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PERÍODOS DE COMPETIÇÃO DE PLANTAS

DANINHAS NA CULTURA DA SOJA EM CAMPO


GRANDE – MS
Denis Santos da Silveira1;
Francisco de Assis Rolim Pereira2;
Adriana Paula D’Agostini Contreiras Rodrigues2;
Valdemir Antônio Laura2;
Enrico Barbosa Guzzela1.

RESUMO
Objetivou-se com este trabalho identificar os períodos de interferência das plantas
daninhas na cultura da soja cultivar CD – 219 RR. O trabalho foi desenvolvido em campo
experimental da UNIDERP localizado na Fazenda-escola Três Barras, município de Campo
Grande-MS. O delineamento estatístico adotado foi de blocos ao acaso com 4 repetições e 15
tratamentos que constituíram-se de períodos de convivência entre a comunidade infestante e
a cultura (0, 7, 14, 21, 28, 35, 42, 49, 56, 70, 84, 98, 112 , 126 e 133 dias após emergência).
Adicionalmente foi realizado estudo fitossociológico entre as invasoras. Nas condições do ensaio
registrou-se o período anterior à interferência aos 7 dias após emergência, o período crítico de
prevenção à interferência entre 7 e 42 dias após emergência e o período total de prevenção da
interferência entre a emergência e 42 dias. As espécies de invasoras que apresentaram maior Índice
de Valor de Importância foram Digitaria horizontalis (94,2) e Ipomoea grandifolia (71,9) das
famílias Poaceae e Convolvulaceae, respectivamente. Nestas condições, a infestação ocasionou
perdas de até 90,42% na produção.

Palavras-chave: matocompetição; Glycine Max; invasoras.

INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é a oleaginosa mais cultivada no mundo, sendo uma
das commodities mais comercializadas no planeta. Na Safra 2007/08, de acordo com Companhia
Nacional de Abastecimento (2008), só o Brasil produziu 59,37 milhões de toneladas de soja em

¹Engenheiro Agrônomo graduado pela UNIDERP/ANHANGUERA, denisx@terra.com.br;


²Docente, UNIDERP/ANHANGUERA.
uma área aproximada de 21,20 milhões de hectares, o que coloca o país na posição de segundo
maior produtor mundial desse produto.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2008) divulgou que em 2007 o
Brasil exportou 38,54 milhões de toneladas do grão, óleo e farelo que movimentou mais de 11,4
bilhões de dólares, o que mostra a importância da cultura para a economia brasileira.
Como toda cultura, para se obter sucesso e alta produção é necessária a utilização de
sistemas de produção eficientes e que resultem em rentabilidade ao produtor. Dentre os fatores
que compõem o sistema de produção, destaca-se o manejo e controle das comunidades infestantes,
pois estas quando não são eficientemente manejadas, causam prejuízos à produção.
Pitelli (1985) conceitua as plantas daninhas como aquelas que, espontaneamente emergem
nos ecossistemas agrícolas podendo causar uma série de fatores às plantas cultivadas, e que irão interferir
não só na produtividade, mas também na operacionalização do sistema de produção empregado.
Constantin e Oliveira (2005) comentam que a busca por produtividade e pela lucratividade
no cultivo da soja esbarra na interferência das plantas daninhas, as quais tendem a aumentar o
custo de produção, reduzir as margens de lucro e diminuir a qualidade do produto. Para diminuir
esses infortúnios se faz necessário estudar e determinar os períodos de convivência tolerados por
uma cultura com as invasoras (PITELLI e DURIGAN, 1984).
Para mensurar o grau de interferência da comunidade infestante Pitelli e Durigan (1984)
propuseram os conceitos: Período Anterior à Interferência (PAI), Período Crítico de Prevenção à
Interferência (PCPI) e Período Total de Prevenção à Interferência (PTPI).
O PAI é o período em que a partir da emergência, a cultura convive com as invasoras antes que
sua produtividade, ou outras características, sejam afetadas negativamente. O PCPI é, por definição,
o período do ciclo durante o qual a convivência da cultura com as plantas daninhas resultam em
prejuízo na produtividade da espécie de interesse econômico, enquanto o PTPI é o período, a partir
da emergência em que esta deve ser mantida livre da presença da comunidade infestante para que sua
produtividade não seja afetada negativamente (PITELLI e DURIGAN, 1984).
Sendo assim, objetivou-se com este trabalho identificar os períodos de interferência das
plantas daninhas na cultura da soja cultivar CD 219 RR nas condições edafoclimáticas da região
de Campo Grande, visando gerar subsídios para otimizar o sistema de produção para o cultivo da
soja no Estado de Mato Grosso do Sul.

MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido em campo experimental da UNIDERP localizado na
Fazenda-escola Três Barras, município de Campo Grande-MS, no ano agrícola 2007/2008. O
solo é classificado como Latossolo Vermelho distrófico, textura argilo-arenosa, fase cerrado.
O delineamento estatístico adotado foi blocos ao acaso com quatro repetições e 15
tratamentos. Os tratamentos constituíram-se de períodos de convivência entre a comunidade
infestante e a cultura, sendo eles: 0, 7, 14, 21, 28, 35, 42, 49, 56, 70, 84, 98, 112, 126 e 133 dias
após emergência. Ao término de cada período de convivência as invasoras foram eliminadas da
área amostral até a colheita por meio da capina manual.
Cada parcela foi constituída de 2,7 m por 5,0 m de comprimento, com área útil de 1,8
x 4,0 m. A soja cultivar CD – 219 RR, de ciclo médio e hábito de crescimento determinado, é
recomendada para a região, de acordo com Pitol et al (2007). A área experimental foi adubada com
300 kg.ha-1 da fórmula 00-20-20. A semeadura ocorreu, mecanicamente sem revolvimento do
solo, no dia 11/12/2007 com espaçamento de 45 cm entrelinhas e 19 sementes por metro. Após a
germinação, que ocorreu no dia 17/12/2007 foi realizado desbaste manual para que restassem 16
plântulas por metro linear, obtendo-se população equivalente a 355.500 plantas.ha-1 .
Para caracterizar e realizar o estudo fitossociológico da comunidade invasora foi utilizado como
unidade amostral um quadro (0,5 x 0,5 m), o qual foi lançado aleatoriamente dentro de cada parcela,
antes do controle das invasoras de cada período de convivência. Em cada amostra, as plantas daninhas
foram contadas, pesadas e identificadas, segundo família, gênero, espécie e nome vulgar.
A partir da contagem e classificação, pode-se calcular os seguintes apontamentos propostos
por Mueller-Dombois e Ellenberg (1974): densidade (D), freqüência (F), abundância (A) e índice
de valor de importância (IVI).
Após a colheita manual da área útil das parcelas (28/04/2008) registrou-se a produção
de grãos. Com base nas curvas de regressão e no teste de Tukey a 5% de probabilidade, foi
determinado o PAI, o PTPI e, por diferença, o PCPI das plantas daninhas no cultivo da soja.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram identificadas cinco famílias (Poaceae, Convolvulaceae, Asteraceae, Commelinaceae,
Amaranthaceae) e oito espécies de plantas daninhas (Digitaria horizontalis, Brachiaria decumbens,
Eleusine indica, Ipomoea grandifolia, Ipomoeae nil, Bidens pilosa, Commelina benghalensis
e Amaranthus deflexus. Destacaram-se as espécies Digitaria horizontalis (capim colchão) da
família Poaceae e Ipomoea grandifolia (corda-de-viola) da família Convolvulaceae, espécies estas
que apresentaram valores de índice de valor de importância (IVI) muito altos, ou seja, 94,2 e
71,9 respectivamente. As densidades das mesmas espécies também foram muito relevantes, 11,5
plantas.m² de capim colchão e 8,2 de corda-de-viola.
Conforme os períodos de convivência avançavam ocorria um aumento esperado de massa de
plantas daninhas (Figura 1), cujo ritmo de crescimento começou a diminuir aos 42 dias após emergência
e estabilizou a partir de 70 DAE. Este fato deveu-se ao fechamento da cultura, que ocorreu aos 46 dias
após emergência, causando sombreamento e diminuindo a capacidade competitiva das invasoras.

Figura 1. Produtividade de grãos de soja e massa de plantas daninhas em função dos


períodos de convivência com plantas daninhas (DAE). Teste de Tukey, a 5% de probabilidade
(C.V. = 7,18% e 7,39, respectivamente).
Em contrapartida, a produtividade máxima de grãos foi de 3.248,2 kg.ha-1 (Figura
1) quando não houve qualquer dia de convivência com as invasoras e, a partir daí, não houve
diferença significativa desta produção até o sétimo dia de convivência, portanto o Período Anterior à
Interferência, nessas condições, registra-se desde a emergência até o sétimo dia após emergência.
Orientando-se pelo teste de Tukey (Figura 1) observou-se que a partir de 42 DAE não
houve mais diferença significativa em relação aos tratamentos subseqüentes, fato este que indica o
PTPI, pois desde a emergência até este período consegue-se minimizar a interferência das plantas
daninhas na cultura da soja, entendendo-se então, que se não for realizado controle até PTPI, não
fará sentido controlar depois. Sabe-se que PTPI = PAI + PCPI, logo, por diferença registrou-se o
Período Crítico de Prevenção à Interferência (PCPI) do sete aos 42 DAE.
Definido os períodos de interferência, nota-se que até o final do PTPI (42 DAE) ocorre
um decréscimo linear da produção de grãos. Admitiu-se, portanto, a equação linear y = -71,18 +
3535 e considerou-se y = 0 registrando um valor de x = 49,66, valor correspondente ao número
de quilos por hectare que é subtraída diariamente durante o PTPI nas condições efetivas de
competição. De acordo com a Figura 2, houve redução de 90,45% na produtividade.

Figura 2. Porcentagem de redução de produtividade de grãos de soja em função dos períodos


de convivência com plantas daninhas (DAE). Teste de Tukey, a 5% de probabilidade (C.V. = 7,18%).

CONCLUSÕES
Nas condições do ensaio conclui-se que o Período Anterior à Interferência (PAI)
foi da emergência da cultura até 7 dias após; o Período Crítico de Prevenção a Interferência
(PCPI) ocorreu entre 7 e 42 DAE e o Período Total de Prevenção de Interferência (PTPI) foi da
emergência até 42 DAE. As espécies de invasoras que apresentaram maior Índice de Valor de
Importância (IVI) foram Digitaria horizontalis (94,2) e Ipomoea grandifolia (71,9) das famílias
Poaceae e Convolvulaceae, respectivamente. Nessas condições ocorreram perdas de até 90,42%
na produtividade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB. Acompanhamento da Safra
Brasileira: Grãos – 2007/2008. Oitavo Levantamento. Brasília, 2008.
CONSTANTIN, J.; OLIVEIRA, R.S.; Dessecação antecedendo a semeadura direta pode
afetar a produtividade. Potafós: Informações Agronômicas, 2005. n.109, p.14-15.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Balança Comercial do Agronegócio
– 2007. URL:http://www.agricultura.gov.br/images/MAPA/arquivos_portal/Anexo.
pdf.Acessado em 05/04/08.
MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. A. Aims and methods of vegetation
ecology. New York: John Wiley, 1974. 547 p.
PITELLI, R.A. Interferência das plantas daninhas em culturas agrícolas. Informe
Agropecuário, v.11, p.16-27, 1985.
PITELLI, R.A. e DURIGAN, J.C. Terminologia para períodos de controle e de
convivência das plantas daninhas em culturas anuais e bianuais. In: Congresso Brasileiro
de Herbicidas e Plantas daninhas, 15, Belo Horizonte, 1984.
PITOL, C.; WEISMANN, M.; ERBES E. J. Resultados de experimentação e campos
demonstrativos de soja 2006/2007 Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2007/2008.
Fundação MS, Maracaju, p. 39-67, 2007.

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