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Porto Alegre
2005
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 3
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3
3. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA 3
4. METODOLOGIA 4
5. ANÁLISES E RESULTADOS 6
6. CONCLUSÕES 7
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 8
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1. INTRODUÇÃO
As estruturas metálicas compostas por perfis de aço formados a frio (de chapa dobrada)
têm sido cada vez mais empregadas na Engenharia. Fabricados com aços de alta resistência
mecânica, os perfis de chapa dobrada podem ter paredes esbeltas. Uma de suas aplicações é o
uso para fechamento em coberturas e fachadas sob forma de telhas. Um tipo de perfil de telha
de aço formada a frio muito utilizado é o trapezoidal.
O objetivo deste trabalho é a obtenção das freqüências naturais de vibração de telhas
trapezoidais de aço formadas a frio, comparando resultados teóricos e experimentais, e o estu-
de seu comportamento modal, considerando diferentes tipos de vinculação. Os resultados ex-
perimentais servirão para calibrar modelos de elementos finitos, com motivação em um prévio
estudo sobre as cargas de flambagem elástica e de colapso das mesmas telhas.
A Figura 1.1 ilustra o desenho esquemático do perfil utilizado no trabalho.
Figura 1.1 - Desenho esquemático do tipo de telha utilizada no trabalho, com dimensões do perfil em mm.
2. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA
3. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA
As primeiras freqüências naturais de vibração de telhas de aço trapezoidais formadas a
frio serão obtidas experimentalmente. Posteriormente, será feito um estudo do comportamento
modal das telhas através de modelos de elementos finitos, levando em conta os resultados
obtidos nos ensaios experimentais. O perfil de telha analisado está mostrado na Figura 1.1,
cujo material correspondente é aço zincado, com tensão de escoamento de 350MPa.
Para a obtenção das freqüências naturais, serão realizados ensaios de impacto em telhas
fixadas em terças, simulando uma situação prática. Em coberturas, as telhas de aço trapezoi-
dais são presas às terças através de hastes de fixação através de suas ondas altas (ver Figura
1.1), como mostra a Figura 2.1. Para concluir o fechamento de uma cobertura, diversas telhas
são trespassadas como na Figura 2.1. Alguns fabricantes aconselham a união das telhas atra-
vés de rebites ao longo das abas incompletas.
O objetivo prático deste trabalho é estudar a interação das telhas através de suas fre-
qüências de vibração. Como a vinculação das telhas com as terças é complexa, os resultados
experimentais servirão para calibrar os modelos numéricos de elementos finitos.
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4. METODOLOGIA
4.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Foram realizados ensaios de impacto para obtenção das freqüências naturais de vibração
em três configurações de telhas de 2200mm de comprimento, com 2000mm de vão livre. Pri-
meiramente, ensaiou-se uma telha isolada com suas bordas livres (Ensaio 1), seguida do en-
saio com uma telha com suas bordas trespassadas com ondas de outras duas telhas (Ensaio 2).
Finalmente, ensaiou-se uma telha com bordas vinculadas (Ensaio 3), a qual teve suas bordas
fixadas em um estrado fabricado com tubos de aço quadrados de 70 x 70 x 3mm. Esta telha
precisou ter sua aba incompleta cortada para possibilitar a fixação no plano e garantir a sime-
tria. A Figura 4.1 mostra as três configurações de ensaio.
As telhas foram fixadas por cima das terças com o uso de hastes galvanizadas com por-
ca, arruela e anel de borracha em cada onda alta (Figura 2.1). Para o ensaio da telha com bor-
das vinculadas, apoiou-se o estrado sobre o pórtico. A fixação da telha ao estrado se deu pelo
mesmo método, com o acréscimo de seis rebites em cada borda longitudinal, conforme indi-
cado na Figura 4.1.
O impacto foi aplicado com a utilização de um martelo de aço, com o cuidado de se
obter uma excitação a mais curta possível. As freqüências naturais foram medidas com o uso
de um acelerômetro, e a aquisição dos dados foi feita através do software HPVee 4.0.
Para cada configuração de ensaio, foram atribuídos certos pontos de medição, conforme
esquematizado na Figura 4.3. Todos os pontos localizam-se a 250mm do meio do vão, com o
intuito de não coincidirem com algum eventual nó no meio do vão correspondente a um pos-
sível modo de vibração e, ao mesmo tempo, captarem a influência de amplitudes máximas de
alguns modos no mesmo local. Para todos os ensaios, os pontos 1, 3 e 5 estão dispostos nas
ondas altas e os pontos 2 e 4 nas ondas baixas; para os ensaios 1 e 2, o ponto 1 está na aba
incompleta, sendo que no ensaio 2, o ponto 5 está localizado na aba incompleta de outra telha,
na região de trespasse; os pontos A e B do ensaio 2 encontram-se imediatamente nas ondas
baixas referentes às duas outras telhas. O ponto de aplicação do impacto variou para a medi-
ção em cada ponto: cuidou-se para que o ponto estivesse em alguma onda adjacente à do pon-
to de colagem do acelerômetro.
dos. Os modelos construídos estão mostrados nas Figuras 4.4 e 4.5 (convém notar que estas
são vistas inferiores do perfil mostrado na Figura 1.1 e das telhas da Figura 4.1).
Figura 4.4 - Modelo via MEF para: (a) telha com bordas livres; (b) telha com bordas trespassadas.
Figura 4.5 – Modelo via MEF para telha com bordas vinculadas.
A análise realizada foi a Análise Modal, que consiste em resolver um problema de auto-
valores, que resulta nas freqüências naturais de vibração da estrutura e em seus respectivos
modos de vibração.
5. RESULTADOS E ANÁLISES
5.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
5.1.1 Ensaio 1: telha com bordas longitudinais livres
Foram realizadas medições de freqüências em pontos distintos numerados de 1 a 5 con-
forme a Figura 4.3. A medição do ponto 2 foi repetida mais duas vezes, variando o aperto das
porcas das hastes de fixação: adquiriram-se as freqüências naturais para a telha com as hastes
frouxas e com as hastes fortemente apertadas. A Tabela 5.1 lista os primeiros picos do gráfico
de magnitude da resposta do acelerômetro no domínio da freqüência obtidos com o uso do
HPVee para cada ponto de medição; a Figura 5.1 mostra o gráfico correspondente à medição
do ponto 5.
Tabela 5.1 – Primeiras Freqüências Naturais obtidas para telha com borda livres.
Ponto Freqüências Naturais
1 15 – 28 – 35
2 23,5 – 25 –28 –34 – 41,5 – 45,5 - 48
3 23,5 – 25 – 32 – 35,5 – 40,5 – 42,5
4 23,5 – 25 – 28 – 35 – 41,5 – 48,5
5 23,5 – 25,5 – 28 – 37 – 40,5
2 – Aperto Frouxo 20,5 – 24,5 – 31 – 37,5 – 39,5
7
31,5913
29,5913
27,5913
25,5913
23,5913
f [Hz]
21,5913
19,5913
17,5913
Figura 5.4 – Variação das primeiras freqüências naturais para a telha com bordas livres.
Nota-se que variando a rigidez dos vínculos elásticos, alguns dos modos de vibração
mostram-se mais sensíveis à mudança. Para a escolha do valor mais adequado levou-se em
consideração que:
- Os valores obtidos com o modelo numérico podem diferir dos resultados experimen-
tais.
- A freqüência experimental de 15Hz só foi medida no ponto 1, correspondendo a um
modo de vibração local.
- A quarta freqüência experimental (28Hz) teve magnitude grande nos pontos 2, 4 e 5.
Assim, a quarta freqüência de vibração do modelo numérico não pode ser referente ao
modo de torção na aba incompleta (curva rosa da Figura 5.4).
- A freqüência experimental de 35Hz teve magnitude máxima no ponto 1, devendo cor-
responder a um modo local.
Assim, adotou-se um valor de constante elástica de 3e4 N/m. Os valores das freqüências
naturais de alguns modos de vibração obtidos com este modelo estão mostrados na Tabela
5.4, postos ao lado das supostas freqüências naturais experimentais correspondentes. A Figura
5.5 ilustra estes modos.
Tabela 5.4 – Freqüências Naturais e modos de vibração obtidos com o modelo.
Modo Freqüência do Modelo Freqüência Experimental Correspondente
1 15,2 16
2 24,3 23,5
3 25,6 25
4 27,9 28
8 35,7 35
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Figura 5.5 – Modos de Vibração para o modelo de elementos finitos da telha com bordas livres.
Deve-se observar que a freqüência experimental de 23,5Hz foi medida nos pontos 2 a 5,
enquanto que sua freqüência correspondente no modelo numérico tem um modo de vibração
local na borda completa.
5.2.2 Modelo de telha com bordas trespassadas
As vinculações correspondentes às hastes de fixação foram modeladas como restrições
translacionais em todas as direções, inclusive as hastes que prendem a borda incompleta. Para
simular a interação do trespasse com as outras telhas, foram colocados apoios elásticos nas
direções y e z ao longo de 7 nós das ondas altas externas (completa e incompleta), conforme
ilustra a Figura 4.3. Variou-se o valor da constante elástica destes apoios (assumidos como
iguais nas duas direções) e verificou-se o comportamento dos modos de vibração. A Figura
5.6 ilustra a variação da freqüência natural dos quatro primeiros modos de vibração da telha.
Telha Trespassada - Variação da Freqüência
31,917
30,917
29,917
28,917
27,917
26,917
f [Hz]
25,917
24,917
23,917
Figura 5.6 – Variação das primeiras freqüências naturais para a telha com bordas trespassadas.
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Nota-se que variando a rigidez dos vínculos elásticos, alguns dos modos de vibração
mostram-se mais sensíveis à mudança. Para a escolha do valor mais adequado levou-se em
consideração que:
- A primeira freqüência experimental (21,5Hz) apareceu em todos os pontos de medi-
ção, inclusive nos pontos localizados nas telhas adjacentes (A e B).
- As freqüências experimentais de 21,5Hz, 24Hz e 25,5Hz tiveram maior magnitude nos
pontos 1, 5, A e B.
- Como a rigidez das telhas adjacentes é a mesma, é provável que a medição tenha cap-
tado alguma freqüência de vibração destas. Então os primeiros modos podem corres-
ponder a modos locais das abas incompleta e completa.
- Quando a rigidez vai decrescendo e atinge 1e3 N/m, o primeiro modo de vibração
transversal se torna um modo de vibração da aba incompleta.
- A terceira freqüência natural de vibração (28Hz) teve magnitude máxima nos pontos
2, 3 e 4. Assim, mesmo considerando a interação das telhas, o terceiro modo de vibra-
ção numérico não pode ser local de alguma das bordas.
Assim, adotou-se um valor de constante elástica de 5e2 N/m. Os valores das freqüências
naturais de alguns modos de vibração obtidos com este modelo estão mostrados na Tabela
5.5, postos ao lado das supostas freqüências experimentais correspondentes. A Figura 5.7 ilus-
tra estes modos.
Tabela 5.5 – Freqüências Naturais e modos de vibração obtidos com o modelo.
Modo Freqüência do Modelo Freqüência Experimental Correspondente
1 21,6 21,5
2 24,6 24
3 27,9 28
4 28,5 31,5
5 28,8 35
Figura 5.7 – Modos de Vibração para o modelo de elementos finitos da telha com bordas trespassadas.
Figura 5.8 – Modos de Vibração para o modelo de elementos finitos da telha com bordas vinculadas.
6. CONCLUSÕES
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7. REFERÊNCIAS
SCHAFER, B. W. AISI - American Iron and Steel Institute - Direct strength method of
cold-formed steel design. January 7, 2002.
YU, W-W. Cold-formed steel design. John Wiley & Sons, Inc., New York, 2000.
9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BUDGELL, P.C. Finite element analysis with ANSYS: information and tips. Disponível
em www3.sympatico.ca/peter_budgell, 1998. Acessado em 23 de Outubro de 2004, às 21:30.