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A inadmissível ousadia de Ana Paula Arósio


Postado por ralexandre em 03/11/2014 às 10:40 em Uncategorized | 25 Comments

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Não durou muito mais do que duas semanas a “retomada” da carreira da atriz Ana Paula Arósio que alvoroçou a
imprensa de celebridades brasileira desde a segunda semana de outubro. Ana veio a Brasil gravar cenas do filme A
Floresta Que Se Move, de Vinicius Coimbra, e teve oportunidade de experimentar um (dis)sabor que não sentia desde
2010. Viu duas fotos que fez no cabeleireiro (uma delas acima) aparecerem em todos os sites de celebridade do
Brasil, viu uma entrevista que deu para a equipe de filmagem se transformar em pauta do Fantástico e se viu
transformada em assunto mais uma vez.

Terminou de gravar suas cenas e voltou para Londres, onde mora atualmente com o esposo.

Estamos todos com saudade de ver Ana Paula atuando, aham, mas estamos muito mais nos corroendo de curiosidade
de saber que diabos passa na cabeça de alguém jovem e bonita ao largar a maior vitrine do Brasil para criar cavalos
em Santa Rita do Passa Quatro, aos 35 anos, logo após casar-se com o arquiteto Henrique Pinheiro.

Ela deve estar guerreando com a balança – dizem alguns. Ela nunca se recuperou do trauma de assistir o namorado,
Luiz Carlos Tjurs, matar-se com um tiro na cabeça – dizem outros. Drogas? Indefinição sexual? Esquizofrenia?
Abdução alienígena? Esoterismo? Algum motivo deve ter. Em nossa cabeça, não é razoável, tampouco aceitável, que
alguém simplesmente não queira viver no universo dos famosos. Que alguém atue pelo prazer de atuar, ou cante pelo
prazer de cantar, que faça arte por causa da arte, mas não pague o preço do estrelato. Que alguém esnobe o universo
pelo qual a maior parte de nós daria um braço.

E, vou dizer, Ana Paula não é a primeira nem será a última a recusar a vida de famosa. O caso mais clássico, claro, é
o de Greta Garbo, que se aposentou, também aos 35 anos, após as demolidoras críticas ao filme Duas vezes meu, de
1941, e nunca mais deu entrevista nem se deixou fotografar. Cary Grant abandonou o cinema em 1966, para
acompanhar o crescimento de sua filha Jennifer e nunca mais filmou até sua morte, vinte anos depois. Sean Connery
está sem pisar em um set de gravação desde 2006, e desde 2012 sumiu das aparições públicas. David Bowie estava
envolto em boatos sobre seu estado de saúde desde que deixou o showbiz 2006 até lançar um álbum novo em 2013 –
e alguns videoclipes, mas nenhum show e nenhuma entrevista de divulgação.

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Da mesmíssima idade de Ana Paula, a cantora americana Lauryn Hill sentiu-se pressionada pela fama após as oito
milhões de cópias de seu único álbum, The Miseducation of Lauryn Hill (1998) e decidiu transformar sua carreira
numa mistura de sabático, shows e canções esporádicas, extravagências públicas e peregrinação espiritual. John
Lennon abandonou a música em 1975, também aos 35 anos, pelo mesmo motivo de Cary Grant, cuidar de seu filho
Sean, que hoje tem a mesma idade de Lauryn Hill e Ana Paula Arósio, 39. Em seu álbum de retorno, Double Fantasy,
o ex-beatle apresentou uma canção sobre seu isolamento: “As pessoas dizem que sou maluco fazendo o que estou
fazendo/ elas me dão todo tipo de conselhos pra me salvar da ruína/ Quando eu digo que estou OK elas me olham
como se eu fosse um esquisito/ Evidentemente, você não está feliz agora que não pode jogar o jogo”. “Watching the
wheels” só foi lançada como single depois que o cantor foi assassinado, em dezembro de 1980. Talvez seja a mais
bela canção do disco:

A fama é sedutora, mas todos que dela provam são unânimes em contar do pedágio caro demais no caminho até ela.
São os falsos amigos que se aproximam, circunstanciais, são os amigos verdadeiros que se afastam, desconfiados. É a
apavorante sensação de que a imagem que você vê refletida no espelho já não pertence a você, mas a uma multidão
de pessoas que você não conhece – os “fãs”. Todo mundo tem uma opinião muito fundamental sobre sua roupa, seu
cabelo, suas espinhas, seus amantes, seu peso e até sobre suas opiniões.

A fama é cara, financeiramente falando: chega a ser ridícula a quantidade de celebridades que gasta mais em
assessores, viagens e jantares do que lucra que com sua, bem, “arte”. A fama é passageira: é preciso devorá-la com
apetite antes que o encantamento passe, mesmo que algo de sua alma fique destroçado pelo caminho. Pode ser que
passe logo, pode ser que não passe nunca, pode ser que a fama nunca venha. Porque a fama é falsa: depende muito
pouco do talento do famoso, e muito de uma série de circunstâncias culturais que não estão na mão de ninguém.

E, especialmente, porque a fama não parece satisfazer os anseios mais urgentes daqueles que a alcançam – como ver
os filhos crescerem, cuidar de cavalos, ir à padaria ou cortar os cabelos sem que isso se transforme em um evento
nacional.

Artigo impresso de Blog Ricardo Alexandre: http://entretenimento.r7.com/blogs/ricardo-alexandre

Endereço do artigo: http://entretenimento.r7.com/blogs/ricardo-alexandre/a-inadmissivel-ousadia-de-ana-


paula-arosio-20141103/

Endereços neste artigo:

[1] Imagem: http://entretenimento.r7.com/blogs/ricardo-alexandre/files/2014/11/44-ana-paula-arosio.jpg

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