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Mt 6. 25-33
Excesso é uma palavra que ajuda a definir o comportamento humano no século 21! Parece
que para a maioria das pessoas o muito nunca é o bastante e quanto mais acumularmos,
quanto mais adquirirmos, quanto mais crescermos profissionalmente, quanto mais dinheiro
tivermos, quanto mais relacionamentos tivermos, quanto mais tantas coisas pudermos ter ou
pudermos ser, mais felizes seremos! Isto é o que se vende!
Em meio a esta frenética correria pelo mais e em especial agora no inicio de ano, quando
idealizamos os nossos projetos e as nossas metas para o ano, eu quero refletir a palavra de Deus
com os irmãos e irmãs, a partir de alguns princípios extraídos deste livro: Menos é mais: o que
Jesus ensinou, mas insistimos em não entender.
Menos é mais! E nesta noite gostaria que você refletisse comigo a partir deste sub-tema:
menos ansiosos, mais alegres! Porque a ansiedade mina a nossa alegria, pois na ansiedade, não
conseguimos viver em paz e da melhor forma possível o nosso presente. Alias para o ansioso, o
presente nunca é o tempo ideal, pois o tempo ideal está no futuro quando ele conseguirá resolver
os seus problemas ou adquirir o que se deseja!
O texto bíblico nos fala da ansiedade quanto a comida e quanto a bebida! Ansiedade que
para Jesus revela a desconfiança que o ser humano tem do Deus provedor que cuida dos
pássaros, que cuida das plantas e que cuida de toda criação! Mas em o nosso contexto...
A ansiedade se volta para o futuro e não nos permite viver em paz o presente! A ansiedade
nos convence que temos de alguma forma que garantir o amanhã e enquanto não o garantimos
não conseguiremos dormir em paz!
Vamos pensar por alguns minutos irmãos e irmãs! Será que nós somos consumistas ao
ponto de nunca nos satisfazermos com aquilo que possuímos? Quando estamos prestes a
adquirir algo, qual é a pergunta que faz parte do nosso vocabulário: Eu preciso ou eu quero?
A ordem de Jesus para os seus ouvintes e dentre eles, muitos ansiosos, era para que
olhassem as aves do céu e neste exercício de contemplação pudessem deixar de olhar um pouco
para si mesmos. A contemplação se dá quando paramos, observamos e refletimos! Neste
exercício espiritual somos desafiados a deixarmos de olhar para o nosso umbigo, reconhecendo
que não somos o centro do universo e somos encorajados a percebemos o cuidado de Deus para
com toda a criação!
Neste sentido, a contemplação é um exercício sempre necessário, “parar, observar e
refletir”, porque a falta de percepção do cuidado de Deus em todas as áreas da nossa vida é que
nos leva a experimentar as diferentes formas de ansiedade em nosso contexto e a insatisfação
que não nos permite viver contentes com aquilo que temos!
Prestem atenção nestas duas frases: “felicidade é querer aquilo que se tem” (Francine Jay)
e “é rico aquele que sabe que tem o suficiente” (Laozi – filosofo Chinês). Estas frases nos
ensinam a respeito do contentamento!
E o contentamento só pode ser alcançado por meio da contemplação! Quando paramos,
observamos e refletimos o modo de vida despretensioso das aves que dependem exclusivamente
do criador, somos desafiados e encorajados a vivermos também de forma despretensiosa e
contente!
Somos desafiados e encorajados a não mais vivermos para agradarmos a quem quer que
seja, para preenchermos um requisito social, para fazermos parte de um grupo, para
conquistarmos algo para que tão somente após estes objetivos estabelecidos alcancemos a
felicidade! Não! Felicidade é querer aquilo que se tem! Feliz somos quando descobrimos que
temos o suficiente!
Contemple a provisão de Deus! Deus prove alimentação! Deus prove vestimentas! Deus
prove saúde! Deus prove o despertar de um novo dia! Deus prove amigos verdadeiros! Deus
prove as coisas necessárias para vivermos com dignidade. Se reconhecermos a provisão de
Deus, temos então o desafio de não nos deixarmos seduzir pelo consumismo que gera ansiedade
e pela ansiedade que gera consumismo e experimentarmos o contentamento! É Preciso que...
Conclusão
Talvez irmão e irmã, esta palavra não se aplique a você, não sei! Talvez diante de tudo o
que foi dito, você chegue a conclusão de que não é, em nenhum dos aspectos apresentados uma
pessoa existencialmente ansiosa, um ansioso do consumo!
Se este for o seu caso, tome esta palavra como prevenção! Tome esta palavra como
cuidado de Deus que quer te privar de uma síndrome do nosso tempo! Mas se porventura, de
alguma forma você se identifica, você reconhece que vive ansiosamente tentando cumprir um
protocolo, tentando adquirir compulsivamente aquilo que não precisa, na esperança de se
satisfazer!
Se porventura você tem carregado o fardo da ansiedade e já não consegue viver em paz!
Já não consegue apesar de tudo o que possui encontrar felicidade, ouça o convite de Jesus
dizendo: “vinde a mim, pois o meu fardo é leve e o meu jugo é suave”. Contemple o cuidado de
Deus e viva em contentamento! Quebre o ciclo que gera ansiedade e encontre a felicidade em
Deus e no seu reino de amor, que é reino de amigos, e não nas coisas que se pode ter.
Que Deus assim nos ajude e nos abençoe!