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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Disciplina: História Moderna


Professor: Alexandre Lazzari
Alunos: Fernanda dos S.R. Oliveira
Filipe Barros Machado

DELUMEAU, Jean. As causas da Reforma. In: História Moderna através de textos. SP:

Contexto, 2008 p. 104-112

O autor apresenta um debate historiográfico e aponta explicações dadas para as causas da


Reforma, assim como críticas a essas abordagens. Analisando-as nas perspectivas
econômicas, religiosas e geográficas. Iniciando por uma interpretação marxista Delumeau
procura justificar a Reforma no caráter exclusivamente econômico, fazendo referências às
citações de Marx, no qual as religiões são “filhas do seu tempo” e nesta perspectiva, a
Reforma era filha da nova economia capitalista. E ressalta que diversos historiadores foram
levados a estudarem a Reforma apenas do ponto de vista materialista.

Engels analisa fatos que levaram à revolta dos camponeses em 1525 e a Reforma geral,
mostra a oposição entre “a Reforma dos príncipes” e “a Reforma dos trabalhadores”. Segundo
o autor a explicações econômicas da Reforma “são muito mais cambiantes que as dos
historiadores marxistas”, tendo a preocupação mais particular que geral ao procurar esclarecer
a origem e o desenvolvimento do Protestantismo.

Hauser, segundo o autor, ao realizar suas pesquisas pretendeu explicar não apenas a adesão
dos pobres ao Protestantismo, mas também a escolha dos Príncipes que decidiram romper
com Roma. Que a reforma antes de ser mais um fenômeno religioso era um drama na
consciência europeia.

A partir dessas e de outras questões, o autor nos apresenta a crítica da explicação marxista
onde se vê que declarações como a de Marx que “o mundo religioso é apenas o reflexo do
mundo real” que o “Protestantismo foi essencialmente uma religião burguesa”, se mostram
inconsistentes, pois atualmente distinguem-se melhor que houve outrora dois capitalismos,
um comercial, outro industrial, “ o primeiro porém muito anterior ao século XVI “ (p.256).
Que desde a Idade Média italiana já se viam “desejo de lucro” (p.257). Também ao citar a
obra de M.Lapeyre, o autor confirma esta tese que “as técnicas comerciais e bancárias do
século XVI não fazem mais que continuar as da Idade Média.”(p.258).

Segue o autor a nos apresentar inúmeros fatos históricos que denotam para este tempo como
uma época de revolução religiosa, menos como uma revolução econômica. Ao citar a Itália
como o mais moderno país da Europa e a sua não adesão ao Protestantismo e suas motivações
para não adesão, o autor nos faz refletir que se a tese marxista fosse exata, a Reforma deveria
ter vindo da Itália e pelo contrário ela “conheceu seus primeiros sucessos em países mais
atrasados do ponto de vista econômico” (p.258). Por fim, sobre este tema, o autor conclui que
“a concepção marxista da Reforma pecou por anacronismo ao transpor para o século XVI
realidades e conflitos do século XIX” (p.260) e que ainda as relações entre fé e a mentalidade
das massas lhe escaparam.

O texto afirma ainda que houve protestantes em todas as classes sociais. Ao descrever
inúmeros estudos realizados por historiadores deste período, Delumeau demonstra que tanto
nos “meios intelectuais” (p.261), como no clero e na administração francesas, as idéias da
Reforma tinham numerosos adeptos. Também em Berna e Lausanne, assim como em
inúmeras cidades europeias, estes historiadores demonstraram até alianças entre pobres e
burgueses ricos, bem como com príncipes, o que pode ter levado a conclusão que não obstante
o ambiente econômico e social, o que se viu foi “uma vontade de libertação espiritual” (p.261)
e que esse caráter explica seus relativos fracassos no plano político e social. Segundo o autor
procurar uma explicação fundamental da passagem de um grupo social para a Reforma por
motivos materias e razão economico-social é uma contradição, tendo em vista que classes
opostas entre si aderiram ao Protestantismo.

Igualmente, segundo o autor, não se pode negar o sentimento religioso existente nos chefes de
Estado do século XVI em contradição a tese de que a única motivação para que estes
aderissem à reforma foi o fato de se apoderarem das riquezas de Roma (p.262). Neste ponto o
texto descreve os fatos ocorridos na França relacionados até a possível conciliação de idéias,
fato esse rechassado pela coroa francesa ao perceber que a idéia de colocar o reino a “ferro e
fogo” (p.263) poderia ser levada adiante pelo Protestantismo frances.

Por fim e ainda sobre este tema das causas econômicas, sociais, geográficas ou políticas que
levaram a Reforma, a passagem do Protestantismo por tal região ou grupo social é assunto por
ele avaliado de maneira delicada e como “assunto arrumado” (p.264). Porém ao citar que a
existência de inumeras heresias existentes no fim da Idade Média encontravam uma vasta
audiência entre os pobres e que estes na Inglaterra, Itália e na Boêmia, uniram aspirações
religiosas e reividicações igualitárias, ao autor considera a história “total” e não só os
causuísmos particulares como que fatos favoráveis para o deslizamento em direção à
Reforma.

Também como causa da Reforma, o autor também nos apresenta a questão dos “abusos”
disciplinares. Iniciando-se pela tese tradicional de que a Reforma teria sido deflagrada por
causa dos “abusos” que reinavam por este tempo na Igreja, o fato principal é o escândalo das
indulgências presenciado por Lutero ao visitar Roma. Porém esta tese se refutou por inumeros
estudiosos desta época como Febvre que escreveu a respeito dizendo que “..mostrar esses
abusos seria um prazer para os assaltantes !” (p.265) ou ainda nos escritos de Ferdinand
Buisson que em 1894 declarava a reforma como um ato em direção à disciplina do Clero
Católico. Isso, segundo o autor, era também o pensamento do lado católico e que por causas
morais, o Clero também buscava uma “reforma” já que “a Reformação que se desejava apenas
respeitava à disciplina e não a fé” (p.265).

Ainda segundo o texto, o autor nos remete ao fato de que para Igreja Católica esta revolta
moral teria se transformado em uma revolta teológica porque Roma teria “pressionado
excessivamente o homem violento e ousado” que era Lutero. Porém uma outra explicação se
apresentava ao tentar demonstrar que a “decadência do clero era a causa principal da crise”
(p.266) e que por Lutero não ser capaz de cumprir a regra do convento, abandonou a vida
monástica e procurou justificativas teológicas, “atraindo para si tudo que existiu, na
Alemanha de seu tempo, de avidez, de sensualidades impacientes, de fermentações pútridas,
misturadas com esper6ancas de reforma alameadas pelo humanismo e pela erudição mais que
pela fé e pelo sobrenatural”(p.267).

Quanto a explicação teológica da Reforma, o autor nos apresenta que em nossos dias a
explicação moral da Reforma foi considerada incapaz por si só de explicar um fenomeno que
foi antes de tudo religioso. Uma reiterpretação da Reforma se faz necessária, conforme o
autor e vai prossegundo até os dias de hoje. Quer de um movimento pela emancipação do
Weltgeist vista por Hengel, passando também por Michelet que associou a Reforma a
Renascença e, que por sua vez, saudou na revolta de Lutero um começo de libertação dos
espíritos, ainda com os nacionalistas que identificaram a refoma com o despertar da alma
alemã, enquanto o téologo liberal Troelisch se esforçava por estabelecer “a dependência
recíproca da religião e da cultura”(p.268), todas estas novas interpretações partiam de
concepções a priori às vezes mais filosóficas que históricas. Tinham porém segundo o autor, a
vantagem de afastar a pesquisa da tradicional oposição moral entre a revolta dos
Reformadores e os abusos da Igreja por eles deixada.

Concluido o autor nos apresenta o fato de que a pesquisa histórica atual está orientada para o
estudo das doutrinas e de seu relacionamento com a mentalidade das massas do século XVI e
que portanto a causa principal da Reforma teria sido, em suma a seguinte: numa época
conturbada, que além disso assistia à afirmação do individualismo, os fiés teriam sentido a
necessidade de uma Teologia mais sólida e mais viva que aquela que lhes era ensinada –ou
não era ensinada- por um clero muitas vezes pouco instru;ido e rotineiro, com excessivos
padres serventuários famélicos e incapazes substituindo os curas titulares, eles mesmos
insuficientemente formados.

O texto apresenta uma excelente encontro de idéias e opiniões sobre uma época carente de
compreensão que por envolver inumeras variáveis quer sociais, economicas e até religiosas,
ainda abre espaço para novos campos de estudo como o filosófico e o de comportamento de
massas. Sou da opinião que o texto é útil, porém deve ser considerado como parte de um
contexto onde se estudou apenas uma parte das causas de tal momento da história européia.

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