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1.1.

O significado da utopia realista: filosofia política que estende os limites do praticável e


reconcilia-nos com nossa condição política e social; democracia constitucional como membro
de uma sociedade dos povos razoavelmente justa; questões: “O que seria parecido com uma
democracia constitucional razoavelmente justa sob condições históricas razoáveis que são
possíveis dado as leis e tendências da sociedade​? E como essas condições relacionadas a leis
e tendências são relevantes às relações entre os povos?” (p. 11)

1.2. Condições históricas: - sociedade doméstica razoavelmente justa; o fato pluralismo


razoável; paralelo da sociedade dos povos com as sociedades domésticas quanto ao
pluralismo razoável; mesmo entre povos liberais constitucionais pode haver divergência nas
concepções de constitucionalismo; direito dos povos razoável deve ser aceitável aos povos
razoáveis que são diversos, deve ser justo e efetiva em formas esquemas de comparação.

1.3. Fato do pluralismo como limitador do que é possível praticamente; problema: os limites do
possível não são dados pelo real pois podemos mudar em uma maior ou menor extensão as
instituições sociais e políticas; por isso temos que se apoiar em conjecturas e especulações
sustentando que o mundo social que pensamos pode existir se não agora em condições
melhores.

1.4. O pluralismo razoável é uma condição a que devemos nos reconciliar e não nos queixar. A
existência do pluralismo razoável como marca de maior justiça e liberdade de uma sociedade.

1.5 (1.2). Condições do caso doméstico: esboço de uma democracia constitucional


razoavelmente justa como uma utopia realista e as sete condições que são necessárias para
que se obtenha uma utopia realista:
(i) duas condições necessárias para uma concepção liberal de justiça ser realista;
1. Se apoiar nas leis reais da natureza e alcançar o tipo de estabilidade que essas leis
permitem, pelas razões corretas (Rawls distingue entre modus vivendi, Hobbes seria um
exemplo, e estabilidade pelas razões corretas); Rousseau aqui é o guia da ideia; tomar
os homens como são e as leis como podem ser;
2. Os primeiros princípios e preceitos da concepção de justiça devem ser praticáveis e
aplicáveis a arranjos políticos e sociais duradouros; exemplo dos bens primários no
caso doméstico como suposição simplificadora das capacidades dos cidadãos;
(ii) Uma condição necessária para uma concepção de justiça ser utópica é que empregue
ideais, princípios e conceitos políticos para especificar uma sociedade justa e razoável; família
de concepções liberais - três características:
a) Direitos e liberdades básicas de um regime constitucional;
b) Atribui prioridade especial a esses direitos, liberdades e oportunidades diante do bem
geral e da perfeição;
c) Assegura a todos os cidadãos os bens primários;
1.6. Os princípios devem satisfazer o critério da reciprocidade: os termos propostos devem ser
razoáveis e outros devem poder aceitar como cidadãos livres e iguais e não como dominados
ou manipulados; liberalismo contém princípios substantivos de justiça e portanto supera a
justiça procedimental;
(iii) A categoria do político deve conter dentro de si todos os elementos essenciais de uma
concepção de justiça - terceira condição; no caso doméstico a concepção de justiça é
construída com base na cultura política de um regime democrático constitucional; estabilidade
pelas razões certas como consequência;
(iv) Democracias constitucionais, por causa do fato do pluralismo razoável, deve produzir o
senso de justiça em seus cidadãos;
1.7. Concepções liberais exigem como virtudes dos cidadãos: cooperação política; senso de
equidade e tolerância; disposição a viver com outros;
1.8. A ideia de utopia realista é institucional; caso doméstico - conecta-se com a maneira que
os cidadãos se conduzem sob as instituições; no caso internacional - conecta-se com a
maneira como o carácter dos povos se desenvolve; depende - fatos de conduta social: unidade
política não depende da religião; povos democráticos bem-ordenados não empreendem a
guerra entre si;
(v) Estabilidade social não exige: unidade - religiosa, moral ou filosófica; exige consenso
sobreposto;
(vi) A ideia de tolerância deve ser derivada totalmente da categoria do político; concepção
política é fortalecida se contém uma ideia de tolerância razoável e mostra a razoabilidade da
tolerância pela razão pública;
1.9. (1.3) Condições paralelas de uma sociedade de povos: As primeiras três condições são tão
fortes no caso internacional quanto no nacional;
(i) uma sociedade justa bem-ordenada de povos é do mesmo modo que uma sociedade
doméstica decente ou liberal; o conteúdo de uma sociedade dos povos decente é obtido
usando a ideia de posição original uma segunda vez com as partes agora sendo
representantes dos povos; povos em vez de estados é crucial; permite atribuir motivos morais a
uma filiação ao princípios do direito dos povos; permite guerras apenas em auto-defesa aos
povos e isso não poderia ser feito em relação aos estados;
1.10. Sociedade dos povos é realista num segundo modo: é praticável e pode ser aplicada a
arranjos políticos duradouros e as relações entre estados; o que somente pode ser mostrado
quando se esboçar o conteúdo do direito dos povos; por hora basta dizer que ele se expressa
nos termos de igualdade e liberdade dos povos e envolve ideias jurisprudenciais e políticas;

(ii) Um direito justo razoavelmente dos povos é utópico porque emprega ideais, princípios e
conceitos políticos que especificam de forma razoável arranjos sociais e políticos justos e
razoáveis para sociedade dos povos; sociedades domésticas diferenciam entre racional e
razoável; no direito dos povos isso é duplicado; interesses dos povos são especificados por seu
território e país, instituições políticas e sociais justas de modo razoável, sua cultura livre cívica;
o que mostraria que as relações entre os povos poderiam ser justa e estável pelas razões
certas;
(iii) Se estende ao direito dos povos a característica que a concepção política exige que todos
os aspectos essenciais dependam apenas de valores políticos; mas isso precisa ainda ser
mostrado;

(iv) A variação no grau de aliança dos povos bem-ordenados aos direitos dos povos depende
de processos institucionais justo e efetivos que faz com as pessoas apoiam seus governos a
honrar o direito dos povos; no caso do direito dos povos os processos institucionais podem ser
mais fracos quando a aliança é mais fraca também;

(v) A unidade de uma sociedade razoável de povos não exige unidade religiosa e fornece um
conteúdo de razão pública similar aos princípios de justiça no caso doméstico;

(vi) A tolerância também é válida na sociedade mais ampla dos povos, a divergência é até mais
provável numa sociedade de povos, que inclui muito mais visões religiosas, e o emprego da
razão pública mutuamente, segue-se a tolerância como exigência;

Essas condições serão explicadas em mais detalhes na medida em que o livro avança;

1.10. Ideia de razão pública e estabilidade como mais do que modus vivendi;

1.11. “A ideia de uma sociedade razoavelmente justa de povos bem-ordenados não terá um
papel importante até que em uma teoria do direito internacional tais povos existam e tenham
aprendido a coordenar as ações de seus governos em forma mais amplas de cooperação
política, econômica e social.” (p. 19)
Rawls acredita seguir Kant aqui e que num tal cenário os interesses fundamentais dos povos
fará com que não tenham razão para entrar em guerra mutuamente; os motivos familiares
estarão ausentes: não vão procurar converter os outros a sua religião, não buscarão conquistar
territórios maiores, não vão empregar poder político sobre outros povos; comércio e
negociação preencherão essas necessidades e interesses econômicos;”como e porque... uma
parte essencial da teoria da política internacional” (p. 19);

1.12. (1.4) Utopia realista é uma fantasia. Essa seria uma ideia fantasiosa, principalmente
depois do Holocausto. Rawls não recusa a singularidade histórica do Holocausto ou mesmo
que pudesse ser repetido. A Alemanha perseguiu objetivo de exterminar o povo judeu como um
fim em si mesmo, o que é raro.

1.13. A concepção demoníaca de Hittler era em boa medida também religiosa. Era um tipo de
redenção mediante o anti semitismo.

1.14. O fato histórico do Holocausto e o conhecimento que o ser humano é capaz de tais
possibilidades demoníacas não deve afetar nossas esperanças de uma utopia realista e de um
foedus pacificum kantiano; Rawls apresenta toda uma sequência de eventos que datam do
século quarto em diante e indicam que atos maléficos acompanham a humanidade ao menos
desde então.

1.15. “Esses atos foram males maiores ou menores do que o Holocausto...” (p. 22). A
comparação entre tais males e o Holocausto não é necessária, mas esses males e o
Holocausto não deixam de estar relacionados; A inquisição e o Holocausto; sem o anti
semitismo cristão não teria acontecido; então como acreditar em tais fantasias... numa utopia
realista;

1.16. Devemos apoiar e suportar nossa esperança de desenvolver uma concepção de direito
político razoável e praticável que se aplica a relação entre os povos; precisamos para isso
seguir os passos de Kant e a concepção de uma democracia constitucional razoavelmente
justa; assume a razoabilidade do liberalismo político; direito dos povos é apoiado pelos
interesses fundamentais de democracias constitucionais e outras sociedades decentes;

2. Por que pessoas e não estados...

1.17 (2.1). Aspectos básicos dos povos. Povos democráticos liberais e povos decentes como
aos atores dos direitos dos povos; três aspectos básicos dos povos liberais: a. Governo
democrático constitucional razoavelmente justo; b. Cidadãos unidos por simpatias comuns; c.
uma natureza moral; a. Institucional; b. Cultural; c. exige vínculo firme a uma concepção política
de direito e justiça;

1.18. O que significa dizer que se tem um governo democrático constitucional razoavelmente
justo: a. O governo está efetivamente sob seu controle político e eleitoral e responde e protege
seus interesse fundamentais como especificado numa constituição escrita ou não escrita; b. O
governo não é uma agência autônoma que persegue seus próprios interesses e ambições
burocráticas ou os interesses de grandes corporações do poder econômico e privado
escondido do interesse público e quase completamente livre do controle de responsabilidade;
que instituições são capazes de garantir isso não pode ser tratado aqui.

1.19. As simpatias comuns entre povos liberais assim como o desejo de encontrar-se sob o
mesmo regime de governo democrático não são dependentes da posse de uma linguagem, de
uma história e de uma cultura política comum e compartilhada; conquistas históricas e
imigração tem feito grupos de diferentes culturas se misturar dentro do território da maioria dos
governos democráticos contemporâneos; contudo, direito dos povos parte de tais simpatias
comuns; supõe que os princípios políticos de um regime democrático constitucional podem lidar
com uma grande variedade de casos;

1.20. “Povos liberais tem um certo caráter moral” (p. 25); povos assim como cidadãos no caso
doméstico são razoáveis e racionais; estão dispostos a cooperar em termos justos com outros
povos; estarão dispostos a honrar os termos justos desde que tenham certeza que os outros
também farão isso;

1.21. (2.2.) ​Povos carecem da soberania tradicional​. “distinguir meu pensamento daquele
sobre estados políticos como tradicionalmente concebidos... com poderes de soberania... no
direito internacional pelos três séculos depois da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648)” (p. 25);
poderes: a. Fazer a guerra na busca de políticas de estado; b. Com fins políticos orientados por
interesses prudenciais racionais; c. Poder de ter certa autonomia no trato com outros estados;

1.22. “embora princípios domésticos de justiça sejam consistentes com um direito qualificado a
guerra, não estabelecem esse direito. A base desse direito depende do direito dos povos...
esse direito vai restringir a soberania interna dos estados e seu pretenso direito de agir como
quiser dentro de sua fronteiras” (p. 26);

1.23. Governo como organização política de seu povo não é o autor de todos os seus poderes;
poderes de guerra são apenas aqueles aceitáveis dentro de um direito dos povos razoáveis;
“devemos reformular o poder de soberania à luz de um direito dos povos razoáveis e negar aos
estados os direitos tradicionais à guerra e a autonomia interna irrestrita” (p. 26-7);

1.24. Essa reformulação concorda com as mudanças que ocorreram no direito internacional
desde a Segunda Guerra Mundial; direito à guerra restringe-se a auto-defesa; os direitos
humanos ocupam um papel fundamental em determinar os novos limites da soberania interna
dos estados;

1.25. Novamente o contraste entre povos e estados; povos como pessoas morais distintas dos
estados do direito clássico; “não são movidos apenas por sua busca racional ou prudente de
interesses, as assim chamadas razões de estado” (p. 27);

1.26.(2.3). ​Aspectos básicos dos estados​. Observações que visam mostrar que o caráter dos
povos são diferentes dos dos estados; estados como atores nas causas da guerra e da
preservação da paz na política internacional; estados são sempre vistos como racionais,
preocupados com seu poder (militar, econômico e diplomático); se for assim compartilhamos a
mesma visão do tempo de Tucídides; a política mundial é marcada pela luta por poder,
prestígio e riqueza numa anarquia global; a racionalidade dos estados exclui o razoável; então
povos e estados são enormemente diferentes;

1.27. Diferença entre povos liberais e estados: povos limitam seus interesses básicos como
exigido pelo razoável; povos têm seus interesses fundamentais como permitido pela concepção
de direito e justiça; povos procuram preservar seu território, garantir a segurança (security,
safety) própria e a dos cidadãos, preservar instituições políticas livres, e as liberdades e a
cultura livre de sua sociedade civil; assegurar justiça razoável a todos os seus cidadãos e a
todos os povos; pode viver com outros povos garantindo justiça e paz;
§ 3. As duas posições originais

1.28 (3.1). Posição original como modelo de representação. O primeiro passo da teoria ideal.

Definição do Glossário:
“​Teoria ideal (versus teoria não ideal) – a suposição das condições ideais de uma sociedade
perfeitamente justa, ou sociedade ‘bem-ordenada’, em que todos aceitam e cumprem com os
princípios de justiça. O problema de Teoria é descobrir os princípios de justiça mais adequados
para essas condições ideais de ‘conformidade estrita’ com os princípios de justiça. Uma vez que
os princípios para circunstâncias ideais são derivados, questões de conformidade parcial na teoria
não ideal podem ser endereçadas. Essas incluem uma teoria da pena, a doutrina da guerra justa,
desobediência civil, revolução, tratamento preferencial, assistência a sociedades oneradas e
muitas outras questões sobre como tratar com e remediar a injustiça ou afastamentos do ideal. “
FREEMAN, Samuel. ​Rawls​. London: Routledge, 2007, 463-484

Posição original como modelo de representação para sociedades liberais; a posição original
modela o que consideramos como condições razoáveis e equitativas para as partes, que são
representantes racionais de cidadãos livres e iguais, razoáveis e racionais, especificam os termos
da cooperação justa para regular a estrutura básica da sociedade;

Definição Glossário

“A estrutura básica da sociedade – (TJ, § 2) – o arranjo das instituições sociais e políticas


básicas que estruturam diariamente a vida e as decisões e ações dos indivíduos, e que distribuem
direitos fundamentais e deveres e determinam a divisão de vantagens da cooperação social.
Rawls diz que, porque ela tem uma tão profunda influência sobre quem somos e em nossos
prospectos de vida, e é necessário para justiça de fundo, as estrutura básica da sociedade é o
‘objeto primário’ da justiça: princípios de justiça aplicam-se diretamente para estruturar suas
instituições básicas. As instituições sociais que formam a estrutura básica são a constituição
política; o sistema legal de processos, propriedade e contratos; o sistema de mercados e a
regulação das relações econômicas; e a família.”
FREEMAN, Samuel. ​Rawls​. London: Routledge, 2007, 463-484

Posição original também modula o que consideramos como as restrições adequadas sobre as
razões adequadas para adotar uma concepção política de justiça; a concepção que
consideraríamos como racional e razoável e apoiada pelas melhores razões; “não existe nenhuma
garantia a priori que temos os motivos corretos” (p. 30)
1.29. Cinco aspectos essenciais. 1. A posição original é um modelo das partes como
representando os cidadãos equitativamente; 2. É um modelo dos cidadãos como racionais; 3. É
um modelo dos cidadãos como escolhendo os princípios de justiça disponíveis para se aplicar a
estrutura básica da sociedade; 4. As partes são pensadas no modelo como escolhendo esses
princípios pelas razões adequadas; 5. As razões das partes se relacionam com os interesses
fundamentais dos cidadãos como razoáveis e racionais;

§ 4. Os princípios do direito dos povos

4.1. ​A formulação dos princípios. Para sociedades liberais democráticas se trata de assumir ou
adotar certos princípios familiares da igualdade entre os povos. Rawls defende qualquer forma de
associação cooperativa ou federação entre os povos, mas não um estado mundial. Como
veremos, Habermas também não defende um estado mundial assim como Kant não defendeu.
Sobre a recusa de Kant de um estado mundial vejam meu texto; ​FELDHAUS, C.​. Teria
Habermas se equivocado ao ler Zum ewigen Frieden de Immanuel Kant?. In: TONETTO,
M. C; PINZANI, A. & DALL'AGNOL, D.. (Org.). Investigações Kantianas I: Um debate
Plural. 1ed.Florianópolis: FUNJAB, 2012, v. 1, p. 113-130. ​Rawls sustenta seguir aqui os
passos de Kant na obra À paz perpétua. Kant recusa um estado mundial por considerar o pior
tipo de despotismo imaginável e adota o substituto de uma federação de estados livres. Rawls
sustenta que em sua proposta existirão muitas instituições responsáveis por garantir o
cumprimento do direito dos povos e que instituições como a ONU poderiam ter a autoridade de
expressar a condenação de instituições domésticas injustas buscando corrigir com sanções
econômicas ou mediante intervenção militar. Rawls apresenta a lista de princípios de justiça
familiares e tradicionais:

1. Os povos são livres e independentes, sua liberdade e independência deve ser respeitada
pelos outros povos.
2. Os povos devem observar os tratados e acordos.
3. Os povos são iguais e são partes nos acordos que lhes obrigam.
4. Os povos devem observar um dever de não intervenção.
5. Os povos têm o direito de autodefesa mas nenhum direito de instigar guerra por razões
distintas da autodefesa.
6. Os povos devem honrar os direitos humanos.
7. Os povos devem observar certas restrições específicas na conduta da guerra.
8. Os povos têm um dever de assistir aos outros povos que vivem em condições
desfavoráveis que impedem de ter um regime político e social decente e justo. (p. 37)

4.2. Comentários e qualificações. Essa formulação dos princípios é incompleta. Outros princípios
precisam ser acrescentados e mais detalhe precisa ser oferecido a respeito de como interpretar
esses princípios. Esses princípios constituem a Carta básica do direito dos povos. O princípio 04.
Precisa ser qualificado no caso de estados fora da lei e de graves violações dos direitos humanos.
O princípio da não intervenção não funciona bem no caso de sociedade que não são bem
ordenadas em que as violações dos direitos humanos são endêmicas.
Além disso, o direito à autodeterminação é limitado. Um povo não pode protestar contra
uma condenação pela sociedade mundial quando suas instituições domésticas violam direitos
humanos ou limites aos direitos das minorias que vivem nele.
Haverão princípios para orientar e regular as federações, associações de povos e padrões
de equidade no comércio e demais instituições cooperativas. Provisões de assistência em
momento de fome e seca, etc que especificam deveres de assistência.

4.3. O papel dos limites. Apesar do caráter arbitrário do governo de um povo, ele é de fato o
agente efetivo e responsável pelo território e integridade ambiental e tamanho da população. A
irresponsabilidade em relação à terra e ao meio ambiente não pode ser compensada com guerra e
migração a outros território sem o consentimento desses.

“Na ausência de um governo mundial, deve haver limites de algum tipo”... “as desigualdades de
poder e riqueza devem ser decididas pelos povos mesmos” (p. 39); dever de assistência será
tratado depois.

4.4. O argumento na segunda posição original. “diz respeito à seleção entre as várias
formulações dos dois princípios de justiça (no caso doméstico)... entre princípios liberais e...
princípio do utilitarismo clássico e médio, ... intuicionismo racional...perfeccionismo moral” (p.
39-40);
Contraste com segunda posição original (direito dos povos): “a única alternativa... são
formulações do direito dos povos” (p. 40);
Três maneiras em que as duas posições originais não são análogas:
1) Povos liberais com uma democracia constitucional não possuem uma concepção
abrangente de bem; cidadãos de uma sociedade doméstica tem;
2) Os interesses fundamentais de um povo são especificados por sua concepção política de
justiça e princípios que concordam à luz do direito dos povos; os interesses fundamentais
dos cidadãos são dados por sua concepção de bem;
3) As partes selecionam entre diferentes formulações dos oito princípios no direito
internacional;

A primeira tarefa das partes na segunda posição original é especificar no direito dos
povos seus ideais, princípios, e padrões e como essas normas se aplicam às relações entre os
povos. A ideia de igualdade entre os povos excluiria o princípio utilitarista como princípio para o
direito dos povos.
Rawls acredita que esses oito princípios são superiores a outras alternativas. A base da
igualdade e os representantes como interessados em preservar a igualdade e independência na
sociedade de povos.
Na segunda posição original contudo se considera apenas o mérito dos oito princípios do
direito dos povos. Esses princípios são tomados da história e do uso e prática do direito
internacional. Os princípios devem satisfazer o critério da reciprocidade. Cidadãos como
cidadãos e povos como povos.
Claro que alternativas não estão excluídas. Alternativa ao princípio 5: um estado pode ir a
guerra na busca de seu interesse próprio: religioso, dinástico, territorial, glória da conquista,
imperialista. Mas essa alternativa seria rejeitada em função da paz democrática.
Os “oito princípios são abertos a diferentes interpretações. São essas interpretações, da
quais existem muitas, que devem ser debatidas no segundo nível da posição original.” (p. 42);
dois poderes de soberania “Que tipo de normas políticas povos liberais, dado seus interesses
fundamentais, ajudam a estabelecer para governar relações mútuas tanto entre eles mesmos
quanto com povos não liberais​?​Ou que clima moral e atmosfera política eles desejam ver numa
sociedade razoavelmente justa de povos?” (p. 42). A preocupação com os direitos humanos leva-lhes a
limitar a soberania interna.

4.5. Organizações cooperativas. As partes também formarão orientações para estabelecer


organizações cooperativas e concordar com padrões de equidade de comércio assim como certas
provisões de assistência mútua. Suposição: três organizações do tipo: 1. Para assegurar comércio
equitativo entre os povos; 2. Permitir um povo emprestar de um sistema bancário cooperativo; 3.
Um papel similar ao das Nações Unidas (Confederação de Povos (não estados));

Livre comércio: quando os povos liberais são regulados por um sistema de pano de fundo
equitativo, um esquema de livre mercado é vantajoso para todos no longo prazo; Suposição:
estados mais ricos não buscarão criar monopólio, criar cartel e oligopólio; a véu de ignorância
leva a se concordar com padrões equitativos de comércio para manter o mercado livre e
competitivo;

§ 5. A paz democrática e sua estabilidade. 5.1. Os dois tipos de estabilidade. Duas coisas a fazer,
distinguir dois tipos de estabilidade: estabilidade pelas razões corretas e estabilidade como um
balanço de forças; e oferecer uma resposta a realismo político como um teoria do direito
internacional, quando sustenta que a ideia de uma utopia realista é quixotesca;
Primeiro tipo de estabilidade: “Esse processo é similar ao caso doméstico... quando o
direito dos povos é honrado pelos povos durante um certo período de tempo, com a intenção
evidente de cumprir, e essas intenções são mutuamente reconhecidas, esses povos tendem a
desenvolver confiança mútua e confiança uns nos outros.” (p. 44) Esse processo psicológico é
um elemento essencial de uma utopia realista.
Povos possuem uma natureza moral definida: certo orgulho próprio e senso de honra; tem
orgulho de sua história e suas realizações, tal como permite um patriotismo adequado; os
interesses razoáveis que tornam a paz pelas razões certas possível e quando tais faltam se alcança
no máximo um modus vivendi, um balanço estável de forças apenas por um certo tempo;
comentários gerais sobre como funciona o senso de justiça no caso doméstico e contraste com o
caso internacional no seguinte: conjecturas a respeito das motivações dos povos levam a se
pensar que resultaria numa estabilidade pelas razões corretas, não um mero modus vivendi, dado
que se apoiaria em parte numa aliança ao próprio direito dos povos.
Essa conjectura precisa ser confirmada pela história. Ser estável pelas razões certas
significa ser estável com relação à justiça; as instituições e práticas entre os povos continuam a
satisfazer os princípios do direito e da justiça relevantes mesmo com tendências de mudanças
políticas, econômicas e sociais é estável pelas razões certas;
5.2. A resposta à teoria realista. Objeção que o direito internacional não tem mudado desde de
Tucídides e continua a ser uma batalha constante por poder e riqueza; resposta tem a ver com a
noção de paz para uma sociedade democrática:
Paz democrática liberal une ao menos duas ideias: primeiro- entre as pragas e epidemias,
como misérias inalteráveis da vida, e causas imutáveis como a vontade de Deus e o destino,
existem instituições políticas que podem ser modificadas pelas pessoas. A ordem social não é
mais vista como fixa. Instituições políticas podem ser reformadas e revisadas para tornar o
mundo mais feliz e satisfeito.
A outra ideia vem de Montesquieu. As maneiras gentis. A ideia é que as sociedades
comerciais tendem a produzir em seus cidadãos certas virtudes tais como assiduidade,
pontualidade e probidade; comércio leva a paz; povos democráticas que se engajam no comércio
não tem tempo para paz; Raymond Aron e a noção de paz por satisfação em contraste com a paz
por poder ou por impotência; acordo com Aron que certas condições são necessária a uma paz
duradoura; não se deve procurar estender o território; não se deve procurar aumentar seus
recursos materiais ou humanos; não gozar do orgulho intoxicante do governante. “Esses povos
honram um princípio compartilhado de governo legítimo” e não são influenciados apenas por
paixões por poder e glória; povos liberais por sua constituição não tem nenhuma religião estatal;
não são estados confessionais; “povos liberais não tem nada a ver com a guerra” (p. 47). Povos
liberais não são influenciados pelo que Rousseau chamou de orgulho arrogante ou carência de
devido auto-respeito; o autorespeito se baseia na integridade e na liberdade de seus cidadãos e na
justiça e decência de suas instituições políticas e sociais domésticas e nas realizações de sua
cultura pública e cívica; reconhecem a igualdade entre os povos como consistente com esse
respeito; “a sociedade dos povos precisa desenvolver novas instituições práticas sob o direito dos
povos para coagir os estados fora da lei quando surgirem” (p. 48). A promoção dos direitos
humanos deveria ser uma preocupação fixa da política estrangeira de todos os regimes justos e
decentes. Paz democrática implica que povos liberais irão à guerra apenas com sociedade não
satisfeitas ou estados fora da lei. Fazem isso quando a política de tais estados ameaçam a sua
cultura liberal e sua segurança.

5.3. Uma ideia mais precisa de paz democrática.

A possibilidade da paz não é incompatível com as democracias reais marcadas por considerável
injustiça, tendências oligárquicas e interesses monopolísticos, mas para mostrar isso precisa se
feito mais claro a ideia de paz democrática. Hipótese guia:
1. Na medida em que tais sociedades satisfazem cinco aspectos que serão listados abaixo, os
cidadãos entendem e aceitam sua instituições políticas e sua história, realizações e isso
torna a paz mais segura;;
2. Na medida em que cada sociedade liberal satisfaz plenamente as condições que já
descrevi acima, é menos provável que se engajem na guerra com estados não liberais fora
da lei exceto em autodefesa;
Uma sociedade democrática constitucional justa de modo razoável reúne os dois valores
básicos da liberdade e da igualdade em termos de três princípios característicos: dois primeiros
especificam direitos básicos, liberdades e oportunidades; o terceiro propósitos suficientes para
todos os meios para permitir exercício efetivo de suas liberdades; terceiro satisfaz critério da
reciprocidade; sem isso grandes desigualdade tendem a se desenvolver.
Liberdades enquanto garantidas constitucionalmente apenas são criticadas
adequadamente por ser meramente formais; isso constitui uma forma empobrecida de
liberalismo; não liberalismo, mas libertarianismo; essa visão não combina a liberdade com a
igualdade e carece do critério da reciprocidade e permite desigualdade sociais e econômicas
excessivas; um regime libertario não teria a estabilidade pelas razões certas, o que sempre falta
num regime constitucional puramente formal (p. 50); as cinco exigências da estabilidade:
a. Certa igualdade equitativa de oportunidades;
b. Um distribuição decente de renda e riqueza;
c. A sociedade como empregadora de recursos duradouros através do governo local
ou geral;
d. Sistema básico de assistência saúde;
e. Financiamento público de eleições;
Essas condições fazem parte do ideal de razão pública e são necessárias para a deliberação ser
frutífera e possível numa cultura política num regime constitucional; muitas questões ainda
permanecem sobre a paz democrática: “até que grau cada uma das exigências deve... ser
institucionalizada... quais as consequências quando algumas delas são fracas enquanto outras são
fortes...como elas operam juntas...” (p. 51);

5.4. A paz democrática vista na história.

Sociedades democráticas liberais engajado-se frequentemente na guerra com sociedades não


democráticas, mas desde de 1800 não o tem feito entre si; “a ausência de guerra entre as
principais democracias estabelecidas é algo tão próximo a algo que sabemos ser uma simples
regularidade empírica em relação a sociedades” (p. 52-3); o registro histórico mostra que
sociedades democráticas são estáveis pelas razões corretas; “Se a hipótese é correta, conflitos
armados entre povos democráticos tenderão a desaparecer na medida em que se aproximamos
desse ideal, e se engajarão na guerra apenas como aliados em autodefesa contra estados fora da
lei.” (p. 54)

§ 6. A sociedade de povos liberais: sua razão pública.

6.1. A sociedade dos povos e o pluralismo razoável.

Problema do pluralismo razoável e a questão da base de justificação de uma concepção de direito


internacional. A mesma opera dentro de uma concepção de liberalismo político e desta maneira o
direito dos povos é uma extensão de uma concepção liberal de justiça de um regime nacional.
Distinção entre razão pública em povos liberais (de cidadãos iguais de um sociedade nacional
que debatem elementos constitucionais essenciais e justiça básica) e na sociedade dos povos
(povos liberais livres e iguais na discussão sobre suas relações mútuas). O papel da razão pública
é análogo em ambos os casos, mesmo que tais razões não tenham o mesmo conteúdo. A razão
pública é expressa sem recorrer ao conteúdo de doutrina abrangentes.

6.2. O ideal de razão pública

Distinção entre a ideia de razão pública e o ideal de razão pública. No caso doméstico o ideal de
razão pública é cumprido quando juízes, legisladores, executivos e demais funcionários ou
candidatos a cargo público agem com base na ideia de razão pública em questões fundamentais.
O que consiste no cumprimento do dever de civilidade no discurso e na conduta com outros
cidadãos. “Como o ideal de razão pública é realizado por cidadãos que não são funcionários do
governo”... os cidadãos devem pensar em si mesmos como se fossem legisladores e perguntar se
suas razões são razoáveis e respeitam o critério ou princípio da reciprocidade e repudiam
funcionários governamentais ou candidatos a cargos públicos que não respeitam a razão pública.
Dever de civilidade é um dever moral, não jurídico. No caso do direito internacional o ideal de
razão pública é medido com base nos princípios do direito internacional de modo que empregam
os mesmos para seguir ou rever a política externa adotada.

6.3. O conteúdo do direito dos povos.

Há muitos liberalismos e muitas formas de razão pública que são especificadas pela família de
concepções políticas razoáveis. Tarefa: desenvolver a razão pública da sociedade dos povos e
mostrar como se aplicam às relações políticas entre os povos. Primeiro argumento: mérito dos
oito princípios do direito dos povos na posição original de segundo nível. Devem satisfazer o
critério da reciprocidade. Segundo: princípio para regular as relações mútuas entre os povos.

6.4. Conclusão

Primeiro passo da teoria ideal: i) raciocínio da segunda posição original; princípios do direito
dos povos; estabilidade pelas razões certas; ii) paz democrática; iii) coerência entre princípios e
julgamentos; o próximo passo é discutir os povos hierárquicos decentes.

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