Estabelece novos procedimentos para liquidação das despesas da Administração Direta do Município do Rio de Janeiro e dá outras providências. O PREFEITO DO MUNICIPIO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições, e CONSIDERANDO que deve ser preocupação de todos os administradores cuidar dos aspectos relativos às funções de coordenação das respectivas áreas de sua responsabilidade; CONSIDERANDO que passados quase dez anos de criação da Controladoria Geral é imprescindível que seja iniciado um novo ciclo no sentido de promover e difundir mais ainda junto a todos os órgãos do Município a "cultura de controle" em todos os níveis da administração de modo a permitir a implementação de uma onsciência generalizada da decisiva relevância do controle como forma privilegiada de melhorar a gestão orçamentária, financeira e patrimonial; e CONSIDERANDO que os estudos iniciados a partir de janeiro de 2001 revelam que determinados órgãos setoriais estabeleciam um natural desvio do planejamento das atividades centrais de contabilidade e auditoria representando um processo autofágico por meio de ações casuísticas e voluntaristas, muitas vezes dissociadas das ações estratégicas das áreas básicas da estrutura da Controladoria Geral. Por conta disso, a atividade descentralizada foi perdendo sinergia em relação aos órgãos centrais estabelecendo sua própria lógica operacional de atuação, DECRETA: Art. 1.° Fica a Controladoria Geral do Município autorizada a estabelecer a liquidação centralizada dos processos de despesa. Parágrafo único. O Controlador Geral expedirá ato indicando os órgãos da administração direta e fundos especiais que encaminharão para a central de liquidação os processos de despesa cujo material tenha sido entregue, o serviço prestado e a obra medida por meio de documentos fiscais devidamente atestados por, no mínimo, dois servidores nos termos da legislação em vigor. Art. 2.° Compete às Diretorias de Administração de cada Secretaria ou órgão equivalente, formalmente designado pelo titular da Secretaria, proceder à liquidação da despesa sob o aspecto administrativo, nos termos do art. 120, inciso I do Decreto 3.221, de 18/09/81 e encaminhar à central de liquidação o processo de despesa com as informações referentes à conformidade da instrução processual. Art. 3.° Cabe à Central de Liquidação verificar o atendimento do implemento de condição representado: I - pela atestação do fornecimento do material, prestação do serviço ou medição da obra; II - pela aderência ao escopo estabelecido no roteiro de exame processual aprovado por Resolução; e III - informar aos responsáveis para saneamento do processo no caso de exigências. Parágrafo único. Uma vez atestado o processo e verificada a existência do crédito em favor do fornecedor ou prestador do serviço, bem como incluída a declaração de conformidade, o mesmo somente pode ser interrompido no caso de fundamentada suspeita de irregularidade apurada em inspeção física realizada segundo programa de auditoria aprovado. Art. 4.° Na medida em que a instrução processual referida no art. 2.° indicar o atendimento pleno, por parte dos órgãos, dos requisitos de controle estabelecidos no Manual de Normas e Procedimentos de Controle Interno, bem como sejam atendidas as recomendações de auditoria previamente aceitas pelos gestores, o Controlador Geral poderá descentralizar a liquidação da despesa para as próprias Secretarias ou Órgãos. Parágrafo único. Nos casos de descentralização caberá a Auditoria Geral examinar diariamente os relatórios de liquidação e exercer suas funções em dois momentos distintos: I - por amostragem estatística procedendo ao exame dos processos utilizando as técnicas da prova auditorial; e II - por exame da lista de pagamentos a definir interceptando o processo e o pagamento todas as vezes que justificadamente tiver necessidade de exame mais detalhado. Art. 5.° Cabe à Auditoria Geral em conjunto com a Contadoria Geral estabelecer o escopo do exame a ser realizado para liquidação de despesa, que será aprovado por Resolução do Controlador Geral. Art. 6.° A qualquer momento, tomando por base as inconsistências nas declarações de conformidade a Controladoria Geral poderá bloquear o sistema FINCON e nos casos de reincidência sugerir ao Prefeito o retorno ao exame prévio dos processos. Art. 7.° A Controladoria Geral por intermédio de seus órgãos centrais promoverá reuniões para treinamento dos responsáveis pelos processos de despesa com o objetivo de disseminar os controles prévio, concomitante e subseqüente no âmbito de cada Secretaria ou órgão da administração municipal. Art. 8.° Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Rio de Janeiro, 08 de abril de 2003 - 439.° de Fundação da Cidade CESAR MAIA D.O.RIO de 09.04.2003