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ÁREA PASTORAL
BASES BÍBLICAS E WESLEYANAS DA ADORAÇÃO
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“Louvor e adoração são uma poderosa expressão de amor que vai muito além as
possibilidades da música... Ultrapassam todas as fronteiras do talento e da capacidade.”
Darlene Zschech
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ENOQUE. (Gn 5.22-24; Hb 11.5, 6). Segundo Russel P. Shedd, em seu livro
Adoração Bíblica), este homem, quase totalmente desconhecido, exemplifica um fator
básico na adoração. "Enoque andou com Deus. " Esta descrição repetida (Gen. 5.22,24)
salienta a comunhão que esse herói gozou com seu Amigo divino. "Andar", na cultura e
língua hebraicas, significa uma conduta fundamentada em temor e amor de Deus.
Andar nos "caminhos" do Senhor expressa a obediência (Sl 18.30; 86.11). Andar com
Deus enfatiza a comunhão; assim se deu com a vida de Enoque, que recebia a revelação
e orava Ele falava com um Ser real, muito especial, não com um fruto da sua
imaginação. Assim, Hebreus o aponta como exemplo de fé no Deus que se faz presente
(11.5,6). Aprendemos também em Hebreus que Enoque agradou a Deus (v.5); mantendo
comunhão através do seu "andar" e, portanto, dando prazer a Deus. Era uma comunhão
agradável para ambas as partes, não a atitude de um indivíduo que tenta impressionar
um político ou um ricaço, visando obter benefícios para si, mas alguém que encontra em
Deus a sua verdadeira realização. "Deus foi para ele ponto de partida, a estrela para
orientar seu destino". Ele era devoto a Deus. Sua devoção estava arraigada na fé ativa.
Exemplificou-a em ação e piedade resultantes de uma profunda gratidão pelo privilégio
de ser amigo íntimo do Soberano que o amava.
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em um relacionamento mais profundo do que qualquer ser humano experimentou. Um
relacionamento que não havia presença do pecado. Já no sentido “limitado” da adoração
– no caso da música no culto – Donald P. Hustad afirma que “a primeira referência
bíblica à experiência musical é uma narrativa de ação de graças dirigida por Moisés e
sua irmã Miriã, depois os israelitas haviam sido libertados dos egípcios”
1.A adoração no Gênesis. Os cultos oferecidos no A.T podem ser considerados
familiares, individual, congregacional ou coletivo. Até a saída do povo do Egito e a
constituição da nação Israel, predominou o culto individual, marcado por encontros ou
revelações especiais de Deus a uma pessoa, culminando na construção de pequenos
altares. Não era adoração formal ou ritualística. A adoração era espontânea e resultante
de uma manifestação divina. O encontro de Deus com o adorador era, na sua maioria,
por iniciativa de Deus e marcado por muita reverencia e amor. Oferta de Abel (Gn. 4: 1
– 7); integridade de Noé (Gn. 6:8 e 9); entrega de Abraão (Gn. 22); obediência e
fidelidade de José (Gn. 39)
2.A adoração na lei mosaica. Moisés escreveu o livro de Deuteronômio com o
propósito de explicar a lei de modo a tornar suas prescrições mais claras para o povo.
Sabendo que não entraria na terra prometida e que sua morte estava próxima, Moises
reafirmou a Aliança de Deus com p povo e usou essa ocasião para enfatizara
importância da obediência ao Senhor. O tema principal é a obediência a Deus. O povo
não devia obedecer apenas por temer o julgamento, mas por entender a misericórdia e a
bondade do Senhor. (Gn. 4:31; 7:12 – 16; 30:3).
1. Substituir o henoteísmo pelo monoteísmo. Isso não 5. Respeitar os pais, que são os representantes de Deus e
envolve a mera crença em Deus, mas, sim, a dedicação a mediadores da família
Deus, em obediência. 6. Respeitar toda a vida humana.
2. A aniquilação da idolatria, a base falsa da espiritualidade, 7. Proteger a família através da conduta sexual correta.
com dedicação correspondente ao único Deus. 8. Cultivar a honestidade com o dinheiro e como
3. Contra toda a profanação, respeitar o sagrado e o divino. perspectiva de vida.
4. Manter um dia especial na imitação do Criador; um tempo 9. O uso correto da língua, evitando enganar e mentir.
para descanso e reflexão. 10. Respeitar as propriedades de outros; a propriedade
privada é um ideal que não pode ser infringido.
ANEXO
Desenvolvimento da teologia e pratica da adoração institucionalizada de Israel.
A adoração no tabernáculo
No Tabernáculo No Templo De Jerusalém Na Sinagoga.
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Três elementos se destacam na adoração do tabernáculo:
1. Instrução (os cerimoniais doutrinavam sobre a justiça e graça de Deus, o
modo de salvação mediante Cristo e a necessidade de santidade do adorador).
2. Oração (praticada pelos sacerdotes em favor do povo, e pelos adoradores que
consagravam suas ofertas e apreendiam, por fé, os benefícios da expiação).
3. Consagração (efetivada especialmente nos holocaustos, sacrifícios e ofertas
pacificas).
Sendo assim, o culto ensinado a Moises possui um caráter imutável. Ainda que a
liturgia seja adaptável a cada cultura e geração, e imprescindível que reflita o
tabernáculo destacando a centralidade de Deus na vida, a comunhão com base na obra
expiatória do Redentor, a exaltação de Deus e o homem em seu lugar devido
(humilhação e dependência) e o aprendizado da vontade divina.
Aspectos fundamentais decorrentes dessas realidades espirituais devem ser
enfatizados: A adoração no tabernáculo, no templo e na sinagoga faz referência ao
Calvário, o chamado ao arrependimento e confissão, a declaração do perdão de pecados,
o reconhecimento de Deus como Criador Soberano, Juiz e Redentor e a resposta do
crente com gratidão e consagração. Ademais, o culto prestado pela igreja deve sempre
espelhar o culto perfeito a Deus no céu.
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que se congregam para ouvir os levitas ou profetas, no período pré-exílico e nas
reuniões em lares durante o exilio (Ez 8.1). A sinagoga é importante para preservar a fé
dos judeus, estabelecendo uma malha de comunhão e devoção dentro e fora do território
palestino.
Sua formatação definitiva se dá no período interbíblico (entre Malaquias e
Mateus). No NT ela é descrita como lugar de adoração sabatina, frequentado pelo
Senhor Jesus (Mc 1.21-28; 3.1-6; 6.2-3; Mt 4.23; Lc 4.15; 16.30-31, 44; 6.6; 13.10; Jo
6.59; 18.20) e pelo apóstolo Paulo (At 13.5; 14.1; 17.1, 10, 17; 18.4, 19). Não há
evidência de qualquer manual litúrgico para suas reuniões. A adoração é despojada,
constituindo-se de oração (especialmente as Dezoito Bênçãos), confissão de fé (o
Shema), louvor (cânticos e recitação de salmos) e instrução bíblica (leitura, explicação e
aplicação da Tora), seguidos de uma benção.
Sabe-se que “pelo fato de os sacrifícios tradicionais só poderem ser feitos no
templo, as ofertas de animais e de cereais [são] substituídas por ‘sacrifícios de louvor e
oração’”. A adoração da sinagoga e uma “liturgia da Palavra”. Nela surge o rabi ou
mestre. Quando possível, “apenas um ou dois cantores solistas cantavam em uma
reunião” e “pode ser que o estilo musical se relacionasse com o da adoração no templo,
embora possivelmente não se usasse nenhum instrumento, visto que eles estavam
associados apenas com os sacrifícios de animais”. Mesmo na adoração judaica moderna,
“o cântico é ainda em grande parte vocal, sem acompanhamento”.
Cristo exemplificou e incentivou a adoracao. Se a essencia da devocao e
obediencia, ele cumpriu plenamente os mandatos criacionais (Rm 5.19; Fp 2.8; Hb 5.8).
Se o centro dos rituais do AT era o sacrificio, ele ofereceu sua propria vida na cruz, no
contexto do pacto da redencao (Hb 7.26-27). Seu nascimento foi cercado por louvor, e
ainda menino e pre-adolescente, ele foi levado ao templo (Lc 1.46-55; 68-79; 2.13-14,
21-24, 41-52).193 Adulto, participou da sinagoga de Nazare e das assembleias solenes
em Jerusalem (Lc 4.16; Jo 2.13; 5.1; 6.4; 7.2, 10; 10.22-23). Quanto a devocao
particular, ele encarnou o que lemos na oracao judaica de Ne’ilah: “Tu escolheste o
homem desde o principio, destinando-o a estar diante de ti”.194 Os Evangelhos
destacam sua vida de oracao (Mt 14.23; Mc 1.35; 6.46; Lc 3.21; 5.16; 6.12; 9.18, 28-29;
11.1; Jo 17.1-26). Os sinoticos registram sua postura de adorador, “prostrando-se” ou
“ajoelhando-se” submisso ao Pai, na suplica do Getsemani (Mt 26.39; Mc 14.35; Lc
22.41). Como afirmou Lloyd-Jones: “Observem a frequencia com que nosso Senhor
orava [...]. A necessidade de oracao e uma prova absoluta de sua genuina
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humanidade”.195 Tanto Mateus quanto Marcos nos informam que, apos a ceia da
Pascoa, ele cantou um hino (Mt 26.30; Mc 14.26).
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3.A adoração nas Cartas Paulinas.
Vestígios de suas liturgias podem ser encontrados nas epistolas de Paulo; trechos
de hinos (Fp 2.6-11; Cl 1.15-20; 1Tm 3.16), louvores breves (1Co 1.20-21; Ef
4.4-6) e preces (a expressão Maranata, “Maranata”, significando “nosso Senhor vem”,
em 1Co 16.22). Por meio de Cristo, os crentes foram feitos reino de sacerdotes e
santuário do Espirito Santo (1Pe 2.9; Ap 1.6; Jo 7.38-39; Rm 8.9-11; 1Co 3.16; 6.19;
2Co 6.16; Gl 3.2; Ef 1.13-14). Sendo assim, eles podiam contemplar, “como por
espelho, a gloria do Senhor” e ser “transformados, de glória em glória, na sua própria
imagem, como pelo Senhor, o Espirito” (2Co 3.18). Ademais, tornou-se possível servir
na adoração com os dons espirituais, de maneira amorosa, retomando a ordem da
criação (1Pe 4.10; 1Co 12.1—14.40; 1Tm 2.8-15).
E o apóstolo Paulo instruiu os crentes de Colossos a ensinarem e aconselharem
uns aos outros com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso
coração. (Cl 3.16).
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nossos pecados. Um único sacrifício, uma única oferta, aperfeiçoou para sempre os que
são santificados.
Na visão de João podemos observar um ambiente de louvor oferecido ao
Cordeiro de Deus, santo, perfeito, maravilhoso e incomparável. Seu sacrifício e morte O
tornaram digno de ser adorado.
Adoração Significativa
Uma Chamada à Adoração - Salmos 95:1-7a
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Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus. Deus tornou pecado por nós aquele
que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:20-
21).
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semanalmente para adoração. Nunca devemos estar satisfeitos com a rotina normal de
um encontro habitual.
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Estas sete orientações foram impressas no “Anexo de Hinos Seletos com
Melodias” (Select Hymns with Tunes Annext, 1761) e demonstram qual deve ser o
interesse e o modo de cantar de uma congregação.
Essas orientações, em resumo, eram as seguintes:
1) aprenda bem as melodias, 2) cante-as exatamente como estão escritas; 3)
cante tudo (não pare no meio do canto); 4) cante entusiasticamente; 5) cante
modestamente; 6) cante no tempo (não atrase nem se adiante ao canto dos demais); 7)
cante espiritualmente.
Na Geórgia, John Wesley não só iniciou seus 50 anos de editor de textos e
hinários, mas também, seu interesse e prática do canto congregacional, fez com que
introduzisse um novo princípio na prática do culto: “cantar o que prega e pregar o que
se canta”. É esse o princípio norteador da música litúrgica. Por isso John Wesley
interessou-se em colecionar melodias cantáveis e, ainda na Geórgia, começou a publicá-
las.
Seu primeiro livro de melodias data de 1742 (Foundery Collection) e seu último,
de 1780 (Sacred Harmony). Seu trabalho foi desafiado pela enorme produção de seu
irmão Carlos Wesley, que possivelmente escreveu cerca de 6500 cânticos (alguns
autores afirmam serem cerca de 9000). As melodias dessas coleções eram tão variadas
quanto às métricas de Carlos Wesley. Algumas eram melodias inspiradas ou adaptadas
de cantos folclóricos, melodias provenientes de óperas italianas ou cantatas, tanto
religiosas como seculares. Na prática do culto metodista, essas melodias tinham
acompanhamento instrumental variado: solo acompanhado de viola e basso (baixo)
contínuo, ou cravo. Também, na prática, surge a figura do líder do canto
congregacional, que ensinava e dirigia os cantos.
(*) A hinódia wesleyana, principalmente os hinos de Carlos Wesley, é bastante
ampla. Um sumário de temas abordados nesta hinódia incluiria: a graça preveniente,
justificadora, santificadora e perfeita de Deus. Temas como convite à conversão,
arrependimento, perdão, segurança, novo nascimento, santidade pessoal, santidade
social. Hinos sobre a Igreja: unidade e comunhão e santa ceia; além de hinos
apropriados às estações do ano cristão, como Natal e Páscoa. A hinódia wesleyana
produziu tanto os chamados hinos evangelísticos como hinos de caráter mais devocional
ou introspectivo que narram a experiência cristã da conversão e do caminho da
perfeição cristã. Alguns chegam mesmo a ser expressões comoventes e, para alguns
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estudiosos, exageradas, isto é, expressões do ser humano maravilhado diante do amor
divino.
A substância da teologia wesleyana não se fundamenta em uma ordem
sistemática de crença, mas essencialmente nas 64 coleções que os irmãos Wesley
publicaram entre 1738 e 1785.
Muitos poemas de Carlos Wesley falam de problemas que a humanidade tem
sofrido constantemente. Eis como se inicia um de seus poemas que descreve o horror da
guerra e que, ao final, aponta para o triunfo do Reino de Deus: “Lamentamos ver, agora,
nossa Terra” (Our Earth we now lament to see): Lamentamos ver, agora, nossa Terra
com torrentes de maldade; com violência, erro e crueldade; um campo de sangue que se
expande, onde pessoas diabólicas se devoram em toda a infernal fúria da guerra.
Infelizmente, muito pouco da poesia wesleyana foi traduzida para o português.
Precisamos conhecer mais esses textos que nos surpreendem pela atualidade, pois além
dos temas clássicos da teologia, nos falam de nossa responsabilidade social, inclusive
com a ecologia.
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Em nossos dias, o princípio deve ser o mesmo. Devemos dizer e agir de acordo
com aquilo que faz sentido para nosso povo. É triste notar que muitas vezes a cerimônia
da santa ceia, por exemplo, é dotada de tamanho garbo e pompa que chega a intimidar
as pessoas pobres e simples das comunidades. Mais triste ainda é perceber que na
América Latina em geral, são os pobres quem compõem o corpo de Cristo nas diversas
comunidades cristãs, e mais do que isso, no cotidiano da experiência cristã.
O cristianismo possui em toda sua história uma relação direta com as
festividades. Algumas vêm da tradição judaica, outras foram sendo introduzidas de
acordo com a ocidentalização da religião cristã. Entretanto, em nossos dias, por conta da
secularização, existem comunidades que simplesmente repetem seus ritos diariamente
durante todo o ano. Não há um calendário litúrgico. A teologia do culto nos mostra que
enquanto cristãos, devemos procurar a melhor forma de celebrarmos nossas datas
especiais, que são de propriedade de nossa identidade cristã. Não devemos nos
distanciar da festa de pentecostes, da celebração pascal ou do natal cristão. Não nos
basta trocarmos o texto básico da mensagem para acompanhar tais datas. Devemos fazê-
las vivas em nossas comunidades.
Não podemos nos render ao mundo no sentido paulino, ou seja, a meras
tentações consumistas. A teologia do culto não propõe esse tipo de desvio. O que se
propõe é que as obras do espírito sejam adornadas e propagadas de acordo com toda a
beleza que a vida nesse mundo nos proporciona. Toda a criação louva ao Senhor, e nós
devemos louvá-lo de acordo com ela. Temos cantos, cores, vidas e testemunhos. Não
precisamos de roupas de marca ou carros de luxo. O louvor sincero exprime a mais bela
liturgia, pois nele o corpo de Cristo se fortalece. Os louvores artificiais geram liturgias
artificiais e não fortalecem nada além do mundo da moda e das marcas.
Referente à música e a religião, elas estão lado a lado não apenas no
cristianismo, mas em diversas culturas ao redor do mundo. Sem a música, nossos dias
seriam mais tediosos e certamente encontraríamos dificuldade para expressar nossos
anseios de louvor. Mas, hoje, muitos confundem música com louvor e adoração. A
teologia do culto sabe discernir bem tais elementos. Louvor e adoração estão na vida do
cristão. A música é um meio para que se atinja tal fim, ela por si só nada pode.
O poder da música junto ao ser humano é conhecido. Não é esse poder que se
deve trazer para o culto cristão. A música pode fazer sorrir ou chorar, mas o templo não
é um laboratório de experimento. A música serve para expressar aquilo que já está no
coração e na vida da pessoa.
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Por outro lado, não é pelo fato da música ser cantada com sinceridade que ela se
torna bonita. O que a teologia do culto propõe é que a beleza da sinceridade do coração
do cristão deve soar de maneira uníssona com a beleza da canção. A canção, além de ser
de alegria, pode ser de contrição e sofrimento. Os salmos bíblicos são ótimos exemplos
As letras, as notas, os ritmos e as temáticas das canções podem variar de acordo
com a ocasião e com a comunidade, bem como podem variar de acordo com a geração.
A música entoada no culto cristão não pode ser o portfólio de uma gravadora ou de um
cantor religioso. Ela deve fazer referência à comunidade e ao seu modo de cantar
músicas em culto.
Também nos enganamos se acreditarmos que o espaço reservado à música no
culto é um show no qual as celebridades da comunidade mostram seus talentos. Os
talentosos são substituíveis, o bem-estar da comunidade e o agrado a Deus não.
O cristão em sua relação com a música não precisa ter preconceito. Seguro do
caminho que anda e firme em seu fundamento, pode conhecer vários estilos musicais e
transformá-los em objetos de edificação de sua espiritualidade cristã.
Assim também, a teologia da arquitetura precisa ser observada. Na origem do
cristianismo como religião estatal, foram herdadas imagens arquitetônicas provindas do
império. Todavia, com o passar dos tempos e o protagonismo no cristianismo em
diferentes países e regiões, foram feitas adaptações culturais.
Hoje há uma adaptação suprema a ser feita. Vivemos em um mundo onde todas
as pessoas podem participar de nichos fechados, bastante específicos, mas tendo como
pano de fundo uma secularização crescente. Além da construção do templo
propriamente dito, a organização de seu interior, bem como os arranjos para datas
festivas e calendário litúrgico devem ser olhados com atenção, pois todo o ambiente
pertence a um fim comum: Comunhão E Adoração.
Toda a natureza evoca as belezas do amor infinito do Pai por nós. Nela, muitos
elementos sacros podem ser encontrados, e eles podem fazer parte de nossos atos de
louvor e adoração. Esses elementos podem ser adequados à realidade de nosso povo,
que os pastores e pastoras precisam conhecer bem. É diferente a linguagem que se usa
para uma comunidade urbana daquela que se usa para a comunidade rural. Esse cuidado
nunca deve deixar de ser tomado.
“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das
suas mãos”. Sl. 19.1
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B. Consequências do Neopentecostalismo na Adoração.
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de adoração é comprometida. A palavra nos diz que o Pai procura adoradores que O
adore Pai em espírito, ou seja, pela comunicação de Deus em nosso espírito; algo que
apenas pelo mecanismo espiritual pode ser discernido. E termina dizendo que o pai
procura adoradores em verdade. Essa verdade é o Cristo revelado; morto, sofrido e o
cordeiro que parecia estar morto! Mas esta revelação é completa. O mesmo Cristo que
morreu ressuscitou e atestou sua verdade através da Cruz. Apenas quem conhece toda
revelação da Escritura pelo Espírito pode se tornar um adorador “em verdade”. Quem vê
o Pai vê o filho; Se a minha palavra estiver em vocês e vocês permanecerem em
mim...Sem a revelação completa da pessoa de Cristo é impossível se viver uma vida de
adoração.
Adoração não se resume a conceitos externos e manifestações físicas. Ele nos
amou primeiro e é por isso que manifestamos seu amor em inúmeras facetas. A Bíblia, a
razão, a tradição e a experiência – respectivamente – nos colocam no trilho.
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BIBLIOGRAFIA
http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/o-culto-no-novo-
testamento/
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