.300m²
Vão: 35m

- Juan Minetti e Cia S.A (Hoje, Grupo Minetti)


Endereço: Malagueño, Córdoba
Cliente: Juan Minetti e Cia S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1979
Conclusão das obras:1980
Área: 2.700m²
Vão: 27m

- Brown Boveri S.A (Hoje, Depósito Supermercado Devoto)

Endereço: Rua Uruguai s/n, Buenos Aires


Cliente: Brown Boveri S.A
Data do projeto: sd
Estagio 1
Inicio das obras: 1980
Conclusão das obras:1980
Área: 1.800m²
Vão: 20m
Estagio 2
Inicio das obras: 1986
Conclusão das obras:1986
Área: 500m²
Vão: 20m
Quantidade total de abóbadas:12

- Ciccone e Hnos. e Lima S.A (Hoje, Casa da Moeda Argentina)

Endereço: Panamericana Km12, Buenos Aires


Cliente: Ciccone e Hnos. e Lima S.A
Data do projeto: sd
Estagio 1
Inicio das obras: 1981
Conclusão das obras:1981
Área: 8.000m²
Vão: 26m
Estagio 2
Inicio das obras: 1987
Conclusão das obras:1987
Área: 1.200m²
Vão: 26m
Quantidade total de abóbadas:27

- Supermercado Norte (Hoje, Carrefour)

Endereço: Rua America, San Martín, Buenos Aires


Cliente: Supermercado Norte
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1985
Conclusão das obras:1985
Área: 2.500m²
Vão: 21m
Quantidade total de abóbadas:10
181
- Supermercado Frigosol (Hoje, Disco supermercado)
Endereço: Bv. Gesell esq. Paseio 112 Bis, Vila Gesell, Buenos Aires
Cliente: Supermercado Frigosol
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1986
Conclusão das obras:1986
Área: 2.300m²
Vão: 27m
Quantidade total de abóbadas:7

- Decorienter S.A (Hoje, Xylem)


Endereço: Panamericana Km11.5, Buenos Aires
Cliente: Decorienter S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1988
Conclusão das obras:1988
Área: 2.600m²
Vão: 31m
Quantidade total de abóbadas:8

ANEXO C.3 - OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA AUTOPORTANTE NO


BRASIL

- Supermercado Maceió (Hoje, Rede Bompreço)

Endereço: Rua Dr. Francisco de Menezes S/N, Maceió.


Cliente: sd
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1971
Área: 3.550m²
Vão: 36m
Quantidade total de abóbadas:15

- Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul- CEASA/RS

Endereço: Av. Fernando Ferrari 1001, Porto Alegre/RS.


Cliente: Estado do Rio Grande do Sul

Pavilhão dos comerciantes


Data do projeto: 1968/69
Inicio das obras: 1969
Conclusão das obras:1972
Área: 40.000m²
Vão: 25m
Arquitetos: Carlos Maximiliano Fayet e Claudio Araujo
Vão: 5m
Quantidade de Pavilhões: 10
Quantidade total de abóbadas:21 por pavilhão

Pórtico de acesso
Data do projeto: 1968/69
Inicio das obras: 1969
Conclusão das obras:1972
182
Área: 750m²
Vão: 33m
Vão: 5m
Quantidade total de abóbadas:4

- Hangar de Mantimento do Metro no Rio de Janeiro


Endereço: Rua Presidente Vargas 2700, Rio de Janeiro.
Cliente: Metropolitano de Rio
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1971
Conclusão das obras:1979
Área: 52.000m²
Vão: 20 e 23m

- Central de Abastecimento de Curitiba- CEASA/PR

Endereço: BR 116, Curitiba.


Cliente: Central de Abastecimento do Paraná
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1972
Conclusão das obras:1976
Área: 33.320m²
Arquiteto: Nelson Andrade, João Rodolfo e Assoc.

- Central de Abastecimento de Gôiana- CEASA/GO

Endereço: BR 60, Gôiana.


Cliente: Central de Abastecimento de Góias
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1972
Conclusão das obras:1976
Área: 23.000m²
Arquiteto: Carlos Maximiliano Fayet e Claudio Araujo

- Central de Abastecimento de Rio de Janeiro- CEASA/RJ

Endereço: Av Brasil 19001, Rio de Janeiro.


Cliente: Ministério da Agricultura
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1973
Área: 150.000m²
Vão: 15m
Arquiteto: Carlos Maximiliano Fayet e Claudio Araujo

- Cooperativa Regional Tritícola Serraja (COTRIJUI)

Endereço: Rua das Chácaras 1513, Ijuí/RS.


Cliente: COTRIJUI
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1972
Conclusão das obras:1975
Área: 4.900m²

- Tecelagem Cooperativa das Valuruguai (Hoje, Agrovit)


Endereço: Osvaldo Aranha, Uruguaiana/RS.

183
Cliente: Cooperativa das Valuruguai
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1977
Conclusão das obras:1988
Área: 23.300m²

- Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) - UFRJ


Endereço: Av. Pedro Calmon 900, Rio de Janeiro/RJ.
Cliente: UFRJ
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:sd
Área: 8.300m²
Vão: 25m
Quantidade total de abóbadas:3

- Serviço Social da Indústria (SESI) – Corumbá

Endereço: R. Nossa Sra. da Candelária, 1555, Corumbá/MS.


Cliente: SESI
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:sd
Área: 5.400m²
Vão: 33m
Quantidade total de abóbadas:18

- Serviço Social da Indústria (SESI) – Fortaleza

Endereço: Av. Francisco de Sá 6623, Fortaleza/CE.


Cliente: SESI
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1973
Área: 2.600m²
Quantidade total de abóbadas:15

- Serviço Social da Indústria (SESI) – Jacarepaguá


Endereço: Av. Geremário Dantas 342, Jacarepaguá/RJ
Cliente: SESI
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1974
Área: 5.000m²

- Portocel – Terminal portuário

Endereço: Barra do Riacho, Espírito Santo


Cliente:
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1974
Área: 18.000m²
Vão: 36m
Quantidade total de abóbadas:29

184
- Centro Tecnológico (CENTEC) (Hoje, Instituto Federal da Bahia- IFBA)
Endereço: Estr. Sesi-Senai s/n, Simões Filho/BA
Cliente:Governo da Bahia
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:1974
Área: 9.000m²
Vão: 25m
Quantidade total de abóbadas:58

- Garagens da Transportadora Perola


Endereço: Rua Jackson Figueiredo 119, Curitiba/PR
Cliente:Perola Transportes Ltda.
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras:sd
Área: 4.000m²
Vão: 22m
Quantidade total de abóbadas:10

- Posto de Fiscalização da Fazenda Estadual de Apiúna (Hoje, Abandonado)


Endereço: BR 470, Apiúna/SC
Cliente:Estado de Santa Catarina
Data do projeto: sd
Inicio das obras: sd
Conclusão das obras: Década de 70 ou 80
Área: 870m²
Vão: 35m
Quantidade total de abóbadas:3

ANEXO C.4 - OBRAS CONSTRUÍDAS EM ABÓBADA AUTOPORTANTE NA


ESPANHA

- Caminho dos Estudantes na Universidade de Alcalá


Endereço: Campus da Universidade de Alcalá
Cliente:Universidade de Alcalá
Data do projeto: 1994/95
Inicio das obras: 1996/98 e retomadas em 2003
Conclusão das obras:sd
Vão: 30m
Colaboradores: Arq. Carlos Clemente, Arq. Ana Marín, Ass. A. Carnicero e Tec.
Walter Vilche
Quantidade: 52 abóbadas

ANEXO F- OBRAS CONSTRUÍDAS EM LÂMINA PLISSADA

ANEXO F.1 - OBRAS CONSTRUÍDAS EM LÂMINA PLISSADA NO URUGUAI

- Casa de Veraneio da Família Dieste


Endereço: Rua dos Palmares de Rocha, La Pedrera
Cliente: Família Dieste Friedheim
185
Data do porjeto de reforma: 1967
Conclusão das obras:1967
Área: 126,80m²
Vão: sd

- Igreja de São Pedro


Endereço: Rua Batlle e Ordoñez 622, Durazno
Cliente: Igreja de São Pedro
Data do projeto: 1967
Inicio das obras: 1969
Conclusão das obras:1971
Área: 800m²
Vão transversal: 23m
Vão longitudinal: 32m
Espessura da lamina: 8cm

ANEXO F.2 - OBRAS CONSTRUÍDAS EM LÂMINA PLISSADA NO BRASIL

- Fábrica de cosméticos Memphis S.A

Endereço: Av. João Elustondo Filho 175, Porto Alegre/RS


Cliente: Memphis S.A
Data do projeto: sd
Inicio das obras: 1976
Conclusão das obras:1976
Área: 7500m²
Vão transversal: 10m
Vão longitudinal: 10m
Colaboradores: Cláudio Luiz Gomes de Araújo e Cláudia Obino Correa

ANEXO F.3 - OBRAS CONSTRUÍDAS EM LÂMINA PLISSADA NA ESPANHA

- Igreja Nossa Senhora do Rosário


Endereço: Rua Salvador Dalí s/n, Mejorada del Campo/Madrid
Cliente: Diocese de Alcalá de Henares
Data do projeto: 1993
Inicio das obras: 1997
Conclusão das obras:1998
Área: 545m²
Colaboradores: Arq. Carlos Clemente, Arq. Juan de Dios de la Hoz, Arq. José L.
de la Quintana e Tec. Walter Vilche

ANEXO G- OBRAS CONSTRUÍDAS EM PAREDES REGRADAS

ANEXO G.1 - OBRAS CONSTRUÍDAS EM PAREDES REGRADAS NO URUGUAI

- Igreja Cristo Obreiro de Atlântida

Endereço: Ruta 11, Km 164. Estação Atlântida – Canelones.


Cliente: Doação de Alberto Giudice e sua esposa Urioste
Data do projeto: 1955/57
Inicio das obras: 1958

186
Conclusão das obras:1960
Restauração: 2003 – Arq. Esteban Dieste
Área: 500m²
Vão: 45m
Colaboradores: Eng. Civil Raúl Romero e Marcel o Sasson
- Igreja Nossa Senhora de Lourdes (não construída)
Localidade: Rua Michigan e Av. Geral Rivera, Malvín, Montevidéu
Cliente: Obispado de Montevidéu
Data do projeto: 1961
Inicio das obras: 1965
Conclusão das obras:1968
Área: 800m²
Vão: 20m
Colaboradores: Eng. Civil Raúl Romero e Arquiteto Alberto Castro

- Montevidéu Shopping Center


Endereço: Av. Luis Alberto de Herrera 1380, Montevidéu
Cliente: Montevidéu Shopping Center S.A
Data do projeto: 1983
Inicio das obras: 1983
Conclusão das obras:1985
Área: 10.000m²
Vão: 8 e 16m
Colaboradores: Eng. Civil Ariel Valmaggia; José M. Zorrilla; Gonzalo
Larrambebere, Arq. Esteban Dieste e Tec. Walter Vilche
Arquitetos: Gómez Platero- López Rey

ANEXO G.2 - OBRAS CONSTRUÍDAS EM PAREDES REGRADAS NA ESPANHA

- Igreja Sagrada Família

Endereço: Torrejon de Ardoz, Madrid


Cliente: Diocese de Alcalá de Henares
Data do projeto: 1993
Inicio das obras: 1995
Conclusão das obras:1997
Área: Templo 545m²
Vão: 15m
Colaborador: Arq. Carlos Clemente, Juan de Dios de la Hoz, José L de la
Quintana e Tec. Walter Vilche
- Conjunto Paroquial São João de Ávila

Endereço: Caminho Reis Magos s/n, Alcalá de Henares, Madrid


Cliente: Obispo de Alcalá de Henares
Data do projeto: 1993
Inicio das obras: 1996
Conclusão das obras:1998
Área: Templo 500m²
Vão: 17m
Colaborador: Arq. Carlos Clemente e Juan de Dios de la Hoz

ANEXO F- OBRAS CONSTRUÍDAS PARA TORRES E RESERVATÓRIOS

ANEXO F.1 - OBRAS CONSTRUÍDAS PARA TORRES E RESERVATÓRIOS NO


URUGUAI
187
- Campanário da Igreja Cristo Obreiro de Atlântida
Endereço: Ruta 11, Km 164. Estação Atlântida – Canelones.
Cliente: Doação de Alberto Giudice e sua esposa Urioste
Data do projeto: 1955/57
Inicio das obras: 1958
Conclusão das obras:1960
Restauração: 2003 – Arq. Esteban Dieste
Altura: 18m
Diâmetro da base: 2m
Colaboradores: Eng. Civil Raúl Romero e Marcel o Sasson

- Tanque d’água do Balneários Las Vegas


Endereço: Las Vegas – Canelones.
Cliente: Comissão do Balneário Las Vegas
Data do projeto: 1966
Inicio das obras: 1966
Conclusão das obras:1966
Altura: 27m
Capacidade: 12m³

- Tanque d’água da Agroindústria Massaro (Hoje, Timac Agro)


Endereço: Estrada 5 Km 37,5, Canelones
Cliente: Domingo Massaro S.A
Data do projeto: 1976
Inicio das obras: 1976
Conclusão das obras:1980
Altura: 24m
Capacidade: 56m³
Coladores: Eng. Gonzalo Larrambebere, Ariel Valmaggia e Arq. Esteban Dieste
Arquiteto: Martín Boada

- Tanque d’água da Refrigerantes do Norte, Planta de Coca Cola (Hoje, Fênix


S.A)
Endereço: Av. Governador De Viana Esq. Manuel Patulle, Salto
Cliente: Refrigerantes do Norte S.A
Data do projeto: 1976/77
Inicio das obras: 1977
Conclusão das obras:1980
Altura: 24m
Capacidade: 50m³
Colaboradores: Eng. Antonio Dieste e Arq. Esteban Dieste
Arquiteto: Nestor Minutti (desenho de planta)

- Tanque d’água para o Complexo habitacional América.


Endereço: Caminho Duran e Yegros, Colón, Montevidéu.
Cliente: Banco Hipotecario do Uruguai (BHU)
Data do projeto: 1979
Inicio das obras: 1982
Conclusão das obras:1983
Altura: 40m
Capacidade: 390m³
Coladores: Eng. Antonio Dieste e o Tec. Walter Vilche

188
- Tanque d’água em Canelones.
Endereço: Estrada 101, Km 26, Canelones.
Cliente: Centro de desenvolvimento e Investigação
Data do projeto: 1985
Inicio das obras: 1985
Conclusão das obras:1985
Altura: 27m
Capacidade: 100m³

- Torre de televisão para canal 9 (Hoje canal 7).


Endereço: Av. Geral. Artigas e Guabirá, Maldonado.
Cliente: Canal 9
Data do projeto: 1985
Inicio das obras: 1985
Conclusão das obras:1985
Altura: 60m (mais 6 metros do mástil)
Diâmetro da base: 3,50m

- Tanque d’água da Indústria Fagar

Endereço: Estrada 22, Km 16, Colonia.


Cliente: Refrigerantes Fagar S.A
Data do projeto: 1991
Inicio das obras: 1991
Conclusão das obras:1992
Altura: 26m
Diâmetro da base: 4,50m
Diâmetro do topo: 3,60m

- Tanque d’água da Supermercado Devoto

Endereço: Rua Ariel e Bell, Montevidéu.


Cliente: Refrigerantes Fagar S.A
Data do projeto: 1995
Inicio das obras: 1995
Conclusão das obras:1995
Capacidade: 162m³
Coladores: Eng. Gonzalo Larrambebere e Walter Vilche.

ANEXO F.2 - OBRAS CONSTRUÍDAS PARA TORRES E RESERVATÓRIOS NO


BRASIL

- Torre de televisão para o canal educacional de Campo Grande

Endereço: Parque dos Poderes, Campo Grande, Mato Grosso do Sul.


Cliente: Refrigerantes Fagar S.A
Data do projeto: 1991
Inicio das obras: 1991
Conclusão das obras:1992
Altura: 100m³ (mais 16m do mástil)
Diâmetro da base: 5,10m
Diâmetro do topo: 2,46m
Arquiteto: Arq. Roberto Montezuma

189
ANEXO G- RESIDÊNCIA SAÚL DIESTE

No Anexo G são apresentados os documentos disponíveis no arquivo da


Prefeitura de Artigas como requerimento para aprovação do projeto arquitetônico, a
saber, o memorial descritivo e os desenhos técnicos203 da residência. Também é
disponibilizado o registro de cadastro (matricula do imóvel) a fim de comprovar o
histórico de propietarios já que, antes desta pesquisa, era desconhecida a
propriedade de Saúl Dieste, acreditava-se que o primeiro dono da casa teria sido o
Dr. Carlos Maria Garcia da Rosa.

ANEXO G.1 – MEMORIAL DESCRITIVO DA RESIDÊNCIA SAÚL DIESTE

No memorial descritivo204 da residência entregue ao “Departamento de


Arquitectura y Urbanismo” da cidade de Artigas no ano de 1955 sobre o protocolo
1085 para aprovação e construção do projeto do Eng. Civil Eladio Dieste do lote
2893 da quadra 140 da cidade podemos observar algumas particularidades e pontos
importantes construtivos. Nele podemos observar as recomendações realizadas por
Dieste para a construção das fundações, muros, estrutura, contrapiso, pisos, reboco,
pinturas, marcenaria e serralheria.
Além do memorial, podemos visualizar a solicitação para aprovação do
projeto (8 de novembro de 1955), solicitação para construção, pedido de habite-se
(14 de maio de 1957) e declaração do valor e impostos pagos pela obra.

203
Os desenhos técnicos apresentados na escala 1/50 foram realizados pelo autor em base aos
desenhos origianis disponível no arquivo.
204
O memorial está em Espanhol.
190
191
192
193
194
195
196
197
198
199
200
201
202
203
204
205
206
207
ANEXO G.2 – DESENHOS TÉCNICOS DA RESIDÊNCIA SAÚL DIESTE

Nos desenhos técnicos da residência Saúl Dieste são apresentados os


redesenhos realizados pelo autor em base aos arquivos disponibilizados pela
Prefeitura de Artigas. Pranchas estas abandonadas numa pasta dentro de uma sala
sem cuidados, carregadas de informações valiosas onde não apenas os desenhos
fazem parte, mas também o selo é um testemunho importante para a história da
arquitetura uruguaia.
Nos redesehos são apresentados as plantadas baixas do primeiro e segundo
pavimento, dois cortes, fachada frontal, planta estrutural e detalhes construtivos. E a
partir de levantamento de campo e em base a medidas já determinadas nos
desenhos existentes foram realizados os desenhos da planta de situação, cobertura
e a fachada de fundos.

208
209
210
211
212
213
214
215
216
217
218
219
220
221
ANEXO G.3 – REGISTRO DO IMÓVEL

O registro do imóvel está disponível na “Dirección General de Registros” de


Artigas. Nestes documentos é possível comprovar dados técnicos (metragem
construída, medida do terreno) e dados importantes para o histórico do patrimônio
como, por exemplo, os vários donos da residência.

222
223
224
225
226
227
228
229
230
231
ANEXO H- RESIDÊNCIA Dr. GÓMEZ GOTUZZO

No Anexo H são apresentados os documentos disponíveis no arquivo da


Prefeitura de Artigas como requerimento para aprovação do projeto arquitetônico, a
saber, o memorial descritivo e os desenhos técnicos205 da residência.

ANEXO H.1 – MEMORIAL DESCRITIVO DA RESIDÊNCIA DR. GÓMEZ GOTUZZO

No memorial descritivo206 da residência entregue ao “Departamento de


Arquitectura y Urbanismo” da cidade de Artigas no ano de 1967 sobre o protocolo
272 para aprovação e construção do projeto do Eng. Civil Eladio Dieste do lote 5199
da quadra 129 da cidade, podemos observar algumas particularidades e pontos
construtivos importantes. Na pasta do memorial está presente a solicitação de
aprovação, licença para construção e o memorial. Nele podemos observar as
recomendações realizadas por Dieste para os tipos de concreto a ser utilizado,
fundações, paredes simples e duplas, estrutura, telhados (abóbadas e vigas/lajes
horizontais e inclinadas), impermeabilização e isolamento da cobertura, reboco,
revestimentos, pisos, obras sanitárias, instalações elétricas e a pintura.

205
Os desenhos técnicos apresentados na escala 1/50 foram realizados pelo autor em base aos
desenhos origianis disponível no arquivo.
206
O memorial está em Espanhol.
232
233
234
235
236
237
238
239
240
241
242
243
244
245
246
247
248
249
250
251
ANEXO H.2 – DESENHOS TÉCNICOS DA RESIDÊNCIA DR. GÓMEZ GOTUZZO

Nos desenhos técnicos da residência Dr. Gómez Gotuzzo são apresentados


os redesenhos realizados pelo autor com base nos arquivos disponibilizados pela
Prefeitura de Artigas. Pranchas estas abandonadas numa pasta dentro de uma sala
sem cuidados, carregadas de informações valiosas onde não apenas os desenhos
fazem parte, mas também o selo é um testemunho importante para a história da
arquitetura uruguaia.
Nos redesehos são apresentados as plantadas baixas do primeiro pavimento,
tres cortes, fachada frontal, planta estrutural e detalhes construtivos. A partir de
levantamento de campo e em base a medidas já determinadas nos desenhos
existentes foram realizados os desenhos da planta de situação, cobertura e a
fachada de fundos.

252

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