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Condução de Motocicletas no Brasil

Participação:

Christopher Rufino Monteiro


Daniela Gurgel
Jorge Tiago Bastos
Renato Campestrini

Diretoria:

José Aurelio Ramalho

Diagramação:

Gabriel Cestari
Vitor Sayão

Realização:

Observatório Nacional de Segurança Viária


Universidade Federal do Paraná – Departamento de Transportes
Grupo de Estudos em Transportes – GET UFPR
Alcance Engenharia Júnior

1ª Edição

Indaiatuba - São Paulo, Outubro de 2017

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Palavra do OBSERVATÓRIO
Olhar atento aos dados que a cientização da importância da tragédias causadas pelos aci-
mobilidade urbana apresen- CHN (Carteira Nacional de ha- dentes de trânsito e dos altos
ta em nosso país faz parte da bilitação) é ainda mais urgente. custos e hospitais lotados em
missão do OBSERVATÓRIO Na- Se a falta de pavimentação, si- decorrência dos mesmos, não
cional de Segurança Viária des- nalização, conservação de ruas cobram uma atitude correta e
de sua criação. O estudo aqui e estradas é uma preocupação digna de quem está mais próxi-
apresentado confirma o que já a mais, estar em cima de uma mo?
era comentado nos ambientes motocicleta diariamente sem
de especialistas de trânsito: o ter recebido os conceitos bási- Para o Observatório todas al-
grande número de motociclis- cos dos CFCs é humanamente ternativas acima estão corretas
tas dirigindo sem Carteira de desrespeitoso a toda socieda- e devem ser atacadas com a
Habilitação. Esse trabalho con- de. mesma intensidade.
tou com o apoio técnico da
UFPR (Universidade Federal do Quando pais, responsáveis ou Boa leitura!
Paraná). O resultado é o que o autoridades admitem conviver
leitor verá a seguir: a maioria com amigos, familiares ou co-
dos Estados do país tem mais legas que dirigem ou pilotam
motocicletas do que motoci- sem estar devidamente Habili-
clistas habilitados, o que indicatado para tal fim, nós compac-
uma grande probabilidade de tuamos com o errado, o ilegal.
termos motociclistas não habi- Mas, além disso, toda socie-
litados transitando pelas vias. dade paga o alto preço que o
acidente de trânsito cobra dos
Na maioria dos Estados das re- irresponsáveis. E a consequên-
giões Norte e Nordeste temos cia dessa irresponsabilidade é
seis motociclistas Habilitados de todos nós, cidadãos brasilei-
para cada dez motocicletas ros que não exigimos do outro
emplacadas, ou seja 40 % dos uma postura digna, correta, ci-
condutores de motocicletas dadã para com a comunidade
pilotam sem passar por um onde está inserido.
CFCs (Centro de Formação de
Condutores - autoescola). Com Esperamos que, num breve
José Aurelio Ramalho
isso, não é de se estranhar que tempo, não só autoridades li-
Diretor-presidente
essas regiões do país apresen- gadas ao assunto, mas que a
OBSERVATÓRIO Nacional de
tem dados alarmantes e estar- exigência venha dos que estão
Segurança Viária
recedores de motociclistas e mais próximos, dos que estão
garupas mortos ou sequelados, diretamente ligados ao trans-
devido a acidentes, levando al- gressor. Precisamos ser mais ri-
guns hospitais de emergência a gorosos com os nossos pares e
ter mais de 90% de seus leitos, não admitir tal comportamen-
ocupados por essas vítimas en- to.
volvendo motocicletas.
Com tudo isso, perguntarmos:
Somente nos Estados de São de quem é a responsabilidade
Paulo, Santa Catarina e Distrito do cidadão em pilotar motoci-
Federal é que temos 12 Habi- cletas sem habilitação?
litações para cada motocicleta
emplacada. 1. Da falta de fiscalização
dos órgãos públicos?
Não podemos fechar os olhos
para a fiscalização, que nessas 2. Da aceitação da socie-
regiões é urgente e necessária, dade, das famílias, dos amigos
mas antes de mais nada, a cons- que, mesmo diante as inúmeras

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CONDUÇÃO DE MOTOCICLETAS NO BRASIL

O
processo de cresci- Os benefícios associados ao
mento e de certa es- crescimento econômico e o
tabilidade econômica aumento da motorização (ver
experimentado no Bra- Gráfico 2) no país são indiscu-
sil a partir de meados da década tíveis, pois manifestam melho-
de 1990 favoreceu o crescimen-
to da frota de veículos no país. rias na qualidade de vida da
A frota de automóveis quintu- população.
plicou entre 2000 e 2017 e a
frota de motocicleta aumentou
em mais de 13 vezes, conforme
indicado no Gráfico 1.

GRÁFICO 1
Frota de motocicletas no Brasil - 2000 a 2017

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GRÁFICO 2
Evolução da motorização no Brasil

No entanto, o crescimento da condutor e de uma oferta de


motorização está associado infraestrutura viária de quali-
também a alguns impactos ne- dade, pode gerar resultados
gativos. Nesse sentido, os aci- bastante negativos. No Brasil,
dentes de trânsito podem ser as estatísticas oficias mais re-
tratados como um dos prin- centes indicam que morreram
cipais problemas decorrentes. no ano de 2015 no país 38.651
O aumento da motorização, pessoas em razão de acidentes
quando não acompanhado de de trânsito (ver Gráfico 3).
medidas que qualifiquem o

GRÁFICO 3
Evolução do número de mortes no trânsito

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No tocante à qualificação dos categoria e a frota correspon- 2 Para efeitos desse estudo, foram considerados
condutores – um dos fatores de seria um indicador da pro- apenas como condutores habituais de motocicleta
aqueles com habitação do tipo A e AB. Os demais
humanos determinantes para o porção de condutores aptos à tipos, como por exemplo, os condutores com
risco de envolvimento em aci- exerceram uma direção segura. habilitação do tipo AE, foram considerados como
usuários não habituais de motocicleta.
dentes – é possível obter um O mapa temático a seguir mos-
panorama no país por meio tra a relação:
da análise da quantidade de
condutores habilitados, admi- (Número de condutores habilitados na categoria A e AB)
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tindo-se os procedimentos de
formação do condutor como (Frota de motocicletas)
adequados para a garantia de
comportamentos seguros no
trânsito. Dessa forma, a relação
entre o número de condutores
habilitados em determinada

MAPA TEMÁTICO 1
Probabilidade de condução de motocicleta sem habilitação

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As relações utilizadas indicam a de motocicletas está muito su-
proporção de condutores habi- perior se comparada à quanti-
litados a conduzir motocicleta dade de condutores habilitados
em relação a frota total de mo- na categoria A. Tal fato seria um
tocicletas. A partir disso, con- indicativo de que existem con-
siderando-se um cenário ideal, dutores de motocicletas não
o valor esperado seria em tor- habilitados circulando pelas
no de 1(uma) unidade – cada vias, o que representa um gran-
veículo associado a um con- de risco à segurança viária.
dutor habilitado na respectiva
categoria. Valores abaixo disso Observando o mapa temáti-
indicam que a população, em co 1, verifica-se que as regiões
geral, possui frota maior que o Norte e Nordeste são as que
número de condutores habili- apresentam as maiores proba-
tados, sendo isso um indicativo bilidades de condução de veí-
de direção sem habilitação. Por culos sem habilitação, sendo
outro lado, valores acima de assim estas regiões as que pre-
1(uma) unidade indicariam nú- cisam de maior atenção e des-
mero de habilitados maior do tinação de ações de fiscalização
que a frota de veículos, cenário para reverter tal quadro, que se
este favorável a segurança viá- encontra em situação crítica.
ria, pois para todos os veículos
haveria, em tese, pelo menos É provável que o baixo índice
um condutor habilitado. de condutores habilitados, as-
sociado a outros fatores de ris-
De acordo com o apresentado co de acidentes (por exemplo,
no mapa temático 1, percebe- manutenção da frota, condi-
-se que a maior probabilidade ções das vias etc.), resulte em
de condução sem habilitação elevadas taxas de mortalidade
está relacionada as motocicle- no trânsito. O mapa temático 2
tas. No que se refere à atual mostra a seguinte taxa de mor-
situação de condução de mo- talidade: (Número de mortes
tocicletas no Brasil, o cenário de ocupantes de motocicletas)/
encontra-se muito inferior ao Frota de motocicletas (mor-
esperado, indicando que a frota tes/10 mil motocicletas).

MAPA TEMÁTICO 2
Taxa de mortalidade de motociclistas por 10 mil motociclistas

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Em geral, observa-se que nos • Fiscalização de motociclistas
locais com maior probabilidade – melhorar a forma e o sistema
de condução de motocicletas de fiscalização para identificar
sem habilitação, são também condutores não habilitados em
observadas as piores taxas de trânsito.
mortalidade no trânsito, sendo
os estados do Maranhão, Piauí • Recomendações para a fa-
e Sergipe os que se encontram bricação de motocicletas mais
no pior cenário, tanto no que se seguras;
refere ao número de prováveis
condutores de motocicletas • Programas de incentivo a
não habilitados quanto às taxas utilização de equipamentos e
de mortalidade no trânsito. vestuários de segurança aos
condutores de motocicletas;
Tendo em vista essas infor-
mações e considerando que • Melhorias no processo de
a segurança viária no país en- formação de condutores da ca-
contrasse seriamente compro- tegoria A, visto que na atuali-
metida em grande parte do ter- dade não inclui condições reais
ritório, em especial nas regiões de condução. Tal fato pode não
Norte e Nordeste, algumas me- preparar os condutores para o
didas de mitigação do proble- trânsito do dia-a-dia, levando
ma podem ser desenvolvidas estes a responderem de forma
baseadas nessa análise. Dentre inadequada no trânsito quan-
as recomendações, que abran- do em situações adversas;
gem diferentes aspectos do
problema, merecem destaque • Melhoria do transporte pú-
especial: blico urbano, evitando desta
forma a migração do modal
• Aperfeiçoamento da legis- ônibus – veículo mais seguro
lação vigente – exigência de – para a motocicleta – veículo
documento de habilitação menos seguro).
para compra de motocicletas,
visando inibir o aumento do
número de condutores sem
habilitação;

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Apoio Técnico

Realização

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