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Introdução à Bioquímica

Função das Proteínas

Dra. Fernanda Canduri


Laboratório de Sistemas BioMoleculares.
Departamento de Física. UNESP
São José do Rio Preto. SP.

Laboratório de Sistemas BioMoleculares.


BioMoleculares. Departamento de Física.Física. Câmpus Rio Preto.
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Tópicos

! Mioglobina
! Hemoglobina
! Miosina e actina
! Anticorpos

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Mioglobina - Estrutura

! Primeira proteína a ter sua estrutura


determinada por cristalografia de raios X (1959).
! Pequena proteína intracelular do músculo dos
vertebrados com função de ligar oxigênio (O2).
! Possui 153 resíduos de aminoácidos, sendo
que a maioria faz parte de oito hélices α.
! Possui um único grupamento heme.

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Mioglobina

O grupo heme

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Estrutura da mioglobina

! O heme está encaixado em uma concavidade


hidrofóbica
! Duas cadeias laterais hidrofóbicas auxiliam na
manutenção da posição do heme.
! O sistema de anel heterocíclico do heme é um
derivado porfirínico, contendo 4 grupos
pirrólicos

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Estrutura da mioglobina

! O átomo de Fe(II) do grupo heme, quando


exposto ao O2 é oxidado de maneira
irreversível a Fe(III), forma que não liga O2.
! A porção protéica da mioglobina impede essa
oxidação e torna possível a ligação reversível
do O2 ao heme.
! A oxigenação leva a mudança de coloração da
molécula de mioglobina.
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Outras moléculas se ligam ao heme

! Além do O2, outras moléculas podem se ligar


ao grupo heme: CO, NO e H2S
! A afinidade destes compostos é muito maior
do que o O2.

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Função da mioglobina

Somente uma proteína armazenadora de O2?

Sua principal função fisiológica consiste em facilitar o


transporte de oxigênio nos músculos.

A mioglobina aumenta a solubilidade efetiva do O2 no


músculo, atuando como um carregador /
descarregador molecular para aumentar a velocidade
de difusão do O2.

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Função da mioglobina

! Função de armazenar O2:


Importante nos mamíferos aquáticos.

Nesses animais, a concentração de mioglobina


nos músculos é aprox. 10x maior do que nos
mamíferos terrestres.

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Função da mioglobina

A ligação reversível do O2 à mioglobina (Mb) é


descrita por uma equação de equilíbrio
Mb + O2 ↔ MbO2
A constante de dissociação (K) para essa
equação é:
K = [Mb][O2] / [MbO2]

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A dissociação do O2 da mioglobina é caracterizada por
sua saturação fracional YO2, que é definida como a
fração dos sítios de ligação ocupados pelo O2.

YO2 = [MbO2] / [Mb] + [MbO2] = [O2] / K +[O2]


Desde que o O2 é um gás, sua concentração é
expressa por sua pressão parcial (pO2)
YO2 = pO2 / K + pO2
Essa equação descreve uma hipérbole

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Função da mioglobina

! Numa pO2 baixa, pouco O2 se liga à


mioglobina (YO2 é muito baixa).
! A medida que a pO2 aumenta, mais O2 liga-
se a Mb.
! Numa pO2 muito alta, quase todos os sítios
estão ocupados - diz-se que a Mb está
saturada de O2.

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Função da mioglobina

! A inclinação da hipérbole aumenta à medida que


diminui o valor de K.
! Quando pO2 é igual a K, metade da Mb estará
saturada com O2
! Isso pode ser mostrado substituindo-se K por pO2 na
equação anterior:
se pO2 = K, YO2 = pO2/K + pO2 " YO2 = 0,5
Então, K pode ser definido como o valor de pO2, no qual
Y=0,5
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Função da mioglobina

! É conveniente definir K como p50, ou seja, a pressão


de O2 na qual Mb está 50% saturada
! A p50 para a Mb é de 2,6 torr (760 torr=1atm)
" no intervalo fisiológico da pO2 no sangue, a Mb está
quase totalmente saturada com O2.
YO2=0,97 a pO2=100 torr e 0,91 a pO2=30 torr

A Mb é um modelo útil para o estudo de outras


proteínas de ligação.
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Hemoglobina

! Tem função fisiologicamente específica – o


transporte de O2.
! Constitui um sistema sofisticado de transporte
que fornece a quantidade adequada de O2 aos
tecidos.

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Estrutura da hemoglobina

! É uma proteína tetramérica, com a estrutura


quaternária α2β2 (um dímero αβ).
! As subunidades α e β são relacionadas
estrutural e evolutivamente entre si e com a
mioglobina.
! Sua estrutura foi elucidada por Max Perutz em
1968, o pai da cristalografia de proteínas por
difração de raios X.
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Cada monômero da estrutura tetramérica da
hemoglobina possui um grupo heme

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Estrutura da hemoglobina

Apenas cerca de 18% dos resíduos de


aminoácidos são identicos na mioglobina e
nas subunidades da hemoglobina, mas os
três polipeptídeos possuem estruturas
terciárias similares.

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A estrutura da hemoglobina

! A ligação do O2 altera toda a estrutura do tetrâmero, de


forma que a estrutura da desoxiemoglobina e a da
oxiemoglobina são perceptivelmente diferentes.
! Em ambas as formas, as subunidades α e β fazem
contato extenso: os contatos na interface α1-β1 e seu
equivalente, envolvem 35 resíduos, e os da interface
α1-β2 envolvem 19 resíduos.
! Essas associações são predominantemente
hidrofóbicas, embora envolvam ligações de H e pares
iônicos.

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Oxihemoglobina e desoxihemoglobina

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A estrutura da hemoglobina

! Os pares das subunidades α1−α2 e β1−β2 estão


separados por um canal de ~20Å de diâmetro
preenchido com solvente.
! Quando o O2 se liga, os contatos α1−β2 e α2−β1
sofrem um deslocamento, produzindo uma
alteração na estrutura quaternária.
! Esse rearranjo estrutural é um elemento crucial
no comportamento da ligação do O2 à
hemoglobina.
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Ligação do O2 à hemoglobina

! A hemoglobina tem uma p50 total de 26 torr


(em uma pressão de O2 de 26 torr, metade
da hemoglobina está saturada com O2)
! Valor cerca de 10x maior do que a p50 da
mioglobina (2,8 torr)
! A hemoglobina não apresenta uma curva
hiperbólica de ligação ao O2, como na
mioglobina.
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A ligação de O2 à hemoglobina segue o traçado de
uma curva sigmóide

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Ligação do O2 à hemoglobina

! A hemoglobina pode transferir mais O2 para


os tecidos do que transferiria se
apresentasse uma curva hiperbólica com a
mesma p50
! Nas pressões arteriais de O2, está quase
totalmente saturada com O2, mas nas
pressões venosas de O2 está somente
metade saturada.
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Ligação do O2 à hemoglobina

! Em qualquer sistema de ligação, uma curva


sigmóide é característica de uma interação
cooperativa entre os sítios:

A ocupação de um sítio pelo ligante afeta a


ocupação dos demais sítios por ligantes
adicionais

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Equação de Hill

! Tentativa inicial de analisar a curva sigmóide


de dissociação do O2 da hemoglobina foi
realizada por Archibald Hill (1910)
! Hill presumiu que a hemoglobina (Hb) liga n
moléculas de O2 em uma única etapa
Hb + n O2 " Hb(O2)n
ou seja, com cooperatividade infinita.
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Equação de Hill

Em analogia a equação
YO2 = pO2/K + pO2 para a Mb,
YO2 = (pO2)n / (p50)n + (pO2)n
é conhecida como equação de Hill.
Ela descreve o grau de saturação da
hemoglobina como uma função da pO2.
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" A cooperatividade infinita da ligação de O2 como
descrita por Hill é uma impossibilidade física

! A quantidade n, a constante de Hill, aumenta com o


grau de cooperatividade de uma reação,
proporcionando uma caracterização conveniente de
uma reação de ligação de ligante
n=1, a equação descreve uma hipérbole (reação não
cooperativa)
n>1, a equação descre uma sigmóide (reação
positivamente cooperativa)
n<1, reação negativamente cooperativa

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A constante de Hill, n, e o valor de p50 que melhor
descrevem uma curva de saturação da Hb podem
ser determinados graficamente pela equação

YO2 / 1 - YO2 = (pO2)n / (p50)n


Tomando o log em ambos os lados, tem-se
uma equação linear

log (YO2 / 1 - YO2) = n log pO2 – n log p50

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Gráfico de Hill

A curva linear do log


(YO2 / [1 - YO2]) pelo
log de pO2,
chamada curva de
Hill, tem uma
inclinação de n e
um intercepto de log
p50 no eixo do log
pO2.

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Modelos mais realistas para analisar a ligação
cooperativa do O2 à Hb foram desenvolvidos

Proteínas alostéricas

A cooperatividade da ligação do O2 à Hb é um modelo


clássico
A ligação de um ligante pode aumentar ou diminuir a
afinidade de ligação de ligantes a outros sítios da
proteína – são interações alostéricas

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Existem dois modelos propostos para
explicar a ligação cooperativa do ligante

1. Modelo de simetria do alosterismo (proposto


por Monod, Wyman e Changeux em 1965):
a. Uma proteína alostérica é um oligômero de
subunidades simetricamente relacionadas;
b. Cada subunidade existe em dois estados
conformacionais em equilíbrio;
c. O ligante pode ligar-se à subunidade em ambas as
conformações. Somente a mudança conformacional
altera a afinidade pelo ligante;
d. As subunidades devem alterar a conformação de
modo combinado.
Modelo de simetria de MWC

! A principal objeção ao modelo de simetria consiste


na dificuldade de acreditar que a simetria
oligomérica seja perfeitamente conservada em
todas as proteínas
! E, embora algumas proteínas exibam
cooperatividade negativa, o modelo explica
somente a cooperatividade positiva.

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2. Modelo sequencial - proposto por Daniel
Koshland

! É uma alternativa ao modelo de simetria.


! A ligação do ligante induz uma alteração
conformacional na subunidade à qual se liga e, pela
influência dessa sobre as subunidades vizinhas,
surgem interações cooperativas
! As mudanças conformacionais ocorrem
sequencialmente à medida que mais sítios de ligação
estão sendo ocupados
! A afinidade varia com a conformação.

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As proteínas que seguem o modelo sequencial
do alosterismo podem apresentar
cooperatividade positiva ou negativa

! Se o acoplamento mecânico entre as subunidades for


particularmente forte, as mudanças conformacionais
ocorrerão simultaneamente, mantendo sua simetria
! Neste caso, o modelo de simetria pode ser considerado
um caso extremo do modelo sequencial
! A ligação do O2 à Hb exibe características de ambos os
modelos – é combinada e causa mudanças estruturais
pequenas

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Mecanismo de cooperatividade da ligação de
O2

Como a ligação de um O2 num grupo heme afeta a


afinidade de ligação de outro grupo heme?

A informação é transmitida de modo mecânico para


os demais grupos heme por movimentos da
proteína.
Esses movimentos são responsáveis pelas
diferentes estruturas quaternárias da oxi- e desoxi-
Hb.
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A hemoglobina possui dois estados
conformacionais

! Baseadas nas estruturas cristalográficas das formas


oxi e desoxi, Perutz formulou um mecanismo para a
oxigenação da Hb:

Há dois estados conformacionais estáveis: o estado R,


oxigenado, e o estado T, desoxigenado.

As conformações das 4 subunidades diferem do estado T


para o R.
A ligação do O2 inicia uma série de movimentos coordenados.

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Formas R e T

! A característica da transição T " R da Hb é que suas


subunidades estão tão firmemente acopladas que
não podem acontecer grandes mudanças estruturais
terciárias dentro de uma subunidade, sem que
ocorram mudanças estruturais quaternárias em toda
a proteína – só há duas formas R e T.
! Nenhuma subunidade ou dímero muda sua
conformação de modo independente.

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Formas R e T

! O estado T tem baixa afinidade pelo O2, devido ao


comprimento da ligação Fe-O2 (0,1 Å maior).
! Quando 1 O2 liga-se a um dímero, a tensão gerada no
estado T é suficiente para levar a proteína ao estado R
! Então todas as subunidades são convertidas
simultaneamente ao estado R, tenham ou não O2
ligado.
! Nesta conformação, as subunidades não-ocupadas
apresentam maior afinidade pelo O2.

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O efeito Bohr

! As mudanças conformacionais que ocorrem na Hb pela


ligação do O2 reduzem os pKs de vários grupos (N-terminal
das α e C-terminal das β).
! No estado T esses grupos ácidos com carga positiva
participam de ligações iônicas o que eleva seus pKs, ao
passo que no estado R tais interações não existem.
! O aumento do pH (remoção de prótons), estimula a
hemoglobina a ligar mais O2 em pressões de O2 mais
baixas – é o efeito Bohr – Christian Bohr (1904)

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O efeito Bohr

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O efeito Bohr desempenha funções
importantes

O2 " pulmões para os tecidos


CO2 " difunde-se dos tecidos para os capilares e
pulmões
O CO2 dissolvido transforma-se lentamente em
bicarbonato (HCO3-)
CO2 + H2O " H+ + CO3-
No eritrócito, a enzima anidrase carbônica acelera essa
reação. Então, a maior parte do CO2 é transportado no
sangue na forma de bicarbonato.
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Nos pulmões, onde a pressão de O2 é alta, a
ligação do O2 à Hb rompe as ligações
iônicas do estado T e forma o estado R,
liberando assim, os prótons de Bohr, que se
recombinam com o bicarbonato para eliminar
o CO2.

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“A hemoglobina altamente purificada
(Stripped Hb) tem uma afinidade muito maior
pelo oxigênio do que a hemoglobina no
sangue total.”
Porque?
Joseph Barcroft (1921) especulou que o sangue
conteria, além do CO2, alguma outra substância,
afetando a ligação do O2 à Hb.

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D-2,3-bisfosfoglicerato – o BPG

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D-2,3-bisfosfoglicerato – o BPG

Liga-se fortemente a desoxi-Hb e fracamente a oxi-


Hb.

Assim, a presença do BPG nos eritrócitos reduz a


afinidade da Hb pelo O2 por mantê-la na sua forma
desoxi

Onde se liga na molécula da Hb?

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O BPG liga-se à concavidade central

! Na transição T " R, as duas subunidades β


se aproximam,estreitando a concavidade
central, e expulsando o BPG
! Portanto, estabiliza a conformação T da Hb
pela ligação cruzada de suas subunidades β
! Desloca o equilíbrio R " T, reduzindo a
afinidade da Hb pelo O2.

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BPG – função fisiológica indispensável

! No sangue arterial (pO2 = 100 torr) a Hb está 95% saturada


com O2
! No sangue venoso (pO2 = 30 torr) a Hb está 55% saturada
Então, ao passar pelos capilares, a Hb descarrega cerca de
40% de O2
Na ausência de BPG, somente pequena parte do O2 seria
liberado, devido ao aumento da afinidade.
O BPG exerce um papel importante na adaptação às grandes
altitudes

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α2γ2) tem baixa afinidade
A Hb fetal (α
pelo BPG

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Hemoglobinas anormais

O estudo de indivíduos com deficiências


fisiológicas levou a descoberta de
aproximadamente 500 hemoglobinas
variantes
Cerca de 95% delas são resultado de
substituições de um único aminoácido na
cadeia polipeptídica da globina.

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Hemoglobinas anormais

! As mutações que desestabilizam as


estruturas terciárias e quaternárias alteram a
afinidade da Hb pelo O2 e reduzem a sua
cooperatividade.
! As Hbs instáveis são degradadas pelos
eritrócitos e seus produtos de degradação
causam lise celular – é a anemia hemolítica

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Hemoglobinas anormais

! Outras mutações favorecem a oxidação do Fe(II)


para Fe(III) – cianose
São indivíduos portadores de metahemoglobina
Essa Hb apresentam cooperatividade reduzida

! Há também mutações que aumentam a afinidade da


Hb pelo O2, levando ao aumento do número de
eritrócitos para compensar a quantidade reduzida de
O2 que chega aos tecidos - policitemia

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A anemia falciforme

! Os indivíduos que apresentam os dois alelos


(homozigotos) do gene da hemoglobina S
sofrem de anemia falciforme, na qual a
desoxi-Hb S forma filamentos insolúveis que
deformam os eritrócitos

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Micrografia eletrônica de
eritrócitos humanos

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A anemia falciforme

! As células rígidas e em forma de foice não


conseguem passar com facilidade pelos
capilares.
! Em 1956, V. Ingram mostrou que a Hb S
continha uma Val na posição 6 das cadeias
β, ao invés de Glu.
Doença congênita originada pela troca de um
aminoácido específico de uma proteína

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Hemoglobina S

! A estrutura cristalográfica da desoxi-Hb S mostrou que a


cadeia lateral da Val de cada molécula mutante encaixa-
se em uma concavidade hidrofóbica na superfície da
subunidade β de outra molécula de hemoglobina

! Esse contato intermolecular permite a formação de


polímeros lineares entre as moléculas da Hb S – formam
agregados de 14 cadeias que enrolam-se e formam
fibras de cerca de 220Å de diâmetro

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Anemia falciforme

Nem a Hb normal, e nem a oxi-Hb S podem polimerizar

A concavidade hidrofóbica não acomoda a cadeia lateral


do Glu de uma cadeia normal, e essa concavidade não
existe na oxi-Hb

Muitos homozigotos para Hb S apresentam somente


uma forma leve de anemia falciforme, pois apresentam
níveis relativamente altos de Hb fetal (α2γ2)

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