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2018
Sobre este trabalho
2
Agradecemos a UTFPR - EDITAL PROREC 01/2017, pela bolsa disponibili-
zada para a realização deste trabalho.
Sumário
4
1.4.2 Valor Numérico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.4.3 Completar Quadrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.4.4 Divisão de Polinômios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.4.5 Divisão de um Polinômio por um Outro da Forma ax + b . 29
1.5 Equações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.5.1 A Equação do Primeiro Grau . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.5.2 Equações do Segundo Grau . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1.5.3 Equações Exponenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
1.6 Inequações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.6.1 Inequação do Primeiro Grau . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.6.2 Resolução de Inequação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
1.6.3 Inequação do Segundo Grau . . . . . . . . . . . . . . . . 37
1.6.4 Inequação-Produto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
1.6.5 Inequação-Quociente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2 Trigonometria 41
2.1 Sistema de coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
2.1.1 Segmento Retilı́neo Orientado . . . . . . . . . . . . . . . 41
2.1.2 Reta Orientada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.1.3 Coordenadas no eixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.1.4 Distância entre dois pontos no eixo . . . . . . . . . . . . 43
2.1.5 Coordenadas no Plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.1.6 Distância entre dois pontos . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
2.1.7 Representação de figuras no plano . . . . . . . . . . . . . 46
2.2 Ângulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
2.2.1 Medidas de Ângulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
2.3 Introdução à trigonometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
2.4 Secante-cossecante-cotangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
2.5 Identidades trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
2.6 Cı́rculo Trigonométrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
2.6.1 Tangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
2.7 Determinando os valores de seno, cosseno e tangente para os ângulos
notáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
2.8 Soma e subtração de arcos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3 Funções 78
3.1 Construindo o conceito de função . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
3.2 O conceito de função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
5
3.3 Domı́nio, Contradomı́nio e Imagem . . . . . . . . . . . . . . . . 83
3.3.1 Estudo do Domı́nio de uma Função . . . . . . . . . . . . 85
3.4 Função sobrejetora, injetora e bijetora . . . . . . . . . . . . . . . 86
3.5 Função Par e Função Ímpar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
3.6 Funções crescentes, decrescentes e constantes . . . . . . . . . . . 94
3.7 Composição de funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
3.7.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
3.8 Funções inversas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
3.8.1 Ideia intuitiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
3.8.2 Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
3.9 Função Afim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
3.9.1 Função Identidade: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
3.9.2 Função Linear: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
3.9.3 Função Constante: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
3.9.4 Translação da Função Identidade: . . . . . . . . . . . . . 104
3.10 Função Quadrática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
3.10.1 Coordenadas do vértice da parábola . . . . . . . . . . . . 107
3.10.2 Construindo o gráfico de uma função . . . . . . . . . . . 109
3.10.3 Raı́zes de uma função quadrática e estudo do sinal . . . . 109
5 Matrizes 127
5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
5.2 Tipos Especiais de Matrizes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
5.3 Operações com Matrizes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
5.4 Matrizes Escalonadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
5.5 Operações Elementares sobre as linhas de uma Matriz . . . . . . . 135
6
7
6 Determinantes 141
6.1 Como calcular determinantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
6.2 Propriedades dos determinantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
6.3 Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
Referências 163
CAPÍTULO 1
Vamos, nesse capı́tulo, recordar alguns dos principais temas de álgebra. Tais
temas serão cruciais para a sequência deste trabalho, bem como para qualquer
disciplina com enfase na área de exatas.
Vale lembrar que existe uma regra para a escrita dos conjuntos, onde deve-se
seguir uma notação, usando letras maiúsculas para o nome do conjunto e letras
minúsculas para os elementos que estão dentro das chaves.
Os conjuntos podem ser finitos ou infinitos:
A = B ←→ A ⊂ B e B ⊂ A
Exercı́cios Propostos
1.2 Fatoração
1.2.1 Números Primos
Sejam d e n elementos de Z. Dizemos que d é um divisor de n em Z, se existe
b ∈ Z tal que n = db.
Dizemos que um inteiro p é um número primo de Z se p 6= ±1 e os únicos
divisores de p são ±1 e ±p.
Observe que esta definição de número primo é equivalente a seguinte: p ∈ Z é
um número primo se p 6= ±1 e toda vez que p = ab, com a, b ∈ Z, então a = ±1
ou a = ±p. Os primeiros primos, em ordem crescente, são: 2, 3, 5, 7, 11, 13, . . . .
p=a×b
13 = 13 × 1
13 = −13 × −1
13 = 1 × 13
13 = −1 × −13
e em todos os casos, a = ±1 ou a = ±p = 13. Portanto, 13 é um número primo.
1.2 Fatoração 14
6=2×3
onde a 6= ±1 e a 6= ±6. Portanto, 6 não é um número primo.
94.860 = 2 × 2 × 3 × 3 × 5 × 17 × 31.
Note que começamos com um número particular 94.860, mas o processo con-
tinuaria funcionando qualquer que fosse o número natural n de partida. Pois, ou
n é primo, ou não é. Se não for, poderá ser decomposto em um produto de dois
números menores, digamos a e b, tais que n = ab. Cada um dos números a e
b, por sua vez, ou é primo ou pode ser decomposto em um produto de números
menores. Continuando este processo, n ficará completamente decomposto em um
produto de fatores primos.
1.3 Potenciação
1.3.1 Definição e Propriedades
Seja a um número real diferente de zero (R∗ ) e n um número natural maior
que zero. Definimos an como sendo o produto de a por ele mesmo n vezes, ou
seja:
an = a.a.a
| {z. . . a}
nf atores
(−a)n 6= −an ,
pois
(−a)n = (−a).(−a).(−a) . . . (−a),
| {z }
nf atores
−an = − a.a.a
| {z. . . a} .
nf atores
Agora, se n é um número impar, podemos afirmar que (−a)n 6= −an ? Deixa-
mos ao leitor esta verificação.
Exemplo 1.3.5. (−2)2 6= −22 , pois (−2)2 = (−2).(−2) = 4 e −22 = −4.
Nos casos a seguir, estaremos considerando a como sendo um número real
positivo. Dado um número inteiro n > 0, a potência an é definida como o produto
de n fatores iguais ao número a, isto é:
an = a.a.a
| {z. . . a} .
nf atores
an .am = a.a.a
| {z. . . a} . |a.a.a{z. . . a}
nf atores mf atores
an .am = an+m ,
a0 = 1,
1.3 Potenciação 17
Porém, se a base é o número real nulo e o expoente também é nulo, não pode-
mos dar uma resposta conclusiva ao que denotarı́amos por 00 .
Estendendo a noção de potêcia aos expoentes negativos de modo a manter a
validez da propriedade fundamental, devemos ter:
an .a−n = an+(−n) = a0 = 1.
Assim, a única maneira de definirmos a−n a fim da propriedade fundamental
continuar válida é que:
1
a−n = n .
a
Uma consequência direta da propriedade acima é que
an
= an−m ,
am
com a ∈ R∗ , n e m ∈ Z.
Exemplo 1.3.7. 22 .23 = 22+3 = 25 = 32
Exemplo 1.3.8. 2−1 .22 = 2−1+2 = 21 = 2
35
Exemplo 1.3.9. 32
= 35−2 = 33 = 27
Dando continuidade, a propriedade fundamental vale para um número finito
de expoentes inteiros, ou seja:
am .an .ap .aq .ar = am+n+p+q+r ,
onde m, n, p, q, r ∈ Z.
Agora, consideremos todos os expoentes iguais a n, n ∈ Z e tomemos o pro-
duto de m fatores iguais a an . Então,
mf atores
z }| {
n n n n n+n+···+n
a
| .a .a .
{z · · · .a } = a = an.m .
mf atores
1.3 Potenciação 18
Note que escolhemos n ∈ Z. Então, para o caso dele ser negativo, devemos
acrescentar a esta propriedade de acordo com a definição de expoentes negativos.
Seja m < 0 então m = −k, com k ∈ N:
1 1 1
(a.b)m = (a.b)−k = k
= k . k = a−k .b−k = am .bm .
(a.b) a b
Se k = 0, (a.b)0 = 1 = a0 .b0 .
Propriedade 1.3.12. Para n ∈ Z,
a n an
= .
b bn
1.3 Potenciação 19
g ' 9, 83m/s2 .
bn = a.
Observação: Note que por meio da definição anterior fica evidente que qual-
quer
√ raiz de um √ número positivo
√ é positiva
√ é sempre positiva. Desta forma,
4 = 2 e não 4 = ±2, e 9 = 3 e não 9 = ±3.
1.3 Potenciação 22
Observe também que nos exemplos anteriores, o ı́ndice da raiz foi omitido.
Nesse caso, ele vale 2, ou seja,
√
2
√
a = a.
A definição acima considera a > 0 pois estamos com valores de n que podem
ser pares ou ı́mpares e, no conjunto dos números reais, sabemos que não existe a
raiz n-ésima de a, quando a < 0 e n é um número par.
√
No entanto, se a < 0 e n é impar temos que n a está bem definida e seu
resultado é um número negativo. Por exemplo:
√
Exemplo 1.3.15. 3 −27 = −3.
√
Exemplo 1.3.16. 5 −32 = −2.
an .am = an+m .
p
Demonstração. Seja a ∈ R tal que a > 0 e sejam n = q
e m = uv , onde p, q, u e
v ∈ Z e q e v > 0. Então, ainda vale a propriedade
an .am = an+m .
p u
Sabemos que (an )q = (a q )q = ap e (am )v = (a v )v = au . Logo,
(an .am )qv = (an .am ).(an .am ) . . . (an .am ) = (an .an . . . an ) . (am .am . . . am )
| {z } | {z } | {z }
qvf atores qvf atores qvf atores
p u
= (an )qv .(am )qv = (a q )qv .(a v )qv = apv .auq
Como pv e uq ∈ Z, temos que apv .auq = apv+uq . Assim, (an .am )qv = apv+uq
e portanto, an .am é o número cuja qv-ésima potência vale apv+uq , ou seja,
pv+uq
an .am = a qv .
Como
pv + uq pv uq p u
= + = + = n + m,
qv qv qv q v
obtemos
an .am = an+m .
Demonstração.
p
[(ab) q ]q = (ab)p = ap .bp ; a, b > 0; p, q ∈ Z; q > 0 (1.1)
p
(b q )q = bp
1.3 Potenciação 24
Daı́, tiramos:
p p
(a q )q .(b q )q = ap .bp
O que resulta em:
p p
[a q .b q ]q = ap .bp (1.2)
De 1.1 e da definição de raiz q-ésima:
√
q p
ap .bp = (ab) q
Resolução:
5 2 1 1 2 1 1
15a 3 = 3 3 .3 2 .31 .5 9 = 3 3 + 2 +1 .5 9
5 13 1
15a 3 = 3 6 .5 9 e dividindo esta igualdade por 15 obtemos
13 1 13 1
5 3 6 .5 9 3 6 .5 9
a =
3 =
15 3.5
5 13 1 13 1
a 3 = 3 6 .5 9 .3−1 .5−1 = 3 6 −1 .5 9 −1
1.3 Potenciação 25
5 7 −8 3
a 3 = 3 6 .5 9 e elevando a igualdade por obtemos
5
5 3 7 −8 3
(a 3 ) 5 = (3 6 .5 9 )5
15 21 −24 7 −8
a 15 = a1 = 3 30 .5 25 = 3 10 .5 15
7
3 10
a= 8 .
5 15
√ 2 3
Exemplo 1.3.25. Encontre o valor de b em ( 5 2b)2 .b3 = 2 3 .4 10 .
Resolução:
2 2 3 2 6
(2b) 5 .b3 = 2 3 .(22 ) 10 = 2 3 .2 10
2 2 2 6 19
2 5 .b 5 .b3 = 2 3 + 10 = 2 5
2 17 19 2
2 5 .b 5 = 2 5 e dividindo esta igualdade por 2 5 obtemos
19
17 25 19 −2
b 5 = 2 = 2 5 .2 5
2 5
17 19 2 17 5
b 5 = 2 5 − 5 = 2 5 e elevando a igualdade por obtemos
17
17 5 17 5
(b 5 ) 17 = (2 5 ) 17
Logo b = 2.
√
m √
2n
a
Exemplo 1.3.26. Simplifique 2n√a.b . m√2a
b
.
Resolução:
√ √ r r r r
m
a 2n 2a a 2n 2a a 2n 2
√
m
√
. 2n = m
. = m . .
b a.b b a.b b b
1.4 Polinômios 26
√ √ √ 4
a. b. 3 a.b
Exemplo 1.3.27. Simplifique √
3 a
√ √
3
b
. a. b
Resolução:
√ √ √ √ √ √ √ r√ q
3
a. b. 4 a. 4 b 3
a. 4 a 4
a√ √ 4 a √
√3a √ √ = √ √ = √ . b. b = . b. b.
√3 . a. 3
b
3
a. a a a
b
Exercı́cios Propostos
1.4 Polinômios
1.4.1 Expansão Polinomial de um Número
O número 4.532 pode ser escrito como uma soma de milhares, centenas, de-
zenas e unidades, isto é:
P (x) = a0 + a1 x + a2 x2 + . . . + am xm + . . . ,
(x + a)2 + b.
x2 + 5x + 4 e x2 + 2ax + a2 + b.
25 9
a2 + b = 4 ⇒ b = 4 − =−
4 40
Portanto, 2
2 5 9
x + 5x + 4 = x + − .
2 4
Exercı́cios Propostos
x4 + x3 − 7x2 + 9x − 1 x2 + 3x − 2
. .
− x4 − 3x3 + 2x2 .. .. x2
0 − 2x3 − 5x2 + 9x − 1
1.4 Polinômios 29
raiz do divisor.
Este é um exemplo de uma regra geral, enunciada a seguir:
1.5 Equações 30
Exercı́cios Propostos
(6) Encontre as raı́zes do polinômio x3 − 2x2 − 5x + 6.
(Sugestão: Observe que x = −2 é uma raiz desse polinômio.)
1.5 Equações
Equação é toda sentença matemática aberta que exprime uma relação de igual-
dade. A palavra equação tem o prefixo equa, que em latim quer dizer ”igual”.
Por exemplo, temos:
(a) 2x + 8 = 0 (b) 5x − 4 = 6x + 8 (c) 3a − b − c = 0.
Como contraexemplos, isto é, exemplos de não equações, citamos:
(d) 4 + 8 = 7 + 5 (não é uma sentença aberta)
(e) x − 5 < 3 (não é uma igualdade)
(f) 5 6= −2 (não é sentença aberta, nem igualdade).
1.5 Equações 31
ax = −b.
1
Multiplicando por a
(dos dois lados), temos a sua solução:
b
x=− .
a
Observe que a solução da equação do primeiro grau ax + b = 0, é a raiz do
polinômio P (x) = ax + b.
4x = −8;
x = −2.
P (0) = 0 + 3;
P (0) = 3.
P (1) = 1 + 3;
P (1) = 4.
ax2 + bx + c = 0.
1.5 Equações 32
ou seja,
(2ax + b)2 = b2 − 4ac.
Extraindo a raiz quadrada
√
2ax + b = ± b2 − 4ac
−5 ± 1
x= .
4
Como é uma equação de segundo grau, obteremos duas soluções:
−5 + 1
x1 =
4
−4
x1 =
4
x1 = −1.
e
−5 − 1
x2 =
4
6
x2 = −
4
3
x2 = − .
2
Portanto, a solução da equação é S = −1; − 32 .
• ∆ 6= 0 → raı́zes distintas
Exemplo 1.5.4. Classifique as raı́zes das seguintes equações através de seu delta:
1.5 Equações 34
(i) x2 − 3x − 10 = 0
Resolução: ∆ = (−3)2 − 4 × 1 × (−10) = 9 + 40 = 49, como ∆ > 0,
a equação possui raı́zes reais distintas.
(iii) 5x2 + 3x + 5 = 0
Resolução: ∆ = 32 − 4 × 5 × 5 = 9 − 100 = −91, como ∆ < 0, a
equação possui raı́zes complexas não reais.
ax = b.
Para resolver uma equação exponencial, ou seja, para encontrar um valor para
a variável x tal que a igualdade anterior seja válida, precisamos conhecer as pro-
priedades de potenciação vistas anteriormente, e a decomposição em fatores pri-
mos, vista neste capı́tulo.
1
Exemplo 1.5.5. Determinar x em 3x = 81 .
Resolução:
3x = (81)−1
Decompondo 81 em fatores primos:
81 = 3.3.3.3 = 34
1.5 Equações 35
3x = 34.(−1) = 3−4 .
Como as bases são iguais, a igualdade da equação será satisfeita se x = −4.
√
Exemplo 1.5.6. Resolva 49x = 4 343.
Resolução: Decompondo as bases em fatores primos:
49 = 72 e 343 = 73 .
Então, a equação inicial pode ser reescrita como
√4
(72 )x = 73 , e assim
3
72x = 7 4 .
Como a base é a mesma, a igualdade é satisfeita se 2x = 34 , ou seja, x = 83 .
⇒ 9β = 72;
72
⇒β= = 8.
9
Retornando a mudança de variável obtemos que,
1.6 Inequações 36
2x = 8.
Como 8 = 23 , é a decomposição de 8 em fatores primos, temos que 2x = 23 ,
e para que a igualdade seja válida, x = 3.
(2x)2 − 3.2x − 2 = 0.
2x = 1 ⇒ 2x = 20 , donde x = 0,
ou
2x = 2 ⇒ 2x = 21 , donde x = 1.
1.6 Inequações
Denominamos de inequação toda sentença matemática aberta por uma desi-
gualdade. Veremos a seguir alguns tipos de inequeção e estudaremos algumas
propriedades interessantes sobre elas.
• ax + b > 0
• ax + b < 0
• ax + b ≥ 0
1.6 Inequações 37
• ax + b ≤ 0,
com a, b ∈ R, (a 6= 0). Estas inequações podem ser resolvidas como as equações
do primeiro grau. Mas, devemos nos atentar para o fato que: se a > b então
−b > −a, onde a, b ∈ R, ou seja, −a < −b. Vejamos a segir um exemplo para
esclarecer todos os pontos abordados acima.
Exemplo 1.6.1. Se 3x ≤ 2, multiplicando a inequação por -1 temos que −2 ≤
−3x, ou seja, −3x ≥ −2.
5x > 5 + x.
Observe que x pode ser 2 pois 5.2 > 5 + 2. No entanto, x não pode ser 1 pois
5.1 < 5 + 1. A pergunta natural que surge é a seguinte: Como determinar todos
os valores que satisfazem esta desigualdade?
Para resolvermos uma inequação, primeiramente utilizamos o princı́pio de
adição para juntar os termos com a mesma incógnita num dos membros da de-
sigualdade e os termos independentes no outro, ou seja,
5x − x > 5.
• ax2 + bx + c < 0
• ax2 + bx + c ≥ 0
• ax2 + bx + c ≤ 0.
1.6.4 Inequação-Produto
Considere a seguinte inequação do segundo grau:
x2 + 2x − 8 ≥ 0.
(x − 2)(x + 4) ≥ 0.
Exercı́cios Propostos
1.6.5 Inequação-Quociente
Observe que as seguintes equações apresentam um quociente de polinômios
de 1o grau:
x+1
> 0, x − 1 ≥ 0;
x−1
1.6 Inequações 39
x+1
≤ 0, 3x − 2 6= 0;
3x − 2
2x − 1
< 0, x + 4 6= 0;
x+4
2x − 3
≤ 0, x + 2 6= 0.
x+2
Para resolver uma inequação-produto ou uma inequação-quociente, fazemos o
estudo dos sinais das funções polinomiais do 1o grau envolvidos. A seguir, deter-
minamos o sinal do produto ou quociente dessas funções, lembrando as regras de
sinais do produto e do quociente de números reais.
Exemplo 1.6.2. Determine os valores de x ∈ R tal que verifiquem
2
x+1> .
x+2
Resolução: Observemos que x 6= −2 para que a expressão faça sentido. As-
sim
(i) se x + 2 > 0, segue que (x + 1)(x + 2) > 2.
(ii) se x + 2 < 0, segue que (x + 1)(x + 2) < 2.
De (i), segue que x2 + 3x + 2 − 2 > 0, ou ainda,
x2 + 3x > 0
isto é,
x(x + 3) > 0.
Observe que as raı́zes da equação correspondente são: x = 0 e x = −3 e
a inequação é satisfeita para x > −3 e x > 0. Mas, neste caso, devemos ter
x > −2. Portanto, do item (i) segue que a solução é: (0, ∞).
De (ii), segue da mesma forma que
x(x + 3) < 0.
E a inequação neste caso é satisfeita para −3 < x < 0. Mas, neste caso,
devemos ter x < −2. Portanto, do item (ii), segue que S a solução é (−3, −2).
Assim, a solução da inequação dada é (−3, −2) (0, ∞).
No caso em que a inequação do segundo grau não possui raı́zes reais, não
é possı́vel escrever essa inequação na forma de uma inequação tipo quociente,
nesses casos uma análise mais qualitativa será muito útil.
Exercı́cios Propostos
1.6 Inequações 40
(8) Determinar o conjunto solução das inequações apresentadas nas seções Inequação-
produto e Inequação-quociente.
CAPÍTULO 2
Trigonometria
Figura 2.1
−→ ←−
Na figura 2.1, AB é uma reta, AB é uma reta orientada de A até B e AB é
uma reta orientada de B até A. Um eixo é uma reta orientada na qual se fixou um
ponto O, chamado de origem1 .
d(X, Y ) = x − y, se x ≥ y,
e,
d(X, Y ) = y − x, se x ≤ y.
A × B = {(a, b) | a ∈ A e b ∈ B}.
A × B = {(0, 2), (0, 5), (1, 2), (1, 5), (3, 2), (3, 5)}.
R × R = {(x, y) | x, y ∈ R}.
Figura 2.2
Exercı́cios Propostos
Figura 2.3
Figura 2.4
Figura 2.5
x2 + y 2 = 1, (2.2)
para todo ponto pertencente à S1 .
Veja que conseguimos encontrar uma relação que é satisfeita pelas coordena-
das de todos os pontos pertencentes à S1 , logo, podemos definir a circunferência
S1 como sendo o conjunto de pontos (x, y) que satisfazem a relação 2.2, assim
temos:
S1 = {(x, y) ∈ R × R : x2 + y 2 = 1}.
Esta notável consequência da introdução de um sistema de coordenadas, for-
nece um método de estudo da geometria, em que as figuras são representadas por
equações, chamado de geometria analı́tica.
2.2 Ângulos
Para iniciarmos o nosso estudo da Trigonometria, precisamos ainda definir o
que é um ângulo. A noção de ângulo e de rotação estão intimamente ligadas,
é difı́cil falar em ângulos sem termos a ideia intuitiva de rotação, dessa forma
definiremos uma rotação e por meio desta definiremos ângulo.
Figura 2.6
Figura 2.7
πrad = 180◦ .
Xrad = Y ◦ .
Então, temos:
π 180
= ,
X Y
onde X é a medida do ângulo em radiano e Y a medida do ângulo em grau.
Exercı́cios Propostos
Figura 2.8
Figura 2.9
Figura 2.10
Figura 2.11
Note que o ângulo reto está localizado no vértice A do triângulo, por isso dize-
mos que o triângulo ABC é retângulo em A. Num triângulo retângulo, cada lado
2.3 Introdução à trigonometria 52
Dizemos que dois triângulos são semelhantes quando há correspondência en-
tre os vértices de um e do outro triângulo, de modo que os ângulos dos vértices
correspondentes sejam iguais sendo assim a razão entre os comprimentos do lados
correspondentes é a mesma.
Considerando que os segmentos de reta A1 A2 , B1 B2 e C1 C2 são semelhantes
pois possuem dois ângulos congruentes (α e o ângulo reto), logo eles possuem
os três ângulos ordenadamente congruentes e os lados homólogos proporcionais.
Assim, temos:
A1 A2 B1 B2 C1 C2
= = = k1 ,
OA2 OB2 OC2
onde k1 é a constante de proporcionalidade.
Observe que a razão entre a medida do cateto oposto pela hipotenusa no
triângulo OA1 A2 é exatamente igual à razão entre a medida do cateto oposto pela
hipotenusa no triângulo OB1 B2 , que é igual à razão entre a medida do cateto
2.3 Introdução à trigonometria 53
π
0<α< .
2
0 < senα < 1.
0 < cosα < 1.
tgα > 0.
Visto que algumas dessas propriedades são válidas apenas para triângulos
retângulos, existem, também, conceitos que podem ser utilizados para todos os
tipos de triângulos. Veja o triângulo da figura 2.13, mostrado abaixo:
Figura 2.13
Primeiramente, é traçado uma reta que forme um ângulo reto. Feito isso,
percebemos que formamos dois triângulos retângulos em ABD e ACD, podendo
aqui aplicar o Teorema de Pitágoras:
c2 = m2 + h2 ⇔ h2 = c2 − m2 . (2.3)
e,
b2 = h2 + (a − m)2 . (2.4)
Utilizando 2.3 em 2.4, temos:
b2 = c2 − m2 + a2 − 2am + m2 ,
b2 = c2 + a2 − 2am.
2.4 Secante-cossecante-cotangente 55
b2 = c2 + a2 − 2a.c.cosB. (2.5)
E essa equação é chamada de Lei dos Cossenos!
Exercı́cios Propostos
2.4 Secante-cossecante-cotangente
Além das três relações trigonométricas já conhecidas (seno, cosseno e tan-
gente), podemos definir de forma análoga mais três relações, que são elas: secante,
cossecante e cotangente.
Assim como o seno é definido como sendo o quociente da medida do cateto
oposto pela hipotenusa, podemos definir uma relação que seja dada pelo quociente
da medida da hipotenusa pelo cateto oposto. Tal relação é chamada de cossecante,
ou seja, tomando o triângulo da figura 2.11, temos:
BC 1
cossecβ = = .
AC senβ
Analogamente, podemos definir uma relação como sendo o quociente da me-
dida da hipotenusa pelo cateto adjacente, que denominamos secante. No triângulo
da figura 2.11, temos:
BC 1
secβ = = .
AB cosβ
A última das relações aqui apresentadas será a cotangente, que é definida como
o quociente entre a medida do cateto adjacente pelo cateto oposto, no triângulo da
figura 2.11, temos:
AB 1
cotgβ = = .
AC tgβ
2.5 Identidades trigonométricas 56
senβ = cosγ.
2.5 Identidades trigonométricas 57
cosβ = senγ.
1
tgβ = .
tgγ
Sabemos que os ângulos β e γ são ângulos complementares 2 , logo:
π π
β+γ = ⇒ γ = − β.
2 2
Assim, temos:
π
senβ = cos( − β).
2
π
cosβ = sen( − β).
2
1
tgβ = .
tg( π2 − β)
Essas identidades nos dizem que o seno de um ângulo é igual ao cosseno do
complementar a esse ângulo, e vice-versa. E que a tangente de um ângulo é igual
ao inverso da tangente do ângulo complementar.
Ainda, a partir da figura 2.11, temos:
AC
tgβ = ,
AB
ou, também, pode ser escrito como:
AC
BC
tgβ = AB
.
BC
AC AB
Sabemos que, BC
= senβ e que BC
= cosβ, logo podemos concluir que:
senβ
tgβ = .
cosβ
Exercı́cios Propostos
(5) Considere um triângulo ABC, retângulo em A, cujo ângulo BCA vale 20◦ e
considere sen20◦ = 0, 342. Encontre os valores de seno, cosseno e tangente
dos ângulos 20◦ e 70◦ .
2
ângulos complementares são aqueles cuja soma é igual a um ângulo reto
2.5 Identidades trigonométricas 58
A próxima identidade a ser demonstrada nos dá uma relação entre o seno e o
cosseno de um mesmo ângulo. Tomemos novamente o triângulo da figura 2.11.
Do Teorema de Pitágoras, temos:
Exercı́cios Propostos
(7) Seja senα = 31 , encontre o valor de cosα e tgα.
Figura 2.14
2.6 Cı́rculo Trigonométrico 60
Figura 2.15
y = senα.
x = cosα.
Esse resultado nos diz que o seno e o cosseno de um ângulo α podem ser inter-
pretados como sendo a projeção do ponto P (que delimita o ângulo α) sobre o eixo
Oy e Ox, respectivamente. Com essa nova visão das relações trigonométricas,
não precisamos ais restringir nosso estudo para ângulos pertencentes ao intervalo
]0, π2 [.
O próximo passo é estender as relações já estudadas de modo que essas possam
ser definidas para todos (ou quase todos) os números reais e que sejam mantidas
as relações:
sen2 α + cos2 α = 1; ∀α.
senα
tgα = ; ∀α : cosα 6= 0.
cosα
Além do mais, note que, como os valores de seno e cosseno são simplesmente
os valores de y e de x, respectivamente, esses podem assumir valores positivos,
negativos e até mesmo nulos.
Mas, observe que, como estamos trabalhando no ciclo trigonométrico, os va-
lores de x e y pertencem ao intervalo [-1,1], dessa forma, podemos concluir:
−1 ≤ senα ≤ 1, ∀α.
−1 ≤ cosα ≤ 1, ∀α.
Toda vez que um ângulo for superior a uma volta completa na circunferência
trigonométrica, pode-se calcular seu respectivo ângulo da 1a volta, ou seja, este
arco é equivalente a um outro arco inferior a 360o ou 2π radianos. Para encontrá-
lo, basta efetuar uma conta simples de divisão, onde o divisor é o valor de uma
2.6 Cı́rculo Trigonométrico 62
Exercı́cios Propostos
2.6.1 Tangente
Para estendermos o estudo da tangente para o ciclo trigonométrico, traçaremos
uma reta r passando por A e que seja perpendicular ao eixo Ox, veja a figura a
seguir:
Figura 2.16
tgα = QA.
y = senα.
x = cosα.
Sabemos também que x é positivo no primeiro e quarto quadrante, logo, temos
que o cosseno é positivo para ângulos do primeiro e quarto quadrante e negativo
para o restante. Já o valor de y é positivo no primeiro e segundo quadrante, logo,
temos que o seno é positivo para ângulos do primeiro e segundo quadrante e ne-
gativo no restante. Já a tangente é positiva no primeiro e terceiro quadrante e
negativa no restante, pois, como a tangente é o quociente do seno pelo cosseno,
podemos determinar onde ela será positiva, uma vez que já sabemos para o seno
e o cosseno neste quadrante.
Pode-se observar no ciclo trigonométrico que:
sen(−α) = −senα.
cos(−α) = cosα.
tg(−α) = −tgα.
Exercı́cios Propostos
2.7 Determinando os valores de seno, cosseno e tangente para os ângulos
notáveis 65
Figura 2.17
AB 2 = BM 2 + AM 2
l2 l2 3
l2 = h2 + ⇒ h2 = l2 − ⇒ h2 = l2
2 2 2
logo, √
3
h= l.
2
Assim, podemos escrever:
l
AM 1
sen30◦ = = 2 = .
AB l 2
√
3l
√
◦ BM 2 3
sen60 = = = .
AB l 2
√
3l
√
◦ BM 2 3
cos30 = = = .
AB l 2
l
AM 1
cos60◦ = = 2 = .
AB l 2
l
√
AM 1 3
tg30◦ = = √
2
=√ = .
BM 3l 3 3
2
√
◦ BM 2
3l √
tg60 = = l
= 3.
AB 2
Analogamente, consideremos agora um triângulo retângulo ABC, retângulo
em C, onde os dois catetos são congruentes e medem l. Sabemos que triângulos
isósceles possuem pelo menos dois ângulos congruentes e como a soma dos ângulos
internos de um triângulo devem ser igual a 180o , então, cada ângulo deve ser igual
a 45o . Veja a figura a seguir:
2.7 Determinando os valores de seno, cosseno e tangente para os ângulos
notáveis 67
Figura 2.18
AB 2 = BC 2 + AC 2
AB 2 = l2 + l2 = 2l2
logo, √
AB = l 2.
Agora, podemos escrever:
√
◦ BC l 1 2
sen45 = =√ =√ = .
AB 2l 2 2
√
◦ AC l 1 2
cos45 = =√ =√ = .
AB 2l 2 2
BC l
tg45◦ = = = 1.
AC l
Embora tenhamos determinado o valor das relações trigonométricas de forma
geométrica, podemos fazer o mesmo de uma forma mais analı́tica. Os valores
dessas relações podem ser verificados a seguir:
π
• α= 4
Como π2 − α = π4 , temos que cos( π4 ) = sen( π2 − α) = sen( π4 ), donde da
relação fundamental teremos:
2 π 2 π 2 π
2 = sen + cos = 2cos ,
4 4 4
2.7 Determinando os valores de seno, cosseno e tangente para os ângulos
notáveis 68
logo, √
π 1 π 1 2
2
cos = ⇒ cos =√ = .
4 2 4 2 2
Assim, temos: √
π π 2
sen = cos = .
4 4 2
π sen( π )
4
tg = = 1.
4 cos( π4 )
π
• α= 6
Da figura 2.17, concluı́mos que:
π l
2 1
sen = =
6 l 2
Exercı́cios Propostos
(15) Usando os valores das relações trigonométricas, para ângulos notáveis, en-
contre os valores de x e y no triângulo ABC, retângulo em A, cujo lado
BC mede 3, o lado AB mede x e o lado CA mede y. Dado BCA = 60◦ .
(16) Uma escada rolante liga o térreo ao primeiro andar de uma loja. Sabe-se
que o comprimento da escada é de 12m e que essa forma, com a horizontal,
um ângulo de 30o . Determine a altura entre o térreo e o primeiro andar.
(17) Para ângulos diferentes dos ângulos notáveis, precisamos do auxı́lio de uma
calculadora cientı́fica. Com o auxı́lio de uma calculadora cientı́fica, calcule:
a) sen37◦
b) cos68◦
c) tg82◦
Figura 2.19
Figura 2.20
OP = OQ − P Q. (2.7)
cos(α + β) = OP = OQ − P Q.
Esse resultado sugere que, se encontrarmos OQ e PQ separadamente e depois
tomarmos a diferença entre eles, teremos o valor de cos(α + β), que é o que
desejamos encontrar. Por definição temos, no triângulo OQR:
OQ
cosα = ⇒ OQ = ORcosα. (2.8)
OR
Do triângulo ORM , tiramos:
OR
cosβ = ⇒ OR = cosβ. (2.9)
OM
pois OM = 1 no ciclo trigonométrico.
Juntando 2.8 e 2.9, temos:
OQ = cosαcosβ. (2.10)
P Q = senαsenβ. (2.13)
Consideremos agora:
sen(α + β).
Sabemos que:
Figura 2.21
Figura 2.22
N (1, 0)
M (cos(α − β), sen(α − β))
[d(M, N )]2 = (1 − cos(α − β))2 + (0 − sen(α − β))2
[d(M, N )]2 = 1 − 2cos(α − β) + cos2 (α − β) + sen2 (α − β)2
Como cos2 (α − β) + sen2 (α − β) = 1, temos:
sin(30o + 45o ) = sin 30o . cos 45o + sin 45o . cos 45o 5
√ √ √
o 1 2 2 3
sin 75 = .( )+( ).( )
2 2 2 2
√ √
2 6
sin 75o = ( +( ))
4 4
2.8 Soma e subtração de arcos 76
√ √
o 2+ 6
sin 75 = ( )
4
sin(180o + 75o ) = sin 180o . cos 75o + sin 75o . cos 180o
√ √
2 + 6
sin(225o ) = 0. cos 75o + ( ).(−1)
4
√ √
o 2+ 6
sin(225 ) = −( )
4
√ √
o − 2− 6
sin(225 ) = .
4
Exemplo 2.8.3. Se tg(x + y) = 33 e tg(x) = 3, quanto vale tg(y)?
Resolução: O cálculo da adição de arcos da tangente é dado por:
tg(α) + tg(β)
tg(α + β) = ,
1 − (tg(α).tg(β))
que podemos substituir por
tg(x) + tg(y)
tg(x + y) = .
1 − (tg(x).tg(y))
Sabendo que tg(x + y) = 33 e tg(x) = 3, temos:
3 + tg(y)
33 =
1 − 3.tg(y)
33 − 99.tg(y) = 3.tg(y)
100.tg(y) = 30
2.8 Soma e subtração de arcos 77
30
tg(y) =
100
tg(y) = 0, 3.
Exercı́cios Propostos:
d) sen(2α) = 2senαcosβ
e) cos(2α) = cos2 α − sen2 α
2tgα
f) tg(2α) = 1−tg 2 α
CAPÍTULO 3
Funções
Tarifa média no Brasil Pegue a sua conta de luz e descubra você mesmo
Exercı́cios Propostos:
3.1 Construindo o conceito de função 80
(1) Com a fórmula anterior fica fácil saber quanto cada aparelho consome em
quilowatts hora, então, preencha a seguinte tabela:
Aparelhos Potência Dias de uso no mês Tempo de uso por dia Consumo Mensal
(2) Com base nas informações contidas nas contas de energia elétrica, preencha
a seguinte tabela:
Mês referente Consumo (kWh) Valor de cada kWh Valor iluminação pública Valor total
Figura 3.1
3.2 O conceito de função 81
Exercı́cios Propostos:
(8) Imagine que, juntamente com sua famı́lia, você foi ao shopping e teve que
deixar seu carro no estacionamento. A placa de tarifas dizia o seguinte: ”3
reais por 1 hora e 2 reais por cada hora adicional”. Com estas informações,
responda as seguintes perguntas:
a) Quantos reais você gastaria se utilizasse 4 horas de estacionamento do
shopping?
b) Construa uma função matemática que relaciona o preço a ser pago pelo
estacionamento com as horas utilizadas.
(9) Seja ”L”o lado de um quadrado qualquer e ”A”sua respectiva área. Note
que quanto maior o lado do quadrado maior será sua área, concorda? Então
podemos dizer que a área do quadrado depende da medida do lado, ou seja,
a área está em função do lado.
a) Complete a tabela abaixo:
L A
2
5
16
169
v
Figura 3.2
x f (x)
−2
0
0
150
z
Figura 3.3
Exercı́cios Propostos:
√
(11) Dado o conjunto função
√ {−2, 0, 2, 4} e o contradomı́nio todos os números
reais (F:{−2, 0, 2, 4} → R), definida pela fórmula F (x) = 3x2 + 5. De-
termine sua imagem.
(12) A função é f : R −→ R definida por y = 5x + A. Encontre A, sabendo que
F (2) = 15.
Figura 3.4
Figura 3.5
3.4 Função sobrejetora, injetora e bijetora 87
Figura 3.6
Observe que esta definição nos diz que Um elemento da imagem só está as-
sociado a um único elemento do domı́nio. A diferença para a função sobrejetora
é que um elemento do domı́nio pode estar associado a mais de um elemento da
imagem. Uma forma para descobrir se uma função é injetora é supor que f (x1 )
= (x2 ) e trabalhar algebricamente com a função. Para ilustrar, analise o diagrama
de flechas abaixo:
3.4 Função sobrejetora, injetora e bijetora 88
Figura 3.7
Figura 3.8
Figura 3.9
Exemplo 3.4.7. Analise os exemplos 3.4.2 e 3.4.5 e diga se as funções f (x), são
bijetoras.
Resolução: No exemplo 3.4.2 usou-se a f (x) = 3x2 , que não atendia o quesito
para ser sobrejetora, portanto ela também não é bijetora.
No exemplo 3.4.5 usou-se f (x) = x3 , já foi demonstrado que ela é injetora,
agora falta mostrar que ela é sobrejetora, para isso analisa-se o domı́nio, o con-
tradomı́nio e a imagem.
D(f ) = R;
CD(f ) = R;
Im(f ) = R;
Como a imagem é igual ao contradomı́nio esta função é sobrejetora, portanto
f (x) é bijetora.
Exercı́cios Propostos:
a)
Figura 3.10
b)
Figura 3.11
Figura 3.12
Figura 3.13
Exercı́cios Propostos:
(16) Fazendo uso da ideia visual, verifique se a função a seguir é par ou ı́mpar :
a)
Figura 3.14
3.5 Função Par e Função Ímpar 93
b)
Figura 3.15
Definição 3.6.1. Uma funcao y = f (x) e dita crescente num intervalo I se, para
qualquer x1 e x2 pertencentes a I, com x1 < x2 , tivermos f (x1 ) < f (x2 ).
Definição 3.6.2. Uma função y = f (x) é dita decrescente num intervalo I se,
para qualquer x1 e x2 pertencentes a I, com x1 < x2 , tivermos f (x1 ) > f (x2 ).
Definição 3.6.3. Uma função y = f (x) é dita constante num intervalo I se, para
qualquer x1 e x2 pertencentes a I, com x1 < x2 , tivermos f (x1 ) = f (x2 ).
Figura 3.16
3.6 Funções crescentes, decrescentes e constantes 95
Resposta: Crescente
b)
Figura 3.17
Resposta: Constante
c)
Figura 3.18
Resposta: Decrescente
Figura 3.19
f (x) = 3 − 2.0 = 3
para x = 1:
f (x) = 3 − 2.1 = 1
para x = 2
f (x) = 3 − 2.2 = −1
para x = 3:
f (x) = 3 − 2.3 = −3
Podemos perceber que aumentando o valor de x o valor da f (x) diminui, ou
seja, a função é dita decrescente.
Exercı́cios Propostos:
3.7 Composição de funções 97
f (2) = 2(2) − 1
f (2) = 3
Agora, vamos determinar a imagem de g(x) quando x = 3:
g(3) = (3)2
g(3) = 9
Com a função composta h(x), definida por meio da composição da f e g deve
conduzir x = 2 no dominio de f até o número {9}, que pertence ao conjunto
imagem de g. A figura a seguir nos mostra como podemos pegar um ”atalho”via
a função h.
3.7 Composição de funções 98
Figura 3.20
A pergunta que surge é: como construir tal função h que faça este papel des-
crito anteriormente? Veremos isso a seguir
3.7.1 Definição
Dada duas funções f : A → B e g : B → C (ou seja o conjunto imagem de f
está contido no conjunto domı́nio de g), a função composta h(x) é definida por
(g ◦ f )(x) = g(f (x)) (lê-se: função composta de g e f ).
Notações: (g ◦ f )(x) ou g(f (x)).
√
f (g(x)) = 4x2
√ √
f (g(x)) = 4. x2
f (g(x)) = 2x
Exemplo 3.7.4. Dada a função f (x) = 2x + 3, encontre a função composta f ◦ f
Resolução: Como Im(f ) ⊆ Dom(f ), é possı́vel encontrar a função composta
de f e f , portanto:
f (f (x)) = 2f (x) + 3
f (f (x)) = 2(2x + 3) + 3
f (f (x)) = 4x + 6 + 3
f (f (x)) = 4x + 9
Exemplo 3.7.5. Dada as funções f (x) = 3x2 + 1, g(x) = 2x + 2 e h(x) = x + 3,
encontre f ◦ g ◦ h.
Resolução: Como Im(h) ⊆ Dom(g) e Im(g) ⊆ Dom(f ), é possı́vel encon-
trar a função composta f ◦ g ◦ h, portanto:
f ◦ g ◦ h = f (g(h(x)))
f (g(h(x))) = f (g(x + 3)
f (g(h(x))) = f (2(x + 3) + 2)
f (g(h(x))) = 3(2(x + 3) + 2)2 + 1
f (g(h(x))) = 3(2x + 6 + 2)2 + 1
f (g(h(x))) = 3(2x + 8)2 + 1
f (g(h(x))) = 3(4x2 + 32x + 64) + 1
f (g(h(x))) = 12x2 + 96x + 192 + 1
f (g(h(x))) = 12x2 + 96x + 193
Exemplo 3.7.6. Se f (x) = 2x–1 e f (g(x)) = x2 + 1, encontre a função g(x).
Resolução: Como f (g(x)) existe, então é possı́vel encontrar a função g(x),
portanto:
f (g(x)) = 2g(x)–1 = x2 − 1
2g(x) = x2 − 1 + 1
x2
g(x) =
2
3.7 Composição de funções 100
Exercı́cios Propostos:
(25) Identifique as funções g e f que pode ser feita a composição na forma h◦g◦f
p
a) S(x) = 4 sen(3x)
1 2
b) V (x) = ( |x| )
3.8 Funções inversas 101
C(400 − P ) = 300P
400C − CP = 300P
400C = 300P + CP
400C = P (300 + C)
400C
P = .
300 + C
3.8.2 Conceito
Entende-se por uma função a relação entre duas variáveis, na qual há uma
variável dependente (x) e uma independente (y). A partir desse conceito, é
possı́vel definir a função inversa, essa é dada pela inversão da relação de de-
pendência entre as variáveis, dando origem, então, a uma nova função.
Para tanto, a função original deve ser bijetora. Assim, dada uma função bije-
tora f : A → B, existe a função inversa f −1 : B → A.
Para a obtenção da função inversa há o seguinte procedimento:
É possı́vel saber se a função é invertı́vel se for um a um, isto é, cada elemento
pertencente à imagem está relacionado a somente um elemento do domı́nio. No
gráfico, quando traçadas retas horizontais sobre o gráfico, a função será cruzada
em somente um ponto, como na imagem abaixo.
Graficamente, as funções f e f −1 são simétricas em relação a reta bissetriz
dos quadrantes ı́mpares. Lembra-se que a bissetriz é a reta que divide um ângulo
em duas partes iguais, nesse caso, referimo-nos a reta y = x. Logo, nessa nova
função, D(f −1 ) = Im(f ) e Im(f −1 ) = D(f ).
Exercı́cios Propostos:
Definição 3.9.1. Uma função f : R → R é dita uma função afim se f (x) = ax+b,
onde a e b são números reais.
Exemplo 3.9.2.
f (x) = 3x + 1 → (a = 3, b = 1)
1 1
f (x) = x + 2 → (a = , b = 2)
2 2
f (x) = 5x → (a = 5, b = 0)
• f (x) = −2x
• f (x) = 51 x
√
• f (x) = 3x
3.9 Função Afim 104
• f (x) = −2
• f (x) = x − 9
O gráfico da função afim f (x) = ax + b sempre será uma reta. Geometri-
camente, b é a ordenada do ponto onde a reta intersepta o eixo y e o número a
chama-se inclinação ou coeficiente angular dessa reta em relação ao eixo horizon-
tal x.
Exemplo 3.9.3. Determine f (2) da função afim dada por f (x) = 54x − 3.
Resolução: f (2) = (54 × 2) − 3 = 105.
Exemplo 3.9.4. Seja f uma função f (x) = ax + b, em que a e b são números
reais. Se f (–1) = 4 e f (1) = 10, determine o valor de f (5).
Resolução: Substituindo primeiramente a f (−1), temos:
f (−1) = −a + b = 4
a=b−4
Agora substituindo f (1), obtemos:
f (1) = a + b = 10
3.9 Função Afim 105
(b − 4) + b = 10
2b = 14
b=7
Voltando em qualquer uma das equações iniciais, obtemos:
a=7−4
a=3
Então, é possı́vel determinar agora a f (5):
f (5) = (3 × 5) + 7
f (5) = 22.
2x − 6 = 0
x=3
Concluimos então que a raiz da função é x = 3.
y(0) = 2 − (5 × 0) = 2
3.9 Função Afim 106
y(1) = 2 − (5 × 1) = −3
Com esses dados é possı́vel construir o gráfico da função, que é dado abaixo:
Figura 3.21
Exercı́cios Propostos:
(29) Sabendo que f (2) = 10, f (1) = 0 e que f é uma função afim, determine:
a) f (3)
b) f (4)
c) f (100)
f (x) = ax2 + bx + c,
onde a, b, c ∈ R, e a 6= 0.
O gráfico de uma função quadrática é uma parábola com eixo de simetria para-
←→
lelo a Oy. O ponto de interseção da parábola com o eixo de simetria denomina-se
vértice, que chamaremos de V .
Se na função a > 0, a concavidade do gráfico será para cima e o vértice será
um ponto de mı́nimo. Se a < 0, a concavidade será para baixo e o vértice será
um ponto de máximo. Estes detalhes serão explicitados dentro de um curso de
cálculo.
−b2 + 4ac
yV = .
4a
Portanto,
b −b2 + 4ac
V (x, y) = (− ; ).
2a 4a
3.10 Função Quadrática 108
yv = −22 + 4 × 2 − 9
yv = −5
Assim, encontramos que as coordenadas do vértice são:
V = (2; −5)
−22 + 4 × 1 × 1
yV = =0
4×1
Portanto,
V (−1; 0)
c) O vértice encontrado é ponto de máximo ou mı́nimo. Porquê?
Resolução: É ponto de mı́nimo, pois a > 0.
3.10 Função Quadrática 109
Figura 3.22
Exemplo 3.10.4. Determine os valores de m, para que a função f (x) = (m–3)x2 –2x+
9 admita raı́zes reais.
Resolução: Para satisfazer essa situação, temos que ∆ ≥ 0:
b2 − 4ac ≥ 0
4 − 36(m − 3) ≥ 0
4 − 36m + 108 ≥ 0
−36m ≥ −112
36m ≤ 112
m ≤ 112 ÷ 36
28
m≤
9
Exemplo 3.10.5. O número de bolos feitos por Dona Maria em véspera de natal,
das 7 às 12 horas, é dado por f (t) = –t2 + 20t–293, em que 7 ≤ t ≤ 12 é a hora
desse dia. Qual foi o número máximo de bolos feitos nesse perı́odo do dia?
Resolução: Temos como função quadrática f (t) = –t2 + 20t–293 e podemos
observar que no gráfico a parábola tem concavidade para baixo, pois a < 0.
Assim, o t que faz a função ser máxima é o t do vértice, que pode calculado
através da fórmula:
3.10 Função Quadrática 111
−b −20
tv = = = 10
2a 2 × (−1)
Logo, t = 10 horas foi o momento de maior produção de bolo do dia. Para
encontrarmos quantos bolos foram feitos nesse momento fazemos:
Exercı́cios Propostos:
(32) Seja a função f (x) = 5x2 +bx+c, em que f (2) = 8 e f (−1) = 6. Encontre
b e c.
(35) Um terreno retangular tem 150m2 de área, onde sua medida frontal tem 1m
a menos do que o dobro da medida dos fundos. Quantos metros de cerca
deverão ser colocados para fechar todo o terreno, considerando um vão de
portão de 3m de largura?
CAPÍTULO 4
V1 = Ei + Ei × 2% = Ei (1 + 0, 02)
No segundo mês:
Vt = Ei (1, 02)t
Aplicando a fórmula ao problema apresentado, encontramos a seguinte resolução:
4.1 Função exponencial 113
V6 = 10000(1, 02)6
V6 = 10000 × 1, 1261
V6 ∼
= 11261
Para calcularmos o quanto foi cobrado de juros fazemos:
Vj = V − Ei
Vj = 11261 − 10000
Vj ∼
= 1261
Portanto, o valor pago a mais para o banco, após 6 meses de juros composto,
é de 1261 reais.
2 t
A equação para a resolução do problema é V = Ei .(1 + 100 ) . Vamos então
investigar funções que tem esta forma a seguir.
Observações:
f (x) = 0x = 0,
onde f (x) = 0, e
f (x) = 1x = 1,
onde f (x) = 1, para todo x ∈ R.
4.2 Equações Exponenciais: 114
1 √
−2 2 = −2 = @
• Se a = 0, e x < 0, não existe ax , pois
1 1
0−2 = 2 = = @
0 0
• D(f ) = R
• CD(f ) = R
• Im(f ) = R
• A função é sobrejetora, pois para todo b > 0 existe algum x ∈ R tal que
ax = b.
1. Caso a > 1:
Figura 4.1
Figura 4.2
1 1 1 1 1
( )−2 > ( )−1 > ( )0 > ( )1 > ( )2
2 2 2 2 2
1 1
4>2>1> >
2 4
O gráfico da função exponencial da forma 0 < a < 1 apresenta uma assı́ntota
horizontal em y = 0, porque à medida que x se torna um número positivo próximo
de +∞, a função f (x) se aproxima do eixo x, mas nunca o alcança.
Observação: Uma função exponencial f (x) = ax , onde a > 0 e a 6= 1, não
deve ser confundida com uma função potencial definida como f (x) = xn , com
x ∈ R. Podemos observar também que o ponto (0,1) está contido em todas as
funções exponenciais, pois quando x = 0 a função fica na forma f (0) = a0 = 1.
Figura 4.3
4.5 O Logaritmo
Primeiramente, para tentar entender a necessidade do uso dos logaritmos, va-
mos propor a seguinte questão:
Problema: Digamos que o valor da refeição de um Restaurante Universitário
aumente exponencialmente em 1% ao mês e você precise saber em quanto tempo
o valor da refeição irá dobrar.
Sendo R o valor da refeição, vamos representar os primeiros meses da seguinte
forma:
R1 = R × (1, 01)
Sendo 1,01 a porcentagem de aumento, o valor da refeição após 2 meses será:
Rt = R × (1, 01)t
4.5 O Logaritmo 119
Queremos saber em quanto tempo o valor da refeição irá dobrar, ou seja, qual
o valor de t quando Rt for o dobro do valor de R. Portanto:
Rt = 2R.
Mas, descobrimos anteriormente que o valor de R após t meses é representado
por Rt = R × (1, 01)t , portando substituindo na equação obtemos:
2R = R × (1, 01)t
Assim,
2 = (1, 01)t
Agora, para obter o tempo para que o valor da refeição dobre precisamos isolar
o t. E como fazer isso?
t = log1,01 2
t = 69, 66
t∼
= 70
Ou seja, a resposta do nosso problema é 70 meses. Desse modo obtemos uma
função logarı́tmica, onde o x cresce ou decresce de acordo com o valor que é
determinado para y.
Além de poder ser utilizado em situações parecidas com a que exemplifi-
camos acima, os logaritmos são usados em praticamente todas as ciências para
determinação principalmente de taxas de crescimento.
Na quı́mica, os logaritmos podem ser usados para determinar o tempo de
desintegração de uma partı́cula radioativa, para calcular a idade de um fóssil ou
objeto antigo e ainda na taxa de resfriamento de um corpo. Na geografia, os
4.5 O Logaritmo 120
y = log(−1) 1
(−1)y = 1
Dessa forma temos infinitas soluções para a equação, pois para qualquer valor
de y que seja par e maior que zero a equação é satisfeita.
Agora, vamos supor que a = −1 e x = 2.
−1y = 2
Já nesse caso, não existe nenhum valor de y que satisfaça essa equação.
A função logarı́tmica também não está definida para valores de a menores que
zero. Por que?
Desafio: Tente definir uma função logarı́tmica para valores de a menores do
que zero.
3y = 33 = 27
4y = 43 ,
logo y = 3.
Como o 4 representa a base do logaritmo e 64 é o logaritmando, tem-se que
3 = log4 64
(3) As funções logarı́tmicas f (x) e g(x) são dadas por f (x) = log3 x e g(x) =
log4 x. Determine:
a) f (9)
b) g(1)
c) g(4)
d) D(f )
e) Im(f )
f) x, tal que g(x) = 4
g) f (27) + g(16)
h) f −1 (1)
(4) Dados f (x) = log3 (x + 1), g(x) = 4 + log2 x e h(x) = log2 x, determine:
a) f (2)
b) g(2)
c) h(50)
d) g(1)
e) f (26)
√
f) g( 2)
Figura 4.4
Figura 4.5
Observações:
• Como f só está definida para valores de x maiores do que 0, gráfico está
totalmente à direita do eixo y.
Uma função é dita simétrica (par) quando f (−x) = f (x), ou seja, para
encontrarmos a simétrica de uma função devemos trocar o x por y e isolar
o y, portanto temos:
y = ax ⇔ x = ay
x = ay ⇔ y = loga x
sin−1 x = arcsin x
cos−1 x = arccos x
tan−1 = arctan x
CAPÍTULO 5
Matrizes
5.1 Introdução
Apresentaremos conceitos básicos sobre matrizes,um ente matemático mu-
uto importante na resolução de problemas que envolvem um grande número de
variáveis e/ou observações, cuja organização de forma ordenada e concisa torna-
se imprescindı́vel.
Chamamos de matriz uma tabela de elementos dispostos em linhas e colunas.
Por exemplo,ao recolhermos os dados referentes a uma companhia que vende pro-
dutos diferentes em diferentes mercados, uma tabela que propicia uma maneira
concisa de acompanhamento dos estoques é:
Definição 2: Dada uma matriz A = aij m×n , definimos a matriz tranposta
de A, denotada por A0 como a matriz At = bij n×m , cujas linhas são respectivas
Matriz Anti-Simétrica é uma matriz quadrada onde aij = −aji para todos i
e j.
0 9 −4 0 0 0
0 −2
Exemplos: , −9 0 a e 0 0 0
2 0
4 −a 0 0 0 0
Exercı́cio 3: Determine os valores de x, y, a e z para que a matriz
z x y2
A = −9 0 7
0 −2a 0
5.3 Operações com Matrizes 131
a) Seja simétrica;
b) seja anti-simétrica;
c) satisfaça a A = At
e
n
X
c32 = a31 b12 + a32 b22 + a33 b32 + ... + a3n bn2 = a3j bj2
j=1
Observações:
1) Só podemos efetuar o produto de duas matrizes A = [aij ]mxn e B =
[bjk ]nxp se o número de colunas da primeira matriz for igual ao número de
linhas da segunda matriz. A matriz C resultanteterá o número de linhas da
primeira matriz e o número de colunas da segunda; isto é, C = AB é uma
matriz mxp;
5.3 Operações com Matrizes 133
temos que
0 0 0 −11 6 −1
AB = 0 0 0 , BA = −22 12 −2 ,
0 0 0 −11 6 −1
1 2 1 0
Exercı́cio: Dê o posto da matriz A = −1 0 3 5.
1 −2 1 1
Resolução: Para obter o posto precisamos obter uma matriz escalonada equi-
valente por linhas a A, e isto pode ser feito de acordo com a seguinte sequencia
de operações
sobre as linhas de A:
1 2 1 0 1 2 1 0
−1 0 3 5 L2 ← L2 + L1 / L3 ← L3 − L1 0 2 4 5
1 −2 1 1 0 −4 0 1
1 2 1 0
L3 ← L3 + 2L2 0 2 4 5
0 0 8 11
Como esta última matriz, além de escalonada é equivalente por linhas à matriz
A e, apresenta três linhas não nulas, o posto da matriz A é 3.
−1 0 0 3
ela éinvertı́vel. Usaremos o dispositivo sugerido na última observação.
2 1 0 0 | 1 0 0 0
1 0 −1 1 | 0 1 0 0
0 1 1 1 | 0 0 1 0 L2 ⇐ L1
−1 0 0 3 | 0 0 0 1
1 0 −1 1 | 0 1 0 0
2 1 0 0 | 1 0 0 0
(A|I)1 = 0 1 1 1 | 0 0 1 0 L3 ⇐ L2 − 2L1 /L4 ← L4 + L1
−1 0 0 3 | 0 0 0 1
1 0 −1 1 | 0 1 0 0
0 1 2 −2 | 1 −2 0 0
(A|I)2 = L ← L3 − L2
0 1 1 1 | 0 0 1 0 3
0 0 −1 4 | 0 1 0 1
5.6 A inversa de uma Matriz 140
1 0 −1 1 | 0 1 0 0
0 1 2 −2 | 1 −2 0 0
(A|I)3 = 0 0 −1 3 | −1 2 1 0 L1 ← L1 − L3 /L2 ← L2 +
0 0 −1 4 | 0 1 0 1
2L3 /L4 ← L4 − L3
1 0 0 −2 | 1 −1 −1 0
0 1 0 4 | −1 2 2 0 L ← L1 + 2L4 /L2 ←
(A|I)4 = 0 0 −1 3 | −1 2 1 0 1
0 0 0 1 | 1 −1 −1 1
L2 − 4L4 /L3 ← L3 − 3L4
1 0 0 0 | 3 −3 −3 2
0 1 0 0 | −5 6 6 −4
(A|I)5 = L ← −L3
0 0 −1 0 | −4 5 4 −3 3
0 0 0 1 | 1 −1 −1 1
1 0 0 0 | 3 −3 −3 2
0 1 0 0 | −5 6 6 −4
(A|I)6 = I|A−1 = 0 0 1 0 | 4 −5 −4 3 .
0 0 0 1 | 1 −1 −1 1
3 −3 −3 2
−5 6 6 −4
Logo A−1 = 4 −5 −4 3 .
1 −1 −1 1
CAPÍTULO 6
Determinantes
5 6
Exemplo 6.1.5. Se A = , qual o valor de D12 e D22 ?
7 8
Resolução: D12 = |7| = 7 e D22 = |5| = 5.
Exercı́cio Proposto:
−1 1 3 3
3 1 2 −2
0 2 0 4
Resolução:
= 3.A11 +0.A21 +0.A31 +(−1).A41 = 3.A11 −
0 4 1 −2
−1 1 3 3
2 0 4 1 2 −2
A41 = 3.(−1)1+1 . 4 1 −2 − (−1)4+1 . 2 0 4 = 3.62 + 32 = 218.
1 3 3 4 1 −2
4 3 2 −5
1 2 1 1
2 1 1
2 1 4 3
Resolução: = 3.A31 + 2.A34 = 3.(−1)3+1 . 1 4 3 +
3 0 0 2
3 2 −5
4 3 2 −5
1 2 1
2.(−1)3+4 . 2 1 4 = 3.(−40+9+2−12+5−12)−2.(2+32+6−4−8−12) =
4 3 2
3.(−48) − 2.(16) = −144 − 32 = −176.
6.2 Propriedades dos determinantes 146
Observações:
Teorema 6.2.10. Uma matriz quadrada A admite uma inversa se, e somente se,
det A 6= 0, e neste caso det A−1 = det1 A , e A−1 = adj(A)
det A
, onde adj(A) é a matriz
transposta da matriz cofatora de A.
3 4 2 1
1 1 3 1
Exemplo 6.2.11. Calcular o determinante de A−1 se A = 1 1 4 −2 .
−1 2 1 −1
Resolução: Pelo Teorema (6.2.10), det A−1 = det1 A . Precisamos achar det A.
Como A não tem muitos zeros, apliquemos as propriedades dos determinantes
para obter uma matriz mais simples.
Seja det A = m. Efetuando a operação L1 ⇒ L2 sobre as linhas de A, obte-
mos:
1 1 3 1
3 4 2 1
A1 = 1 1 4 −2 e det A1 = −m pela Propriedade (6.2.4) dos de-
−1 2 1 −1
terminantes.
1 1 3 1
L2 ⇒ L2 − 3L1 0 1 −7 −2
Fazendo em A1 L3 ⇒ L3 − L1 , obtemos A2 = 0 0 1 −3 e
L4 ⇒ L4 + L1
0 3 4 0
assim det A2 = a11 .A11 = det A1 =−m, pela Propriedade
(6.2.8) dos determi-
1 −7 −2
nantes. Logo, m = −a11 .A11 = −1. 0 1 −3 = −(63 + 6 + 12) = −81 e
3 4 0
det A−1 = − 81
1
.
Exercı́cios Propostos:
2
a) 2x + y + x+3y =1
2 2
b) x − 3xy + y = 4
c) x − 2eY = 1
d) 3x − log y = 7
7.2 Sistemas e Equações Lineares 151
2 −1 3 1
1 2 −1 0
3 4 −2 2
Do tipo 1:
5x − 2y + 4z = 0 ∗ (−1) ⇒ −5x + 2y − 4z = 0
3x + y − 2z = 1 ∗ 23 ⇒ 92 x + 32 y − 3z = 23
x + 2y − z = 2 ∗ (1) ⇒ x + 2y − z = 2
Do tipo 2:
(5x − 2y + 4z = 0) + (3x + y − 2z = 1) ⇒ 8x − y + 2z = 1
7.4 Resolução de um Sistema de Equações Lineares 154
(x + 2y − z = 2) + (5x − 2y + 4z = 0) ⇒ 6x + 3z = 2
(x + 2y − z = 2) + (3x + y − 2z = 1) ⇒ 4x + 3y − 3z = 3
Observação: Estas são as 3 únicas operações lineares do tipo 2 para este sistema
(por ser composto de apenas 3 equações).
Do tipo 3:
(5x − 2y + 4z = 0) + (2) ∗ (3x + y − 2z = 1) ⇒ 11x = 2
(x + 2y − z = 2) + ( 41 ) ∗ (5x − 2y + 4z = 0) ⇒ 94 x + 32 y = 2
(5x − 2y + 4z = 0) + (−1) ∗ (3x + y − 2z = 1) ⇒ 2x − 3y + 6z = −1
Definição: Dois sistemas lineares são equivalentes se, e só se, toda solução
de um deles, é também solução do outro.
1 −2 −1 2 x1 − 2x2 − x3 = 2
L2 ⇐ L2 − L1 0 −2 2 −1 −2x2 + 2x3 = −1
L3 ⇐ L3 − L1
0 1 −3 1 +x2 − 3x3 = 1
1 −2 −1 2 x1 − 2x2 − x3 = 2
L2 ⇐ −L2 /2 0 1 −1 1/2 x2 − x3 = 1/2
0 1 −3 1 +x2 − 3x3 = 1
7.5 Discussão sobre os tipos de soluções de um sistema de equações lineares 155
1 −2 −1 2 x1 − 2x2 − x3 = 2
L3 ⇐ L3 − 3L2 0 1 −1 1/2 x2 − x3 = 1/2
0 0 2 −1/2 2x3 = −1/2
b1 a12 ... a1n a11 b1 ... a1n a11 a12 ... b1
b2 a22 ... a2n a21 b2 ... a2n a21 a22 ... b2
D1 = D2 = .. ... Dn =
.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
. . . . . . . . . . . .
bn an2 ... ann an1 bn ... ann an1 an2 ... bn
x − y + 2z = −5
3x + z − t = −2
c)
x+y−t=0
2x + y − z − 2t = 0
(
kx + y = 1 − k
(3) Para que valores de k o sitemas é possivel e determi-
x + ky = 0
nado?
(8) Com três tipos de peças diferentes, montam-se dois brinquedos: o brin-
quedo 1, requer 4 peças do tipo A, 2 peças do tipo B e 3 peças do tipo C
ao passo que o 2◦ briquedo requer 3 peças do tipo A, 4 peças do tipo B e
2 peças do tipo C. Sabe-se que os preços unitários das peças A, B e C são
respectivamente, x unidades monetárias (u.m), y u.m e zz u.m, onde x, y e
z são inteiros positivos e x < z < y. O gasto para montar os brinquedos 1
e 2 são respectivamente 39 u.m e 43 u.m. Calcule o valor de x + y + z.
2 1 2 x1
(16) Considere as matrizes A = 2 2 −2 e X = x2
3 1 1 x3
a) Mostre que a equação AX=X pode ser reescrita como (A-I)X=0, e use
este resultado para resolver AX=X, em X.
b) Resolva AX=4X.
(17) Mostre que toda matriz-solução de um sistema linear AX+B é a soma de
uma solução do sistema homogêneo associado AX=0 com uma solução
particular de AX=B. Sugestão: siga as etapas seguintes, usando somente
propriedades de matrizes.
1) Mostre que se x0 é uma solução do sistema AX-0 e X1 é uma solução
de AX=B, então X0 + X1 é solução de AX=B.
2) Se X1 e X2 são soluções de AX=B, então X1 − X2 é solução de AX=).
3) Use 1) e 2) para chegar á conclusão desejada.
(18) Na resolução de um sistema de equações lieares com 4 equações e 3 incógnitas,
um aluno aplicou uma sequência de operações sobre as linhas da matriz
ampliada A—B, conforme explicitado a seguir. Discuta a validade das
operações utilizadas, justificando.
7 8 3 −5 1 0 0 0 1 0 0 0
1 3 2 −1 1 3 2 −1 0 3 2 −1
A|B = 1 5 3 −2 - 1 5 3 −2 - 0 5 3 −2 -
2 0 −1 −1 2 0 −1 −1 0 0 −1 −1
1 0 0 0 1 0 0 0
0 3 2 −1 0 3 2 −1
0 0 −1 −1 - 0 0 −1 −1
0 0 −1 −1 0 0 0 0
[3] Iezzi, G., Dolce, O., Teixeira, J. C., Machado, N. J., Goulart, M. C., Castro,
L. R. S., Machado, A. S. Matemática, 3a série, 2o grau, 1980, vol. 3, Atual.