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BASES BÍBLICAS E WESLEYANAS DA ADORAÇÃO

ÁREA PASTORAL
BASES BÍBLICAS E WESLEYANAS DA ADORAÇÃO

UNIDADE I – FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA ADORAÇÃO


Avançamos na vida da adoração a Deus quando a compreendemos mais como
uma vida a ser vivida do que como um tempo ser observado. Quando estudamos a
espiritualidade de John Wesley, vemos esta vida surgir com muita clareza. Ele jamais
dividiu a vida em compartimentos. Para ele, a essência da vida da vida era espiritual.
(Série no Cenáculo – Manual. A vida devocional na tradição wesleyana).
A adoração é um conceito e prática fundamental dentro da doutrina e vida cristã.
A adoração é a prioridade suprema da vida. Deus criou o homem para que O adore pelo
que Ele é e pelo que Ele faz. Adorar é acercar-se a Deus, é estar em Sua presença, é
silenciar a alma ante o Criador de todas as coisas. Através da adoração permitimos que
Deus nos encha com sua graça. Não há experiência humana mais sublime que adorar a
Deus.
Deus sempre nos convida a adorá-lo. Ele busca verdadeiros adoradores, que o
adorem em espírito e em verdade. O ministro cristão tem a importante tarefa de guiar ao
crente a expressar sua adoração de uma maneira mais profunda, inclusive até o ponto de
tocar o coração de Deus
1.Louvor. Substantivo masculino. Ato de louvar, de exaltar e glorificar algo ou
alguém; exaltação, glorificação: os fiéis cantam louvores aos céus. Expressão de
exaltação; ação de elogiar, enaltecer as boas qualidades ou feitos de; elogio, gabo;
glorificação. Segundo a autora Darlene Zschech, não é preciso ser um grande cantor
nem nenhum grande músico para louvar, basta ser alguém que tem relacionamento com
o grande Deus e que reflete essa verdade em todo seu ser e em tudo que faz.
2.Ações de graças. Gr: Eucaristia. Gratidão. Linguagem realmente grata (a
Deus como um ato de adoração). Agradecimento. (Strong – Ap. 4.9; Fp. 4.6; Ef. 5.4)
3.Adoração. Gr. Proskuneo. Provavelmente deriva de um cachorro, literal ou
figurado, significando beijar com um cachorro lambendo a mão de seu mestre. Bajular
ou agachar-se a isso; é prostrar-se em homenagem (reverenciar em amor). Expressar e
reconhecer a dignidade de Deus, contempla-Lo. Humilhar-se, estar à disposição.
Animar a consciência pela santidade de Deus. Ser atraído pela Sua beleza. Adoração é
um culto que prestamos a Deus em resposta à Sua revelação (Ex. 34:5 – 8; Is. 6: 1 – 8;
Mt. 2: 9 – 11; Rm. 1: 18 – 21; Sl. 19:1). Revelação e resposta são necessários à
verdadeira adoração.

2
“Louvor e adoração são uma poderosa expressão de amor que vai muito além as
possibilidades da música... Ultrapassam todas as fronteiras do talento e da capacidade.”
Darlene Zschech

Donald Hustad fornece uma explicação mais proveitosa. Adoração e a atividade


baseada nas excelências inexauríveis do Deus eterno, e as necessidades infindáveis da
humanidade mortal. E o relacionamento entre Deus e os homens, uma continua relação
de autorrevelação e reação correspondente. E a atividade normal — o relacionamento
normal — da vida cristã e é expressa em conversa com Deus, a doação completa do ser
a Deus e a transformação do adorador a semelhança de Deus, em toda a sua pessoa:
Corpo, mente, emoções e vontade.

1. A adoração como estilo de vida.


Tudo é adoração na vida do crente. O domínio do Senhor deve ser confirmado
em todas as áreas da vida. Uma vida integral que se compromete com Cristo. Nossa
existência como um todo é culto. (ICr. 29: 12; Ef. 4: 28, 29).
JESUS DEFINE ADORAÇÃO PARA A MULHER SAMARITANA (Jo. 4: 19
– 26). Jesus ensina que não requer tempo nem local especial. Deve ser no Espírito e em
Verdade, que inclui uma visão correta sobre Deus.
Russel Norman Champlin, Ph. D. explica: (O Novo Testamento Interpretado,
Vol.2)
“Em Espírito” - O vínculo entre natureza humana e a natureza divina é o espirito
humano, que é o santuário do Espirito Santo (ICo. 6:19). Adoração verdadeira envolve
uma comunicação direta com o mundo das realidades espirituais; e esse contato é
estabelecido e governado por meio das operações do Espírito Santo.
“Em verdade” – Uma espiritualidade substancial ou real. O cristianismo traz a
realidade para o qual o judaísmo apontava, e é por essa razão que os crentes adoram em
verdade. Mas também, o próprio Jesus é a verdade, segundo se lê em Jo. 14:6. E, assim
sendo, toda verdadeira adoração se dá por intermédio Dele. Adorar em verdade não é
apenas adorar meramente com sinceridade, e sim, adorar com uma veneração que
corresponde à natureza de Deus, revelado a nós em Jesus.

3
ENOQUE. (Gn 5.22-24; Hb 11.5, 6). Segundo Russel P. Shedd, em seu livro
Adoração Bíblica), este homem, quase totalmente desconhecido, exemplifica um fator
básico na adoração. "Enoque andou com Deus. " Esta descrição repetida (Gen. 5.22,24)
salienta a comunhão que esse herói gozou com seu Amigo divino. "Andar", na cultura e
língua hebraicas, significa uma conduta fundamentada em temor e amor de Deus.
Andar nos "caminhos" do Senhor expressa a obediência (Sl 18.30; 86.11). Andar com
Deus enfatiza a comunhão; assim se deu com a vida de Enoque, que recebia a revelação
e orava Ele falava com um Ser real, muito especial, não com um fruto da sua
imaginação. Assim, Hebreus o aponta como exemplo de fé no Deus que se faz presente
(11.5,6). Aprendemos também em Hebreus que Enoque agradou a Deus (v.5); mantendo
comunhão através do seu "andar" e, portanto, dando prazer a Deus. Era uma comunhão
agradável para ambas as partes, não a atitude de um indivíduo que tenta impressionar
um político ou um ricaço, visando obter benefícios para si, mas alguém que encontra em
Deus a sua verdadeira realização. "Deus foi para ele ponto de partida, a estrela para
orientar seu destino". Ele era devoto a Deus. Sua devoção estava arraigada na fé ativa.
Exemplificou-a em ação e piedade resultantes de uma profunda gratidão pelo privilégio
de ser amigo íntimo do Soberano que o amava.

2. A adoração como ato (culto).


Por ser a adoração uma tarefa fundamental da Igreja e visto que a adoração da
Igreja é dirigida para Deus, então a adoração requer a maior consideração dos cristãos.
Certamente, Wesley compreendia a adoração corporativa como sendo essencial ao
cristianismo. No entanto, a adoração corporativa é essencial para essa vida cristã.
Wesley argumenta que “o cristianismo é essencialmente uma religião social, e que
torná-lo numa religião solitária é, de fato, destruí-lo”. (Autêntica Adoração Cristã:
Descobrindo O Critério De Wesley Todd A. Stepp, D. Min., O.S.L. Grace Church of the Nazarene -
Evansville, Indiana)

A adoração no Antigo Testamento


O antigo testamento nos apresenta diversas formas de adoração. Sendo assim,
necessário se faz um estudo da adoração na antiga aliança para compreender seu reflexo
no Novo Testamento e na história da Igreja.
Adoração possui sentido “amplo” e sentido “limitado”. Em sentido amplo a
adoração inicia-se no jardim do Éden com Adão e Eva. Visto que respondiam a Deus

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em um relacionamento mais profundo do que qualquer ser humano experimentou. Um
relacionamento que não havia presença do pecado. Já no sentido “limitado” da adoração
– no caso da música no culto – Donald P. Hustad afirma que “a primeira referência
bíblica à experiência musical é uma narrativa de ação de graças dirigida por Moisés e
sua irmã Miriã, depois os israelitas haviam sido libertados dos egípcios”
1.A adoração no Gênesis. Os cultos oferecidos no A.T podem ser considerados
familiares, individual, congregacional ou coletivo. Até a saída do povo do Egito e a
constituição da nação Israel, predominou o culto individual, marcado por encontros ou
revelações especiais de Deus a uma pessoa, culminando na construção de pequenos
altares. Não era adoração formal ou ritualística. A adoração era espontânea e resultante
de uma manifestação divina. O encontro de Deus com o adorador era, na sua maioria,
por iniciativa de Deus e marcado por muita reverencia e amor. Oferta de Abel (Gn. 4: 1
– 7); integridade de Noé (Gn. 6:8 e 9); entrega de Abraão (Gn. 22); obediência e
fidelidade de José (Gn. 39)
2.A adoração na lei mosaica. Moisés escreveu o livro de Deuteronômio com o
propósito de explicar a lei de modo a tornar suas prescrições mais claras para o povo.
Sabendo que não entraria na terra prometida e que sua morte estava próxima, Moises
reafirmou a Aliança de Deus com p povo e usou essa ocasião para enfatizara
importância da obediência ao Senhor. O tema principal é a obediência a Deus. O povo
não devia obedecer apenas por temer o julgamento, mas por entender a misericórdia e a
bondade do Senhor. (Gn. 4:31; 7:12 – 16; 30:3).
1. Substituir o henoteísmo pelo monoteísmo. Isso não 5. Respeitar os pais, que são os representantes de Deus e
envolve a mera crença em Deus, mas, sim, a dedicação a mediadores da família
Deus, em obediência. 6. Respeitar toda a vida humana.
2. A aniquilação da idolatria, a base falsa da espiritualidade, 7. Proteger a família através da conduta sexual correta.
com dedicação correspondente ao único Deus. 8. Cultivar a honestidade com o dinheiro e como
3. Contra toda a profanação, respeitar o sagrado e o divino. perspectiva de vida.
4. Manter um dia especial na imitação do Criador; um tempo 9. O uso correto da língua, evitando enganar e mentir.
para descanso e reflexão. 10. Respeitar as propriedades de outros; a propriedade
privada é um ideal que não pode ser infringido.

3.A adoração no Livro dos Salmos. O livro de Salmos é uma coletânea de


cânticos de adoração escritos por vários autores ao longo de um período extenso da
história de Israel. Os Salmos são resultantes de vários contextos individuais e pessoais
da história de Israel e os títulos de alguns identificam seu contexto histórico. O Livro de
Salmos reflete de forma singular diversas respostas individuais à revelação própria de
5
Deus. Nos aproximamos de vários desses poetas que derramaram seu coração diante de
Deus em oração, expressando anseios, confissões, lamentos e ações de graças. Ele
contem a adoração a Deus expressada por uma pessoa ou pela comunidade.
4.A adoração nos Livros Proféticos. Os profetas revelam os atributos de Deus,
sua justiça e retidão. Porém, essa revelação é fruto de experiências pessoais, como fora
com Isaías, Jeremias, Naum. Pelos cânticos, transmitem os planos do Eterno e convoca
Seu povo ao retorno, através do arrependimento e sincera confiança.
Na experiência de Isaias Deus tirou a cortina que cobria os olhos físicos de
Isaias, e este viu o Senhor "assentado sobre um alto e sublime trono" (v.1). O que Deus
proporcionou naquela visão foi uma experiência sensível da sua proximidade. Isaias
contemplou o Senhor, como seu testemunho indica (v.1). A comunhão por intermédio
da contemplação preparou o profeta para ouvir a voz de Javé. (v.8). Is. 26; Nm. 1; Hb.
3; Jn. 2.

ANEXO
Desenvolvimento da teologia e pratica da adoração institucionalizada de Israel.
A adoração no tabernáculo
No Tabernáculo No Templo De Jerusalém Na Sinagoga.

O tabernáculo e a tenda sagrada que Deus mandou Moises construir durante a


peregrinação do povo no deserto (Ex 25.8-9; Lv 26.11-12). Deus e destacado no centro
da vida de Israel, ministrando graça (Ex 25.8; 29.43-46).
A adoração no tabernáculo destaca a comunhão com Deus restabelecida pela
expiação. Os animais sacrificados substituem o pecador — recebem sobre si o castigo
devido pelas transgressões.
O livro de Levítico (1—7) detalha como deve ser essa punição substitutiva, bem
como as demais ofertas.
Internamente a tenda sagrada e dividida em duas partes separadas por um véu,
quais sejam, o lugar santo e o santo dos santos (Ex 26.33). Na primeira ficam a mesa
com os pães da proposição, o candelabro e o altar de incenso (Ex 25.23-30, 27.20-21 e
30.1-10). No santo dos santos fica a arca da aliança coberta pelo propiciatório (Ex
25.10-22).

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Três elementos se destacam na adoração do tabernáculo:
1. Instrução (os cerimoniais doutrinavam sobre a justiça e graça de Deus, o
modo de salvação mediante Cristo e a necessidade de santidade do adorador).
2. Oração (praticada pelos sacerdotes em favor do povo, e pelos adoradores que
consagravam suas ofertas e apreendiam, por fé, os benefícios da expiação).
3. Consagração (efetivada especialmente nos holocaustos, sacrifícios e ofertas
pacificas).
Sendo assim, o culto ensinado a Moises possui um caráter imutável. Ainda que a
liturgia seja adaptável a cada cultura e geração, e imprescindível que reflita o
tabernáculo destacando a centralidade de Deus na vida, a comunhão com base na obra
expiatória do Redentor, a exaltação de Deus e o homem em seu lugar devido
(humilhação e dependência) e o aprendizado da vontade divina.
Aspectos fundamentais decorrentes dessas realidades espirituais devem ser
enfatizados: A adoração no tabernáculo, no templo e na sinagoga faz referência ao
Calvário, o chamado ao arrependimento e confissão, a declaração do perdão de pecados,
o reconhecimento de Deus como Criador Soberano, Juiz e Redentor e a resposta do
crente com gratidão e consagração. Ademais, o culto prestado pela igreja deve sempre
espelhar o culto perfeito a Deus no céu.

“O Antigo Testamento é o Novo Testamento VELADO, e o Novo Testamento é o Antigo


Testamento REVELADO.” Raquel Emerick

Princípios da Adoração No Novo Testamento:


A Igreja do Novo Testamento enfatizava a importância da adoração. Ao longo
do livro de Atos e das epístolas, os leitores veem o envolvimento contínuo dos cristãos
com o padrão de adoração judeu estabelecido. Em adição aos cultos da Palavra
encontrados na adoração da sinagoga, os primeiros cristãos encontravam-se em casas
para celebrar a Eucaristia. Além disso, Hebreus 10:25 avisa os cristãos a não
negligenciarem os encontros juntos.

1.Jesus e a adoração – Evangelhos


A adoração na sinagoga
O termo grego synagōgē, “sinagoga” significa “reunião” — um ajuntamento de
crentes centrado em “estudo e aprendizagem”. Suas raízes são encontradas nos grupos

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que se congregam para ouvir os levitas ou profetas, no período pré-exílico e nas
reuniões em lares durante o exilio (Ez 8.1). A sinagoga é importante para preservar a fé
dos judeus, estabelecendo uma malha de comunhão e devoção dentro e fora do território
palestino.
Sua formatação definitiva se dá no período interbíblico (entre Malaquias e
Mateus). No NT ela é descrita como lugar de adoração sabatina, frequentado pelo
Senhor Jesus (Mc 1.21-28; 3.1-6; 6.2-3; Mt 4.23; Lc 4.15; 16.30-31, 44; 6.6; 13.10; Jo
6.59; 18.20) e pelo apóstolo Paulo (At 13.5; 14.1; 17.1, 10, 17; 18.4, 19). Não há
evidência de qualquer manual litúrgico para suas reuniões. A adoração é despojada,
constituindo-se de oração (especialmente as Dezoito Bênçãos), confissão de fé (o
Shema), louvor (cânticos e recitação de salmos) e instrução bíblica (leitura, explicação e
aplicação da Tora), seguidos de uma benção.
Sabe-se que “pelo fato de os sacrifícios tradicionais só poderem ser feitos no
templo, as ofertas de animais e de cereais [são] substituídas por ‘sacrifícios de louvor e
oração’”. A adoração da sinagoga e uma “liturgia da Palavra”. Nela surge o rabi ou
mestre. Quando possível, “apenas um ou dois cantores solistas cantavam em uma
reunião” e “pode ser que o estilo musical se relacionasse com o da adoração no templo,
embora possivelmente não se usasse nenhum instrumento, visto que eles estavam
associados apenas com os sacrifícios de animais”. Mesmo na adoração judaica moderna,
“o cântico é ainda em grande parte vocal, sem acompanhamento”.
Cristo exemplificou e incentivou a adoracao. Se a essencia da devocao e
obediencia, ele cumpriu plenamente os mandatos criacionais (Rm 5.19; Fp 2.8; Hb 5.8).
Se o centro dos rituais do AT era o sacrificio, ele ofereceu sua propria vida na cruz, no
contexto do pacto da redencao (Hb 7.26-27). Seu nascimento foi cercado por louvor, e
ainda menino e pre-adolescente, ele foi levado ao templo (Lc 1.46-55; 68-79; 2.13-14,
21-24, 41-52).193 Adulto, participou da sinagoga de Nazare e das assembleias solenes
em Jerusalem (Lc 4.16; Jo 2.13; 5.1; 6.4; 7.2, 10; 10.22-23). Quanto a devocao
particular, ele encarnou o que lemos na oracao judaica de Ne’ilah: “Tu escolheste o
homem desde o principio, destinando-o a estar diante de ti”.194 Os Evangelhos
destacam sua vida de oracao (Mt 14.23; Mc 1.35; 6.46; Lc 3.21; 5.16; 6.12; 9.18, 28-29;
11.1; Jo 17.1-26). Os sinoticos registram sua postura de adorador, “prostrando-se” ou
“ajoelhando-se” submisso ao Pai, na suplica do Getsemani (Mt 26.39; Mc 14.35; Lc
22.41). Como afirmou Lloyd-Jones: “Observem a frequencia com que nosso Senhor
orava [...]. A necessidade de oracao e uma prova absoluta de sua genuina

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humanidade”.195 Tanto Mateus quanto Marcos nos informam que, apos a ceia da
Pascoa, ele cantou um hino (Mt 26.30; Mc 14.26).

2.A adoração no Livro dos Atos.


O NT mostra os crentes apos o Pentecostes participando das oracoes, no templo
de Jerusalem e nos lares (At 2.46; 3.1; 5.42; 12.12; 16.40; 18.7-11; 20.20). Segundo
Atos 20.7, entendemos que o primeiro dia da semana era o dia em que a igreja
apostólica se reunia para partir o pão – celebrar a ordenança da ceia. Esta ceia era
entendida como um ato de comunhão com o Senhor (1Co 10.14-22), era tomada quando
toda a congregação se reunia, como um ato de fraternidade entre os irmãos.
Pelo menos até a metade do 2º seculo, “residencias particulares continuaram
servindo como lugar de reuniao para as comunidades das cidades”. A igreja neo-
testamentária estava também assentada sobre os pequenos grupos. Era a igreja de todos
os dias, no templo e nas casas. A palavra grega “oikos” (casa) ocorre mais de 10 vezes
no NT, algumas delas referindo-se a um grupo de pessoas usando uma casa para reunir-
se periodicamente. (At 2.46: A ceia do Senhor era celebrada em cada casa na sua
refeição; At 5.42: A casa do convertido era usada como local de adoração e ensino,
identificando-o como cristão na comunidade; At 20.20: Equilíbrio do programa –
ensinando tanto na reunião pública quanto no encontro familiar).
Embora não haja menção de instrumentos musicais na adoração do Novo
Testamento, podemos encontrar ali a mesma ideia de vozes sendo erguidas em louvor e
oração a Deus. Por exemplo, em Atos 4.24, os crentes reunidos, unânimes, levantaram a
voz a Deus e disseram: “Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o
que neles há...”.
A compreensão do cristão diz que o cultuante deve fazer para os outros o que crê
que Deus faz consigo. Essa é uma afirmação importante de verdadeiro cristianismo, que
acaba atribuindo expressão e sinceridade para as ofertas e demais atos de dedicação. Os
atos cúlticos são expressões de gratidão por tudo o que Deus proporciona,
manifestações de arrependimento pelos atos pecaminosos cometidos, expressões de fé e
fidelidade, além de testemunhos eloquentes da busca da vontade de Deus. Isto é gerador
de progresso, já que provoca a inclusão daqueles que, outrora excluídos por sua
condição, encontram no fiel o cuidado e a proteção. Assim acontecia na igreja primitiva.
O foco era a leitura da Palavra e pregação, oração, hinos e cânticos espirituais e
serviço mútuo.

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3.A adoração nas Cartas Paulinas.
Vestígios de suas liturgias podem ser encontrados nas epistolas de Paulo; trechos
de hinos (Fp 2.6-11; Cl 1.15-20; 1Tm 3.16), louvores breves (1Co 1.20-21; Ef
4.4-6) e preces (a expressão Maranata, “Maranata”, significando “nosso Senhor vem”,
em 1Co 16.22). Por meio de Cristo, os crentes foram feitos reino de sacerdotes e
santuário do Espirito Santo (1Pe 2.9; Ap 1.6; Jo 7.38-39; Rm 8.9-11; 1Co 3.16; 6.19;
2Co 6.16; Gl 3.2; Ef 1.13-14). Sendo assim, eles podiam contemplar, “como por
espelho, a gloria do Senhor” e ser “transformados, de glória em glória, na sua própria
imagem, como pelo Senhor, o Espirito” (2Co 3.18). Ademais, tornou-se possível servir
na adoração com os dons espirituais, de maneira amorosa, retomando a ordem da
criação (1Pe 4.10; 1Co 12.1—14.40; 1Tm 2.8-15).
E o apóstolo Paulo instruiu os crentes de Colossos a ensinarem e aconselharem
uns aos outros com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso
coração. (Cl 3.16).

4.A adoração no Apocalipse.


“...e eles cantavam um cântico novo: ‘Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos,
pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação’”.
Apocalipse 5:9
Os escritos apocalípticos se referem à adoração repetidamente. Uma adoração
que é ministrada diante de Deus, ora pelos quatro seres viventes e os vinte e quatro
anciãos, ora por um incontável exército de anjos, ora por homens de todas as tribos,
língua, povos e nações. Um momento de extrema beleza glória, quando toda criatura
que há no céu e na terra, debaixo de terra e no mar oferecem estrondosa adoração
Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro Jesus!
Ao mesmo tempo, o livro retrata suas figuras e símbolos, como no capítulo 5,
quando João chorou por não haver quem abrisse o Livro, foi consolado pelos anciãos
que lhes anunciaram “o Leão de Tribo de Judá”. O Leão representa governo e
autoridade e que, ao vencer todos os inimigos na cruz, tornou-se o único ser no universo
digno de abrir o livro.
Mas, neste mesmo capítulo, quando João olha para contemplar aquele anunciado
pelos anciãos, vê “um Cordeiro que parecia ter estado morto”. Um Leão dotado de toda
autoridade, mas o Cordeiro que ofereceu seu sangue imaculado para expiação dos

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nossos pecados. Um único sacrifício, uma única oferta, aperfeiçoou para sempre os que
são santificados.
Na visão de João podemos observar um ambiente de louvor oferecido ao
Cordeiro de Deus, santo, perfeito, maravilhoso e incomparável. Seu sacrifício e morte O
tornaram digno de ser adorado.

UNIDADE II – FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS DA ADORAÇÃO

A. Bases Teológicas Ortodoxas/ Wesleyanas Da Adoração

A. A Nossa Missão de Adoração


A missão da igreja no mundo começa com a adoração. E quando nos
congregamos diante de Deus em adoração, cantando, ouvindo a leitura pública da
Bíblia, damos os nossos dízimos e ofertas, orando, ouvindo a pregação da Palavra,
batizando e participando da Santa Ceia – então sabemos mais claramente o que significa
ser povo de Deus.
A adoração é a mais elevada expressão do nosso amor a Deus. É adoração
centralizada em Deus, honrando Aquele que pela Sua graça e misericórdia nos redime.
O contexto primário da adoração é a igreja local, onde o povo de Deus se reúne, não
numa experiência egocêntrica ou para a auto glorificação, mas para uma entrega e oferta
de si mesmo. A adoração é a igreja em serviço amoroso e obediente a Deus.

Adoração Significativa
Uma Chamada à Adoração - Salmos 95:1-7a

A. Os discípulos de Jesus viveram na Sua presença e ministraram aos outros


como resultado desse relacionamento.
Jesus enviou os Seus discípulos ao mundo para ministrar (Mateus 10). Mais
tarde, Ele disse-lhes que precisavam ser cheios do Espírito Santo. Eles esperaram no
cenáculo e o Espírito Santo veio, assim como Jesus tinha prometido (Atos 2). Assim
que os discípulos começaram o seu ministério ao mundo, tornaram-se embaixadores de
Deus. Eles levaram a mensagem de reconciliação, juntamente com a missão de
reconciliação (2 Coríntios 5:11-21). Paulo disse bem: “Portanto, somos embaixadores
de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a

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Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus. Deus tornou pecado por nós aquele
que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:20-
21).

B. Jesus desafiou os Seus seguidores com a Grande Comissão.


“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes
ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:19-20). A
igreja primitiva realmente começou a cumprir esta comissão no mundo depois de um
encontro de adoração significativa em Antioquia (Atos 13:1-4).

C. A Adoração significativa ocorre à medida que praticamos as disciplinas do


Espírito, como o jejum e a oração.
O Espírito Santo, então, enviou-os para ganhar outros para a fé. Isso aconteceu
no contexto da adoração. A adoração inspira-nos e libera o poder de Deus nas nossas
vidas. A adoração reorienta as nossas vidas à de Cristo. É uma disciplina espiritual
imperativa para todos os crentes, usada por Deus para nos moldar à imagem santa de
Jesus. Tanto a prática de adoração pessoal como a adoração corporativa devem ser
consistentes na nossa vida.

D. A Adoração significativa permite que Deus Se mova entre nós, da Sua


própria forma, nos cultos corporativos
A igreja primitiva não conduziu os seus negócios por meio de comités ou
seminários. Preferivelmente, eles reuniam-se com frequência nos cultos corporativos,
permitindo que Deus trabalhasse livremente entre eles. Devemos estar dispostos a parar
com a nossa agenda e dispor de tempo para que Deus complete a Sua agenda entre nós.

E. A Adoração significativa dá lugar para Deus Se mover livremente à medida


que esperamos por Ele com expectativa.
Devemos dispor de tempo para que Deus Se revele e convença, mova, toque,
salve e santifique as pessoas do Seu modo e no Seu tempo. Devemos ir a todas as
reuniões de adoração com uma ansiosa antecipação de que nos encontraremos com
Deus nessa reunião e de que Ele se moverá entre nós. Devemos antecipar que Deus Se
mova de maneira óbvia, fazendo o que só Ele pode fazer, quando nos reunimos

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semanalmente para adoração. Nunca devemos estar satisfeitos com a rotina normal de
um encontro habitual.

F. Os filhos de Deus devem reunir-se semanalmente para que possam ser


fortemente cativados pelo Espírito de Deus.
Para que o espírito humano seja energizado nada pode substituir o Espírito
Divino de Deus. Isso acontece de modo mais eficiente em períodos de adoração
corporativa significativa.
O Espirito Santo revela Cristo em nós, nos enche, nos santifica e capacita para
os desafios de serviço que nos estão propostos, tais como oração, meditação, jejum,
estudo bíblico, comunhão, assim como, para todas as Disciplinas Espirituais conhecidas
de Wesley como Meios de Graça”.

B. Herança Hinológica Wesleyana E Adoração


http://www.hinologia.org/hinodia-wesleyana-simei-monteiro/

Hinódia Wesleyana – Simei Monteiro


Por admin hc publicado 16/05/2016 atualizado 14/06/2018.
Hinódia Wesleyana
“Extraído do Anuário Litúrgico, no ano 2007, páginas 42 a 43, publicado pela Editeo – Editora
da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista/Universidade Metodista de São Paulo. Reprodução
autorizada”
Qual a contribuição dos Wesley para o acervo de hinos e cânticos da Igreja
Cristã?
Na segunda metade do século 18, João Wesley surge como importante figura na
hinódia inglesa. Ele traduziu cânticos, foi também editor e distribuidor, o que foi muito
importante para a divulgação dessa nova hinódia. Enquanto esteve na Geórgia como
missionário, compilou uma coleção de salmos e hinos (A Collection of Psalms and
Hymns, 1737). Essa coleção era bem variada, composta de traduções, salmos métricos e
poesia devocional de autores ingleses. Podemos dizer que houve, naquela época, um
estilo wesleyano de canto eclesiástico. Sabemos que ele se preocupou não só com o que
se cantava nas igrejas, mas também como se cantava. Na sua obra “Hinos Seletos”, de
1761, ele introduz as “orientações para o canto” (Directions for Singing, VII), as quais,
na verdade, são questionamentos sobre o modo como se canta nos cultos.

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Estas sete orientações foram impressas no “Anexo de Hinos Seletos com
Melodias” (Select Hymns with Tunes Annext, 1761) e demonstram qual deve ser o
interesse e o modo de cantar de uma congregação.
Essas orientações, em resumo, eram as seguintes:
1) aprenda bem as melodias, 2) cante-as exatamente como estão escritas; 3)
cante tudo (não pare no meio do canto); 4) cante entusiasticamente; 5) cante
modestamente; 6) cante no tempo (não atrase nem se adiante ao canto dos demais); 7)
cante espiritualmente.
Na Geórgia, John Wesley não só iniciou seus 50 anos de editor de textos e
hinários, mas também, seu interesse e prática do canto congregacional, fez com que
introduzisse um novo princípio na prática do culto: “cantar o que prega e pregar o que
se canta”. É esse o princípio norteador da música litúrgica. Por isso John Wesley
interessou-se em colecionar melodias cantáveis e, ainda na Geórgia, começou a publicá-
las.
Seu primeiro livro de melodias data de 1742 (Foundery Collection) e seu último,
de 1780 (Sacred Harmony). Seu trabalho foi desafiado pela enorme produção de seu
irmão Carlos Wesley, que possivelmente escreveu cerca de 6500 cânticos (alguns
autores afirmam serem cerca de 9000). As melodias dessas coleções eram tão variadas
quanto às métricas de Carlos Wesley. Algumas eram melodias inspiradas ou adaptadas
de cantos folclóricos, melodias provenientes de óperas italianas ou cantatas, tanto
religiosas como seculares. Na prática do culto metodista, essas melodias tinham
acompanhamento instrumental variado: solo acompanhado de viola e basso (baixo)
contínuo, ou cravo. Também, na prática, surge a figura do líder do canto
congregacional, que ensinava e dirigia os cantos.
(*) A hinódia wesleyana, principalmente os hinos de Carlos Wesley, é bastante
ampla. Um sumário de temas abordados nesta hinódia incluiria: a graça preveniente,
justificadora, santificadora e perfeita de Deus. Temas como convite à conversão,
arrependimento, perdão, segurança, novo nascimento, santidade pessoal, santidade
social. Hinos sobre a Igreja: unidade e comunhão e santa ceia; além de hinos
apropriados às estações do ano cristão, como Natal e Páscoa. A hinódia wesleyana
produziu tanto os chamados hinos evangelísticos como hinos de caráter mais devocional
ou introspectivo que narram a experiência cristã da conversão e do caminho da
perfeição cristã. Alguns chegam mesmo a ser expressões comoventes e, para alguns

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estudiosos, exageradas, isto é, expressões do ser humano maravilhado diante do amor
divino.
A substância da teologia wesleyana não se fundamenta em uma ordem
sistemática de crença, mas essencialmente nas 64 coleções que os irmãos Wesley
publicaram entre 1738 e 1785.
Muitos poemas de Carlos Wesley falam de problemas que a humanidade tem
sofrido constantemente. Eis como se inicia um de seus poemas que descreve o horror da
guerra e que, ao final, aponta para o triunfo do Reino de Deus: “Lamentamos ver, agora,
nossa Terra” (Our Earth we now lament to see): Lamentamos ver, agora, nossa Terra
com torrentes de maldade; com violência, erro e crueldade; um campo de sangue que se
expande, onde pessoas diabólicas se devoram em toda a infernal fúria da guerra.
Infelizmente, muito pouco da poesia wesleyana foi traduzida para o português.
Precisamos conhecer mais esses textos que nos surpreendem pela atualidade, pois além
dos temas clássicos da teologia, nos falam de nossa responsabilidade social, inclusive
com a ecologia.

UNIDADE III – FUNDAMENTOS CULTURAIS DA ADORAÇÃO

A. A Teologia e a Adoração/ A Adoração e a Música


A liturgia foi por muito tempo simplesmente uma regra a qual deveria ser
fielmente seguida. Por outro lado, nos últimos anos, podemos ver uma pluralidade de
formas litúrgicas nada tradicionais e por vezes desastrosas. No intuito de superar essa
válida discrepância, a liturgia passa a ser estudada pela teologia para que se contemple a
complexidade de tal ato.
A teologia do culto vela pela interlocução entre a teologia do altar e a do mundo,
ou seja, quer conectar as atividades da vida com os ritos sagrados. Nesse sentido, a
liturgia pode exercer função central, renovando o espírito que pretende se ter em meio à
cerimônia religiosa.
Cada ato, cada movimento, cada texto lido ou música cantada na liturgia são
partes da sacralidade da vida religiosa que devem ser reveladas. Assim, nada deve ser
feito para que o rito seja meramente cumprido, mas é necessário que o mesmo faça
sentido para os partícipes. A contextualização da liturgia é um elemento que pode
inclusive ser copiado da igreja primitiva. Lá a linguagem falada e os símbolos utilizados
estavam de acordo com as verdades vividas pelo povo e sua fé no Cristo ressurreto.

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Em nossos dias, o princípio deve ser o mesmo. Devemos dizer e agir de acordo
com aquilo que faz sentido para nosso povo. É triste notar que muitas vezes a cerimônia
da santa ceia, por exemplo, é dotada de tamanho garbo e pompa que chega a intimidar
as pessoas pobres e simples das comunidades. Mais triste ainda é perceber que na
América Latina em geral, são os pobres quem compõem o corpo de Cristo nas diversas
comunidades cristãs, e mais do que isso, no cotidiano da experiência cristã.
O cristianismo possui em toda sua história uma relação direta com as
festividades. Algumas vêm da tradição judaica, outras foram sendo introduzidas de
acordo com a ocidentalização da religião cristã. Entretanto, em nossos dias, por conta da
secularização, existem comunidades que simplesmente repetem seus ritos diariamente
durante todo o ano. Não há um calendário litúrgico. A teologia do culto nos mostra que
enquanto cristãos, devemos procurar a melhor forma de celebrarmos nossas datas
especiais, que são de propriedade de nossa identidade cristã. Não devemos nos
distanciar da festa de pentecostes, da celebração pascal ou do natal cristão. Não nos
basta trocarmos o texto básico da mensagem para acompanhar tais datas. Devemos fazê-
las vivas em nossas comunidades.
Não podemos nos render ao mundo no sentido paulino, ou seja, a meras
tentações consumistas. A teologia do culto não propõe esse tipo de desvio. O que se
propõe é que as obras do espírito sejam adornadas e propagadas de acordo com toda a
beleza que a vida nesse mundo nos proporciona. Toda a criação louva ao Senhor, e nós
devemos louvá-lo de acordo com ela. Temos cantos, cores, vidas e testemunhos. Não
precisamos de roupas de marca ou carros de luxo. O louvor sincero exprime a mais bela
liturgia, pois nele o corpo de Cristo se fortalece. Os louvores artificiais geram liturgias
artificiais e não fortalecem nada além do mundo da moda e das marcas.
Referente à música e a religião, elas estão lado a lado não apenas no
cristianismo, mas em diversas culturas ao redor do mundo. Sem a música, nossos dias
seriam mais tediosos e certamente encontraríamos dificuldade para expressar nossos
anseios de louvor. Mas, hoje, muitos confundem música com louvor e adoração. A
teologia do culto sabe discernir bem tais elementos. Louvor e adoração estão na vida do
cristão. A música é um meio para que se atinja tal fim, ela por si só nada pode.
O poder da música junto ao ser humano é conhecido. Não é esse poder que se
deve trazer para o culto cristão. A música pode fazer sorrir ou chorar, mas o templo não
é um laboratório de experimento. A música serve para expressar aquilo que já está no
coração e na vida da pessoa.

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Por outro lado, não é pelo fato da música ser cantada com sinceridade que ela se
torna bonita. O que a teologia do culto propõe é que a beleza da sinceridade do coração
do cristão deve soar de maneira uníssona com a beleza da canção. A canção, além de ser
de alegria, pode ser de contrição e sofrimento. Os salmos bíblicos são ótimos exemplos
As letras, as notas, os ritmos e as temáticas das canções podem variar de acordo
com a ocasião e com a comunidade, bem como podem variar de acordo com a geração.
A música entoada no culto cristão não pode ser o portfólio de uma gravadora ou de um
cantor religioso. Ela deve fazer referência à comunidade e ao seu modo de cantar
músicas em culto.
Também nos enganamos se acreditarmos que o espaço reservado à música no
culto é um show no qual as celebridades da comunidade mostram seus talentos. Os
talentosos são substituíveis, o bem-estar da comunidade e o agrado a Deus não.
O cristão em sua relação com a música não precisa ter preconceito. Seguro do
caminho que anda e firme em seu fundamento, pode conhecer vários estilos musicais e
transformá-los em objetos de edificação de sua espiritualidade cristã.
Assim também, a teologia da arquitetura precisa ser observada. Na origem do
cristianismo como religião estatal, foram herdadas imagens arquitetônicas provindas do
império. Todavia, com o passar dos tempos e o protagonismo no cristianismo em
diferentes países e regiões, foram feitas adaptações culturais.
Hoje há uma adaptação suprema a ser feita. Vivemos em um mundo onde todas
as pessoas podem participar de nichos fechados, bastante específicos, mas tendo como
pano de fundo uma secularização crescente. Além da construção do templo
propriamente dito, a organização de seu interior, bem como os arranjos para datas
festivas e calendário litúrgico devem ser olhados com atenção, pois todo o ambiente
pertence a um fim comum: Comunhão E Adoração.
Toda a natureza evoca as belezas do amor infinito do Pai por nós. Nela, muitos
elementos sacros podem ser encontrados, e eles podem fazer parte de nossos atos de
louvor e adoração. Esses elementos podem ser adequados à realidade de nosso povo,
que os pastores e pastoras precisam conhecer bem. É diferente a linguagem que se usa
para uma comunidade urbana daquela que se usa para a comunidade rural. Esse cuidado
nunca deve deixar de ser tomado.
“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das
suas mãos”. Sl. 19.1

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B. Consequências do Neopentecostalismo na Adoração.

Para iniciarmos nossa conversa é necessário esclarecimentos básicos sobre essa


doutrina tão polêmica e que vem ganhando força nas últimas quatro décadas.
Então, afinal de contas o que é o Neopentecostalismo?
Em linhas gerais é uma doutrina originária de uma interpretação bíblica com
ênfase em três pontos principais: Dons e milagres, possessão demoníaca e a tão
famigerada teologia da prosperidade. Essa interpretação é equívoca e traz consequências
para todo o restante da vida cristã, inclusive na adoração.
Já definimos aqui que adoração se relaciona – entre outras coisas – à revelação
de Deus através de Cristo por meio do Espírito Santo e das Escrituras. Sendo assim, um
olhar turvo sobre as bases teológicas compromete totalmente o conceito de adoração.
A teologia neopentecostal trata a maioria dos assuntos como temas totalmente
espirituais. Se a vida financeira vai mal o motivo é a atuação de agentes malignos; se o
casamento está à beira de um colapso a culpa é do inimigo; e assim por diante.
O culto neopentecostal (uma das expressões de adoração corporativa) é
completamente distinto em amplos aspectos das teologias chamadas “tradicionais” e até
mesmo das igrejas pentecostais. A ênfase deste culto está na manifestação da pessoa do
Espírito Santo realizando curas, sinais, milagres, expulsando demônios e enriquecendo
as pessoas. É fato que essa teologia também carrega a herança da manifestação do dom
de línguas como batismo com o Espírito Santo.
Portanto, o que se vê em um culto neopentecostal são manifestações físicas e um
estado de consciência semelhante a um êxtase; uma pregação superficial focada em
prosperidade e na ação maligna na vida do crente. O imbróglio de toda esta situação se
dá porque essas manifestações externas credenciam ou são credenciais dos
adoradores.
Não há uma mensagem redentora, algo que desafie o cristão a uma vida de
santidade por agrado a Deus, mas sim por demonstração de uma santidade externa e
aparente. A adoração passa a ser não revelação da pessoa de Cristo pelo Espírito, mas
uma revelação do indivíduo para os demais.
Certamente a revelação parcial ou errônea das Escrituras impossibilita o cristão
ao acesso às grandes verdades sobre Cristo, sua obra e o papel completo do Espírito
Santo. O Espírito de Deus é muito mais do que gerador de milagres, curas e sinais. Ele é
o próprio Deus vivendo na vida do cristão. Quando se é privado desta ideia toda a vida

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de adoração é comprometida. A palavra nos diz que o Pai procura adoradores que O
adore Pai em espírito, ou seja, pela comunicação de Deus em nosso espírito; algo que
apenas pelo mecanismo espiritual pode ser discernido. E termina dizendo que o pai
procura adoradores em verdade. Essa verdade é o Cristo revelado; morto, sofrido e o
cordeiro que parecia estar morto! Mas esta revelação é completa. O mesmo Cristo que
morreu ressuscitou e atestou sua verdade através da Cruz. Apenas quem conhece toda
revelação da Escritura pelo Espírito pode se tornar um adorador “em verdade”. Quem vê
o Pai vê o filho; Se a minha palavra estiver em vocês e vocês permanecerem em
mim...Sem a revelação completa da pessoa de Cristo é impossível se viver uma vida de
adoração.
Adoração não se resume a conceitos externos e manifestações físicas. Ele nos
amou primeiro e é por isso que manifestamos seu amor em inúmeras facetas. A Bíblia, a
razão, a tradição e a experiência – respectivamente – nos colocam no trilho.

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BIBLIOGRAFIA

Dicionário do Aurélio Online. 2018. https://dicionariodoaurelio.com/louvor

http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/o-culto-no-novo-
testamento/

ZSCHECH, Darlene. Adoração Extravagante / Tradutora Lenita Ananias do


Nascimento. – Belo Horizonte: Editora Atos, 2003.

CAMPOS, Adhemar de Adoração, um Estilo de vida. São Paulo: editora Fôlego,


2005.

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância:


Temas Atuais em Teologia. Elton Vinicius Sadao Tada. Maringá - PR, 2015. 106 p.

HARPER, Steve. Manual, a vida devocional da tradição Wesleyana / Steve


Harper. Belo Horizonte: Filhos da Graça; São Paulo: no Cenáculo, 2014. 140 p.

Manual 2017-2021, Igreja do Nazareno. Indianapolis, Indiana, E.U.A.

Fundamentos Nazarenos – Quem somos, o que cremos. Igreja do Nazareno,


2105. br.samnaz.org

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