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Dezembro/2018
Resumo
O marketing voltado ao público LGBT+ vem ganhando força entre as grandes marcas do Brasil
e do mundo. Seja com vistas ao alto poder aquisitivo desse nicho de mercado ou buscando
desenvolver uma identidade de marca inclusiva, o certo é que empresas não mais ignoram a
importância desse grupo. Mas como acontece a inserção dos LGBT+ nas ações de marketing
no Brasil? O marketing, notadamente a publicidade em veículos de comunicação em massa, de
fato dialoga com o público de maneira coerente, sem estereótipos que reforçam a
heteronormatividade? A representatividade LGBT+ nas peças publicitárias beneficia as marcas
em território nacional? Para responder às questões, o presente artigo se propõe a realizar uma
pesquisa bibliográfica, com base em autores que discutem e analisam o assunto no Brasil, tais
como Baggio (2009), Rodrigues (2014 e 2015), Leal (2016), Nunan (2015) e outros. Com o
estudo, conclui-se que, no Brasil, as marcas ainda encontram resistência de um público
heteronormativo conservador. Por isso, ainda dialogam e representam os LGBT+ em suas peças
de forma tímida. Mas, aquelas empresas que se propõem a de fato se engajar com o público
LGBT+ têm um elevado valor de marca.
1. Introdução
Apesar de ser um país com elevadíssimo índice de morte de pessoas LGBT+ (Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis, Transsexuais, Transgêneros e outras orientações sexuais e
manifestações de gênero que se afastam do normativo heterossexual cisgênero), uma a cada 19
horas, totalizando 445 mortos no último ano – 387 assassinatos e 58 suicídios –, de acordo com
o Relatório 2017 do Grupo Gay da Bahia (2018), o Brasil também é o dono da maior
manifestação de orgulho LGBT+ do mundo, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.
Em 2017, o evento chegou à 21ª edição com cerca de 3 milhões de pessoas reunidas. No
ano, as marcas Uber, Doritos e Skol patrocinaram a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo e
reverteram 100% ou parte do lucro obtido com vendas de edições limitadas de seus produtos –
no caso da Doritos e da Skol – ao projeto Casa 1, que abriga pessoas LGBT+ em situação
vulnerável (PARAIZO, 2017).
Para Nery (2005:12), patrocinar eventos como a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo
é uma forma eficiente de se criar uma imagem positiva da marca entre o público do evento
patrocinado, fortalecendo laços que podem contribuir, e muito, para favorecer a marca nos
processos de decisões de compra dos potenciais consumidores impactados – muitos, no caso do
evento citado. "São anúncios voltados não para a venda de determinado produto, mas sim para
a promoção da imagem institucional da firma produtora” (NERY, 2005:12).
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
Marketing LGBT+ no Brasil: inclusão e representatividade não estereotipada na publicidade de
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Se, nos anos 80 e 90, a exposição do tema acontecia quase sempre associada às
campanhas de prevenção à AIDS e às doenças sexualmente transmissíveis, ao longo
do início deste novo século, a população homossexual vem sendo considerada, na
visão empresarial, como um nicho de mercado que não pode mais ser desprezado,
tanto por seu dimensionamento quantitativo como qualitativo. (LEAL, 2016:15)
Para Baggio (2009:2), as empresas têm motivos concretos para não desprezar o
consumidor LGBT+, que representa o que o mercado publicitário costuma considerar como
público qualificado e com grande potencial de consumo. Para a autora, o potencial de vendas
para esse público não é o único, mas talvez um dos principais motivos pelos quais há a inserção
dos LGBT+ nas peças publicitárias.
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A crescente presença de anúncios publicitários com temática homossexual masculina
no Brasil reflete não somente aspectos da sociedade – maior elasticidade nas relações
sociais e menor tolerância ao preconceito, mas também econômicos. Em um cenário
de saturação dos mercados em que já atuam, as marcas começam a buscar formas de
ampliar o seu público-alvo (e consequentemente as vendas), incluindo aí os
homossexuais, antes ignorados como targets. (BAGGIO, 2009:1)
Mesmo assim, “as campanhas publicitárias dirigidas ao público homossexual ainda não
são proporcionais à sua representatividade” (BAGGIO, 2009:2). Para a autora, a maior parte
das veiculações dirigidas aos LGBT+ acontece em publicações dirigidas. De acordo com
Baggio (2009:2), “empresas de produtos e serviços não específicos têm um certo medo da
reação do público heterossexual em relação às campanhas que dirigem ao público homossexual,
por isso evitam inseri-las em mídia de interesse geral”.
O receio da inserção de pessoas LGBT+ na publicidade veiculada em mídias de massa
por parte das marcas é reforçado por Leal (2016:111), quando afirma que
Por outro lado, Baggio (2009:2) destaca que é possível perceber a presença de temática
homossexual, mesmo que não explicitamente, em peças publicitárias que não são dirigidas ao
público LGBT+. Nesses casos, o objetivo é transmitir conceitos como diversidade e
modernidade – grandemente valorizados na atualidade –, ou trabalhar com o humor.
Assim, percebe-se que o público LGBT+ acompanha o que é tornado público sobre si
pelas marcas, buscando ser tratado com naturalidade, fugindo de estereótipos, através dos quais
é representado há anos pela mídia brasileira, como afirma Baggio (2009:6): “A participação do
homossexual ‘normal’ na mídia de massa é recente, mas a caricatura gay que serve de piada na
maioria dos programas humorísticos da televisão brasileira já vem de tempos”.
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informação, expositora de valores e detentora de forte apelo estético que pode estimular
modismos". Rodrigues e Zanin (2014:101) concordam, afirmando que a publicidade pode ser
vista como um mediadora cultural que chega a se apropriar, negociar e formar opiniões por
meio de um discurso que é tornado público de forma massiva.
Assim, pode-se considerar que, atualmente, por sua competência de mediadora cultural
e social, provocar a preferência por marcas ou promover a venda de produtos é apenas um dos
deveres da publicidade. Para além do caráter econômico, mas por seu caráter social, a
publicidade deve estar atenta à harmonização e equivalência de representações sociais das
diversidades sexuais, considerando o espaço privilegiado de significação que ocupa
(RODRIGUES; ZANIN, 2014:106).
Além disso, se faz importante ressaltar que, como apontam Mozdzenski e Silva
(2016:6), a publicidade tem o potencial de impactar não apenas aqueles a que se pretende
alcançar – seus consumidores –, mas também o público em geral, em razão da onipresença das
propagandas na atualidade. “Seja em outdoors, em revistas, na TV ou pululando em sites e nas
nossas redes sociais, a publicidade ocupa um lugar privilegiado na nossa sociedade cada vez
mais semiotizada, constituindo um influente sistema de representações de grande visibilidade
e repercussão.” (MOZDZENSKI; SILVA, 2016:6)
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O estereótipo, como explica Nunan (2015), é uma forma de simplificar e agilizar nossa
visão de mundo, julgando pessoas ou situações em categorias.
Como deixam claro Mozdzenski e Silva (2016:5), a mídia brasileira, de maneira geral,
potencializa discursos reguladores, o que não apenas valida, mas intensifica estereótipos acerca
de membros da comunidade LGBT+. Em outra mão, a mesma mídia também pode ser uma
aliada dos movimentos sociais, ao exibir representações positivas de pessoas LGBT+ inseridos
na sociedade de maneira natural e menos caricata.
Ainda de acordo com Mozdzenski e Silva (2016:6), relações de poder são reproduzidas
nas narrativas publicitárias sob a forma de valor simbólico de um bem ou serviço. “Nessas
relações de poder, encontram-se em disputa diferentes vozes sociais, que lutam para mostrar –
e, eventualmente, impor – à audiência um certo estilo de vida, um padrão de consumo de
prestígio, um comportamento sancionado/admirado pela coletividade, etc.” (MOZDZENSKI;
SILVA, 2016:6).
Neste sentido, grupos de poder podem operar, por meio do discurso publicitário, com o
propósito de influenciar a publicização de certas representações sociais em detrimento de
outras, de maneira a reforçar as relações de poder heteronormativas. Esse reforço é
absolutamente negativo para a comunidade LGBT+, uma vez que as representações inclusivas
de gênero e sexualidades nas narrativas publicitárias, como lembram Mozdzenski e Silva
(2016:12), “são fundamentais para proporcionar visibilidade e a construção identitária dessas
minorias”. Para Nunan (2015), a presença de modelos positivos na mídia, que ultrapassem os
estereótipos, constitui um caminho importante para a legitimação dos LGBT+.
Em seu trabalho, Marmitt e Santos (2017) se propuseram a investigar como o público
composto por lésbicas, gays e bissexuais se percebe diante das representações das
homossexualidades nos comerciais veiculados na TV aberta brasileira. Para isso, com grupo
focal formado por sete gays, duas lésbicas e dois bissexuais, discutiram três peças publicitárias
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exibidas no Brasil e dividiram-nas nas categorias “Me representa”, que abarca os comerciais
em que o grupo se sentiu mais representado, uma vez que apresentam personagens que fogem
dos estereótipos e tratam do assunto de forma natural; e “Não me representa”, categoria que
inclui o comercial pelo qual o grupo não se sentiu representado, por reforçar estereótipos e se
distanciar da realidade.
Com o exercício, foi possível perceber que os comerciais veiculados na TV aberta
brasileira ainda “precisam negociar entre as possibilidades de representação em um meio de
comunicação conservador e o desejo de uma minoria importante que espera ser representada
com toda sua pluralidade e longe de estereótipos” (MARMITT; SANTOS, 2017:13).
De acordo com os autores, mesmo não representando toda a pluralidade da comunidade
LGBT+, os comerciais são apreciados por seu potencial de contribuir com a discussão sobre o
tema. Entretanto, o grupo focal destaca que as representações ainda são reguladas por uma
lógica heteronormativa, que prioriza, entre outros, representações de gays e lésbicas de acordo
com os padrões de gênero (leia-se gays masculinos e lésbicas femininas).
Carvalho e Rodrigues (2015) chegaram a conclusão semelhante. Analisando a
representação LGBT+ em 70 comerciais veiculados na televisão brasileira desde a década de
1970, os autores dividiram as peças analisadas em duas categorias de representação:
“estereotipados” e “desconstrucionistas”. Como explicam os autores,
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Então, o que tem levado a publicidade a inserir personagens LGBT+ em suas peças?
Além do já citado mercado consumidor de interesse, as empresas também buscam agregar valor
às marcas. Como explicam Keller e Kotler (2007:34), fazer marketing significa, no fim,
satisfazer às necessidades e aos desejos dos consumidores.
Assim, podemos afirmar que, atualmente, os produtos físicos não são mais o principal
foco das publicidades de massa. Mais do que vender um bem físico, que se perde na competição
de mercado, marcas se preocupam em vender ideias, bens intangíveis. Como bem explicita
Nery (2005:19), o consumidor da atualidade é, a todo instante, chamado a pensar, comparar e
escolher, na imensa série de objetos à disposição, aquele que melhor se adapta a seus gostos e
suas necessidades. "É na medida em que todo um leque de opções lhe é oferecido que o
consumidor ultrapassa a estrita necessidade de compra e vai além” (NERY, 2005:19).
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
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As marcas se tornaram o bem principal. São elas – e o que elas representam – que
diferenciam um produto do outro, no atual mercado. Como explica Leal,
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do produto e faz parte da identidade do consumidor de forma mais íntima: alinha-se
aos seus valores e ideais pessoais. (ALBUQUERQUE et al, 2017:8)
Aqui, faz-se necessário destacar que, mais do que se adequar às demandas sociais
vigentes, de maneira a acompanhar a evolução de seu público consumidor; ou inserir
personagens LGBT+ em suas peças publicitárias, agregando valor à marca, empresas devem
assumir compromisso genuíno em promover discussões que favoreçam a igualdade e dar um
passo adiante (PARAIZO, 2017).
Como afirma Renato Vitergo, integrante da diretoria da Associação da Parada do
Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT), em depoimento a Paraizo (2017), “somos muitos e
estamos em várias profissões. A partir do momento em que as pessoas passam a viver
abertamente sua orientação sexual, inclusive, em seu ambiente profissional, as empresas têm
de se adaptar a esse movimento de inclusão, que é global”. Ainda de acordo com Vitergo,
algumas empresas pegam carona na postura séria de outras apenas para fazer marketing, mas,
internamente, “não incluem as discussões como prioridade no negócio” (PARAIZO, 2017).
Bezerra e Mulatinho (2016:14) corroboram com Vertigo, ao afirmarem que identificar
se o compromisso com a diversidade é o real posicionamento de uma marca, e não uma simples
estratégia de marketing, depende muito mais da própria empresa, que deve mostrar em sua
cultura empresarial que é inclusiva e respeita os direitos de todos, do que da publicidade que
ela veicula.
Citado por Barifouse e Costas (2015), Luis Grottera, da Rosenberg Consultioria de
Branding, afirma que uma companhia precisa se engajar profundamente com a causa LGBT+,
para além de questões de marketing, ou corre o risco de ser identificada como oportunista.
A empresa precisa ser consistente em suas práticas e valores para que não fique
parecendo que está usando uma polêmica só para ganhar exposição. A empresa
precisa ser consistente em suas práticas e valores para que não fique parecendo que
está usando uma polêmica só para ganhar exposição. (GROTTERA apud
BARIFOUSE; COSTAS, 2015)
Por isso, Domingues, Matos e Paula (2017:10) afirmam que “é fundamental que as
empresas percebam a necessidade em trabalhar os conceitos de coerência e consistência de
posicionamento de marca”. Só assim, o público LGBT+ se identificará plenamente com a marca
e passará a consumi-la não apenas por seus produtos, mas por tudo o que representa: uma grande
aliada na luta pelo respeito à diversidade.
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5. Conclusão
Assim, podemos concluir que, apesar de seu alto valor enquanto público consumidor
para o mercado brasileiro e mundial – seja pelo alto poder aquisitivo, grau de instrução, por sua
fidelidade ou outros – o público LGBT+ no Brasil apenas começou a ser abraçado, e com certa
resistência, por grandes empresas, em ações de marketing não segmentadas – notadamente a
publicidade veiculada na TV aberta.
Esse mesmo público, que pode representar modernidade, tolerância e respeito à
diversidade, enquanto valores para as marcas, também pode significar uma ameaça, no âmbito
das publicidades não segmentadas, quando considerado que o Brasil é um país estruturalmente
LGBTfóbico, vide alto índice de mortes de pessoas identificadas como LGBT+ em 2017,
registrado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB).
As alarmantes 445 mortes registradas em 2017 pelo Grupo – que são apenas uma
estimativa baixa, considerando que o banco de dados do GGB se baseia em notícias publicadas
pela mídia, internet e informações pessoais, uma vez que o Brasil não trabalha com estimativas
oficiais – são prova da LGBTfobia que assola o Brasil em todos os níveis, reforçando com
sangue as relações de poder que identificam a heteronormatividade como superioridade.
Neste cenário, apesar de começarem a se render à tendência mundial de dialogar, incluir
e representar com respeito e naturalidade a comunidade LGBT+, marcas que tradicionalmente
veiculam anúncios na grande mídia brasileira ainda resistem ao que se pode chamar de
“contaminação homossexual”. Elas muitas vezes recusam utilizar imagens de pessoas ou temas
LGBT+ a fim de evitar uma identidade/imagem de marca aceita por aqueles que fogem da
normativa heterossexual cisgênera, com medo de perder a base conservadora do mercado.
Quando não temem enfrentar a base conservadora com suas ações de marketing,
empresas podem cair em outra armadilha, ao tentar se comunicar com e para o público LGBT+.
Talvez cegados pelas promessas de valores de marca a serem absorvidos; ou pela própria
ignorância e preconceitos intrínsecos, publicitários responsáveis pela elaboração das peças e/ou
aqueles que as aprovam ainda podem pecar na retratação da realidade dos LGBT+ nas narrativas
publicitárias.
Considerando a importância dessa representação, já que a publicidade é uma forte
produtora de sistemas simbólicos, com poder de cristalizar e potencializar representações
sociais no imaginário da população, especialmente quando veiculadas na televisão, as narrativas
publicitárias e a inserção de personagens LGBT+ precisam ser tratadas com cautela.
Quando feito de forma errada, o produto pode reforçar estereótipos e preconceitos, com
base nos padrões heteronormativos, ao invés de dar acesso discursivo aos que possuem menor
– quando possuem alguma – voz ativa e, por essa razão, não conseguem se fazer serem ouvidos
em todas as esferas de prestígio social.
A publicidade não pode ser recortada e pensada fora dos quadros do sistema social que
a gerou. Não podemos enxergar o anúncio publicitário apenas como um arranjo eficaz de
palavras, imagens, sons e cores destinado a vender um produto ou conceito; devemos, sim,
pensar o anúncio como um fato social, uma vez que ele oculta e revela várias das formas de
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Referências
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
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